esgotoportinho
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Arquivamento pelo Promotor, da denúncia sobre o super-faturamento do esgoto do Portinho, ILHABELA-SP.TRANSCRIPT
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
N° MP 66.0286.0000297/2015-2
INDEFERIMENTO
De acordo com a representação feita por FRANCISCO ANDRÉ
SANTIAGO MICHELlNO, houve um superfaturamento na obra de tratamento
de esgoto realizada na praça pública localizada no bairro do Portinho.
Dada a insuficiência de descrição do fato objeto da
investigação e indicação dos meios de prova ou informações e documentos
pértinentes, o representante foi notificado para complementar a representação,
com fulcro no artigo 13, parágrafo único, do Ato Normativo 484-CJP, de 2006, e
Súmula 51 do Conselho Superior do Ministério Público.
Assim, respondeu ao e-mail.encaminhando04fotos.afirmando
que, embora sua memória não seja de elefante, sabe dizer que a obra ocorreu
há cerca de 10 anos; que o superfaturamento teria ocorrido com relação às
bombas hidráulicas e que as fotos por ele enviadas provariam o ocorrido.
Pois bem.
INDEFIRO a representação._
O Ato Normativo 484-CJP, de 5 de outubro de 2006, dispõe
que a representação deve descrever o fato objeto da investigação e indicar os
meios de provas ou apresentar. as informações e documentos pertinentes
(artigo 13, /I e 111), sob pena de poder ser indeferida.
No caso em lume, a mera alegação de superfaturamento de
uma obra ocorrida há cerca de 1à anos não preenche os requisitos do ato
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO
normativo para que seja instaurado um inquérito civil ou sequer o procedimento
preparatório de inquérito civil. As fotos enviadas pelo representante não
provam superfaturamento.
Esta Promotoria de Justiça possui mais de 90 --procedimentos
relacionados a matérias de direitos difusos (inquéritos civis, ações civis
públicas, representações e peças de informações), sendo a grande maioria de
alta complexidade, além de grande volume de feitos judiciais recebidos
diariamente para manifestação e realização de audiências praticamente todos
os dias úteis da semana.
Portanto, se a represent~ção não preencher os requisitos do
ato normativo, trazendo fatos certos e determinados, com indícios seguros da
ocorrência de ilicitude, não há outro meio que não seja o seu indeferimento,
pois não é sequer razoável esperar que o Ministério Público aja com base em
informações sem suporte probatório, quando o volume de serviço já é
exorbitante.
De mais a mais, o ilustre representante fica ciente de que, não
concordando com este indeferimento, pode recorrer ao Conselho Superior do
Ministério Público, nos termos do artigo 118 e 119 do Ato Normativo 484-CJP.
Notifique-se o autor da representação sobre o indeferimento,
para os fins do artigo 118 e 119 do Ato Normativo 484/06-CPJ;
Proceda-se às devidas anotações e comunicações, inclusive,
junto ao SIS-MP.
IIhabela, 30 'unho de 2015.
Promotor d