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CONHECIMENTO EM DIREITO: DIREITO PENAL DIREITO PROCESSUAL PENAL DIREITO PROCESSUAL CIVIL DIREITO CONSTITUCIONAL DIREITO ADMINISTRATIVO NORMAS DA CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIÇA

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CONHECIMENTO EM DIREITO:DIREITO PENALDIREITO PROCESSUAL PENALDIREITO PROCESSUAL CIVILDIREITO CONSTITUCIONALDIREITO ADMINISTRATIVONORMAS DA CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIA

Sumrio

DIREITO PENAL3DIREITO PROCESSUAL PENAL13DIREITO PROCESSUAL CIVIL47DIREITO CONSTITUCIONAL96DIREITO ADMINISTRATIVO111NORMAS DA CORREGEDORIA GERAL DA JUSTIA128

DIREITO PENAL

DECRETO-LEI No2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940.CAPTULO IIDA FALSIDADE DE TTULOS E OUTROS PAPIS PBLICOSFalsificao de papis pblicosArt. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:I - selo destinado a controle tributrio, papel selado ou qualquer papel de emisso legal destinado arrecadao de tributo; II - papel de crdito pblico que no seja moeda de curso legal;III - vale postal;IV - cautela de penhor, caderneta de depsito de caixa econmica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito pblico;V - talo, recibo, guia, alvar ou qualquer outro documento relativo a arrecadao de rendas pblicas ou a depsito ou cauo por que o poder pblico seja responsvel;VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela Unio, por Estado ou por Municpio:Pena - recluso, de dois a oito anos, e multa. 1oIncorre na mesma pena quem: I - usa, guarda, possui ou detm qualquer dos papis falsificados a que se refere este artigo; II - importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui circulao selo falsificado destinado a controle tributrio; III - importa, exporta, adquire, vende, expe venda, mantm em depsito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito prprio ou alheio, no exerccio de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributrio, falsificado; b) sem selo oficial, nos casos em que a legislao tributria determina a obrigatoriedade de sua aplicao. 2 - Suprimir, em qualquer desses papis, quando legtimos, com o fim de torn-los novamente utilizveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilizao:Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa. 3 - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papis a que se refere o pargrafo anterior. 4 - Quem usa ou restitui circulao, embora recibo de boa-f, qualquer dos papis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu 2, depois de conhecer a falsidade ou alterao, incorre na pena de deteno, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa. 5oEquipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do 1o, qualquer forma de comrcio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praas ou outros logradouros pblicos e em residncias. Petrechos de falsificaoArt. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado falsificao de qualquer dos papis referidos no artigo anterior:Pena - recluso, de um a trs anos, e multa.Art. 295 - Se o agente funcionrio pblico, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.CAPTULO IIIDA FALSIDADE DOCUMENTALFalsificao do selo ou sinal pblicoArt. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:I - selo pblico destinado a autenticar atos oficiais da Unio, de Estado ou de Municpio;II - selo ou sinal atribudo por lei a entidade de direito pblico, ou a autoridade, ou sinal pblico de tabelio:Pena - recluso, de dois a seis anos, e multa. 1 - Incorre nas mesmas penas:I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuzo de outrem ou em proveito prprio ou alheio.III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros smbolos utilizados ou identificadores de rgos ou entidades da Administrao Pblica. 2 - Se o agente funcionrio pblico, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.Falsificao de documento pblicoArt. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento pblico, ou alterar documento pblico verdadeiro:Pena - recluso, de dois a seis anos, e multa. 1 - Se o agente funcionrio pblico, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. 2 - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento pblico o emanado de entidade paraestatal, o ttulo ao portador ou transmissvel por endosso, as aes de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. 3oNas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: I - na folha de pagamento ou em documento de informaes que seja destinado a fazer prova perante a previdncia social, pessoa que no possua a qualidade de segurado obrigatrio; II - na Carteira de Trabalho e Previdncia Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdncia social, declarao falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; III - em documento contbil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigaes da empresa perante a previdncia social, declarao falsa ou diversa da que deveria ter constado. 4oNas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remunerao, a vigncia do contrato de trabalho ou de prestao de servios. Falsificao de documento particularArt. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro:Pena - recluso, de um a cinco anos, e multa.Falsificao de cartoPargrafo nico. Para fins do disposto nocaput, equipara-se a documento particular o carto de crdito ou dbito. Falsidade ideolgicaArt. 299 - Omitir, em documento pblico ou particular, declarao que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declarao falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigao ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:Pena - recluso, de um a cinco anos, e multa, se o documento pblico, e recluso de um a trs anos, e multa, de quinhentos mil ris a cinco contos de ris, se o documento particular.Pargrafo nico - Se o agente funcionrio pblico, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificao ou alterao de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.Falso reconhecimento de firma ou letraArt. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exerccio de funo pblica, firma ou letra que o no seja:Pena - recluso, de um a cinco anos, e multa, se o documento pblico; e de um a trs anos, e multa, se o documento particular.Certido ou atestado ideologicamente falsoArt. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razo de funo pblica, fato ou circunstncia que habilite algum a obter cargo pblico, iseno de nus ou de servio de carter pblico, ou qualquer outra vantagem:Pena - deteno, de dois meses a um ano.Falsidade material de atestado ou certido 1 - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certido, ou alterar o teor de certido ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstncia que habilite algum a obter cargo pblico, iseno de nus ou de servio de carter pblico, ou qualquer outra vantagem:Pena - deteno, de trs meses a dois anos. 2 - Se o crime praticado com o fim de lucro, aplica-se, alm da pena privativa de liberdade, a de multa.Falsidade de atestado mdicoArt. 302 - Dar o mdico, no exerccio da sua profisso, atestado falso:Pena - deteno, de um ms a um ano.Pargrafo nico - Se o crime cometido com o fim de lucro, aplica-se tambm multa.Reproduo ou adulterao de selo ou pea filatlicaArt. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou pea filatlica que tenha valor para coleo, salvo quando a reproduo ou a alterao est visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou pea:Pena - deteno, de um a trs anos, e multa.Pargrafo nico - Na mesma pena incorre quem, para fins de comrcio, faz uso do selo ou pea filatlica.Uso de documento falsoArt. 304 - Fazer uso de qualquer dos papis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302:Pena - a cominada falsificao ou alterao.Supresso de documentoArt. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefcio prprio ou de outrem, ou em prejuzo alheio, documento pblico ou particular verdadeiro, de que no podia dispor:Pena - recluso, de dois a seis anos, e multa, se o documento pblico, e recluso, de um a cinco anos, e multa, se o documento particular.CAPTULO IVDE OUTRAS FALSIDADES Falsa identidadeArt. 307 - Atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito prprio ou alheio, ou para causar dano a outrem:Pena - deteno, de trs meses a um ano, ou multa, se o fato no constitui elemento de crime mais grave.Art. 308 - Usar, como prprio, passaporte, ttulo de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, prprio ou de terceiro:Pena - deteno, de quatro meses a dois anos, e multa, se o fato no constitui elemento de crime mais grave.CAPTULO V

DAS FRAUDES EM CERTAMES DE INTERESSE PBLICO

Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, contedo sigiloso de: I - concurso pblico; II - avaliao ou exame pblicos; III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ouIV - exame ou processo seletivo previstos em lei: Pena - recluso, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas no autorizadas s informaes mencionadas nocaput. 2o Se da ao ou omisso resulta dano administrao pblica: Pena - recluso, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um tero) se o fato cometido por funcionrio pblico.TTULO XIDOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAO PBLICACAPTULO IDOS CRIMES PRATICADOS POR FUNCIONRIO PBLICO CONTRA A ADMINISTRAO EM GERALPeculatoArt. 312 - Apropriar-se o funcionrio pblico de dinheiro, valor ou qualquer outro bem mvel, pblico ou particular, de que tem a posse em razo do cargo, ou desvi-lo, em proveito prprio ou alheio:Pena - recluso, de dois a doze anos, e multa. 1 - Aplica-se a mesma pena, se o funcionrio pblico, embora no tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrai, ou concorre para que seja subtrado, em proveito prprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionrio.Peculato culposo 2 - Se o funcionrio concorre culposamente para o crime de outrem:Pena - deteno, de trs meses a um ano. 3 - No caso do pargrafo anterior, a reparao do dano, se precede sentena irrecorrvel, extingue a punibilidade; se lhe posterior, reduz de metade a pena imposta.Peculato mediante erro de outremArt. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exerccio do cargo, recebeu por erro de outrem:Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.Insero de dados falsos em sistema de informaesArt. 313-A. Inserir ou facilitar, o funcionrio autorizado, a insero de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administrao Pblica com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano:Pena - recluso, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Modificao ou alterao no autorizada de sistema de informaesArt. 313-B. Modificar ou alterar, o funcionrio, sistema de informaes ou programa de informtica sem autorizao ou solicitao de autoridade competente: Pena - deteno, de 3 (trs) meses a 2 (dois) anos, e multa. Pargrafo nico. As penas so aumentadas de um tero at a metade se da modificao ou alterao resulta dano para a Administrao Pblica ou para o administrado. Extravio, sonegao ou inutilizao de livro ou documentoArt. 314 - Extraviar livro oficial ou qualquer documento, de que tem a guarda em razo do cargo; soneg-lo ou inutiliz-lo, total ou parcialmente:Pena - recluso, de um a quatro anos, se o fato no constitui crime mais grave.Emprego irregular de verbas ou rendas pblicasArt. 315 - Dar s verbas ou rendas pblicas aplicao diversa da estabelecida em lei:Pena - deteno, de um a trs meses, ou multa.ConcussoArt. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da funo ou antes de assumi-la, mas em razo dela, vantagem indevida:Pena - recluso, de dois a oito anos, e multa.Excesso de exao 1 - Se o funcionrio exige tributo ou contribuio social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrana meio vexatrio ou gravoso, que a lei no autoriza: Pena - recluso, de trs a oito anos, e multa. 2 - Se o funcionrio desvia, em proveito prprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres pblicos:Pena - recluso, de dois a doze anos, e multa.Corrupo passivaArt. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da funo ou antes de assumi-la, mas em razo dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:Pena - recluso, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. 1 - A pena aumentada de um tero, se, em conseqncia da vantagem ou promessa, o funcionrio retarda ou deixa de praticar qualquer ato de ofcio ou o pratica infringindo dever funcional. 2 - Se o funcionrio pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofcio, com infrao de dever funcional, cedendo a pedido ou influncia de outrem:Pena - deteno, de trs meses a um ano, ou multa.PrevaricaoArt. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofcio, ou pratic-lo contra disposio expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:Pena - deteno, de trs meses a um ano, e multa.Art. 319-A. Deixar o Diretor de Penitenciria e/ou agente pblico, de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefnico, de rdio ou similar, que permita a comunicao com outros presos ou com o ambiente externo: Pena: deteno, de 3 (trs) meses a 1 (um) ano.Condescendncia criminosaArt. 320 - Deixar o funcionrio, por indulgncia, de responsabilizar subordinado que cometeu infrao no exerccio do cargo ou, quando lhe falte competncia, no levar o fato ao conhecimento da autoridade competente:Pena - deteno, de quinze dias a um ms, ou multa.Advocacia administrativaArt. 321 - Patrocinar, direta ou indiretamente, interesse privado perante a administrao pblica, valendo-se da qualidade de funcionrio:Pena - deteno, de um a trs meses, ou multa.Pargrafo nico - Se o interesse ilegtimo:Pena - deteno, de trs meses a um ano, alm da multa.Violncia arbitrriaArt. 322 - Praticar violncia, no exerccio de funo ou a pretexto de exerc-la:Pena - deteno, de seis meses a trs anos, alm da pena correspondente violncia.Abandono de funoArt. 323 - Abandonar cargo pblico, fora dos casos permitidos em lei:Pena - deteno, de quinze dias a um ms, ou multa. 1 - Se do fato resulta prejuzo pblico:Pena - deteno, de trs meses a um ano, e multa. 2 - Se o fato ocorre em lugar compreendido na faixa de fronteira:Pena - deteno, de um a trs anos, e multa.Exerccio funcional ilegalmente antecipado ou prolongadoArt. 324 - Entrar no exerccio de funo pblica antes de satisfeitas as exigncias legais, ou continuar a exerc-la, sem autorizao, depois de saber oficialmente que foi exonerado, removido, substitudo ou suspenso:Pena - deteno, de quinze dias a um ms, ou multa.Violao de sigilo funcionalArt. 325 - Revelar fato de que tem cincia em razo do cargo e que deva permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelao:Pena - deteno, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato no constitui crime mais grave. 1oNas mesmas penas deste artigo incorre quem: I - permite ou facilita, mediante atribuio, fornecimento e emprstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas no autorizadas a sistemas de informaes ou banco de dados da Administrao Pblica; II - se utiliza, indevidamente, do acesso restrito. 2oSe da ao ou omisso resulta dano Administrao Pblica ou a outrem: Pena - recluso, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa. Violao do sigilo de proposta de concorrnciaArt. 326 - Devassar o sigilo de proposta de concorrncia pblica, ou proporcionar a terceiro o ensejo de devass-lo:Pena - Deteno, de trs meses a um ano, e multa.Funcionrio pblicoArt. 327 - Considera-se funcionrio pblico, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remunerao, exerce cargo, emprego ou funo pblica. 1 - Equipara-se a funcionrio pblico quem exerce cargo, emprego ou funo em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de servio contratada ou conveniada para a execuo de atividade tpica da Administrao Pblica. 2 - A pena ser aumentada da tera parte quando os autores dos crimes previstos neste Captulo forem ocupantes de cargos em comisso ou de funo de direo ou assessoramento de rgo da administrao direta, sociedade de economia mista, empresa pblica ou fundao instituda pelo poder pblico. CAPTULO IIDOS CRIMES PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAO EM GERALUsurpao de funo pblicaArt. 328 - Usurpar o exerccio de funo pblica:Pena - deteno, de trs meses a dois anos, e multa.Pargrafo nico - Se do fato o agente aufere vantagem:Pena - recluso, de dois a cinco anos, e multa.

ResistnciaArt. 329 - Opor-se execuo de ato legal, mediante violncia ou ameaa a funcionrio competente para execut-lo ou a quem lhe esteja prestando auxlio:Pena - deteno, de dois meses a dois anos. 1 - Se o ato, em razo da resistncia, no se executa:Pena - recluso, de um a trs anos. 2 - As penas deste artigo so aplicveis sem prejuzo das correspondentes violncia.DesobedinciaArt. 330 - Desobedecer a ordem legal de funcionrio pblico:Pena - deteno, de quinze dias a seis meses, e multa.DesacatoArt. 331 - Desacatar funcionrio pblico no exerccio da funo ou em razo dela:Pena - deteno, de seis meses a dois anos, ou multa.Trfico de InflunciaArt. 332 - Solicitar, exigir, cobrar ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionrio pblico no exerccio da funo: Pena - recluso, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Pargrafo nico - A pena aumentada da metade, se o agente alega ou insinua que a vantagem tambm destinada ao funcionrio. Corrupo ativaArt. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionrio pblico, para determin-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofcio:Pena - recluso, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa. Pargrafo nico - A pena aumentada de um tero, se, em razo da vantagem ou promessa, o funcionrio retarda ou omite ato de ofcio, ou o pratica infringindo dever funcional.Impedimento, perturbao ou fraude de concorrnciaArt. 335 - Impedir, perturbar ou fraudar concorrncia pblica ou venda em hasta pblica, promovida pela administrao federal, estadual ou municipal, ou por entidade paraestatal; afastar ou procurar afastar concorrente ou licitante, por meio de violncia, grave ameaa, fraude ou oferecimento de vantagem:Pena - deteno, de seis meses a dois anos, ou multa, alm da pena correspondente violncia.Pargrafo nico - Incorre na mesma pena quem se abstm de concorrer ou licitar, em razo da vantagem oferecida.Inutilizao de edital ou de sinalArt. 336 - Rasgar ou, de qualquer forma, inutilizar ou conspurcar edital afixado por ordem de funcionrio pblico; violar ou inutilizar selo ou sinal empregado, por determinao legal ou por ordem de funcionrio pblico, para identificar ou cerrar qualquer objeto:Pena - deteno, de um ms a um ano, ou multa.Subtrao ou inutilizao de livro ou documentoArt. 337 - Subtrair, ou inutilizar, total ou parcialmente, livro oficial, processo ou documento confiado custdia de funcionrio, em razo de ofcio, ou de particular em servio pblico:Pena - recluso, de dois a cinco anos, se o fato no constitui crime mais grave.

CAPTULO IIIDOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAO DA JUSTIADenunciao caluniosaArt. 339. Dar causa instaurao de investigao policial, de processo judicial, instaurao de investigao administrativa, inqurito civil ou ao de improbidade administrativa contra algum, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: Pena - recluso, de dois a oito anos, e multa. 1 - A pena aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de nome suposto. 2 - A pena diminuda de metade, se a imputao de prtica de contraveno.Comunicao falsa de crime ou de contravenoArt. 340 - Provocar a ao de autoridade, comunicando-lhe a ocorrncia de crime ou de contraveno que sabe no se ter verificado:Pena - deteno, de um a seis meses, ou multa.Auto-acusao falsaArt. 341 - Acusar-se, perante a autoridade, de crime inexistente ou praticado por outrem:Pena - deteno, de trs meses a dois anos, ou multa.Falso testemunho ou falsa perciaArt. 342. Fazer afirmao falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intrprete em processo judicial, ou administrativo, inqurito policial, ou em juzo arbitral: Pena - recluso, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. 1oAs penas aumentam-se de um sexto a um tero, se o crime praticado mediante suborno ou se cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal, ou em processo civil em que for parte entidade da administrao pblica direta ou indireta. 2oO fato deixa de ser punvel se, antes da sentena no processo em que ocorreu o ilcito, o agente se retrata ou declara a verdade. Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intrprete, para fazer afirmao falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, percia, clculos, traduo ou interpretao: Pena - recluso, de trs a quatro anos, e multa. Pargrafo nico. As penas aumentam-se de um sexto a um tero, se o crime cometido com o fim de obter prova destinada a produzir efeito em processo penal ou em processo civil em que for parte entidade da administrao pblica direta ou indireta. Coao no curso do processoArt. 344 - Usar de violncia ou grave ameaa, com o fim de favorecer interesse prprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juzo arbitral:Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa, alm da pena correspondente violncia.Exerccio arbitrrio das prprias razesArt. 345 - Fazer justia pelas prprias mos, para satisfazer pretenso, embora legtima, salvo quando a lei o permite:Pena - deteno, de quinze dias a um ms, ou multa, alm da pena correspondente violncia.Pargrafo nico - Se no h emprego de violncia, somente se procede mediante queixa.Art. 346 - Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa prpria, que se acha em poder de terceiro por determinao judicial ou conveno:Pena - deteno, de seis meses a dois anos, e multa.Fraude processualArt. 347 - Inovar artificiosamente, na pendncia de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:Pena - deteno, de trs meses a dois anos, e multa.Pargrafo nico - Se a inovao se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que no iniciado, as penas aplicam-se em dobro.Exerccio arbitrrio ou abuso de poderArt. 350 - Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formalidades legais ou com abuso de poder:Pena - deteno, de um ms a um ano.Pargrafo nico - Na mesma pena incorre o funcionrio que:I - ilegalmente recebe e recolhe algum a priso, ou a estabelecimento destinado a execuo de pena privativa de liberdade ou de medida de segurana;II - prolonga a execuo de pena ou de medida de segurana, deixando de expedir em tempo oportuno ou de executar imediatamente a ordem de liberdade;III - submete pessoa que est sob sua guarda ou custdia a vexame ou a constrangimento no autorizado em lei;IV - efetua, com abuso de poder, qualquer diligncia.Explorao de prestgioArt. 357 - Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, rgo do Ministrio Pblico, funcionrio de justia, perito, tradutor, intrprete ou testemunha:Pena - recluso, de um a cinco anos, e multa.Pargrafo nico - As penas aumentam-se de um tero, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade tambm se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo.Desobedincia a deciso judicial sobre perda ou suspenso de direitoArt. 359 - Exercer funo, atividade, direito, autoridade ou mnus, de que foi suspenso ou privado por deciso judicial:Pena - deteno, de trs meses a dois anos, ou multa.

DIREITO PROCESSUAL PENAL

DECRETO-LEI N 3.689, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941.TTULO VIIIDO JUIZ, DO MINISTRIO PBLICO, DO ACUSADO E DEFENSOR,DOS ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIACAPTULO IDO JUIZArt.251.Ao juiz incumbir prover regularidade do processo e manter a ordem no curso dos respectivos atos, podendo, para tal fim, requisitar a fora pblica.Art.252.O juiz no poder exercer jurisdio no processo em que: I-tiver funcionado seu cnjuge ou parente, consangneo ou afim, em linha reta ou colateral at o terceiro grau, inclusive, como defensor ou advogado, rgo do Ministrio Pblico, autoridade policial, auxiliar da justia ou perito; II-ele prprio houver desempenhado qualquer dessas funes ou servido como testemunha; III-tiver funcionado como juiz de outra instncia, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questo; IV-ele prprio ou seu cnjuge ou parente, consangneo ou afim em linha reta ou colateral at o terceiro grau, inclusive, for parte ou diretamente interessado no feito.Art.253.Nos juzos coletivos, no podero servir no mesmo processo os juzes que forem entre si parentes, consangneos ou afins, em linha reta ou colateral at o terceiro grau, inclusive.Art.254.O juiz dar-se- por suspeito, e, se no o fizer, poder ser recusado por qualquer das partes: I-se for amigo ntimo ou inimigo capital de qualquer deles; II-se ele, seu cnjuge, ascendente ou descendente, estiver respondendo a processo por fato anlogo, sobre cujo carter criminoso haja controvrsia; III-se ele, seu cnjuge, ou parente, consangneo, ou afim, at o terceiro grau, inclusive, sustentar demanda ou responder a processo que tenha de ser julgado por qualquer das partes; IV-se tiver aconselhado qualquer das partes; V-se for credor ou devedor, tutor ou curador, de qualquer das partes; Vl-se for scio, acionista ou administrador de sociedade interessada no processo.Art.255.O impedimento ou suspeio decorrente de parentesco por afinidade cessar pela dissoluo do casamento que Ihe tiver dado causa, salvo sobrevindo descendentes; mas, ainda que dissolvido o casamento sem descendentes, no funcionar como juiz o sogro, o padrasto, o cunhado, o genro ou enteado de quem for parte no processo.Art.256.A suspeio no poder ser declarada nem reconhecida, quando a parte injuriar o juiz ou de propsito der motivo para cri-la.CAPTULO IIDO MINISTRIO PBLICOArt. 257. Ao Ministrio Pblico cabe: I - promover, privativamente, a ao penal pblica, na forma estabelecida neste Cdigo; e II - fiscalizar a execuo da lei. Art.258.Os rgos do Ministrio Pblico no funcionaro nos processos em que o juiz ou qualquer das partes for seu cnjuge, ou parente, consangneo ou afim, em linha reta ou colateral, at o terceiro grau, inclusive, e a eles se estendem, no que Ihes for aplicvel, as prescries relativas suspeio e aos impedimentos dos juzes.CAPTULO IIIDO ACUSADO E SEU DEFENSORArt.261.Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, ser processado ou julgado sem defensor.Pargrafo nico. A defesa tcnica, quando realizada por defensor pblico ou dativo, ser sempre exercida atravs de manifestao fundamentada. Art.262.Ao acusado menor dar-se- curador.Art.263.Se o acusado no o tiver, ser-lhe- nomeado defensor pelo juiz, ressalvado o seu direito de, a todo tempo, nomear outro de sua confiana, ou a si mesmo defender-se, caso tenha habilitao. Pargrafo nico.O acusado, que no for pobre, ser obrigado a pagar os honorrios do defensor dativo, arbitrados pelo juiz.Art.264.Salvo motivo relevante, os advogados e solicitadores sero obrigados, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-ris, a prestar seu patrocnio aos acusados, quando nomeados pelo Juiz.Art. 265. O defensor no poder abandonar o processo seno por motivo imperioso, comunicado previamente o juiz, sob pena de multa de 10 (dez) a 100 (cem) salrios mnimos, sem prejuzo das demais sanes cabveis. 1o A audincia poder ser adiada se, por motivo justificado, o defensor no puder comparecer. 2o Incumbe ao defensor provar o impedimento at a abertura da audincia. No o fazendo, o juiz no determinar o adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que provisoriamente ou s para o efeito do ato. Art.266.A constituio de defensor independer de instrumento de mandato, se o acusado o indicar por ocasio do interrogatrio.Art.267.Nos termos do art. 252, no funcionaro como defensores os parentes do juiz.CAPTULO VDOS FUNCIONRIOS DA JUSTIAArt.274.As prescries sobre suspeio dos juzes estendem-se aos serventurios e funcionrios da justia, no que Ihes for aplicvel.TTULO XDAS CITAES E INTIMAESCAPTULO IDAS CITAESArt.351.A citao inicial far-se- por mandado, quando o ru estiver no territrio sujeito jurisdio do juiz que a houver ordenado.Art.352.O mandado de citao indicar: I-o nome do juiz; II-o nome do querelante nas aes iniciadas por queixa; III-o nome do ru, ou, se for desconhecido, os seus sinais caractersticos; IV-a residncia do ru, se for conhecida; V-o fim para que feita a citao; VI-o juzo e o lugar, o dia e a hora em que o ru dever comparecer; VII-a subscrio do escrivo e a rubrica do juiz.Art.353.Quando o ru estiver fora do territrio da jurisdio do juiz processante, ser citado mediante precatria.Art.354.A precatria indicar: I-o juiz deprecado e o juiz deprecante; II-a sede da jurisdio de um e de outro; Ill-o fim para que feita a citao, com todas as especificaes; IV-o juzo do lugar, o dia e a hora em que o ru dever comparecer.Art.355.A precatria ser devolvida ao juiz deprecante, independentemente de traslado, depois de lanado o "cumpra-se" e de feita a citao por mandado do juiz deprecado. 1oVerificado que o ru se encontra em territrio sujeito jurisdio de outro juiz, a este remeter o juiz deprecado os autos para efetivao da diligncia, desde que haja tempo para fazer-se a citao. 2oCertificado pelo oficial de justia que o ru se oculta para no ser citado, a precatria ser imediatamente devolvida, para o fim previsto noart.362.Art.356.Se houver urgncia, a precatria, que conter em resumo os requisitos enumerados no art.354, poder ser expedida por via telegrfica, depois de reconhecida a firma do juiz, o que a estao expedidora mencionar.Art.357.So requisitos da citao por mandado: I-leitura do mandado ao citando pelo oficial e entrega da contraf, na qual se mencionaro dia e hora da citao; II-declarao do oficial, na certido, da entrega da contraf, e sua aceitao ou recusa.Art.358.A citao do militar far-se- por intermdio do chefe do respectivo servio.Art.359.O dia designado para funcionrio pblico comparecer em juzo, como acusado, ser notificado assim a ele como ao chefe de sua repartio.Art. 360. Se o ru estiver preso, ser pessoalmente citado. Art.361.Se o ru no for encontrado, ser citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias.Art. 362. Verificando que o ru se oculta para no ser citado, o oficial de justia certificar a ocorrncia e proceder citao com hora certa, na forma estabelecida nosarts. 227 a 229 da Lei no5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Cdigo de Processo Civil. Pargrafo nico. Completada a citao com hora certa, se o acusado no comparecer, ser-lhe- nomeado defensor dativo. Art. 363. O processo ter completada a sua formao quando realizada a citao do acusado. I - (revogado); II - (revogado). 1o No sendo encontrado o acusado, ser procedida a citao por edital. 2o(VETADO) 3o(VETADO) 4o Comparecendo o acusado citado por edital, em qualquer tempo, o processo observar o disposto nosarts. 394e seguintes deste Cdigo. Art.364.No caso do artigo anterior, noI, o prazo ser fixado pelo juiz entre 15 (quinze) e 90 (noventa) dias, de acordo com as circunstncias, e, no caso de noII, o prazo ser de trinta dias.Art.365.O edital de citao indicar: I-o nome do juiz que a determinar; II-o nome do ru, ou, se no for conhecido, os seus sinais caractersticos, bem como sua residncia e profisso, se constarem do processo; III-o fim para que feita a citao; IV-o juzo e o dia, a hora e o lugar em que o ru dever comparecer; V-o prazo, que ser contado do dia da publicao do edital na imprensa, se houver, ou da sua afixao. Pargrafo nico.O edital ser afixado porta do edifcio onde funcionar o juzo e ser publicado pela imprensa, onde houver, devendo a afixao ser certificada pelo oficial que a tiver feito e a publicao provada por exemplar do jornal ou certido do escrivo, da qual conste a pgina do jornal com a data da publicao.Art.366. Se o acusado, citado por edital, no comparecer, nem constituir advogado, ficaro suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produo antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar priso preventiva, nos termos do disposto noart.312. Art.367. O processo seguir sem a presena do acusado que, citado ou intimado pessoalmente para qualquer ato, deixar de comparecer sem motivo justificado, ou, no caso de mudana de residncia, no comunicar o novo endereo ao juzo. Art.368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, ser citado mediante carta rogatria, suspendendo-se o curso do prazo de prescrio at o seu cumprimento. Art.369. As citaes que houverem de ser feitas em legaes estrangeiras sero efetuadas mediante carta rogatria. CAPTULO IIDAS INTIMAESArt.370. Nas intimaes dos acusados, das testemunhas e demais pessoas que devam tomar conhecimento de qualquer ato, ser observado, no que for aplicvel, o disposto no Captulo anterior. 1oA intimao do defensor constitudo, do advogado do querelante e do assistente far-se- por publicao no rgo incumbido da publicidade dos atos judiciais da comarca, incluindo, sob pena de nulidade, o nome do acusado. 2oCaso no haja rgo de publicao dos atos judiciais na comarca, a intimao far-se- diretamente pelo escrivo, por mandado, ou via postal com comprovante de recebimento, ou por qualquer outro meio idneo. 3oA intimao pessoal, feita pelo escrivo, dispensar a aplicao a que alude o 1o. 4oA intimao do Ministrio Pblico e do defensor nomeado ser pessoal. Art.371.Ser admissvel a intimao por despacho na petio em que for requerida, observado o disposto noart.357.Art.372.Adiada, por qualquer motivo, a instruo criminal, o juiz marcar desde logo, na presena das partes e testemunhas, dia e hora para seu prosseguimento, do que se lavrar termo nos autos.LIVRO IIDOS PROCESSOS EM ESPCIETTULO IDO PROCESSO COMUMCAPTULO IDA INSTRUO CRIMINALArt. 394. O procedimento ser comum ou especial. 1o O procedimento comum ser ordinrio, sumrio ou sumarssimo: I - ordinrio, quando tiver por objeto crime cuja sano mxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; II - sumrio, quando tiver por objeto crime cuja sano mxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; III - sumarssimo, para as infraes penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei. 2o Aplica-se a todos os processos o procedimento comum, salvo disposies em contrrio deste Cdigo ou de lei especial. 3o Nos processos de competncia do Tribunal do Jri, o procedimento observar as disposies estabelecidas nosarts. 406 a 497 deste Cdigo. 4o As disposies dosarts. 395 a 398 deste Cdigoaplicam-se a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que no regulados neste Cdigo. 5o Aplicam-se subsidiariamente aos procedimentos especial, sumrio e sumarssimo as disposies do procedimento ordinrio. Art. 395. A denncia ou queixa ser rejeitada quando: I - for manifestamente inepta; II - faltar pressuposto processual ou condio para o exerccio da ao penal; ou III - faltar justa causa para o exerccio da ao penal. Pargrafo nico. (Revogado). Art. 396. Nos procedimentos ordinrio e sumrio, oferecida a denncia ou queixa, o juiz, se no a rejeitar liminarmente, receb-la- e ordenar a citao do acusado para responder acusao, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. Pargrafo nico. No caso de citao por edital, o prazo para a defesa comear a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constitudo. Art. 396-A. Na resposta, o acusado poder argir preliminares e alegar tudo o que interesse sua defesa, oferecer documentos e justificaes, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimao, quando necessrio. 1o A exceo ser processada em apartado, nos termos dosarts. 95 a 112 deste Cdigo. 2o No apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, no constituir defensor, o juiz nomear defensor para oferec-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. Art. 397. Aps o cumprimento do disposto noart. 396-A, e pargrafos, deste Cdigo, o juiz dever absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a existncia manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; II - a existncia manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade; III - que o fato narrado evidentemente no constitui crime; ou IV - extinta a punibilidade do agente. Art. 399.Recebida a denncia ou queixa, o juiz designar dia e hora para a audincia, ordenando a intimao do acusado, de seu defensor, do Ministrio Pblico e, se for o caso, do querelante e do assistente. 1o O acusado preso ser requisitado para comparecer ao interrogatrio, devendo o poder pblico providenciar sua apresentao. 2o O juiz que presidiu a instruo dever proferir a sentena. Art. 400. Na audincia de instruo e julgamento, a ser realizada no prazo mximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se- tomada de declaraes do ofendido, inquirio das testemunhas arroladas pela acusao e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto noart. 222 deste Cdigo, bem como aos esclarecimentos dos peritos, s acareaes e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. 1o As provas sero produzidas numa s audincia, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatrias. 2o Os esclarecimentos dos peritos dependero de prvio requerimento das partes. Art. 401. Na instruo podero ser inquiridas at 8 (oito) testemunhas arroladas pela acusao e 8 (oito) pela defesa. 1o Nesse nmero no se compreendem as que no prestem compromisso e as referidas. 2o A parte poder desistir da inquirio de qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto noart. 209 deste Cdigo. Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audincia, o Ministrio Pblico, o querelante e o assistente e, a seguir, o acusado podero requerer diligncias cuja necessidade se origine de circunstncias ou fatos apurados na instruo. Art. 403. No havendo requerimento de diligncias, ou sendo indeferido, sero oferecidas alegaes finais orais por 20 (vinte) minutos, respectivamente, pela acusao e pela defesa, prorrogveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentena. 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um ser individual. 2o Ao assistente do Ministrio Pblico, aps a manifestao desse, sero concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual perodo o tempo de manifestao da defesa. 3o O juiz poder, considerada a complexidade do caso ou o nmero de acusados, conceder s partes o prazo de 5 (cinco) dias sucessivamente para a apresentao de memoriais. Nesse caso, ter o prazo de 10 (dez) dias para proferir a sentena. Art. 404. Ordenado diligncia considerada imprescindvel, de ofcio ou a requerimento da parte, a audincia ser concluda sem as alegaes finais. Pargrafo nico. Realizada, em seguida, a diligncia determinada, as partes apresentaro, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, suas alegaes finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferir a sentena. Art. 405. Do ocorrido em audincia ser lavrado termo em livro prprio, assinado pelo juiz e pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes nela ocorridos. 1o Sempre que possvel, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e testemunhas ser feito pelos meios ou recursos de gravao magntica, estenotipia, digital ou tcnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informaes. 2o No caso de registro por meio audiovisual, ser encaminhado s partes cpia do registro original, sem necessidade de transcrio. CAPTULO II

DO PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA COMPETNCIA DO TRIBUNAL DO JRISeo IDa Acusao e da Instruo PreliminarArt. 406. O juiz, ao receber a denncia ou a queixa, ordenar a citao do acusado para responder a acusao, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias. 1o O prazo previsto nocaputdeste artigo ser contado a partir do efetivo cumprimento do mandado ou do comparecimento, em juzo, do acusado ou de defensor constitudo, no caso de citao invlida ou por edital. 2o A acusao dever arrolar testemunhas, at o mximo de 8 (oito), na denncia ou na queixa. 3o Na resposta, o acusado poder argir preliminares e alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecer documentos e justificaes, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, at o mximo de 8 (oito), qualificando-as e requerendo sua intimao, quando necessrio. Art. 407. As excees sero processadas em apartado, nos termos dosarts. 95 a 112 deste Cdigo. Art. 408. No apresentada a resposta no prazo legal, o juiz nomear defensor para oferec-la em at 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos.Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvir o Ministrio Pblico ou o querelante sobre preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias. Art. 410. O juiz determinar a inquirio das testemunhas e a realizao das diligncias requeridas pelas partes, no prazo mximo de 10 (dez) dias. Art. 411. Na audincia de instruo, proceder-se- tomada de declaraes do ofendido, se possvel, inquirio das testemunhas arroladas pela acusao e pela defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos peritos, s acareaes e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o debate. 1o Os esclarecimentos dos peritos dependero de prvio requerimento e de deferimento pelo juiz. 2o As provas sero produzidas em uma s audincia, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatrias. 3o Encerrada a instruo probatria, observar-se-, se for o caso, o disposto noart. 384 deste Cdigo. 4o As alegaes sero orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, acusao e defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogveis por mais 10 (dez). 5o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para a acusao e a defesa de cada um deles ser individual. 6o Ao assistente do Ministrio Pblico, aps a manifestao deste, sero concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual perodo o tempo de manifestao da defesa. 7o Nenhum ato ser adiado, salvo quando imprescindvel prova faltante, determinando o juiz a conduo coercitiva de quem deva comparecer. 8o A testemunha que comparecer ser inquirida, independentemente da suspenso da audincia, observada em qualquer caso a ordem estabelecida nocaputdeste artigo. 9o Encerrados os debates, o juiz proferir a sua deciso, ou o far em 10 (dez) dias, ordenando que os autos para isso lhe sejam conclusos. Art. 412. O procedimento ser concludo no prazo mximo de 90 (noventa) dias. Seo IIDa Pronncia, da Impronncia e da Absolvio Sumria

Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciar o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existncia de indcios suficientes de autoria ou de participao. 1o A fundamentao da pronncia limitar-se- indicao da materialidade do fato e da existncia de indcios suficientes de autoria ou de participao, devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as circunstncias qualificadoras e as causas de aumento de pena. 2o Se o crime for afianvel, o juiz arbitrar o valor da fiana para a concesso ou manuteno da liberdade provisria. 3o O juiz decidir, motivadamente, no caso de manuteno, revogao ou substituio da priso ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretao da priso ou imposio de quaisquer das medidas previstas noTtulo IX do Livro I deste Cdigo. Art. 414. No se convencendo da materialidade do fato ou da existncia de indcios suficientes de autoria ou de participao, o juiz, fundamentadamente, impronunciar o acusado. Pargrafo nico. Enquanto no ocorrer a extino da punibilidade, poder ser formulada nova denncia ou queixa se houver prova nova. Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolver desde logo o acusado, quando: I provada a inexistncia do fato; II provado no ser ele autor ou partcipe do fato; III o fato no constituir infrao penal; IV demonstrada causa de iseno de pena ou de excluso do crime. Pargrafo nico. No se aplica o disposto no inciso IV docaputdeste artigo ao caso de inimputabilidade prevista nocaputdoart. 26 do Decreto-Lei no2.848, de 7 de dezembro de 1940 Cdigo Penal, salvo quando esta for a nica tese defensiva. Art. 416. Contra a sentena de impronncia ou de absolvio sumria caber apelao. Art. 417. Se houver indcios de autoria ou de participao de outras pessoas no includas na acusao, o juiz, ao pronunciar ou impronunciar o acusado, determinar o retorno dos autos ao Ministrio Pblico, por 15 (quinze) dias, aplicvel, no que couber, oart. 80 deste Cdigo. Art. 418. O juiz poder dar ao fato definio jurdica diversa da constante da acusao, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave. Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discordncia com a acusao, da existncia de crime diverso dos referidos no 1odo art. 74 deste Cdigoe no for competente para o julgamento, remeter os autos ao juiz que o seja. Pargrafo nico. Remetidos os autos do processo a outro juiz, disposio deste ficar o acusado preso. Art. 420. A intimao da deciso de pronncia ser feita: I pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministrio Pblico; II ao defensor constitudo, ao querelante e ao assistente do Ministrio Pblico, na forma do disposto no 1odo art. 370 deste Cdigo. Pargrafo nico. Ser intimado por edital o acusado solto que no for encontrado. Art. 421. Preclusa a deciso de pronncia, os autos sero encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Jri. 1o Ainda que preclusa a deciso de pronncia, havendo circunstncia superveniente que altere a classificao do crime, o juiz ordenar a remessa dos autos ao Ministrio Pblico. 2o Em seguida, os autos sero conclusos ao juiz para deciso. Seo IIIDa Preparao do Processo para Julgamento em Plenrio

Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Jri determinar a intimao do rgo do Ministrio Pblico ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que iro depor em plenrio, at o mximo de 5 (cinco), oportunidade em que podero juntar documentos e requerer diligncia. Art. 423. Deliberando sobre os requerimentos de provas a serem produzidas ou exibidas no plenrio do jri, e adotadas as providncias devidas, o juiz presidente: I ordenar as diligncias necessrias para sanar qualquer nulidade ou esclarecer fato que interesse ao julgamento da causa; II far relatrio sucinto do processo, determinando sua incluso em pauta da reunio do Tribunal do Jri. Art. 424. Quando a lei local de organizao judiciria no atribuir ao presidente do Tribunal do Jri o preparo para julgamento, o juiz competente remeter-lhe- os autos do processo preparado at 5 (cinco) dias antes do sorteio a que se refere oart. 433 deste Cdigo. Pargrafo nico. Devero ser remetidos, tambm, os processos preparados at o encerramento da reunio, para a realizao de julgamento. Seo IVDo Alistamento dos Jurados

Art. 425. Anualmente, sero alistados pelo presidente do Tribunal do Jri de 800 (oitocentos) a 1.500 (um mil e quinhentos) jurados nas comarcas de mais de 1.000.000 (um milho) de habitantes, de 300 (trezentos) a 700 (setecentos) nas comarcas de mais de 100.000 (cem mil) habitantes e de 80 (oitenta) a 400 (quatrocentos) nas comarcas de menor populao. 1o Nas comarcas onde for necessrio, poder ser aumentado o nmero de jurados e, ainda, organizada lista de suplentes, depositadas as cdulas em urna especial, com as cautelas mencionadas na parte final do 3odo art. 426 deste Cdigo. 2o O juiz presidente requisitar s autoridades locais, associaes de classe e de bairro, entidades associativas e culturais, instituies de ensino em geral, universidades, sindicatos, reparties pblicas e outros ncleos comunitrios a indicao de pessoas que renam as condies para exercer a funo de jurado. Art. 426. A lista geral dos jurados, com indicao das respectivas profisses, ser publicada pela imprensa at o dia 10 de outubro de cada ano e divulgada em editais afixados porta do Tribunal do Jri. 1o A lista poder ser alterada, de ofcio ou mediante reclamao de qualquer do povo ao juiz presidente at o dia 10 de novembro, data de sua publicao definitiva. 2o Juntamente com a lista, sero transcritos osarts. 436 a 446 deste Cdigo. 3o Os nomes e endereos dos alistados, em cartes iguais, aps serem verificados na presena do Ministrio Pblico, de advogado indicado pela Seo local da Ordem dos Advogados do Brasil e de defensor indicado pelas Defensorias Pblicas competentes, permanecero guardados em urna fechada a chave, sob a responsabilidade do juiz presidente. 4o O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentena nos 12 (doze) meses que antecederem publicao da lista geral fica dela excludo. 5o Anualmente, a lista geral de jurados ser, obrigatoriamente, completada. Seo VDo Desaforamento

Art. 427. Se o interesse da ordem pblica o reclamar ou houver dvida sobre a imparcialidade do jri ou a segurana pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministrio Pblico, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representao do juiz competente, poder determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma regio, onde no existam aqueles motivos, preferindo-se as mais prximas. 1o O pedido de desaforamento ser distribudo imediatamente e ter preferncia de julgamento na Cmara ou Turma competente. 2o Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poder determinar, fundamentadamente, a suspenso do julgamento pelo jri. 3o Ser ouvido o juiz presidente, quando a medida no tiver sido por ele solicitada. 4o Na pendncia de recurso contra a deciso de pronncia ou quando efetivado o julgamento, no se admitir o pedido de desaforamento, salvo, nesta ltima hiptese, quanto a fato ocorrido durante ou aps a realizao de julgamento anulado. Art. 428. O desaforamento tambm poder ser determinado, em razo do comprovado excesso de servio, ouvidos o juiz presidente e a parte contrria, se o julgamento no puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trnsito em julgado da deciso de pronncia. 1o Para a contagem do prazo referido neste artigo, no se computar o tempo de adiamentos, diligncias ou incidentes de interesse da defesa. 2o No havendo excesso de servio ou existncia de processos aguardando julgamento em quantidade que ultrapasse a possibilidade de apreciao pelo Tribunal do Jri, nas reunies peridicas previstas para o exerccio, o acusado poder requerer ao Tribunal que determine a imediata realizao do julgamento. Seo VIDa Organizao da Pauta

Art. 429. Salvo motivo relevante que autorize alterao na ordem dos julgamentos, tero preferncia: I os acusados presos; II dentre os acusados presos, aqueles que estiverem h mais tempo na priso; III em igualdade de condies, os precedentemente pronunciados. 1o Antes do dia designado para o primeiro julgamento da reunio peridica, ser afixada na porta do edifcio do Tribunal do Jri a lista dos processos a serem julgados, obedecida a ordem prevista nocaputdeste artigo. 2o O juiz presidente reservar datas na mesma reunio peridica para a incluso de processo que tiver o julgamento adiado. Art. 430. O assistente somente ser admitido se tiver requerido sua habilitao at 5 (cinco) dias antes da data da sesso na qual pretenda atuar. Art. 431. Estando o processo em ordem, o juiz presidente mandar intimar as partes, o ofendido, se for possvel, as testemunhas e os peritos, quando houver requerimento, para a sesso de instruo e julgamento, observando, no que couber, o disposto no art. 420 deste Cdigo. Seo VIIDo Sorteio e da Convocao dos Jurados

Art. 432. Em seguida organizao da pauta, o juiz presidente determinar a intimao do Ministrio Pblico, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pblica para acompanharem, em dia e hora designados, o sorteio dos jurados que atuaro na reunio peridica. Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se- a portas abertas, cabendo-lhe retirar as cdulas at completar o nmero de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunio peridica ou extraordinria. 1o O sorteio ser realizado entre o 15o(dcimo quinto) e o 10o(dcimo) dia til antecedente instalao da reunio. 2o A audincia de sorteio no ser adiada pelo no comparecimento das partes. 3o O jurado no sorteado poder ter o seu nome novamente includo para as reunies futurasArt. 434. Os jurados sorteados sero convocados pelo correio ou por qualquer outro meio hbil para comparecer no dia e hora designados para a reunio, sob as penas da lei. Pargrafo nico. No mesmo expediente de convocao sero transcritos osarts. 436 a 446 deste Cdigo. Art. 435. Sero afixados na porta do edifcio do Tribunal do Jri a relao dos jurados convocados, os nomes do acusado e dos procuradores das partes, alm do dia, hora e local das sesses de instruo e julgamento. Seo VIIIDa Funo do Jurado

Art. 436. O servio do jri obrigatrio. O alistamento compreender os cidados maiores de 18 (dezoito) anos de notria idoneidade. 1o Nenhum cidado poder ser excludo dos trabalhos do jri ou deixar de ser alistado em razo de cor ou etnia, raa, credo, sexo, profisso, classe social ou econmica, origem ou grau de instruo. 2o A recusa injustificada ao servio do jri acarretar multa no valor de 1 (um) a 10 (dez) salrios mnimos, a critrio do juiz, de acordo com a condio econmica do jurado. Art. 437. Esto isentos do servio do jri: I o Presidente da Repblica e os Ministros de Estado; II os Governadores e seus respectivos Secretrios; III os membros do Congresso Nacional, das Assemblias Legislativas e das Cmaras Distrital e Municipais; IV os Prefeitos Municipais; V os Magistrados e membros do Ministrio Pblico e da Defensoria Pblica; VI os servidores do Poder Judicirio, do Ministrio Pblico e da Defensoria Pblica; VII as autoridades e os servidores da polcia e da segurana pblica; VIII os militares em servio ativo; IX os cidados maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispensa; X aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento. Art. 438. A recusa ao servio do jri fundada em convico religiosa, filosfica ou poltica importar no dever de prestar servio alternativo, sob pena de suspenso dos direitos polticos, enquanto no prestar o servio imposto. 1o Entende-se por servio alternativo o exerccio de atividades de carter administrativo, assistencial, filantrpico ou mesmo produtivo, no Poder Judicirio, na Defensoria Pblica, no Ministrio Pblico ou em entidade conveniada para esses fins. 2o O juiz fixar o servio alternativo atendendo aos princpios da proporcionalidade e da razoabilidade. Art. 439. O exerccio efetivo da funo de jurado constituir servio pblico relevante e estabelecer presuno de idoneidade moral. Art. 440. Constitui tambm direito do jurado, na condio doart. 439 deste Cdigo, preferncia, em igualdade de condies, nas licitaes pblicas e no provimento, mediante concurso, de cargo ou funo pblica, bem como nos casos de promoo funcional ou remoo voluntria. Art. 441. Nenhum desconto ser feito nos vencimentos ou salrio do jurado sorteado que comparecer sesso do jri. Art. 442. Ao jurado que, sem causa legtima, deixar de comparecer no dia marcado para a sesso ou retirar-se antes de ser dispensado pelo presidente ser aplicada multa de 1 (um) a 10 (dez) salrios mnimos, a critrio do juiz, de acordo com a sua condio econmica. Art. 443. Somente ser aceita escusa fundada em motivo relevante devidamente comprovado e apresentada, ressalvadas as hipteses de fora maior, at o momento da chamada dos jurados. Art. 444. O jurado somente ser dispensado por deciso motivada do juiz presidente, consignada na ata dos trabalhos. Art. 445. O jurado, no exerccio da funo ou a pretexto de exerc-la, ser responsvel criminalmente nos mesmos termos em que o so os juzes togados. Art. 446. Aos suplentes, quando convocados, sero aplicveis os dispositivos referentes s dispensas, faltas e escusas e equiparao de responsabilidade penal prevista noart. 445 deste Cdigo. Seo IXDa Composio do Tribunal do Jri e da Formao do Conselho de Sentena

Art. 447. O Tribunal do Jri composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que sero sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituiro o Conselho de Sentena em cada sesso de julgamento. Art. 448. So impedidos de servir no mesmo Conselho: I marido e mulher; II ascendente e descendente; III sogro e genro ou nora; IV irmos e cunhados, durante o cunhadio; V tio e sobrinho; VI padrasto, madrasta ou enteado. 1o O mesmo impedimento ocorrer em relao s pessoas que mantenham unio estvel reconhecida como entidade familiar. 2o Aplicar-se- aos jurados o disposto sobre os impedimentos, a suspeio e as incompatibilidades dos juzes togados. Art. 449. No poder servir o jurado que: I tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa determinante do julgamento posterior; II no caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de Sentena que julgou o outro acusado; III tiver manifestado prvia disposio para condenar ou absolver o acusado. Art. 450. Dos impedidos entre si por parentesco ou relao de convivncia, servir o que houver sido sorteado em primeiro lugar. Art. 451. Os jurados excludos por impedimento, suspeio ou incompatibilidade sero considerados para a constituio do nmero legal exigvel para a realizao da sesso. Art. 452. O mesmo Conselho de Sentena poder conhecer de mais de um processo, no mesmo dia, se as partes o aceitarem, hiptese em que seus integrantes devero prestar novo compromisso. Seo XDa reunio e das sesses do Tribunal do Jri

Art. 453. O Tribunal do Jri reunir-se- para as sesses de instruo e julgamento nos perodos e na forma estabelecida pela lei local de organizao judiciria. Art. 454. At o momento de abertura dos trabalhos da sesso, o juiz presidente decidir os casos de iseno e dispensa de jurados e o pedido de adiamento de julgamento, mandando consignar em ata as deliberaes. Art. 455. Se o Ministrio Pblico no comparecer, o juiz presidente adiar o julgamento para o primeiro dia desimpedido da mesma reunio, cientificadas as partes e as testemunhas. Pargrafo nico. Se a ausncia no for justificada, o fato ser imediatamente comunicado ao Procurador-Geral de Justia com a data designada para a nova sesso. Art. 456. Se a falta, sem escusa legtima, for do advogado do acusado, e se outro no for por este constitudo, o fato ser imediatamente comunicado ao presidente da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil, com a data designada para a nova sesso. 1o No havendo escusa legtima, o julgamento ser adiado somente uma vez, devendo o acusado ser julgado quando chamado novamente. 2o Na hiptese do 1odeste artigo, o juiz intimar a Defensoria Pblica para o novo julgamento, que ser adiado para o primeiro dia desimpedido, observado o prazo mnimo de 10 (dez) dias. Art. 457. O julgamento no ser adiado pelo no comparecimento do acusado solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado. 1o Os pedidos de adiamento e as justificaes de no comparecimento devero ser, salvo comprovado motivo de fora maior, previamente submetidos apreciao do juiz presidente do Tribunal do Jri. 2o Se o acusado preso no for conduzido, o julgamento ser adiado para o primeiro dia desimpedido da mesma reunio, salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento subscrito por ele e seu defensor. Art. 458. Se a testemunha, sem justa causa, deixar de comparecer, o juiz presidente, sem prejuzo da ao penal pela desobedincia, aplicar-lhe- a multa prevista no 2odo art. 436 deste Cdigo. Art. 459. Aplicar-se- s testemunhas a servio do Tribunal do Jri o disposto noart. 441 deste Cdigo. Art. 460.Antes de constitudo o Conselho de Sentena, as testemunhas sero recolhidas a lugar onde umas no possam ouvir os depoimentos das outras. Art. 461. O julgamento no ser adiado se a testemunha deixar de comparecer, salvo se uma das partes tiver requerido a sua intimao por mandado, na oportunidade de que trata oart. 422 deste Cdigo, declarando no prescindir do depoimento e indicando a sua localizao. 1o Se, intimada, a testemunha no comparecer, o juiz presidente suspender os trabalhos e mandar conduzi-la ou adiar o julgamento para o primeiro dia desimpedido, ordenando a sua conduo. 2o O julgamento ser realizado mesmo na hiptese de a testemunha no ser encontrada no local indicado, se assim for certificado por oficial de justia. Art. 462. Realizadas as diligncias referidas nosarts. 454 a 461 deste Cdigo, o juiz presidente verificar se a urna contm as cdulas dos 25 (vinte e cinco) jurados sorteados, mandando que o escrivo proceda chamada deles. Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarar instalados os trabalhos, anunciando o processo que ser submetido a julgamento. 1o O oficial de justia far o prego, certificando a diligncia nos autos. 2o Os jurados excludos por impedimento ou suspeio sero computados para a constituio do nmero legal. Art. 464. No havendo o nmero referido noart. 463 deste Cdigo, proceder-se- ao sorteio de tantos suplentes quantos necessrios, e designar-se- nova data para a sesso do jri. Art. 465. Os nomes dos suplentes sero consignados em ata, remetendo-se o expediente de convocao, com observncia do disposto nosarts. 434 e 435 deste Cdigo. Art. 466. Antes do sorteio dos membros do Conselho de Sentena, o juiz presidente esclarecer sobre os impedimentos, a suspeio e as incompatibilidades constantes dosarts. 448 e 449 deste Cdigo. 1o O juiz presidente tambm advertir os jurados de que, uma vez sorteados, no podero comunicar-se entre si e com outrem, nem manifestar sua opinio sobre o processo, sob pena de excluso do Conselho e multa, na forma do 2odo art. 436 deste Cdigo. 2o A incomunicabilidade ser certificada nos autos pelo oficial de justia. Art. 467. Verificando que se encontram na urna as cdulas relativas aos jurados presentes, o juiz presidente sortear 7 (sete) dentre eles para a formao do Conselho de Sentena. Art. 468. medida que as cdulas forem sendo retiradas da urna, o juiz presidente as ler, e a defesa e, depois dela, o Ministrio Pblico podero recusar os jurados sorteados, at 3 (trs) cada parte, sem motivar a recusa. Pargrafo nico. O jurado recusado imotivadamente por qualquer das partes ser excludo daquela sesso de instruo e julgamento, prosseguindo-se o sorteio para a composio do Conselho de Sentena com os jurados remanescentes.(Includo pela Lei n 11.689, de 2008)Art. 469. Se forem 2 (dois) ou mais os acusados, as recusas podero ser feitas por um s defensor. 1o A separao dos julgamentos somente ocorrer se, em razo das recusas, no for obtido o nmero mnimo de 7 (sete) jurados para compor o Conselho de Sentena. 2o Determinada a separao dos julgamentos, ser julgado em primeiro lugar o acusado a quem foi atribuda a autoria do fato ou, em caso de co-autoria, aplicar-se- o critrio de preferncia disposto noart. 429 deste Cdigo. Art. 470. Desacolhida a argio de impedimento, de suspeio ou de incompatibilidade contra o juiz presidente do Tribunal do Jri, rgo do Ministrio Pblico, jurado ou qualquer funcionrio, o julgamento no ser suspenso, devendo, entretanto, constar da ata o seu fundamento e a deciso. Art. 471. Se, em conseqncia do impedimento, suspeio, incompatibilidade, dispensa ou recusa, no houver nmero para a formao do Conselho, o julgamento ser adiado para o primeiro dia desimpedido, aps sorteados os suplentes, com observncia do disposto noart. 464 deste Cdigo. Art. 472. Formado o Conselho de Sentena, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os presentes, far aos jurados a seguinte exortao: Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa deciso de acordo com a vossa conscincia e os ditames da justia. Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, respondero: Assim o prometo. Pargrafo nico. O jurado, em seguida, receber cpias da pronncia ou, se for o caso, das decises posteriores que julgaram admissvel a acusao e do relatrio do processo. Seo XIDa Instruo em Plenrio

Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, ser iniciada a instruo plenria quando o juiz presidente, o Ministrio Pblico, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomaro, sucessiva e diretamente, as declaraes do ofendido, se possvel, e inquiriro as testemunhas arroladas pela acusao. 1o Para a inquirio das testemunhas arroladas pela defesa, o defensor do acusado formular as perguntas antes do Ministrio Pblico e do assistente, mantidos no mais a ordem e os critrios estabelecidos neste artigo. 2o Os jurados podero formular perguntas ao ofendido e s testemunhas, por intermdio do juiz presidente. 3o As partes e os jurados podero requerer acareaes, reconhecimento de pessoas e coisas e esclarecimento dos peritos, bem como a leitura de peas que se refiram, exclusivamente, s provas colhidas por carta precatria e s provas cautelares, antecipadas ou no repetveis. Art. 474. A seguir ser o acusado interrogado, se estiver presente, na forma estabelecida noCaptulo III do Ttulo VII do Livro I deste Cdigo, com as alteraes introduzidas nesta Seo. 1o O Ministrio Pblico, o assistente, o querelante e o defensor, nessa ordem, podero formular, diretamente, perguntas ao acusado. 2o Os jurados formularo perguntas por intermdio do juiz presidente. 3o No se permitir o uso de algemas no acusado durante o perodo em que permanecer no plenrio do jri, salvo se absolutamente necessrio ordem dos trabalhos, segurana das testemunhas ou garantia da integridade fsica dos presentes. Art. 475. O registro dos depoimentos e do interrogatrio ser feito pelos meios ou recursos de gravao magntica, eletrnica, estenotipia ou tcnica similar, destinada a obter maior fidelidade e celeridade na colheita da prova. Pargrafo nico. A transcrio do registro, aps feita a degravao, constar dos autos. Seo XIIDos Debates

Art. 476. Encerrada a instruo, ser concedida a palavra ao Ministrio Pblico, que far a acusao, nos limites da pronncia ou das decises posteriores que julgaram admissvel a acusao, sustentando, se for o caso, a existncia de circunstncia agravante. 1o O assistente falar depois do Ministrio Pblico. 2o Tratando-se de ao penal de iniciativa privada, falar em primeiro lugar o querelante e, em seguida, o Ministrio Pblico, salvo se este houver retomado a titularidade da ao, na forma doart. 29 deste Cdigo. 3o Finda a acusao, ter a palavra a defesa. 4o A acusao poder replicar e a defesa treplicar, sendo admitida a reinquirio de testemunha j ouvida em plenrio. Art. 477. O tempo destinado acusao e defesa ser de uma hora e meia para cada, e de uma hora para a rplica e outro tanto para a trplica. 1o Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinaro entre si a distribuio do tempo, que, na falta de acordo, ser dividido pelo juiz presidente, de forma a no exceder o determinado neste artigo. 2o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo para a acusao e a defesa ser acrescido de 1 (uma) hora e elevado ao dobro o da rplica e da trplica, observado o disposto no 1odeste artigo. Art. 478. Durante os debates as partes no podero, sob pena de nulidade, fazer referncias: I deciso de pronncia, s decises posteriores que julgaram admissvel a acusao ou determinao do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado; II ao silncio do acusado ou ausncia de interrogatrio por falta de requerimento, em seu prejuzo. Art. 479. Durante o julgamento no ser permitida a leitura de documento ou a exibio de objeto que no tiver sido juntado aos autos com a antecedncia mnima de 3 (trs) dias teis, dando-se cincia outra parte. Pargrafo nico. Compreende-se na proibio deste artigo a leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem como a exibio de vdeos, gravaes, fotografias, laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo contedo versar sobre a matria de fato submetida apreciao e julgamento dos jurados. Art. 480. A acusao, a defesa e os jurados podero, a qualquer momento e por intermdio do juiz presidente, pedir ao orador que indique a folha dos autos onde se encontra a pea por ele lida ou citada, facultando-se, ainda, aos jurados solicitar-lhe, pelo mesmo meio, o esclarecimento de fato por ele alegado. 1o Concludos os debates, o presidente indagar dos jurados se esto habilitados a julgar ou se necessitam de outros esclarecimentos. 2o Se houver dvida sobre questo de fato, o presidente prestar esclarecimentos vista dos autos. 3o Os jurados, nesta fase do procedimento, tero acesso aos autos e aos instrumentos do crime se solicitarem ao juiz presidente. Art. 481. Se a verificao de qualquer fato, reconhecida como essencial para o julgamento da causa, no puder ser realizada imediatamente, o juiz presidente dissolver o Conselho, ordenando a realizao das diligncias entendidas necessrias. Pargrafo nico. Se a diligncia consistir na produo de prova pericial, o juiz presidente, desde logo, nomear perito e formular quesitos, facultando s partes tambm formul-los e indicar assistentes tcnicos, no prazo de 5 (cinco) dias. Seo XIIIDo Questionrio e sua Votao

Art. 482. O Conselho de Sentena ser questionado sobre matria de fato e se o acusado deve ser absolvido. Pargrafo nico. Os quesitos sero redigidos em proposies afirmativas, simples e distintas, de modo que cada um deles possa ser respondido com suficiente clareza e necessria preciso. Na sua elaborao, o presidente levar em conta os termos da pronncia ou das decises posteriores que julgaram admissvel a acusao, do interrogatrio e das alegaes das partes. Art. 483. Os quesitos sero formulados na seguinte ordem, indagando sobre: I a materialidade do fato; II a autoria ou participao; III se o acusado deve ser absolvido; IV se existe causa de diminuio de pena alegada pela defesa; V se existe circunstncia qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas na pronncia ou em decises posteriores que julgaram admissvel a acusao. 1o A resposta negativa, de mais de 3 (trs) jurados, a qualquer dos quesitos referidos nos incisos I e II docaputdeste artigo encerra a votao e implica a absolvio do acusado. 2o Respondidos afirmativamente por mais de 3 (trs) jurados os quesitos relativos aos incisos I e II docaputdeste artigo ser formulado quesito com a seguinte redao: O jurado absolve o acusado? 3o Decidindo os jurados pela condenao, o julgamento prossegue, devendo ser formulados quesitos sobre: I causa de diminuio de pena alegada pela defesa; II circunstncia qualificadora ou causa de aumento de pena, reconhecidas na pronncia ou em decises posteriores que julgaram admissvel a acusao. 4o Sustentada a desclassificao da infrao para outra de competncia do juiz singular, ser formulado quesito a respeito, para ser respondido aps o 2o(segundo) ou 3o(terceiro) quesito, conforme o caso. 5o Sustentada a tese de ocorrncia do crime na sua forma tentada ou havendo divergncia sobre a tipificao do delito, sendo este da competncia do Tribunal do Jri, o juiz formular quesito acerca destas questes, para ser respondido aps o segundo quesito. 6o Havendo mais de um crime ou mais de um acusado, os quesitos sero formulados em sries distintas. Art. 484. A seguir, o presidente ler os quesitos e indagar das partes se tm requerimento ou reclamao a fazer, devendo qualquer deles, bem como a deciso, constar da ata. Pargrafo nico. Ainda em plenrio, o juiz presidente explicar aos jurados o significado de cada quesito. Art. 485. No havendo dvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministrio Pblico, o assistente, o querelante, o defensor do acusado, o escrivo e o oficial de justia dirigir-se-o sala especial a fim de ser procedida a votao. 1o Na falta de sala especial, o juiz presidente determinar que o pblico se retire, permanecendo somente as pessoas mencionadas nocaputdeste artigo. 2o O juiz presidente advertir as partes de que no ser permitida qualquer interveno que possa perturbar a livre manifestao do Conselho e far retirar da sala quem se portar inconvenientemente. Art. 486. Antes de proceder-se votao de cada quesito, o juiz presidente mandar distribuir aos jurados pequenas cdulas, feitas de papel opaco e facilmente dobrveis, contendo 7 (sete) delas a palavrasim, 7 (sete) a palavrano. Art. 487. Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justia recolher em urnas separadas as cdulas correspondentes aos votos e as no utilizadas. Art. 488. Aps a resposta, verificados os votos e as cdulas no utilizadas, o presidente determinar que o escrivo registre no termo a votao de cada quesito, bem como o resultado do julgamento. Pargrafo nico. Do termo tambm constar a conferncia das cdulas no utilizadas. Art. 489. As decises do Tribunal do Jri sero tomadas por maioria de votos. Art. 490. Se a resposta a qualquer dos quesitos estiver em contradio com outra ou outras j dadas, o presidente, explicando aos jurados em que consiste a contradio, submeter novamente votao os quesitos a que se referirem tais respostas. Pargrafo nico. Se, pela resposta dada a um dos quesitos, o presidente verificar que ficam prejudicados os seguintes, assim o declarar, dando por finda a votao. Art. 491. Encerrada a votao, ser o termo a que se refere oart. 488 deste Cdigoassinado pelo presidente, pelos jurados e pelas partes. Seo XIVDa sentena

Art. 492. Em seguida, o presidente proferir sentena que: I no caso de condenao: a) fixar a pena-base; b) considerar as circunstncias agravantes ou atenuantes alegadas nos debates; c) impor os aumentos ou diminuies da pena, em ateno s causas admitidas pelo jri; d) observar as demais disposies doart. 387 deste Cdigo; e) mandar o acusado recolher-se ou recomend-lo- priso em que se encontra, se presentes os requisitos da priso preventiva; f) estabelecer os efeitos genricos e especficos da condenao; II no caso de absolvio: a) mandar colocar em liberdade o acusado se por outro motivo no estiver preso; b) revogar as medidas restritivas provisoriamente decretadas; c) impor, se for o caso, a medida de segurana cabvel. 1o Se houver desclassificao da infrao para outra, de competncia do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Jri caber proferir sentena em seguida, aplicando-se, quando o delito resultante da nova tipificao for considerado pela lei como infrao penal de menor potencial ofensivo, o disposto nosarts. 69 e seguintes da Lei no9.099, de 26 de setembro de 1995. 2o Em caso de desclassificao, o crime conexo que no seja doloso contra a vida ser julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Jri, aplicando-se, no que couber, o disposto no 1odeste artigo. Art. 493. A sentena ser lida em plenrio pelo presidente antes de encerrada a sesso de instruo e julgamento.Seo XVDa Ata dos Trabalhos

Art. 494. De cada sesso de julgamento o escrivo lavrar ata, assinada pelo presidente e pelas partes. Art. 495. A ata descrever fielmente todas as ocorrncias, mencionando obrigatoriamente: I a data e a hora da instalao dos trabalhos; II o magistrado que presidiu a sesso e os jurados presentes; III os jurados que deixaram de comparecer, com escusa ou sem ela, e as sanes aplicadas; IV o ofcio ou requerimento de iseno ou dispensa; V o sorteio dos jurados suplentes; VI o adiamento da sesso, se houver ocorrido, com a indicao do motivo; VII a abertura da sesso e a presena do Ministrio Pblico, do querelante e do assistente, se houver, e a do defensor do acusado; VIII o prego e a sano imposta, no caso de no comparecimento; IX as testemunhas dispensadas de depor; X o recolhimento das testemunhas a lugar de onde umas no pudessem ouvir o depoimento das outras; XI a verificao das cdulas pelo juiz presidente; XII a formao do Conselho de Sentena, com o registro dos nomes dos jurados sorteados e recusas; XIII o compromisso e o interrogatrio, com simples referncia ao termo; XIV os debates e as alegaes das partes com os respectivos fundamentos; XV os incidentes; XVI o julgamento da causa; XVII a publicidade dos atos da instruo plenria, das diligncias e da sentena. Art. 496. A falta da ata sujeitar o responsvel a sanes administrativa e penal. Seo XVIDas Atribuies do Presidente do Tribunal do Jri

Art. 497. So atribuies do juiz presidente do Tribunal do Jri, alm de outras expressamente referidas neste Cdigo: I regular a polcia das sesses e prender os desobedientes; II requisitar o auxlio da fora pblica, que ficar sob sua exclusiva autoridade; III dirigir os debates, intervindo em caso de abuso, excesso de linguagem ou mediante requerimento de uma das partes; IV resolver as questes incidentes que no dependam de pronunciamento do jri; V nomear defensor ao acusado, quando consider-lo indefeso, podendo, neste caso, dissolver o Conselho e designar novo dia para o julgamento, com a nomeao ou a constituio de novo defensor; VI mandar retirar da sala o acusado que dificultar a realizao do julgamento, o qual prosseguir sem a sua presena; VII suspender a sesso pelo tempo indispensvel realizao das diligncias requeridas ou entendidas necessrias, mantida a incomunicabilidade dos jurados; VIII interromper a sesso por tempo razovel, para proferir sentena e para repouso ou refeio dos jurados; IX decidir, de ofcio, ouvidos o Ministrio Pblico e a defesa, ou a requerimento de qualquer destes, a argio de extino de punibilidade; X resolver as questes de direito suscitadas no curso do julgamento; XI determinar, de ofcio ou a requerimento das partes ou de qualquer jurado, as diligncias destinadas a sanar nulidade ou a suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade; XII regulamentar, durante os debates, a interveno de uma das partes, quando a outra estiver com a palavra, podendo conceder at 3 (trs) minutos para cada aparte requerido, que sero acrescidos ao tempo desta ltima. CAPTULO VDO PROCESSO SUMRIOArt. 531. Na audincia de instruo e julgamento, a ser realizada no prazo mximo de 30 (trinta) dias, proceder-se- tomada de declaraes do ofendido, se possvel, inquirio das testemunhas arroladas pela acusao e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto noart. 222 deste Cdigo, bem como aos esclarecimentos dos peritos, s acareaes e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se, finalmente, ao debate. Art. 532. Na instruo, podero ser inquiridas at 5 (cinco) testemunhas arroladas pela acusao e 5 (cinco) pela defesa. Art. 533. Aplica-se ao procedimento sumrio o disposto nos pargrafos doart. 400 deste Cdigo. Art. 534. As alegaes finais sero orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, acusao e defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentena. 1o Havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um ser individual. 2o Ao assistente do Ministrio Pblico, aps a manifestao deste, sero concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual perodo o tempo de manifestao da defesa. Art. 535. Nenhum ato ser adiado, salvo quando imprescindvel a prova faltante, determinando o juiz a conduo coercitiva de quem deva comparecer. Art. 536. A testemunha que comparecer ser inquirida, independentemente da suspenso da audincia, observada em qualquer caso a ordem estabelecida noart. 531 deste Cdigo.

Art 537 Revogado

Art. 538. Nas infraes penais de menor potencial ofensivo, quando o juizado especial criminal encaminhar ao juzo comum as peas existentes para a adoo de outro procedimento, observar-se- o procedimento sumrio previsto neste Captulo.

CAPTULO VIDO PROCESSO DE RESTAURAO DE AUTOS EXTRAVIADOS OU DESTRUDOSArt.541.Os autos originais de processo penal extraviados ou destrudos, em primeira ou segunda instncia, sero restaurados. 1oSe existir e for exibida cpia autntica ou certido do processo, ser uma ou outra considerada como original. 2oNa falta de cpia autntica ou certido do processo, o juiz mandar, de ofcio, ou a requerimento de qualquer das partes, que: a) o escrivo certifique o estado do processo, segundo a sua lembrana, e reproduza o que houver a respeito em seus protocolos e registros; b) sejam requisitadas cpias do que constar a respeito no Instituto Mdico-Legal, no Instituto de Identificao e Estatstica ou em estabelecimentos congneres, reparties pblicas, penitencirias ou cadeias; c) as partes sejam citadas pessoalmente, ou, se no forem encontradas, por edital, com o prazo de dez dias, para o processo de restaurao dos autos. 3oProceder-se- restaurao na primeira instncia, ainda que os autos se tenham extraviado na segunda.Art.542.No dia designado, as partes sero ouvidas, mencionando-se em termo circunstanciado os pontos em que estiverem acordes e a exibio e a conferncia das certides e mais reprodues do processo apresentadas e conferidas.Art.543.O juiz determinar as diligncias necessrias para a restaurao, observando-se o seguinte: I-caso ainda no tenha sido proferida a sentena, reinquirir-se-o as testemunhas podendo ser substitudas as que tiverem falecido ou se encontrarem em lugar no sabido; II-os exames periciais, quando possvel, sero repetidos, e de preferncia pelos mesmos peritos; III-a prova documental ser reproduzida por meio de cpia autntica ou, quando impossvel, por meio de testemunhas; IV-podero tambm ser inquiridas sobre os atos do processo, que dever ser restaurado, as autoridades, os serventurios, os peritos e mais pessoas que tenham nele funcionado; V-o Ministrio Pblico e as partes podero oferecer testemunhas e produzir documentos, para provar o teor do processo extraviado ou destrudo.Art.544.Realizadas as diligncias que, salvo motivo de fora maior, devero concluir-se dentro de vinte dias, sero os autos conclusos para julgamento. Pargrafo nico.No curso do processo, e depois de subirem os autos conclusos para sentena, o juiz poder, dentro em cinco dias, requisitar de autoridades ou de reparties todos os esclarecimentos para a restaurao.Art.545.Os selos e as taxas judicirias, j pagos nos autos originais, no sero novamente cobrados.Art.546.Os causadores de extravio de autos respondero pelas custas, em dobro, sem prejuzo da responsabilidade criminal.Art.547.Julgada a restaurao, os autos respectivos valero pelos originais. Pargrafo nico.Se no curso da restaurao aparecerem os autos originais, nestes continuar o processo, apensos a eles os autos da restaurao.Art.548.At deciso que julgue restaurados os autos, a sentena condenatria em execuo continuar a produzir efeito, desde que conste da respectiva guia arquivada na cadeia ou na penitenciria, onde o ru estiver cumprindo a pena, ou de registro que torne a sua existncia inequvoca.TTULO IIDOS RECURSOS EM GERALCAPTULO IDISPOSIES GERAISArt.574.Os recursos sero voluntrios, excetuando-se os seguintes casos, em que devero ser interpostos, de ofcio, pelo juiz: I-da sentena que concederhabeas corpus; II-da que absolver desde logo o ru com fundamento na existncia de circunstncia que exclua o crime ou isente o ru de pena, nos termos doart.411.Art.575.No sero prejudicados os recursos que, por erro, falta ou omisso dos funcionrios, no tiverem seguimento ou no forem apresentados dentro do prazo.Art.576.O Ministrio Pblico no poder desistir de recurso que haja interposto.Art.577.O recurso poder ser interposto pelo Ministrio Pblico, ou pelo querelante, ou pelo ru, seu procurador ou seu defensor. Pargrafo nico.No se admitir, entretanto, recurso da parte que no tiver interesse na reforma ou modificao da deciso.Art.578.O recurso ser interposto por petio ou por termo nos autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante. 1oNo sabendo ou no podendo o ru assinar o nome, o termo ser assinado por algum, a seu rogo, na presena de duas testemunhas. 2oA petio de interposio de recurso, com o despacho do juiz, ser, at o dia seguinte ao ltimo do prazo, entregue ao escrivo, que certificar no termo da juntada a data da entrega. 3oInterposto por termo o recurso, o escrivo, sob pena de suspenso por dez a trinta dias, far conclusos os autos ao juiz, at o dia seguinte ao ltimo do prazo.Art.579.Salvo a hiptese de m-f, a parte no ser prejudicada pela interposio de um recurso por outro. Pargrafo nico.Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandar process-lo de acordo com o rito do recurso cabvel.Art.580.No caso de concurso de agentes (Cdigo Penal, art.25), a deciso do recurso interposto por um dos rus, se fundado em motivos que no sejam de carter exclusivamente pessoal, aproveitar aos outros.CAPTULO IIDO RECURSO EM SENTIDO ESTRITOArt.581.Caber recurso, no sentido estrito, da deciso, despacho ou sentena: I-que no receber a denncia ou a queixa; II-que concluir pela incompetncia do juzo; III-que julgar procedentes as excees, salvo a de suspeio;IV que pronunciar o ru; V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidnea a fiana, indeferir requerimento de priso preventiva ou revog-la, conceder liberdade provisria ou relaxar a priso em flagrante; VII-que julgar quebrada a fiana ou perdido o seu valor; VIII-que decretar a prescrio ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade; IX-que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrio ou de outra causa extintiva da punibilidade; X-que conceder ou negar a ordem dehabeas corpus; XI-que conceder, negar ou revogar a suspenso condicional da pena; XII-que conceder, negar ou revogar livramento condicional; XIII-que anular o processo da instruo criminal, no todo ou em parte; XIV-que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; XV-que denegar a apelao ou a julgar deserta; XVI-que ordenar a suspenso do processo, em virtude de questo prejudicial; XVII-que decidir sobre a unificao de penas; XVIII-que decidir o incidente de falsidade; XIX-que decretar medida de segurana, depois de transitar a sentena em julgado; XX-que impuser medida de segurana por transgresso de outra; XXI-que mantiver ou substituir a medida de segurana, nos casos doart.774; XXII-que revogar a medida de segurana; XXIII-que deixar de revogar a medida de segurana, nos casos em que a lei admita a revogao; XXIV-que converter a multa em deteno ou em priso simples.Art.582-Os recursos sero sempre para o Tribunal de Apelao, salvo nos casos dos ns. V, X e XIV. Pargrafo nico.O recurso, no caso do noXIV, ser para o presidente do Tribunal de Apelao.Art.583.Subiro nos prprios autos os recursos: I-quando interpostos de oficio; II-nos casos doart.581, I, III, IV, VI, VIII e X; III-quando o recurso no prejudicar o andamento do processo. Pargrafo nico.O recurso da pronncia subir em traslado, quando, havendo dois ou mais rus, qualquer deles se conformar com a deciso ou todos no tiverem sido ainda intimados da pronncia.Art.584.Os recursos tero efeito suspensivo nos casos de perda da fiana, de concesso de livramento condicional e dosns. XV, XVII e XXIV do art.581. 1oAo recurso interposto de sentena de impronncia ou no caso dono VIII do art.581, aplicar-se- o disposto nosarts. 596e598. 2oO recurso da pronncia suspender to-somente o julgamento. 3oO recurso do despacho que julgar quebrada a fiana suspender unicamente o efeito de perda da metade do seu valor.Art.585.O ru no poder recorrer da pronncia seno depois de preso, salvo se prestar fiana, nos casos em que a lei a admitir.Art.586.O recurso voluntrio poder ser interposto no prazo de cinco dias. Pargrafo nico.No caso doart.581, XIV, o prazo ser de vinte dias, contado da data da publicao definitiva da lista de jurados.Art.587.Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte indicar, no respectivo termo, ou em requerimento avulso, as peas dos autos de que pretenda traslado. Pargrafo nico.O traslado ser extrado, conferido e concertado no prazo de cinco dias, e dele constaro sempre a deciso recorrida, a certido de sua intimao, se por outra forma no for possvel verificar-se a oportunidade do recurso, e o termo de interposio.Art.588.Dentro de dois dias, contados da interposio do recurso, ou do dia em que o escrivo, extrado o traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecer as razes e, em seguida, ser aberta vista ao recorrido por igual prazo. Pargrafo nico.Se o recorrido for o ru, ser intimado do prazo na pessoa do defensor.Art.589.Com a resposta do recorrido ou sem ela, ser o recurso concluso ao juiz, que, dentro de dois dias, reformar ou sustentar o seu despacho, mandando instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem necessrios. Pargrafo nico.Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrria, por simples petio, poder recorrer da nova deciso, se couber recurso, no sendo mais lcito ao juiz modific-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subir o recurso nos prprios autos ou em traslado.Art.590.Quando for impossvel ao escrivo extrair o traslado no prazo da lei, poder o juiz prorrog-lo at o dobro.Art.591.Os recursos sero apresentados ao juiz ou tribunalad quem, dentro de cinco dias da publicao da resposta do juiza quo, ou entregues ao Correio dentro do mesmo prazo.Art.592.Publicada a deciso do juiz ou do tribunalad quem, devero os autos ser devolvidos, dentro de cinco dias, ao juiza quo.CAPTULO IIIDA APELAOArt. 593. Caber apelao no prazo de 5 (cinco) dias: I-das sentenas definitivas de condenao ou absolvio proferidas por juiz singular; II-das decises definitivas, ou com fora de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos no previstos no Captulo anterior; III-das decises do Tribunal do Jri, quando: a) ocorrer nulidade posterior pronncia; b) for a sentena do juiz-presidente contrria lei expressa ou deciso dos jurados; c) hou