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O MÉTODO TEOLÓGICO DO ESCOLASTICISMO PROTESTANTE EM FRANCIS TURRENTIN INTRODUÇÃO O meu propósito neste trabalho é o de falar sobre o método teológico do escolasticismo protestante na obra de Francis Turrentin. Para tal seguirei o seguinte roteiro: primeiro, uma análise sucinta do que foi o escolasticismos protestante. Em segundo lugar, uma apresentação do autor e sua obra. Na terceira parte procurarei analisar o seu método teológico nos prolegômenos da sua magnum opus “Institutes of Elenctic Theology”. E, por fim, tratarei de fazer uma aplicação prática à realidade intelectual que nos cerca. Quais motivos apresento para que consideremos este assunto? Os motivos são os seguintes: primeiro, este estágio do desenvolvimento do pensamento cristão tem sido muito mal compreendido. Muitos associam o termo escolástico ao que de mais estéril, servilmente filosófico e nada prático foi escrito na história da teologia. Veremos que isto é uma inverdade e que uma coisa foi o escolasticismo medieval e outra o protestante. Em segundo lugar, além de serem interpretados incorretamente sua relevância histórica tem sido desprezada por muitos. Esta gente esteve engajada no processo de clarificar o pensamento da Reforma e defendê-lo dos ataques romanistas. Sua influência não pode ser mensurada. Para tal basta mencionarmos a dívida que homens tais como Jonathan Edwards e Charle Hodge tinham em especial com Francis Turrentin. A influência deste grande teólogo do escolasticismo protestante em Princeton e consequentemente no presbiterianismo americano do passado é facilmente desmonstrável. Como afirma Mark A. Noll: O uso Princetoniano dos dogmáticos reformados do século dezessete tem sido um tema especialmente sensível. Quando Alexander chegou à Princeton para começar a lecionar, ele procurou achar um texto teológico. Como seu biógrafo descreve: ‘Não achando nenhum trabalho em inglês que pudesse satisfazer amplamente suas demandas, ele colocou nas mãos dos seus pupilos as Institutas de Francis Turrentin. Ela era pesada, escolástica e numa língua morta [latim], mas ele acreditava que no processo de lutar com as dificuldades; ele havia sentido a influência desta razão atlética vigorosa em sua própria mente, e observara que aqueles que dominavam seus argumentos eram aptos para ser teólogos fortes e lógicos’. A Institutio Theologiae Elencticae de Turrentin (1679-1685) permaneceram o texto teológico do seminário até serem sibstituídas pela Teologia Sistemática de Hodge no ínicio de 1870. 1 Em terceiro lugar, conhecer a teologia deste tempo conforme apresentada por Turrentin é conhecer um dos períodos mais gloriosos da história do pensamento cristão e que mais pode nos auxiliar neste tempos de desprezo pela teologia sistemática e morte da razão. Era uma época em que a Bíblia era tida como inspirada, a filosofia como serva da teologia, a verdade como proveniente de Deus e assim livre de contradições, o homem como chamado para prestar culto a Deus com sua razão, as doutrinas como merecedoras de serem bem definidas e logicamente interrrelacionadas e a glória de Deus como alvo supremo do conhecimento teológico. Como diz John H. Leith: O termo escolasticismo, usualmente aplicado à teologia desse período, é difícil de ser definido. Tem suas raízes no escolasticismo medieval, mas qualquer forma de escolasticismo protestante é modificada pelas doutrinas protestantes sobre a autoridade das escrituras e a justificação pela fé. É suficiente aqui notar que o escolasticismo é um tipo de teologia que dá grande ênfase à precisão das definições e às afirmações lógicas, coerentes e consistentes. Representa um nível de teologia alto e técnico. Tais virtudes deram grande poder à teologia 1

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Turretin, an Orthodoxy Theologian of the 17 century, He represent we know as Protestant Scholasticism; his work is very important to Protestants/ Evangelical segments in XXI Century.

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  • O MTODO TEOLGICO DO ESCOLASTICISMO PROTESTANTE EM FRANCIS TURRENTIN

    INTRODUOO meu propsito neste trabalho o de falar sobre o mtodo teolgico do escolasticismo protestante na obra de Francis Turrentin. Para tal seguirei o seguinte roteiro: primeiro, uma anlise sucinta do que foi o escolasticismos protestante. Em segundo lugar, uma apresentao do autor e sua obra. Na terceira parte procurarei analisar o seu mtodo teolgico nos prolegmenos da sua magnum opus Institutes of Elenctic Theology. E, por fim, tratarei de fazer uma aplicao prtica realidade intelectual que nos cerca.Quais motivos apresento para que consideremos este assunto? Os motivos so os seguintes: primeiro, este estgio do desenvolvimento do pensamento cristo tem sido muito mal compreendido. Muitos associam o termo escolstico ao que de mais estril, servilmente filosfico e nada prtico foi escrito na histria da teologia. Veremos que isto uma inverdade e que uma coisa foi o escolasticismo medieval e outra o protestante. Em segundo lugar, alm de serem interpretados incorretamente sua relevncia histrica tem sido desprezada por muitos. Esta gente esteve engajada no processo de clarificar o pensamento da Reforma e defend-lo dos ataques romanistas. Sua influncia no pode ser mensurada. Para tal basta mencionarmos a dvida que homens tais como Jonathan Edwards e Charle Hodge tinham em especial com Francis Turrentin. A influncia deste grande telogo do escolasticismo protestante em Princeton e consequentemente no presbiterianismo americano do passado facilmente desmonstrvel. Como afirma Mark A. Noll:O uso Princetoniano dos dogmticos reformados do sculo dezessete tem sido um tema especialmente sensvel. Quando Alexander chegou Princeton para comear a lecionar, ele procurou achar um texto teolgico. Como seu bigrafo descreve: No achando nenhum trabalho em ingls que pudesse satisfazer amplamente suas demandas, ele colocou nas mos dos seus pupilos as Institutas de Francis Turrentin. Ela era pesada, escolstica e numa lngua morta [latim], mas ele acreditava que no processo de lutar com as dificuldades; ele havia sentido a influncia desta razo atltica vigorosa em sua prpria mente, e observara que aqueles que dominavam seus argumentos eram aptos para ser telogos fortes e lgicos. A Institutio Theologiae Elencticae de Turrentin (1679-1685) permaneceram o texto teolgico do seminrio at serem sibstitudas pela Teologia Sistemtica de Hodge no nicio de 1870. 1Em terceiro lugar, conhecer a teologia deste tempo conforme apresentada por Turrentin conhecer um dos perodos mais gloriosos da histria do pensamento cristo e que mais pode nos auxiliar neste tempos de desprezo pela teologia sistemtica e morte da razo. Era uma poca em que a Bblia era tida como inspirada, a filosofia como serva da teologia, a verdade como proveniente de Deus e assim livre de contradies, o homem como chamado para prestar culto a Deus com sua razo, as doutrinas como merecedoras de serem bem definidas e logicamente interrrelacionadas e a glria de Deus como alvo supremo do conhecimento teolgico. Como diz John H. Leith:

    O termo escolasticismo, usualmente aplicado teologia desse perodo, difcil de ser definido. Tem suas razes no escolasticismo medieval, mas qualquer forma de escolasticismo protestante modificada pelas doutrinas protestantes sobre a autoridade das escrituras e a justificao pela f. suficiente aqui notar que o escolasticismo um tipo de teologia que d grande nfase preciso das definies e s afirmaes lgicas, coerentes e consistentes. Representa um nvel de teologia alto e tcnico. Tais virtudes deram grande poder teologia

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  • reformada escolstica. As teologias desse perodo so ainda hoje impressionantes e indispensveis pelo seu rigor teolgico.22

    1. O ESCOLASTICISMO PROTESTANTE

    O que foi o escolasticismo protestante? O escolasticismo protestante refere-se ao desenvolvimento teolgico ps-reforma nas igrejas reformadas. Teve seu comeo no final do sculo XVI seguindo o trabalho da segunda gerao de codificadores da reforma, como Calvino, Heinrich Bullinger, Wolfgang Musculus, e Peter Martyr Vermigli e se extendendo para o sculo XVIII.Seu trabalho foi fazer uma obra de sistematizao dentro da fronteiras criadas pelas grandes confisses reformadas do sculo XVI. Para tal o mtodo empregado foi o escolstico. O que isto significa? Richard Muller responde dizendo: Ele chamado de escolstico primeiramente por causa do mtodo teolgico que ele usou nas formulao dos seus sistemas de doutrina. 3Muller prossegue lembrando-nos: O escolasticismo do final do sculo XVI e sculo XVII foi auxiliado pelo aumento da abertura da teologia protestante para o uso da razo e filosofia, especificamente para o aristotelismo revisado do final da renascena. 4E conclui destacando que no devemos confundir este escolasticismo com o medieval: Admitindo o desenvolvimento em lgica, retrica e metafsica que tiveram lugar nos sculos XV e XVI, nem o mtodo, nem a filosofia dos protestantes escolsticos foram idnticos aos dos pensadores medievais. 5Certamente a est a causa do preconceito de muitos que vieram a desconsiderar esta fase do pensamento reformado por causa das suas supostas ligaes coma teologia especulativa e racionalista da idade mdia. Como nos trs memria Arvin Vos: O termo foi primeiro usado num sentido derrogatrio pelos humanistas do sculo XVI. Ele agora aplicado qualquer teologia na qual preocupao com a lgica e o mtodo so proeminentes, onde teologia concebida em termos de cincia. 6Sua influncia durou duzentos anos. Por este simples fato j se torna algo digno da nossa ateno. Mas, no apenas isto. Podemos avaliar sua importncia quando pensamos na obra magistral destes telogos que se viram diante do desafio de apresentar de forma bblica, racional e sistematizada o pensamento protestante em face dos ataques bem articulados da teologia catlica romana. Esta seria, na diviso de Muller a primeira fase desta vertente teolgica do protestantismo, que duraria de 1565 at 1640. Em 1545 atravs do Papa Paulo III, a Reforma foi respondida e condenada, como nos lembra Muller, pelas melhores mente teolgicas da Igreja Catlica Romana. Entre estas mentes a do Cardeal Roberto Belarmino: No curso desta polmica, o Protestantismo desenvolveu uma sntese mais detalhada da sua prpria posio teolgica. 7 Comenta Muller:Esta fase seria caracterizada ainda por mais trs fatores: a necessidade da terceira gerao de lderes protestantes de declarar para si mesmos o significado da Reforma, o interesse entre os sucessores dos reformadores em manter e enfatizar a catolicidade da Reforma luz da tradio crist e a tentativa de formular os sistema teolgico do protestantismo em larga escala, alm do oferecido pela segunda gerao de reformadores, com a reintroduo de categorias filosficas. 8

    No foi coisa de somenos importncia o que esta gente realizou. O debate era intenso, do lado catlico posies muito bem defendidas tendo ao seu lado o peso da tradio, o que podia levar muitos a pensar que no era possvel que a igreja estivesse errada por tantos anos conforme os Reformadores haviam denunciado. Richard Muller define a teologia deste perodo como aberta por uma lado para a tradio medieval como seu uso da filosofia Aristotlica, mas do outro lado consciente do mandato da Reforma de no admitir nenhuma norma para a doutrina igual ou maior do que a Escritura.9A segunda fase apresentada por Muller a que se extende de 1640 at 1700, entitulada de era da alta ortodoxia, que veio a ser a grande era do sistema teolgico. Foi uma era de considervel atividade intelectual nos campos da teologia, estudo linguistico, e exegse. Foi a era do debate sobre o federalismo de Cocceious, que veio a se tornar to caracterstico do pensamento reformado posterior onde a relao de Deus com os homens vista sempre em termos pactuais e Ado sendo apresentado como o representante da humanidade no pacto das obras e Cristo, o segundo Ado como o representante da igreja no pacto da graa. Neste mesmo perodo questes

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  • teolgicas altamente tcnicas foram tratadas. Especialmente pela escola de Saumur. No foi fcil manter a continuidade teolgica com a Reforma enquanto tambm formulava um sistema teolgico amplo numa era de mtodo escolstico e revolues no campo da cincia e da filosofia. O que de mais importante aconteceu neste perodo no campo teolgico em geral foi a perda da tradicional sntese Aristotlica de teologia, filosofia e cincia. Falando um pouco mais sobre o ethos intelectual Richard Muller diz:A ortodoxia comeou a sentir o impacto do racionalismo cartesiano e, na Inglaterra, da teologia natural do incipiente Desmo. No final desta era, os sistemas racionalistas de Espinoza, Leibniz e Locke manifestaram ainda mais claramente a mudana no clima filosfico. 10

    A fase final, na boa diviso histrica de Muller vai de 1700 at 1790, que poderia ser chamada de ortodoxia e racionalismo tardio. Aqui tem-se incio o declnio e estagnao do escolasticismos protestante. Fora o impacto do ambiente intelectual o escolasticismo protestante foi transformado pelas foras do Pietismo, indiferentismo doutrinrio e racionalismo. O Pietismo com sua nfase na dimenso prtica do cristianismo, o indiferentismo doutrinrio subproduto de uma exausto de debates teolgicos sem fim em torno de minudncias. O escolasticismo Protestante de Aristotlico tornou-se Cartesiano, para mais adiante ser esmagado pela crtica de Kant metafsica racionalista. A razo no deveria ser vista como ponto de partida para a teologia. Porm, tal no ocorreu sem antes os ataques racionalistas serem feitos aos pressupostos sobrenaturalistas do escolasticismo Protestante. Hoje, embora ainda que no completamente eliminado, o escolasticismo Protestante com todos os seus pressupostos ocupa espao bem reduzido numa rea onde reinam crenas fidesticas, admite-se contradies teolgicas e no se espera mais um campo unificado de saber.Porm, uma marca indelvel foi deixada por esta fase da teologia Protestante na histria do pensamento cristo. Mais uma vez Richard Muller quem nos fala sobre a importncia deste estgio da teologia Protestante:O que a Reforma comeou em menos da metade de um sculo, o Protestantismo ortodoxo defendeu, calarificou e codificou no curso de mais de um sculo e meio. A Reforma incompleta sem suas codificaes dotrinrias e confessionais. E mais, o Protestantismo no poderia ter sobrevivido se no tivesse desenvolvido, na era da ortodoxia, um corpo de doutrina normativo e defensvel consistindo de um fundamento confessional e elaborao sistemtica. 11

    Quais eram as grandes caractersticas desta teologia? Alistar E. MacGrath nos afirma que trava-se de uma teologia carcterizada pela presena de quatro pressupostos:1 razo humana foi designada uma maior funo na explorao e defesa da teologia crist.2 A teologia crist foi apresentada como um sistema logicamente coerente e racionalmente defensvel, derivado de dedues silogsticas baseada em axiomas conhecidos.3 A teologia foi compreendida como estando sob a filosofia Aristotlica [sic], e particularmente percepees Aristotlicas da natureza do mtodo.4 A teologia se tornou orientada para questes metafsicas e especulativas., especialmente o que se relacionava a natureza de Deus, a vontade de Deus para a humanidade e a criao, e acima de tudo a doutrina da predestinao. 12Este foi o sistema teolgico adotado homens tais como (para falar dos mais conhecidos), William Ames, Peter van Mastrich, John Owen e que exerceu enorme influncia sobre alguns da chamada escola de Old Princeton, como Charles Hodge e Archibald Alexander Hodge. Mas, para nosso propsito estaremos partir de agora analisando a vida do maior telogo sistemtico do perodo: Francis Turrentin.

    2. FRANCIS TURRENTIN

    Francis Turrentin (1623-1687); professor de teologia italiano, estudou em Genebra, Leiden, Utrecht, Paris, Samur, Montauban, e Nimes. Ele foi chamado para ser pastor de uma congregao italiana em Genebra em 1648 e foi designado professor de teologia na universidade em 1653. Seu maior trabalho teolgico a Institutio Theologiae Elencticae. Wayne Grudem lembra que sua obra tida como uma das mais completas expresses de teologia calvinista jamais publicadas e que foi usada, conforme citado supra, como livro texto de teologia dos Presbiterianos dos EUA, principalmente por Charles Hodge em Princeton.13Olivier Fatio ao falar sobre os trs volumes, publicados em 1679 da Institutio Theologiae Elenticae, o chama de uma trabalho da ortodoxia Calvinista monumental por sua estrutura e clareza. 14Segundo Justo Gonzales foi

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  • provavelmente o mais importante telogo sistemtico do Calvinismo ortodoxo do continente. 15Sobre sua Institutio afirma: Estas so provavelmente o mais sistemtico e amplo tratado sobre teologia doutrinria no campo da Reforma depois das Institutas de Calvino. 16James Boice lamentou o quanto esta obra tem sido negligenciada por muitos. 17Para John Gestner a melhor comida espiritual para os famintos filhos de Deus. 18O prprio Gestner lembra-nos citando Ramsey que Jonathan Edwards foi demonstravelmente dependente dos escritos de Turrentin. Edwards o considerava em teologia polmica excelente, como tambm nos debates acerca dos cinco pontos do Calvinismo e todos os outros pontos controversos da teologia. 19

    3. O MTODO TEOLGICO DE FRANCIS TURRENTIN

    Como o grande telogo italiano fazia teologia? Qual era o seu mtodo? Com base em que pressupostos escreveu sua grande obra? Uma simples anlise da sua introduo deixa claro que de fato Turrentin era um homem do seu tempo e sua teologia consequentemente refletia este fato. Observaremos, porm, que a afirmao supra que pode assumir conotaes pejorativas ser um homem do seu tempo, no seu caso pode ser vista como um elogio, pois no seu tempo fazer teologia como o apstolo Paulo fazia era visto como algo fundamental.

    3.1. Definindo o Sentido da Palavra Teologia

    A princpio percebemos que no havia problema para ele em os telogos reformados usarem aquilo que a graa comum havia compartilhado com os no crentes. Ele reconhecia que a prpria palavra teologia tinha origem grega e que foi transferida das escolas dos gentios para o uso sagrado, tal como os vasos do Egito foram apropriados para propsitos sagrados pelos Israelitas. 20Esta uma constatao magnfica, pois muitos hoje em dia falam do quanto a teologia crist est eivada do pensamento grego, esquecendo-se que o pensamento de Paulo estava eivado da cultura grega tambm e daquilo que havia de bom nela. A teologia do Protestantismo escoltico no via problema em se apossar dos tesouros da graa comum, mesmo os tesouros teolgicos. No apenas isto, Turrentin insere sua teologia dentro do contexto da ampla tradio do pensamento cristo e por isto sente-se livre para na usa prpria definio de teologia citar Toms de Aquino: Teologia ensinada por Deus, ensina Deus e leva para Ele. 21Para Turrentin Teologia um sistema ou corpo de doutrina concernente a Deus e as coisas divinas reveladas por Ele e para a sua glria e salvao dos homens. 22Veja que no h nada de especulativo aqui. A razo no independente da revelao. E, em contraposio s acusaes pietistas, tudo muito prtico: a glria de Deus e a salvao dos homens.

    3.2. As Divises da Teologia e sua Prpria Existncia

    Nesta seco partindo de uma base no fidesta Turrentin v o conhecimento teolgico como fruto de cinco fatos: a natureza e a bondade de Deus, o desejo inato do corao do homem de conhecer a Deus, o propsito da criao que adorarmos a Deus o que sem o conhecimento teolgico impossvel, a natureza da coisa (Deus conhecvel e o homem conhecedor), e por fim, a necessidade de salvao. 23Aqui vemos o destaque dado nesta teologia s convices comuns da nossa raa que inserem-se dentro daquilo que o apstolo Paulo chama na carta aos Romanos de conhecimento que o homem tem de Deus por fora da sua criao. curioso como nossa apologtica mudou. Mudou para pior. Deixou de ser Bblica. No cr mais em teologia natural. Este erro o protestantismo escolstico no conheceu. Turrentin dividia a teologia em verdadeira e falsa. A falsa poderia ser tanto a dos gentios como a dos hereges. A verdadeira teologia poderia ser vista da perpectiva de Deus. Teologia infinita e no criada. Que nada mais do que o conhecimento essencial que Deus tem de si mesmo. Quando vista da perspectiva do homem, teologia finita e criada. 24Esta teologia vem a ser o Deus que se conhece comunicando das mais diversas formas s suas criaturas racionais o conhecimento que tem de si mesmo.A teologia da revelao era vista como dividida em duas partes. Teologia natural e sobrenatural. H uma trplice

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  • escola de Deus considerando esta dupla diviso: primeira, a da natureza, a segunda a da graa, e a terceira a da glria. Seriam trs as partes da teologia: a natural, a sobrenatural e a beatfica. A primeira experimentada pelos homens pela luz da razo. A segunda, a dos crentes na igreja pela luz da f. E a terceira, a dos santos no cu pela luz da glria. 25Por fim, Turrentin sustenta o conceito de um campo unificado de conhecimento. Ele recusa-se a aceitar contradio no saber. No h verdade filosfica que no possa ser harmonizada a teolgica. Razo f no so inimigas.

    3.3. Teologia NaturalTurrentin defende a teologia natural partir de Romanos 2:14. Para ele trata-se de um conhecimento parcialmente inato e parcialmente adquirido. O primeiro derviado do livro da conscincia e o segundo derivado do livro das criaturas. Uma das provas da existncia desta espcie de conhecimento ele retira da experincia humana universal. Ele cita Cicero, que vem a dizer que no h nao to brbara na qual esta persuaso da deidade no descanse. E por fim lembra que para Plato, por causa de tudo o que podemos ver sobre o comportamento humano, o homem poderia ser considerado um animal religioso. 26Apesar deste conhecimento inato, o homem capaz de negar a existncia de Deus, embora no por ignorncia, mas a fim de poder pecar mais livremente. Um outro ponto merece destaque. Tal como o pensamento reformado em geral este conhecimento natural no suficiente para a salvao do pecador.3.4. O Conhecimento Natural no Suficiente para a SalvaoTurrentin no era universalista. Via toda religio que no se originava da Palavra de Deus como mpia, falsa, idlatra e errnea. Embora visse a revelao natural como til sob vrios aspectos, como por exemplo, condio subjetiva no homem para a admisso da luz da graa porque Deus no apela para brutos e toras de madeira, mas para criaturas racionais, ele afirmava ser criminoso apontar um caminho de salvao fora de Cristo.Para ele uma coisa buscar o favor e graa de Deus revelada atravs de sua Palavra em virtude de suas promessas em Cristo. Outra buscar um deus desconhecido nas obras da natureza e providncia. Esta revelao suficiente para nos tornar inescusveis, mas no para nos salvar.Outro elemento diferenciador o conhecimento da misericrdia divina que advm de qualquer benefcio temporal para aquele conhecimento da misericrdia atravs da satisfao feita por Cristo. 273.5. O Objeto da TeologiaTodas as coisas que so discutidas em teologia ou tm relao com Deus em si mesmo ou tm uma relao com Ele como primeiro princpio e fim ltimo. Quando se fala, porm em Deus como objeto da teologia esta se falando no simplesmente em como Ele em si mesmo, tal impossvel por fora da sua incompreensibilidade, mas na revelao que faz de si mesmo. E mais, teologia no estudar a deidade, mas conhec-lo como nosso Deus, com quem temos um pacto atravs de Cristo e isto desembocando em culto. 28

    3.6. Teologia Terica ou Prtica

    Este um outro ponto importante dos seus prolegmenos. Ele afirma: Ns consideramos que a teologia no simplesmente terica nem simplesmente prtica, mas parcialmente terica, parcialmente prtica, a qual ao mesmo tempo conecta a verdade terica com a prtica do bem. Turrentin no v nada que tenha sido revelado como objeto da nossa contemplao pela f que no tenha como propsito nos levar ao culto a Deus.Em sua teologia no h divrcio entre doutrina e prtica. O conhecimento de Deus no pode ser verdadeiro a no ser que desague na prtica da verdade. Mas, a prtica no pode ser correta e salvadora se no dirigida pelo conhecimento. O fim da teologia a felicidade do homem a qual consiste parcialmente na viso e parcialmente na fruio de Deus. 29

    3.7. O Papel da Razo na F Crist

    Certamente aqui recebemos uma das maiores contribuies do escolasticismo Protestante e, em especial de Turrentin. Isto porque vivemos numa era onde ainda h os que mantm os ps no racionalismo, como tambm os que negam qualquer papel para a razo na f crist como nas demais dimenses da vida.

    Fica claro para Turrentin que atravs da razo iluminada pela verdade que o pecador trazido f. Certamente jamais um homem como Turrentin combateria o esforo apologtico. Mas, ao mesmo tempo mostra-se

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  • radicalmente contrrio a idia de que a doutrina deve estar fundamentada na razo e que deve ser considerado falso aquilo que a luz natural da razo humana no consegue compreender. Turrentin era racional sem ser racionalista. Ele apresenta trs argumentos quanto as pretenses racionalistas. Primeiro, que a razo do irregenerado cega quanto a lei e ao evangelho. Segundo, que os mistrios da f esto para alm da esfera da razo. E, em terceiro lugar, a f em ltima anlise no tem referncia com a razo, de um modo que s devemos crer porque entendemos. Cremos porque Deus fala nas Escrituras e o Esprito Santo no leva a ver isto.

    A razo o instrumento que o crente usa, mas no o fundamento ou princpio sobre o qual a f repousa. Ele estabelece uma diferena entra as verdades axiomticas que a Palavra de Deus nos apresenta e que so recebidas pela f com base na autoridade de quem fala, e o que verdadeiro na concluso de um raciocnio que aferido pela razo. Ele usa como exemplo a negao de que o corpo de Cristo possa estar neste momento em todo lugar. Sabemos pela f que Cristo tem um corpo real, mas por inferncia lgica sabemos que este corpo no pode estar em todo lugar ao mesmo tempo. Uma coisa algo ser contrrio a razo, outra coisa algo estar acima da razo. Ele admite a possibilidade da verdade revelada de modo especial ser contrria ao pensamento de um homem, mas jamais a razo. Mais uma vez vemos a certeza implcita que toda verdade verdade de Deus e que, portanto no pode haver verdades estanques que sejam impossveis de se interrelacionarem.

    Embora Turrentin no veja a razo como elemento determinador do que devemos e no devemos crer, d a ela a funo de num exame privado o crente distinguir a verdade da falsidade. H uma declarao que merece destaque, pois aponta para algo crucial em todo dilogo apologtico: Embora o entendimento humano esteja bem obscurecido, ainda assim permanece nele alguns raios da luz natural e certos primeiros princpios, a verdade que inquestionvel: tal como, o todo maior que sua parte, um efeito pressupe uma causa, estar e no estar ao mesmo tempo so incompatveis, etc. Se este no fosse o caso, no poderia haver cincia, arte, nenhuma certeza na natureza das coisas. Estes primeiros princpios so verdadeiros no apenas na natureza, mas tambm na graa e nos mistrios da f. F, longe de destru-los, pelo contrrio empresta-os pela razo e usa-os para fortalecer suas prprias doutrinas. Embora razo e f sejam de diferentes classes (uma natural, a outra sobrenatural), elas no so de modo algum opostas, mas guardam um certa relao e so subordinadas a cada outra. Imaginemos um homem pregando deste modo na nossa sociedade chamada de ps-moderna.

    O mais interessante o paragrfo em que Turrentin prova que assim funcionavam os homens acerca dos quais a Bblia nos fala. Inclusive nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Estes homens apelavam para a razo em suas mensagens e criam no testemunho dos sentidos. Turrentin fala sobre a diferena entre o incompreensvel e o inconcebvel. O primeiro pertence a f, mas no o segundo. A Bblia no pede que creiamos naquilo em que nem Deus consegue harmonizar. Ou seja, o que inerentemente absurdo. 30

    3.8. Filosofia versus TeologiaEste tpico de fundamental importncia tanto para desfazer um srie de ms interpretaes desta fase do pensamento cristo quanto para que compreendamos o quanto a teologia do sculo XVII est distante do que tem sido ensinado nos ltimos anos nas ctedras de teologia.

    Turrentin aponta para dois erros fatais. Dois extremos que devem se evitados. O extremo de tornar a teologia serva da filosofia e o extremo de desprezar a filosofia por completo. Quanto ao primeiro ele reconhece que a igreja em fases distintas da sua histria deixou-se dominar pela filosofia. Ele menciona alguns pais da igreja que por causa do basckground grego deixaram-se influenciar de modo desmedido pela filosofia. Ele condena os telogos que dependeram mais dos raciocnios de Aristteles do que dos profetas e apstolos. Seu ponto de vista torna-se bastante claro quando analisamos a seguinte sentea: A teologia governa sobre a filosofia, e esta atua como empregada para servir a primeira.

    Outra obsevao que fazemos nos seus prolegmenos a de que Turrentin no era racionalista. Admitia o fato de que h verdades na Bblia que esto para alm da razo e que ela prpria no pode demonstrar. Mesmo assim, partindo do pressuposto que toda verdade verdade de Deus, no admitia a possibilidade de uma verdade contradizer a outra, quer esta verdade tenha sua origem nos uso dos sentidos, do intelecto ou da f. Ele afirma: A graa no destri a natureza, mas torna-a perfeita. E apresentando amplas bases bblicas defende o uso apologtico da filosofia e o seu valor para a prpria teologia na medida em que aquela pode auxiliar a esta no processo de harmonizao da verdade e no uso lgico das premissas bblicas.

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    4. UMA APLICAO DO MTODO TEOLGICO DE TURRENTIN REALIDADE INTELECTUAL QUE NOS CERCA

    Ser um Protestante escolastico no significava, conforme pudemos ver, estar absorto em questes teolgicas irrelevantes, preocupar-se mais com teologia do que com a vida crist ou adotar pressupostos racionalistas. Neste sentido no cabem as crticas de homens como A. C. McGiffert:Como em todo escolasticismo a importncia de uma doutrina particular veio a depender de seu lugar no sistema teolgico do que sua relao prtica com a vida. A verdade foi ganha, no de uma experincia religiosa e moral do indivduo ou da igreja, mas pela deduo lgica de um sistema aceito, e se ela foi testada pela sua consistncia com o todo mais amplo. 32

    MacGiffert descreve uma m teologia que no precisava ser necessariamente a teologia dos telogos da gerao que estamos tratando.Ora, as crticas de MacGiffert, so excelentes, mas que mais cabem ao trabalho teolgico daqueles que fazem pssima teologia do que aqueles que no querem acreditar em contradies e no admitem colocar a teologia nem alm nem aqum da razo. MacGiffert tambm condena o Aristotelismo deste sistema teolgico. 33Cabe destacar que uma coisa adotar o Aristotelismo outra coisa ter certas convices que vieram a ser chamadas de Aristotlicas. O Aristotelismo a absolutizao de Aristteles. Isto um erro. Nenhum sistema de pensamento pode ser absolutizado, a no ser que seja sancionado pela Palavra de Deus. Mas, ser Aristotlico, onde o grande pensador grego falou a verdade que veio a estar profundamente ligada sua pessoa em razo da forma original como esta mesma verdade saiu de seus escritos, nada mais do que o exerccio de receber a verdade, por ser a verdade, quer ela venha da boca de um santo, de um no regenerado ou dos demnios.

    possvel os que acusam os Protestatantes escolsticos de terem cado no pecado do Aristotelismo no usarem os princpios para um discurso lgico sistematizados pelo mesmo Aristteles? Se ser lgico ser Aristotlico todos os homens do Antigo(embora saibamos que Moiss anterior a Aristteles) e do Novo Testamento, inclusive o Senhor Jesus devem ser considerados como tais, pois embora cressem e ensinassem verdades supra-racionais recusavam-se a crer em contradies. Todo nosso ser clama por uma harmonia entre f e razo. Fazer teologia com o propsito de evitar afirmaes contraditrias agir como agimos em todas as reas do saber. evitarmos uma pavorosa esquizofrenia, que divorcia a razo da vida espiritual. agir como a Bblia manda. No vemos Deus nas Escrituras pedindo que Seu povo creia em absurdos. Talvez algum venha contradizer este ponto de vista perguntando: A Trindade racional? A unio das naturezas divino e humana de Cristo faz sentido? Abrao viu base racional para sacrificar seu filho Isaque? A resposta irrefutvel que racional quando aps atestarmos a inspirao da Bblia acreditarmos no que Deus falou atravs dela. Seria irracional negarmos a Trindade, a natureza divino-humana de Cristo quando racionalmente j fomos convencidos pelo Esprito Santo de que a Bblia a Palavra de Deus, tal como seria irracional para Abro no sacrificar seu filho Isaque quando havia chegado concluso que Deus lhe falara claramente.

    A proposta teolgica do escolasticismo Protestante emerge da nossa natureza humana conforme criada por Deus. impossvel agir como homem e no chegar onde aquela gente chegou. Meu ser impele-me a querer harmonizar as diversas verdades das Escrituras Sagradas num todo que faa sentido. Sou levado por motivos constitucionais a ser lgico. No consigo funcionar de outra forma. Como muito bem afirmou Gresham Machem:A verdadeira religio no pode estar em paz com uma falsa filosofia mais do que com uma cincia que facilmente chamada; algo no pode ser verdadeiro na religio e falso na filosofia e na cincia. Todos os mtodos de se alcanar a verdade, se forem mtodos vlidos, chegaro a um resultado harmonioso.34

    Fora tudo isto, olhemos para a Bblia. Encontramos um Bultman, um Tillich ou um Barth nela? Como os personagens bblicos funcionavam? Por que Abrao partiu para oferecer Isaque em sacrificio? Por que Gideo rumou para a guerra? Por que Joo registrou os milagres de Cristo no seu evangelho? Por que o apstolo Paulo cria numa ressurreio final dos justos? Para os apstolos o Antigo Testamento continha ou era a Palavra de Deus? Partindo para o campo do mtodo teolgico. Como o apstolo Paulo fazia teologia? Por que o encontramos na carta aos Glatas no captulo 3 versculo 16 discutindo por causa da letra s? Ora, as

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  • promessas foram feitas a Abrao e ao seu descendente. No diz: E aos descendentes, como se falando de muitos, porm como de um s: e ao teu descendente, que Cristo.A carta aos Romanos uma amontoado de afirmaes desconexas, ou nela encontramos uma mente prodigiosa que procurava ensinar teologia de uma forma harmoniosa e que fizesse sentido para os seus leitores?

    A maior prova que este perodo da histria foi nico foram os seus resultados histricos. Esta teologia gerou igrejas fortes e crentes sadios. O fato de haver perdido campo no muda o seu valor. O critrio de aferio da verdade no o grau de proximidade com o que se considera moderno. No vivemos no sonhado mundo de Hegel onde de modo dialtico rumamos paso passo na direo da perfeio. A histria tem seus retrocessos. E o que foi deixado para trs pode ser verdadeiro. No est me dizendo nada a afirmao que depois de Kant este mtodo teolgico perdeu sua fora. A questo que precisamos responder outra: como as pessoas funcionavam na Bblia? Podemos ver algo como a teologia liberal nas Sagradas Escrituras? Com que categorias aqueles homens de Deus pensavam? Eram contra formuilaes doutrinrias precisas? Criam que era possvel compatibilizar coisas diametralmente opostas a ponto de termos que cham-las de contradies.

    No foi o escolasticismo Protestante que enfraqueceu de forma mortal as igrejas europias. interessante observar que o liberalismo teolgico em todas as suas vertentes sempre um parasita na vida das grandes denominaes, com um mundo de pastores levianos subescrevendo confisses de f em que no crem. Por que ele precisa de um corpo? Ora, porque no tem e no pode ter vida prpria. Quero ver numa favela do Rio de Janeiro um sujeito comear seu ministrio dizendo que est ali para pregar com base numa Bblia repleta de erros. Por que essa gente no redige sua confisso de f e apresenta claramente seus pontos de vista sobre a vida de Cristo e as Escrituras Sagradas? Porque sabe que no sobreviver. Vai passar fome. A natureza humana repele este tipo de coisa. Se a preocupao destes telogos do passado fosse mantida pela igreja a Europa com toda a sua genialidade continuaria at hoje abnoando a humanidade com sua reflexo teolgica e viso missionria.

    CONCLUSOPenso que acabamos de tomar conscincia de uma era de ouro da histria do pensamento cristo. Uma gerao de telogos soube responder aos desafios do seu tempo ampliando consideravelmente a herana teolgica que receberam, sistematizando de forma racional o conjunto de doutrinas crists, defendendo a f resgatada pelos reformadores do sculo XVI, definido hbil e fielmente as verdades bblicas e usando o instrumental filosfico na medida em que o mesmo era sancionado pela constituio mental dos seres humanos e pelas Escrituras. E tudo isto com base na firme convico de que a Bblia a Palavra de Deus.Analisamos seu mtodo teolgico atravz da obra do maior sistemtico do sculo XVII, o italiano Francis Turrentin. Certamente precisa haver um resgate de sua obra em nosso meio. O debate com os catlicos ainda continua. E no sabemos como ser dentro de uns poucos anos quando definitivamente, quem sabe, o protestantismo brasileiro se tornar majoritrio no Brasil. Ser que estamos altura dos que militam do lado catlico? Ser que saberemos responder aos de nossas prprias fileiras que ingenuamente prope a unio de ambas as igrejas?Sabemos que os tempos mudaram. Hoje a epistemologia no mais a mesma. A razo vista com suspeio. Amplos sistemas de conhecimento filosfico so questionados. A ns nos cabe faze este resgate histrico formulando partir desta herana fabulosa as respostas que a chamada sociedade ps-moderna carece de ouvir dos nossos lbios. Porm, vivemos ainda num pas cuja populao encontra-se imensa maior escala na pr-modernidade. E esta gente est a para ser alcanada e discipulada por ns. Quanto a estes a pregao ipisis literisis do que foi pregado no sculo XVII ainda funciona.Que o mesmo Deus nos ajude a de uma forma ou de outra aplicar ao contexto to diversificado da sociedade brasileira o que estes gigantes ensinaram ao mundo aps a morte dos reformadores iniciais.

    BIBLIOGRAFIA

    1 NOLL, Mark A. (editor) The Princeton Theology 1812-1921. Grand Rapids: Baker Book, 2001. P.28-29.2 LEITH, John H. A Tradio Reformada. So Paulo: Pendo Real, 1997. P. 172-173 3 McKim, Donald K. Encyclopedia of The Reformed Faith. Louisville, Kentucky: Westminster/John Knox Press, 1992. P. 265.4 idem, p.265

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  • 5 idem, p 2656 idem, p 3427 idem, p. 2668 idem, p. 2669 idem, p. 26610 idem, p. 26811 MULLER, Richard A. Post-Reformation Reformed Dogmatics. Grand Rapids, Michigan: Baker Book House.p. 1312 McGrath, Alister E. Historical Theology. Oxford, England: Blackwell Publishers, 1998. P. 169 13 GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemtica. So Paulo: Edies Vida Nova, 2002. P. 104514 HILLERBRAND, Hans J. The Oxford Encyclopedia of the Reformation. New York, Oxford: Oxford University Press, 1996. P. 18315 GONZLES, Justo L. A History of Christian Thought. Vol III. Nashville: Abingdon. 1975/1987. P. 27616 idem, P.27617 TURRENTIN, Francis. Institutes of Elenctic Theology. Phillipsburg. New Jersey. P&R Publishing,1992.18 idem19 GERSTNER, John. The Rational Biblical Theology of Jonathan Edwards. Vol. III Orlando. Florida. Berea Publications, 1991. P. 65820 TURRENTIN, Francis. Institutes of Elenctic Theology. Phillipsburg. New Jersey. P&R Publishing,1992. P. 121 idem P.222 idem P.223 idem.P. 324 idem. P. 2425 idem P.526 idem.P.7-827 idem.P. 6-9

    28 idem.P. 16-1829 idem.P.20-2330 idem. P. 23-44

    5678911111111122222222223

  • 31 idem.p. 44-4832 MAcGIFFERT, A. C. Protestant Thought Before Kant. New York. Harper Torchbooks.1961.p. 145.33 idem. P.14534 MACHEN, Gresham Cristianismo e Liberalismo. So Paulo. Editora Os Puritanos, 2001. P.64

    Quarta-feira, 21 de Fevereiro de 2007http://palavraplenaacademico.blogspot.com/2007/02/o-mtodo-teolgico-do-escolasticismo.html

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    O MTODO TEOLGICO DO ESCOLASTICISMO PROTESTANTE EM FRANCIS TURRENTIN Quarta-feira, 21 de Fevereiro de 2007