escolas economicas

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Mercantilismo o nome dado a um conjunto de prticas econmicas desenvolvido na Europa na Idade Moderna, entre o sculo XV e o final do sculo XVIII. O mercantilismo originou um conjunto de medidas econmicas diversas de acordo com os Estados. Caracterizou-se por uma forte interveno do Estado na economia. Consistiu numa srie de medidas tendentes a unificar o mercado interno e teve como finalidade a formao de fortes Estadosnacionais. possvel distinguir trs modelos principais: bulionismo (ou metalismo), colbertismo ou balana comercial favorvel e mercantilismo comercial e martimo. Segundo Hunt, o mercantilismo originou-se no perodo em que a Europa estava a passar por uma grave escassez de ouro e prata, no tendo, portanto, dinheiro suficiente para atender ao volume crescente do comrcio.[1] As polticas mercantilistas partilhavam a crena de que a riqueza de uma nao residia na acumulao de metais preciosos (ouro e prata), advogando que estes se atrairiam atravs do incremento das exportaes e da restrio das importaes (procura de uma balana comercial favorvel). Essa crena conhecida como bulionismo ou metalismo. O Estado desempenha um papel intervencionista na economia, implantando novas indstrias protegidas pelo aumento dos direitos alfandegrios sobre as importaes, (protecionismo), controlando os consumos internos de determinados produtos, melhorando as infra-estruturas e promovendo a colonizao de novos territrios (monoplio), entendidos como forma de garantir o acesso a matrias-primas e o escoamento de produtos manufaturados. A forte regulamentao da economia pelo mercantilismo ser contestada na segunda metade do sculo XVIII por Franois Quesnay e pelo movimento dos fisiocratas. O mercantilismo um conjunto de ideias econmicas que considera a prosperidade de uma nao ou Estado dependente do capital que possa ter. Os pensadores mercantilistas preconizam o desenvolvimento econmico por meio do enriquecimento das naes graas ao comrcio exterior, o que permite encontrar sada aos excedentes da produo. O Estado adquire um papel primordial no desenvolvimento da riqueza nacional, ao adotar polticas protecionistas, e em particular estabelecendo barreiras tarifrias e medidas de apoio exportao. Princpios mercantilistas Os princpios mercantilistas eram os seguintes: Metalismo ou bulionismo (do ingls bullion "ouro em lingotes"): O capital representado pelos metais preciosos que o Estado tem no seu poder. Procurava-se com essa crena evitar a sada de metais preciosos do pas. Mais tarde surgiriam outras escolas como o colbertismo (ou "mercantilismo francs") que se inclina para a

industrializao; e o comercialismo (ou "mercantilismo britnico") que v no comrcio exterior a fonte da riqueza de um pas. Incentivos s manufaturas O governo estimulava o desenvolvimento de manufaturas em seus territrios. Como o produto manufaturado era mais caro do que as matrias-primas ou gneros agrcolas, sua exportao era certeza de bons lucros. Protecionismo alfandegrio O governo de uma nao deve aplicar uma poltica protecionista sobre a sua economia, favorecendo a exportao e desfavorecendo a importao, sobretudo mediante a imposio de tarifas alfandegrias. Incentiva-se, portanto, a balana comercial positiva com outras naes. Eram criados impostos e taxas para evitar ao mximo a entrada de produtos vindos do exterior. Era uma forma de estimular a indstria e manufaturas nacionais e tambm evitar a sada de moedas para outros pases. Balana comercial favorvel O esforo era para exportar mais do que importar, desta forma os ingressos de moeda seriam superiores s sadas, deixando em boa situao financeira. Soma zero Acredita que o volume global do comrcio mundial inaltervel. Os mercantilistas viam o sistema econmico como um jogo de soma zero, no qual o lucro de uma das partes implica a perda da outra. Colnias de explorao A riqueza de um pas est diretamente ligada quantidade de colnias de que dispunha para explorao. O mercantilismo indiretamente impulsionou muitas das guerras europeias do perodo e serviu como causa e fundamento do imperialismo europeu, dado que as grandes potncias da Europa lutavam pelo controlo dos mercados disponveis no mundo. Sob este aspecto, vale salientar que, nas expanses martimas e comerciais das naes, um pas no poderia invadir o caminho percorrido constantemente por outro, como no caso da procura pelas ndias Ocidentais. Isto perdurou at que, aps o descobrimento da Amrica, a Inglaterra decidiu "trilhar" o seu prprio caminho. Portugal e Espanha se mostraram insatisfeitos com o fato, o que motivou a clebre frase do rei da Inglaterra: O sol brilha para todos! E eu desconheo a clusula do testamento de Ado que dividiu a terra entre portugueses e espanhis. Comrcio colonial monopolizado pela metrpole As colnias europeias deveriam comercializar exclusivamente com suas respectivas metrpoles. Para as metrpoles tratava-se de vender caro e comprar barato. Dentro desse contexto ocorreu o ciclo do acar no Brasil Colonial.[2]

Outra tendncia do mercantilismo era fortalecer o poder do Estado no exterior, subordinando a atividade econmica a esse objetivo, e interessando-se pela riqueza enquanto servisse como base para isso. O liberalismo considerar a riqueza como preciosa para o indivduo e, portanto, digna de ser atingida como

um fim em si mesmo: se o particular no deve pensar em nada mais seno em enriquecer, um fato puramente natural e involuntrio que a riqueza dos cidados contribua para aumentar a riqueza do Estado. Por outro lado, para os mercantilistas, a riqueza privada simplesmente um meio, e como tal fica subordinado ao Estado e aos seus fins de domnio. A confiana no mercantilismo comeou a decair em finais do sculo XVIII, quando as teorias de Adam Smith e de outros economistas clssicos foram ganhando prestgio no Imprio Britnico e, em menor grau, no restante da Europa (exceto na Alemanha, onde a Escola Histrica de Economia foi a mais importante durante todo o sculo XIX e comeo do XX).[4] Adam Smith, na sua obra "A riqueza das naes", critica o mercantilismo com dureza, qualificando-o como uma "economia ao servio do Prncipe". Curiosamente, embora tenha sido uma antiga colnia britnica, os Estados Unidos no aderiram economia clssica. Em vez disso, adotaram uma forma de neomercantilismo preconizada pela chamada "escola americana" - organizada em torno das polticas de Alexander Hamilton, Henry Clay e Abraham Lincoln, as quais posteriormente seriam defendidas pelo Partido Republicano. Essa corrente seria dominante nos EUA at ao surgimento do New Deal, aps a crise de 1929. A escola americana tambm influenciaria os economistas da Escola Histrica de Economia, como Friedrich List. Atualmente a teoria do mercantilismo recusada pela maioria dos economistas, se bem que alguns dos seus elementos sejam ocasionalmente vistos de modo positivo por alguns, entre os quais cabe citar a Ravi Batra, Pat Choate, Eammon Fingleton, ou Michael Lind.[5] Doutrina econmica mercantilista O mercantilismo como conjunto de ideias econmicas Quase todos os economistas europeus dentre 1500 e 1750 so considerados atualmente como mercantilistas. Contudo, estes autores no se consideravam partcipes de uma nica ideologia econmica. O termo s foi cunhado em 1763, por Vitor Riquetti, Marqus de Mirabeau, e popularizado por Adam Smith, em 1776. O termo mercantilismo foi criado a partir da palavra latina mercari, que significa mercantil, no sentido de levar a cabo um negcio, e que procede de la raz merx que significa mercadoria. De incio foi usado apenas por crticos, como Mirabeau e o prprio Smith, mas foi logo adotada pelos historiadores.De fato, Smith foi quem primeiro organizou formalmente muitas das contribuies dos mercantilistas no seu livro A Riqueza das Naes.[6] O mercantilismo em si no pode ser considerado como uma teoria unificada de economia. Na realidade no houve escritores mercantilistas que apresentassem um esquema geral do que seria uma economia ideal, tal como Adam Smith faria mais adiante para a economia clssica. O escritor mercantilista tendia a concentrar a sua ateno numa rea especfica da economia.[7] Somente aps o perodo mercantilista que estudiosos, como Eli F. Heckscher, integrariam as diversas ideias no que chamariam mercantilismo.[8] Heckscher v, nos escritos da poca, um sistema de poder

poltico e, ao mesmo tempo, um sistema de regulamentao da atividade econmica, um sistema protecionista e um sistema monetrio com a teoria da balana comercial. Contudo, alguns tericos recusam completamente a ideia mesma de uma teoria mercantilista, alegando que esta d "uma falsa unidade a fatos dspares".[9] O historiador do pensamento econmico Mark Blaug faz notar que o mercantilismo foi qualificado posteriormente como "bagagem incmoda", "diverso de historiografia", e de "gigantesco globo terico".[10] At certo ponto, a doutrina mercantilista, em si mesma, tornava impossvel a existncia de uma teoria geral da economia. Os mercantilistas viam o sistema econmico como um jogo de soma zero, onde a ganncia de uma das partes supunha a perda da outra ou, seguindo a famosa mxima de Jean Bodin, "no h nada que algum ganhe e que outrem no perca".[11] Assim, por definio, qualquer sistema poltico que beneficiasse a um grupo faria dano a outro (ou outros), no existindo a possibilidade de a economia servir para maximizar a riqueza comum ou para o bem comum.[12] Aparentemente, os escritos dos mercantilistas foram feitos mais para justificar a posteriori uma srie de prticas, do que para avaliar o impacto dessas prticas e determinar o melhor modo de implement-las.[13] O mercantilismo , portanto, uma doutrina ou poltica econmica que aparece num perodo intervencionista e descreve um credo econmico que prevaleceu poca de nascimento do capitalismo, antes da Revoluo Industrial.[14] As primeiras teorias mercantilistas desenvolvidas a princpios do Sculo XVI estiveram pontuadas pelo bullionismo. A esse respeito, Adam Smith escrevia: A dupla funo que cumpre o Dinheiro, como instrumento de comrcio e como medida dos valores, fez com que se produza de jeito natural essa ideia popular de que o Dinheiro faz a riqueza, ou que a riqueza consiste na abundncia de ouro e prata [...]. Razoa-se do mesmo jeito com referncia a um pas. Um pas rico aquele no que abunda o dinheiro, e o meio mais simples de enriquecer o seu, amassar o ouro e a prata [...]. Devido ao crescente sucesso destas ideias, as diferentes naes da Europa dedicaram-se, embora sem sucesso suficiente, a buscar e acumular ouro e prata de todas as maneiras possveis. Espanha e Portugal, possuidoras das principais minas que provm Europa desses metais, proibiram a sua exportao ameaando com graves represlias, ou submeteram-na a enormes taxas. Esta mesma proibio fez parte da poltica da maioria das naes da Europa. encontrada mesmo onde menos se aguardaria, em algumas antigas atas do parlamento da Esccia, que probem, sob fortes penas, transportar ouro e prata fora do reino. A mesma poltica ps-se em prtica na Frana e na Inglaterra

Adam Smith[15]

No Sculo XVIII foi desenvolvida uma verso mais elaborada das ideias mercantilistas, que recusava a viso simplista do bullionismo. Esses escritores, como Thomas Mun, situavam como principal objetivo o crescimento da riqueza nacional, e embora continuavam considerando que o ouro era a riqueza principal, admitiam que existiam outras fontes de riqueza, como as mercadorias. As consequncias em matria de poltica interior das teorias mercantilistas estavam muito mais fragmentadas do que os seus aspetos de poltica comercial. Enquanto Adam Smith dizia que o mercantilismo apelava a controlos muito estritos da economia, os mercantilistas no concordavam entre si. Alguns propugnavam a criao de monoplios e outras cartas patentes. Mas outros criticavam o risco de corrupo e de ineficcia de tais sistemas. Muitos mercantilistas tambm reconheciam que a instaurao de quotas e de controlo dos preos propiciava o mercado negro. Por outro lado, a maior parte dos tericos mercantilistas estavam de acordo na opresso econmica dos operrios e agricultores que deviam viver com uma renda perto do nvel de sobrevivncia, para maximizar a produo. Uma maior renda, tempo de lazer suplementar ou uma melhor educao dessas populaes contribuiriam para favorecer a folgana e prejudicariam a economia.[18] Esses pensadores viam uma dupla vantagem no fato de dispor de abundante mo-de-obra: as indstrias desenvolvidas nessa poca precisavam de muita mo-de-obra e, ademais, isso reforava o potencial militar do pas. Os salrios eram mantidos, portanto, em um baixo nvel para incitar a trabalhar. As leis de pobres (Poor Laws) em Inglaterra perseguem os vagamundos e fazem obrigatrio o trabalho. O ministro Colbert far trabalhar as crianas com seis anos nas manufaturas do Estado. A reflexo sobre a pobreza e o seu papel social na Idade Moderna cobrou importncia, sobretudo aps a Reforma Protestante e os diferentes papis que predestinao e o triunfo pessoal davam a teologia de Lutero, Calvino ou a Contra-reforma. A opinio catlica tradicional associava-se ao mantimento do Antigo Regime, sancionando o lazer dos privilegiados e considerando a condenao do trabalho como um castigo divino, enquanto as sociedades onde triunfou o protestantismo pareciam adequar-se mais aos novos valores burgueses.[19] Tradicionalmente os pobres eram vistos como os mais prximos a Deus, e as instituies de caridade no se viam como meios de erradicar a pobreza, seno de paliar os seus efeitos. Porm, entre os catlicos tambm se inclui a obra de Juan Luis Vives De subventione pauperum. Sive de humanis necessitatibus libri II (Os dois livros da subveno aos pobres ou da necessidade humana. Bruxas, 1525), que trata o problema da mendicidade procurando solues nas instituies pblicas, que devem socorrer os verdadeiros pobres e fazer trabalhar aos que somente so vagos; para isso considerava precisa uma organizao da beneficncia e uma reforma do sistema sanitrio, de asilo. Seguindo as suas ideias foi organizada a atuao contra a pobreza na cidade de Bruxas. Em efeito, no se pode falar de uma escola mercantilista, pois, para poder falar de uma escola deve existir uma srie de caractersticas como a presena de um mestre que crie um pensamento que seja seguido pelos membros da

escola, alm de homogeneidade no pensamento. Assim, por exemplo, podemos falar da Escola Clssica com Adam Smith como epicentro do pensamento, ou seja, como mestre, e a afinidade entre os diferentes autores da mesma. No caso do pensamento chamado mercantilista no encontramos nenhum dos atributos necessrios para identific-lo com uma escola de pensamento. O mercantilismo teve diversas interpretaes ao longo do tempo. Desde Adam Smith at o presente sucedem-se explicaes do que foram e significaram todos estes autores chamados mercantilistas. John Maynard Keynes, Gustav Schmoller, William Cunningham e o j mencionado Adam Smith, entre muitos outros, achegaram a sua perspectiva do mercantilismo. sinalado particularmente Eli Heckscher que, influenciado pelos trs ltimos autores mencionados, rene as interpretaes destes para logo acrescentar a sua. Fala do mercantilismo do ponto de vista da sua poltica protecionista e as suas atitudes monetrias (como j refere Smith), como uma doutrina na construo do Estado (recolhido de Schmoller), como um sistema de poder (propugnado por Cunningham) e acrescenta a sua tese a estas quatro: descreve o mercantilismo como uma concepo social que quebrou com as formas, tanto morais quanto religiosas, que determinavam o comportamento dos agentes econmicos. Destaca-se Cantillon entre os autores que acreditam que o mercantilismo a antecipao da doutrina clssica. Este autor, entre o pensamento mercantilista e clssico, aperfeioa o conceito de "balana de comrcio" em termos de trabalho. Desta ptica levado em conta o aumento do emprego como trmino positivo nas ganncias da balana comercial. Assim, pois, Cantillon, advoga por medidas de estabilidade dos preos e impedir a sua subida (pela acumulao do dinheiro) e, em consequncia, a sobrevivncia de um nvel alto de emprego A poca mercantilista O conceito de mercantilismo define-se a partir dos grandes descobrimentos, consequncia da abertura das rotas comerciais martimas pelos portugueses entre o sculo XV e 1500 (data do descobrimento do Brasil) e a consolidada corrente do metal precioso (ouro e prata nomeadamente) levado dos territrios novos para a Europa, em particular depois do estabelecimento dos vice-reinos da Nova Espanha e do Peru pelos castelhanos. Intimamente ligado emergncia do Estado-nao moderno e baseado na existncia do binmio "metrpole colnias", o mercantilismo assumiu formas nacionais, das quais podem citar-se, em ordem cronolgica: Portugal, Espanha, Inglaterra, Holanda, Frana, Dinamarca e Sucia durante os sculos XVI, XVII e XVIII. Nesta poca, o mercantilismo evolui de tal maneira que gera um estudo apropriado e traduz-se como uma atividade econmica, em tal grau que se fala de polticas econmicas e normas econmicas. O mercantilismo comea a ser conhecido com outras denominaes, as mesmas que do senso ao seu conceito: sistema mercantil, sistema restritivo, sistema comercial, colbertismo na Frana e cameralismo na Alemanha.

Derivado da expanso militar europeia e do incipiente desenvolvimento manufatureiro, como complemento da produo clssica da agricultura, o mercantilismo incrementou notavelmente o comrcio internacional. Os mercantilistas foram os primeiros em identificar a importncia monetria e poltica deste. O mercantilismo desenvolveu-se numa poca na que a economia europeia estava em transio do feudalismo ao capitalismo. As monarquias feudais medievais estavam sendo substitudas pelas novas naes-estado centralizadas, em forma de monarquias absolutas ou (em Inglaterra e Holanda) parlamentares. Os cmbios tecnolgicos na navegao e o crescimento dos ncleos urbanos tambm contriburam decisivamente ao rpido acrscimo do comrcio internacional.[20] O mercantilismo focava em como este comrcio podia ajudar melhor os Estados. Outro cmbio importante foi a introduo da contabilidade moderna e as tcnicas de dupla entrada. A nova contabilidade permitia levar um claro seguimento do comrcio, contribuindo para a possibilidade de fiscalizar a balana de comrcio.[21] E evidentemente, tambm no se pode ignorar o impacto do descobrimento da Amrica. Os novos mercados e minas descobertas impulsionaram o comrcio exterior a cifras at no concebidas. Isto levou a um grande acrscimo dos preos e a um acrscimo na prpria atividade comercial.[22] Curiosamente, a relao entre a chegada de metais preciosos americanos e a inflao europeia do sculo XVI (um fenmeno a uma escala at ento desconhecida) no foi plenamente estabelecido at as pesquisas de Earl J. Hamilton numa data to tardia quanto 1934 (O tesouro americano e a revoluo dos preos na Espanha, 1501-1650). Antes do mercantilismo, os estudos econmicos mais importantes realizados na Europa foram as teorias da Escolstica medieval. O objetivo destes pensadores era encontrar um sistema econmico que fosse compatvel com as doutrinas crists com respeito piedade e a justia. Eram centrados nomeadamente nas questes microeconmicas e nas trocas locais entre indivduos. O mercantilismo, por sua vez, estava alinhado com as outras teorias e ideias que estavam substituindo o ponto de vista medieval. Nesta poca foram adotadas tambm as teorias da Realpolitik impulsionadas por Nicolau Maquiavel e a primazia do interesse nacional nas relaes internacionais. A ideia mercantilista de o comrcio ser uma soma zero na qual cada parte fazia o possvel para ganhar numa dura concorrncia, integrava-se dentro das teorias filosficas de Thomas Hobbes. Os jogos de soma zero, como o dilema do prisioneiro, podem ser consistentes com um ponto de vista mercantilista. No mencionado dilema, os jogadores so premiados por atraioar os seus companheiros, embora todos ficassem melhor se todos cooperassem. Esse ponto de vista pessimista sobre a natureza humana tambm se encaixa na viso de mundo puritana, que inspirou parte da legislao mercantilista mais dura, como as Atos de Navegao (Navigation Acts) introduzidos pelo governo de Oliver Cromwell.[23]

As ideias mercantilistas O pensamento mercantilista pode ser sintetizado atravs das nove regras de Von Hornick:[24] 1. Que cada polegada do cho de um pas seja utilizada para a agricultura, a minerao ou as manufaturas. 2. Que todas as primeiras matrias que se encontrem num pas sejam utilizadas nas manufaturas nacionais, porque os bens acabados tm um valor maior que as matrias-primas 3. Que seja fomentada uma populao grande e trabalhadora. 4. Que sejam proibidas todas as exportaes de ouro e prata e que todo o dinheiro nacional seja mantido em circulao. 5. Que seja obstaculizado tanto quanto for possvel todas as importaes de bens estrangeiros 6. Que onde sejam indispensveis determinadas importaes devam ser obtidas de primeira mo, em troca de outros bens nacionais, e no de ouro e prata. 7. Que na medida em que for possvel, as importaes sejam limitadas s primeiras matrias que possam acabar-se no pas. 8. Que sejam procuradas constantemente as oportunidades para vender o excedente de manufaturas de um pas aos estrangeiros, na medida necessria, em troca de ouro e prata. 9. Que no seja permitida nenhuma importao se os bens que se importam existissem suficiente e adequadamente no pas. Contudo, a poltica econmica interna que defende o mercantilismo estava ainda mais fragmentada do que a internacional. Enquanto Adam Smith apresentava um mercantilismo que apoiava o controlo estrito da economia, muitos mercantilistas no se identificavam com tais ideias. Durante os comeos da era moderna estava na ordem do dia o uso das patentes reais e a imposio governamental de monoplios. Alguns mercantilistas apoiavam-nos, enquanto outros viam a corrupo e ineficincia desses sistemas. Um dos elementos nos quais os mercantilistas estavam de acordo era a opresso econmica dos trabalhadores. Os assalariados e os granjeiros deviam viver nas "margens de subsistncia". O objetivo era maximizar a produo, sem nenhum tipo de ateno sobre o consumo. O fato de as classes mais baixas terem mais dinheiro, tempo de lazer, ou educao era visto como um problema que degeneraria em poucas ganhas de trabalhar, danando a economia do pas.[25] Por outro lado, os estudiosos no se pem de acordo no motivo pelo qual o mercantilismo foi a ideologia ou teoria econmica dominante durante dois sculos e meio.[26] Um grupo, representado por Jacob Viner, argumenta que o mercantilismo foi simplesmente um sistema muito direto e que contava com senso comum. Contudo, sustentava-se sobre uma srie de falcias lgicas que no podiam ser descobertas pelas pessoas da poca, dado que no tinham as ferramentas analticas necessrias. Outra escola, apoiada por economistas como Robert B. Ekelund, entende que o mercantilismo no era um erro, mas o

melhor sistema possvel para aqueles que o desenvolveram. Esta escola argumenta que as polticas mercantilistas foram desenvolvidas e postas em prtica por comerciantes e governos, cujo objetivo era incrementar ao mximo os benefcios empresariais. Os empresrios beneficiavam-se enormemente, e sem que isso lhes supusesse um esforo, pela imposio de monoplios, as proibies s importaes e a pobreza dos trabalhadores. Os governos, pela sua vez, beneficiavam-se do cobro das tarifas alfandegrias e os pagamentos dos mercadores. Se bem que as ideias econmicas mais tardias foram desenvolvidas com freqncia por acadmicos e filsofos, quase todos os escritores mercantilistas eram comerciantes ou pessoas com cargos no governo. O mercantilismo como processo econmico Dentro da doutrina econmica mercantilista emergiram, de maneira natural, trs questes fundamentais que gerava esta lucrativa atividade comercial:

O monoplio da exportao. O problema dos cmbios e a sua derivao. O problema da balana comercial.

Na obra The Circle of Commerce (O crculo do comrcio, 1623), Edward Misselden desenvolveu um conceito de balana comercial expressado em termos de dbitos e crditos, apresentando o clculo da balana comercial para a Inglaterra do dia de Natal de 1621 at o de 1622. A ideia mercantilista de "balana de comrcio multilateral" corresponde atual noo de "balana de pagamentos" e composta de cinco contas: Balana de comrcio multilateral 1. Conta corrente (=balana comercial) 1. Mercadorias (A) 2. Invisveis (fretes, seguros, etc.) (A) 2. Contas de capital 1. A curto prazo (C) 2. A longo prazo (A) 3. Transferncias unilaterais (doaes, ajuda militar, etc.) (A) 4. Ouro (C) 5. Erros e Omisses

Polticas mercantilistas As ideias mercantilistas foram a ideologia econmica dominante em toda Europa a princpio da Idade Moderna. Contudo, como conjunto de ideias no sistematizadas, a sua aplicao concretiza diferiu na prtica de cada pas.a Frana

Grande parte de "A Riqueza das Naes" de Adam Smith um ataque ao mercantilismo David Hume, pela sua vez, apontou a impossibilidade do grande objetivo mercantilista de conseguir uma balana comercial positiva constante. medida que os metais preciosos entravam num pas, a oferta incrementar-se-ia e o valor desses bens nesse Estado comearia a reduzir-se com referncia a outros bens de consumo. Pelo contrrio, no Estado que exportasse os metais preciosos, o valor comearia a crescer. Chegaria um momento no que no compensasse exportar bens do pas com altos preos ao outro pas, que agora teria nveis de preos menores, e a balana comercial terminaria revertendo por si mesma. Os mercantilistas no entenderam este problema, e argumentaram durante muito tempo que um acrscimo na quantidade de dinheiro simplesmente significava que todo o mundo era mais rico.[40] Outro dos objetivos principais hora de criticar as teorias do mercantilismo foi a importncia que dada aos metais preciosos, mesmo quando alguns mercantilistas comearam a tirar a importncia do ouro e a prata. Adam Smith apontou que os metais preciosos eram exatamente iguais que qualquer outro bem de consumo, e que no havia razo alguma para lhe dar um tratamento especial. O ouro no era mais do que um metal de cor amarela que era valioso simplesmente por no ser abundante. A primeira escola que recusou completamente o mercantilismo foi a da Fisiocracia, na Frana. Contudo, as suas teorias tambm apresentavam uma srie de importantes problemas, e a substituio do mercantilismo no se produziu at que Adam Smith publicou a sua famosa obra "Uma investigao sobre a natureza e as causas da riqueza das naes" em 1776. Este livro amostra as bases do que atualmente se conhece como a economia clssica. Smith dedica uma parte considervel do livro a rebater os argumentos dos mercantilistas, se bem que estes so com freqncia verses simplistas ou exageradas dos seus pensamentos.[27] Os acadmicos tambm esto divididos hora de estabelecer uma causa para o final do mercantilismo. Aqueles que crem que a teoria era simplesmente um erro deduzem que a sua substituio era inevitvel desde o momento em que as ideias de Smith, muito mais exatas, foram expostas ao pblico. Aqueles que opinam que o mercantilismo era uma procura de formas de enriquecimento para uma parte da sociedade entendem que somente terminou quando se produziram importantes cmbios na sociedade, e nomeadamente no sistema de poderes. No Reino Unido o mercantilismo foi desaparecendo a partir de que o Parlamento aambarcou o poder que o monarca tinha para estabelecer monoplios. Se bem que os ricos capitalistas que controlavam a Casa dos Comuns se beneficiavam desses monoplios, o Parlamento via difcil lev-los a cabo por causa do grande custo que supunha tomar essas decises coletivas.[41] Os regulamentos mercantilistas foram eliminados pouco a pouco ao longo do sculo XVIII no Reino Unido, e durante o sculo XIX o governo britnico adotou abertamente o livre comrcio e as teorias econmicas de Smith do laissez faire.

No continente o processo foi algo diferente. Na Frana as prerrogativas econmicas da monarquia absoluta foram mantidas at a Revoluo Francesa, sendo ento que terminou o mercantilismo. Na Alemanha o mercantilismo continuou sendo uma importante ideologia at comeos do sculo XX.[42] Legado Ideias mercantilistas sobreviventes Pode afirmar-se que as crticas de Adam Smith ao mercantilismo foram aceitas no Imprio Britnico, mas recusadas nos Estados Unidos por figuras to importantes quanto Alexander Hamilton, Friedrich List, Henry Clay, Henry C. Carey e Abraham Lincoln. No sculo XX, a maioria de economistas de ambos os lados do Atlntico chegaram a aceitar que em algumas reas as teorias mercantilistas eram corretas. O mais importante foi o economista John Maynard Keynes, que explicitamente apoiou algumas das suas teorias. Adam Smith recusara a nfase que at ento os mercantilistas puseram na quantidade de dinheiro argumentando que os bens, a populao e as instituies eram as causas reais de prosperidade. Keynes argumentou que a quantidade de dinheiro em circulao, a balana comercial e os tipos de interesse tinham uma grande importncia na economia. Este ponto de vista foi logo a base do monetarismo, cujos defensores atualmente recusam muitas das teorias econmicas keynesianas, mas que se desenvolveu e atualmente uma das escolas econmicas mais importantes. Keynes tambm fez notar que o enfoque nos metais preciosos tambm era razovel na poca na que se deu (comeos da era moderna). Numa poca anterior ao papel moeda, um acrscimo dos metais preciosos e das reservas do Estado era a nica forma de incrementar a quantidade de dinheiro em circulao. Adam Smith, por outro lado, tambm recusou a nfase do mercantilismo para a produo, argumentando que a nica forma de fazer crescer economia era atravs do consumo (que, pela sua vez, impulsionava a produo de bens). Keynes, porm, defendeu que a produo era to importante quanto o consumo. John Maynard Keynes Keynes e outros economistas do perodo tambm retomaram a importncia que tinha a balana de pagamentos, e visto que desde a dcada dos anos 1930 todas as naes controlaram as entradas e sadas de capital, a maioria dos economistas est de acordo em que uma balana de pagamentos positiva melhor que uma negativa para a economia de um pas. Keynes tambm retomou a ideia de que o intervencionismo governamental uma necessidade econmica. Contudo, se bem que as teorias econmicas de Keynes tiveram um grande impacto, no tiveram tanto sucesso os seus esforos de reabilitar a palavra mercantilismo, que atualmente segue a ter conotaes negativas e usado para atacar uma srie de polticas protecionistas.[43] Por outro lado, as

similaridades entre o keynesianismo e as ideias dos seus sucessores com o mercantilismo s vezes fizeram que os seus detratores as categorizassem como neomercantilismo. Por outro lado, alguns sistemas econmicos modernos copiam algumas das polticas mercantilistas. Por exemplo, o sistema do Japo ocasionalmente tambm qualificado de neo-mercantilista.[44] Uma rea do uso da informao, Smith foi rebatido antes mesmo do que Keynes. Os mercantilistas, que eram geralmente mercadores ou funcionrios pblicos do governo, tinham em suas mos uma grande quantidade de dados de primeira mo sobre o comrcio, e usavam-nos consideravelmente nas suas pesquisas e escritos. William Petty, um mercantilista importante, com freqncia considerado o primeiro economista em usar uma anlise emprica para estudar a economia. Smith recusava este sistema por entender que o mtodo dedutivo era o mtodo correto para descobrir as verdades econmicas. Atualmente, porm, a maioria das escolas econmicas aceitam que ambos os mtodos so importantes (se bem que a escola austraca supe uma notvel exceo).

FISIOCRACIAPara os fisiocratas, toda riqueza provm da terra, a indstria apenas diversifica o produto e o comrcio distribui. Estes eram contra o intervencionismo mercantilista. Sendo importante lembrar que as idias fisiocratas surgem na poca que no existia atividade industrial, ou seja, apenas actividades ligadas ao setor primrio, a agricultura.

A fisiocracia, considerada a primeira escola da economia cientfica, antes at mesmo da teoria clssica de Adam Smith, uma teoria econmica que surgiu para se opor ao mercantilismo, se apresentando como fruto de uma reao iluminista. Em resumo, a fisiocracia se baseia na afirmao de que toda a riqueza era proveniente da terra, da agricultura. O idealizador da teoria foi Franois Quesnay, mdico da corte do rei francs Lus XV. Ele afirmava que era intil tentar alterar a ordem natural da sociedade atravs de leis e regulamentos governamentais, confirmando assim, uma caracterstica de sua teoria: o estado do laissez faire (oferta e procura, o liberalismo econmico), ou seja, a no-interveno do Estado no sistema econmico. Para os fisiocratas, a agricultura era o verdadeiro e nico modo de gerar riquezas pelo fato de que a mesma proporciona grandes lucros e exige poucos investimentos, por isso deveria ser valorizada, contrariando assim, o pensamento mercantilista da acumulao de metais (metalismo). Segundo a teoria, como a agricultura era a nica fonte de riquezas, deveria haver um nico imposto, pago pelos proprietrios de terra, livrando o restante da sociedade de grandes quantidades de tributos.

Pensadores de grande destaque que foram Smith e Ricardo, assim como os Fisiocratas, criaram grandes teorias visando explicar as relaes econmicas entre as classes sociais. Outros pontos de grande destaque em seus estudos foram a origem da renda,

o valor das mercadorias, as relaes de troca, a criao e distribuio da riqueza na sociedade, a diviso do trabalho e a gerao do excedente econmico. Smith e Ricardo formularam teorias visando explicar qual seria a melhor forma de os pases manterem relaes comerciais internacionais. Os sculos XVII e XVIII se destacaram com o surgimento de grandes teorias econmicas em uma poca em que no ainda estudos ligados a economia e neste contexto surgem os Fisiocratas, Smith e Ricardo trazendo grandes avanos para as Cincias Econmicas. Palavras-chave: Fisiocratas; Smith; Ricardo; Teorias Econmicas. 1.Introduo Os sculos XVII e XVIII foram muito promissores para as cincias econmicas. Foi neste perodo que comearam a surgir os grandes pensadores e estudiosos que viriam a formular teorias que tentavam explicar a realidade econmica da poca partindo da observao da realidade que vivenciavam. Neste contexto, surge a Escola Fisiocrtica, com origem francesa e que defendia a existncia de uma ordem natural, com base na qual a sociedade deveria ser organizada. Os fisiocratas acreditavam que somente a agricultura que poderia gerar um excedente e assim formularam suas teorias partindo do princpio da agricultura como centro da gerao de riqueza na sociedade. Uma grande evidncia do destaque dado pelos fisiocratas agricultura o seu Tableau Economiqu, em que mostravam atravs de um diagrama a distribuio da renda pelas trs classes da sociedade, sendo que no final a renda retornava aos proprietrios de terras. Posteriormente surgem Adam Smith e David Ricardo dando incio Escola Clssica e propondo grandes alteraes ao que havia sido exposto at ento pelos fisiocratas e mercantilistas. Ambos surgiram explicando teorias at ento nuncaabordadas, como a teoria do valor, teoria do lucro, dentre outras alteraes. Smith e Ricardo foram dois dos maiores pensadores j vistos pela economia moderna, ao lado de outros grandes estudiosos que surgiram posteriormente. Suas teorias so dignas de profundas anlises e reflexes e expressam o que de mais completo no contexto das teorias econmicas havia no sculo XVIII. 2.Breve Histrico sobre Fisiocracia, Smith e Ricardo 2.1 Surgimento da Escola Fisiocrtica Os fisiocratas surgiram na Frana com final do mercantilismo, por volta de 1756, com dois pensadores principais: Quesnay e Turgot. Apesar de ter sido um movimento de oposio ao mercantilismo, a fisiocracia no se afastou totalmente do feudalismo, pois a Frana era um pas essencialmente agrrio.

Para os fisiocratas, a sociedade era regulada por uma ordem natural que rege a natureza fsica. Assim, se os homens no colocarem obstculos a essas leis a sociedade ir se configurar segundo um desenho necessrio, com leis que iro se impor automaticamente a todas as pessoas. Segundo esta escola, a sociedade pode ou no existir, mas existindo traz vantagensas pessoas que no poderiam ser obtidas de outra forma. Uma destas vantagens a troca de mercadorias, que pode reduzir e integrar as atividades econmicas dos homens. Esta realidade o ponto de partida da anlise fisiocrtica. Para que possamos entender o motivo da crena fisiocrtica nas leis naturais, devemos nos voltar para a realidade francesa no sculo XVIII. Era uma economia essencialmente agrria, com base na propriedade privada feudal; a economia j possua um carter capitalista, embora ainda fosse possvel encontrar camponeses nas provncias meridionais; as atividades realizadas nas cidades eram de carter artesanal; conviviam em uma mesma realidade as formas de produo agrcola camponesa e a capitalista, com destaque para esta ltima forma, que segundo os fisiocratas seria a forma mais desejvel e avanada para a poca. Na fisiocracia a forma essencial do capitalismo s poderia se desenvolver totalmente nas atividades agrcolas, pois para eles apenas na agricultura que poderia haver um excedente. 2.2 Adam Smith Nascido na Esccia em 1723, Adam Smith lecionou em Gaslow e Oxford e entrou em contato com os principais representantes da fisiocracia, Quesnay e Turgot. Pela sua formao acadmica e seus vastos conhecimentos do assunto, Smith foi o primeiro a criar um modelo abstrato totalmente coerente com a realidade econmica da poca. Via ligaes entre as classes sociais, o sistema de produo, o comrcio, a circulao de moeda, a distribuio da riqueza, dentre outros. Obteve destaque com duas principais obras: A Teoria dos Sentimentos Morais e A Riqueza das Naes. Com a deposio deTurgot como Ministro das Finanas e a publicao de A Riqueza das Naes de Smith em 1776, tem fim a influncia dos fisiocratas e so introduzidos os princpios que serviro de base Escola Clssica. Ao contrrio da fisiocracia, que se desenvolveu na Frana, Smith toma por base a Inglaterra, com sua realidade econmica j bem mais direcionada ao sistema manufatureiro, transformao que se consolidava na Inglaterra do sculo XVIII. Smith considerava a busca pela riqueza como um desejo de cada indivduo de melhorar. Pensava que o auto-interesse impelia os homens a buscar pelo melhor para si e conseqentemente acabavam proporcionando involuntariamente o melhor para os outros.

No da benevolncia do aougueiro, do cervejeiro ou do padeiro que esperamos nosso jantar, mas da considerao que eles tmpor seus prprios interesses. Na esfera econmica, isso propicia a diviso do trabalho e a acumulao de capital, dessa forma aumentando a produtividade.(HUNT,p.100) importante ressaltar que para que como justificativa para que o homem no tivesse uma conduta indesejvel, Smith dizia que todas as pessoas possuam simpatia e benevolncia, o que direcionava sua conduta a no ferir a liberdade alheia. 2.3 David Ricardo Nascido em 1772 e filho de capitalista bem sucedido, David Ricardo conseguiu fazer fortuna maior que a de seu pai com a bolsa de valores inglesa. Enquanto terico, foi um dos mais rgidos em seus escritos. Escreveu sobre Economia Poltica e na criao de modelos abstratos que descrevessem de forma real as situaes vividas no capitalismo foi insupervel. Para Ricardo, a Economia Poltica era uma cincia que se ocupava da distribuio do produto social entre as trs classes que compunham a sociedade, sendo este produto dividido em renda, salrios e lucros, cada um correspondendo respectivamente aos proprietrios de terras, aos trabalhadores e aos capitalistas. Ricardo trata em sua obra dos conflitos entre agricultores e industriais,e conclui que as reivindicaes dos capitalistas eram procedentes e deveriam ser atendidas. Embora fosse um homem rico, defendeu um imposto sobre o capital para liquidar a dvida nacional. 3.Teoria do Valor Inicialmente Smith tentou formular sua teoria do valor com base no valor de uso e no valor de troca das mercadorias. Para ele um bem no tinha a possibilidade de ser trocado se no possusse um valor de uso, pois somente a capacidade de levar prazer ao usurio que poderia fazer um bem digno de ser trocado. Caso contrrio ningum iria querer obt-lo. tambm neste contexto que Smith fala sobre a escassez relativa marginal de um bem. Um exemplo citado por Smith e que pode demonstrar claramente esta teoria. "As coisas que tm um maior valor em uso freqente tm pouco ou nenhum valor para troca; e,pelo contrrio, as que tm o maior valor de troca freqentemente tm pouco ou nenhum valor de uso. Nada mais til do que a gua; mas dificilmente se comprar alguma coisa com ela; dificilmente ela se trocar com alguma coisa. Um diamante, pelo contrrio,dificilmente tem qualquer valor para uso, mas freqentemente uma quantidade muito grande de outros bens pode ser trocada por ele." (HUNT, p.110)

Posteriormente, Smith na elaborao de sua teoria do valor descarta a hiptese da utilidade e se volta para o papel do trabalho. Ele diz que quando uma pessoa um bem que pretende trocar e no fazer uso prprio, seu valor corresponde a quantidade de trabalho que o bem lhe d direito de trocar, ou seja a quantidade de trabalho demandvel. Segundo Smith, "o preo real de todas as coisas (...) para o homem que as quer adquirir o trabalho e o incmodo de adquiri-las." Sendo assim, um determinado produto que tivesse gasto uma hora de trabalho para ser produzido s poderia ser trocado proporcionalmente por outro bem que tivesselevado o mesmo tempo para ser produzido,ou ento por dois bens que tivessem levado meia hora em sua confeco, e assim sucessivamente. Partindo da teoria smithiana do valor, Ricardo elaborou sua teoria complementando com o que, segundo ele, faltava na de Adam Smith.Para Ricardo o valor de uma mercadoria devia ser dado a partir do trabalho contido, ou seja, deveriam ser contabilizados os esforos realizados tambm para a produo dos instrumentos de trabalho e no apenas o trabalho realizado na produo final. A posio de Ricardo que (...) o fato de que na economia capitalista uma parte do produto no retorna aos trabalhadores na medida em que se transforma em lucro ou renda fundiria, no impede totalmente que as mercadorias sejam trocadas segundo o trabalho nelas contido. (NAPOLEONI, 1982 p. 110). Apesar de discordar em alguns pontos, Ricardo via na teoria de Smith algo que considerava correto para a formulao de sua teoria do valor: em uma economia capitalista simples, aquantidade de trabalho que uma mercadoria poderia colocar em movimento estava relacionada com a quantidade de trabalho contida nesta mercadoria, assim como no ato da troca de mercadorias, o trabalho contido em ambas seria considerado. Outro princpio importante considerado por Ricardo para a precificao de uma mercadoria seria a satisfao que o produto poderia proporcionar a quem o adquirisse. Embora este no seja um item exclusivo na determinao do preo, era importante que fosse observado. H ainda um terceiro ponto que segundo ele erade extrema relevncia, a escassez. Alguns itens raros, como obras de arte, moedas velhas e livros clssicos teriam seu preo determinado unicamente pela sua escassez. Mas apesar destes dois pontos importantes citados por Ricardo, o valor de uma mercadoria deve ser indiscutivelmente dado pelo trabalho. Ricardo entende por trabalho o trabalho acumulado, todo o trabalho necessrio para se chegar ao produto final gerador de riqueza.

J a escola fisiocrtica no possua nenhuma teoria do valor. Adotam os valores das mercadorias como dados e a partir da desenvolvem suas idias. Ao analisarmos as teorias do valor de Smith e Ricardo devemos levar em considerao o perodo em que foram escritas. Hoje sabemos que existem teorias muito mais completas sobre o valor das mercadorias, mas a contribuio deixada por estes dois pensadores foi de fundamental importncia. Foi partindo da teoria do valor de Smith que Ricardo analisou os pontos crticos e formulou uma nova teoria, mais completa. Enquanto Smith observou apenas a quantidade de tempo de trabalho gasto para valorar uma mercadoria, Ricardo foi alm a props que fosse considerado o trabalho contido na mercadoria, pois isto envolveria uma remunerao tambm ao trabalho utilizado na fabricao dos meios de produo,ou seja, seria contabilizado o trabalho acumulado das mercadorias. Para o sculo XVIII, perodo em que estavam comeando a ser formuladas as primeiras teorias econmicas, este foi um grande avano. Os pensadores econmicos posteriores, como Karl Marx por exemplo, apesar de possures uma linha de pensamento diferenciada se basearam nestas teorias para seguires seus estudos e anlises da sociedade econmica como um todo. 4. Teoria da Renda da Terra Para Smith a renda produzida pela terra dependeria da localizao e da fertilidade da terra em questo. Quanto maior fosse a procura por determinado produto maior seria o preo que o produtor poderia exigir por ele. O valor mnimo cobrado seria aquele necessrio a pagar salrios e gerar lucro. Deve-se observar que a renda entra na composio do preo dos bens de um modo diferente dos salrios e dos lucros. Salrios e lucros altos ou baixos so a causa de preos altos ou baixos; renda alta ou baixa seu efeito. porque os salrios e lucros altos ou baixos devem ser pagos para levar um determinado bem ao mercado que seu preo alto ou baixo, muito mais, ou muito pouco mais, ou no mais do que o suficiente para pagar tais salrios e lucros, que ele proporciona uma renda alta ou baixa ou, ento, no proporciona renda alguma. (HUNT, p.123) Smith considerava que a cada melhoria na economia levaria a um aumento na renda da terra de forma direta ou indireta. J para David Ricardo o processo de formao da renda da terra ocorre de forma um pouco diferente. Para ele inicialmente so cultivadas as terras mais frteis e de melhor localizao, encontradas de forma ilimitada. Assim, no existe renda da terra, pois o produto obtido do trato da terra livre de qualquer custo. Todo valor recebido na venda da produo agrcola se constitui no lucro do capitalista que investiu seu capital.

(...) Podemos obter, em uma terra do melhor tipo, 300 quarters de cereal mediante uma antecipao anual de capital (includos os salrios) equivalente em valor a 200 quarters, a taxa de lucro de 100 sobre 200, ou seja, 50%. Se, com a continuao do processo de desenvolvimento, devemser cultivadas terras menos frteis e situadas em localizaes menos favorveis, verificar-se- que sobre uma dessas terras o mesmo produto de 300 quarters poder ser obtido unicamente atravs de uma antecipao maior de capital digamos, 210 quarters. Nesse caso, a taxa de lucro sobre a terra considerada ser de 90 sobre 210, isto 43%.(NAPOLEONI, 1982 p.89) Como podemos observar, o cultivo da terra em um segundo momento gera uma renda diferencial sobre a terra cultivada em um primeiro momento. Como a fertilidade das terras agora menor, h necessidade de se investir uma quantidade inicial maior, o que faz com que o lucro final do produtor seja menor, pois a renda paga pelo uso da terra vai aumentando conforme h menos terras disponveis e os salrios pagos vo diminuindo porque o nmero de trabalhadores aumenta. Para Ricardo a renda surge do aumento populacional, cuja expanso exige um aumento na produo de alimentos. Ainda que os proprietrios se recusassem a receber o pagamento da renda, o preo dos produtos originrios da terra no deixaria de subir, pois a presso demogrfica causada pelo aumento populacional fora o cultivo de ters menos frteis, incorporando cada vez mais trabalho e capital. Sob esta tica os nicos beneficiados seriam os proprietrios de terras, uma vez que tanto os lucros quanto os salrios diminuiriam progressivamente. Com a ocorrncia deste fato, o trabalhador ficaria duplamente prejudicado, pois alm de conviver com a alta dos preos dos produtos agrcolas, tambm sofreria com a baixa dos salrios. Segundo Ricardo, "(...) os salrios, enquanto forem regulados pela lei da oferta e da procura, tendem a baixar,pois o nmero de trabalhadores continuar a crescer um pouco mais rapidamente do que a procura da mo-de-obra". Essa teoria de Ricardo sobre a renda ficou conhecida como Teoria dos Rendimentos Decrescentes. Observando as teorias de Smith e a de Ricardo podemos perceber que Ricardo foi bem mais detalhista na elaborao de sua teoria, pois analisou com mais profundidadea ordenao das terras de cultivo,enquanto Smith no se ateve a estes detalhes. Partindo deste princpio que foi mais fcil para Ricardo compreender o que aconteceria com as taxas de lucro dos produtores com o passar do tempo, o que no foi possvel a Smith. 5. Teoria da Distribuio Para os fisiocratas, a distribuio da renda na sociedade podia ser explicada pelo Tableau Economiqu, o qual consideravam ser sua maior contribuio para a cincia

econmica. O Tableau descrevia a criao e a circulao da riqueza entre as trs classes sociais. O Tableau a primeira tentativa de explicao que surge em nvel macroeconmico, apesar de retratar uma economia fechada, sem comrcio exterior. Segundo esta anlise o proprietrio de terras recebe o aluguel dos lavradores e estes contratam a mo-de-obra do trabalhador. O esquema analisa apenas o setor agrcola e considera que todas as trocas so feitas entre classes e no entre indivduos. O Tableau explica a criao do produto lquido, sua circulao entre as classes e sua reproduo no ano seguinte. No esquema a circulao da riqueza entre as classes depende do pagamento de renda a classe proprietria, que ao gastar esta quantia movimenta o processo de trocas. No final, como todos dependem da produo agrcola, a riqueza acaba voltando para a classe proprietria e permite que seja iniciado um novo ciclo produtivo. Inicialmente em sua teoria da distribuio, Smith comenta sobre o estabelecimento de um contrato entre trabalhador e empregador e deste acordo que seria estabelecido o salrio a ser pago ao trabalhador. Mas ainda assim, Smith ressaltava que este salrio deveria ser no mnimo aquele necessrio a sobrevivncia do trabalhador. A longo prazo os salrios no deveriam ficar abaixo do nvel de subsistncia. Quando os salrios so maiores a populao tambm tende a crescer em um ritmo mais acelerado. Entretanto, ao contrrio de Malthus, Smith no possua uma viso pessimista deste crescimento, pois acreditava que com isso haveria tambm uma maior insero da classe operria no mercado de trabalho, possibilitando uma maior diviso do trabalho e conseqente especializao da produo. Smith considera ainda que os lucros do capitalista esto intimamente ligados aos salrios, baixando quando estes baixam e aumentando quando estes se elevam. Uma possvel medida para um aumento salarial seria um aumento no estoque, pois este aumento geraria uma maior procura por mo-de-obra. A diminuio na disponibilidade de mo-de-obra no mercado geraria concorrncia e conseqentemente faria com que os salrios subissem. Para Ricardo a composio da sociedade por classes sociais condicionante no desenvolvimento da vida econmica e deve ser objeto rigoroso de estudo. Segundo ele, as leis que regiam a distribuio eram o principal problema a ser explicado pela Economia Poltica. A parcela do produto social atribuda aos salrios representava uma remunerao aos trabalhadores pela sua mo-de-obra; a parcela atribuda renda fundiria remunera a terra utilizada durante o processo produtivo; e por fim, a parcela do produto social que atribuda aos lucros remunera o capital investido no processo de produo.

Esta era a ordenao natural da distribuio da riqueza na sociedade capitalista para David Ricardo e segundo ela que se regulamentava todo o processo produtivo em uma economia capitalista. O autor publicou uma obra que tratava desta distribuio em 1817, intitulada "Princpios de Economia Poltica e Tributao". Como possvel perceber a distribuio da riqueza entre as classes sociais se constituiu em um dos temas mais abordados pelos fisiocratas, por Smith e por Ricardo. A teoria foi sendo aprimorada com o passar dos tempos e atingiu em David Ricardo seu maior grau de explicao de acordo com a sociedade capitalista da poca. 6. Teoria do Lucro Para Smith o lucro consistia na remunerao do capital empregado na produo de mercadorias, sendo assim era totalmente justificado. Seria uma compensao ao do do capital pelos riscos que ele assume ao aplicar seu dinheiro. Segundo Smith os lucros eram flutuantes e no era possvel determin-los com preciso. A forma mais fcil de determin-los era atravs dos juros. J para Ricardo a evoluo da taxa de lucro se acha ligada a determinao da renda fundiria. Ele considera que a taxa geral de lucro que prevalece na economia depende diretamente das taxas de lucro da agricultura, e esta por sua vez, depende da renda fundiria. Como Ricardo defendia a teoria dos rendimentos decrescentes na agricultura, acreditava que a longo prazo as taxas de lucro tenderiam a diminuir e a concorrncia tenderia a igualar todas as taxas. A partir da anlise desses dois conceitos podemos perceber que os pensadores possuam diferentes vises a respeito das taxas de lucro, pois enquanto Ricardo tinha uma viso de longo prazo que envolvia a concorrncia entre os produtores, Smith se preocupou apenas em dizer qual era a origem do lucro e se este era justificvel. 7. A interveno do Estado na Economia A fisiocracia defendia que o papel do Estado era o de garantir a ordem,criar um imposto nico que incidisse sobre a classe proprietria e proporcionar as melhores condies para a produo agrcola. A escola fisiocrtica propunha ainda algumas reformas como a adoo de meios mais desenvolvidos de cultivo agrcola, abolio as restries exportao de cereais, o que garantiria um bom preo e a eliminao de todos os entraves da concorrncia no mercado de bens manufaturados. Adam Smith defendia a no interveno do Estado na economia, pois segundo ele o mercado se auto-regularia como que guiado por uma mo-invisvel onde as foras do

mercado determinariam um ponto de equilbrio entre a oferta e a demanda pelas mercadorias. David Ricardo tambm defendia a no interveno do estado na economia, o que pode ser explicitado pe sua opinio a respeito da lei dos cereais. Ricardo era contra a lei dos cereais. Achava que a importao deveria ser livre,pois geraria concorrncia para o mercado interno e assim no iria concentrar mais riqueza na mo dos proprietrios de terras. A livre concorrncia possibilitaria que os preos ficassem mais controlados pelos mercados e no apenas pela vontade dos grandes fundirios. 8. Comrcio Internacional Adam Smith na questo do comrcio internacional defendia a Teoria das Vantagens Absolutas, ou seja, cada pas deveria se especializar naquilo que podia produzir a menores custos. Assim, por exemplo, se Portugal produzisse vinho a um custo mnimo de $80 e cereais a um preo mnimo de $90 e a Inglaterra produzisse vinho a um preo mnimo de $90 e cereais a um preo mnimo de $80, Portugal devera se especializar na produo de vinho para o restante dos pases e comprar de Portugal os Cereais. Enquanto a Inglaterra deveria se especializar na produo de cereais, que possuam para eles o menor custo e comprar de Portugal o vinho que sairia mais barato. J David Ricardo defendia a Teoria das Vantagens Comparativas, em que cada pas deveria produzir o que fosse mais barato para si, independentemente de existirem outros pases que produzissem este bem a menores custos ou no. Por exemplo, se Portugal produzisse vinho a $70 e cereais a $80 e a Inglaterra produzisse vinho a $100 e cereais a $90, Portugal deveria se especializar na produo de vinho e a Inglaterra na produo de cereais. Podemos perceber que a teoria de Ricardo das vantagens comparativas mais adequada realidade da poca que a teoria das vantagens absoluta de Smith, pois em Smith uma vez que um pas no possussenenhum produto que pudesse produzir a menores custos que todos os demais, ele no teria poder de competio no mercado internacional e tambm no teria poder de compra de mercadorias de outros pases. J a teoria de Ricardo pode ser tida como mais adequada porque cada pas se especializa no que lhe sai mais barato independentemente de existirem outros pases que possam produzir o mesmo produto a menores custos. Assim seria possvel que todos os pases competissem no mercado externo, tanto tendo poder de compra quanto poder de venda. 9. Diviso do Trabalho Teoria centrada em Adam Smith, defendia que a diviso do trabalho proporcionava um aumento na produtividade do trabalhador por trs motivos principais:

Aumentava a destreza do trabalhador. Uma vez que ele realizava apenas uma funo sua prtica aumentaria e ele passaria a realizar uma mesma atividade em menor tempo; Reduzia o tempo de troca de uma funo para outra; Facilitava a inveno de maquinrios que acelerassem a produo. Segundo Adam Smith, "j que por tratado, por escambo e por aquisio que obtemos uns dos outros a maior parte desses bons ofcios mtuos de que necessitamos, essa a mesma disposio para permutar que originalmente d ensejo diviso do trabalho". Tendo sido criada no sculo XVIII esta uma teoria que continua vlida ainda hoje e muito praticada nas empresas de pequeno e grande porte, gerando um aumento nos lucros dos capitalistas e aumentando a produtividade e especializao do trabalhador. 10. Teoria do Excedente Econmico Teoria esta defendida pela escola fisiocrtica, propunha que apenas a agricultura que poderia gerar um excedente econmico. Tanto na Indstria quanto no comrcio, para estes pensadores s havia uma transferncia de valores. J a agricultura ao final da produo gerava uma quantidade maior que a investida inicialmente, o chamado excedente econmico. Smith e Ricardo ao desenvolverem suas teorias deixam explicita a idia de que ao contrrio dos fisiocratas, acreditavam que a indstria tambm poderia gerar um excedente ao passo que recebia a matria em estado bruto e a transformava em um novo produto com um maior valor agregado. Concluso A partir da anlise desenvolvida das diferentes teorias propostas pela escola fisiocrtica e pelos pensadores Adam Smith e David Ricardo, podemos concluir que a economia moderna tem bases slidas, desenvolvidas no apenas por estes pensadores aqui citados, mas tambm pelos seus sucessores. Tendo sido criadas em uma poca em que ainda no haviam muitos estudos acerca das cincias econmicas, essas teorias representaram uma grande evoluopara a economia, apesar de apresentarem alguns pontos falhos ou incompletosmas que viriam a ser resolvidos posteriormente pelos outros tericos estudiosos do tema. Se fizermos uma anlise temporal da evoluo das teorias desde os fisiocratas at Ricardo podemos perceber que houve grande progresso. Smith conhecendo a teoria fisiocrtica elaborou de forma mais completa suas obras, defendendo idias que segundo ele faltaram aos fisiocratas. J Ricardo conseguiu evoluir ainda mais partindo da obra de Smith. Formulou teorias mais completas, corrigiu alguns pontos que

considerava errneos na teoria smithiana e complementou. Ricardo se destacou na poca por sua destreza enquanto pensador. Cada um dos pensadores aqui analisados com sua parcela e de acordo com a realidade que presenciaram fizeram com que a economia desse grandes passos e chegasse ao que conhecemos hoje: uma economia capitalista altamente desenvolvida e que pode ser compreendida quando partimos de teorias pr elaboradas.

Liberalismo ou Escola Clssica Praticamente no mesmo instante em que surge, na Frana, a cincia econmica com os fisiocratas, na Inglaterra, Adam Smith, em 1776, pblica a Riqueza das Naes. Trata-se de um esforo de reviso das idias econmicas mercantilistas e tambm da constituio de uma Escola Econmica. O liberalismo econmico foi defendido por vrios autores; dentre eles, pode-se citar Adam Smith, Thomas Malthus e David Ricardo. Estes defenderam o fim da interveno do Estado na economia, livre concorrncia e o fim das medidas protecionistas e dos monoplios. Estes no reconheciam a excluso social, como um problema da sociedade e sim do prprio trabalhador, que estava naquela situao de penria porque no queria trabalhar pelo salrio ou pelo preo que o mercado estava lhe oferecendo pela sua mo-deobra. Smith cria uma cincia econmica que apresenta inmeros pontos de semelhana com a dos fisiocratas. Partindo de um ponto de vista menos acanhado que o dos fisiocratas, amplia o seu campo: ao invs da produtividade agrcola toma como problema econmico central o trabalho, entendido com trabalho ajudado pelo capital, ou seja, atividade produtiva. E, fazendo do trabalho, assim compreendido, a fonte da riqueza, reage contra a concepo metalista dos mercantilistas e a noo exageradamente agrria dos fisiocratas. Para Adam Smith, o Estado deve desempenhar trs funes: manter a segurana militar, administrar a justia e construir e manter certas instituies pblicas. Segundo ele, a interveno do Estado em outras questes era intil e prejudicial economia, pois tendia a alocar mal os recursos e, conseqentemente, reduzir o bem-estar social, a economia seria guiada por uma mo invisvel, ou seja, pelas leis naturais do mercado. Essas leis eram: a livre concorrncia e a competio entre os produtores, que determinavam o preo das mercadorias e eliminavam os fracos e os ineficientes. Assim, o mercado torna-se responsvel pela regulamentao da economia, trazendo harmonia social e econmica, sem interveno do Estado (Shermam, 1998).Para Adam Smith, se o trabalho determinava a propriedade nacional e o mesmo nose realizava sem o trabalhador, e, conseqentemente, esse no viveria sem o salrio, portanto este deveria receber no mnimo um salrio que correspondesse ao necessrio para sua prpria reproduo (salrio eficincia). No entanto, como alertavam os economistas no-liberais, se a economia deixada livre fora do mercado, a excluso social ir aumentar, pois, ao contrrio do que diziam os liberais, os capitalistas buscam seu prprio bem-estar e este raramente ser o melhor para a sociedade como um todo. O salrio estava condicionado procura e oferta de mo-de-obra, consideravase suficiente apenas uma quantia para a subsistncia do trabalhador, o que no era suficiente para uma famlia viver com dignidade. Assim, as leis do

mercado justificavam os salrios de fome e a explorao dos trabalhadores. Enquanto os mercantilistas faziam a riqueza depender do ouro e os fisiocratas, da terra, Smith v a sua origem no trabalho do homem. Essa noo de trabalho, com que substitui a de produtividade exclusiva da agricultura, caracterstica da sua concepo de liberdade natural. O estudo aprofundado que Smith faz do trabalho e da sua produtividade, servir de base explicao da riqueza das diferentes naes: No se vem, porventura escreve ele povos pobres em t e r r a s v a s t s s i m a s , potencialmente frteis, em climas dos mais benficos? E, inversamente, no se encontra, por vezes, uma populao numerosa vivendo na abundncia em um territrio exguo, at algumas vezes em terras penosamente conquistadas ao oceano, ou em territrios que no so favorecidos por dons naturais? Ora, se essa a realidade por existir uma causa sem a qual os recursos naturais, por preciosos que sejam, nada so, por assim dizer; uma causa que, ao atuar, pode suprir a ausncia ou insuficincia de recursos naturais. Em ou t ros te rmo s, uma causa ge ra l e comum d e rique za, cau sa que , atu an do d e modo desigual e vrios entre os diferentes povos, explica as desigualdades de riqueza de cada um deles; essa causa dominante o trabalho. A proporo entre o produto do trabalho e o consumo determinada por um elemento quantitativo do trabalho, isto , pela relao existente entre o volume da populao ativa e o da inativa e, sobretudo por um elemento qualitativo do trabalho: sua eficcia. Smith mostra ser a eficcia do trabalho, quanto ao rendimento, mais importante do que a quantidade de trabalho empregado. A eficcia do trabalho nas naes progressivas provm essencialmente da diviso do trabalho (diviso das diferentes tarefas de fabricao de um produto entre os operrios), no apenas pelas qualidades econmicas que lhe so peculiares, mas tambm por ser o homem levado espontaneamente atividade graas ao seu interesse pessoal e, alm disso, por coincidir esse mvel egosta com o interesse geral. O liberalismo econmico assenta-se sobre essa base: uma vez que o interesse individual coincide com o interesse geral, deve-se, na prtica, deixar plena liberdade de ao aos interesses privados. O liberalismo no s se impe, mas tambm muda de carter: laicizase. Da por diante a cincia econmica, graas a essa motivao psicolgica, poder, com maior flexibilidade, evoluir no sentido de tornar mais exatas suas concepes, as quais, alis, muito posteriormente Escola Clssica, vo-se tornar bem precisas nas teorias modernas das escolas hedonistas. O declnio do liberalismo clssico remonta ao final do sculo XIX quando comeou a declinar lentamente. Com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, e a subseqente Grande Depresso, a queda foi vertiginosa. A partir da, caiu em descrdito, ao passo que ganharam fora teorias de interveno do Estado na economia, notadamente as idias de Keynes, aplicadas, quase simultaneamente, pelo plano do New Deal do presidente norte-americano Franklin Roosevelt e pelo governo Nacional Socialista da Alemanha de Hitler, onde seu ministro da economia Horace Greely Hjalmar Schacht (193437), nesses trs anos, enquanto o resto do mundo se afundava ainda mais na recesso, conseguiu acabar com o desemprego na Alemanha Nazista, sem provocar inflao, adotando um dficit oramentrio que chegou a atingir 5% do PIB alemo. Estas polticas j tinham sido incorporadas legislao alem

no final de 1932 pelo governo deKurt von Schleicher e tiveram influncia nas polticas do New Dea lde Roosevelt. Em1936 Keynes publicou sua obra magna The General Theory of Employment, Interest and Money que veio a dar o suporte terico a esse tipo de interveno governamental na economia, a qual j vinha sendo adotada, intuitivamente, uns poucos anos antes da publicao do livro de Keynes.

A escola Keynesiana ou Keynesianismo a teoria econmica consolidada pelo economista ingls John Maynard Keynes em seu livro Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (General theory of employment, interest and money) [1] e que consiste numa organizao poltico-econmica, oposta s concepes neoliberalistas, fundamentada na afirmao do Estado como agente indispensvel de controle da economia, com objetivo de conduzir a um sistema de pleno emprego. Tais teorias tiveram uma enorme influncia na renovao das teorias clssicas e na reformulao da poltica de livre mercado. A escola keynesiana se fundamenta no princpio de que o ciclo econmico no auto-regulado como pensam os neoclssicos, uma vez que determinado pelo "esprito animal" (animal spirit no original em ingls) dos empresrios. por esse motivo, e pela incapacidade do sistema capitalista conseguir empregar todos os que querem trabalhar, que Keynes defende a interveno do Estado na economia. A teoria atribuiu ao Estado o direito e o dever de conceder benefcios sociais que garantam populao um padro mnimo de vida como a criao do salrio mnimo, do seguro-desemprego, da reduo da jornada de trabalho (que ento superava 12 horas dirias) e a assistncia mdica gratuita. O Keynesianismo ficou conhecido tambm como "Estado de bem-estar social", ou "Estado Escandinavo".