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SAIBA MAIS Bruna Mozer DA AGÊNCIA ANHANGUERA [email protected] Aprender inglês em um verda- deiro mergulho no idioma, a busca por uma experiência em outro país, além da oferta de boa estrutura educacional, têm motivado brasileiros a procura- rem cada vez mais programas de intercâmbio no Canadá. A Canadian International Stu- dent Services (CISS) é uma das principais companhias que mantém parceria com agências em todo o Brasil e com escolas em várias cidades do Canadá. E, segundo seus representan- tes, o número de brasileiros que participam do programa High School — o mais procura- do — já chega a 300 ao ano. A quantia representa quase a me- tade dos intercambistas de to- do o mundo que chegam ao ter- ritório canadense. No Camp, programa para o período de fé- rias — de três a quatro sema- nas — o número de brasileiros varia entre 50 e 70 brasileiros por período. E não é à toa que os laços en- tre o Brasil e Canadá se estrei- tam cada vez mais. Os progra- mas deixam qualquer jovem en- tusiasmado, principalmente o High School. Nele, o estudante pode completar o Ensino Mé- dio em escolas públicas ou pri- vadas em mais de 50 cidades. O adolescente permanece hos- pedado em uma casa de famí- lia que passa a ser guardiã do aluno durante a sua estadia no país, além da supervisão da CISS. A experiência é incrível. A es- trutura das escolas públicas é notável e equivalente — senão mais — a das particulares do Brasil. Além disso, o intercâm- bio permite a vivência em uma comunidade escolar típica dos filmes norte-americanos: armá- rios espalhados pelos corredo- res, construções de tijolos à vis- ta e as tradicionais quadras de esportes que são transforma- das em palcos para apresenta- ções estudantis. Mas, aventuras à parte, tão interessante quanto morar por um tempo no estrangeiro, é a experiência do sistema de ensi- no do Canadá. Lá, o aluno tem de cursar matérias obrigatórias e outras que ficam a seu crité- rio. As disciplinas vão desde au- las de culinária, moda, francês, carpintaria até esportes e artes. As escolas possuem laborató- rios equipados para cada curso escolhido, professores especiali- zados e uma verdadeira alavan- ca para o desenvolvimento pes- soal. A consultora do CISS Kelly Camponucci faz um alerta: res- ponsável pelo acompanhamen- to dos brasileiros durante o in- tercâmbio, afirma que para ter um melhor aproveitamento do programa, o aconselhável é que o sejam realizados dois pe- ríodos escolares. Isso porque, o Ministério da Educação do Bra- sil exige que os brasileiros cum- pram, obrigatoriamente, disci- plinas de matemática, inglês, sociais e ciências. “Como são apenas quatro matérias por se- mestre, o intercambista acaba perdendo a oportunidade de frequentar aulas opcionais que as escolas proporcionam", afir- ma a consultora. Dessa forma, ao optar pelo programa de um ano, o aluno poderá fazer duas disciplinas obrigatórias por se- mestre, além das opcionais, se- gundo ela. No programa High School,o intercambista pode completar tanto o Ensino Médio em ape- nas um período, o equivalente a um semestre e continuar seus estudos no Brasil. De acor- do com o CISS, o programa na particular custa entre 50 mil e 60 mil dólares canadenses (cer- ca de R$ 115 mil) por ano. Na pública, o valor varia entre 12 a 16 mil dólares canadenses (cer- ca de R$ 27 mil e 36 mil). Nas duas opções, estão inclusos os gastos com a estadia (refeições, material escolar, documenta- ção, entre outros custos bási- cos) e só não inclui gastos pes- soais, como passeios e com- pras. O destino A gerente de marketing do CISS, Janet Stvan, avalia a pro- cura maior pelo Canadá em comparação a outros países mais tradicionais como os Esta- dos Unidos, por exemplo, deve- se a boa estrutura social e urba- na. “O Canadá é um país muito seguro e somos muito amigá- veis com os estrangeiros”, afir- ma. Outro atrativo, segundo Ja- net, é pelo fato dos programas permitirem que o intercambis- ta escolha a cidade onde quer estudar. “Tem aluno que gosta de esquiar, por exemplo. Então daremos a ele a opção de mo- rar em uma cidade onde ele te- nha essa oportunidade”, expli- ca. Entre os destinos mais esco- lhidos pelos brasileiros está a região de British Columbia, on- de está localizada Vancouver e Victoria — cidades montanho- sas e de belas paisagens. Mas Janet alerta que há um cuidado especial para evitar que as esco- las recebam número grande de brasileiros, justamente para es- timular que eles interajam com a cultura local e, principalmen- te, treinem o inglês. Montreal, na província de Quebec, é o destino mais pro- curado daqueles que querem aprimorar o francês, já que é uma cidade bilíngue e a segun- da do mundo que mais usa o idioma, depois de Paris. Encan- tadoramente, Montreal oferece um mergulho nos dois idio- mas. Basta andar pela cidade para, naturalmente, deparar-se com placas em inglês e cardá- pios em francês. Famílias ou Homestay Afinidades e gostos pessoais dos alunos também são leva- dos em conta na hora de esco- lher a casa onde ficarão hospe- dados. Segundo Kelly Campo- nucci, são cruzadas informa- ções sobre a família interessa- da e o estudante para que am- bos possam ter maior número de afinidades entre si. “Se um aluno gosta de futebol, por exemplo, podemos escolher uma família onde o pai é treina- dor”, afirma a consultora. Em outros casos, boa parte dos in- tercambistas se hospedam na casa de chineses, argentinos ou mexicanos. “Minha família é chilena, mas mantém muito as tradições canadenses, falamos em inglês o tempo todo”, conta Tullia Sebastiani, de 16 anos, que estuda em Ottawa. Há situações em que o estu- dante escolhe a casa em que quer ficar. Isso acontece com frequência em casos parecidos como o de Mariana Frioli, de 16 anos, de Sorocaba, que op- tou pela mesma casa onde a ir- mã dela permaneceu anos an- tes. “A família disse que eu po- deria ficar também. Como já nos conhecíamos e sabíamos que eram superlegais, decidi que sim”, disse. Mariana estu- da em uma escola de Oshawa, a 50 quilômetros de Toronto. Os trabalhos domésticos também são divididos. Diferen- te do Brasil, a maior parte das famílias canadenses não têm empregadas domésticas. “Quando cheguei aqui, achei estranho, mas me acostumei. Sou responsável por deixar meu quarto e banheiro lim- pos”, conta Fernanda Peronti, de 16 anos, que faz intercâm- bio em Vancouver. Ela, assim como seus colegas brasileiros, enfrenta a experiência de cui- dar da casa e dividir os traba- lhos com os filhos dos anfi- triões. “Em casa, no Brasil, era totalmente diferente. Mas a gente acaba se acostumando e é bom”, conta o estudante que vive em Vancouver Ian Caste- llo, de Recife. "Sensação de liberdade" O campineiro Yuri Mello, de 18 anos, acaba de desembarcar do Canadá. Os quase seis meses fo- ra de casa garantiram mais ma- turidade ao jovem, que estu- dou e ficou hospedado na Capi- tal, Ottawa. “As escolas cana- denses passam uma sensação de liberdade maior. Não usa- mos uniforme e podemos esco- lher aulas práticas que tenham mais a ver com nossa afinidade e o que pretendemos fazer na faculdade”, disse o rapaz que estudou em uma escola públi- ca, a Brookfield High School. Yuri ficou hospedado em uma casa de família canadense e compartilhou com ela o dia a dia e a cultura do país — os pais o levaram a um jogo de ho- ckey. “Eu fiz muitas amizades, tanto com brasileiros quanto com estrangeiros. Senti que os brasileiros são bem tratados e recebidos no Canadá”, disse. Além de um filho de 24 anos do casal que recebeu Yuri, ele dividiu a casa com um inter- cambista chinês e outro espa- nhol. Recém-chegado, o estu- dante segue rumo ao último ano do Ensino Médio e para o vestibular. "Não sabia falar inglês" Matheus Thiago Santos, de 15 anos, chegou a Montreal em 2012. O adolescente de Brasília chegou à escola como um inter- cambista, mas não sabia falar na- da do idioma. Um ano depois, conversa tranquilamente e apre- senta evolução, segundo os pró- prios professores. “A escola tem desenvolvido aulas especiais pa- ra auxiliar os intercambistas pa- ra que tenham base e possam acompanhar as aulas normais”, explica. "Escolhi o Canadá pela receptividade" Mike Campos, de 16 anos, estu- da em Ottawa, e afirma que a ex- periência permitiu que amplias- se seu conhecimento, tanto cul- tural quanto pessoal. Mike quer prestar jornalismo na Universi- dade de São Paulo (USP). O in- tercambista estuda na Brook- field High School junto com ou- tros dois brasileiros: Francisco Galindo, de 15 anos, de Recife, e Tullia Sebastiani, de 16 anos, de São Paulo. A jornalista Bruna Mozer viajou ao Canadá a convite da Cana- dian International Student Servi- ces e da Canadian Tourism Com- mission (CTC) / ESCOLAS / com excelente infraestrutura e ensino, diploma reconhecido no Brasil, além de uma interessante experiência no Exterior, levam cada vez mais estudantes para o país norte-americano Vale a pena estudar fora? Estudar sempre vale a pena, independente se aqui ou no Exterior. Po- rém, quem vai para o es- trangeiro, tem sempre um plus no currículo, principal- mente se voltar falando e escrevendo fluentemente outro idioma e também pe- la experiência que morar fo- ra proporciona. Muita gente acha caro, mas fazendo a conta na ponta do lápis, investir em estudo fora do Brasil, mui- tas vezes acaba ficando mais barato. Encontrar um curso com tamanha quali- dade ainda é difícil e muito caro em nosso País, infeliz- mente. No Canadá, como observou a repórter Bruna Mozer, a infraestrutura das escolas públicas, é tão boa ou melhor do que as parti- culares por aqui. Não deixa de ser uma forma também de estimu- lar o aluno. Estar fora do País, fazer com que ele te- nha contato com outra cul- tura, aprender responsabili- dades, tudo isso deve ser le- vado em conta. Além, cla- ro, da tranquilidade de dei- xar o adolescente com uma família que passou por criteriosa seleção e que vai cuidar do estudante pra- ticamente como um filho. Já faz tempo que essa história de filho estudar no Exterior era coisa de quem tinha muito dinheiro. Em um mundo globalizado e com o custo Brasil mais ele- vado que países superde- senvolvidos, o intercâmbio não é assim impossível. Pe- lo contrário, está bem pró- ximo do bolso, além de ser uma ferramenta e tanto pa- ra o crescimento profissio- nal e pessoal dos nossos fi- lhos. Voando para o Canadá A Air Canada, empresa que está entre as 20 maiores aéreas do mundo, e em 2013, serviu cerca de 35 milhões de passageiros, opera voos diários e non-stop entre o Canadá e o Brasil, seu principal destino na América do Sul. Os voos partem do Rio e São Paulo. A companhia oferece serviços diretos para 60 cidades canadenses, 49 destinos nos Estados Unidos e 67 cidades na Europa, Oriente Médio, Ásia, Austrália, Caribe, México e América do Sul. Até o mês que vem, a rota Brasil-Canadá será operada pelo Boeing 777-300 ER, equipado com a International Business Class, que tem, entre outros ítens de conforto, poltronas que reclinam 180˚ e têm entrada USB e luz individual para leitura, menu a la carte, exclusiva carta de vinhos e atendimento personalizado. Além disso, o moderno sistema de entretenimento oferece 150 opções de filmes. Este ano, a Air Canada foi eleita a melhor companhia aérea de longo alcance das américas em pesquisa realizada com passageiros pelo site de segurança aérea e produto, o AirlineRatings.com. Informação em: www.aircanada.com.br Visto de residente temporário O governo canadense anunciou no fim da semana passada que, quem tirar o visto de residente temporário poderá visitar o país quantas vezes quiser, ou seja, com múltiplas entradas, dentro do período máximo de até cinco anos. O oficial da imigração poderá designar uma validade do visto inferior, conforme o perfil do requerente. O limite de permanência máxima no país continua sendo de 6 meses. O objetivo é acelerar a economia local, e de simplificar o trâmite para emissão de vistos consulares, já que, desta forma, os turistas poderão visitar o país mais vezes, sem ter que tirar visto cada vez que for viajar. A mudança é válida para quem ainda vai tirar o visto canadense. Quem já tirou o visto anteriormente não precisará solicitar o documento de novo, pois já terá um visto ainda válido. O visto de residente temporário é indicado para quem vai viajar a turismo, negócios, trânsito, ou para quem vai estudar até 24 semanas, e permite a permanência no país por, no máximo, seis meses, a cada entrada. Ian Castello, Fernanda Peronti e João Neto estudam Vancouver e cuidam de alguns dos afazeres da casa onde vivem Sugestões de pautas, críticas e elogios: [email protected] Nosso canal na internet www.correio.rac.com.br/turismo O campineiro Yuri Mello acaba de chegar de Ottawa, onde passou seis meses em intercâmbio. Com o inglês afiado e experiência de viver longe da família no Exterior, o estudante segue rumo ao último ano do Ensino Médio e para o vestibular. Ele pretende cursar faculdade de Economia TURISMO CORREIO POPULAR B5 Campinas, domingo, 9 de fevereiro de 2014 Intercambista durante aula de arte, uma das matérias que pode optar entre as disponíves, além das exigidas pelo Brasil eduardo gregori Editor: Eduardo Gregori [email protected] Mateus Thiago Santos (à esq.) estuda em Montreal com os amigos brasileiros Luiza Monteiro e Joao Henrique Macarini A cidade de Vancouver, na província de British Columbia, é um dos principais destinos dos estudantes brasileiros É DA HORA! Mariana Frioli mora com a mesma família que recebeu sua irmã, em Oshawa ■■ Eduardo Gregori é editor de Turismo. [email protected] DICA DE VIAGEM Toronto atrai pela modernidade e também pelo alto nível de segurança Turismo B4 CORREIO POPULAR Campinas, domingo, 9 de fevereiro de 2014 Fotos: Bruna Mozer/AAN e divulgação Vancouver e Victoria são as preferidas dos estudantes brasileiros

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Page 1: ESCOLAS/ comexcelente infraestruturaeensino ... · é bom”, conta o estudante que vive em Vancouver Ian Caste- ... e compartilhou com ela o dia a ... Além de um filho de 24 anos

SAIBAMAIS

Bruna MozerDA AGÊNCIA ANHANGUERA

[email protected]

Aprender inglês em um verda-deiro mergulho no idioma, abusca por uma experiência emoutro país, além da oferta deboa estrutura educacional, têmmotivado brasileiros a procura-rem cada vez mais programasde intercâmbio no Canadá. ACanadian International Stu-dent Services (CISS) é uma dasprincipais companhias quemantém parceria com agênciasem todo o Brasil e com escolasem várias cidades do Canadá.E, segundo seus representan-tes, o número de brasileirosque participam do programaHigh School — o mais procura-do — já chega a 300 ao ano. Aquantia representa quase a me-tade dos intercambistas de to-do o mundo que chegam ao ter-ritório canadense. No Camp,programa para o período de fé-rias — de três a quatro sema-nas — o número de brasileirosvaria entre 50 e 70 brasileirospor período.

E não é à toa que os laços en-tre o Brasil e Canadá se estrei-tam cada vez mais. Os progra-mas deixam qualquer jovem en-tusiasmado, principalmente oHigh School. Nele, o estudantepode completar o Ensino Mé-dio em escolas públicas ou pri-vadas em mais de 50 cidades.O adolescente permanece hos-pedado em uma casa de famí-lia que passa a ser guardiã doaluno durante a sua estadia nopaís, além da supervisão daCISS.

A experiência é incrível. A es-trutura das escolas públicas énotável e equivalente — senãomais — a das particulares doBrasil. Além disso, o intercâm-bio permite a vivência em umacomunidade escolar típica dosfilmes norte-americanos: armá-rios espalhados pelos corredo-res, construções de tijolos à vis-ta e as tradicionais quadras deesportes que são transforma-das em palcos para apresenta-ções estudantis.

Mas, aventuras à parte, tãointeressante quanto morar porum tempo no estrangeiro, é aexperiência do sistema de ensi-no do Canadá. Lá, o aluno temde cursar matérias obrigatóriase outras que ficam a seu crité-rio. As disciplinas vão desde au-las de culinária, moda, francês,carpintaria até esportes e artes.As escolas possuem laborató-rios equipados para cada cursoescolhido, professores especiali-zados e uma verdadeira alavan-ca para o desenvolvimento pes-soal.

A consultora do CISS KellyCamponucci faz um alerta: res-ponsável pelo acompanhamen-to dos brasileiros durante o in-tercâmbio, afirma que para terum melhor aproveitamento doprograma, o aconselhável éque o sejam realizados dois pe-ríodos escolares. Isso porque, oMinistério da Educação do Bra-sil exige que os brasileiros cum-pram, obrigatoriamente, disci-plinas de matemática, inglês,sociais e ciências. “Como sãoapenas quatro matérias por se-mestre, o intercambista acabaperdendo a oportunidade defrequentar aulas opcionais queas escolas proporcionam", afir-ma a consultora. Dessa forma,ao optar pelo programa de umano, o aluno poderá fazer duasdisciplinas obrigatórias por se-

mestre, além das opcionais, se-gundo ela.

No programa High School, ointercambista pode completartanto o Ensino Médio em ape-nas um período, o equivalentea um semestre e continuarseus estudos no Brasil. De acor-do com o CISS, o programa naparticular custa entre 50 mil e60 mil dólares canadenses (cer-ca de R$ 115 mil) por ano. Napública, o valor varia entre 12 a16 mil dólares canadenses (cer-ca de R$ 27 mil e 36 mil). Nasduas opções, estão inclusos osgastos com a estadia (refeições,material escolar, documenta-ção, entre outros custos bási-cos) e só não inclui gastos pes-soais, como passeios e com-pras.

O destinoA gerente de marketing doCISS, Janet Stvan, avalia a pro-cura maior pelo Canadá emcomparação a outros paísesmais tradicionais como os Esta-dos Unidos, por exemplo, deve-se a boa estrutura social e urba-na. “O Canadá é um país muitoseguro e somos muito amigá-veis com os estrangeiros”, afir-ma.

Outro atrativo, segundo Ja-net, é pelo fato dos programaspermitirem que o intercambis-ta escolha a cidade onde querestudar. “Tem aluno que gostade esquiar, por exemplo. Entãodaremos a ele a opção de mo-rar em uma cidade onde ele te-nha essa oportunidade”, expli-ca.

Entre os destinos mais esco-lhidos pelos brasileiros está aregião de British Columbia, on-de está localizada Vancouver eVictoria — cidades montanho-sas e de belas paisagens. MasJanet alerta que há um cuidadoespecial para evitar que as esco-las recebam número grande debrasileiros, justamente para es-timular que eles interajam coma cultura local e, principalmen-te, treinem o inglês.

Montreal, na província deQuebec, é o destino mais pro-curado daqueles que queremaprimorar o francês, já que éuma cidade bilíngue e a segun-da do mundo que mais usa oidioma, depois de Paris. Encan-tadoramente, Montreal ofereceum mergulho nos dois idio-mas. Basta andar pela cidadepara, naturalmente, deparar-secom placas em inglês e cardá-pios em francês.

Famílias ou HomestayAfinidades e gostos pessoaisdos alunos também são leva-dos em conta na hora de esco-lher a casa onde ficarão hospe-dados. Segundo Kelly Campo-nucci, são cruzadas informa-ções sobre a família interessa-da e o estudante para que am-bos possam ter maior númerode afinidades entre si. “Se umaluno gosta de futebol, porexemplo, podemos escolheruma família onde o pai é treina-dor”, afirma a consultora. Emoutros casos, boa parte dos in-tercambistas se hospedam nacasa de chineses, argentinos oumexicanos. “Minha família échilena, mas mantém muito astradições canadenses, falamosem inglês o tempo todo”, contaTullia Sebastiani, de 16 anos,que estuda em Ottawa.

Há situações em que o estu-dante escolhe a casa em quequer ficar. Isso acontece comfrequência em casos parecidoscomo o de Mariana Frioli, de16 anos, de Sorocaba, que op-tou pela mesma casa onde a ir-mã dela permaneceu anos an-tes. “A família disse que eu po-deria ficar também. Como já

nos conhecíamos e sabíamosque eram superlegais, decidique sim”, disse. Mariana estu-da em uma escola de Oshawa,a 50 quilômetros de Toronto.

Os trabalhos domésticostambém são divididos. Diferen-te do Brasil, a maior parte dasfamílias canadenses não têmempregadas domésticas.“Quando cheguei aqui, acheiestranho, mas me acostumei.Sou responsável por deixarmeu quarto e banheiro lim-pos”, conta Fernanda Peronti,de 16 anos, que faz intercâm-bio em Vancouver. Ela, assim

como seus colegas brasileiros,enfrenta a experiência de cui-dar da casa e dividir os traba-lhos com os filhos dos anfi-triões. “Em casa, no Brasil, eratotalmente diferente. Mas agente acaba se acostumando eé bom”, conta o estudante quevive em Vancouver Ian Caste-llo, de Recife.

"Sensação de liberdade"O campineiro Yuri Mello, de 18anos, acaba de desembarcar doCanadá. Os quase seis meses fo-ra de casa garantiram mais ma-turidade ao jovem, que estu-

dou e ficou hospedado na Capi-tal, Ottawa. “As escolas cana-denses passam uma sensaçãode liberdade maior. Não usa-mos uniforme e podemos esco-lher aulas práticas que tenhammais a ver com nossa afinidadee o que pretendemos fazer nafaculdade”, disse o rapaz queestudou em uma escola públi-ca, a Brookfield High School.

Yuri ficou hospedado emuma casa de família canadensee compartilhou com ela o dia adia e a cultura do país — ospais o levaram a um jogo de ho-ckey. “Eu fiz muitas amizades,

tanto com brasileiros quantocom estrangeiros. Senti que osbrasileiros são bem tratados erecebidos no Canadá”, disse.Além de um filho de 24 anosdo casal que recebeu Yuri, eledividiu a casa com um inter-cambista chinês e outro espa-nhol. Recém-chegado, o estu-dante segue rumo ao últimoano do Ensino Médio e para ovestibular.

"Não sabia falar inglês"Matheus Thiago Santos, de 15anos, chegou a Montreal em2012. O adolescente de Brasília

chegou à escola como um inter-cambista, mas não sabia falar na-da do idioma. Um ano depois,conversa tranquilamente e apre-senta evolução, segundo os pró-prios professores. “A escola temdesenvolvido aulas especiais pa-ra auxiliar os intercambistas pa-ra que tenham base e possamacompanhar as aulas normais”,explica.

"Escolhi o Canadá pelareceptividade"Mike Campos, de 16 anos, estu-da em Ottawa, e afirma que a ex-periência permitiu que amplias-

se seu conhecimento, tanto cul-tural quanto pessoal. Mike querprestar jornalismo na Universi-dade de São Paulo (USP). O in-tercambista estuda na Brook-field High School junto com ou-tros dois brasileiros: FranciscoGalindo, de 15 anos, de Recife, eTullia Sebastiani, de 16 anos, deSão Paulo.

A jornalista Bruna Mozer viajouao Canadá a convite da Cana-dian International Student Servi-ces e da Canadian Tourism Com-mission (CTC)

/ ESCOLAS / com excelenteinfraestrutura e ensino,diploma reconhecido no Brasil,além de uma interessanteexperiência no Exterior, levamcada vez mais estudantes parao país norte-americano

Vale a penaestudar fora?

Estudar sempre vale apena, independente seaqui ou no Exterior. Po-rém, quem vai para o es-trangeiro, tem sempre umplus no currículo, principal-mente se voltar falando eescrevendo fluentementeoutro idioma e também pe-la experiência que morar fo-ra proporciona.

Muita gente acha caro,mas fazendo a conta naponta do lápis, investir emestudo fora do Brasil, mui-tas vezes acaba ficandomais barato. Encontrar umcurso com tamanha quali-dade ainda é difícil e muitocaro em nosso País, infeliz-mente. No Canadá, comoobservou a repórter BrunaMozer, a infraestrutura dasescolas públicas, é tão boaou melhor do que as parti-culares por aqui.

Não deixa de ser umaforma também de estimu-lar o aluno. Estar fora doPaís, fazer com que ele te-nha contato com outra cul-tura, aprender responsabili-dades, tudo isso deve ser le-vado em conta. Além, cla-ro, da tranquilidade de dei-xar o adolescente comuma família que passoupor criteriosa seleção e quevai cuidar do estudante pra-ticamente como um filho.

Já faz tempo que essahistória de filho estudar noExterior era coisa de quemtinha muito dinheiro. Emum mundo globalizado ecom o custo Brasil mais ele-vado que países superde-senvolvidos, o intercâmbionão é assim impossível. Pe-lo contrário, está bem pró-ximo do bolso, além de seruma ferramenta e tanto pa-ra o crescimento profissio-nal e pessoal dos nossos fi-lhos.

● Voando para o CanadáA Air Canada, empresa que estáentre as 20 maiores aéreas domundo, e em 2013, serviu cerca de35 milhões de passageiros, operavoos diários e non-stop entre oCanadá e o Brasil, seu principaldestino na América do Sul. Osvoos partem do Rio e São Paulo. Acompanhia oferece serviçosdiretos para 60 cidadescanadenses, 49 destinos nosEstados Unidos e 67 cidades naEuropa, Oriente Médio, Ásia,Austrália, Caribe, México eAmérica do Sul.Até o mês que vem, a rotaBrasil-Canadá será operada peloBoeing 777-300 ER, equipado coma International Business Class, quetem, entre outros ítens deconforto, poltronas que reclinam180˚ e têm entrada USB e luzindividual para leitura, menu a lacarte, exclusiva carta de vinhos eatendimento personalizado. Alémdisso, o moderno sistema deentretenimento oferece 150opções de filmes.Este ano, a Air Canada foi eleita amelhor companhia aérea de longoalcance das américas em pesquisarealizada com passageiros pelosite de segurança aérea e produto,o AirlineRatings.com. Informaçãoem: www.aircanada.com.br

● Visto de residentetemporárioO governo canadense anunciou nofim da semana passada que, quemtirar o visto de residentetemporário poderá visitar o paísquantas vezes quiser, ou seja, commúltiplas entradas, dentro doperíodo máximo de até cinco anos.O oficial da imigração poderádesignar uma validade do vistoinferior, conforme o perfil dorequerente. O limite depermanência máxima no paíscontinua sendo de 6 meses. Oobjetivo é acelerar a economialocal, e de simplificar o trâmitepara emissão de vistos consulares,já que, desta forma, os turistaspoderão visitar o país mais vezes,sem ter que tirar visto cada vezque for viajar.A mudança é válida para quemainda vai tirar o visto canadense.Quem já tirou o vistoanteriormente não precisarásolicitar o documento de novo,pois já terá um visto ainda válido.O visto de residente temporário éindicado para quem vai viajar aturismo, negócios, trânsito, oupara quem vai estudar até 24semanas, e permite apermanência no país por, nomáximo, seis meses, a cadaentrada.

Ian Castello, Fernanda Peronti e João Neto estudam Vancouver e cuidam de alguns dos afazeres da casa onde vivem

Sugestões de pautas, críticas e elogios:[email protected]

Nosso canal na internetwww.correio.rac.com.br/turismo

O campineiro Yuri Melloacaba de chegar de

Ottawa, onde passou seismeses em intercâmbio.

Com o inglês afiado eexperiência de viver longe

da família no Exterior, oestudante segue rumo ao

último ano do EnsinoMédio e para o vestibular.

Ele pretende cursarfaculdade de Economia

TURISMO CORREIO POPULAR B5Campinas, domingo, 9 de fevereiro de 2014

Intercambista durante aula de arte, uma das matérias que pode optar entre as disponíves, além das exigidas pelo Brasil

eduardogregori

Editor: Eduardo Gregori [email protected]

Mateus Thiago Santos (à esq.) estuda em Montreal com os amigos brasileiros Luiza Monteiro e Joao Henrique Macarini

A cidade de Vancouver, na província de British Columbia, é um dos principais destinos dos estudantes brasileiros

É DA HORA!

Mariana Frioli mora com a mesma família que recebeu sua irmã, em Oshawa

� � Eduardo Gregori é editor de Turismo.

[email protected]

DICA DE VIAGEM

Toronto atrai pela modernidade e também pelo alto nível de segurança

TurismoB4 CORREIO POPULAR

Campinas, domingo, 9 de fevereiro de 2014

Fotos: Bruna Mozer/AAN e divulgação

Vancouver e Victoriasão as preferidas dosestudantes brasileiros