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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL “MANOEL GUEDES” Escola Técnica “Dr. Gualter Nunes” Curso de Qualificação Profissional de Auxiliar em Enfermagem Biossegurança MÓDULO I Tatuí-SP

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL “MANOEL GUEDES”

Escola Técnica “Dr. Gualter Nunes”

Curso de Qualificação Profissional de Auxiliar em Enfermagem

Biossegurança

MÓDULO I

Tatuí-SP

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SUMÁRIO Parte I - Microbiologia

1 – Introdução ........................................................................................................................................ 2

2 – Definições Fundamentais ................................................................................................................ 2

3 – Vírus ................................................................................................................................................ 4

4 – Bactérias .......................................................................................................................................... 5

5 – Fungos ............................................................................................................................................. 6

6 – Protozoários ..................................................................................................................................... 7

Parte II - Biossegurança

1 – Introdução ...................................................................................................................................... 8

2 - Enfermagem para a Segurança do Paciente .................................................................................... 9

3 - Precauções Padrão .......................................................................................................................... 9

4 - Equipamento de Proteção Coletiva ............................................................................................... 18

5 – Manuseio de Artigos Hospitalares ................................................................................................. 19

5.1 – Artigos ......................................................................................................................................... 19

5.2 – Recebimento e separação dos artigos .......................................................................................... 19

5.3 – Descontaminação e limpeza dos artigos ....................................................................................... 19

5.4 – Limpeza dos artigos ..................................................................................................................... 20

5.5 – Preparo dos artigos ....................................................................................................................... 20

6 – Esterilização .................................................................................................................................... 21

6.1 – Métodos Físicos ........................................................................................................................... 22

6.2 – Métodos Físico-Químicos ............................................................................................................ 25

6.3 – Esterilização Química .................................................................................................................. 27

6.4 - Indicadores ................................................................................................................................... 28

7 – Desinfecção ..................................................................................................................................... 30

8 – Antissepsia ...................................................................................................................................... 31

9 – Segurança no Trabalho – Norma Regulamentadora nº 32 .............................................................. 32

10 – Conceitos Básicos ......................................................................................................................... 32

Referências ............................................................................................................................................ 34

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Parte I – MICROBIOLOGIA

1. INTRODUÇÃO Conceito: É a ciência que estuda os seres vivos microscópicos (microrganismos, micróbios, germes etc.), somente através do microscópio. Divisão da Microbiologia: Bacteriologia; Virologia; Micologia. Histórico:

O estudo dos micróbios só foi possível depois da intervenção do microscópio. A partir do séc. XIX o microscópio foi usado de forma rotineira pelos biólogos.

Louis Pasteur, químico francês, deu uma contribuição decisiva para a compreensão da vida dos microrganismos. A partir de suas descobertas, observou-se que os micróbios fermentavam certas substâncias (suco de uva, leite, etc.) e que também causavam doenças. Iniciou o estudo da bacteriologia provando a existência dos microrganismos em meios poluídos.

Um cirurgião inglês, Joseph Lister, havia lido trabalhos de Pasteur e relacionou muitos casos de morte por infecção após cirurgias, com os microrganismos. Instituiu medidas de anti-sepsia para todas as cirurgias. Escola de Enfermagem Dr. Gualter Nunes

Tipos de Microrganismos: Patogênicos: responsáveis pelas doenças. Não patogênicos: Saprófitas: existem normalmente no tubo digestivo, flora intestinal, pele, etc. Comensalismo: apenas um se beneficia. Simbiose: mútua ajuda. Nomenclatura:

São denominados por um binômio derivado do latim que representa o gênero e a espécie. Ex: Stafilococus aureus

gênero espécie Dimensão:

São extremamente pequenos. Usam-se duas medidas para os microrganismos: micrômetro (milésima parte do milímetro) que pode ser visto ao microscópio óptico e ângstron (um décimo do milésimo do micrômetro) que só pode ser visto ao microscópio eletrônico .

2. DEFINIÇÕES FUNDAMENTAIS

Infecção: É a penetração e a multiplicação de um microrganismo no hospedeiro. Fonte de infecção: Ser animado ou inanimado que possui a capacidade de transferir o microrganismo alojado em si. Agente infeccioso: É o microrganismo patogênico que provoca a infecção no hospedeiro.

Patogenicidade: Capacidade que o MO tem de infectar e causar a doença.

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Virulência: Capacidade do MO em produzir a doença com maior ou menor gravidade. Hospedeiro: Termo utilizado em parasitologia para designar aquele que abriga em si o parasita. Pode ser: a) Hospedeiro intermediário: abriga o parasita em forma larvar. b) Hospedeiro definitivo: abriga o parasita na forma adulta. Portador: É o mesmo que hospedeiro. Termo usado em microbiologia para designar aquele que alberga em si o MO. Pode ser: a) Portador assintomático: não apresenta sinais clínicos, mas tem a possibilidade de transmitir a doença. b) Portador crônico: já teve a doença, não manifesta os sinais clínicos, nem sintomas, mas abriga o MO em si. Ex. hepatite, malária, sífilis etc. (não podem doar sangue). Modo de transmissão: a) Direto: Meio que dispensa veículo. Pode ser: Imediato: contato físico (relações sexuais, beijo etc) Mediato: através de secreções. b) Indireto: Através de: Vetores: seres animados (geralmente insetos) Fômites: seres inanimados (poeira) Fases do processo infeccioso: a) Período de incubação: desde a entrada do MO até o aparecimento dos primeiros sintomas. b) Período de transmissão: é o período em que o MO pode ser transmitido a outro. c) Período prodrômico: período precursor à doença propriamente dita. d) Período de estado: sinais clínicos bem definidos eu caracterizam a doença. e) Período de convalescença: período em que o organismo vai se restabelecendo (recuperação). Comunicante: é aquele que mantém ou manteve contato com o doente. Ex: família do paciente de tuberculose. Resposta inflamatória local Agente infeccioso porta de entrada penetração do agente aumento da vascularização local para trazer células de defesa

liberação de histamina reação inflamatória local: edema, rubor, calor, dor cura complicação disseminação doença morte

Imunidade: pode ser: a) Imunidade ativa: é duradoura Natural: pela doença Artificial: através de vacina

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b) Imunidade passiva: é transitória Natural: pela placenta e colostro Artificial: através de imunoglobulinas - soro

3. VÍRUS Características: a) São agentes infecciosos de menor dimensão; b) São parasitas intracelulares , ou seja, não se multiplicam fora das células vivas; c) São dotados de capacidade de infectar quase todos os seres vivos (desde bactérias até o homem); d) São considerados partículas; e) Não possuem estrutura celular.

Estrutura: a) Genoma ou núcleo – constitui sua parte central, onde se encontra o RNA e DNA (ácido

nucléico), responsável pelas suas características genéticas. b) Cápsula – concha feita de proteínas que engloba o núcleo. c) Envelope – podem ser constituídos de lipídios, polissacarídeos e proteínas. O envoltório

participa do mecanismo de aderência dos vírus à membrana das células. Simetria cúbica (a e b) Simetria helicoidal ( c e d) Simetria não definida (e) Reação aos agentes químicos e físicos: a) Temperatura – são geralmente inativados quando submetidos à temperatura de 60 C durante

30 minutos e resistem à temperaturas inferiores a 0 C. b) pH – quase todos os vírus são estáveis em pH entre 5 e 9. c) Éter – alguns são éter resistentes e outros são inativados pelo éter ( herpes vírus). d) Radiações – são inativados por raios ultravioletas, raios-X, variando a sensibilidade de acordo

com o tempo e a intensidade da exposição. e) Desinfetantes – são em geral, resistentes aos desinfetantes usuais.

Formas de transmissão: Podem ser transmitidos através de secreções nasofaríngeas, fômites, água, alimentos contaminados, mordeduras de animais, transfusão de sangue ou hemoderivados e pela via congênita e perinatal. Portas de entrada: a) Trato respiratório – vírus da influenza, caxumba, rubéola, sarampo, varicela, etc. b) Trato digestivo – enterovírus, rotavírus, etc. c) Conjuntiva – adenovírus. d) Contato sexual – AIDS, condiloma, hepatite B, herpes, etc. e) Injeções parenterais – AIDS, hepatite B,C e D. f) Transfusões de sangue, plasma e derivados – AIDS, hepatite (B, C e D), citomegalovirose,

mononucleose, Epstein Barr, etc. g) Mordeduras de animais – vírus da raiva. h) Transmissão vertical (congênita ou perinatal) – rubéola, citomegalovirose, hepatite B.

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Controle das viroses: a) imunização ativa – vacinação. b) Imunização passiva (soros) – imunoglobulinas. c) Medicamentos antivirais – aciclovir, vidarabina, ribavirina, AZT, etc.

4. BACTÉRIA

Características: a) São seres simples quanto à organização e não apresentam um núcleo diferenciado,

faltando a membrana nuclear. b) São encontradas livremente no ar, na terra, na água em materiais de decomposição ou

associados a outros seres. c) São organismos muito pequenos cuja estrutura celular só pode ser estudada em

microscópio eletrônico ou de forma grosseira, no microscópio óptico.

Estrutura: a) Nucleóide – área nuclear desprovida de membrana. b) Citoplasma – área onde estão localizadas as organelas. c) Membrana celular – ou membrana citoplasmática é dotada de permeabilidade seletiva,

discriminando as moléculas que devem entrar e sair no citoplasma. d) Mesossomos – são invaginações da membrana e participam do processo de divisão

celular. e) Parede celular – é o envoltório externo que todas as bactérias possuem. É responsável

pela forma e proteção desses microrganismos. f) Cápsula – relacionada com a proteção mecânica e/ou à resistência pela fagocitose. g) Flagelo – relacionado à locomoção das bactérias. h) Fímbrias – para a fixação da bactéria e reprodução i) Esporos – são formas bacterianas de grande resistência a agentes químicos, ao calor,

à dessecação, à radiação e à atividade de outros agentes físicos. Têm forma ovóide ou esférica.

Morfologia:

a) Quanto à forma as bactérias podem ser: Cocos – têm forma esférica, podem ser agrupadas (diplococos, estafilococos,

estreptococos); Bacilos – têm forma de bastonete ou bastão; Vibriões – têm formas curvas semelhantes à vírgulas; Espirilos – têm formato em espiral.

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b) Quanto à coloração: A principal reação de coloração das bactérias é o método de GRAM, que consiste em tratá-las pela violeta de genciana e iodo. Gram negativas – perdem a coloração roxa; Gram positivas – mantém a cor roxa inicial. São bactérias sensíveis às sulfas e penicilinas.

Nutrição:

a) Autótrofas – fabricam seus próprios alimentos. b) Heterótrofas – não fabricam seus próprios alimentos:

- Heterótrofas parasitas: vivem à custa de outros seres vivos prejudicando-os; - Heterótrofas saprófitas: vivem em material morto, ajudando na sua decomposição.

Respiração:

As bactérias quanto à respiração podem ser: a) Aeróbias – são aquelas que crescem somente na presença de oxigênio livre. b) Anaeróbias – podem ser do tipo estritas ou facultativas:

- Estritas – são aquelas que só crescem na ausência de oxigênio livre. Ex: bacilo do tétano.

- Facultativas – são aquelas que crescem tanto na presença como na ausência de oxigênio livre. Ex: bacilo da difteria.

Ação benéfica e maléfica:

a) na indústria – para a fabricação de vinagre, coalhada, queijos e outros alimentos fermentados.

b) Na agricultura – nitrificação do solo, fixação de nitrogênio, putrefação e denitrificação ( ciclo do nitrogênio na natureza).

c) Na genética e biologia molecular – pela sua relativa simplicidade metabólica, que tem facilitado as pesquisas.

d) Em medicina – pelo grande número de espécies que causam graves doenças no homem e nos animais. As bactérias patogênicas causam infecções, com graves lesões nos organismos animais. Elas fabricam toxinas que provocam doenças.

Exemplos de bactérias patogênicas: Vibrio cholerae – cólera Salmonella typhi – febre tifóide Treponema pallidum – sífilis Clostriduim tetani – tétano Escherichia coli – diarréia Stafilococus aureus – pneumonias, etc.

5. FUNGOS

Características: São organismos conhecidos popularmente como bolores, cogumelos, orelhas de pau,

“champignons” e lêvedos. São considerados vegetais inferiores, de estrutura rudimentar, que apresentam somente talos e não possuem clorofila, por isso não conseguem sintetizar seu próprio alimento. Sendo assim, eles parasitam organismos vivos, de onde retiram hidratos de carbono, necessários à sua sobrevivência. Escola de Enfermagem Dr. Gualter Nunes

Eles são encontrados comumente na água e na terra. No ar, existem sob a forma de microscópicos esporos de fácil dispersão.

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Polyporus sp

Orelha-de-pau

Nutrição: Podem ser: a) Saprófitas – fungos que desenvolvem-se bem em restos de vegetais em apodrecimento, animais mortos e até em fezes. c) Parasitas – que atacam vegetais, animais e o homem causando as conhecidas

micoses. Ação benéfica e maléfica:

Benéfica: a) Na indústria – são utilizados na produção de queijos e bebidas alcoólicas, como a

cerveja. São usados como fermento na preparação de massa de pão. O champignons servem como alimento.

b) Na farmacologia servem como matéria prima para extração de várias drogas de interesse médico como: penicilina, ergotamina (LSD), etc.

c) Em genética – constituindo um ótimo material para estudos genéticos.

Maléfica: a) Em agricultura – grande número de fungos causa prejuízo em culturas atacando folhas, frutos

e sementes. b) Em medicina – as doenças causadas por fungos são chamadas de micoses. Das 100.000

espécies de fungos, não mais que 100 são patogênicas para o homem. As micoses humanas são classificadas em superficiais e profundas: - Superficiais: limitam-se à pele, às mucosas, às unhas e aos pêlos. Ex: Candida. - Profundas: podem acometer vários órgãos e tecidos. Ex. Cryptococcus neoformans

Exemplos de fungos patogênicos: Tricophyton – ocasiona lesões na pele, pêlos e unhas ( Tinhas) Microssporum – ocasiona lesões nos pêlos e pele (Tinhas) Epidermophyton – atinge a pele e unhas (Tinhas) Candida albicans – sapinho e corrimentos Actinomyces israelii – actinomicose (Micetomas) Paracoccidioides brasiliensis – blastomicose sul americana

6. PROTOZOÁRIOS

Características: São animais de uma única célula, geralmente microscópicos. A palavra protozoário significa “primeiros animais” ou “animais primitivos”.

Na sua maioria são aquáticos, vivem nos mares, rios, tanques, aquários, poças, lodo e terra úmida. Muitas espécies, no entanto, vivem no interior de outros animais, às vezes como parasitas, outras vezes numa relação de mutualismo. Escola de Enfermagem Dr. Gualter Nunes Não fazem parte da microbiologia geral, mas serão estudados neste capítulo porque são organismos unicelulares visíveis só em microscópio.

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Estrutura: As células dos protozoários podem ser consideradas pouco especializadas, já que realizam sozinhas todas as funções vitais dos organismos mais complexos, tais como: locomoção, obtenção de alimentos, digestão, excreção, reprodução, respiração, etc.

Classificação quanto à locomoção: a) Rizópode - eles se locomovem e capturam seus próprios

alimentos através de pseudópodes (falsos pés).Ex. Ameba

c) Flagelados – classe que possui um ou mais flagelos. São causadores de importantes doenças no homem. EX. Giárdia, Trypanosoma (doença de Chagas), Trichomonas, etc. Tripanosoma Giárdia Tricomonas

d) Ciliados – são de organização mais complexa. Normalmente de vida livre, incluem

raras espécies parasitas do intestino de mamíferos. Ex. Balantidium, Paramecium, etc. d) Esporozoários – são parasitas intracelulares desprovidos de organelas de locomoção. Ex. Plasmodium ( malária ),etc. Nutrição:

São heterótrofos e nutrem-se de detritos orgânicos, bactérias e outros microrganismos existentes no meio.

Exemplos de protozoários patogênicos: Plasmodium - causador da malária; Entamoeba histolytica - causadora da disenteria; Trypanosoma cruzi - causador da doença de Chagas; Giardia lamblia - causadora da giardíase; Leischmania brasiliensis - causadora da leishmaniose cutâneo-mucosa.

Parte II - BIOSSEGURANÇA

1. Introdução Profissionais da enfermagem devem exercer a profissão de modo ético e respeitoso,

esmerando-se para oferecer ao paciente e a sua família o melhor cuidado possível, que atenda às suas necessidades de saúde, respeitando seus valores e suas crenças pessoais, para alcançar a recuperação de agravos, o alívio do sofrimento e a promoção da saúde.

A preocupação em não causar danos ao paciente durante a realização de cuidados à saúde, remete a antiguidade, quando Hipócrates declarava Primum non noscere ou “Em primeiro lugar, não cause dano”. Contudo a falha é uma característica intrínseca e imutável do ser humano, por isso erros podem acontecer durante a prestação de assistência à saúde.

Uma das características do erro é a não intencionalidade. Assim, é importante esclarecer que condutas premeditadamente imprudentes, imperitas e negligentes não decorrem de erros, mas resultam em ações ou planos incorretos.

Biossegurança é um conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias, equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes as atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.

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A biossegurança estabelece as estratégias para proteger o paciente e o profissional de saúde da proliferação e transmissão de microorganismos causadores de infecção, diminuindo assim os erros para a melhoria substancial da assistência a saúde.

2. Enfermagem para Segurança do Paciente

Enfermagem é uma ciência e uma arte que fundamenta suas ações na prevenção das doenças, no alívio do sofrimento e na proteção, na promoção e na recuperação da saúde de indivíduos, de famílias, de comunidades e de populações.

Como uma das maiores forças de trabalho em saúde no Brasil e no mundo, a enfermagem deve assumir uma posição de vanguarda para modificar o panorama da segurança do paciente, pois milhares de indivíduos são vítimas de erros.

Pontos relevantes sobre a prática de enfermagem que afetam a segurança do paciente.

Em todos os países a enfermagem fornece a maioria dos cuidados à saúde, com mais de 80% das ações em saúde em alguns deles.

Há crise por falta de profissionais de enfermagem na maioria dos países.

Deficiência e falta de qualidade na formação de profissionais de enfermagem.

Condições inadequadas de trabalho que afetam a saúde física e psicológica de profissionais de enfermagem por causarem estresse relacionado a longas jornadas de trabalho, baixo valor social e baixa remuneração.

Profissionais de trabalho estressados têm desavenças com outros profissionais, realizam atividades de modo incorreto e demonstram conhecimentos e habilidades insuficientes.

Ambientes positivos de prática afetam não apenas a enfermagem, mas outros profissionais da saúde, e permitem que se alcance excelência na prática, melhorando os resultados do cuidado ao paciente.

Fonte:Braumann, 2007

O ambiente de trabalho tem grande influência sobre a prática de enfermagem, a satisfação profissional, os resultados do cuidado e a segurança do paciente.

Comprometimento com a prática requer mudança de comportamento no que tange a segurança do paciente. Apesar de termos o paciente e sua família como foco de nossas ações, muitas vezes nos vemos suprindo mais as demandas emanadas de deficiências da instituição que as deles.

Em nosso planeta, milhões de profissionais de enfermagem que prestam assistência em hospitais, centros de saúde, regiões rurais, escolas, etc. têm a segurança de seus pacientes como fundamento de sua prática de cuidar. A realidade mundial, no entanto, reflete carência de profissionais de enfermagem e aumento da gravidade e das necessidades dos pacientes. Poucos são os profissionais que prestam assistência aos pacientes com tempo, recursos e mecanismos que necessitam.

Para adequar o cuidado de enfermagem aos paradigmas do século XXI é necessário desenvolver, promover e sustentar a retenção de profissionais criativos e compromissados, com habilidade, competência e responsabilidade para que a equipe de enfermagem realize cuidados de modo eficaz, efetivo, qualificado, oportuno e seguro.

3. Precauções Padrão

As infecções relacionadas à assistência a saúde constituem um problema grave e um

grande desafio, exigindo ações efetivas de prevenção e controle pelos serviços de saúde. As infecções nesses serviços ameaçam tanto os pacientes quanto os profissionais e podem acarretar sofrimentos e gastos excessivos para o sistema de saúde. Ainda, podem resultar em processos e indenizações judiciais, nos casos comprovados de negligencia durante a assistência prestada.

As precauções padrão (PP) constituem estratégias efetivas para a prevenção e controle

das infecções, em Serviços de Assistência à Saúde.

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Higienização das mãos As mãos são consideradas ferramentas principais dos profissionais que atuam nos serviços de saúde, pois são as executoras das atividades realizadas. Assim, a segurança do paciente nesses serviços depende da higienização cuidadosa e frequente das mãos destes profissionais.

Lave com água e sabonete ou friccione as mãos com álcool a 70% (se as mãos não estiverem visivelmente sujas) antes e após o contato com qualquer paciente, após a remoção das luvas e após o contato com sangue ou secreções.

História

No dia 15 de maio de 1847 Ignez Philipe Semmelweis, médico húngaro, instituiu como

medida obrigatória a LAVAGEM DAS MÃOS na Instituição em que trabalhava como diretor, o Lying Hospital de Viena.

Esta importante medida, considerada um marco histórico na prevenção das infecções, baseou-se nos resultados de sua investigação epidemiológica, após constatar que na Instituição havia aumentado o número de óbitos entre mulheres que acabaram de ter bebês (puérperas), em relação à época da inauguração do hospital:

Observou que o risco de morte (taxa de mortalidade) era 4 vezes maior na enfermaria em que as pacientes eram atendidas por estudantes de medicina comparada à enfermaria cujo atendimento era realizado por parteiras;

A única diferença encontrada entre as duas enfermarias era que naquela com maior mortalidade, os estudantes de medicina iam para os partos diretamente da sala de necropsia, sem nenhuma higienização das mãos, enquanto as parteiras não participavam das necropsias.

Semmelweis, então concluiu: “Os estudantes de medicina devem estar trazendo (da sala de necropsia) para suas pacientes algo que não afeta as parteiras”.

Outro fator que reforçou sua idéia foi à morte de seu assistente devido ao quadro séptico após acidente durante necropsia de uma paciente com febre puerperal.

Através destas observações sistemáticas e cuidadosas, institui como medida de controle destas infecções a lavagem das mãos. Com esta simples medida houve queda rápida da taxa de mortalidade a níveis equivalentes à outra enfermaria.

Em 1865, Semmelweis morre louco, em um asilo, clamando que participara de um massacre, pois a comunidade científica, na época, não lhe deu crédito.

Mesmo com procedimentos e equipamentos tão complexos como os que temos atualmente, a Lavagem das Mãos ainda é considerada a principal medida para o controle das infecções hospitalares. Vários surtos descritos em literatura comprovam a possibilidade das infecções cruzadas e alguns deles demonstram inclusive, a identificação microbiológica do mesmo agente em paciente e funcionário, confirmada através da biologia molecular.

Como um procedimento tão simples e de baixo custo não tem a adesão que se esperaria? Será que as pessoas não acreditam nesta medida? Será que existem realmente dificuldades na sua aplicação?

Vários são os autores que estudam este procedimento e a dificuldade em implantá-lo e algumas hipóteses podem ser levantadas: falta do conhecimento de sua importância, falta de tempo devido a correria característica de serviços de terapia intensiva, falta de pias adequadas, falta de anti-séptico ou mesmo padronização de produto de difícil aceitação pelo usuário, uso abusivo das precauções padrão estimulando o uso de luvas para proteção do funcionário que passa a desacreditar na lavagem das mãos, e outros.

Algumas propostas podem ser estimuladas visto terem eficácia comprovada cientificamente ou intuitivamente: orientação de toda equipe, com reciclagem constante, adequação da área física (criando ou adaptando número de pias à necessidade), padronização de anti-séptico eficaz e adequado cosmeticamente, estimulo através de cartazes ou lembretes colocados na unidade, “blitz” microbiológicas (culturas de leito ungueal durante a jornada de trabalho, como amostragem e para todas as categorias funcionais), desenvolvimento de grupos multiplicadores de conhecimento par que o teórico seja lembrado na prática do dia-dia.

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Após um século e meio, a despeito dos grandes avanços tecnológicos e científicos a LAVAGEM DAS MÃOS apesar de um ato simples e altamente eficaz na prevenção das infecções continua sendo muito pouco praticado entre os profissionais da área da saúde, em geral.

Aspectos microbiológicos da pele

Para entender os objetivos das diversas abordagens a higienização das mãos, o

conhecimento da microbiota normal da pele e essencial. A pele consiste no revestimento do organismo, indispensável a vida, pois isola

componentes orgânicos do meio exterior, impede a ação de agentes externos de qualquer natureza, evita perda de água, eletrólitos e outras substancias do meio interno, oferece proteção imunológica, faz termo-regulação, propicia a percepção e tem função secretória.

A estrutura básica da pele inclui, da camada externa para a mais interna: estrato córneo, epiderme, derme, e hipoderme. A barreira a absorção percutânea esta no interior do estrato córneo que e o mais fino e menor compartimento da pele.

A pele e um órgão dinâmico, pois a sua formação e integridade estão sob controle homeostático, e qualquer alteração resulta em aumento da proliferação de suas células. Devido a sua localização e extensa superfície, a pele e constantemente exposta a vários tipos de microrganismos do ambiente.

Assim, a pele normal do ser humano é colonizada por bactérias e fungos, sendo que diferentes áreas do corpo tem concentração de bactérias variáveis por centímetro quadrado (cm2).

Microbiotas transitória e residente

Price, em seu clássico estudo sobre a quantificação da microbiota da pele, dividiu as

bactérias isoladas das mãos em duas categorias: transitória e residente.

A microbiota transitória, que coloniza a camada superficial da pele, sobrevive por curto período de tempo e é passível de remoção pela higienização simples das mãos, com água e sabonete, por meio de fricção mecânica. E frequentemente adquirida por profissionais de saúde durante contato direto com o paciente (colonizados ou infectados), ambiente, superfícies próximas ao paciente, produtos e equipamentos contaminados. Consiste de microrganismos não-patogênicos ou potencialmente patogênicos, tais como bactérias, fungos e vírus, que raramente se multiplicam na pele. No entanto, alguns podem provocar infecções relacionadas a assistência a saúde.

A microbiota residente, que esta aderida às camadas mais profundas da pele e mais resistente a remoção apenas por água e sabonete. As bactérias que compõem esta microbiota (estafilococos coagulase negativos e bacilos difteróides) são agentes menos prováveis de infecções veiculadas por contato.

As mãos dos profissionais de saúde podem ser persistentemente colonizadas por

microrganismos patogênicos ( Staphylococcus aureus, bacilos Gram-negativos ou leveduras) que, em áreas criticas como unidades com pacientes imunocomprometidos, pacientes cirúrgicos e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), podem ter um importante papel adicional como causa de infecção relacionada a assistência a saúde. Sendo assim, a pele pode servir como reservatório de microrganismos que podem ser transmitidos por contato direto, pele com pele, ou indireto, por meio de objetos e superfícies do ambiente.

Além das microbiotas residente e transitória, há um terceiro tipo de microbiota das mãos, denominada microbiota infecciosa. Neste grupo, poderiam ser incluídos microrganismos de patogenicidade comprovada, que causam infecções especificas como abscessos, ou eczema infectado das mãos. S. aureus e estreptococos β-hemoliticos sao as espécies mais frequentemente encontradas. Deve ser lembrado ainda que fungos (Candida spp.) e vírus (vírus da hepatite A, B, C; vírus da imunodeficiência humana - HIV; vírus respiratórios; vírus de transmissão fecal-oral como rotavírus; grupo herpes como varicela, vírus Epstein-Barr e citomegalovirus) podem colonizar transitoriamente a pele, principalmente polpas digitais, apos contato com pacientes ou superfícies inanimadas, podendo ser transmitidos ao hospedeiro susceptível.

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Produtos utilizados na higienização das mãos Reconhecidamente, a prática da higienização das mãos reduz significativamente a

transmissão de microrganismos e consequentemente, diminui a incidência das infecções preveníveis, reduzindo a morbi-mortalidade em serviços de saúde.

Para prevenir a transmissão de microrganismos pelas mãos, três elementos são essenciais para esta pratica: agente tópico com eficácia antimicrobiana, procedimento adequado ao utilizá-lo (com técnica adequada e no tempo preconizado) e adesão regular no seu uso (nos momentos indicados).

Sabonete comum (sem associação de antisséptico) O sabonete comum não contém agentes antimicrobianos ou os contém em baixas

concentrações, funcionando apenas como conservantes Os sabonetes para uso em serviços de saúde podem ser apresentados sob varias formas: em barra, em preparações liquidas (as mais comuns) e em espuma. Favorecem a remoção de sujeira, substâncias orgânicas e da microbiota transitória das mãos pela ação mecânica. Em geral, a higienização com sabonete líquido remove a microbiota transitória, tornando as mãos limpas. Esse nível de descontaminação é suficiente para os contatos sociais em geral e para a maioria das atividades praticas nos serviços de saúde.

Porém, a eficácia da higienização simples das mãos, com água e sabonete, depende da técnica e do tempo gasto durante o procedimento que normalmente dura em media 8 a 20 segundos, sem contar o tempo necessário para se deslocar para e retornar da pia. O processo completo leva muito mais tempo – estimado em 40 a 60 segundos.

Nos serviços de saúde, recomenda-se o uso de sabonete líquido, tipo refil, devido ao menor risco de contaminação do produto.

Agentes antissépticos Os agentes antissépticos utilizados para higienização das mãos devem ter ação

antimicrobiana imediata e efeito residual ou persistente. Não devem ser tóxicos, alergênicos ou irritantes para pele. Recomenda-se que sejam agradáveis de utilizar, suaves e ainda, custo-efetivos.

- Álcool Os produtos alcoólicos são mais efetivos na higienização das mãos de profissionais de

saúde quando comparados aos sabonetes comuns ou sabonetes associados a anti-septicos. Em vários estudos, comparando redução bacteriana de mãos utilizando sabonete comum

ou sabonete associado a antisséptico versus produtos alcoólicos, a higienização das mãos com álcool teve uma redução bacteriana maior que lavar as mãos com sabonetes contendo hexaclorofeno, PVPI, clorexidina a 4% ou triclosan. Em estudos relacionados as bactérias multirresistentes, os produtos alcoólicos foram mais efetivos na redução destes patógenos de mãos de profissionais de saúde do que a higienização das mãos com água e sabonete.

Os álcoois também são efetivos na anti-sepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório de mãos das equipes cirúrgicas.

Os produtos alcoólicos usados para higienização das mãos em serviços de saúde estão disponíveis nas formas solução (liquida), gel e espuma.

- Clorexidina O uso de clorexidina para a higienização das mãos nos serviços de saúde é seguro e a

absorção pela pele e mínima, senão nula. A ocorrência de irritação na pele e concentração-dependente, com probabilidade maior

para produtos que contem 4% de clorexidina e quando utilizados com frequência para higienização das mãos, sendo que reações alérgicas são raras.

Estudos comprovam que a clorexidina diminuiu a redução de micoorganismos um pouco melhor que o sabonete comum.

- Iodóforos - PVPI (Polivinilpirrolidona iodo)

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O iodo e um antisséptico reconhecido pela sua efetividade, desde 1821. Entretanto, devido as propriedades de causar irritação e manchar a pele, foi substituído por PVPI ou iodóforos.

O tempo pelo qual o iodóforo exibe o efeito residual e controverso quando ocorre enxágue após a higienização antisséptica das mãos. - Triclosan Este antisséptico tem amplo espectro de atividade antimicrobiana. Apresenta pouca efetividade comparado com o sabonete comum e com os iodóforos.

Indicações para a lavagem das mãos

Após tocar fluidos, secreções e itens contaminados;

Após a retirada das luvas;

Antes de procedimentos no paciente;

Entre contatos com pacientes;

Entre procedimentos num mesmo paciente;

Antes e depois de atos fisiológicos;

Antes do preparo de soros e medicações.

Equipamentos e insumos necessários para a higienização das mãos Algumas das razoes apontadas para o descumprimento da higienização das mãos nos

serviços de saúde incluem, dentre outros, a falta ou localização não acessível de equipamentos necessários para a higienização das mãos, como lavatórios/pias e a não disponibilização, pelos serviços de saúde, de produtos e suprimentos para a higienização das mãos envolvendo sabonetes, preparações alcoólicas e papel toalha.

Lavatório, pia de lavagem e lavabo cirúrgico Os equipamentos básicos para a higienização das mãos envolvem: - Lavatório – exclusivo para a higienização das mãos. Possui formatos e dimensões

variadas, devendo ter profundidade suficiente para que o profissional de saúde lave as mãos sem encostá-las nas paredes laterais ou bordas da peca e tampouco na torneira.

- Pia de lavagem – destinada preferencialmente a lavagem de utensílios podendo ser também usada para a higienização das mãos. Possui profundidade variada, formato retangular ou quadrado e dimensões variadas. Sempre esta inserida em bancadas.

- Lavabo cirúrgico - exclusivo para o preparo cirúrgico das mãos e antebraço. Possui profundidade suficiente para permitir a lavagem do antebraço sem que o mesmo toque no equipamento.

De acordo com a legislação RDC/Anvisa n°.50, de 21 de fevereiro de 2002, todos os lavatórios/pias/lavabos cirúrgicos devem possuir torneiras ou comandos do tipo que dispensem o contato das mãos quando do fechamento da água.

Dispensadores de sabonete e antisépticos

Deve-se optar por dispensadores de fácil limpeza e que evitem o contato direto das

mãos. Escolher, preferencialmente, os do tipo refil. Neste caso, a limpeza interna deve ser feita no momento da troca do refil.

Porta-papel toalha - O porta-papel toalha deve ser fabricado, preferencialmente, com material que não

favoreça a oxidação, sendo de fácil limpeza. A instalação deve ser de tal forma que ele não receba respingos de água e sabonete. É necessário o estabelecimento de rotinas de limpeza e de protocolos de reposição do papel, pelos serviços de saúde.

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Lixeira para descarte do papel toalha - Junto aos lavatórios e às pias, deve sempre existir recipiente para o acondicionamento do

material utilizado na secagem das mãos. Este recipiente deve ser de fácil limpeza, não sendo necessária a existência de tampa.

Insumos e Suprimentos Necessários - A água e o papel toalha constituem, respectivamente, insumo e suprimento

imprescindíveis para a prática da higienização das mãos nos serviços de saúde. -

Finalidades da Higienização das Mãos A higienização das mãos apresenta as seguintes finalidades: remoção de sujidade, suor,

oleosidade, pêlos, células descamativas e microbiota da pele, interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato; prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas.

Apesar de as evidências mostrarem a importância das mãos na cadeia de transmissão das infecções relacionadas à assistência à saúde e os efeitos dos procedimentos de higienização das

mãos na diminuição das taxas de infecções, os profissionais de saúde ainda adotam uma atitude passiva diante deste problema de saúde pública mundial.

Indicações para a lavagem das mãos As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas

utilizando-se: água e sabonete, preparação alcoólica e antiséptico degermante. A utilização de um determinado produto depende das indicações descritas a seguir:

Indicação do uso de água e sabonete Higienizar as mãos com água e sabonete nas seguintes situações: - Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros

fluidos corporais. - Ao iniciar e terminar o turno de trabalho. - Antes e após ir ao banheiro. - Antes e depois das refeições. - Antes de preparo de alimentos. - Antes de preparo e manipulação de medicamentos. - Antes e após contato com paciente colonizado ou infectado por C. difficile. - Após várias aplicações consecutivas de produto alcoólico. - Nas situações indicadas para o uso de preparações alcoólicas.

Indicação do uso de preparações alcoólicas Higienizar as mãos com preparação alcoólica (sob a forma gel ou líquida com 1-3%

glicerina) quando estas não estiverem visivelmente sujas, em todas as situações descritas a seguir:

- Antes de contato com o paciente. - Após contato com o paciente. - Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos. - Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram preparo cirúrgico. - Após risco de exposição a fluidos corporais. - Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao paciente.

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- Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao paciente. - Antes e após remoção de luvas.

Indicação do uso de agentes antissépticos Estes produtos associam detergentes com antissépticos e se destinam à higienização anti-

séptica das mãos e degermação da pele das mãos, descritas a seguir. - Higienização anti-séptica das mãos: Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portadores de microrganismos multirresistentes. Nos casos de surtos. - Degermação da pele das mãos: No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado para toda equipe cirúrgica). Antes da realização de procedimentos invasivos (inserção de cateter intravascular central, punções, drenagens de cavidades, instalação de diálise, pequenas suturas, endoscopias e outros).

Técnica de Lavagem das Mãos

As técnicas de higienização das mãos podem variar, dependendo do objetivo ao qual se

destinam. Podem ser divididas em: • Higienização simples das mãos. • Higienização anti-séptica das mãos. • Fricção de anti-séptico nas mãos. • Anti-sepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos. A eficácia da higienização das mãos depende da duração e da técnica empregada. Antes

de iniciar qualquer uma dessas técnicas, é necessário retirar jóias (anéis, pulseiras, relógio), pois sob tais objetos podem acumular microrganismo.

Higienização Simples das Mãos - Finalidade Remover os microrganismos que colonizam as camadas superficiais da pele, assim como

o suor, a oleosidade e as células mortas, retirando a sujidade propícia à permanência e à proliferação de microrganismos.

- Duração do procedimento: 40 a 60 segundos.

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Uso de Luvas

As luvas protegem de sujidade grosseira. Elas devem ser usadas em procedimentos que envolvam sangue, fluidos corporais, secreções, excreções (exceto suor), membranas mucosas, pele não íntegra e durante a manipulação de artigos contaminados. As luvas devem ser trocadas após contato com material biológico, entre as tarefas e procedimentos num mesmo paciente, pois podem conter uma alta concentração de microrganismos. Remova as luvas logo após usá-las, antes de tocar em artigos e superfícies

sem material biológico e antes de atender outro paciente, evitando a dispersão de microrganismos ou material biológico aderido nas luvas.

Lave as mãos imediatamente após a retirada das luvas para evitar a transferência de microrganismos a outros pacientes e materiais, pois há repasse de germes para as mãos mesmo com o uso de luvas. As luvas estéreis estão indicadas para procedimentos invasivos e assépticos. Luvas grossas de borracha estão indicadas para limpeza de materiais e de ambiente.

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Uso de Máscaras, Óculos de Proteção ou Escudo Facial

A máscara cirúrgica e óculos de proteção ou escudo facial são utilizados em procedimentos e servem para proteger as mucosas dos olhos, nariz e boca de respingos (gotículas) gerados pela fala, tosse ou espirro de pacientes ou durante atividades de assistência e de apoio. Estas gotículas geradas por fonte humana tem diâmetro de até 5μ e se dispersam até um metro de distância quando se depositam nas superfícies. Elas podem ser

de sangue, fluidos corporais, secreções e excreções ou líquidos contaminados como aquelas geradas durante a lavagem de materiais contaminados. Os procedimentos de maior risco e dispersão de respingos são: broncoscopia, aspiração oral, nasal ou endotraqueal, passagem de sonda gástrica, cirurgias, suturas, técnicas laboratoriais de bioquímica e microbiologia e atendimento odontológico.

Outra indicação de uso destes equipamentos é durante a manipulação de produtos químicos como em farmácia hospitalar, áreas de expurgo ou de desinfecção de artigos onde existe o risco químico de contato.

As máscaras cirúrgicas devem ter um filtro bacteriano de até 5 μ de diâmetro. São de uso único, mas durante procedimentos de longa duração, sua troca deverá ocorrer quando úmidas ou submetidas a respingos visíveis.

Protetor respiratório (respiradores)

Usado para proteger as vias respiratórias contra poeiras tóxicas e vapores orgânicos ou químicos. É indicado para entrar em quarto de isolamento de pacientes com tuberculose pulmonar, sarampo, varicela, gripe H1N1, etc. doenças que são transmitidas via aérea quando inalamos os núcleos de gotículas ressecadas suspensas no ar contendo os germes. Também é indicado no laboratório de microbiologia em técnicas de identificação do bacilo da tuberculose. Outra indicação para o uso do protetor respiratório, de um tipo específico, é no manuseio prolongado de glutaraldeído 2% usado para desinfecção de artigos em ambiente pouco arejado, desde que este

protetor tenha uma camada de carvão ativado (máscara escura). Este protetor com carvão ativado filtra gases tóxicos e odores. Seu uso também está

indicado para ambientes ou atividades com odor fétido e desagradável. É de uso individual, intransferível e reutilizável. Tem vida útil variável dependendo do tipo

de contaminante, sua concentração, da freqüência respiratória do usuário e da umidade do ambiente. Deve ser trocado sempre que se encontrar saturado (entupido), perfurado, rasgado ou com elástico solto, ou quando o usuário perceber o cheiro ou gosto do contaminante. Não deve ser feito nenhum tipo de reparo. Manusear com as mãos limpas e guardar em local limpo.

Instruções de uso do protetor respiratório: - Segure o respirador na mão e aproxime no rosto cobrindo a boca e o nariz. - Puxe o elástico de cima, passando-o pela cabeça e ajustando-o acima das orelhas. Depois faça o mesmo com o elástico inferior, ajustando-o na nuca. - Pressione o elemento metálico com os dedos de forma a moldá-lo ao formato do nariz. - Para verificar o ajuste, coloque as mãos na frente do respirador e assopre fortemente. O ar não deve vazar pelas laterais. - Para retirar, comece pelo elástico de baixo das orelhas e depois o outro. - Profissionais imunizados por sarampo e varicela não necessitam de proteção respiratória, devendo estes serem escalados para o atendimento de pacientes portadores destas doenças infecciosas.

Uso de Avental

O avental (limpo, não estéril) serve para proteger a pele e prevenir sujidade na roupa durante procedimentos que tenham probabilidade de gerar respingos ou contato de sangue, fluidos corporais, secreções ou excreções. O avental será

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selecionado de acordo com a atividade e quantidade de fluido encontrado (plástico ou tecido).

Uso de Gorro

O gorro estará indicado especificamente para profissionais que trabalham com procedimentos que envolvam dispersão de aerossóis, projeção de partículas e proteção de pacientes quando o atendimento envolver procedimentos cirúrgicos. Tanto o avental quanto o gorro podem ser de diferentes tecidos laváveis ou do tipo descartável de uso único.

Uso de Calçados

Os calçados indicados para o ambiente com sujeira orgânica são aqueles fechados de preferência impermeáveis (couro ou sintético). Evita-se os de tecido que umedecem e retém a sujeira. Escolha os calçados cômodos e do tipo anti-derrapante. Se o local tiver muita umidade, como em lavanderias, usar botas de borracha.

4. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO COLETIVA

Coletor de material pérfuro-cortante: uso de caixas apropriadas para descarte de material pérfuro-cortante.

Recomendações específicas devem ser seguidas durante a realização de procedimentos que envolvam a manipulação de material pérfuro-cortante:

Máxima atenção durante a realização dos procedimentos;

Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que envolvam materiais pérfuro-cortantes;

As agulhas não devem ser reencapadas, entortadas, quebradas ou retiradas da seringa com as mãos;

Não utilizar agulhas para fixar papéis;

Todo material pérfuro-cortante (agulhas, scalp, lâminas de bisturi, vidrarias, entre outros), mesmo que estéril, deve ser desprezado em recipientes resistentes à perfuração e com tampa;

Os recipientes específicos para descarte de material não devem ser preenchidos acima do limite de 2/3 de sua capacidade total e devem ser colocados sempre próximos do local onde é realizado o procedimento.

A MELHOR PREVENÇÃO É NÃO SE ACIDENTAR !

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5. MANUSEIO DE ARTIGOS HOSPITALARES

5.1 Artigos Compreendem instrumentos de naturezas diversas utilizados na assistência médico

hospitalar, compreendendo materiais ou instrumentais cirúrgicos, utensílios de refeição, acessórios de equipamentos, materiais de assistência respiratória e outros. São divididos em:

Artigos críticos – são artigos envolvidos em alto risco de aquisição de infecção. Estes

objetos penetram os tecidos estéreis ou sistema vascular, devendo ser esterilizados para uso. Exemplo: agulha, instrumental cirúrgico, caracteres vasculares, etc....

Artigos semicríticos – são os que entram em contato com membranas mucosas integras ou pele não intacta. Devem estar livres de todos os microrganismos exceto para esporos. Exemplo endoscópio, espéculo vaginal e otoscópio.

Artigos não críticos – são artigos que entram em contato em contato apenas com pele integra e podem sofrer desinfecção de nível intermediário ou apenas limpeza. Exemplos: termômetros, escova, lixa, estetoscópio, etc.

Os procedimentos realizados nos artigos, antes que sofram a esterilização, são cruciais

para a garantia da qualidade do artigo que será utilizado pelo paciente. Estes processos devem ser realizados segundo normas estabelecidas e por pessoal

treinado, incluindo a descontaminação, limpeza, secagem, preparo, embalagem, identificação e estocagem temporária. Os profissionais que manipulam materiais contaminados devem estar cientes do risco ocupacional relacionado a esta função, necessitam dos equipamentos de proteção individual e coletivo disponíveis para garantir sua segurança.

5.2 Recebimento e separação dos artigos

Os artigos devem ser recolhidos pela equipe do Centro de Material, imediatamente após o uso, na unidade que os utilizaram.

A separação deve ser feita através de cestos vazados, que facilitará o processo de descontaminação e limpeza.

O transporte dos artigos contaminados, vindos do Centro Cirúrgico, deve ser feito em carros ou containeres fechados. Isto reduz as possibilidades de acidentes, derramamento de fluidos e contaminação ambiental. Os artigos vindos das unidades de internação devem ser transportados ao Centro de Material embalados em saco plástico.

5.3 Descontaminação e Limpeza dos artigos

A descontaminação pode ser realizada por métodos físicos ou métodos químicos, a opção

deve considerar o tipo de material, praticidade, custo e eficácia do método. Destinar a descontaminação apenas para artigos que ofereçam risco de acidentes, em geral, são os métodos de aço cirúrgico e os vidros.

Métodos físicos de descontaminação

Lavadoras-desinfectadoras: realizam descontaminação por ação térmica e tem como vantagem fazer a lavagem automatizada dos artigos.

Água em ebulição: imergir o material em água em ebulição por 30 minutos.

Métodos químicos de descontaminação É a imersão do artigo em produto químico apropriado:

Solução de fenóis sintéticos: imergir por 30 minutos. Age sobre bactérias e principais fungos e vírus.

Solução de glutaraldeido a 2% - imergir o material por 30 minutos. Age sobre todos os microrganismos de forma vegetativa.

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Observação: os métodos químicos são indicados apenas os materiais passiveis de imersão. Os métodos físicos são indicados apenas os materiais (artigos) termo-resistentes.

5.4 Limpeza dos artigos

Definição é o procedimento utilizado para a remoção de sujidade presente em qualquer superfície do artigo, utilizando-se de ação MANUAL ou MECANICA.

Finalidade:

Garantir a eficácia do processo de desinfecção e esterilização

Garantir o reuso do artigo não critico

Preservação do material

Prevenção de deteriorização

Restaurar a aparência

Remoção e redução da carga microbiana presente.

Tipos de limpeza

Limpeza Manual - é o procedimento realizado manualmente para a remoção de sujidade por meio de ação física (fricção) aplicada sobre a superfície do material, utilizando detergente, escova e água. Os artigos devem ser lavados um a um; dando especial atenção as ranhuras, dobradiças e artigos com luz interna. A utilização de detergentes enzimáticos (insumos) facilita o processo de limpeza manual, removendo rapidamente a matéria orgânica através de um conjunto de enzimas.

Limpeza Mecânica - é o procedimento automatizado para a remoção de sujidade por meio de lavadoras com ação física e química. Para o desempenho deste processo temos:

Lavadora ultrassônica - a remoção ocorre pela combinação entre energia química (detergente), mecânica (vibração sonora) e térmica (temperatura).

Lavadora descontaminadora de descarga - realiza a limpeza por meio de jatos de água associados ao detergente, com ação de braços rotativos e bicos direcionados sob pressão.

Lavadora termo desinfectadoras - limpa pela força de jatos de água e turbilhamento, associados a ação de detergentes para remoção da sujidade.

Lavadora esterilizadora - opera com ciclo de pré limpeza, limpeza com detergente, enxágüe e esterilização.

5.5 Preparo dos artigos

O preparo dos artigos para a esterilização envolve montagem dos pacotes e caixas, embalagem e identificação.

A montagem dos pacotes e caixas deve ser realizada de forma racional, seguindo alguns princípios:

Deve ser adequada segundo o método de esterilização a que será submetido.

Deve facilitar a penetração do agente esterilizante.

Deve facilitar o cumprimento da técnica asséptica.

Deve apresentar o material já em posição de uso. O acondicionamento dos instrumentais em caixas merece alguns cuidados. Para a esterilização por autoclave, deve-se utilizar caixas furadas em todas as faces para

possibilitar a penetração do vapor e drenagem de condensado.

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Embalagens A embalagem e um requisito fundamental para a manutenção da esterilização efetuada.

No processo de escolha e compra da embalagem, deve-se considerar algumas características primordiais:

Ser compatível ao tipo de esterilização.

Possibilitar vedação adequada.

Ser barreira microbiana efetiva.

Resistir as condições físicas do processo de esterilização.

Permitir remoção do ar.

Permitir penetração do agente esterilizante.

Ser resistente a rasgos e perfurações.

Possibilitar abertura com técnica asséptica. As principais embalagens utilizadas em nosso meio são:

Reutilizáveis

TECIDO DE ALGODÃO – Algodão cru – 100%, Algodão 33% e poliéster 67%, Algodão 50% e poliéster 50%.

ESTOJO METÁLICO – Liga de alumínio ou aço inox

VIDRO REFRATÁRIO - Diversos tamanhos e capacidades

CONTAINER RÍGIDO – liga de alumínio ou aço inox

Descartáveis

PAPEL GRAU CIRÚRGICO - filme é laminado, flexível, transparente, resistente e isento de microfuros.

PAPEL CREPADO - Composto de celulose tratada (polpa virgem de madeira branqueada) resistente a temperaturas até 150ºC por 1 hora”.

SMS – Manta de polipropileno – 100%

TYVEK® - Lâmina de polietileno entrelaçado de alta densidade (PEAD)

Suporta altas temperaturas.

Finalidades das embalagens para esterilização

Permitir a esterilização do artigo.

Assegurar a esterilidade e integridade dos artigos até o momento do uso.

Favorecer a transferência do conteúdo esterilizado com técnica asséptica. A identificação dos pacotes e caixas devem estar posicionada de forma a permitir fácil

leitura, sem necessidade de manipulação, evitando a ocorrência de rasgos na embalagem. As informações mínimas que o pacote e caixa devem conter são:

Nome do artigo.

Data da esterilização.

Identificação do aparelho.

Nome do funcionário que preparou o pacote ou caixa. A estocagem do material já preparado deve ser feita em armários ou prateleiras, em área

distinta da área de materiais esterilizados, para evitar trocas acidentais. Evitar ter estocagem exagerada de materiais, preparando-os de forma programada, segundo a demanda do hospital.

6. ESTERILIZAÇÃO

Esterilização é o processo que promove completa eliminação ou destruição de todas as

formas de microorganismos presentes: vírus, bactérias, fungos, protozoários, esporos, para um aceitável nível de segurança. O processo de esterilização pode ser físico, químico, físico- químico.

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6.1 MÉTODOS FÍSICOS A esterilização por métodos físicos pode ser realizada pelos seguintes processos em

estabelecimentos de saúde.

ESTERILIZAÇÃO POR VAPOR SATURADO/ Autoclaves Gravitacional Alto vácuo Ciclo Flash A esterilização a vapor é realizada em autoclaves, cujo processo possui fases de

remoção do ar, penetração do vapor e secagem. A remoção do ar diferencia os tipos de autoclaves.

Os ciclos de esterilização são orientados de acordo com as especificações do fabricante. Um ciclo de esterilização do tipo "Flash" pode ser realizado em autoclave com qualquer

tipo de remoção do ar. As autoclaves podem ser divididas segundo a tabela abaixo:

TIPOS

DESCRIÇÃO

GRAVITACIONAL

O vapor é injetado forçando a saída do ar. A fase de secagem é limitada uma vez que não possui capacidade para completa remoção do vapor. Desvantagem: pode apresentar umidade ao final pela dificuldade de remoção do ar. As autoclaves verticais são mais indicadas para laboratórios. Venturi - O ar é removido através de uma bomba. A fase de secagem é limitada uma vez que não possui capacidade para completa remoção do vapor. Desvantagem: pode apresentar umidade pelas próprias limitações do equipamento de remoção do ar.

ALTO VÁCUO

Introduz vapor na câmara interna sob alta pressão com ambiente em vácuo. É mais seguro que o gravitacional devido a alta capacidade de sucção do ar realizada pela bomba de vácuo.

Vácuo único

Vácuo fracionado (por pulso ou escalonado)

O ar é removido de uma única vez em pequeno espaço de tempo. Desvantagem: pode haver formação de bolsas de ar.

Remoção do ar em períodos intermitentes, com injeção simultânea de vapor. Também funciona por gravidade A formação de bolsas de ar é menos provável.

MÉTODOS DE ESTERILIZAÇÃO

Alternativas

Métodos físicos Vapor saturado/autoclaves Raios Gama/Cobalto

Métodos químicos Glutaraldeído Ácido peracético

Métodos físico - químicos

Esterilizadoras a Óxido de Etileno (ETO) Plasma de Peróxido de Hidrogênio Plasma de gases (vapor de ácido peracético peróxido de hidrogênio; oxigênio, hidrogênio e gás argônio).

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EXEMPLOS DE PARÂMETROS PARA

ESTERILIZAÇÃO A VAPOR EXEMPLOS DE TEMPOS MAIS COMUNS DE

EXPOSIÇÃO

Tipo de autoclave

Temperatura Tempo de exposição

Temperatura Tempo do

ciclo

Gravitacional 121 a 127

o.C

132 a 135o.C

depende da orientação do

fabricante

121 a 127o.C

132 a 135o.C

15 a 30 min 10 a 25 min

Pré vácuo 132 a 135

o.C

141 a 144o.C

depende da orientação do

fabricante

132 a 135o.C 3 a 4 min

Vácuo fracionado

121 a 127o.C

132 a 135o.C

141 a 144o.C

depende da orientação do

fabricante

121 a 127o.C

132 a 135o.C

20min

3 a 4 min

Esterilização rápida (“Flash”) O ciclo é pré-programado para um tempo e temperatura específicos baseado no tipo de

autoclave e no tipo de carga (para outros ciclos se assume que a carga contém materiais porosos).

De forma geral o ciclo é dividido em duas fases: remoção do ar e esterilização. Embora possa ser programada uma fase de secagem esta fase não está incluída no ciclo "flash".

Os materiais em geral são esterilizados sem invólucros a menos que as instruções do fabricante permitam. Se assume que sempre estarão úmidos após o processo de esterilização. Devem, portanto, ser utilizados imediatamente após o processamento, sem ser armazenados.

Este ciclo não deve ser utilizado como primeira opção em hospitais. Indicadores químicos, físicos e biológicos (B. stearothermophillus).

Exemplos de tempos mínimos de exposição em estrilização tipo "flash"

Tipo de autoclave Tipo de carga Temperatura Tempo do ciclo

GRAVITACIONAL -Metais, ítens não porosos, sem lumes. - Metais com lumes, ítens porosos (plásticos, borrachas)

132o.C

132

o.C

3 min

10 min

PRÉ VACUO -Metais, ítens não porosos, sem lumes. - Metais com lumes, itens porosos (plásticos, borrachas)

132o.C

132

o.C

3 min

4 min

VÁCUO FRACIONADO

-Metais, itens não porosos, sem lumes. - Metais com lumes, itens porosos (plásticos, borrachas)

132o.C a 135

o.C

141

o.C a 144

o.C*

3 min

2min

*incomum no Brasil

COMO MONTAR UMA CARGA NA AUTOCLAVE A remoção do ar da câmara é absolutamente crítica para o completo processo de

autoclavação. O ar pode ser removido ativa ou passivamente. Estes dois tipos de remoção do ar caracterizam os dois tipos básicos de esterilizadoras de

vapor saturado:

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Remoção de ar por gravidade- neste tipo de equipamento a entrada do vapor "força" o ar para fora. Como o ar é mais pesado que o vapor e não se mistura bem com o vapor este último formará uma camada acima que à medida de sua entrada irá forçando o ar para fora. O tempo de remoção do ar dependerá do tipo e densidade da carga.

É importante que a carga seja organizada de forma que o vapor penetre mais facilmente, com poucos obstáculos, a fim de que possa drenar para baixo encontrando o local de saída ("por gravidade")

Remoção do ar dinâmica : pré-vácuo ou por pulso gravitacional O ar é ativamente removido. No início do ciclo o vapor é introduzido na câmara, com a válvula do dreno aberta para

deixar sair o ar. Após um período de tempo estabelecido a válvula é fechada. à medida em que o vapor vai entrando vai se misturando com ar ainda dentro da câmara criando uma mistura de vapor e ar não condensado iniciando a pressurizar. O dreno então é aberto expulsando a a mistura de ar e vapor pressurizado. Com este escape repentino de gases forma-se uma pressão na linha que cai abaixo da pressão atmosférica criando o pré-vácuo. O ar não é todo removido, tornando então a ser introduzido o vapor e repetindo o processo. De forma geral os pulsos são em número de quatro para remoção do ar e permitir a penetração do vapor na carga a ser esterilizada. A diferença do pré- vácuo e do pulso gravitacional é que o segundo tipo não utiliza ejetores ou "pumps" de vácuo para acelerar a remoção de ar/vapor no final de cada pulso. O pré - vácuo é mais eficiente e rápido. No entanto o pulso gravitacional é mais eficiente do que o tipo puramente gravitacional.

Preparando os artigos e carregando a autoclave 1. Materiais articulados e com dobradiças devem ser colocados em suportes apropriados

de forma a permanecerem abertos. 2. Materiais com lumens podem permanecer com ar dentro(por exemplo, endoscópios).

Para evitar este problema devem ser umedecidos com água destilada imediatamente antes da esterilização. O resíduo de ar se transformará em vapor.

3. Materiais côncavos, como bacias devem ser posicionados de forma que qualquer condensado que se forme flua em direção ao dreno, por gravidade.

4. Materiais encaixados um no outro (cubas, por exemplo) devem ser separados por material absorvente de forma a que o vapor possa passar entre eles. Lembrar que o encaixe sempre dificultará a passagem do vapor. Material cirúrgico não deve ser acondicionado encaixado ou empilhado.

5. Caixas ("containers") de instrumentais devem ser colocados longitudinalmente na cesta da autoclave, sem empilhar.

6. Têxteis devem ser colocados de forma a que os ângulos estejam direcionados aos ângulos da cesta ou estante da autoclave para permitir melhor passagem do vapor.

7. Os tipos de embalagens deverão ser escolhidos de acordo com a capacidade da autoclave. O período de validade de cada embalagem para cada tipo de material é definido por testes pela própria instituição.

Alguns não tecidos assim como embalagens de algodão são absorventes e permitem que o condensado se espalhe por uma área maior para revaporização e secagem.

Coberturas feitas de materiais não absorventes como polipropileno ou não tecidos de 100% de poliéster não espalham a umidade. Quando usados para bandejas ou bacias deve ser assegurado que a disposição do material na autoclave permitirá a drenagem do condensado. Se houver materiais pesados em bandejas, devem envoltos em material absorvente antes de serem colocados nas bandejas.

Caixas ("containers") metálicas agem como retentores do calor auxiliando na secagem do material. No entanto produzem mais condensado quando não embalados apropriadamente e não auxiliam na revaporização final.

Caixas ("containers")plásticos agem como isoladores e resfriam rapidamente. O contato com superfícies ou ambientes mais frios provoca condensado rapidamente.

Obs: tanto caixas metálicas quanto plásticas não devem ser esterilizadas em autoclaves de gravidade. Deve ser preferido a esterilização por pré vácuo ou pulso gravitacional. O ar é

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difícil de ser removido destes "containers" e a adição de tempo de exposição não irá auxiliar na remoção do ar.

Os artigos após a esterilização não devem ser tocados ou movidos após 30 a 60 minutos em temperatura ambiente. Durante este tempo eles devem ser deixados na máquina se não houver prateleira ou cesto removível ou no próprio cesto em local onde não haja correntes de ar. Se um material úmido ou morno for colocado em um lugar mais frio, como recipientes plásticos o vapor ainda existente poderá condensar em água e molhar o pacote.

Obs: Não há benefício em fechar novamente a autoclave após a abertura para "secar" melhor. Isto apenas aumentará o tempo necessário para o resfriamento natural.

Alguns "containers" rígidos e não tecidos secam melhor quando um papel absorvente é colocado na base para absorver a umidade. Antes de comprar embalagens, teste o material com ela.

Pode ser necessária a colocação de um absorvente na prateleira da máquina.

Esterilizar têxteis e materiais rígidos em cargas diferentes. Não sendo prático, coloque têxteis acima com materiais rígidos abaixo, não o contrário.

Os materiais e embalagens não devem tocar as paredes da câmara para evitar condensação.

Não preencha com carga mais do que 70% do interior da câmara.

Sempre ter em mente ao preparar uma carga a necessidade de remoção do ar, da penetração do vapor e a saída do vapor e reevaporação da umidade do material.

6.2 MÉTODOS FÍSICO- QUÍMICOS

Óxido de etileno Plasma de Peróxido de Hidrogênio Ácido Peracético líquido Plasma de Ácido peracético De forma geral os métodos físico-químicos são processos que são realizados com baixas

temperaturas. A esterilização a baixa temperatura é requerida para materiais termo sensíveis e/ou sensíveis à umidade. O método ideal não existe e todas as tecnologias têm limitações.

Características de um esterilizante ideal para baixa temperatura

Alta eficácia deve ser viruscida, bactericida, tuberculicida, fungida e esporicida

Ação rápida esterilizar rápidamente

Grande penetração penetrar pacotes de materiais comuns e penetrar lumens

Compatibilidade com materiais

as alterações devem ser imperceptíveis tanto na aparência quanto na função dos materiais, mesmo após repetidas esterilizações.

Não tóxico não devem apresentar riscos à saúde do operador, do paciente e não poluir o ambiente.

Resistente à matéria orgânica

deve ter eficácia na presença de quantidade razoável de matéria orgânica.

Adaptabilidade deve ser adequada para grandes ou pequenos locais de instalação e ponto de uso.

Capacidade de monitorização

deve ser monitorado de forma fácil e acurada com indicadores físicos, químicos e biológicos.

Custo-efetivo deve ter custo razoável de instalação e de operação.

O Óxido de Etileno tem sido o produto mais frequentemente utilizado como processo de

baixa temperatura. Alguns estados americanos têm requerido redução da emissão de Óxido de Etileno de 90 a 99% pelos seus efeitos nocivos. O Óxido de Etileno é um produto altamente tóxico, na forma de gás. Apresenta riscos tóxicos aos operadores e pacientes por ser

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provavelmente carcinogênico e por ser inflamável. Os clorofluorocarbonados são usados como estabilizadores em combinação com o Óxido de Etileno e a Agência de Proteção Ambiental Americana baniu a produção dos clorofluorocarbonados. Foram então desenvolvidos alternativas como 100% de Óxido de Etileno com diferentes estabilizadores: dióxido de carbono, hydroclorofluorocarbonados, vapor de Peróxido de Hidrogênio, gás plasma, Ozônio, Ácido Peracético e Dióxido de Carbono.

ÓXIDO DE ETILENO

O Óxido de Etileno é um gás inodoro, sem cor, inflamável e explosivo. A adição de

estabilizantes , Dióxido de Cloro ou ou Clorofluorocarbonado reduz o risco de explosão e de fogo.

No Brasil existe legislação específica sobre funcionamento de centrais de esterilização por Óxido de Etileno. No entanto as questões relacionadas aos ciclos, tipo de gás e aeração não estão contempladas, embora constem os limites máximos de resíduos aceitáveis para os diferentes tipos de materiais.

Como foi dito os clorofluorocarbonados são usados como estabilizadores em combinação com o Óxido de Etileno e a Agência de Proteção Ambiental Americana baniu a produção dos clorofluorocarbonados. As alternativas menos prejudiciais ao ambiente são:

- 8,5% de Óxido de Etileno e 91,% de Dóxido de Carbono - Msitura de Óxido de Etileno com hidroclorofluorocarbonados - 100% de Óxido de Etileno Ação: alquilação protéica, DNA e RNA prevenindo o metabolismo celular normal e a

replicação microbiana. Fatores a serem considerados: concentração, temperatura, umidade e tempo de

exposição. Limites operacionais: 450 a 1200mg/ L, 29o.C a 65o.C, 45% a 80% e 2 a 5 horas

respectivamente. Dentro de certas limitações o aumento da concentração do gás podem reduzir o tempo necessário para esterilizar os materiais.

Indicador biológico: B. subtillis Vantagens- podem ser esterilizados materiais sem danificá-los. Desvantagens: alto custo, toxicidade, e tempo longo do ciclo. Ciclo: 5 estágios, incluindo preparo e umidificação, introdução do gás, exposição,

evacuação do gás e injeções de ar, que requerem aproximadamente duas horas e meia excluindo o período de aeração.

Aeração mecânica: 8 a 12 horas a 50o.C a 60o.C. Aeração ambiental:7 dias a 20o.C. Monitoração: no mínimo semanal ou após manutenção; Testes biológicos, no mínimo semanal, com Bacillus Subtillis, sempre na primeira carga e

ao término de todas manutenções preventivas e corretivas Indicador químico: identificação dos pacotes por fitas com indicador químico.

PLASMA DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO Indicação : é um processo indicado para esterilização de superfícies. Embalagem: devem ser utilizadas embalagens compatíveis com o processo do tipo

polipropileno, poliolefina. Não deve ser utilizada embalagem de celulose pela alta absorção do peróxido por este tipo de material comprometento o término do ciclo.

Não recomendado para os seguintes materiais pois podem ficar quebradiços e terem problemas de absorção (a esterilização é eficaz mas o material degrada com o tempo):

bisphenol e epoxy ou componentes feitos de polisulfonas ou poliuretano. nylon e celulose. Polymethyl-metacrylato, policarbonato e vinilacetato. Contra indicação : celulose, pós e líquidos e materiais de fundo cego.

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Indicação: pode ser utilizado para artigos termossensíveis principalmente, bem como outros materiais inclusive

Cateteres com no mínimo 1 mm de diâmetro interno até 2 metros. Artigos metálicos e de corte. Equipamentos elétricos e de força( com motor) Endoscópios Rígidos Equipamentos Pneumáticos Aparelhos endoscópicos: requerem maiores estudos, principalmente pela sua estrutura. Matéria orgânica: em estudo citado por KYI e colaboradores sobre a eficácia do

equipamento comparado à Óxido de Etileno , na presença de sangue de ovelha o gás plasma foi mais sensível que o Óxido de etileno. No entanto, em média não houve diferença entre os dois sistemas. No entanto, não apenas pelas regras básicas de esterilização, mas pelas características da aparelhagem devem ser seguidas as recomendações de uso.

Recomendações de uso: por se tratar de um aparelho extremamente sensível é fundamental seguir os seguintes passos para evitar abortamento do ciclo.

- Limpeza com remoção completa de resíduos orgânicos - Secagem - Embalagem e selagem adequadas

Temperatura de funcionamento do equipamento: em torno de 45º.

Duração do ciclo de esterilização: aproximadamente 70 minutos.

Toxicidade: não requer aeração pois não deixa resíduos tóxicos. É seguro para o ambiente e profissionais.

Indicadores: químicos, mecânicos e biológicos.

O fabricante recomenda indicador químico em todas as embalagens em todas as esterilizações.

Fitas colantes químicas em todos os pacotes

Indicador biológico: Bacillus subtillis Teste no mínimo uma vez por semana e em todas as manutenções preventivas e corretivas.

Nome comercial: STERRAD ®

ÁCIDO PERACÉTICO PLASMA Apresentação: são dois os agentes ativos. O primeiro é o Ácido peracético (5%) com

Peróxido de Hidrogênio (22%) e o segundo é o ácido peracético com uma mistura de gás argônio com O2 e H2 do qual irá ser formado o plasma. As fases de plasma são alternadas com fases de vapor.

A partir de 35% de ácido peracético ocorre diluição em água filtrada para 2% Indicação: materiais termosensíveis. Temperatura: 50º.C Tempo do ciclo: 4 a 6 horas Aeração: não é necessária. Limitações: não processa líquidos, limitado a uso de materiais de aço. Embalagens: preferir polipropileno e poliolefinas.

6.3 ESTERILIZAÇÃO QUÍMICA Definição: consiste na utilização de substancia química para a esterilização de artigos

termo-sensíveis. Os artigos devem estar limpos e secos para submersão em produto químico esterilizante.

GLUTARALDEIDO Definição: e o processo de esterilização realizado através da imersão dos artigos em

solução de glutaraldeído a 2%. O Glutaraldeído é um agente desinfetante bactericida que apresenta rápida e efetiva ação

contra bactérias gram-positivas e gram-negativas. É eficaz contra Mycobacterium tuberculosis, alguns fungos e vírus, incluindo os da hepatite B e HIV. É lentamente efetivo contra esporos. Uma

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solução apresenta atividade ótima em pH entre 7,5 e 8,5, sendo quimicamente estáveis por 14 dias. Soluções com valores de pH menores são mais estáveis.

A solução a 2%, em pH 8 (glutaraldeído ativado/alcalino) é utilizado para a desinfecção e

esterilização de instrumentos, como endoscópios, instrumentos odontológicos, equipamentos de borracha ou plástico e outros que não podem ser submetidos ao calor.

Recomendações

Utilizar a esterilização por glutaraldeído a 2% apenas para artigos termossensíveis e nas situações em que os demais métodos de esterilização não estejam disponíveis.

Após a limpeza e secagem, imergir os artigos completamente por 8 a 10 horas no agente químico, de acordo com a recomendação do fabricante, e 30 minutos para desinfecção.

Enxaguar abundantemente com água esterilizada e secar assepticamente.

Utilizar EPI.

Utilizar recipientes de vidro ou plástico com tampa.

Não misturar artigos de metais diferentes, pela possibilidade de corrosão eletrolítica.

Imergir totalmente o material, evitando a formação de bolhas de ar.

Manter o recipiente fechado.

Enxaguar abundantemente o material, inclusive o interior de tubos e cateteres, com água corrente na descontaminação ou desinfecção e com água destilada ou soro fisiológico estéreis na esterilização, para eliminar os resíduos tóxicos da solução.

Observar a validade da solução em relação á data de ativação, de 14 dias, com exceção do tipo long life, que poderá agir por 28 dias.

Renovar a solução quando houver alteração da coloração ou presença de depósito.

ÁCIDO PERACÉTIDO LÍQUIDO Apresentação: líquida. Modo de uso: por submersão. Indicação: para uso em endoscópios, instrumentos de diagnóstico e outros materiais

submersíveis. Concentração: 35%, estabilizada que será diluída ( a 0,2%) automaticamente em água

estéril. Disponível também já diluído a 0,2% (STERILIFE) para uso através de imersão. Tempo de processamento: 12 minutos a 50 a 56º.C ( em máquina apropriada - STERIS

SYSTEM 20 ®) ou 10 minutos para desinfecção e 20 para esterilização se o processo for imersão. Alternativa no país: 0,2% Sterilife ® e CIDEX PA ® com tempo de contato aproximado

de uma hora.

6.4 INDICADORES Os indicadores que demonstram a eficácia dos métodos de esterilização podem ser

mecânicos, químicos e biológicos. São utilizados mais frequentemente para métodos automatizados.

Indicadores mecânicos: monitores de tempo, temperatura, pressão, relatórios impressos computadorizados.

Indicadores químicos: existem diversos tipo de indicadores químicos.

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Indicadores biológicos: indicam que a esterilização foi efetiva através da inativação de indicadores com contagem prévia de esporos viáveis conhecida.

Indicadores químicos

Controles químicos

Externos- indicam que o vapor entrou em contato com a superfície exposta. Devem ser colocadas em todos os pacotes em todos os processos.

- Fitas ou etiquetas adesivas- impregnadas com substância química termossensível específica ao vapor que ao ser retirada da autoclave deverá apresentar mudança de coloração.

- Impresso - tinta indicativa termossensível impressa diretamente na embalagem que ao ser retirada da autoclave deverá apresentar mudança de coloração.

Interno- indicam que o vapor penetrou o interior da embalagem.

- Tiras de papel - impregnadas com tinta em concentração graduada com substâncias químicas termossensíveis específicas ao vapor. Ao serem retiradas da autoclave deverão apresentar coloração de marrom a preto.

- Integrador químico - reagente químico liberado gradativamente a medida e que ocorre a combinação dos parâmetros de temperatura, umidade e tempo de exposição. Indicada a colocação em pacotes de difícil acesso do vapor.

- Bowie Dick - pode ser elaborado com diversas fitas teste sobrepostas cruzadas ou em forma de papel já industrializado, permeável ao vapor com impressão de um desenho característico concêntrico. Sua utilidade é detectar ar residual em autoclaves a vácuo (não se aplica a autoclaves gravitacionais).

Indicadores Biológicos São testes utilizados para monitorizar o processo de esterilização, consistindo em uma

população padronizada de microorganismos viáveis (usualmente esporulados) conhecidos como resistentes ao modo de esterilização a ser monitorizado.

Podem ser : Tiras de papel- envelopes contendo tiras de papel impregnada com esporos dos bacilos. Autocontido ou completo- ampolas contendo os bacilos e meio cultura líquido.

Frequência dos testes biológicos, as recomendações diferem de acordo com diferentes instituições ( APIC, AAMI, AORN etc) no que se refere à frequência. Pode ser diariamente, na primeira carga do dia, semanalmente ou com frequência testada e definida pela política da instituição.

É consenso sua utilização na validação e ao término de todas as manutenções realizadas , sejam elas preventivas ou corretivas.

É aconselhável o uso sempre que houver na carga próteses ou materiais implantáveis.

Tipos de bacilos utilizados: os mais utilizados são os B. subtillis para esterilização a baixa temperatura e B. stearothermophillus para esterilização a vapor.

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7. DESINFECÇÃO Definição: os produtos químicos de uso corrente, de acordo com sua composição química,

constituem os seguintes grupos: 1. Álcoois 2. Biguanita (clorohexidina) 3. Halogênios (hipocloritos e lodóforos) 4. Fenólicos Esses produtos agem de maneira diversificada na destruição dos microorganismos e tem

ação antimicrobiana diferente diante dos mesmos. Todos têm algum grau de toxicidade e podem agir de forma deletéria sobre materiais, exigindo precauções no uso.

Álcool (etílico e isopropílico)

Mecanismo de ação: o álcool induz à desnaturação de proteínas. Espectro de ação e atividade microbicida: os álcoois são bactericidas, tuberculocidas,

fungicidas e virucidas, entretanto, não são esporicidas. Vantagens e desvantagens: o álcool não é recomendado para esterilização devido sua

incapacidade de eliminar esporos. Apresentam facilidade de aplicação, ação rápida e compatibilidade com artigos metálicos. Não tem penetração em matéria orgânica. Apresenta desvantagem de opacificar acrílico e ressecar plásticos. É inflamável.

Indicações de uso: desinfecção de superfícies de imobiliários e equipamentos,

desinfecção de termômetros, diafragmas e olivas de estetoscópios. Concentrações de uso: o álcool absoluto tem alto poder desidratante. Como as proteínas

são mais rapidamente desnaturadas em presença de água, misturas de álcool e água, tem maior poder desinfetante do que o absoluto. Possui ação germicida entre 60 a 90%, com ação ótima a 70%. Cloro e Compostos Clorados

Desinfetantes a base de cloro são geralmente disponíveis em forma líquida (hipoclorito de sódio) ou sólida (hipoclorito de cálcio, dicloroisocianurato de sódio).

Mecanismo de ação: a ação germicida é atribuída ao ácido hipocloroso. O mecanismo

exato de atividade germicida não foi devidamente esclarecido, acredita-se que seja pela inibição de reação enzimática básica da célula, desnaturação de proteína e inativação de ácidos nucléicos.

Espectro de ação: possuem ação viruscida, fungicida, bactericida, micobactericida e

esporicida para grande número de esporos. Vantagens e Desvantagens: possuem ação rápida e baixa custo, baixa toxicidade, fácil

manuseio, propriedade de desodorização e não são inflamáveis. Seu uso é limitado pela atividade corrosiva em artigos e superfícies metálicos. Sofrem interferência significativa em presença de matéria orgânica. Entre as desvantagens incluem-se as irritações de mucosas, forte odor em concentrações maiores e potencial formação de produtos tóxicos quando combinado com outros agentes químicos.

Concentrações de uso: a concentração mínima necessária para eliminar microbactérias é

de 1000 ppm (0,1%). Isto deve ser levado em conta quando se realiza a desinfecção de artigos como circuitos ventilatórios e inaladores. Recomenda para desinfecção de artigos semi-críticos concentrações de 10.000 ppm (1%) por 30 minutos ou 200 ppm (0,02%) por 60 minutos. Bicos de

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mamadeiras e chupetas devem ser desinfetadas utilizando concentração de 0,015% (150 ppm) por 60 minutos. Entretanto, pode-se utilizar a concentração de 0,5% (5000 ppm) para desinfecção de artigos semi-críticos, desde que a diluição seja para uso imediato. Isto porque é pouco conhecida a curva de degradação do hipoclorito em concentrações de 0,5% em nosso ambiente. A concentração de 1% pode ser mais segura do ponto de vista de degradação, mas oferece a desvantagem do forte odor e requer enxágüe abundante para evitar irritação química devido a eventuais resíduos.

Fenólicos

É bactericida, fungicida e viruscida, somente para o vírus lipofílicos, na concentração

mínima de 0,3%, durante 30 minutos. Tem ação exclusivamente desinfetante. Aplicação:

Na descontaminação prévia de artigos metálicos e desinfecção de artigos semi-criticos. Cuidados no uso:

Não devem ser utilizados em alimentos ou em superfícies que entram em contato com os mesmos.

Usar luvas para evitar o contato com a pele.

Em caso de contato com os olhos, lavá-los abundantemente com água e encaminhar ao médico.

Em caso de contato com a pele, lava-la abundantemente com água e sabão.

O recipiente deve permanecer fechado durante o processo.

Compostos de Quaternários de Amônio Os compostos mais utilizados em unidades hospitalares são os cloretos de alquil-dimetil.

Os novos quaternários de amônio possuem cadeia dupla ou dialquil-quaternários (por ex. cloreto de didecil-dimetil-amonio), possuindo propriedade de permanecer ativo em presença de água dura e de tolerar resíduos aniônicos.

Mecanismo de ação: sua ação é devida a inativação de enzimas produtoras de energia,

desnaturação de proteínas celulares essenciais e ruptura de membrana celular. Espectro de ação: são fungicidas, bactericidas e virucidas contra vírus lipofílicos. Não são

esporicidas, tuberculocidas, nem apresentam ação sobre vírus hidrofílicos. Indicações de uso: devido a sua baixa toxicidade, podem ser utilizados para desinfecção

de superfícies em berçários e unidades de manuseio de alimentos.

8. ANTISSEPSIA Conceito: Processo para eliminar, reduzir e também prevenir o crescimento de

microorganismos em tecidos vivos (pele, mucosa ou ferimentos). Método: Utilizar solução química e instrumento adequado, conforme o procedimento. Soluções recomendadas (segundo Portaria 930 MS-27/08/92)

Soluções alcoólicas

Soluções iodadas

Iodóforos

Clorohexidina

Solução aquosa de permanganato de potássio

Formulação a base de sais de prata

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Antissépticos padronizados e suas indicações

PRODUTO MODO DE AÇAO UTILIZAÇAO

Álcool etílico a 70%

Desnaturação das proteínas da bactéria.

- Antissepsia em procedimentos de médico e baixo risco. - Antissepsia de coto umbilical. - Entre procedimentos e/ou cuidados em pacientes (com emoliente).

Solução de PVPI 10% com 1% de iodo ativo (veículo aquoso)

Oxidação e substituição de componentes microbianos com iodo livre.

- Antissepsia de campo operatório. - Antissepsia de pele e mucosas antes de procedimentos invasivos. -Antissepsia de feridas, inserção cateteres vasculares centrais, etc.

Solução detergente de PVPI 10% com 1% de iodo ativo

- Pré-operatório: degermação das mãos da equipe cirúrgica, descontaminação do campo operatório, banho nos pacientes. - lavagem das mãos dos profissionais que trabalham em áreas de risco.

Solução de PVPI 10% com 1% de iodo ativo (veiculo alcoólico) em campo cirúrgico pele integra.

- Antissepsia do campo operatório. - Antissepsia de pele antes de procedimentos invasivos.

Solução degermante de Clorhexidine a 4%

Ruptura de membrana de célula microbiana e precipitação do conteúdo celular.

- Pré-operatório: degermação das mãos da equipe cirúrgica, descontaminação do campo operatório, banhos dos pacientes. - Lavagem das mãos dos profissionais que trabalham em áreas de risco.

Solução de Clorhexidine a 0,5% (veiculo alcoólico)

- Antissepsia do campo operatório. - Antissepsia de pele antes de procedimentos invasivos.

Compostos á base de sais de prata

Destruição da membrana celular das bactérias.

- Nitrato de Ag: profilaxia de conjuntivite gonocócica do Rn. - Sulfadiazina de Ag: queimaduras, úlceras varicosas e feridas cirúrgicas infectadas.

Permanganato de Potássio Oxidação - Antissepsia e desodorização de áreas ulceradas e necrosadas.

.

9. SEGURANÇA NO TRABALHO – NORMA REGULAMENTADORA (NR 32) É uma legislação do Ministério do Trabalho e Emprego que estabelece medidas para

proteger a segurança e a saúde dos trabalhadores de saúde em qualquer serviço de saúde inclusive ao que trabalham nas escolas, ensinando ou pesquisando.

Seu objetivo é prevenir os acidentes e o adoecimento causado pelo trabalho nos profissionais da saúde, eliminando ou controlando as condições de risco presentes nos Serviços de Saúde.

Ela recomenda para cada situação de risco a adoção de medidas preventivas e a capacitação dos trabalhadores para o trabalho seguro.

10. CONCEITOS BÁSICOS

- Antissepsia – é o processo de eliminação ou inibição do crescimento dos

microrganismos na pele e mucosa. É realizada através de anti-sépticos que são formulações

Sugestão: Realizar pesquisa da Norma Regulamentadora 32

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hipoalergênicas e de baixa causticidade, utilizados no preparo pré-operatório da pele, preparo pré-operatório das mãos; e lavagem das mãos dos profissionais da saúde.

- Assepsia – é o estado de completa ausência de microrganismos, característica dos

artigos estéreis. Deste conceito, partem as normas técnicas assépticas que consistem em impedir a penetração de microrganismos em procedimentos onde há necessidade de ser mantido meio asséptico.

- Desinfecção – é o processo aplicado a artigos, que elimina microrganismos na forma

vegetativa, exceto os esporos bacterianos. A desinfecção pode realizar através de processos químicos ou físicos.

- Limpeza – é a remoção mecânica de sujidade. E realizada pela aplicação de energia

mecânica (fricção), química (soluções detergentes, desincrostantes ou enzimáticas) ou térmicas. - Descontaminação – é o processo químico ou físico, que remove microorganismos

patogênicos dos objetos, tornando os seguros ao manuseio. Conhecido como processo de desinfecção.

- Esterilização – é o processo utilizado para completa destruição de todos os

microrganismos presentes em artigos médico-hospitalares. Este processo pode ser realizado por métodos físico, químico ou físico-químico.

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Referências MEEKER, M.; ROTHROCK, J. Cuidados de Enfermagem ao Paciente Cirúrgico. 10. ed.

Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. 1249 p. Curso Básico de Controle de Infecção Hospitalar. Caderno C. Métodos de Proteção Anti-

infecciosa. Agência Nacional de Vigilância Sanitária ( ANVISA), 2000. Guia elaborado por enfermeiros brasileiros. Recomendações Práticas para Processo de

esterilização em estabelecimentos de saúde. Campinas: Komedi, 2009.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (MINISTÉRIO DA SAÚDE). Manual de Segurança do Paciente – Higienização das Mãos. Disponível em http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/index.htm. Acesso em 23 de ago. 2011.

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http://www.cih.com.br/esterilizacao.htm. Acesso em 23 de ago. 2011. HOEFEL,H. et al. Controle de Incidentes Humanos – Desinfetantes. Disponível em

http://www.cih.com.br/desinfetantes.htm .Acesso em 23 de ago. 2011. COREN SP. Manual da Norma Regulamentadora nº 32 (NR 32).São Paulo, 2009. 30 p.

TRABULSI, L.R. Microbiologia. 2.ed., São Paulo, Atheneu, 1996.

BIER, T. Bacteriologia e imunologia. 19.ed., São Paulo, Melhoramentos, 1978.

VERONESI, R.; FOCACCIA, R. Tratado de infectologia. Vol. 1 e 2. São Paulo, Atheneu, 1996.