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Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

RELATÓRIO DE

ESTÁGIO PROFISSIONAL I

CENTRO HOSPITALAR DO PORTO –

HOSPITAL DE SANTO ANTÓNIO, EPE

RUI MIGUEL PORTUGUÊS GONÇALVES

RELATÓRIO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO EM FARMÁCIA

JANEIRO 2014

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Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

RELATÓRIO DE

ESTÁGIO PROFISSIONAL I

CENTRO HOSPITALAR DO PORTO – HOSPITAL

DE SANTO ANTÓNIO, EPE

Este relatório foi realizado no âmbito do Estágio Profissional I

Orientadora: Professora Sandra Ventura

Monitora: Técnica Maria de Fátima de Sousa Mendes

RUI MIGUEL PORTUGUÊS GONÇALVES

RELATÓRIO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO EM FARMÁCIA

JANEIRO 2014

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Agradecimentos

No final desta etapa do percurso académico, é com muita estima que reconheço o

apoio dispensado pelos profissionais dos Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar do

Porto – Hospital de Santo António, EPE.

Agradeço a dedicação prestada diariamente que contribuiu para o enriquecimento a

nível técnico, científico e social. Agradeço também o empenho que demonstraram na ajuda

dispensada e toda a atenção e tempo dedicado, bem como todos os conhecimentos

transmitidos.

Sendo assim, o meu muito obrigado, pela forma como fui acolhido e integrado por

todos os elementos desta farmácia hospitalar (Técnicos Superiores de Saúde, Técnicos de

Farmácia e Assistentes Operacionais).

Quero agradecer especialmente à minha monitora de estágio, Técnica Maria de Fátima

de Sousa Mendes pela transmissão de conhecimentos, bem como por toda a ajuda que

necessitei diariamente ao longo do meu estágio. Agradecer também às técnicas Anabela

Serafim, Cláudia Oliveira, Márcia Correia, Priscila Mendes, Sandra Pinto e aos técnicos Luís

Magalhães e Hélder Nunes, por me acompanharem nos diversos setores dos Serviços

Farmacêuticos, bem como aos assistentes operacionais, D. Amélia, D. Paula e Tiago Alves

por toda a ajuda e companheirismo.

Aos meus pais, irmã, avós e aos meus familiares em França, que mesmo longe

estiveram comigo ao longo do meu percurso académico, o meu muito obrigado por sempre

me terem apoiado e acompanhado nesta etapa da minha vida.

Muito obrigado a todos, grande equipa!

Rui Miguel Português Gonçalves

Escola Superior de Saúde da Guarda

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Pensamentos

“Em cada minuto somos esmagados pela ideia e a sensação do tempo. E apenas existem dois

meios para escapar a tal pesadelo, para esquecê-lo: o prazer e o trabalho. O prazer gasta-

nos. O trabalho fortifica-nos. Escolhamos.

Quanto mais nos servimos de um destes meios, mais o outro nos inspira repugnância.”

- Charles Baudelaire

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Lista de Acrónimos

APF – Armazém de Produtos Farmacêuticos

CAUL – Certificado de Autorização de Utilização de Lote

CFT – Comissão de Farmácia e Terapêutica

CHP – Centro Hospitalar do Porto

DC – Distribuição Clássica

DID – Distribuição Individual Diária

DL – Decreto-Lei

DM – Distribuição Mista

DP – Distribuição Personalizada

EPE – Entidade Pública Empresarial

FHNM – Formulário Hospitalar Nacional Medicamento

GHAF – Gestão Hospitalar de Armazém e Farmácia

ICBAS – Instituto das Ciências Biomédicas Abel Salazar

INFARMED – Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde

HDH – Hospital de Dia de Hematologia

HDO – Hospital de Dia de Oncologia

HJU – Hospital Joaquim Urbano

HSA – Hospital Santo António

MJD – Maternidade Júlio Dinis

PDA – Personal Distribution Assistant

SEGV – Soluções Estéreis de Grande Volume

SF – Serviços Farmacêuticos

SNS – Sistema Nacional de Saúde

TDT – Técnico de Diagnóstico e Terapêutica

TF – Técnico de Farmácia

UFA – Unidade de Farmácia de Ambulatório

UFO – Unidade de Farmácia Oncológica

UHDP – Unidade Hospitalar de Dia Polivalente

UPE – Unidade de Produção de Estéreis

UPNE – Unidade de Produção de Não Estéreis

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ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1. HOSPITAL DE SANTO ANTÓNIO E ICBAS. A. EDIFÍCIO DR. LUÍS DE CARVALHO. B.

EDIFÍCIO NEOCLÁSSICO. C. ICBAS. ................................................................................... 12

FIGURA 2. SISTEMAS SEMIAUTOMÁTICOS .................................................................................. 18

FIGURA 3. CASA DO HLS ........................................................................................................... 19

FIGURA 4. A. KANBAN FÍSICO DO ARMAZÉM GERAL; B. NUTRIÇÃO; C. COLÍRIOS; D. FRIO. ...... 22

FIGURA 5. ÁREA DE RECEÇÃO DE ENCOMENDAS ....................................................................... 24

FIGURA 6. PLANTA DO APF. ...................................................................................................... 26

FIGURA 7. IDENTIFICAÇÃO DE MALA COM PRODUTOS TERMOLÁBEIS ......................................... 34

FIGURA 8. IDENTIFICAÇÃO DE UMA GAVETA DA CÉLULA VERDE. ............................................... 36

FIGURA 9. SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO SEMIAUTOMÁTICO PHARMAPICK® E AO LADO ESQUERDO

UM CARRO DE TRANSPORTE DA DID. .................................................................................. 40

FIGURA 10. PYXIS MEDSTATION ® ........................................................................................... 42

FIGURA 11. STOCK DE RESERVA (EM CIMA) E STOCK FUNCIONAL (EM BAIXO) DO ARMAZÉM

SEVG. ............................................................................................................................... 43

FIGURA 12. SISTEMA DE DUPLA CAIXA KANBAN DO HLS .......................................................... 44

FIGURA 13. MEDICAMENTO EMBALADO PELA BLISPACK® ........................................................ 50

FIGURA 14. RÓTULO DA MÁQUINA DE REEMBALAMENTO. ......................................................... 51

ÍNDICE DE QUADROS

QUADRO 1. ESPAÇO INTERIOR DOS SERVIÇOS FARMACÊUTICOS DO HOSPITAL SANTO ANTÓNIO ..... 15

QUADRO 2. CIRCUITO DO MEDICAMENTO NO HOSPITAL DE SANTO ANTÓNIO ........................... 20

QUADRO 3. CIRCUITO DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS .................................................... 31

QUADRO 4. VANTAGENS E DESVANTAGENS DA DC .................................................................. 32

QUADRO 5. TRÊS CIRCUITOS DE DC E RESPECTIVAS TF. ........................................................... 33

QUADRO 6. CÉLULAS DE APOIO AOS CARROS DA DID. .............................................................. 36

QUADRO 7. VANTAGENS E DESVANTAGENS DO PHARMAPICK ® ............................................... 41

QUADRO 8. PRINCIPAL VANTAGEM E DESVANTAGEM DO PYXIS® ............................................. 43

QUADRO 9. SETORES DA FARMACOTECNIA DOS SF DO HSA. .................................................... 47

QUADRO 10. ORDEM DE ADITIVAÇÃO DAS SOLUÇÕES 1 E 2 DAS BOLSAS COM MISTURAS

BINÁRIAS. ........................................................................................................................... 55

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ÍNDICE

1.INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 9

2.CENTRO HOSPITALAR DO PORTO ......................................................................................... 11

3.SERVIÇOS FARMACÊUTICOS HOSPITALARES .................................................................. 13

3.1.LOCALIZAÇÃO EXTERNA ......................................................................................................... 14

3.2.ESPAÇO INTERIOR ...................................................................................................................... 15

3.3.RECURSOS HUMANOS ............................................................................................................... 15

3.4.HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO ............................................................................................ 16

3.5.SISTEMA INFORMÁTICO E AUTOMAÇÃO ............................................................................. 16

3.6.PROJETO HOSPITAL LOGISTICS SYSTEM ............................................................................. 18

4.CIRCUITO DO MEDICAMENTO ................................................................................................ 20

4.1.APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS ..................................................................... 21

4.1.1.Seleção e aquisição de produtos ................................................................................................ 22

4.1.2.Receção e conferência de encomendas...................................................................................... 23

4.1.3.Armazenamento ......................................................................................................................... 25

4.1.4.Controlo dos Prazos de Validade .............................................................................................. 28

4.1.5.Empréstimos ............................................................................................................................... 28

4.2.SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS ............................................................. 29

4.2.1.Distribuição Clássica .................................................................................................................. 31

4.2.2.Distribuição Individual Diária .................................................................................................. 35

4.2.3.Reposição de Stocks Nivelados .................................................................................................. 41

4.2.4.Soluções Estéreis de Grande Volume ....................................................................................... 43

4.2.5.Antisséticos e Desinfetantes ....................................................................................................... 44

4.2.6.Circuitos Especiais de Distribuição .......................................................................................... 45

4.2.7.Unidade de Farmácia de Ambulatório ..................................................................................... 46

5.FARMACOTECNIA ....................................................................................................................... 47

5.1.UNIDADE DE PRODUÇÃO NÃO ESTÉREIS............................................................................. 48

5.2.REIDENTIFICAÇÃO E INDIVIDUALIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS .................................. 50

5.3.1.Unidade de Produção de Estéreis ............................................................................................. 52

5.3.2. Unidade de Farmácia Oncológica ............................................................................................ 56

6.DISCUSSÃO/CONCLUSÃO .......................................................................................................... 60

7.BIBLIOGRAFIA / WEBGRAFIA .................................................................................................. 62

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ANEXOS

Anexo I – Guia de Remessa ................................................................................................................ 65

Anexo II – Guia de Transporte (com listagem de pedido) ............................................................... 67

Anexo III – Guia de Transporte (sem listagem de pedido) .............................................................. 69

Anexo IV – Fatura ............................................................................................................................... 71

Anexo V – Ficha de não conformidade .............................................................................................. 73

Anexo VI – Satisfação de encomenda ao serviço clínico pela DC ................................................... 75

Anexo VII – Requisição de material de penso (frente e verso) ........................................................ 77

Anexo VIII – Mapa de Distribuição de Medicamentos (por cama) ................................................ 79

Anexo IX – Mapa de Distribuição de Medicamentos (por medicamento) ..................................... 81

Anexo X – Listagem de “diferenças” DID......................................................................................... 83

Anexo XI – Registo de intervenções técnicas .................................................................................... 85

Anexo XII – Registo de medicamentos em falta DID ....................................................................... 87

Anexo XIII – Impresso de recarga Pyxis MedStation® .................................................................... 89

Anexo XIV – Requisição manual de SEGV ...................................................................................... 91

Anexo XV – Requisição manual de Antisséticos e Desinfetantes .................................................... 93

Anexo XVI – Impresso CAUL............................................................................................................ 95

Anexo XVII – Ordem de Preparação da UPNE ............................................................................... 97

Anexo XVIII – Rótulo identificativo de UPNE ................................................................................. 99

Anexo XIX – Listagem diária de formulas orais sólidas reembaladas pela máquina de

reembalamento .................................................................................................................................. 101

Anexo XX – Ordem de preparação de UPE.................................................................................... 103

Anexo XXI – Rótulo de identificação UPE (solução I e II) ............................................................ 105

Anexo XXII – Lista de produtos consumidos por dia na UPE ...................................................... 107

Anexo XXIII – Prescrição de CTX pelo médico em regime de ambulatório ............................... 109

Anexo XXIV – Ordem de preparação de CTX ............................................................................... 111

Anexo XXV – Certificado de participação no V Curso do GNA (Suporte Nutricional – o que

aprendemos em 2013) ....................................................................................................................... 113

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1. INTRODUÇÃO

O Estágio Profissional I está inserido no 4ºano do plano curricular do Curso de

Farmácia – 1ºCiclo da Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico da Guarda.

O estágio foi realizado no Centro Hospitalar do Porto – Hospital de Santo António,

EPE com início no dia 1 de outubro de 2013 terminando dia 17 de janeiro de 2014,

decorrendo de segunda a sexta-feira das 9 às 16h nos Serviços Farmacêuticos do referido

hospital, sob a supervisão da técnica Maria de Fátima de Sousa Mendes.

Este estágio curricular em farmácia hospitalar permitiu-me entrar em contato com o

mundo do trabalho, bem como perceber a orgânica dos referidos SF e por em prática a

componente teórica adquirida ao longo de três anos na instituição anteriormente referida. Ao

longo deste estágio foi possível passar por todos os sectores dos SF, distribuídos pelo decorrer

das treze semanas.

Segundo o Decreto-Lei (DL) nº261/93 de 24 de julho [1]

o Técnico de Farmácia (TF)

participa no desenvolvimento de atividades no circuito do medicamento, tais como análises e

ensaios farmacológicos; interpretação da prescrição terapêutica e de fórmulas farmacêuticas,

sua preparação, identificação e distribuição, controlo da conservação, distribuição e stocks de

medicamentos e outros produtos, informação e aconselhamento sobre o uso do medicamento.

A carreira de TDT encontra-se regulada pelo DL nº 564/99 de 30 de setembro [2]

, e

diplomas complementares, inserindo-se nos corpos especiais da saúde instituídos pelo DL nº

184/89, de 2 de junho [3]

.

É importante que os diversos profissionais de saúde reconheçam as exigências éticas e

deontológicas associadas às suas atividades profissionais. O TF não fica aparte destas

exigências, realçando os princípios éticos mais relevantes:

Respeitar os direitos e a dignidade de todos os indivíduos;

Prestar ajuda a todos os que solicitem os seus serviços profissionais sem

discriminação, receio ou favor;

Prestar um serviço profissional honesto, competente e responsável;

Identificar as suas competências profissionais e exercê-las sem limitações no

âmbito das suas competências profissionais;

Manter e respeitar o sigilo e confidencialidade de todas as informações,

procedimentos e normas, e situações específicas dos utentes/doentes, serviço e

instituição.

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Os objetivos de Estágio Profissional I, a decorrer nos Serviços Farmacêuticos do

Hospital de Santo António são os seguintes:

Compreender todas as etapas do aprovisionamento e gestão de stocks (seleção

e aquisição, receção e conferência de encomendas e seu armazenamento);

Compreender os diferentes tipos de distribuição de medicamentos e/ou

dispositivos médicos em contexto de Farmácia Hospitalar;

Reconhecer a importância do setor da farmacotecnia em contexto de Farmácia

Hospitalar, bem como a sua dinâmica.

Com o decorrer do estágio, é importante que o aluno elabore um relatório que integre

todas as atividades realizadas ao longo do período de estágio, bem como, compreender todo o

circuito do medicamento nesta instituição, apresentando de uma forma global uma apreciação

crítica que seja devidamente justificada de tudo o que é executado, podendo ainda dar opinião

de possíveis melhorias que o aluno considere pertinentes.

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2. CENTRO HOSPITALAR DO PORTO

O Centro Hospitalar do Porto (CHP) é um Hospital Central e Escolar, que agrega o

Hospital de Santo António (HSA), a Maternidade Júlio Dinis (MJD), o Hospital Joaquim

Urbano (HJU) e o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS).

Com mais de duzentos e vinte anos de existência, o HSA evolui no sentido de

melhorar progressivamente a prestação de cuidados de saúde dos seus doentes e da sua

população, visando a excelência em todas as suas atividades, numa perspetiva global e

integrada da saúde. O HSA representa uma entidade de referência na prestação de cuidados de

saúde de elevada diferenciação, pela garantia da equidade e universalidade de acesso, da

assistência eficaz e eficiente, da promoção da qualidade e da segurança, garantindo a

satisfação dos seus doentes e dos seus profissionais. Além disso, promove o ensino pré e pós-

graduado, a formação profissional, a investigação e o desenvolvimento da ciência e tecnologia

da saúde.

Atualmente, qualquer serviço prestador de saúde é desafiado a unificar a gestão eficiente dos

seus recursos, cada vez mais escassos, com a qualidade dos serviços prestados. Tendo em

conta a conjuntura política e económica que o país atravessa, é importante maximizar as

capacidades de gestão e racionalizar a despesa, nunca despromovendo a saúde do doente e a

qualidade do serviço. Posto isto, surge a transformação em hospital empresa nomeadamente

EPE (Entidade Pública Empresarial).

O HSA localiza-se no Largo Professor Abel Salazar e é constituído por três edifícios,

dos quais fazem parte o Edifício Neoclássico, Edifício Dr. Luís de Carvalho e Edifício das

Consultas Externas (ex-CICAP), como indica a figura 1. O HSA dispõe de um amplo número

de especialidades médicas e cirúrgicas (por exemplo Cardiologia, Cirurgia Geral,

Endocrinologia, Estomatologia, Gastrenterologia, Ginecologia, Nefrologia, Neurologia,

Obstetrícia, Oftalmologia, Ortopedia) bem como meios complementares de diagnóstico e

terapêutica (por exemplo Anatomia Patológica, Medicina Nuclear, Radioterapia, Radiologia)

que contribuem para uma prestação adequada de cuidados médicos.

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Figura 1. Hospital de Santo António e ICBAS. A. Edifício Dr. Luís de Carvalho. B. Edifício Neoclássico. C. ICBAS.

A

B

C

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3. SERVIÇOS FARMACÊUTICOS HOSPITALARES

A farmácia hospitalar é reconhecida como uma unidade clínica, administrativa e

económica, dirigida por profissionais farmacêuticos, ligada hierarquicamente à direção clinica

do hospital, relacionando-se com as restantes unidades de assistência ao paciente.

A direção dos Serviços Farmacêuticos Hospitalares é obrigatoriamente assegurada por

um farmacêutico hospitalar, segundo o DL nº44 204 de 2 de fevereiro de 1962 [4]

.

É o serviço que, nos hospitais, assegura a terapêutica medicamentosa aos doentes, a

qualidade, a eficácia e segurança dos medicamentos, integra as equipas de cuidados de saúde

e promove ações de investigação e de ensino.

São da responsabilidade dos SF [5]

:

A gestão (selecção, aquisição, armazenamento e distribuição) de

medicamentos;

A gestão de outros produtos farmacêuticos (dispositivos médicos, reagentes,

etc.);

São os principais responsáveis pela implementação e monitorização da política

de medicamentos definida pelo Formulário Hospitalar Nacional do

Medicamento (FHNM) e pela Comissão de Farmácia e Terapêutica (CFT);

A gestão dos medicamentos experimentais e dos dispositivos utilizados para a

sua administração, bem como os demais medicamentos já autorizados,

eventualmente necessários ou complementares à realização de ensaios;

A gestão da segunda maior rúbrica do orçamento dos hospitais.

Os SF apresentam diversas funções, das quais se destacam:

A selecção e aquisição de medicamentos, produtos farmacêuticos e

dispositivos médicos;

O aprovisionamento, armazenamento e distribuição dos medicamentos

experimentais e os dispositivos utilizados para a sua administração, bem como

os demais medicamentos já autorizados, eventualmente necessários ou

complementares à realização dos ensaios clínicos;

A produção de medicamentos;

A análise de matérias-primas e produtos acabados;

A distribuição de medicamentos e outros produtos de saúde;

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A participação em Comissões Técnicas (Farmácia e Terapêutica, Infecção

Hospitalar, Higiene e outras;

A Farmácia Clínica, Farmacocinética, Farmacovigilância e a prestação de

Cuidados Farmacêuticos;

A colaboração na elaboração de protocolos terapêuticos;

A participação nos Ensaios Clínicos;

A colaboração na prescrição de Nutrição Parentérica e a sua preparação;

A Informação de Medicamentos;

O desenvolvimento de acções de formação.

O planeamento e a instalação de SF hospitalares tem de considerar um conjunto de

premissas, nomeadamente quanto ao:

Tipo de Hospital (central, distrital, especializado);

Lotação do hospital;

Movimento assistencial previsto para o hospital;

Funções acrescidas solicitadas;

Existência de distribuição de medicamentos a doentes em regime de

ambulatório;

Desenvolvimento informático do hospital.

Os SF do HSA são uma entidade certificada a nível dos sistemas de gestão da

qualidade (NP EN ISO 9001:2008) pela APCER (Associação Portuguesa de Certificação) [6]

3.1.LOCALIZAÇÃO EXTERNA

Os SF localizam-se no piso 0 no edifício neoclássico do HSA. O Armazém de

Soluções Estéreis de Grande Volume (SEGV) encontra-se no piso 0 do edifício Dr. Luís de

Carvalho, bem como a Unidade de Farmácia Oncológica (UFO) no piso 1. A localização dos

SF do HSA vai muito de acordo com as normas referidas pelo Manual de Farmácia

Hospitalar:

Porta onde se a recepcionam as encomendas, sendo esta apenas utilizada pelas

empresas distribuidoras e funcionários do hospital, incluindo funcionários dos

SF;

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Porta principal dos SF, dando acesso à sala de espera da Unidade de Farmácia

de Ambulatório (UFA);

Porta móvel que dá acesso à sala de espera da UFA, com acesso fácil a um

elevador.

Elevador que se encontra no Armazém de Produtos Farmacêuticos, com acesso

restrito a funcionários dos SF, principalmente para os Assistentes Operacionais

(AO) efectuarem as suas funções.

3.2.ESPAÇO INTERIOR

Os setores dos SF estão distribuídos pelos edifícios e respetivos pisos como apresenta

o quadro 1:

3.3.RECURSOS HUMANOS

Os recursos humanos dos SF devem ser adequados em quantidade garantindo a

realização das atividades propostas em tempo útil e em qualidade garantindo a realização das

atividades propostas.

A Direção Técnica dos SF está a cargo de um farmacêutico, sendo uma equipa

constituída por 20 farmacêuticos, 27 TF e 12 Assistentes Operacionais (AO). A hierarquia é

assim composta pelos seguintes níveis:

Diretora de Serviço;

Técnicos Superiores de Saúde (farmacêuticos);

Edifício Neoclássico Edifício Dr. Luís de Carvalho

Piso 0 Piso 0

Receção de encomendas;

Armazém de Antisséticos e Desinfetantes;

Armazém de Produtos Farmacêuticos;

Sala de Estupefacientes e Psicotrópicos; Sala de

Reidentificação e Individualização de

Medicamentos;

Sala de Distribuição Individual Diária; Unidade de

Produção (Não Estéreis e Estéreis);

Gabinete da Directora Técnica;

Unidade de Farmácia de Ambulatório; Instalações

Sanitárias e Copa.

Armazém de Soluções Estéreis de Grande Volume.

Piso 1

Unidade de Farmácia Oncológica.

Quadro 1. Espaço Interior dos Serviços Farmacêuticos do Hospital Santo António

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Técnicos de Farmácia;

Assistentes Técnicos/Assistentes Operacionais.

3.4.HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO

Os SF devem garantir a satisfação das necessidades em medicamentos e outros

produtos farmacêuticos a todos os utentes do hospital no período de 24 horas por dia, 365 dias

por ano. A Unidade de Farmácia de Ambulatório funciona das 9h até às 17h em dias úteis. O

horário de trabalho de um TF é o seguinte:

Turno da manhã: 8 às 16horas;

Turno da tarde: 15 às 23horas.

3.5.SISTEMA INFORMÁTICO E AUTOMAÇÃO

A saúde é uma das áreas onde há maior necessidade de informação para a tomada de

decisões. A informática para a saúde é o campo científico que lida com recursos, dispositivos

e métodos para otimizar as mais diversas operações existentes nos hospitais. O crescimento da

informática para a saúde deve-se em grande parte aos avanços nas tecnologias de computação

e comunicação, à crescente convição de que o conhecimento médico e as informações sobre

os pacientes são não se gerem por métodos tradicionais baseados em papel, e devido à certeza

de que os processos de acesso ao conhecimento e tomada de decisão desempenham papel

central na medicina moderna [7]

.

O Sistema Informático utilizado pelos SF do HSA, é o Gestão Hospitalar de Armazém

e Farmácia (GHAF®) e apresenta como principais funcionalidades:

Transferência de produtos de armazém para armazém (quer armazéns internos

quer armazéns satélite);

Processamento de prescrições (por serviço e cama);

Acesso a novas prescrições por parte dos serviços;

Registo de consumos;

Processamento com ou sem revertências nas altas;

Movimentos de Ambulatório, entre outros.

Informaticamente, existem diferentes tipos de armazéns:

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1001 – Armazém de Produtos Farmacêuticos (APF);

1003 – Unidade de Farmácia de Ambulatório (UFA);

1004 – Unidade de Farmácia Oncológica (UFO);

1006 – Unidade de Produção (Incluída a Unidade de Produção Não Estéreis,

Unidade de Produção de Estéreis e Sala de Reidentificação e Individualização

de formulas orais sólidas);

1 – Distribuição Individual Diária (DID);

1_MJD – Maternidade Júlio Dinis;

1_HJU – Hospital Joaquim Urbano;

101 – Armazém virtual dos prazos de validade dos produtos. Este armazém

contém todos os produtos cujo prazo de validade expirou e que permanece em

stock mas não pode ser utilizado;

1009 – Armazém do doente virtual. Fazem parte todos os produtos cujo

laboratório entrega em casa do doente em regime de ambulatório.

A evolução da tecnologia é tal que hoje os SF contam com equipamentos

semiautomáticos contribuindo para facilitar a distribuição dos medicamentos bem como

satisfazer com mais comodidade as necessidades dos serviços clínicos. Os automatismos

existentes no HSA são os seguintes:

A- Pharmapick®: É um sistema semiautomático concebido para resolver complexos

problemas de dispensação e/ou picking pertencente à DID que recebe os Mapas de

Distribuição de Medicamentos, como será referido no decorrer do relatório.

B- PDA®: O Personal Distribution Assistant é usado pela Distribuição Clássica (DC)

e Reposição de Stocks Nivelados (RSN) com intuito de facilitar a dispensa dos

medicamentos aos serviços clínicos, através de leitura ótica e registos electrónicos;

C- Pyxis®: Sistema semiautomático de armários interconetados com as aplicações do

hospital e controlados por uma unidade de processamento central que gere a

distribuição dos medicamentos dentro do hospital;

D- Blispack®: É um equipamento que acondiciona o medicamento num blister por si

elaborado, para obtenção de medicamentos em dose unitária, garantindo as

características iniciais de fabrico.

E- Máquina de reembalamento: Equipamento que permite reembalar fórmulas orais

sólidas que necessitem de proteção da luz ou de serem fracionadas.

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3.6.PROJETO HOSPITAL LOGISTICS SYSTEM

O projecto HLS® (Hospital Logistics System) visa atingir a excelência logística,

através de práticas de melhoria contínua (filosofia Kaizen). A moldura deste projeto

compreende dois pilares [8]

:

O pilar da melhoria de processos compreende a reorganização de

departamentos e processos administrativos. Através do envolvimento de todos

os colaboradores na tarefa de melhoria contínua, pretende-se definir e eliminar

fontes de desperdício nos processos operacionais e logísticos, tendo em vista o

aumento da qualidade de serviço.

No pilar da inovação de processos, o objetivo definido envolve a alteração da

metodologia de distribuição interna de material, tendo em vista essencialmente,

a redução de custos e racionalização de recursos (por exemplo a

implementação do sistema dupla caixa).

Para além dos aspetos técnicos, são também incluídos os aspetos humanos (por

exemplo questionar rotinas de trabalho) inerentes a qualquer filosofia de melhoria contínua. A

A B

D E E

B

Figura 2. Sistemas semiautomáticos. A: Pharmapick®; B: PDA®; C: Pyxis MedStation®; D: Blispack®; E: Máquina de Reembalamento.

A

D

C

D E

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melhoria contínua de processos vem sendo aplicada pela implementação das 6 etapas a

caminho da excelência incluindo o método dos 5’s (triar, arrumar, limpar, normalizar e

disciplinar) [9]

. O HLS pode ser descrito como uma casa (figura 3). A excelência operacional

pode ser entendida como o telhado da casa HLS. [8]

.

A introdução do HLS traduziu num aumento da eficácia e eficiência dos processos e

assim reflecte-se na satisfação dos profissionais de saúde que vêem agora o seu tempo

inteiramente dedicado ao paciente, diminuição de stocks, reorganização dos serviços onde se

actuou, gestão visual, simplificação de funções, simplificação de tarefas e eliminação de

desperdício [9]

.

Figura 3. Modelo de Excelência HLS. Fonte: http://www.sesa.pr.gov.br/arquivos/File/MuitoImportanteLeanHospitalGer

aldeSantoAntonioPortugal.pdf

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4. CIRCUITO DO MEDICAMENTO

O circuito do medicamento hospitalar estabelece a relação entre as diversas áreas

funcionais dos SF no que respeita ao fluxo de medicamentos, produtos farmacêuticos e

dispositivos médicos, nomeadamente a seleção, a aquisição, a receção, a armazenagem, a

distribuição, a administração ao doente e monitorização dos medicamentos, produtos

farmacêuticos e dispositivos médicos. [10]

Armazém Antisséticos e

Desinfetantes

Armazém Soluções Estéreis

de Grande Volume

Armazém Estupefacientes e

Psicotrópicos

Armazém Citotóxicos Ambulatório

Câmara Frigorífica

Seleção e

aquisição

Receção e

conferência

Armazenamento

Armazém Produtos

Farmacêuticos

Distribuição

Dose

Individual

Diária

Stocks

Nivelados

Clássica Regime

Ambulatório Soluções Estéreis

de Grande

Volume

Medicamentos

Sujeitos a

Legislação

Restritiva

Antisséticos e

Desinfetantes

Doente

Quadro 2. Circuito do medicamento no Hospital de Santo António

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4.1. APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS

A gestão de stocks é a área crucial à boa administração das unidades de saúde e de

todas as empresas e serviços pois o desempenho nesta área tem reflexos imediatos nos

resultados comerciais e financeiros.

Podemos definir “stock” como uma reserva de materiais para facilitar a produção ou

satisfazer a procura tendo em conta três fatores importantes:

Quanto encomendar;

Quando encomendar;

Quantidade de stock de segurança para manter um nível de serviço satisfatório.

É de extrema importância a necessidade de existência de stocks porque permite às

unidades de saúde produzir encomendas de acordo com critérios económicos, poder gerir

erros de previsão, fluxo de entradas e saídas com diferentes ritmos, produção por lotes, lotes

de fabrico e encomenda (descontos de quantidade), entre outros.

A gestão administrativa de stocks controla os fluxos de informação e fiabiliza os dados

recolhidos, ao mais baixo custo através da gestão eficiente do processo de receção, do registo

correto e funcional das movimentações, do controlo de inventário permanente, gestão

eficiente do processo do reaprovisionamento e do controlo contabilístico de stocks.

A gestão económica dos stocks não se centra na aplicação de métodos de gestão, mas

na seleção do melhor método para cada artigo, conforme a sua identidade, as suas

características de consumo, de preço e de prazo de validade, e os custos associados à

armazenagem, reabastecimento e rutura.

O método do ponto de encomenda consiste em encomendar uma quantidade fixa,

chamada quantidade económica, assim que o stock atinge o nível de reaprovisionamento

designado de ponto de encomenda, caracterizando-se por encomendar quantidades fixas em

datas variáveis. Para tal, os SF do HSA adopta o método “kanban”, palavra de origem

japonesa que significa “etiqueta” ou “cartão”. É assim um cartão retangular de dimensões

reduzidas normalmente plastificado que se coloca junto ao ponto de encomenda de um

determinado produto. Os cartões apresentam diferentes cores, o que vai facilitar o local onde

aquele medicamento se encontra armazenado, tal como indica a figura 4. Em cada cartão está

descrito também o código interno do produto (numérico e código de barras), a designação do

mesmo através da Denominação Comum Internacional (DCI) dosagem e forma farmacêutica.

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4.1.1. Seleção e aquisição de produtos

A seleção de medicamentos deve ter por base o Formulário Hospitalar Nacional do

Medicamento (FHNM) e a sua adenda, bem como as necessidades terapêuticas específicas

dos doentes do hospital. A adenda ao FHNM deverá estar permanentemente disponível para

consulta, sendo que os medicamentos a incluir são da responsabilidade da Comissão de

Farmácia e Terapêutica (CFT) do hospital. A seleção dos medicamentos tem por base as

necessidades terapêuticas dos doentes, os critérios fármaco-económicos ou as características

particulares dos medicamentos (por exemplo blisters rotulados).

Todos os medicamentos que não façam parte da FHNM nem da sua adenda são

designados de extra-formulário. Nestes casos é necessário uma justificação especial de

utilização pelo médico prescritor, na qual devem constar dados como a justificação

terapêutica, a duração e a quantidade estimada para o tratamento e a autorização por parte da

CFT.

A aquisição de medicamentos é efectuada pelos farmacêuticos em colaboração com a

Direção dos Serviços Farmacêuticos e equipas de administração e aprovisionamento através

das seguintes formas:

Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, EPE [11]

: Possui o Catálogo de

Aprovisionamento Público da Saúde (CAPS) que facilita a aquisição de bens e

serviços através de contratos públicos de aprovisionamento, utilizando a

internet como meio de comunicação, destinado às instituições e serviços

integrados no SNS;

Ajuste Direto: Fazem parte todos os medicamentos e outros produtos de saúde

que não existam no catálogo, obrigando a estabelecer contato entre laboratórios

e representantes do mesmo;

A

Figura 4. A. Kanban físico do armazém geral; B. Nutrição; C. Colírios; D. Frio.

A B C D

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Armazenista: A Farmácia Lemos é assim o armazenista do CHP, possuindo

comunicações com diversos laboratórios para a aquisição de medicamentos,

bem como de matérias-primas para os SF.

Autorização de Utilização Especial (AUE): Fazem parte todos os

medicamentos que provenham de laboratórios de outros países, que não se

fabricam em Portugal e que seja necessário adquiri-los, através de uma

listagem anual de pedido.

G14: Grupo de hospitais que em parceria compram mais barato a um

determinado fornecedor por ano.

Quando um produto atinge o seu ponto de encomenda, é retirado o “kanban” e

entregue ao responsável da receção para proceder a todos os passos de seleção e aquisição de

produtos. Após terminada a encomenda, o “kanban” é recolocado na caixa de “produtos

encomendados” aguardando pela entrega da encomenda.

4.1.2. Receção e conferência de encomendas

Diariamente chegam aos SF os produtos encomendados devidamente acondicionados,

sendo necessário a intervenção de um AO e de um TF para proceder à receção de encomendas

através dos seguintes passos:

1. Conferir o número de volumes, o aspeto dos volumes e a validação do destinatário;

2. Separação de documentos – guia de remessa (acompanhada pela guia de

transporte) e fatura. Anexar à nota de encomenda a guia de remessa e a fatura. (Ver

anexos I, II, III e IV)

3. Organizar as embalagens de medicamentos em grupos de 10 caixas, sempre que

possível;

4. Contar o número de unidades de medicamentos;

5. Conferir inicialmente a identidade do medicamento (DCI, dosagem e forma

farmacêutica) e quantidade recebida com a nota de encomenda;

6. Se a quantidade recebida estiver correta e estiver mencionado o lote e prazo de

validade:

a. Carimbar;

b. Assinar;

i. Duplicado quando fatura

ii. Original quando guia de remessa

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c. Colocar número mecanográfico;

d. Datar;

e. Remeter documento para o aprovisionamento.

(Nota: Introduzir lote ou prazo de validade caso ele não exista)

7. Quando conferidos, arrumar produtos farmacêuticos no carro de arrumação, com o

cartão conferido e respectivo “kanban”.

É possível preencher uma ficha de não conformidade (ver anexo V) ou nota de

devolução, sempre que um medicamento não esteja em condições apropriadas para poder

entrar no circuito do medicamento (ampolas quebradas, caixas e/ou blisters danificados) ou

que não corresponda ao produto que foi encomendado ou até mesmo devido ao prazo de

validade ser inferior a 6 meses.

Existem medicamentos que têm prioridade para serem conferidos tais como:

Medicamentos citotóxicos que devem ser manuseados com luvas de nitrilo e

sempre separados dos restantes produtos a conferir;

Medicamentos termolábeis que devem ser conferidos em primeiro lugar e

armazenados de seguida na câmara frigorífica;

Matérias-primas que são acompanhadas de um certificado de análise de acordo

com o lote rececionado;

Conferência de hemoderivados exige a verificação dos boletins de análise e do

Certificado de Autorização de Utilização de Lote (CAUL) e emitidos pelo

INFARMED.

Medicamentos pertencentes à classe dos estupefacientes e psicotrópicos que

devem ser acompanhados do anexo

7 (Documento que acompanha esta

classe de medicamentos em todo o

seu circuito em Farmácia

Hospitalar).

Após realizada a conferência, enviam-se os

documentos (anteriormente referidos na receção

das encomendas) para o aprovisionamento, onde

se procede à entrada dos produtos no sistema

informático e respetiva faturação.

Figura 5. Área de Receção de encomendas

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4.1.3. Armazenamento

O armazém é o setor farmacêutico no qual são acondicionados os produtos

farmacêuticos até à sua distribuição. Após a receção e conferência das encomendas, o AO

procede à arrumação conforme os passos seguintes, a fim de minimizar o número de

medicamentos que expira de validade:

1. Verificar a localização os produtos com a informação presente no kanban;

2. Verificar o prazo de validade do produto existente:

a. Se o prazo de validade for igual, arrumar o produto farmacêutico;

b. Caso seja diferente, arrumar o produto com prazo de validade mais curto à

direita do restante, através do método FEFO (First Expired, First Out).

3. Colocar o kanban no ponto de encomenda.

É importante que os medicamentos sejam armazenados nos locais apropriados em

condições apropriadas como luz, temperatura, humidade, espaço e segurança dos

medicamentos, produtos farmacêuticos e dispositivos médicos.

Relativamente ao armazenamento, os produtos são organizados tendo em conta o

espaço existente, o tempo de armazenamento e as propriedades físico-químicas dos produtos.

Os produtos farmacêuticos do HSA encontram-se em vários armazéns:

Armazém de Produtos Farmacêuticos;

Armazém de Estupefacientes e Psicotrópicos;

Armazém de Citotóxicos/Citostáticos;

Armazém de Antisséticos e Desinfectantes.

Armazém de Soluções Estéreis de Grande Volume.

Armazém de Produtos Farmacêuticos (APF)

É neste armazém que são armazenados grande parte dos produtos farmacêuticos que

chegam aos SF do HSA, atendendo a critérios do volume que ocupam, tipo de produto e

condições de armazenamento especiais.

O armazenamento no APF é feito de acordo com a seguinte disposição (figura 6):

Produtos Farmacêuticos de Grande volume;

Nutrição Artificial;

Material de Penso;

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Produtos de contraste, colírios, pomadas oftálmicas, gotas auriculares, soluções

nasais, manipulados que não requerem armazenamento em câmara frigorífica e

antídotos;

Medicação geral;

Produtos termolábeis (sala com câmara frigorífica).

Nas áreas mencionadas anteriormente, todos os produtos encontram-se armazenados

nas respectivas prateleiras por ordem alfabética de DCI, exceto os produtos de grande volume

que se localizam junto à zona de desembarque de encomendas e de um elevador devidamente

identificados.

Relativamente aos produtos termolábeis, estes encontram-se por ordem alfabética de

DCI dentro da câmara frigorífica a uma temperatura entre os 2 e 8 ºC.

Figura 6. Planta do APF.

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Armazém de Estupefacientes e Psicotrópicos

Esta classe de medicamentos, após conferidos por um TF, são armazenados numa sala

específica de acesso restrito e fechados num cofre como é descrito no manual de boas

práticas. [5]

Armazém de Citotóxicos/Citostáticos (CTX)

Os CTX são armazenados quer numa sala específica junto ao APF, quer na UFO

(localizada no edifício Dr. Luís de Carvalho).

Armazém de Antisséticos e Desinfetantes (AAS/DSF)

O manual de boas práticas refere que este tipo de produtos devem ser armazenados em

separado dos restantes, com uma porta de corta-fogo, com fecho automático e de abrir para

fora.[5]

Nos SF do HSA todos os requisitos são cumpridos exceto a porta com fecho

automático e de abrir para fora.

Armazém de Soluções Estéreis de Grande Volume (SEGV)

O armazém de SEGV localiza-se no Edifício Dr. Luís de Carvalho, fisicamente

separado dos restantes setores dos SF. Os produtos encontram-se dispostos em paletes, não

sendo possível a sua organização por ordem alfabética de DCI por questões de espaço físico.

Contudo, os produtos em stock encontram-se segundo a metodologia FEFO e pelo sistema

HLS (kanban). Os produtos de diálise encontram-se numa sala à parte, armazenados também

em paletes e prateleiras consoante as dimensões (organizados da mesma forma que os

anteriores). Neste armazém também são rececionados os produtos de microbiologia e os

reagentes de análises clínicas. Todavia são distribuídos não sendo armazenados neste local.

O armazém de SEGV é o único que efetua encomendas, as receciona e distribui os

produtos. Os procedimentos de encomenda e receção são iguais aos realizados para os outros

armazéns.

No APF existem ainda os “armazéns satélite” que correspondem à Maternidade Júlio

Dinis (MJD) e ao Hospital Joaquim Urbano (HJU). São criados este tipo de armazéns uma

vez que o HSA fica encarregue por satisfazer todas as unidades de saúde que pertençam ao

CHP.

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Caraterizam-se ainda de “armazéns avançados” todos aqueles medicamentos que

pertencem à UFO e UFA, sendo sujeitos numa fase inicial à receção e armazenamento no

APF, mas de seguida transferidos para as unidades anteriormente referidas.

4.1.4. Controlo dos Prazos de Validade

Todos os produtos que são armazenados são sujeitos a um controlo periódico de Prazo

de Validade (PV), para evitar que seja administrado ao doente um medicamento inadequado e

até mesmo para evitar perdas monetárias do produto em questão.

Para este procedimento, o TF recorre ao GHAF®

que vai emitir uma lista cujos PV

terminem nos três meses seguintes à data de emissão da lista, ou seja, em novembro de 2013 é

emitida uma lista dos PV que expirem em fevereiro de 2014. Todos os produtos cujo PV

expire na data anteriormente referida são identificados por um cartão colorido que identifique

que aquele produto vai expirar em breve.

Após obter uma listagem de todos os produtos que expirem dali a 3 meses, os

fornecedores são contatados e são estabelecidos os possíveis acordos:

O fornecedor dá um crédito relativo ao produto;

Poderá ainda eventualmente não haver qualquer troca ou financiamento;

No caso de troca, as embalagens devem estar intatas e completas.

Os produtos AUE não podem ser devolvidos ao laboratório, mas podem ser sujeitos a

trocas entre hospitais, permitindo que outras unidades de saúde usufruam deste produto.

4.1.5. Empréstimos

As situações de empréstimo são muito comuns entre hospitais, pois por qualquer

eventualidade, o HSA precisa de um determinado produto farmacêutico e é necessário que

entre de novo no circuito do medicamento para conseguir dar resposta às necessidades dos

doentes.

Por norma os empréstimos são realizados entre hospitais mais próximos, e no caso do

CHP, este pode contar com o Centro Hospitalar de São João, EPE (Porto), Hospital Pedro

Hispano de Matosinhos e de Gaia.

É considerada uma entrada no stock informático quando:

É emprestado ao CHP algum produto farmacêutico;

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É devolvido algum produto farmacêutico anteriormente emprestado.

É considerada uma saída do stock informático quando:

O CHP empresta algum medicamento a outro hospital;

É pago a um determinado hospital, um produto por este anteriormente

emprestado.

4.2.SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS

A distribuição é um processo que permite assegurar uma utilização segura, eficaz e

racional do medicamento realizado em estreita ligação com os serviços do hospital quer para

o internamento quer para o ambulatório.

A distribuição de medicamentos é a atividade dos SF com mais visibilidade e onde

mais vezes se estabelece o contato destes serviços com os serviços clínicos do hospital e

apresenta como principais objetivos:

Garantir o cumprimento da prescrição;

Racionalizar a distribuição de medicamentos;

Garantir a administração correta do medicamento;

Diminuir os erros relacionados com a medicação (administração de

medicamentos não prescritos, troca da via de administração, erros de doses,

etc);

Monitorizar a terapêutica;

Reduzir o tempo de enfermaria dedicado às tarefas administrativas e

manipulação de medicamentos;

Racionalizar o custo da terapêutica.

O processo de prescrição, validação, distribuição e administração requer a intervenção

de uma equipa multidisciplinar, e a sua realização obedece à ordem representada no quadro 3.

Independentemente do tipo de distribuição deve haver uma boa comunicação com os

serviços de enfermagem. É também necessário adaptar o tipo de sistema de distribuição de

acordo com o serviço clínico em causa e suas caraterísticas funcionais, minimizando os custos

por doente e por serviço clínico, e de acordo com os recursos humanos e técnicos, quer dos

serviços quer dos SF. Os veículos e cassetes utilizados na distribuição dos medicamentos aos

serviços devem ser periodicamente limpos e desinfetados.

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O medicamento é distribuído ao serviço clínico com a DCI da substância ativa do

nome genérico do medicamento, forma farmacêutica, dosagem e quantidade, a partir de

determinado tipo de requisições específicas do sistema de distribuição, devendo esta ser

normalizada, controlada e conferida.

O TF participa ativamente na distribuição do medicamento participando na sua

preparação e consequente dispensa, garantindo uma distribuição rápida em segura com o

objetivo de reestabelecer o estado de saúde do indivíduo.

Nos SF do HSA, praticam-se os seguintes sistemas de distribuição de medicamentos

(SDM):

Distribuição Tradicional ou Clássica (DC);

Distribuição Individual Diária (DID);

Reposição de Stocks Nivelados (RSN);

Soluções Estéreis de Grande Volume (SEVG);

Antisséticos e Desinfetantes (ATS/DSF);

Circuitos Especiais de Distribuição;

Regime de Ambulatório (Unidade de Farmácia de Ambulatório - UFA);

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4.2.1. Distribuição Clássica

A Distribuição Clássica (DC) foi o primeiro sistema de distribuição de medicamentos

implementado nos hospitais, mantendo-se até hoje um sistema bastante solicitado. Este

sistema carateriza-se por abastecer o stock existente em cada serviço clínico, controlado pelos

próprios profissionais de saúde, sendo ajustado de acordo com as necessidades do mesmo e

com o espaço disponível de armazenamento. A DC pode funcionar como um único SDM, ou

em complemento com outros SDM, nomeadamente com a DID. No HSA, alguns produtos

pelas caraterísticas físico-químicas que apresentam (ex: ATS/DSF) não podem ser fornecidos

pela DID, obrigando a aplicação da DC.

Serviços Clínicos – Médico

(Prescrição Informatizada)

Serviços Farmacêuticos – TSS

(Validação Farmacêutica)

Dúvida na Prescrição?

Sim Não

Intervenção

Farmacêutica

Preparação e

dispensa

Transporte da

medicação

Serviços Clínicos - Enfermeiro

(Administração ao doente)

Alteração ou não da

prescrição

Vigilância terapêutica do doente

Quadro 3. Circuito de distribuição de medicamentos

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Van

tage

ns

Desvan

tagens

Todos os SDM apresentam vantagens e desvantagens, e na DC destacam-se as

seguintes (quadro 4):

No HSA, a DC é feita junto do APF dada a proximidade com os produtos. O TF

recebe as prescrições via informática (transmitido pelo GHAF®) ou via manual, sendo os AO

dos serviços clínicos os responsáveis por levar as prescrições dos serviços clínicos para os SF

e vice-versa.

Para melhor satisfazer as necessidades dos armazéns satélite do CHP, foram criados

pela DC três circuitos diferentes de distribuição, a cargo de três TF respetivamente, os quais

estão enumerados no quadro 5:

Redução de custos;

Uso de poucos recursos

materiais e humanos;

Imediata administração da

medicação prescrita;

Diminuição do tempo dedicado

pelos profissionais de farmácia

no controlo de stocks e prazos

de validade.

Maior ocorrência de erros, uma

vez que não ocorre interpretação

nem validação da prescrição;

Acumulação de produtos nos

serviços clínicos;

Não ocorre por parte dos SF um

controlo de stocks e condições

de armazenamento;

Quadro 4. Vantagens e Desvantagens da DC

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O enfermeiro chefe do serviço clínico é responsável pelo controlo de stocks e por

efetuar pedidos aos SF, através de uma lista de produtos que necessita por DCI, referindo a

dosagem, via de administração e quantidades (que não pode exceder o limite pré-definido).

Quando uma requisição chega aos SF, os primeiros passos em ter em conta é verificar

e detectar possíveis erros de DCI, dosagem e forma farmacêutica. É muito comum ajustar as

quantidades pedidas pelos serviços clínicos com a quantidade disponível no APF a fim de

conseguir satisfazer os pedidos de todos os serviços clínicos, sem dispensa excessiva de um

determinado produto.

Uma das formas de proceder à dispensa das requisições é através do PDA® (Personal

Digital Assistant). O PDA® é um equipamento de automação que durante o processo, vai

emitindo a localização do produto no APF e das quantidades a fornecer, através da leitura

ótica de código de barras que identifica determinado produto, fazendo assim o seu débito

direto através do processo “picking”, tornando-se um processo mais rápido facilitando assim o

trabalho do TF.

No PDA® existem três tipos de opções, consoante o destino dos produtos:

Circuito A Circuito B Circuito C

Técnica A Técnica B Técnica C

HJU;

UFO;

Bloco Neoclássico;

Cuidados Intensivos

Urgência;

Unidade de Cuidados Intermédios

da Urgência;

DC dos serviços em DID

MJD;

UFA;

Pedopsiquiatria;

Viatura de Emergência Médica;

Bloco Dr. Luís de Carvalho;

Bloco de Ortopedia;

Bloco de Neurocirurgia;

Bloco de Cirurgia Ambulatória;

Unidade de Cuidados Intensivos

Polivalente;

Hospital de Dia Polivalente;

Serviço de Técnicas Endoscópicas;

Serviço de Imagiologia;

Fisioterapia;

Consultas

Reabastecimento de “stocks

avançados” da DID;

Antisséticos e Desinfetantes;

Distribuição de Produtos de

Contraste entre outros.

Quadro 5. Três circuitos de DC.

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Transferência: quando são dispensadas requisições para as farmácias satélite

da MJD e HJU;

Requisições: usado para todos os serviços do HSA, como por exemplo Bloco

de Neurocirurgia e Medicina C;

Centro de Custo: quando o serviço clinico não consta no equipamento,

havendo a necessidade de inserir um código que o identifique.

Após terminar a dispensa dos produtos, procede-se ao impresso em duplicado da folha

de débito (ver anexo VI), ficando uma para arquivar na farmácia e outra que irá acompanhar a

requisição até ao respetivo serviço clínico. Caso falte algum produto que não seja dispensado,

é necessário justificar o motivo do não fornecimento, a

fim de alertar o responsável do serviço pela razão da

falta. O PDA® também permite dispensar requisições

manuais.

Quando uma requisição contém produtos

termolábeis, o TF prepara a medicação colocando-a

numa mala térmica juntamente com um acumulador,

identificando que naquela mala térmica existe

medicação de frio e o serviço a que se destina (figura

7). A mala térmica permanece na câmara frigorífica até a hora do transporte e identifica

também na caixa com os restantes produtos que vão para o serviço, que falta colocar

medicação termolábil existente na câmara frigorífica, alertando o AO que irá colocar tudo no

carrinho de transporte até ao serviço clínico.

Relativamente à dispensa de Antisséticos e Desinfetantes (ATS/DFS), a sua dispensa é

efetuada através de uma prescrição manual amarela ou pelo sistema HLS de dupla caixa

kanban. As requisições manuais possuem uma lista dos diferentes ATS/DSF e com as

respectivas quantidades a solicitar. O TF efetua a dispensa e, posteriormente o débito

informático dos produtos. A dispensa de Soluções Estéreis de Grande Volume (SEGV) bem

como das soluções de hemodiálise é efectuada por DC maioritariamente (por requisição

manual ou pelo GHAF®

) ou pelo sistema HLS de dupla caixa kanban em alguns serviços. No

caso das soluções de hemodiálise, o pedido é realizado em impresso específico. A dispensa

destes produtos é normalmente efetuada no dia seguinte à requisição, salvo os casos dos

Blocos, Unidades de Cuidados Intensivos e Urgência que são dispensados no próprio dia.

Figura 7. Identificação de mala com produtos termolábeis

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Após efetuada a dispensa, o TF realiza o débito informático dos produtos. A dispensa de

produtos de contraste é feita em DC, e apenas ocorre uma vez por semana.

4.2.2. Distribuição Individual Diária

No final da década de 50 os sistemas tradicionais de distribuição necessitavam de ser

repensados, visando melhorar a segurança na distribuição e administração de medicamentos.

Nos anos 60, farmacêuticos hospitalares apresentaram um novo sistema: dose unitária, capaz

de reduzir a incidência dos erros de medicação [12]

, e consequentemente, permitir a entrada de

mais TF nos hospitais.

A Distribuição Individual Diária (DID) caracteriza-se por um sistema de distribuição

individualizado que permite efectuar a dispensa de medicamentos por um período de 24

horas, exceto aos fins de semanas e vésperas de feriados que é feita por um período de 48

horas. No HSA apenas se procede à DID, uma vez que não se individualiza por tomas.

A DID foi implementada com a finalidade de:

Aumentar a segurança no circuito do medicamento;

Conhecer melhor o perfil farmacoterapêutico do doente;

Diminuir os riscos de interações;

Racionalizar melhor a terapêutica;

Maior dedicação dos enfermeiros aos cuidados dos doentes e menos nos

aspetos de gestão relacionados com os medicamentos;

Atribuir mais corretamente os custos;

Redução dos desperdícios.

A DID funciona num setor próprio dos SF separada dos restantes. Este setor encontra-

se dividido nos seguintes campos de trabalho:

Células

Representam a medicação específica dos serviços. Em todas as células, existe um

stock A com a medicação mais consumida (cerca de 80%) pelos serviços abrangidos por essa

célula, não sendo comuns a todas as células (quadro 6).

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Figura 8. Identificação de uma gaveta da célula verde.

As gavetas das células encontram-se na vertical, por ordem alfabética de DCI,

dosagem e forma farmacêutica, possuindo um stock duplo que é separado por uma fita

amarela e preta, funcionando como um espelho, ou seja, quando uma gaveta na parte de cima

fica vazia, pode ser substituída pela que se encontra abaixo da fita, sendo feita a reposição da

vazia posteriormente.

Cada célula apresenta gavetas com diferentes dimensões (pequena, média e grande),

consoante a maior ou menor rotatividade. Cada gaveta contém um rótulo que a identifica,

contendo as seguintes informações (figura 8):

Código do medicamento;

Localização na respetiva célula (cada célula contem um número de

localização);

DCI;

Forma Farmacêutica;

Dosagem;

Quantidade a repor;

Apresentação (1, ½, ¼ unidades).

Célula Verde Célula Azul Célula Rosa

Cirurgia 1

Cirurgia 2

Cirurgia 3

UVM

Cirurgia Vascular

UTHP

Nefrologia

Hematologia

Urologia

Ortopedia

Neurologia

TCE

Medicina A

Endocrinologia

Neurocirurgia

Gastroenterologia

SCI

SCIM

Cardiologia

UCIC

ORL/Oftalmologia

Medicina C

Puerpério

Cuidados Especiais de

Obstetrícia

UIGO

Fisiatria

Ginecologia

Quadro 6. Células de apoio aos carros da DID.

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Torre

Campo que contém stock A e B. Portanto, um produto que esteja na célula também

está na torre, contudo o inverso não se verifica. Contém cerca de 20% da medicação. As

dimensões das gavetas são iguais às das células, bem como a identificação.

Medicamentos de Aplicação Tópica

Localizada junto à torre do seu lado direito contém colírios, cremes, e pomadas.

Medicação Esporádica

Situa-se do lado esquerdo da torre e são designados de “C’s” e encontram-se por

gavetas de A a Z de DCI e corretamente identificados. Todas as segundas feiras as gavetas

que contenham medicamentos que estejam a sair, é-lhes colocado um cartão de identificação.

Soluções Orais

Estão situados numa estante diante da torre e como apresentam dimensões maiores que

a medicação das células e torre, foi criado este espaço para o seu armazenamento na DID.

Material de Penso

Situado junto à medicação tópica, devidamente identificados com a sua constituição e

dimensões. A dispensa do material de penso pode ser realizada pela DID (juntamente com os

carros de transporte) e pela DC. Contudo existe também a requisição manual, em que o AO

do serviço clinico transporta a requisição até aos SF e o TF dispensa o produto, com devida

justificação. (ver anexo VIII)

Nutrição Entérica e Parentérica

A nutrição entérica encontra-se armazenada em duplicado nas respetivas suc’s com a

indicação da DCI, a dosagem e código. Quando uma suc fica vazia, esta é colocada num

espaço diante da prateleira da nutrição entérica para repor, ficando a outra com a finalidade de

satisfazer as necessidades dos doentes.

A nutrição parentérica já não se encontra armazenada em suc’s mas sim nas respetivas

caixas que as condicionam, protegendo-as essencialmente da luz. Existem várias bolsas com

diferente composição em azoto e volumes. Junto a essas bolsas, existem alguns

micronutrientes que são adicionados a estas bolsas “standard” (Vitaminas lipossolúveis,

hidrossolúveis e oligoelementos).

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Para uma distribuição de medicamentos por este sistema de distribuição em dose

individualizada DID, o médico começa por elaborar as prescrições (informaticamente ou

manual) que são posteriormente enviadas para os SF, para validação que consiste em verificar

ou detetar possíveis:

Erro nas dosagens;

Interações medicamentosas;

Vias de administração;

Incompatibilidades.

Cabe ao farmacêutico a impressão dos Mapas de Distribuição de Medicamentos

(MDM), também designados por “Listagens”, existindo um para cada serviço clínico. Estes

poderão ser emitidos de duas formas:

Por cama: organização da medicação por doente (permitindo visualizar o

perfil farmacoterapêutico do doente), a medicação é colocada na gaveta de

doente a doente, permite analisar o medicamento prescrito (DCI, dose, forma

farmacêutica, via de administração, frequência e quantidade a administrar) –

(ver anexo IX)

Por medicamento: organização das camas para as quais vai ser necessária a

medicação (organizados por ordem alfabética de DCI do medicamento), não

permite acompanhar o perfil farmacoterapêutico do doente. (ver anexo X)

No HSA recorre-se aos MDM por medicamento, apesar do mais correcto ser MDM

por cama, isto porque se processa de forma mais rápida, evitando ir à mesma célula mais do

que uma vez. Os MDM por capa são vulgarmente utilizados para efectuar as “Diferenças”

(alterações na terapêutica que possam ocorrer – (ver anexo XI) ou a conferência das malas.

Após gerados os MDM de cada serviço clinico, procede-se à impressão das etiquetas

identificadoras de cada gaveta (contém o nome do doente, o número da cama e do processo, e

o respetivo serviço clínico). Posteriormente efetua-se a preparação da medicação para cada

doente, recorrendo aos diferentes stocks de apoio da DID.

Ao longo do processo de preparação da medicação é importante que o TF garanta que

o produto que está a dispensar se encontra em boas condições, devidamente identificado,

dentro do prazo de validade e que preste atenção ao perfil farmacoterapêutico do doente. Caso

detete alguma incoerência, o TF deve intervir corretamente a fim de corrigi-las devendo

mencioná-las no impresso “Registo de Intervenções Técnicas” (ver anexo XII) referindo

qual a justificação que leva o TF a intervir.

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No decurso desta actividade, ocorrem situações particulares, nomeadamente:

Medicamentos que necessitam de refrigeração.

O TF cola uma etiqueta no(s) medicamento(s) com a identificação do doente, a

cama, o serviço e o processo em questão, e outra etiqueta com a identificação

“Conservar no Frigorífico”, sendo que este(s) continua(m) no frigorífico até

que os AO efetuarem o transporte. Nesse momento, o TF responsável pela

dispensa da medicação por esse serviço clínico vai buscar a medicação

termolábil, colocando-a numa mala térmica e depois na gaveta maior do “carro

de transporte”.

Capacidade da gaveta excedida ou produto de dimensões elevadas.

Nesta situação, o TF deve também colar uma etiqueta no(s) medicamento(s)

com a identificação do doente, a cama, o serviço e o processo em questão,

sendo que os medicamentos seguem na gaveta maior do carro de transporte.

Neste tipo de situações estão incluídos por exemplo os suplementos de nutrição

entérica e parentérica, paracetamol injetável, entre outros.

Rutura de stock.

O TF efetua uma anotação numa folha destinada a esse efeito. Se entretanto o

medicamento der entrada na DID, já se sabe a quantidade e o serviço que

necessitam desse mesmo medicamento. (ver anexo XIII)

Após terminada a preparação das malas são emitidas novas listagens, designadas por

“Diferenças”. O objetivo é enviar a medicação o mais atualizada possível até o AO efetuar o

transporte dos “carros” aos respetivos serviços clínicos. Estas listagens podem traduzir três

situações distintas:

Alta do doente: efetua-se a retirada de toda a medicação previamente preparada

para a aquele doente;

Entrada do doente no serviço clínico: preparação na íntegra de toda a

medicação na respetiva gaveta correspondente à cama atribuída ao doente;

Alterações na terapêutica: introdução ou eliminação de medicação, alterações

de dosagem e quantidade.

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Caso um doente necessite de medicação após a saída dos carros de transporte e

necessária para o mesmo dia, esta é enviada em envelopes de papel devidamente identificados

com uma etiqueta, onde consta toda a informação sobre o doente. Após preparada a

medicação esta é transportada até ao serviço clínico respetivo por um AO.

Para além das tarefas já referidas, o TF tem a responsabilidade de proceder à

revertência da medicação devolvida pelos serviços clínicos aquando da troca das malas. Este

processo é feito informaticamente através do GHAF®, sendo efetuada a devolução da

medicação por serviço clínico e não por doente.

A prescrição de antibacterianos e material de penso é limitada a um determinado

número de dias. Caso seja necessária nova prescrição, esta deve ser devidamente justificada.

A medicação SOS (captopril 25mg cp, haloperidol 5mg/ml inj, metoclopramida 10mg cp,

paracetamol 500mg cp e tramadol 50mg cp) é distribuída por serviço e não por doente. Existe

uma gaveta identificada na mala do carro de transporte para o efeito com as quantidades

estipuladas.

Ainda sob a responsabilidade do TF está a reposição dos diferentes stocks de apoio à

DID e as requisições urgentes dos serviços clínicos. Estas atividades correspondem ao TF do

“Guichet”. Se a medicação em falta estiver disponível, é enviada para o respetivo serviço

clínico, caso contrário é deixada a informação junto ao computador para que o TF do turno

seguinte tenha conhecimento da medicação em falta.

O dispensador semiautomático Pharmapick® foi implementado na DID, a fim de

auxiliar a actividade do TF (figura 9).

Figura 9. Sistema de distribuição semiautomático Pharmapick® e ao lado esquerdo um carro de transporte da DID.

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Van

tage

ns

Desvan

tagens

Este dispensador requer que estejam quatro TF a trabalhar em simultâneo, possuindo

dois postos de trabalho cada:

Um TF fica responsável por efetuar a dispensa de toda a medicação presente

no Pharmapick®, considerados de “As”.

O outro TF fica responsável pelos medicamentos “Bs” e “Cs” (todos aqueles

que o Pharmapick® não contém, como por exemplo produtos de nutrição,

material de penso, produtos de frio, entre outros).

O Pharmapick®

apresenta as suas vantagens e desvantagens (quadro 7):

4.2.3. Reposição de Stocks Nivelados

O pedido dos medicamentos para reposição dos stocks nivelados, é feito pelo

enfermeiro do serviço, validado pelo farmacêutico que posteriormente o TF vai proceder à sua

dispensa. O stock fixo é estabelecido para cada serviço, de acordo com o diretor, enfermeiro

chefe e farmacêutico, atendendo às características do mesmo. [5]

, sendo esta distribuição

reposta semanalmente.

A RSN pode ser feita de tuas formas:

Stock fixo: O TF responsável desloca-se à sala da DID onde se encontra o

computador que emite a listagem dos medicamentos com necessidade de

reposição (ver anexo XIV), elaborando de seguida a sua dispensa,

acondicionando-os numa caixa que posteriormente o AO irá transportar até ao

serviço. Mais tarde o TF responsável desloca-se ao serviço para efetuar a sua

reposição nos locais próprios para o efeito. A vantagem mais relevante deste

sistema é a não existência de stocks em duplicado, traduzindo-se num menor

Diminuição do tempo de

preparação da medicação;

Diminuição do número de

deslocações na procura dos

medicamentos;

Equipamento de automação de

uso fácil e bastante elucidativo.

O perfil farmacoterapêutico do

doente é perdido.

Difícil detecção de erros de

prescrição e validação;

Mapa de Distribuição de

Medicamentos é realizado por

medicamento e não por cama;

Quadro 7. Vantagens e Desvantagens do Pharmapick ®

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impato económico, em contrapartida as deslocações aos serviços por parte do

TF para efetuar as contagens apresenta-se como a maior desvantagem.

Stock móvel: Neste tipo de RSN existe stock em duplicado (um presente nos

serviços clínicos e outro nos SF). Em dias pré estabelecidos, os stocks são

trocados, sendo que aquele que existe no serviço clínico regressa aos SF, para

posterior reposição de acordo com as quantidades estabelecidas. Neste método

a reposição é imediata, permitindo sempre que a medicação esteja disponível,

menor tempo de execução para o TF relativamente ao método anterior. Como o

stock se apresenta em duplicado é maior a probabilidade de os prazos de

validade serem ultrapassados, requerendo uma maior atenção neste método por

parte do TF.

A RSN é muito semelhante à DC, embora permita ao TF controlar melhor os stocks

bem como a integridade e qualidade dos medicamentos (controlo de prazos de validade,

armazenamento, identificação, caraterísticas organolépticas). Torna-se também vantajoso

relativamente à DC, uma vez que os profissionais de saúde dos respetivos serviços clínicos

dedicam mais tempo á prestação de cuidados do que à gestão de stocks dos medicamentos.

O Pyxis MedStation® é um sistema semiautomático de armários geridos por um

software em comunicação com as aplicações existentes nos SF. Funciona como uma farmácia

satélite integrada no sistema de RSN, existindo equipamentos em dois dos serviços clínicos

do HSA. (imagem 10)

Figura 10. Pyxis MedStation ®

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43

Van

tage

ns

Desvan

tagens

Relativamente aos stocks, as quantidades estabelecidas de cada produto em stock é

feita pelos profissionais da farmácia, existindo assim o stock mínimo e máximo, ou seja,

quando um determinado produto é inferior ao stock mínimo estipulado, é feita a sua reposição

até atingir o stock máximo. A quantidade do stock só é debitado quando for consumido pelo

serviço clínico onde de encontra o Pyxis®

O Pyxis ® apresenta assim a principal vantagem e desvantagem (quadro 8):

4.2.4. Soluções Estéreis de Grande Volume

Este armazém é responsável pela gestão de stocks dos seguintes produtos:

Produtos de diálise;

Produtos de contraste;

Reagentes;

Soluções Estéreis de Grande Volume (SEVG).

Estas soluções encontram-se

organizadas segundo a sua dimensão e

rotatividade, com a finalidade de aproveitar

melhor o espaço disponível. Todos os produtos

apresentam stock em duplicado, situando-se em

baixo o stock funcional e em cima o stock de

reserva (figura 11), sendo este transportado para

o stock funcional por um porta paletes,

organizados segundo o método FEFO.

Apresentam também um kanban com a

- Otimização da gestão de

medicamentos;

- Evitar rupturas de stock;

- Aumentar a segurança e o

sentido de responsabilidade em

relação à utilização do

medicamento.

- Sistema de grande

investimento financeiro;

- Necessidade de formação

adequada por parte dos

utilizadores.

Quadro 8. Principais vantagens e desvantagens do Pyxis MedStation®

Figura 11. Stock de reserva (em cima) e stock funcional (em baixo) do armazém SEVG.

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identificação do produto, que quando atinge o ponto de encomenda é colocado na caixa de

produtos a encomendar.

Todos os dias são repostos os serviços por pedido informático (através do GHAF®) ao

SEGV. Até às 9h30min dos dias úteis aceitam-se todos os pedidos, contudo após esta hora são

dispensados apenas os pedidos urgentes através de uma requisição manual cor-de-rosa (ver

Anexo XV), trazidos pelos AO dos serviços

clínicos.

Outra forma de requisição feita aos

SEVG é através do método HLS® de dupla

caixa (figura 12) em que o AO transporta para

os serviços uma determinada quantidade de

produto que a caixa indica, regressando com

uma caixa vazia para nova reposição. Este

tipo de sistema apenas funciona no edifício

Dr. Luís de Carvalho e nos seus respetivos serviços clínicos. A urgência e os blocos

funcionam pelo método de distribuição tradicional (DC) porque apresenta requisições em

grande número.

4.2.5. Antisséticos e Desinfetantes

Os Antisséticos e Desinfetantes (AST/DFS) são distribuídos a cargo do TF que se

encontra no circuito C da DC e apresenta os mesmos métodos de distribuição (HLS® sistema

dupla caixa, prescrições electrónicas e manuais). Estas últimas são recebidas nos SF por um

AO do serviço clínico transportando consigo um impresso amarelo (anexo XVI) com o

pedido. O TF não está autorizado a efetuar a dispensa caso a folha não contenha a assinatura

do enfermeiro chefe, bem como o carimbo de identificação do serviço uma vez que são

produtos que exigem segurança acrescida, uma vez que se tratam de produtos altamente

inflamáveis.

O TF reúne todos os pedidos e procede à sua dispensa todos os dias (exceto domingo)

no período da tarde. Se o pedido pertencer ao sistema HLS®

dupla caixa, o AO responsável

pelo transporte dos SEGV encarrega-se de transportar as requisições dos dois armazéns em

simultâneo. Caso a prescrição seja electrónica ou manual o transporte é feito pelo método

tradicional.

Figura 12. Sistema de dupla caixa kanban do HLS

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4.2.6. Circuitos Especiais de Distribuição

No HSA existem medicamentos, que pelas suas características particulares, exigem

um maior controlo da sua utilização e da sua dispensa através de circuitos especiais de

distribuição de medicamentos. Entre as características particulares estão a toxicidade, o risco

de transmissão de doenças infecto-contagiosas, os elevados custos de aquisição e o risco de

dependência, entre outros fatores. Deste grupo de medicamentos estão incluídos os

estupefacientes e psicotrópicos, os anti-infecciosos e os hemoderivados.

Os medicamentos referidos são distribuídos por dois tipos de distribuição:

Distribuição Mista (DM): Combina uma vertente de DID e DC, sendo a

medicação requerida individualmente, segundo os consumos de cada doente

internado, mas a dispensa é efetuada para reposição de stock no serviço, sem a

indicação do doente a que se destina.

Distribuição Personalizada (DP): A medicação é dispensada mediante um

documento específico ao doente internado para um período de tempo igual ou

superior a 24h, mediante o tratamento instituído.

A dispensa de estupefacientes e psicotrópicos é feita por DM e DP. Os estupefacientes

e psicotrópicos possuem um elevado grau de ocorrência de dependência, quer física quer

psíquica, e de reações adversas que podem ocorrer do uso abusivo.

A dispensa de medicamentos anti-infeciosos é efetuada para um tempo limite pré-

definido, regra geral de 7 dias. Caso haja necessidade de haver continuidade do tratamento, o

médico terá de realizar uma nova prescrição que justifique a sua continuidade. O consumo

indevido e indiscriminado dos anti-infeciosos pode desencadear o aparecimento de

resistências microbiológicas, bem como a ocorrência de reações adversas e de efeitos

secundários graves.

Os hemoderivados são dispensados apenas por DP, uma vez que a dispensa e realizada

por doente e por tratamento, mediante prescrição médica em modelo específico, devendo

nesta ser colocado o número do CAUL, o lote e o prazo de validade (anexo XVII). Este tipo

de produtos necessitam de um circuito especial de distribuição devido ao fato de muitas

doenças infeto-contagiosas serem transmissíveis através do sangue humano e dos seus

derivados.

A distribuição dos hemoderivados e dos estupefacientes/psicotrópicos é efectuado sob

a responsabilidade dos farmacêuticos, enquanto a distribuição de anti-infecciosos é da

responsabilidade dos TF.

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4.2.7. Unidade de Farmácia de Ambulatório

A distribuição de medicamentos a doentes em regime de ambulatório, pelos SF, resulta

da necessidade de haver um maior controlo e vigilância em determinadas terapêuticas, em

consequência de efeitos secundários graves, necessidade de assegurar a adesão dos doentes à

terapêutica e também pelo fato de a comparticipação de certos medicamentos só ser a 100%

se forem dispensados pelos SF. [5]

Esta vigilância e controlo são exigidos pelas caraterísticas próprias das patologias, pela

potencial toxicidade dos fármacos utilizados no seu tratamento e também, muitas vezes, pelo

seu elevado valor económico.

A Unidade de Farmácia de Ambulatório (UFA) dos SF do HSA é constituída por uma

sala de espera com atendimento por ordem de chegada, com a existência de um equipamento

de senhas, a sala de atendimento onde se encontram três balcões e o armazenamento dos

medicamentos, quer em prateleiras de gavetas rolantes, quer em frigoríficos (para medicação

cuja conservação exija ser entre 2 e 8ºC).

Algumas patologias abrangidas por este sistema e com maior número de casos são a

Artrite Reumatóide, Vírus de Imunodeficiência Humana (VIH), Transplantes, Esclerose

múltipla, Insuficiência Renal Crónica, Hepatite C, entre outros.

Estes medicamentos, devido ao seu alto valor económico, são dispensados por parte

dos farmacêuticos por períodos curtos, como por exemplo os doentes com VIH levam

medicação para casa para um mês, os doentes transplantados para três meses.

Devido às dimensões reduzidas da UFA no que toca ao armazenamento, este dispõe de

um armazém de auxílio no APF e a restante encontra-se armazenada nas prateleiras com

gavetas rolantes e frigoríficos, havendo assim a existência de dois tipos de kanban:

Kanban rosa: significa que determinado produto atinge um nível mínimo na

UFA e é necessário ir ao APF para reabastecimento de stocks;

Kanban vermelho: quando um produto atinge o ponto de encomenda, o kanban

é colocado na caixa de “produtos a encomendar” e aguardar que todos os

processos de aprovisionamento decorram.

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5. FARMACOTECNIA

Segundo o Programa do Medicamento Hospitalar do Ministério da Saúde [13]

, a

Farmacotecnia é o setor dos Serviços Farmacêuticos Hospitalares onde é efetuada a

preparação de formulações de medicamentos necessários ao hospital.

Os Serviços Farmacêuticos desempenham um papel fundamental na formulação e

produção de medicamentos que não se encontram disponíveis no mercado, assim como na

personalização da terapêutica, através da adaptação do medicamento ao perfil fisiopatológico

do cliente. Tornam-se assim indispensáveis no apoio a diversas áreas, nomeadamente:

Pediatria, colmatando a falta de medicamentos comercializados com dosagens

específicas.

Adultos, transformando os medicamentos em formas farmacêuticas mais

adequadas ás limitações do doente. [14]

No esquema seguinte são conhecidos os setores da farmacotecnia e as suas atividades

nos SF do HSA (quadro 9).

Quadro 9. Setores da Farmacotecnia dos SF do HSA.

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5.1. UNIDADE DE PRODUÇÃO NÃO ESTÉREIS

Diariamente na Unidade de Produção de Não Estéreis (UPNE) são realizadas

formulações não estéreis. Os pedidos a esta unidade podem chegar de três formas:

Sistema Informático (através do GHAF®

) proveniente dos serviços clínicos;

Por kanban, quando um manipulado atinge o seu ponto de encomenda

proveniente de produtos armazenados no APF (produtos termolábeis,

antisséticos e desinfetantes, entre outros)

Suc’s provenientes da DID contendo dietas modulares, por exemplo.

Como tal, o TF deve estar atento aos diferentes tipos de requisição, avaliando a

prioridade da preparação dos pedidos, e decidir quais as preparações a realizar. Após decisão

é pedido ao farmacêutico que imprima as ordens de preparação (ver anexo XVIII) e os rótulos

identificativos da preparação final (ver anexo XIX).

De modo a garantir a qualidade do produto final, o TF deve iniciar o seu trabalho

regendo-se por regras básicas de higiene/assepsia tais como:

Uso de bata branca, farda amarela (equipamento constituído por túnica e calças

usado na farmacotecnia), touca, máscara e luvas;

Desinfetar a bancada de trabalho com compressas humedecidas em álcool a 70º

antes e depois de cada preparação;

Colocar sobre a bancada de trabalho, uma folha de papel vegetal.

Após leitura total da ordem de preparação, é necessário colocar sobre o campo de

trabalho, todo o material que irá ser necessário à preparação. Todas as gavetas e armários

estão devidamente identificados, o que facilita a procura dos materiais.

Antes de iniciar o trabalho, é necessário registar o lote, prazo de validade e o

laboratório de origem de cada matéria-prima, sendo obrigatório o uso de um único lote por

cada substância.

De seguida, o TF segue a seguinte ordem de trabalho:

1. Preparar o manipulado segundo a ordem de preparação. O farmacêutico é

responsável por supervisionar a preparação;

2. Proceder aos ensaios de verificação e classificar em conforme no caso de estar apta

para prosseguir para os armazéns ou não conforme no caso de estar imprópria para

utilização;

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3. Acondicionar a preparação em embalagem primária adequada. Pode ser necessário

o uso de Parafilm® (material com relativa elasticidade colocado normalmente nos

gargalos dos frascos) e manga de plástico;

4. Rotular. Pode ser necessário colocar um autocolante de “conservação no frio (entre

2 e 8ºC)”;

5. Limpar e arrumar a bancada de trabalho;

6. Realizar os débitos e as composições informaticamente de tudo o que foi

produzido, isto é, dar entrada de todas as preparações finais e saída do uso das

matérias-primas, para uma gestão correta de stocks;

7. Arquivar a ordem de preparação.

Para finalizar todo o trabalho, é necessário realizar a transferência de armazém do

produto, ou seja, transferir para o armazém que requereu aquela preparação através do

GHAF® (exemplo: Transferir do armazém 1006 (armazém Unidade de Produção), para o

1003 (armazém da UFA), 60 papéis de Sildenafil 10mg)). Após a transferência, a UFA

(armazém 1003) pode dispensar o manipulado ao doente.

A atribuição de lotes internos permite atribuir uma identificação própria ao

manipulado, cabendo ao farmacêutico atribuir um lote de cada preparação executada no setor

de acordo com a seguinte metodologia: (ex: SOHDC1040632TMAM)

SO: Inicial da forma farmacêutica. Ex: SO (solução);

HDC: Inicial da designação do princípio ativo. Ex: HDC (hidrato de cloral):

10: Concentração. Ex: 10=10%;

40632: Número da sessão do produto (atribuído automaticamente pelo sistema

informático);

TM: Iniciais do operador;

AM: Iniciais do supervisor;

“Solução de Hidrato de Cloral a 10%, com o número de sessão 40632

executado pelo TF TM e pelo farmacêutico AM”

Relativamente à seleção e aquisição de matérias-primas, é da responsabilidade do TF

identificar as necessidades e proceder à sua requisição no APF. As matérias-primas para

preparações não estéreis encontram-se organizadas por ordem alfabética de DCI e

armazenadas na sala de preparações não estéreis.

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5.2.REIDENTIFICAÇÃO E INDIVIDUALIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS

Pela existência da DID, é necessária que nos SF exista uma unidade que trate do

processo de reidentificação e individualização dos medicamentos. Estas operações são

realizadas numa sala apropriada que se encontra dividida em duas áreas de trabalho distintas:

Zona de descartonagem, identificação e individualização manual de

medicamentos provenientes do APF (destina-se à reposição do stock avançado

ou “supermercado”, ao sector da DID e APF novamente).

Zona de fracionamento e reembalagem de formas farmacêuticas orais sólidas;

A reembalagem tem como objetivo a disponibilidade do medicamento, na dose

prescrita, de forma individualizada e corretamente identificado (DCI, lote, dosagem e prazo

de validade). Sempre que possível, os medicamentos devem ser dispensados nas embalagens

de origem. Quando tal não é possível, devem ser reembalados, em recipientes adequados que

assegurem proteção mecânica, estanquicidade, proteção da luz e do ar, preservando a sua

integridade, higiene e actividade farmacológica.

Para processos de reembalagem, os SF do HSA contam com dois sistemas de

automação: a Blispack®

e a máquina de reembalamento.

A Blispack®

simplifica o processo de reembalamento de medicamentos em dose

unitária assegurando a sua identificação através de um sistema de código de barras que pode

ser configurado para suprir as necessidades hospitalares (e de integração com futuros sistemas

electrónicos) [15]

. Na figura 13 está representado um exemplar da identificação de um

medicamento.

Figura 13. Medicamento embalado pela Blispack®

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A máquina de reembalamento permite reembalar fórmulas orais sólidas em dose

unitária que:

Se encontrem no interior do blister de origem mas que não apresenta

identificação adequada;

Que se encontrem fora do blister ou acondicionamento de origem (no caso de

ser um frasco, por exemplo).

Seja necessário o seu fracionamento.

No primeiro caso, uma vez que o medicamento se encontra nas condições de origem, é

identificado e reembalado com o prazo de validade de origem (fornecido pelo laboratório). No

segundo caso a atribuição do prazo de validade vai de acordo com as recomendações da USP

2008-2009[16]

: “ a validade dos medicamentos sólidos e líquidos não estéreis reembalados, em material de

reembalagem para unidose, é de um ano ou a data de validade da embalagem original (no caso desta ser

inferior a um ano), exceptuando as situações em que o laboratório produtor dê indicações específicas nesta

matéria”. Quando o reembalamento de fórmulas orais sólidas implica que o medicamento seja

reembalado sem o blister ou que seja fracionado, o TF deve seguir os seguintes passos:

1. Proceder à lavagem das mãos de forma assética;

2. Vestir de bata branca, touca, máscara e luvas;

3. Desinfectar com compressas humedecidas em álcool a 70º a máquina de

reembalamento e materiais adjuvantes (no caso de ser necessário o uso de bisturi

para fraccionar o medicamento);

4. Colocar sobre a bancada uma folha de papel vegetal e os materiais necessários;

5. Inserir no computador os dados do medicamento a fraccionar ou reembalar em

causa;

6. Colocar os medicamentos sobre o tabuleiro

e iniciar o reembalamento.

No final do dia e depois de todo o

reembalamento concluído, é necessário limpar e

desinfectar a máquina com compressas humedecidas

em álcool a 70º e proceder à impressão da listagem

diária de medicamentos reembalados (anexo XX,

anexar um exemplar de cada invólucro do

medicamento reembalado (figura 14) assinar e arquivar.

Figura 14. Rótulo da máquina de reembalamento.

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5.3.PREPARAÇÃO DE FORMULAS ESTÉREIS

O fabrico de preparações estéreis deve ser feito em áreas limpas, sendo a entrada de

pessoal e dos materiais feita por antecâmaras. As áreas limpas devem ser mantidas num

estado de limpeza convencionado e alimentadas com ar devidamente filtrado. As operações

para a preparação dos componentes, preparação do produto, enchimento e esterilização têm de

ser feitas em áreas limpas e separadas [10]

[17]

.

A preparação dos medicamentos estéreis necessita de cuidados especiais de higiene e

segurança, de modo a minimizar a contaminação microbiológica e a existência de pirogénios.

[10]

Nos SF do HSA a preparação de formulações estéreis ocorre em dois sectores: na

Unidade de Preparação de Estéreis (UPE) e na UFO.

5.3.1.Unidade de Produção de Estéreis

Na Unidade de Produção de Estéreis (UPE) tem como fim a preparação de:

Nutrição Parentérica (NP);

Colírios;

Desdobramentos: são manipulados cuja finalidade é individualizar o volume de

fármaco em doses únicas de administração (ex: morfinas).

A NP apresenta-se como uma alternativa à ingestão de nutrientes por via oral, sempre

que esta esteja comprometida, conseguindo fornecer ao doente a quantidade de nutrientes

necessários em situações de malnutrição e desnutrição. A NP apresenta como principal

objetivo manter o estado nutricional do doente e possibilitar um retorno mais rápido possível

à alimentação por via oral.

Os componentes imprescindíveis na nutrição artificial são os macronutrientes

(proteínas, lípidos e hidratos de carbono) e os micronutrientes (vitaminas e electrólitos). A

constituição nutricional das preparações são baseadas de acordo com as condições

nutricionais de cada doente, cabendo ao médico prescrever a preparação para consequente

validação por parte do farmacêutico.

A UPE é isolada, de circulação restrita, distante de locais contaminados e subdividida

em ambientes distintos, a fim de garantir todas as condições de esterilidade e segurança para a

preparação. Existem três zonas diferenciadas, a zona suja ou negra, a zona cinzenta ou

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antecâmara e a zona branca ou limpa, conforme os graus de contaminação (do maior para o

menor respetivamente):

Zona negra: o operador deve retirar a bata e os acessórios (relógios, pulseiras)

veículos de agentes contaminantes e colocar os protetores nos pés, com o

cuidado de não colocar de novo o pé na zona negra mas sim para lá da linha

vermelha (zona cinzenta);

Zona cinzenta: o operador deve proceder à correta lavagem das mãos de

forma assetica com solução de clorohexidina a 4%, vestir bata cirúrgica, usar

luvas, touca, máscara e o primeiro par de luvas;

Zona branca: calçar o segundo par de luvas de reforço e desinfetar as mãos

com álcool a 70º antes de iniciar a preparação.

A zona branca propriamente dita encontra-se em pressão positiva para evitar a entrada

de qualquer fonte de contaminação, constituída pela Câmara de Fluxo Laminar Vertical

(CFLv) que contem um filtro HEPA (High-Efficiency Particulate Air) para impedir qualquer

tipo de contaminação, quer da preparação em si quer do operador, embora este tipo de

preparações não contenha qualquer tipo de toxicidade inerente.

Na zona limpa existe uma bancada com stock móvel de material clínico necessário á

preparação. Todas as entradas de material clínico e saídas de manipulados são feitos pelo

transfer. Tudo o que entra para a sala limpa é desinfectado por um AO no dia anterior, quer

seja material clínico quer seja os constituintes das preparações. Dentro da sala existe ainda

uma manga de termosselagem papel de alumínio para acondicionamento e proteção da luz de

todas as preparações. Existe também uma balança que permite pesar as preparações com a

finalidade de proceder ao controlo de peso de +/- 5%. Se o valor se encontrar dentro dos 5% a

preparação é conforme, caso contrário seria não conforme.

A desinfeção da CFLv é da responsabilidade do TF e é efetuada todos os dias

seguindo um conjunto de passos:

Efetuar a desinfeção antes de iniciar o dia de trabalho e no final de todas as

preparações;

Utilizar compressas limpas, isentas de pó, que não se desfiem e embebidas em

álcool a 70º;

Desinfetar todos os painéis da câmara, com excepção do painel de filtro, de

dentro para fora, de cima para baixo;

Ligar os raios UV da CFLv ao final do dia para efetuar a esterilização.

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Uma vez por semana, a CFLv é desinfetada com hipoclorito de sódio a 0,5%

garantindo assim uma limpeza mais profunda e eficaz. No dia seguinte, antes de iniciar a

produção, o TF desinfeta a CFLv com álcool a 70º e por fim ligar a câmara e deixar o fluxo

estabilizar durante 30 minutos.

Para um maior controlo das preparações, a UPE recolhe uma amostra (da primeira

preparação, de uma aleatória ao longo do dia e a outra no final das preparações) e envia para o

serviço de Microbiologia que procede às respetivas análises de controlo microbiológico.

Quanto às preparações de NP e dos estéreis é necessário ter em atenção alguns

aspectos:

Borrifar todo o material clínico e os constituintes com álcool a 70º antes da sua

entrada para o interior da CFLv;

Colocar no interior da CFLv um campo de trabalho, gazes embebidas em

álcool a 70º e um contentor amarelo tipo IV para colocar o material

contaminado, bem como material cortante e perfurante;

Todas as sextas-feiras é necessário preparar os medicamentos manipulados em

triplicado;

Todo o material clínico é encomendado a laboratórios específicos para o efeito,

enquanto o restante é retirado ao APF (ex: transferência de armazém 1001

(APF) para o armazém 1006 (Unidade de Produção) de 20 ampolas de

heparina;

As ordens de preparação são impressas juntamente com os rótulos para

identificação das preparações;

A UPE do HSA realiza as seguintes atividades:

Aditivação de micronutrientes a bolsas standard tricompartimentadas

(aminoácidos, glicose e lípidos);

Preparação de bolsas personalizadas de NP para a neonatologia;

Fortificação de colírios (adição de antimicrobianos a colírios já existentes);

Desdobramentos (preparação em menores quantidades de heparinas, morfinas,

antimicrobianos, entre outros).

Além das bolsas referidas anteriormente, também são preparadas bolsas com misturas

binárias (bolsas constituídas por dois tipos de soluções, segundo a ordem de preparação (

anexo XXI). A adição dos diferentes constituintes está representada no quadro 10.

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Solução 1 Solução 2

Macronutrientes:

1º- Glucose a 5%

2º- Glucose a 10%

3º- Glucose a 30%

4º- Aminoácidos

Micronutrientes:

5º- Gluconato de Cálcio;

6º- Sulfato de Magnésio;

7º- Gluconato de Zinco;

8º- Cloreto de Sódio a 0,9%;

9º- Cloreto de Potássio;

10º- Vitaminas hidrossolúveis (Soluvit® para

adultos e Peditrace® para uso infantil);

11º- Oligoelementos (Glicophos®);

12º- Fosfato Monopotássico;

13º- Heparina (adultos) e Ranitidina (uso

infantil)

Lípidos + Vitaminas Lipossolúveis

Quadro 10. Ordem de aditivação das soluções 1 e 2 das bolsas com misturas binárias.

A aditivação dos macronutrientes é feita de modo automático a cargo do farmacêutico

operador, enquanto que a cargo do TF fica a medição dos micronutrientes em seringas que

posteriormente o farmacêutico adiciona à bolsa, controlando sempre as medições efetuadas. O

sistema fechado tem como vantagens diminuir o risco de contaminação e reduzir o número de

manipulações. É importante referir que a solução 2 que contém os lípidos e as vitaminas

lipossolúveis é preparada em separado por questões de estabilidade, sendo armazenados numa

seringa ou bolsa, conforme o volume total da preparação. Os operadores aquando da

preparação da bolsa verificam a integridade da mesmas e efetuam o controlo visual, uma vez

que a presença de precipitação, cristalização e alteração de cor pode ser um indicativo de

instabilidade da preparação.

No final da preparação, é necessário proceder à rotulagem. Todas as bolsas são

rotuladas e acondicionadas da seguinte forma:

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Colocar um rótulo na embalagem primária que identifica a preparação (ver

anexo XXII);

Acondicionar a bolsa em papel de alumínio para proteção da luz, mantendo o

seu estado de conservação;

Colocar o segundo rótulo no qual constam informações tais como a

identificação do doente a quem se destina o preparado, serviço requisitante,

data de preparação, prazo de validade e composição;

Fechar todas as preparações numa embalagem plástica com o auxílio da manga

de termosselagem.

O TF é ainda responsável pela gestão de stocks de material clínico e de matérias-

primas, efectuando as encomendas quando necessário e pela preparação dos constituintes no

dia anterior às preparações (anexo XXIII) para o AO proceder à desinfeção dos mesmos com

álcool a 70º.

As bolsas de nutrição produzidas diariamente têm como destino o Hospital Santo

António, a Maternidade Júlio Dinis, doentes em regime de ambulatório do Centro Hospitalar

do Porto e ainda para o Centro Hospitalar Tâmega e Sousa (Penafiel).

5.3.2. Unidade de Farmácia Oncológica

Os Medicamentos Citotóxicos/Citostáticos (CTX) são medicamentos com distinta

natureza química que inibem por vários processos a multiplicação celular e são usados

preferencialmente no tratamento de doenças neoplásicas.

A quimioterapia desempenha um papel cada vez mais importante no tratamento de

doenças neoplásicas, verificando-se a necessidade crescente da preparação de medicamentos

citotóxicos a nível hospitalar. Atualmente verifica-se uma grande preocupação em relação à

preparação deste tipo de medicamentos, devido aos riscos ocupacionais que podem surtir da

exposição a que os profissionais de saúde envolvidos estão sujeitos. De forma a minimizá-los

é fundamental a existência de condições de trabalho adequadas que possibilitem uma maior

segurança para o profissional envolvido e que minimizem o risco de contaminação da

preparação.

A Unidade de Farmácia Oncológica (UFO) localiza-se no piso 1 do edifício Dr. Luís

de Carvalho, junto ao hospital de dia, sob a orientação da direção dos SF. Esta unidade é

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assim responsável por preparar medicamentos de quimioterapia e produtos adjuvantes para os

seguintes serviços:

Hospital de Dia de Oncologia (HDO), sendo o serviço com mais doentes, logo

com mais prescrições/preparações diárias;

Unidade Hospitalar de Dia Polivalente (UHDP);

Hospital de Dia de Hematologia (HDH);

Internamento.

A preparação de CTX requer cuidados acrescidos, sendo necessário aplicar técnicas

assépticas para assegurar a qualidade, esterilidade e segurança da preparação e do preparador.

Para tal, todos os elementos da equipa da UFO possuem um treino adequado com formação

teórico/prática que decorre ao longo de um mês, durante o qual o formando é avaliado, sendo

que no final da formação e caso mostre competências, lhe é atestado um certificado de

formação aprovado pelo responsável (Farmacêutico ou TF, e pela Directora de Serviço).

A prescrição de CTX é feita pelo médico em modelo próprio: para doentes em regime

de internamento e doentes em regime de ambulatório. Para doentes em regime de

internamento a prescrição modelo é de cor verde (anexo XXIV). Estes doentes necessitam de

tratamentos mais prolongados apresentando efeitos adversos mais acentuados. Para doentes

em regime de ambulatório a prescrição modelo é de cor rosa. Estes doentes representam a

maioria dos doentes em tratamento. A prescrição é feita de acordo com os protocolos

instituídos, sendo o médico responsável por descriminar as datas das sessões de tratamento.

As doses e posologias a administrar são calculadas tendo em todo o historial clínico e

estrutura física do doente

A UFO encontra-se informatizada com o programa Sistema de Apoio ao Médico

(SAM®) que permite averiguar a lista de doentes para os quais é necessário preparar a

medicação.

Dois dias antes e no dia anterior à preparação dos CTX, verifica-se a existência de

todas as prescrições para os respetivos doentes, uma vez que podem surgir novas prescrições.

No dia anterior à preparação o TF procede à impressão da listagem de todos os medicamentos

que vão ser necessários para garantir que existem as quantidades necessárias de stock para

todas as preparações. É então preparado todo o material clínico e matérias-primas através da

listagem e é colocado no transfer que dá acesso à zona limpa. No caso de existirem

liofilizados, estes são acompanhados com o solvente próprio e filtro de partículas.

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Antes de iniciar o tratamento ao doente é importante a realização de um hemograma,

visto que estes fármacos possuem inúmeras reações adversas. Após os resultados, os doentes

são avaliados pelo médico oncologista que irá decidir o começo, a continuidade, alteração ou

suspensão da terapêutica. A terapêutica pode ser:

Aprovada: é emitida “luz verde” para a preparação do ciclo. Esta medida vai

permitir a redução de custos de manipulação, uma vez que só é preparada casa

haja certeza que vai ser administrada ao doente.

Suspensa: quando o doente não compareça para administrar o ciclo ou não se

encontre capacitado para o suportar é dada “luz vermelha”.

Para a realização de uma preparação de um CTX, o farmacêutico elabora uma ordem

de preparação em que constem as seguintes informações (ver anexo XXV):

Nome do doente;

DCI do medicamento a usar;

Volumes a usar na reconstituição;

Solvente e volume do mesmo a utilizar para a diluição;

Recipiente de acondicionamento;

Tempo e o ritmo de perfusão;

Estabilidade, entre outros.

É a partir da ordem de preparação que o TF efetua a preparação na CFLv, existindo

sempre uma tripla conferência em todos os passos da preparação (farmacêutico e dois TF)

evitando erros de manipulação que possam por em causa o tratamento do doente. Na

preparação está um TF a manipular, um outro a identificar as preparações e a conferir o

trabalho do TF manipulador, um farmacêutico a supervisionar todos os procedimentos da

zona branca e outro no exterior.

Após terminada a manipulação, um TF identifica corretamente as preparações, sendo

posteriormente preservada em papel de alumínio para a sua proteção da luz e colocado o

segundo rótulo identificativo. Em seguida são colocadas num tabuleiro metálico no interior do

transfer. Os rótulos possuem identificação biohazard.

O AO tem como responsabilidade retirar as preparações do transfer e colocá-las numa

mala de transporte até ao respetivo serviço, fazendo o registo em papel em como realizou

aquela entrega.

Tal como na UPE, a CLFv deve ser limpa 30 minutos antes do início da manipulação e

no final de todas as preparações com compressas embebidas em álcool a 70º. A limpeza é

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executada das zonas mais limpas para as mais sujas, sendo realizada da parte mais interior

para a parte mais exterior e de cima para baixo. Todos os painéis são limpos exceto o painel

do filtro.

O controlo de stock da UFO é contabilizado semanalmente, e é feita a requisição ao

APF através do sistema informático. Quando os medicamentos anti-neoplásicos chegam à

UFO e caso algum contenha um novo lote, é necessário registá-lo informaticamente. Os

hemoderivados devem ir acompanhados do CAUL emitidos pelo INFARMED. A receção e

armazenagem de produtos citotóxicos são efectuadas com luvas de nitrilo.

Todas as ordens de preparação são acopladas à prescrição médica do doente para se

manter atualizado o histórico clínico do mesmo. Todos estes dados são colocados em arquivo

por ordem alfabética do doente, para facilitar a sua consulta.

Tal como a UPE, esta unidade distribui-se assim em três zonas:

Zona negra: local onde se encontra a área de validação farmacêutica e onde é

armazenado o material clínico e os medicamentos por ordem de DCI e pelo

método FEFO. O TF veste a bata de bloco e socos de borracha. A bata branca

ficará guardada à entrada da porta da UFO para a vestir sempre que abandonar

as instalações;

Zona cinzenta: ou antecâmara é o local onde se veste o Equipamento de

Proteção Individual: bata descartável estéril, calçar pezinhos e luvas estéreis,

uso de óculos, máscara e touca. Procede-se à lavagem correta das mãos;

Zona branca: sala de preparação com a CFLv. O TF calça o segundo par de

luvas de nitrilo de elevada permeabilidade; Monta-se o campo de trabalho e

selecciona-se o material a usar; descontamina-se a câmara com álcool a 70º;

existe um computador (que informa os doentes a que lhes é dado “luz verde”,

um armário com algum material clínico e ainda um frigorifico

(armazenamento de alguns citostáticos que apresentam estabilidade e são

acondicionados de um dia para o outro); a manipulação ocorre em pressão

negativa, a fim de proteger o operador da toxicidade.

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6. CONCLUSÃO

Ao longo do Estágio Profissional I foi-me permitido adquirir mais conhecimentos a

nível da farmácia hospitalar nos setores da Distribuição Clássica, Distribuição Individual

Diária, Reposição de Stocks Nivelados, Unidade de Produção Não Estéreis e Reembalagem e

Identificação de Medicamentos, sendo estas as unidades que tive oportunidade de contatar

durante o Estágio I nos Serviços Farmacêuticos do Centro Hospitalar de São João, EPE

(Porto) em maio e junho de 2012.

A oportunidade de estagiar nos SF do HSA foi muito enriquecedora em todos os

aspetos, ao lado de uma equipa fantástica e incansável que me integrou de forma exemplar,

permitindo adquirir novos conhecimentos acerca da filosofia Kaizen e dos seus métodos de

implementação logística em Farmácia Hospitalar (sistema HLS®), na Unidade de Farmácia de

Ambulatório, no Aprovisionamento, na Unidade de Farmácia Oncológica e na Unidade de

Produção de Estéreis.

Contudo, há aspetos que poderiam ser melhorados dos quais destaco:

Existência de um kit de emergência e uso de luvas de nitrilo na receção dos

CTX, uma vez que são produtos que exigem cuidados redobrados;

Substituição das prateleiras de madeira que armazenam o material clínico na

sala branca da UFO por prateleiras metálicas, uma vez que a madeira é um

material que propicia o desenvolvimento e crescimento bacteriano, além de ser

um material altamente inflamável;

Substituição na Unidade de Produção de Estéreis. Ao longo do dia entram por

turnos 2 TSS para a CFLv manipular, enquanto que apenas existe 1 TF

disponível para todas as preparações diárias. Do meu ponto de vista crítico

também deveria existir rotação dos TF para diminuir a sua carga de trabalho;

Mais AO e TF na sala de reembalagem e individualização de medicamentos,

uma vez que se acumula muito trabalho diário e nota-se uma grande falha de

recursos humanos neste setor.

Este estágio permitiu-me alargar horizontes para o futuro, uma vez que é importante

prosseguir com a carreira de estudos e procurar sempre fortalecer e adquirir novos

conhecimentos, dando principal realce à Nutrição Clínica, uma área na qual desejaria

fortalecer os meus conhecimentos. A passagem pelos diversos setores deixou-me bastante

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satisfeito e preparado para enfrentar o mundo de trabalho em contexto de Farmácia

Hospitalar. Nunca é demais agradecer, por isso muito obrigado aos SF do HSA por tudo.

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7. BIBLIOGRAFIA

[1] Decreto-Lei nº261/93 de 24 de Julho;

[2] Decreto-Lei nº 564/99 de 30 de Setembro;

[3] Decreto-Lei nº 184/89, de 2 de junho;

[4] Decreto-Lei nº44 204 de 2 de fevereiro de 1962;

[5] INFARMED – Manual de Farmácia Hospitalar;

http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/PUBLICACOES/TEMATIC

OS/MANUAL_FARMACIA_HOSPITALAR/manual.pdf

[6] Gonçalves, J., Abreu, J., Bastos, N., & Gomes, S. (s.d.). Sistemas de Garantia da

Qualidade. Obtido em 6 de Fevereiro de 2013, de https://dspace.ist.utl.pt/bitstream/ 2295/

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[7] Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (http://www.sbis.org.br/indexframe.html)

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Pedro. Obtido em 18 de Fevereiro de 2013, de Universidade de Aveiro: http://ria.

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[12] Ribeiro E. Dose unitária: sistema de distribuição de medicamentos em hospitais. Rev

Adm Emp. 1993;33(6):62-73

[13] Administração Central do Sistema de Saúde:

http://www.acss.minsaude.pt/Portals/0/Projectos/Programa_Medicamento_Hospitalar/PMH_

Livro_ver_41DocumentoFinalSES.pdf

[14] Cuf Belém Clínica:

http://www.cufbelem.pt/Content/Servicos+e+Especialidades%5CFarmacia%5CAtividades+F

armaceuticas%5CConteudos/Farmacotecnia

[15] Grifols Engineering: http://www.grifolsengineering.com/en/noticia_blisPack.asp

[16] USPharmacopeial Convention 08/09. http://www.usp.org/

[17] Ministério da Saúde. Portaria n.º 42/92 de 23 de Janeiro.

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ANEXOS

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Anexo I – Guia de Remessa

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Anexo II – Guia de Transporte (com listagem de pedido)

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Anexo III – Guia de Transporte (sem listagem de pedido)

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Anexo IV – Fatura

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Anexo V – Ficha de não conformidade

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Anexo VI – Satisfação de encomenda ao serviço clínico pela DC

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Anexo VII – Requisição de material de penso (frente e verso)

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Anexo VIII – Mapa de Distribuição de Medicamentos (por cama)

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Anexo IX – Mapa de Distribuição de Medicamentos (por

medicamento)

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Anexo X – Listagem de “diferenças” DID

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Anexo XI – Registo de intervenções técnicas

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Anexo XII – Registo de medicamentos em falta DID

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Anexo XIII – Impresso de recarga Pyxis MedStation®

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Anexo XIV – Requisição manual de SEGV

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Anexo XV – Requisição manual de Antisséticos e Desinfetantes

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Anexo XVI – Impresso CAUL

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Anexo XVII – Ordem de Preparação da UPNE

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Anexo XVIII – Rótulo identificativo de UPNE

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Anexo XIX – Listagem diária de formulas orais sólidas

reembaladas pela máquina de reembalamento

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Anexo XX – Ordem de preparação de UPE

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Anexo XXI – Rótulo de identificação UPE (solução I e II)

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Anexo XXII – Lista de produtos consumidos por dia na UPE

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Anexo XXIII – Prescrição de CTX pelo médico em regime de

ambulatório

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Anexo XXIV – Ordem de preparação de CTX

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Anexo XXV – Certificado de participação no V Curso do GNA

(Suporte Nutricional – o que aprendemos em 2013)

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