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Escola e Cidadania num mundo em mudança Escola Secundária Alfredo dos Reis Silveira

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Poem

ário

ES

AR

S

2010

Abram Aspas

Abri aspas,

E comecei por te citar…

Os teus medos, as tuas esperanças,

E aquilo…

Senti-me histérico, psicótico,

Enquanto proferia o por ti proferido,

O por ti pensado, transmitido,

Tudo o que me contaste e que

agora faz parte de mim!

Éramos meras crianças em banco

de jardim,

Com ideias e sentimentos em flor.

Os nossos pais idealizavam o nosso futuro,

Mas ali ia-se transformando o nosso

presente…

Agora, já passados quase 30 anos, ainda

me lembro de ti,

De quando vieste viver para Coimbra,

De quando as mãos entrelaçámos pela

primeira vez.

Sinto saudades desses tempos, dessa

pureza.

Sinto saudades da nossa ingenuidade e de

te ver.

Admirado via-te, apaixonado, admirava-te.

Nunca te vou esquecer,

Fechei aspas!

Francisco Afonso, 12ºT2

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Poem

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ES

AR

S

2010

Imagens

Não imagino o que possa ser.

Talvez seja imaginação,

Concretamente existo.

Diferente a cada fracção

E vou-me multiplicando consoante as

vontades.

Não tenho uma imagem real de mim,

Dos meus defeitos ou virtudes,

Das minhas capacidades ou limitações.

Apenas sei, e disto tenho a certeza,

Que em nada me pareço comigo mesmo.

Francisco Afonso, 12ºT2

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Poem

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S

2010

Amizade Especial

Naquele dia especial

Quando eu olhei para ti

Soube que eras “o tal”

E por ti me apaixonei.

O meu amor te declarei

Em muitas cartas sem fim

Só nunca saberei

Se um dia me amaste assim.

Se me amaste só Deus sabe

E o teu coração também,

Só espero que nunca acabe

Esta amizade que nós temos.

Esta nossa amizade

É brilhante como o ouro,

Como “amor” ou como amigo

És o meu maior tesouro.

Se é tua decisão

Ficares sempre meu amigo,

Como tua amiga te digo:

Quero ficar contigo.

Se algum dia precisares

Vem depressa, eu estou aqui

E vê com os teus próprios olhos

Do que eu sou capaz por ti!

Maria João Antunes, 12ºPAP

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S

2010

Sem ti!

Sem ti!

Esta minha vida,

Lágrima sofrida.

Estrada sem fim,

Planta sem raiz.

Sem ti,

Sonho falhado.

Verdade impossível,

Pecado sonhado.

Sem ti,

Triste

Distante e oculta,

Vazia e escura.

Sem ti, nada tem sentido

Sem ti!

Maria João Antunes, 12ºPAP

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2010

A música e eu

Na música

Expresso-me

À música

Entrego-me

A música é uma melodia

Cheia de Magia

Que me inspira

Dia-a-dia

A música

É o meu ser

Sem ela, como posso viver?

Beatriz Clérigo, 8ºF

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S

2010

Manhã após a noite

Corro sozinha

Num lugar desconhecido, escuro e só.

O meu coração é silencioso com o meu

olhar,

Observando as árvores e a lagoa iluminada

pelo luar.

Fujo assustada, das derradeiras memórias

Que me levarão um dia ao Inferno.

Fujo, sem conseguir limpar o sangue

Das minhas mãos, boca e alma

Fujo, talvez de mim mesma e do cheiro a

ferrugem que paira no ar,

Fujo, da noite escura que se instalou

No meu coração…

Paro de repente e agora espero,

Espero para esquecer,

Espero que o sangue seque,

Espero que este escorra das minhas

mãos, boca e alma também,

Espero por mim,

Espero que o vento limpe o ar.

Respiro fundo…

Espero que amanheça no meu

coração.

Inês Montalvo, 8ºE

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2010

Sexta-feira, 13 de Agosto

Acordo com o som estridente do meu despertador

Bolas! – exclamo.

Saio a correr, não completamente pronta

E alguém me dá um forte encontrão,

Lindo, ficou o espelho partido, no chão!

Um pequeno gato preto corria na minha direcção

E para me desviar atravessei um escadote

Ufa! Já deixei de acreditar na sorte!

Após perder o autocarro e apanhar uma molha

Ao atravessar a estrada,

Comecei a correr até que esbarrei em alguém,

Alguém que salvou o dia,

Alguém que tornou aquela maldita sexta-feira

O dia mais feliz da minha vida…

Inês Montalvo, 8ºE

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2010

Poeta escondido

Sinto-me mal, não sei o que se passa

comigo

Quero ter vontade de fazer algo mas

simplesmente não consigo

Não sei se já é de manhã, estou

fechado na escuridão

Há uma voz que soa no meu ouvido

dizendo que estou na solidão

Sinto-me fraco, esfomeado, mas sem

vontade de comer

Algo me diz para me levantar e começar

a escrever

Já que não faço nada vou expandir as

minhas ideias então

Surge algo como uma fonte enorme de

inspiração

Mas que é isto dentro de mim que me

consome por completo

O que escrevo não está mal, mas algo

não está certo

Estou de peito aberto e abraço com

alma a poesia

Sinto algum amor a pairar neste ar de

nostalgia

Já não controlo aquilo que escreve

esta caneta

Escreve mas que não seja algo que

me comprometa

Sinto que há mais alguém aqui

presente

Olho em redor e estou só com a

minha mente

Está escrito no papel sentimentos de

um poeta

Maneira de pensar e ideias

defendidas de um profeta.

Ricardo Ribeiro, 10ºT3

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2010

Viver a vida – lições de vida

Saber viver a vida

Relembrar as saídas há muito

esquecidas

Saber aproveitar as boas coisas

proporcionadas no momento

Ir sair com os amigos para algum

festival ou evento

Curtir a batida sentir a balada

Ser mais que comum e convidado de

festa privada

Beber até cair, não me lembrar nada

Controlar os ânimos para não fazer a

cena errada

Curtir a vida não é só sair à noite e

aparecer de madrugada

Toda gente tem fé que vais ser alguém,

não uma promessa falhada

Pode-se curtir mas com

responsabilidade

Há aquele que sai de casa mas não

volta a entrar

Embebedou-se, teve um acidente pouco

provável que volte andar

Incapacitado ficou essa é a verdade

Isto também é uma vida em forma de

lição

Sê verdadeiro contigo mesmo porque a

realidade poucos te mostrarão

Não sou nem mais nem menos que

qualquer irmão

Apenas um poeta que se exprime em

forma de canção.

Ricardo Ribeiro 10ºT3

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2010

A Vida

Vira as costas à tristeza

E segue o teu caminho

Vais ver quanta beleza

Consegues descobrir sozinho

Se te prenderes ao teu passado mais escuro

Por quanto tempo lá ficarás?

Luta, levanta a cabeça e segue em frente

Só assim vencerás…

Se o medo te inundar a alma

E a tua melhor amiga for a solidão

Olha o luar numa noite calma

E dá asas à tua imaginação

Quando te sentires só

E vires a vida a fugir por entre os dedos

Lembra-te que a angústia não tem dó

E enfrenta os teus medos…

Catarina Rodrigues, 8ºF

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2010

Drama do Amor

Aroma do amor,

Drama do amador

Amar!? Oh! O mar!

Faz o amo dar

Amor à Mara

A dama, que ele tanto ama.

Mora em Roma

Onde o ar sabe a amora.

Ora, a Dora má

Adora a sua rã

Armada em dó da ama

Faz outro grande drama!

Nina Lozovan, 11ºH1

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2010

Espelho Meu I

Olho para o espelho

Tudo muda,

Muda o tempo, o lugar,

A disposição das coisas.

Eu mudei!

Tornei-me em algo que não queria,

Algo que me mete impressão

Só de olhar.

O corpo que eu sempre vi e que amava

Desapareceu, foi-se!

Para ocupar o seu lugar, veio algo

Devastador, algo que me deita abaixo.

Com o corpo, foi-se o brilho no olhar,

Os sorrisos e os sonhos.

O tal brilho que eu sempre amei

E que sempre cuidei.

Foi-se tudo! Num abrir e fechar de olhos.

Vieram as lágrimas, os gritos, a revolta!

E finalmente, os porquês?

Vontade de partir o espelho aos bocados!

Partir e não poder voltar a ver o reflexo.

Mas ele continua lá.

Cláudia Almeida, 12ºH1

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2010

Espelho Meu II

O meu reflexo está presente em todo o lado.

Vejo olhares por onde passo.

Perguntas que eu não quero e nem tenho

resposta

Tudo o que eu sei é que queria ser normal,

Voltar a ser o que era!

Percorro o espelho, assusto-me com o que

vejo.

No meu olhar, vejo uma escuridão,

No meu rosto, um sorriso disfarçado.

Antigamente, gostava do que via.

Queria dizer que o espelho mente,

Mas não o faz,

Diz a verdade nua e crua!

E ela dói!

Sinto aquela vontade de querer e não ter a

força para lutar,

Querer e não ter a capacidade de dar a volta

por cima.

Tenho medo de que aconteça algo que

faça com que já não haja mais dias

seguintes.

Medo, de não dizer a quem mais eu

gosto, o quão importantes são para

mim.

Medo de falhar.

Afinal, espelho meu, espelho eu,

haverá alguém mais bela do que eu?

Há. Eu pelo menos não te consigo

enfrentar.

Cláudia Almeida, 12ºH1

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2010

Fuga

Apetece-me fugir

Para sul ou até para o deserto

Só para poder desistir

Da infelicidade que está por perto

Procuro a felicidade

Que não aparece

Busco-a com vontade

Mas julgo que já não me apetece

Cruzar mares e rios

Para poder escapar a tudo

Passar por lugares sombrios

Que existem no mundo

Para a frente é o caminho

Conhecer nova gente

Tratá-las com carinho

Não me sai do pensamento

Sonho com o impossível

Mas sonhar

É incrível

E nunca quero parar.

João Leitão, 12ºT3

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2010

Anjo

És um Anjo que caiu dos céus

E para ti só tenho um desejo

Que depois de tratares os véus

Me possas dar um beijo

O meu coração é teu

Ficarmos juntos para sempre

É apenas um sonho meu

E não há ninguém que me lembre

Dava-te o mundo

Meu anjo perfeito

Fecha os olhos por um segundo

E diz-me se sou o teu Eleito

Espero que fiques perdida

E que fiques na terra

Durante toda a tua vida

Vais travar muita guerra

És dona do meu coração

Por isso, aperta o cinto que vamos

voar

Por favor, afasta-me da maldição

De não te amar.

João Leitão, 12ºT3

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S

2010

Amar

Amo-te mais do que

Possas entender

Mais do que possas atingir

Porque amar não é querer

Amar é conseguir.

É sermos um só

É conseguir acreditar

Que apesar de todas as

diferenças

Ainda podemos amar.

É passar momentos

É recordar emoções

É partilhar momentos

É ouvir ambos os corações.

É estar sempre feliz

E nunca sozinho

É receber amor e

Muito, muito carinho.

Haverá definição para amar?

Talvez sim, talvez não…

Será deixar de pensar

E ouvir o coração?

Bruna Martins, 10ºT2

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S

2010

Tempo

Foi apenas uma ilusão

Que bateu à porta do coração

Coração que não tinha tempo p’ra amar

E agora está sozinho a navegar

Pelo mar do tempo eu vou

O tempo aqui parou

Desde que o sol deixou de brilhar

E a estrela de cintilar…

Tu eras para mim

O meu porto de abrigo

Eu saberia ao certo que estava aí sempre um

amigo

Para estender a mão se eu dela precisasse

E para cantares ao meu ouvido se eu da letra da

nossa canção não me lembrasse

Tu serás a doce lembrança

De um dia de inverno

O nosso amor irá para sempre ser eterno

Daniela Lima, 12ºT2

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2010

Ao Senhor do Clarinete

O dia já ia longo,

E quando me vias chegar,

Um grande sorriso me esperava,

Era a tua forma de me cumprimentar!

Sentada no banco do jardim,

Contigo gostava de estar,

Passavamos um pouco a

(des)conversar

E tu dizias:

- Palerma não é assim,

Já estás a inventar!

Da escala musical gostavas de me falar,

O senhor do clarinete,

Alguma coisa me ensinou,

E além de tudo gostava de me ouvir

cantar!

Hoje fica a saudade,

E a lembrança das belas

tardes que tinha quando tu

estavas,

Enquanto criança!

Daniela Lima, 12ºT2

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2010

Destino Traiçoeiro

Desisti de te ver,

Desisti de te encontrar.

Tenho esperança de puder dizer

Que ao pé de ti quero estar.

Tenho medo de te perder,

Tenho medo de não te voltar a encontrar,

Tenho medo de não saber

Do que de ti posso esperar!

A verdade, verdadeira

É que onde tu estás eu nunca estou

Pois parece que para nos separar

O destino se encarregou!

Mónica Nunes, 12ºT2

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2010

Mulher Simples

Pequena e humilde habitação

Tudo simples, limpo e de agradável aconchego

É como um espelho do ser que em vão

Passa os dias na sua rotina de sossego.

Criança, mulher, mãe, companheira…

É a garra da personalidade forte

Em que, por vezes, a vida lhe tira a sorte

Dum descanso em paz de vida alheia.

Mónica Nunes, 12ºT2

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2010

Chuva

Esconde-se o Sol,

Numa noite sem lua.

A luz do candeeiro apaga,

Enquanto ele passa na rua.

De cabeça baixa, ele prossegue,

Está habituado à escuridão.

Brilham os seus trajes negros,

Negros, como o seu coração.

A luz continua a desvanecer,

Mas ele não parece querer parar,

Mantém a sua suave passada,

Com chuva fraca no olhar.

E ele continua, sozinho,

A rua escura, deserta.

Apenas eu o contemplo,

Com a minha porta aberta.

Tento chama-lo,

Mas ele não consegue ouvir.

Continua isolado,

Sem se distrair.

Abstraído de tudo o resto,

Ele viaja no seu pequeno mundo,

Sem falar e sem escutar,

O mudo som de cada segundo.

O seu olhar mantém-se claro,

Sendo agora a única luz visível.

A sua cor de mel apaixona,

E mostra uma felicidade inatingível.

Coxeando, dirige-se a mim.

Agarra-se a minha mão,

Sinto o frio dos seus dedos

E ouço a sua fraca oração.

Fitando-me, ele vai embora,

Parece estar a morrer,

Mas nunca se queixa,

Da dor que começo a reconhecer.

E ele que rasteja, sou eu.

Aquele que tenho vindo a matar,

Sou eu, a parte que me falta,

Está agora no chão a rastejar.

Os meus joelhos cederam,

Não o consigo perseguir,

Nos nossos olhos chove forte,

Percebo que ele vai partir.

Grito pelo seu perdão,

Por ter abandonado a sua alegria,

Por me agarrar à tristeza,

E não deixar nascer o dia.

Largo os meus sonhos.

Digo-me adeus.

Olho por mim,

E sofro por erros meus.

Ninguém pode parar a chuva,

Mas a chuva todos pode parar.

Ele cai no chão, seus olhos

vazios,

Dando aos vivos, um corpo para

enterrar.

No meu rosto, uma lágrima por

chorar.

Chuva, do meu olhar.

João Filipe Oliveira, 12ºH1

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