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ESCO DO O PRáTIC EDUCA DO MU DE ART DO RIO 2013 - OLA OLHAR CAS ATIVAS USEU TE O - 2015

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ESCOLADO OLHARPráticaseducativasdo Museude artedo rio2013 - 2015

ESCOLADO OLHARPráticaseducativasdo Museude artedo rio2013 - 2015

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Índice para catálogo sistemático:Educação e arte – 37+7

Catalogação na publicação:Bibliotecária: Andréa da Silva Barboza – CRB7/6354

M986e

CDU 37+7

Museu de Arte do RioEscola do Olhar : práticas educativas do Museu de Arte do Rio 2013-2015 ;

Seminário Sustentabilidade, Educação e Arte / [organização] : Janaina Melo. Rio de Janeiro : Instituto Odeon, 2016.

2 v. ; 25,4 cm.

Material educativo.Inclui bibliografia e índice.Conteúdo : v.1 Escola do Olhar : práticas educativas do Museu de Arte do Rio 2013-

2015 - v.2 - Seminário Sustentabilidade, Educação e Arte. ISBN coleção : 978-85-68880-04-3ISBN v.1 : 978-85-68880-02-9ISBN v.2 : 978-85-68880-03-6 1. Arte-educação. 2. Arte – Brasil. 3. Museu de arte (instituição). 3. Sustentabilidade.

I. Melo, Janaina. II. Seminário Sustentabilidade, Educação e Arte.

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Escola do olhar

Práticas Educativas do MusEu dE artE do rio

2013-2015

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O Museu de Arte do Rio, composto de dois edifícios interligados por uma passarela: o Pavilhão de Exposições (à direita) e o edifício modernista que abriga a Escola do Olhar (à esquerda).

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24GIRA DABAIANACORTEJO E RODA DE CONvERSA SOBRE CUlINáRIA, MúSICA E RElIgIOSIDADE NEgRAS NA CONSTRUçãO DO IMAgINáRIO CARIOCA.

32RIO DE ONTEM, RIO DE HOJEJOgO DA MEMóRIA qUE PROvOCA REflExõES SOBRE AS TRANSfORMAçõES OCORRIDAS NA CIDADE AO lONgO DO TEMPO.

40A FOTO NOSSA DE CADA DIAIMERSãO fOTOgRáfICA NA REgIãO PORTUáRIA DO RIO DE JANEIRO qUE RElACIONOU MEMóRIA, fOTOgRAfIA E DESENhO NA PRODUçãO DE UM lIvRO DE ARTISTA.

58ORGANIZÁRIO DAS COISAS DO MUNDOUM lIvRO COlABORATIvO COMPOSTO DE MóDUlOS MóvEIS TEM COMO PROPOSTA CATEgORIzAR TODAS AS COISAS DO MUNDO.

70SETOR DE BUSCA E APREENSÃO DO REALTUDO O qUE ExISTE SERá ORDENADO EM DUAS CATEgORIAS: REAl E NãO REAl

78PIRATAMEIA-PORÇÃOUMA hISTóRIA INClUINDO ChARADAS é CONTADA DURANTE A vISITA àS ExPOSIçõES DO MUSEU.

12APRESENTAÇÃOUM CONvITE A ExPERIMENTAR

20REJUVENESÇA

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118DIMENSÕES COLETIVAS DA ARTEPROfESSORAS EM fORMAçãO CRIARAM UM COlETIvO TEMPORáRIO E REAlIzARAM INTERvENçõES NO MUSEU A PARTIR DE INTERESSES COMUNS.

130FORMA DASPALAVRASCRIAçãO DE POEMAS POR MEIO DA COMBINAçãO DE RECORTES DE PAlAvRAS E fRASES fIxADAS NO vIDRO DA ENTRADA DO MUSEU.

146OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADACRIAçãO DE OBJETOS, A PARTIR DE lIxO ElETRôNICO, qUE gANhAM OUTRAS fUNçõES IMAgINADAS.

154CORTE EDOBRACOM O CORTE CRIA-SE O ESPAçO; COM A DOBRA, O vOlUME. DOIS CORTES E UMA DOBRA OU TRêS DOBRAS E UM CORTE, UMA fOlhA DE PAPEl E UM DESAfIO: CRIAR UMA ESCUlTURA.

94CORPOSMOLDADOSESTE JOgO PROPõE A ExPERIMENTAçãO DE COMPORTAMENTOS INUSITADOS PARA O CORPO NO MUSEU.

102PENSE COMOUMA CARTA SORTEADA CONvIDA A vER AS OBRAS ExPOSTAS DE UMA PERSPECTIvA DIfERENTE.

110QUER TC?CORPOS ExPERIMENTAM O ESPAçO, TECIDOS E OUTROS CORPOS A PARTIR DE TENSõES CRIADAS COlETIvAMENTE.

138CARTASAO VENTOESCRITA lIvRE DE UMA CARTA COM DESTINATáRIO INCERTO.

164BIBLIOGRAFIA

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Esta publicação, realizada graças a uma parceria com a Dow, compartilha as práti-

cas de educação da Escola do Olhar desenvolvidas na interface entre a escola e o

museu. Ela se destina prioritariamente a professores, educadores, escolas e experi-

ências formais e não formais de educação.

Ao longo de mais de três anos de atuação sob a gestão do Instituto Odeon, desde

a abertura do MAR em 2013, a Escola do Olhar tem construído uma agenda que

aprofunda a dimensão pública da arte. Sua programação, que abrange da educa-

ção infantil à pós-graduação, é pensada a partir de um museu que se reconhece

como local e suburbano.

Nossa prática é desenvolvida em diálogo com escolas públicas e privadas, uni-

versidades nacionais e estrangeiras, nossos vizinhos da região portuária, além de

instituições, ONgs, associações de bairro, projetos sociais e educacionais, secreta-

rias municipais, órgãos públicos de todas as esferas, grupos de estudos, coletivos

e diferentes atores. O acervo do MAR é a base da dinâmica entre a cidade e seu

museu de arte, como sistema de relações entre os diferentes agentes da sociedade

civil, compreendendo a dimensão emancipatória da educação. Doar para o MAR é,

portanto, doar para a educação.

As proposições pedagógicas ora compartilhadas são experimentações dos educa-

dores do museu. Buscam construir formas de aprendizado a partir da percepção

sensível e intelectual da arte, que envolve educadores e público. O MAR é um mu-

seu poroso que se constitui na relação com os professores no exercício de valori-

zação das diferenças e de estabelecimento de zonas de contato e de trocas entre

elas. Mais que abrigar mostras, reconhece as oportunidades de formação e amplia-

ção de repertórios daqueles que nos visitam, construindo conhecimento por meio

da arte – que livros, catálogos e materiais educativos contribuem para materializar.

Museu de arte do rio – Mar

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Esta publicação reúne algumas das proposições desenvolvidas pela

equipe educativa do Museu de Arte do Rio ao longo de seus três

primeiros anos de atuação, sob a gestão do Instituto Odeon, desde

sua inauguração em março de 2013. Elas se constituíram a partir de

visitas com público escolar e não escolar, programas de formação com

professores da educação formal e não formal, oficinas e atividades

que envolveram o público em geral, moradores da região portuária do

Rio de Janeiro, crianças, jovens e adultos – um convite a experimentar.

Dividido em dois cadernos, este livro é um recorte da atuação

pedagógica do MAR. O primeiro caderno apresenta 14 proposições

realizadas em visitas educativas, oficinas e atividades de formação

com professores. O segundo caderno documenta o Seminário Sus-

tentabilidade, Educação e Arte, uma correalização MAR e Dow, que

refletiu sobre questões ambientais e de sustentabilidade a partir

das relações com processos educacionais e artísticos.

Ao dividir com o leitor estas atividades, consideramos que elas

possam colaborar para a prática do educador. Cada ação aqui

apresentada foi experimentada pela equipe do museu, que

habitou lugares e contextos diversos, da exposição, das salas da

UM CONVITE A ExPERIMENTAR

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Escola do Olhar e do Pilotis do museu à praça e às ruas do bair-

ro onde se localiza o MAR, convocando e sendo convocado pelo

público para a participação e a imersão em ações sempre abertas

ao diálogo e à colaboração.

Uma boa prática pode ser completamente reescrita na relação com

o público, apontando caminhos que, num primeiro momento, tal-

vez não estivessem mapeados. O método é duvidar do próprio mé-

todo para se dedicar ao lugar da pesquisa, invenção e descoberta.

Esse conjunto de práticas envolveu 151 educadores e quase 200

mil participantes, 150 mil deles em visitas educativas, que propicia-

ram o desenvolvimento de um espaço vivo criativo e experimental.

A publicação está organizada a partir de notas ou hiperlinks sobre

as atividades que entrecruzam disciplinas, saberes e olhares pre-

sentes nas exposições, mas, fundamentalmente, na relação que

os educadores estabeleceram com o público. Esses hiperlinks são

alguns fios soltos que oferecem possibilidades de desdobramentos

e novas abordagens. São laboratórios de ideias constituindo refe-

rências que podem ser exploradas na sala de aula ou em outros

espaços de educação. O que resulta de tais ações são percursos de

aprendizagens e intervenções efetuadas pela equipe durante esse

processo. Na vida do museu, essas atividades continuam a passar

por adaptações, aprofundamentos, reinvenções, complementações

e novas derivas.

As práticas compartilhadas aqui estão divididas em quatro eixos

temáticos, constituídos a partir de questões levantadas pela equipe

de educação para investigar os conteúdos das exposições do MAR.

Assim como o educador ou professor que agenda um encontro de

seu grupo conosco, você pode abrir este livro em qualquer ponto,

começar pelo eixo ou pela atividade que desejar, fazendo seu pró-

prio trajeto por estas páginas:

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...

APR

ESEN

TAçã

O

vejo o rio de janeiro

quantas cidades existem em uma mesma cidade? De quantos

tempos uma cidade é feita? O que faz com que eu me identifique

como pertencente a uma cidade? Propõe-se um diálogo sobre

os diferentes olhares e percursos relacionados ao Rio de Janeiro

presentes nas exposições do MAR. Interessa-nos discutir como as

representações da cidade e seus aspectos socioculturais contri-

buem para a constituição de um imaginário carioca por meio das

artes, da arquitetura e da prática urbana.

Guardar Para leMbrar

Eixo destinado a pensar sobre as relações entre memória e coleção

e sobre os museus como espaços de construção de identidades

coletivas a partir da constituição de um patrimônio.

Meu corPo no Museu

Este eixo se propõe a refletir sobre as questões do corpo na

arte, na sociedade e no museu. Discute as formas de representa-

ção e construção dos corpos e as relações individuais e coletivas

com o espaço.

Práticas artísticas conteMPorâneas

Como nasce uma obra de arte? você já se pegou alguma vez se

perguntando: “Isto é arte?” Neste eixo são investigados os proces-

sos de pesquisa e construção artísticas presentes em exposições

de arte contemporânea, bem como as diferentes linguagens utiliza-

das pelos artistas na construção de uma obra de arte.

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    O PROJETODE EDUCAÇÃO DO MAR.QUANDO O MUSEUé UMA ESCOLA.O Museu de Arte do Rio nasce como museu da cidade do Rio de

Janeiro. Ter o Rio como eixo transversal das ações significa reconhecer

que nossas experiências educativas se constituem no movimento da

própria cidade. é necessário, portanto, levar em conta os fluxos que

dela emanam ou são por ela atravessados. localizado na região por-

tuária, o MAR envolve-se com a porosidade da cidade como território

fértil de questões, não para instaurar respostas definitivas e totais,

mas, ao contrário, para proporcionar reflexões capazes de ativar com

o público, em cada contexto específico, formas distintas de participa-

ção e formação junto à experiência estética. A integração entre arte

e educação é o horizonte do MAR, que, no trânsito entre essas duas

áreas, concebe, potencializa e mantém públicas todas as suas ações.

Essa diretriz é dada pelo Instituto Odeon, associação privada sem fins

lucrativos responsável pela gestão do museu. Pautado por valores

como a transparência e o caráter público de suas ações, sua missão é

promover a cidadania e o desenvolvimento socioeducacional.

O que é educar-se em um museu? O que o museu tem a nos

dizer? Inversamente, o que nós temos a lhe dizer? Sabemos que,

se não todos, boa parte dos museus hoje conta com programas

formativos e departamentos de educação. Mas como essas ques-

tões se colocam para o MAR, que também é uma escola? Para a

instituição, é preciso continuamente atravessar a educação para

se chegar à arte – é nesse sentido que, simbólica e fisicamente, a

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circulação do museu inicia-se pela Escola do Olhar, nome de um de

seus edifícios, onde se concentra boa parte das ações que realiza. Nos

espaços do olhar ocorrem cursos, seminários, oficinas práticas, rodas

de conversa e encontros para tomar café da manhã.

A Escola do Olhar se projeta em direção à sociedade e articula parcerias

com universidades, redes públicas de ensino, instituições museológicas,

a sociedade civil e programas de educação não formal. A fim de cumprir

seus propósitos pedagógicos, a Escola do Olhar criou seis programas, den-

tre eles a Biblioteca e Centro de Documentação e Referência. há ainda o

programa de visitas Educativas, que envolve público escolar e não escolar

em visitas mediadas às exposições; o programa de formação com Profes-

sores, que reúne cursos e oficinas práticos e teóricos para o professor; o

programa Arte e Cultura visual, que oferece cursos e oficinas sobre pensa-

mento, práticas e linguagens da arte contemporânea e da história do Rio;

o MAR na Academia, que objetiva o intercâmbio nacional e internacional

e a cooperação entre os centros de pós-graduação em arte; e, por fim, o

programa vizinhos do MAR, que fomenta o envolvimento e a participação

da comunidade da região portuária em suas ações e atividades.

A Escola do Olhar é, portanto, um espaço que transborda para o lugar

em que o museu foi implantado. Assim sendo, a região portuária do Rio

de Janeiro é fundamental na constituição de situações e relações de

aprendizado. Ela foi porto de chegada do maior contingente de pessoas

escravizadas trazidas de diferentes regiões do continente africano entre

os séculos xvIII e xIx. Nela localiza-se o Cemitério dos Pretos Novos,

onde, sem lápide, sem nome, sem marca de terreno funerário, encon-

tram-se os restos mortais daqueles que não resistiram à brutal viagem

do tráfico negreiro. Tornou-se para as gerações de descendentes de

escravos um lugar de resistência, memória e produção cultural. Aqui

nasceu o samba, mas também outros elementos que forjaram a cultura

brasileira presentes na culinária, nas religiões, na música e na literatura.

APR

ESEN

TAçã

O

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O MAR compreende que tal contexto geográfico constitui um ponto de

partida para a imersão na cidade e no ser carioca em suas diferentes

densidades: história, memória, produção artística, visual e cultural, seus

espaços públicos, de disputa e de trocas invisíveis – afetivas e sensíveis

– que concretizam a cidade para cada um de nós.

O programa de educação compreende-se, pois, como um lugar propositor

de situações e relações. Um território poroso, cujas relações se constroem

nas especificidades, interesses e desejos de reconhecimento e articulação

de cada indivíduo. Essa condição implica a possibilidade de desenvolver,

seja na pesquisa e envolvimento com o acervo, seja na mediação, cursos e

atividades práticas, ambientes de experiência que proponham um con-

texto alargado de convite ao engajamento pessoal de cada participante –

criança, jovem ou adulto – com a arte e a cultura visual.

A cada encontro e com cada grupo, em uma situação específica, ma-

neiras distintas de apresentação, apreensão, ativação e participação

promovem formas de relação por meio de justaposição de vivências que

permitam ao público construir seu próprio percurso de fruição e apren-

dizagem. O MAR objetiva, portanto, instaurar espaços de possibilidades.

fundamenta-se e acredita na potência de sujeitos que identificam opor-

tunidades de reconhecimento, trocas e deslocamentos. Inscreve-se na

cidade como uma situação favorável para a partilha de conceitos, ideias e

saberes. Também interfere na constituição de comunidades que operam

de distintas maneiras a prática da educação, criando espaços de diálogo

continuado no qual entretecemos inquietações e dúvidas. Dispor-nos ao

risco, à intervenção e ao desvio enriquece nossas perspectivas e amplia

nossas possibilidades de atuar com e nesse território chamado museu.

janaina Melo

gerente de Educação

Museu de Arte do Rio - MAR