escola de perÍodo integral: a organizaÇÃo do...
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ISSN 2176-1396
ESCOLA DE PERÍODO INTEGRAL: A ORGANIZAÇÃO DO TEMPO E
DOS ESPAÇOS PEDAGÓGICOS NO 1º ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL
Marta Borges Meira1 - SME
Maria Odete Vieira Tenreiro2 - UEPG
Grupo de Trabalho - Políticas Públicas, Avaliação e Gestão da Educação Básica
Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo
Esta pesquisa teve como objetivo compreender o que dizem as crianças sobre a sua
permanência na escola de período integral e conhecer como a professora do 1º ano do 1º ciclo
organiza os tempos e os espaços pedagógicos na escola de período integral. O espaço da
pesquisa ocorreu em uma escola pública da rede municipal de Ponta Grossa. Os sujeitos da
pesquisa foram: a professora e seis alunos do primeiro anodo ensino fundamental. Para
efetivação do estudo foram utilizados os procedimentos da pesquisa qualitativa, com enfoque
exploratório. Para coleta de dados foram organizadas entrevistas semiestruturadas com seis
crianças da sala e a professora da turma,além de observação pelo período de cinco dias
consecutivo sem tempo integral. Percebemos que a organização do tempo e dos espaços
pedagógicos é fator primordial nas escolas de período integral. A referida pesquisa nos
oportunizou constatar que a professora do primeiro ano reconhece a importância da
organização de tempos e espaços diversificados, que promovam a interação da criança, com
atividades diferenciadas, munidos de um currículo flexível que se adapte conforme a
necessidade da criança, porém o espaço da instituição escolar pesquisada não possibilita o
desenvolvimento de tais atividades. Para as crianças estar na escola em período integral é algo
prazeroso, mas sentem a necessidade de um momento propício para o descanso e de
atividades diferenciadas. O estudo mostrou ainda o entendimento de que a organização do
tempo e dos espaços educativos é essencial para o desenvolvimento do trabalho educativo e
para a formação integral da criança.
Palavras - chaves: Escola de período integral. Organização dos espaços pedagógicos. 1º ano
do Ensino Fundamental.
1Licenciada em Pedagogia, pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), professora da rede Municipal
de Ponta Grossa, Secretaria Municipal de Educação de Ponta Grossa (SME). 2Doutora em Educação, professora do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa
(UEPG).
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Introdução
A escola de tempo integral surge na sociedade com o intuito de atender as
necessidades presentes em determinado momento histórico. Desta maneira, urge a
necessidade de reestruturação em termos de espaço físico, educacional, pedagógico, entre
outros, para atender a nova demanda educacional, de modo a possibilitar diversificadas
oportunidades educativas, levando em consideração as especificidades do educando, assim
como objetivando a sua formação integral.
Conforme apontado nos estudos de Arroyo (1988, p. 4)“a educação de tempo integral
tem o dever de proporcionar ao educando uma experiência educativa total, que não se limite a
ilustrar a mente, mas que organize seu tempo, seu espaço, que discipline seu corpo, que
transforme e conforme sua personalidade por inteiro”.
O referido autor nos leva ao entendimento de que para receber uma formação integral,
não significa que a criança deva passar o período integral na escola. Mas sim, que haja uma
interpretação maior por parte dos entes federados, da sociedade, e da própria instituição
escolar, do que é educação integral e escola em tempo integral, para que ambas venham
desenvolver o seu papel principal que é a formação integral do educando, para que este possa
desenvolver-se enquanto pessoa, compreendendo o seu momento histórico, a sua realidade
social, havendo assim transformações.
Posto isto, a presente pesquisa, objetiva: compreender o que dizem as crianças sobre a
sua permanência na escola de período integral e conhecer como a professora do 1º ano do 1º
ciclo organiza os tempos e os espaços pedagógicos na escola de período integral.
Nesse estudo, o enfoque será dado a questões referentes à organização dos tempos e
dos espaços pedagógicos para melhor acolher as crianças que permanecem na escola em
período integral.
As crianças na escola de período integral
No cenário educacional brasileiro, as discussões e criação de projetos governamentais
em torno da política de Educação Integral e da ampliação da jornada escolar, é um processo
em construção, embora conforme exposto nos estudos de Rodrigues e Brandalise (1998) a
natureza da Educação Integral esta fundamentada nas instituições totais, as quais tiveram
inicio no século XVI. Tais instituições possuíam como objetivo retirar o sujeito do ambiente
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normal, intervindo sobre o corpo, tocando-o na mais subjetiva individualidade e, dessa forma,
transformando sua conduta.
Segundo Arroyo (1998), nessas instituições totais o educando formará e conformará
todos os seus sentidos, potencialidades, subjetividades, paixões, conduta interior e exterior,
assim como, o corpo e o espírito, formando assim, os tipos totais de homens, ou seja,
formavam-se os sábios, os monges, os eclesiásticos, os príncipes, os homens de armas ou de
letras. Estas instituições eram constituídas em ambientes isolados da sociedade, eram
comunidades que se preservavam a moral e a ética. Tais ambientes envolviam a criança e
moldavam sua conduta conforme os valores instituídos pela sociedade em determinado
momento histórico.
Desta maneira, conclui-se que nas instituições totais, os sujeitos eram retirados da sua
realidade e costumes, para serem moldados conforme o que a instituição e a sociedade
julgavam como ideal, ou seja, “homens ideias”, submissos, disciplinados, dóceis,
subservientes e principalmente mão-de-obra qualificada para o mercado de trabalho que
estava expandindo impulsionado pela lógica do capitalismo.
No Brasil, a Educação Integral esteve aliada a diferentes correntes políticas e
filosóficas, destacando-se dentre elas a corrente liberal, a qual possuía um forte aliado, Anísio
Teixeira. Conforme consta nos estudos de Chagas [et al] (2012) Anísio Teixeira acreditava
que se a criança permanecesse em período integral na escola diminuiria os elevados níveis de
evasão escolar e repetência que estavam associados à pobreza. Anísio Teixeira defendia que
para haver o desenvolvimento do país não teria outro caminho que não fosse à educação.
Anísio Teixeira acreditava ainda, segundo Cavaliere (2010) que a educação escolar
deveria alcançar as áreas mais amplas da cultura, da socialização, preparando o sujeito para
participar efetivamente em uma sociedade democrática, assim como preparar para o trabalho.
A educação era vista como um meio de libertação, sendo considerada a solução para todos os
males. A escola idealizada por Anísio Teixeira deveria ser projetada e construída para o
atendimento principalmente das classes populares, com isso percebe-se que tal escola também
visava atender as necessidades básicas dos alunos, e seu foco era formar um cidadão
consciente de seus direitos e deveres, para atuar e transformar a sua realidade.
É valido destacar que a partir do século XX, emergiram na sociedade brasileira
inúmeros programas governamentais, os quais possuíam como foco a Educação Integral, tais
programas objetivavam compensar as lacunas deixadas no âmbito educacional e de responder
às solicitações advindas da sociedade. Arroyo (2012) aponta em seus estudos que devemos ter
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clareza sobre os objetivos propostos por tais programas, reconhecendo os sujeitos para quem
se destina, para que possamos buscar outra educação que garanta tempos-espaços de um justo
e digno viver. Para o autor, devemos mudar a forma como olhamos para a infância e a
adolescência, buscando compreendê-las como vítimas das relações econômica-sociais, para
que assim possamos inovar nossas ações educativas, tendo uma postura ética profissional.
É importante ressaltar com base nos estudos de Leclerc e Moll (2012, p. 108) que:
Uma Educação Integral em uma escola de tempo integral pode efetivamente apontar
as condições diferenciadas para que acessem, permaneçam e aprendam no interior
das escolas, aquelas crianças e jovens cujos pais foram excluídos e esquecidos, em
função da obrigação de produzir sua vida material reproduzindo eles mesmos a
condição de seus pais e avós nas regiões mais pobres do país.
Concordamos com as autoras quando colocam que uma educação integral, pode ser
um fator diferencial na vida das crianças e jovens menos favorecidos economicamente, os
quais foram esquecidos e excluídos da sociedade.
Considerando o pensamento das autoras, identificamos que as escolas adeptas aos
programas que possibilitam a ampliação do tempo escolar, precisam estar munidas de um
currículo flexível, o qual não favoreça apenas um único modelo de conteúdo, mas sim
atividades diversificadas, sobre as quais os conteúdos considerados “extracurriculares”
possam ser preciosos no currículo, criando diversas possibilidades, tempos e espaços, para
que ocorra a formação integral do individuo inserido em uma Escola de Tempo Integral.
Conforme consta nos estudos de Henz (2012, p. 83) “a escola de turno integral pode
ser um espaço-tempo em que a educação também torne-se integral e integrada, possibilitando
a cada educando(a) e educador(a) os desafios e as condições para descobrir-se, assumir-se e
ser mais”.
Cabe destacar, segundo o autor que a escola de turno integral por si só não realiza uma
educação integral, mas que uma educação integral se dá por meio de atividades organizadas e
estruturadas que visem o bem-estar tanto do educador quanto do educando, proporcionando a
interação, troca de experiências e troca de conhecimentos entre ambos, proporcionando ainda
o ensino e aprendizagem. Fazendo uso destes paradigmas, em uma escola de turno integral
certamente a educação será integral e integrada.
Segundo Brandão (2009, p. 106) uma proposta de escola em tempo integral se
justificaria pelo fato de proporcionar:
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Tempo acrescido de exposição ao universo escolar, sobretudo às crianças das
camadas populares, cujas famílias de origem não tiveram acesso à escolaridade
fundamental para apoiá-las no acompanhamento das atividades escolares; recurso
para a orientação do estudo (estudo dirigido) – nas leituras, nos processos de fixação
da aprendizagem, na utilização de recursos para o aprimoramento da linguagem –
resumos, sínteses e resenhas; condições de atendimento diferenciado a grupos com
habilidades ou dificuldades específicas; condições para o desenvolvimento no
espaço escolar de trabalhos em equipe e projetos coletivos de professores e alunos,
envolvendo grupos de diferentes faixas etárias; condições para a habilitação dos
estudantes em estratégias de pesquisa (bibliográfica e/ou temática, seja nas
bibliotecas ou na internet) sob a orientação de professores; condições para o desenvolvimento de projetos interdisciplinares combinados com as áreas de artes,
educação física, etc.; condições para práticas desportivas e culturais que ofereçam
recursos específicos e de qualidade em áreas em que normalmente não estão
disponíveis, como é o caso dos bairros onde vivem muitos setores das camadas
populares.
Considera-se, desta forma, que uma instituição escolar que possibilite a ampliação do
tempo, necessita promover atendimento diferenciado e específico aos alunos com habilidades
ou dificuldades diferenciadas, envolvimento dos educadores e educandos em projetos
diferenciados, trabalhos em equipe e projetos que visem à coletividade. Envolvimento do
educando e do educador em diversas estratégias de pesquisa, promovendo desta forma a
interdisciplinaridade.
O documento Educação Integral - texto referência para o debate nacional (2009, p. 6)
define que:
A Educação Integral exige mais do que compromissos: impõe também e
principalmente projeto pedagógico, formação de seus agentes, infraestrutura e meios
para sua implantação. Ela será o resultado dessas condições de partida e daquilo que
for criado e construído em cada escola, em cada rede de ensino, com a participação
dos educadores, educandos e das comunidades que podem e devem contribuir para
ampliar os tempos e os espaços de formação de nossas crianças, adolescentes e
jovens na perspectiva de que o acesso à educação pública seja complementado pelos processos de permanência e aprendizagem.
Atentamos, por meio do documento, que para efetivar uma proposta de educação
integral, com o propósito da formação integral do sujeito que dela usufrui, é necessário que
haja um projeto pedagógico eficaz, que seja construído com e a partir da realidade dos
sujeitos, considerando a comunidade para quem se destina, visando à infraestrutura escolar, a
organização dos espaços pedagógicos, formação continuada dos agentes envolvidos com o
ensino, o diálogo e envolvimento entre os sujeitos, igualdade e liberdade de expressão entre
todos, respeitando as diferenças, entre outros aspectos.
Mediante os estudos de Gonçalves (2006) no contexto social contemporâneo, a
implantação dos programas de ampliação do tempo escolar nos remete a ideia de oportunizar
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a complementação das oportunidades educativas e de aprendizagem, mediante a oferta de
atividades educativas diversificadas, articuladas ao espaço escolar e respectivamente aliado
aos demais espaços públicos, os quais necessitam proporcionar aprendizagem e possibilitar a
articulação entre a comunidade e o ambiente escolar, caracterizando deste modo um turno
complementar.
A organização do tempo e dos espaços pedagógicos nos anos iniciais do ensino
fundamental
A organização dos espaços pedagógicos:
Ao organizar os espaços pedagógicos, as instituições escolares necessitam conhecer
seus alunos, sua realidade, tendo em vista desenvolver ações educativas que venham propiciar
ao bom desenvolvimento do educando, no que diz respeito à educação, cuidados básicos, tais
como higiene, alimentação, saúde, entre outros, ajudando-os a serem independentes. Para
Montessori (1965, p. 52):
Para ser eficaz, uma atividade pedagógica deve consistir em ajudar as crianças a
avançar no caminho da independência; assim compreendida, esta ação consiste em
iniciá-las nas primeiras formas de atividade, ensinando-as a serem auto-suficientes e
a não incomodar os outros.
Desta forma, os espaços educativos necessitam proporcionar a criança a acessibilidade
e conforto, para que esta se sinta em segurança, no caminho para a independência, pois ao
sentirem-se seguras as crianças familiarizam-se com o ambiente, começando a agir por conta
própria. Neste sentido, torna-se necessário a escola adaptar seus espaços educativos de acordo
com as necessidades presentes, planejando seu uso de acordo com a criança e sua faixa etária
para melhor acolhê-la.
Especialmente no que se refere à organização dos espaços pedagógicos nas
instituições escolares. Os Parâmetros Curriculares Nacionais - Introdução aos Parâmetros
Curriculares Nacionais - Vol. 1, abordam que:
Uma sala de aula com carteiras fixas dificulta o trabalho em grupo, o diálogo e a
cooperação; armários trancados não ajudam a desenvolver a autonomia do aluno, como também não favorecem o aprendizado da preservação do bem coletivo. A
organização do espaço reflete a concepção metodológica adotada pelo professor e
pela escola. [...] é preciso que as carteiras sejam móveis, que as crianças tenham
acesso aos materiais de uso frequente, as paredes sejam utilizadas para exposição de
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trabalhos individuais ou coletivos, desenhos, murais. Nessa organização é preciso
considerar a possibilidade de os alunos assumirem a responsabilidade pela
decoração, ordem e limpeza da classe. Quando o espaço é tratado dessa maneira,
passa a ser objeto de aprendizagem e respeito, o que somente ocorrerá por meio de
investimentos sistemáticos ao longo da escolaridade (BRASIL, 1997, p. 67).
Deste modo, segundo os referidos parâmetros,as instituições escolares ao organizarem
o espaço da sala de aula, precisam atentar para que haja a interação entre os sujeitos. O
ambiente necessita de uma flexibilidade, precisa ser organizado conforme a necessidade dos
sujeitos que o usufruem. Para que haja o desenvolvimento da autonomia do educando, os
armários, estantes, precisam estar acessíveis, promover o acesso e manuseio das crianças aos
materiais. Na organização do ambiente o educando necessita estar atento à conservação do
mesmo, limpeza, ordem, entre outros aspectos que devem ser observados.
Segundo Maura,
A distribuição do espaço deve favorecer o desenvolvimento harmônico da criança,
valorizando os aspectos importantes que configuram este crescimento. Deve
considerar os processos perceptivos, motores, cognitivos (2004, p. 340).
Nas instituições escolares que atendem em período integral, os espaços educativos ao
serem organizados necessitam de um cuidado ainda maior, pois precisam considerar os
sujeitos, a ampliação da jornada de atendimento escolar, a qualidade das ações educativas que
serão desenvolvidas, entre outros requisitos, para proporcionar ao aluno um bom atendimento,
visando atender suas necessidades, respeitando as suas particularidades.
Para uma melhor compreensão sobre o espaço, fazemos uso das palavras de Rabelo
(2012, p. 125) “Trata-se de um espaço de aprendizagens sem limites, sem cercas, um espaço
envolvente de sociabilidade, de pertencimento, de expansão humana, de intencionalidades, de
partilha, de vida”.
Segundo o autor, principalmente os espaços nas instituições que atendem em período
integral, necessita ser aberto ao saber, proporcionando o acolhimento do sujeito, o
desenvolvimento de sua conduta, o seu pertencimento.
Deste modo, concordamos com o pensamento de Giolo (2012, p. 100) o qual acredita
que a instituição escolar necessita proporcionar “um ambiente voltado a desenvo lver a
inteligência e as habilidades em níveis sofisticados, possibilitando a cada um experimentar
transformações radicais em sua vida”.
Ou seja, o pensamento do autor nos remete ao entendimento de que o ambiente escolar
é um ambiente diferenciado de todos os demais ambientes que compõem a comunidade na
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qual o educando está inserido, sendo assim o espaço escolar precisa ser um ambiente rico,
voltado para o ensino e aprendizagem do aluno, desenvolvendo a sua inteligência e as suas
habilidades físicas, motora, relacional, cognitivas, entre outras. Para isso, cabe à instituição
escolar oferecer e organizar ambientes diversificados que venham ao encontro das
necessidades do educando, das suas dificuldades, procurando superá-las, para que o educando
desenvolva-se, aperfeiçoando-se como sujeito ativo.
A organização do tempo:
Ao considerarmos que a escola é uma instituição social, adentrada na sociedade com o
intuito de proporcionar a formação total do indivíduo para o desenvolvimento de todas as suas
funções, devemos estar atentos para a organização do tempo levando em consideração a
melhoria da qualidade do ensino e o acolhimento das crianças.
Vale destacar que com a ampliação da jornada de permanência das crianças na escola
é importante que as instituições de ensino repensem suas práticas educativas de modo que os
alunos não fiquem saturados com um único modelo de conteúdos estruturados. Mas sim, de
atividades diversificadas que promovam aprendizagem e prazer.
Para tanto, as práticas educativas necessitam fazer relação com a realidade do aluno,
com sua existência humana, tornando o conhecimento científico significativo, para que o
aluno possa inter-relacionar o conhecimento adquirido com o seu cotidiano.
Vale lembrar segundo o documento Educação Integral - texto referência para o debate
nacional que um currículo que vise uma educação integral, necessita proporcionar “[...] novas
concepções de aprendizagens como um conjunto de práticas e significados
multirreferenciados, inter-relacionais e contextualizados, nos quais a ação educativa tenha
como meta tentar compreender e modificar situações concretas do mundo (BRASIL, 2009, p.
36)”.
Deste modo, o currículo nestas instituições escolares, precisa ser organizado de forma
flexível proporcionando ao aluno uma educação de qualidade, que vise o desenvolvimento de
todas as suas potencialidades.
Ao pensarmos na organização dos tempos para as crianças é importante lembrar que:
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[...] o tempo assume grande importância, pois a aprendizagem requer elaboração,
requer realização de múltiplas experiências, requer poder errar no caminho das
tentativas e buscas, enfim, requer considerar os diferentes tempos dos sujeitos da
aprendizagem (BRASIL, 2009, p. 35).
Cabe destacar que o tempo é primordial para o processo de ensino e aprendizagem da
criança, e por esse motivo cabe às instituições escolares e aos professores organizá-lo de
modo a atingir o interesse e as necessidades da criança. Ao organizarmos o tempo escolar,
necessariamente devemos estar atentos, para realidade do nosso aluno, seus costumes, suas
dificuldades, suas necessidades, levando em consideração seu modo de aprender e de fazer.
Priorizando estes aspectos, o professor pode organizar-se de modo a despertar no aluno a
curiosidade e o interesse por aprender.
Ao considerarmos o tempo nas instituições escolares que atendem em período integral,
consequentemente devemos estar atentos à organização destas instituições e a dinâmica
exercida por elas. Em tais instituições as atividades precisam ser organizadas de forma
diversificada, para que o aluno possa passar durante o período escolar por várias experiências,
acumulando conhecimentos, formando assim sua personalidade. Enfim, o tempo necessita de
uma organização que venha priorizar atividades lúdicas, conhecimentos científicos,
necessidades diárias, o cuidar e o educar, entre outros.
No que respeita a organização do tempo concordamos com Arroyo (1988, p. 4):
[...] não se amplia o tempo para poder ensinar e aprender mais e melhor, mas para
poder experimentar relações e situações mais abrangentes: alimentar-se, assear-se,
brincar, relacionar-se, trabalhar, produzir coletivamente na escola.
Deste modo, atentamos para o fato que com a ampliação da jornada escolar, o tempo
em tais instituições necessita ser organizado possibilitando a criança experiências educativas
diversificadas, ou seja, criar, imaginar, expressar-se, entre outras funções, proporcionando a
sua formação integral.
Para Giolo (2012, p. 99):
O tempo integral permite organizar as atividades escolares segundo métodos
adequados do ensinar e do aprender. O contexto escolar, especialmente o destinado
às classes populares, tem de ser organizado e forte o suficiente para provocar no
aluno uma verdadeira ruptura entre os esquemas mentais ditados por uma cultura
prática, oral e visual, em favor de uma cultura escrita e intelectualizada.
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Diante disso, consideramos que ao permanecer em tempo integral na instituição
escolar, o aluno necessita ser provocado a interiorizar uma cultura escrita e intelectualizada,
que permita o sujeito evoluir em termos de conhecimentos e aprendizagens, fazendo com que
este interiorize em sua rotina diária atividades de cunho educativas, como leitura de livros,
pesquisas, entre outras atividades especialmente no que se refere ao aumento do tempo de
permanência do aluno na instituição escolar, Ferreira e Araújo (2012) defendem que esse
aumento signifique uma ampliação de saberes, de novas oportunidades de aprendizagem e de
novos horizontes. Para os autores o que se objetiva com esta ampliação, é oportunizar a
vivência de um currículo escolar relevante, pautado em um padrão de qualidade que vá ao
encontro das aspirações, necessidades, dificuldades e possibilidades da comunidade local.
Caminho metodológico e os achados na pesquisa
A presente pesquisa realizou-se em uma escola pública municipal de Ponta Grossa a
qual o atendimento é em período integral. Tal instituição escolar será denominada neste
estudo como Escola Margarida, apresentando como sujeitos de pesquisa seis alunos do
primeiro ano do Ensino Fundamental e a professora da turma do primeiro ano.
Para realização do referido estudo, utilizamos a abordagem qualitativa, com enfoque
exploratório. Para compor o objeto de estudo, organizamos entrevistas semi-estruturadas com
a professora e seis alunos do primeiro ano, as mesmas foram gravadas e transcritas e
observação da turma do primeiro ano pelo período de cinco dias letivos em tempo integral.
Durante o período de observação e acompanhamento da turma do 1º ano do 1º ciclo,
na Escola Margarida, percebeu-se que a turma possui uma rotina concretizada, a qual também
se torna flexível conforme a necessidade do grupo.
Durante o período de permanência dos alunos na instituição escolar são realizadas
várias atividades educativas, e em alguns dias específicos durante a semana, os alunos
transitam por algumas salas, nas quais são realizadas atividades diferenciadas, integradas ao
currículo da instituição.
Confirmando esta posição a professora relata que:
Nós tentamos organizar os tempos e os espaços, mais com atividades lúdicas, na
parte da manhã em alguns dias da semana tem os projetos que eles participam, são
bem lúdicos, a musicalização, a educação física, entre outros. Estes projetos estão
incluídos no currículo da escola (Professora do 1º ano).
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Dessa maneira, evidenciamos por meio dos estudos de Ferreira e Araújo (2012) que os
projetos quando vinculados à educação em tempo integral proporcionam o enriquecimento e a
diversidade curricular por meio da prática de atividades, que em sua maioria, são
desenvolvidas em espaços que ultrapassam os limites da sala de aula. Essas atividades
possuem um caráter lúdico, são desenvolvidas pedagogicamente e visam à formação humana
e integral do educando nos aspectos sociais, físicos, cognitivos e afetivos.
As crianças também evidenciam sua preferência por estas atividades e espaços. Elas
colocam que:
Meu lugar preferido é a sala de aula, por que eu gosto de fazer atividades, também
gosto da aula de educação física (aluno 1). Eu gosto da quadra, por que lá tem muito espaço pra brincar (aluno 3).
Eu gosto do parquinho, por que tem escorregador, balança e muitos brinquedos
(aluno 4).
É importante ressaltar segundo os estudos de Ferreira e Araújo (2012, p. 353) que “o
lazer e o esporte são importantes para o desenvolvimento de hábitos saudáveis. A vivência de
atividades mais lúdicas é essencial no cotidiano escolar, uma vez que proporciona momentos
de alegria e de lazer”. Deste modo, as aulas de Educação Física e Musicalização aliadas a
educação de tempo integral necessitam considerar a formação integral do aluno,
proporcionando prazer e alegria, assim como o movimento do corpo, estimulando o aluno a
aquisição de hábitos saudáveis.
Podemos verificar no quadro abaixo, as respostas das crianças quando questionadas
sobre o que gostam de fazer na escola e o que não gostam.
Quadro 1 – O que a criança mais gosta de fazer na escola e o que não gosta
Aluno O que mais gosta de fazer na escola? O que não gosta de fazer na escola?
1 Eu gosto da aula de educação física e
gosto de almoçar na escola.
Eu não gosto de fazer atividades, por que meus
braços cansam.
2 Eu gosto de chutar bola. Eu não gosto das carteiras e cadeiras, por que
elas são muito grandes.
3 Eu gosto de brincar no parquinho. Eu não gosto dos números, porque a gente tem
que contar até 100.
4 Eu gosto de fazer atividades, estudar e
gosto de brincar.
Bom, eu não gosto quando a professora briga.
5 Eu gosto muito de ir ao parque, pois lá
tem alavanca.
Não gostaria que todos os dias tivesse que
treinar as famílias silábicas, por que é muito
comprido.
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6 Eu gosto de brincar na quadra, por que meu time sempre vence.
Não gosto de fazer a tarefa.
Fonte: Quadro elaborado pelas autoras do trabalho.
Identificamos por meio da observação e análise do quadro acima que a memorização e
decodificação dos números até 100 e das famílias silábicas são atividades cansativas que
fazem parte da rotina da turma. A criança expressa a sua insatisfação em fazer as at ividades.
Como também é possível perceber que as atividades elencadas pelos alunos como mais
satisfatórias, ou seja, o que eles mais gostam, são as atividades realizadas fora do ambiente da
sala de aula e que possibilitam ao aluno o movimento do corpo, como a ida ao parquinho, aula
de Educação Física, a qual é realizada na quadra de esportes da escola.
Vale salientar a importância de que nas escolas que atendem em período integral
sejam oportunizados espaços saudáveis e acolhedores para que as crianças descansem.
Infelizmente, a escola lócus da nossa pesquisa não disponibiliza um espaço adequado para
este momento. Após o almoço são ofertadas às crianças atividades recreativas na quadra
esportiva da escola, jogos variados ou a transmissão de um filme infantil. Tais atividades
muitas vezes acabam deixando as crianças mais agitadas e cansadas para prosseguir com as
atividades no período vespertino. Em seu relato, a professora considera que:
As crianças cansam de ficar na escola dia todo por vários motivos, porque eu acredito que eles deveriam ter o horário do descanso na hora do almoço e que eles
deveriam ter mais espaços para brincar, eu acho assim que se a gente tivesse mais
espaços livres, mais gramados para eles brincarem, para eles correrem, mais um
parquinho, quadra, que a gente tivesse como distribuir esses horários, com
atividades diversificadas seria menos cansativo. Mas, mas como eles não tem a
maioria do tempo eles passam na sala de aula, até o horário de descanso do almoço
eles passam na sala e a rotina se torna cansativa (Professora do 1º ano).
No relato acima a educadora evidencia a necessidade das crianças descansarem após o
almoço, assim como a importância de ambientes favoráveis para o desenvolvimento do ensino
e aprendizagem, é importante frisar que de acordo com a educadora há necessidade de mais
espaços livres, para que a criança possa expressar-se. Assim, como é notável a necessidade de
mais um parquinho, e outros ambientes diversificados, para que a instituição escolar possa
organizar-se de modo a possibilitar ao educando atividades diversificadas em espaços
variados, organizando horários flexíveis de acordo com a necessidade presente.
Segundo Sperandio e Castro (2012), as escolas em que a ampliação da jornada escolar
se faz presente necessitam criar novas oportunidades de aprendizagem, contribuindo para a
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melhoria da qualidade do ensino e do desempenho escolar, evidenciando experiências
socioculturais, artísticas e esportivas.
Cabe destacar, segundo Jaume (2004) que os espaços educativos necessitam facilitar e
promover o crescimento global da criança em todas as suas potencialidades e necessidades. A
criança precisa encontrar nos espaços certa ordem e uma atmosfera agradável e acolhedora. A
instituição escolar necessita prever espaços, sobre os quais a criança possa atuar livremente,
facilitando o acesso aos materiais, eliminando barreiras que impedem o acesso das crianças a
materiais e espaços, ou seja, espaços que estimulem o movimento e as destrezas motoras,
espaços livres e amplos para correr e deslocar-se livremente.Tais ambientes necessitam
estimular a exploração e a descoberta, com objetos e materiais diversos. Além disso, o espaço
da escola precisa favorecer e permitir a atividade lúdica da criança por meio da qual cresce e
se desenvolve.
De acordo com a educadora, ao ser implantada a política de tempo integral a
instituição escolar teve que improvisar espaços para comportar os alunos em período integral
e para aumentar o número de sala de aula, foram retirados da instituição outros recursos como
a sala de vídeo, brinquedoteca, entre outros espaços que iriam auxiliar no desenvolvimento do
tempo integral, assim como no desenvolvimento do ensino e da aprendizagem. Especialmente
no que se refere à organização do tempo na instituição escolar à professora ressalta que:
Eu acho que a escola de período integral deveria ter vários momentos diversificados,
deveria ser mais livre, deveria ter aula de dança, aula com instrumentos musicais
diversificados, com atividades diferenciadas, recreações, esportes variados em
momentos diferentes com professores diferentes, que tivesse mais opções. Os
espaços deveriam ser bem melhores, bem mais amplos, estruturados, adequados
(Professora do 1º ano).
No relato da professora explicitamos a necessidade da escola de período integral
possuir momentos diversificados, com atividades em ambientes livres, com um currículo
flexível composto por atividades como aula de dança, recreações, atividades esportivas
variadas. A educadora aborda que os espaços deveriam ser estruturados e adequados à
necessidade da escola de período integral.
Para facilitar a compreensão, Mamede (2012, p. 235) evidencia que “a ampliação da
jornada escolar impõe aos profissionais não somente a necessidade de incluir atividades a
mais, em horas diárias a mais, mas, além disso, traz a urgência de rever o tempo escolar como
um todo, situando-o em outras concepções de educação, de ensino, de currículo”.
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Desta maneira, consideramos segundo a autora que com a ampliação da jornada
escolar o tempo necessita ser revisto em um contexto amplo, priorizando atividades
diversificadas e um currículo flexível e integrado a diferentes concepções de ensino.
Considerações Finais
Ao longo da realização deste trabalho de pesquisa, pudemos perceber que a escola de
tempo integral é um processo em construção. Surge na sociedade com o intuito de compensar
lacunas deixadas no âmbito educacional. Desta maneira, é evidente a necessidade das
instituições escolares que atendem em período integral possibilitar ao educando oportunidades
educativas diversificadas, oportunizando novas vivências e possibilitando uma experiência
educativa total.
Uma escola de tempo integral que vise à formação integral do sujeito necessita inovar
em suas ações, possibilitando atividades diferenciadas, com um currículo flexível e
interdisciplinar. Nesse sentido, o educador precisa inovar sua prática educativa, fazendo uso
de estratégias e recursos diferenciados, que promovam no aluno a motivação, a emoção e o
prazer por aprender.
A organização do espaço físico em uma instituição escolar necessita proporcionar
acessibilidade e conforto, necessita ser adaptado conforme as especificidades dos sujeitos que
dele usufruem e atender para que estimule a interação da criança e o ambiente, promovendo
confiança, segurança, troca de experiências, oportunizando a aprendizagem da criança e
desenvolvimento da autonomia.
Ao organizar o tempo e os espaços pedagógicos as instituições escolares necessitam
levar em consideração a ampliação da jornada escolar e os sujeitos, organizar os espaços de
modo a possibilitar o acolhimento do sujeito, diversificando os ambientes, assim como
organizar o tempo com o intuito de atingir o interesse e suprir as necessidades da criança.
Neste trabalho apresentamos a visão de uma professora e de seis alunos do primeiro
ano do Ensino Fundamental de uma escola pública do município de Ponta Grossa, a análise da
escola investigada possibilitou compreender que no que se refere ao espaço a escola ainda
precisa avançar muito em relação a um ambiente propício, flexível, que possibilite a interação
do aluno com diferentes espaços. Os dados mostraram que os espaços são reduzidos e assim,
as atividades diferenciadas ficam prejudicadas.
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Por meio da pesquisa concluímos que a organização do tempo e dos espaços
educativos é essencial para o desenvolvimento do trabalho educativo e consequentemente
para a formação integral da criança.
Ao organizar o tempo os educadores e as instituições escolares necessitam ponderar
para o desenvolvimento das atividades diferenciadas e educativas, que as mesmas possam
despertar no aluno o interesse por aprender, que venham ao encontro das suas necessidades,
possibilitando fazer relação com a sua realidade. O foco de todo o trabalho deve estar voltado
para o aluno, seu desenvolvimento e suas necessidades.
Para tanto, os espaços a serem estruturados necessitam estar voltados para o ensino e
aprendizagem do aluno, com um ambiente acessível, que respeite a faixa etária da criança.
Consideramos que o espaço não se restringe apenas a sala de aula ou a instituição
escolar, mas sim a ambientes diferenciados que promovam à interação, o diálogo, a troca de
conhecimentos e experiências, a ambientes que possibilitem o contato do educando com o
conhecimento. Espaços estes que promovam a apropriação de culturas e valores, que
viabilizem a formação integral do educando.
Vale destacar também que todas essas questões necessitam ser pensadas, refletidas e
estudadas entre todos os educadores na escola. O espaço de formação continuada do
professor é fundamental para o sucesso do trabalho com a criança.
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