escola de acólitos s. miguel 2008/2009 · 2017-09-07 · tÉrmino: quarta-feira da semana santa...

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Escola de Acólitos S. Miguel Ano Lectivo 2008/2009 Tema: Ano Litúrgico 1 ANO LITÚRGICO Contexto Histórico do Ano Litúrgico Após a morte de Jesus, os discípulos reuniam-se no primeiro dia da semana, o dia seguinte ao sábado, para celebrarem o memorial do Senhor. Nesse dia, explicavam as histórias de Jesus e repetiam o gesto que Ele lhes deixara antes de morrer. Nesse tempo, o domingo não era um dia festivo, pelo que reuniam-se sempre à tarde, quando toda a gente já tinha acabado de trabalhar. Apesar das dificuldades, nunca deixaram de fazer a reunião, à qual se denomina de Eucaristia de domingo que é hoje, ponto de referência básico da comunidade cristã. Contudo, depressa sentiram que não era suficiente aquela festa semanal a recordar a nova vida de Jesus. Jesus foi morto durante os dias da Páscoa judaica. Todos os anos, na Páscoa, eles passaram a recordar não só a libertação do povo do Egipto, mas também o “aniversário” da morte e ressurreição de Jesus. E assim terá nascido a Vigília Pascal, a primeira celebração do que hoje chamamos ano litúrgico. Esta Vigília que dura toda a noite, depressa será precedida por um jejum de dois dias, a Sexta e o Sábado, como preparação do corpo e do espírito para a alegria da festa; e será a Eucaristia da Páscoa que marcará o final do jejum. (Em Jerusalém, reuniam-se no Calvário para ler a paixão e recordar os últimos momentos de Jesus, e assim nasceu a celebração da Sexta-feira Santa.) Os judeus definiam a Páscoa segundo o calendário lunar (a Páscoa é no domingo seguinte à primeira lua cheia da Primavera). E assim, definiram os dois primeiros <<tempos litúrgicos>>: cinquenta dias que alongam a festa da Páscoa (o Tempo Pascal) e quarenta dias que a preparam (a Quaresma). Pelo meio vão-se fixando também comemorações concretas: o Domingo de Ramos, a Quinta-feira Santa, a Ascensão, o Pentecostes. A partir do ano 300, começamos a ter notícias de outro grupo de celebrações: as que giram à volta do nascimento de Jesus. A primeira conhecida é uma festa, em 6 de Janeiro, que celebra a manifestação do Filho de Deus. (tem especial relevância no Oriente) No ano 354, aparece, num calendário elaborado pelo calígrafo romano Dionísio Filócalo, esta anotação: <<25 de Dezembro: Nascimento do sol Invicto. Nasce Cristo em Belém de Judá.>> Neste dia era a festa romana do nascimento do sol, quando o sol vence a obscuridade e os dias começam a crescer: neste dia, os cristãos começaram a celebrar o nascimento do sol verdadeiro, Jesus. Pouco tempo depois criou-se um tempo de preparação que, no século VI, ficou fixado em quatro domingos: o Tempo de Advento.

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Page 1: Escola de Acólitos S. Miguel 2008/2009 · 2017-09-07 · TÉRMINO: Quarta-feira da Semana Santa ESPIRITUALIDADE: Penitência e conversão ENSINAMENTO: A misericórdia de Deus COR:

Escola de Acólitos S. Miguel Ano Lectivo 2008/2009

Tema: Ano Litúrgico 1

ANO LITÚRGICO

Contexto Histórico do Ano Litúrgico

Após a morte de Jesus, os discípulos reuniam-se no primeiro dia da semana, o dia seguinte ao sábado, para celebrarem o memorial do Senhor. Nesse dia, explicavam as histórias de Jesus e repetiam o gesto que Ele lhes deixara antes de morrer.

Nesse tempo, o domingo não era um dia festivo, pelo que reuniam-se sempre à tarde, quando toda a gente já tinha acabado de trabalhar. Apesar das dificuldades, nunca deixaram de fazer a reunião, à qual se denomina de Eucaristia de domingo que é hoje, ponto de referência básico da comunidade cristã.

Contudo, depressa sentiram que não era suficiente aquela festa semanal a recordar a nova vida de Jesus.

Jesus foi morto durante os dias da Páscoa judaica. Todos os anos, na Páscoa, eles passaram a recordar não só a libertação do povo do Egipto, mas também o “aniversário” da morte e ressurreição de Jesus. E assim terá nascido a Vigília Pascal, a primeira celebração do que hoje chamamos ano litúrgico.

Esta Vigília que dura toda a noite, depressa será precedida por um jejum de dois dias, a Sexta e o Sábado, como preparação do corpo e do espírito para a alegria da festa; e será a Eucaristia da Páscoa que marcará o final do jejum. (Em Jerusalém, reuniam-se no Calvário para ler a paixão e recordar os últimos momentos de Jesus, e assim nasceu a celebração da Sexta-feira Santa.)

Os judeus definiam a Páscoa segundo o calendário lunar (a Páscoa é no domingo seguinte à primeira lua cheia da Primavera). E assim, definiram os dois primeiros <<tempos litúrgicos>>: cinquenta dias que alongam a festa da Páscoa (o Tempo Pascal) e quarenta dias que a preparam (a Quaresma). Pelo meio vão-se fixando também comemorações concretas: o Domingo de Ramos, a Quinta-feira Santa, a Ascensão, o Pentecostes.

A partir do ano 300, começamos a ter notícias de outro grupo de celebrações: as que giram à volta do nascimento de Jesus. A primeira conhecida é uma festa, em 6 de Janeiro, que celebra a manifestação do Filho de Deus. (tem especial relevância no Oriente)

No ano 354, aparece, num calendário elaborado pelo calígrafo romano Dionísio Filócalo, esta anotação: <<25 de Dezembro: Nascimento do sol Invicto. Nasce Cristo em Belém de Judá.>> Neste dia era a festa romana do nascimento do sol, quando o sol vence a obscuridade e os dias começam a crescer: neste dia, os cristãos começaram a celebrar o nascimento do sol verdadeiro, Jesus.

Pouco tempo depois criou-se um tempo de preparação que, no século VI, ficou fixado em quatro domingos: o Tempo de Advento.

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Escola de Acólitos S. Miguel

Tema: Ano Litúrgico

Assim ficou definido o ano litúrgico. Variou algumas coisas, acrescentaramcomemorações, mas basicamente o ano litúrgico não mudou desde então.

O ano litúrgico ajuda-nos a viver mais plehistória da salvação (encarnação do Filho de Deus, morte e ressurreição), que nos permite viver um conjunto de atitudes e sentimentos na fé que são a esperança, o arrependimento, a acção de graças, o louvor, o espírito de conversão… e educaos outros que, como nós, seguem este caminho.

Tempos litúrgicos <<fortes>>

Existem tempos litúrgicos a que costumamos chamar <<fortes>>, que têm características próprias e diferenciadas, e também encontramos o que se denomina <<tempo comum ou ordinário>>, que são os domingos nos quais não se celebra nenhum aspecto especial da salvação, mas só se celebra o facto de ser domingo.

Os tempos fortes são o Advento, o NatalSemana Santa) e a Páscoa. O tempo Comum compreende o domingos que há entre o final do tempo de Natal-Epifania e o começo da Quaresma (uns poucos domingos) e os domingos que há entre o final do tempo de Páscoa e o início do

Escola de Acólitos S. Miguel

Assim ficou definido o ano litúrgico. Variou algumas coisas, acrescentaramcomemorações, mas basicamente o ano litúrgico não mudou desde então.

nos a viver mais plenamente o nosso ser cristão, pois torna presente a história da salvação (encarnação do Filho de Deus, morte e ressurreição), que nos permite viver um conjunto de atitudes e sentimentos na fé que são a esperança, o arrependimento, a acção

r, o espírito de conversão… e educa-nos e faz-nos crescer em comunhão com os outros que, como nós, seguem este caminho.

Tempos litúrgicos <<fortes>>

Existem tempos litúrgicos a que costumamos chamar <<fortes>>, que têm características iadas, e também encontramos o que se denomina <<tempo comum ou

ordinário>>, que são os domingos nos quais não se celebra nenhum aspecto especial da salvação, mas só se celebra o facto de ser domingo.

Os tempos fortes são o Advento, o Natal-Epifania, a Quaresma, o Tríduo Pascal (dentro da Semana Santa) e a Páscoa. O tempo Comum compreende o domingos que há entre o final do

Epifania e o começo da Quaresma (uns poucos domingos) e os domingos que há entre o final do tempo de Páscoa e o início do Advento seguinte (bastantes domingos).

Ano Lectivo 2008/2009

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Assim ficou definido o ano litúrgico. Variou algumas coisas, acrescentaram-se outras novas

namente o nosso ser cristão, pois torna presente a história da salvação (encarnação do Filho de Deus, morte e ressurreição), que nos permite viver um conjunto de atitudes e sentimentos na fé que são a esperança, o arrependimento, a acção

nos crescer em comunhão com

Existem tempos litúrgicos a que costumamos chamar <<fortes>>, que têm características iadas, e também encontramos o que se denomina <<tempo comum ou

ordinário>>, que são os domingos nos quais não se celebra nenhum aspecto especial da

esma, o Tríduo Pascal (dentro da Semana Santa) e a Páscoa. O tempo Comum compreende o domingos que há entre o final do

Epifania e o começo da Quaresma (uns poucos domingos) e os domingos que Advento seguinte (bastantes domingos).

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Tema: Ano Litúrgico 3

Resumindo:

O Ano Litúrgico é o tempo que marca as datas dos acontecimentos da História da Salvação. Não é como o ano civil, que começa em 1º de Janeiro e termina em 31 de Dezembro, mas começa no 1º domingo do Advento (preparação para o Natal) e termina no último sábado do tempo comum, que é na véspera do 1º domingo do Advento.

CICLO DO NATAL

ADVENTO

INÍCIO: 4 domingos antes do NatalTÉRMINO: 24 de Dezembro à tardeESPIRITUALIDADE: Esperança e purificação da vidaENSINAMENTO: Anúncio da vinda do MessiasCOR: Roxa

NATAL

INÍCIO: 25 de DezembroTÉRMINO: Na festa do Baptismo de JesusESPIRITUALIDADE: Fé, alegria e acolhimentoENSINAMENTO: O filho de Deus fez-se HomemCOR: Branca

* ADVENTO: Inicia-se o ano litúrgico. Compõe-se de 4 semanas. Começa 4 domingos antes do Natal e termina no dia 24 de Dezembro. Não é um tempo de festas, mas de alegria moderada e preparação para receber Jesus.

* NATAL: 25 de Dezembro. É comemorado com alegria, pois é a festa do Nascimento de Jesus, o Filho de Deus que veio partilhar a nossa história humana.

* EPIFANIA: Em Portugal celebrada no domingo entre 2 e 8 de Janeiro (o dia assinalado é 6 de Janeiro). É uma festa que lembra a manifestação de Jesus como Filho de Deus. Ele manifesta-se como sendo luz para todos os povos da Terra (representados nos magos do Oriente).

Outras festas

* SAGRADA FAMÍLIA: Domingo entre o Natal e o Ano Novo. Recorda-se o núcleo humano onde Jesus cresceu, aquele núcleo humano formado pelos seus pais, dos quais recebeu amor que necessitava para viver.

* SANTA MARIA MÃE DE DEUS: Celebra-se no dia 1 de Janeiro. É a festa da Mãe de Deus, que merece ser recordada neste tempo, porque ela nos trouxe Jesus.

* BAPTISMO DE JESUS: Domingo entre 9 e 13 de Janeiro. Recorda-se o Baptismo do Senhor, quando aquela criança é já uma pessoa adulta e, unindo-se à fila dos que queriam mudar de coração e de vida – por isso se faziam baptizar por João – vê como o Pai manifesta a sua missão.

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Escola de Acólitos S. Miguel Ano Lectivo 2008/2009

Tema: Ano Litúrgico 4

TEMPO COMUM

1ª PARTE

INÍCIO: 2ª feira após o Baptismo de JesusTÉRMINO: Véspera da Quarta-feira das CinzasESPIRITUALIDADE: Esperança e escuta da PalavraENSINAMENTO: Anúncio do Reino de DeusCOR: Verde

* 1ª PARTE: Começa após o Baptismo de Jesus e acaba na terça antes da quarta-feira de Cinzas.

CICLO DA PÁSCOA

QUARESMA

INÍCIO: Quarta-Feira das CinzasTÉRMINO: Quarta-feira da Semana SantaESPIRITUALIDADE: Penitência e conversãoENSINAMENTO: A misericórdia de DeusCOR: Roxa

PÁSCOA

INÍCIO: Quinta-feira Santa (Tríduo Pascal)TÉRMINO: No PentecostesESPIRITUALIDADE: Alegria em Cristo RessuscitadoENSINAMENTO: Ressurreição e vida eternaCOR: Branca

* QUARESMA: Começa na quarta-feira de cinzas e termina na quarta-feira da semana santa. Ao todo dura 40 dias, que evocam os 40 dias de Jesus no deserto antes de começar a sua missão, e os 40 anos do povo de Israel, também no deserto, em caminho para a terra prometida.

É um tempo forte de conversão e penitência, jejum, esmola e oração. É um tempo de 5 semanas em que nos preparamos para a Páscoa. Não se diz "Aleluia", nem se colocam flores na igreja, não devem ser usados muitos instrumentos e não se canta o Hino de Louvor. É um tempo de sacrifício e penitências, não de louvor.

* QUARTA-FEIRA DE CINZAS: É o primeiro dia da quaresma que marca o início do caminho que nos levará à vida nova de Jesus, que é a nossa própria vida.

* DOMINGO DE RAMOS: Celebra-se no sexto domingo da Quaresma, onde recordamos a entrada de Jesus em Jerusalém. Neste dia, o nosso olhar fixa-se em Jesus que começa o seu caminho definitivo. Aclamamo-lo, reconhecendo-o como nosso Senhor e guia e, depois na Eucaristia, contemplamos a sua Paixão.

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Tema: Ano Litúrgico 5

* QUINTA-FEIRA SANTA: Também chamada de Ceia do Senhor, é celebrada para recordar a despedida de Jesus. Uma despedida que é como que o resumo do caminho que está a ponto de empreender: o lavar dos pés e a instituição da Eucaristia são os sinais deste caminho. O lavar dos pés põe ante os nossos olhos a sua entrega total, e a Eucaristia anuncia-nos a sua presença viva e para sempre, vencedora da morte.

* SEXTA-FEIRA SANTA: Intitula-se de Paixão e Morte de Cristo e é a única celebração em que só à celebração da palavra. Neste dia, o nosso olhar só pode pousar na cruz de Jesus, que é o resultado último da sua maneira de viver, o resultado último da sua fidelidade absoluta ao caminho de amor de Deus; esta cruz que perante os olhos de todo o mundo é um fracasso, mas na qual vemos o único caminho de vida verdadeira.

* SÁBADO SANTO: Frequentemente denominado de Vigília Pascal. É o dia do silêncio e da espera: Jesus morreu, Jesus está no sepulcro, e nós com toda a humanidade experimentamos e agradecemos o que significa o seu amor sem reservas, enquanto esperamos a acção de Deus. Só no final do dia de sábado é que se realiza a Vigília Pascal, a celebração central dos cristãos, o anúncio de vida para sempre, para todo o mundo.

* PÁSCOA: Começa com a ceia do Senhor na quinta-feira santa. Neste dia é celebrada a Instituição da Eucaristia e do sacerdote. Na sexta-feira celebra-se a paixão e morte de Jesus. É o único dia do ano que não tem missa. Acontece apenas uma Celebração da Palavra. No sábado acontece a solene Vigília Pascal. Forma-se então o Tríduo Pascal que prepara o ponto máximo da Páscoa: o Domingo da Ressurreição. A Festa da Páscoa não se restringe ao Domingo da Ressurreição. Ela se estende até a Festa de Pentecostes.

* PENTECOSTES: É celebrado 50 dias após a Páscoa. Jesus ressuscitado volta ao Pai e nos envia o Paráclito.

TEMPO COMUM

2ª PARTE

INÍCIO: Segunda-feira após o PentecostesTÉRMINO: Véspera do 1º Domingo do AdventoESPIRITUALIDADE: Vivência do Reino de DeusENSINAMENTO: Os Cristãos são o sinal do ReinoCOR: Verde

* 2ª PARTE: Começa na segunda após Pentecostes e vai até o sábado anterior ao 1º Domingo do advento.

Ao todo são 34 semanas. É um período sem grandes acontecimentos. É um tempo que nos mostra que Deus se fez presente nas coisas mais simples. É um tempo de esperança e acolhimento da Palavra de Deus.

"O Tempo comum não é tempo vazio. É tempo de a Igreja continuar a obra de Cristo nas lutas e nos trabalhos pelo Reino." (CNBB - Documento 43, 132)

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Tema: Ano Litúrgico 6

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Tema: Ano Litúrgico 7

As cores litúrgicas:Sua função e significado dentro da celebração eucarística

O uso das cores litúrgicas pode ajudar-nos a penetrar no mistério que celebramos, quer na celebração do dia quer no tempo litúrgico.

Como nos diz a Introdução Geral ao Missal Romano:

“A diversidade de cores nas vestes sagradas tem como fim expressar com mais eficácia, ainda que exteriormente, as características dos mistérios da fé que se celebram...” (IGMR 307)

O branco:

Resultado de todas as cores juntas, simboliza a pureza, a festa, paz, alegria, júbilo. Sendo assim é usada nos Ofícios e Missas do Tempo Pascal e do Natal do Senhor; além disso, nas festas e memórias do Senhor (que não sejam da Paixão), nas festas e memórias da Virgem Maria, dos Anjos, dos Santos não Mártires, na festa de Todos os Santos (1 de Nov), do nascimento de S. João Baptista (24 Jun), de S. João Evangelhista (27 Dez), da Cadeira de S. Pedro (22 Fev) e da Conversão de S. Paulo (25 Jan).

O jovem anjo que aparece junto ao sepulcro do Ressuscitado está vestido de branco (Mc 16,5). Os vencedores do Apocalipse triunfam vestidos de linho branco e montados em cavalos brancos (Ap 19, 14). Na transfiguração no monte Tabor, a glória de Cristo é simbolizada com vestes brancas como a luz e a neve (Mt 17,2).

O vermelho:

Traz-nos à imaginação o fogo e o sangue. Sendo assim, seu simbolismo adapta-se ao sentido do amor ardente: uma paixão tão profunda que leva a doação da própria vida. É usada do Domingo de Ramos, na acção litúrgica da Sexta-feira da Semana Santa e na festa da exaltação da Santa Cruz (14 Set): é a melhor aproximação simbólica dos tormentos do Cristo sofredor. Também é usada nas festas dos Apóstolos, Evangelistas e nas celebrações dos Santos Mártires; eles deram testemunho de Cristo com o próprio sangue. Seu uso se dá ainda na solenidade de Pentecostes e na celebração da Confirmação, uma vez que o Espírito Santo é o fogo da vida.

O verde:

O verde é a cor da vegetação mais viva, e daí advêm a essa cor diversos simbolismos e aproximações metafóricas: é a cor do equilíbrio ecológico, da serenidade, e sobretudo simboliza a esperança.

O verde é a cor do Tempo Comum: as 34 semanas nas quais não se celebra um mistério concreto de Cristo, mas o conjunto da história da salvação e sobretudo o mistério semanal do Domingo como o dia do Senhor. Simboliza os frutos que o mistério pascal de Cristo deve produzir nos corações dos fiéis.

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Tema: Ano Litúrgico 8

O roxo:

É a junção do azul e do vermelho. Indica discrição, contrição, penitência, e às vezes adquire uma conotação de dor e tristeza. Sendo assim é a cor que distingue as celebrações do tempo do Advento e Quaresma. Também é utilizada em Ofícios como as celebrações penitenciais e nas celebrações para os fiéis defuntos.

O Preto:

É a negação da cor, evoca espontaneamente a escuridão, falta de luz, e metaforicamente a perdição, a desgraça, a confusão e o pecado. Entre nós é a cor do luto e da tristeza.

Na idade média era a cor do Advento e da Quaresma. Seu uso agora ficou muito mais discretamente indicado: permanece apenas como uso facultativo nas celebrações de exéquias e demais celebrações para os defuntos.

O rosa:

É a cor litúrgica usada em apenas duas ocasiões do ano litúrgico: no terceiro domingo do Advento (domingo Gaudete) e também no quarto domingo da Quaresma (domingo Laetare).

O seu uso serve para dar esperança, pois ele surge a meio do Advento e da Quaresma, e quer adiantar de alguma forma a meta festiva que se aproxima.