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Esclarecendo os Desencarnados. Umberto Ferreira

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Esclarecendo os Desencarnados.

Umberto Ferreira

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Esclarecendo os Desencarnados.

ESCLARECENDO OS DESENCARNADOS.

Copyright © 2003 by Umberto Ferreira

Umberto Ferreira

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Esclarecendo os Desencarnados.

Tiragem: 4.000 exemplares

Capa: Joelson Santos de SouzaProjeto gráfico e editoração eletrônica: Artêmio de AlmeidaRevisão: Elmo de Lima

CIP Brasil – Catalogação-na-FonteBiblioteca Pública Estadual Escritor Pio Vargas

Ferreira, UmbertoF444e Esclarecendo os desencarnados / Umberto Ferreira. - Goiânia: Edição do Au-tor, 2003.80p.

1. Espiritismo. 2. Mediunidade I. Título

CDU: 133

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

2003

Umberto Ferreira

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Esclarecendo os Desencarnados.

ÍNDICE

Introdução 5

Reuniões mediúnicas de educação da mediunidade e de desobsessão 6

Preparação para a reunião 7

O papel dos espíritos 8

O papel dos médiuns esclarecedores 9

Intuição 11

Argumentação lógica e amor 12

Situação do espírito após a morte 14

Abordagem inicial 15

O papel dos médiuns psicofônicos 16

Espíritos sofredores: sofrimentos físicos 17

Espíritos sofredores: sofrimentos morais 18

Espíritos sofredores encarnados 19

Espíritos desorientados 20

Espíritos obsessores 21

Espíritos suicidas 22

Espíritos com sexualidade desequilibrada 23

Espíritos escarnecedores 24

Espíritos que não falam 25

Espíritos convidados 26

Espíritos que se comprazem no mal 27

Espíritos que se julgam donos de propriedade 28

Espíritos que resistem a reencarnar 29

Espíritos que são católicos ou evangélicos 30

Espíritos que não aceitam o Cristianismo ou que não acreditam em Deus 31

Espíritos que pensam que estão ajudando 32

Espíritos em sono prolongado 33

Referências bibliográficas 34

Umberto Ferreira

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Esclarecendo os Desencarnados.

INTRODUÇÃO

Esclarecer os espíritos é tarefa de grande responsabilidade, que exige conhecimentos evangélicos e doutrinários aprofundados, preparação moral adequada e entendimento dos aspectos psicológicos dos comunicantes.

Os que se dedicam a esta atividade sabem disso e estão conscientes de que têm um longo caminho a percorrer no esforço para se melhorarem sempre.

Há muitos anos trabalhando como esclarecedor, tarefa facilitada pela longa experiência na assistência e acompanhamento de pacientes portadores de distúrbios obsessivos, tanto clínico, como espiritual.

Durante este período, tivemos o cuidado de não guardar conosco a experiência acumulada. Ao contrário, sempre procuramos passá-la aos companheiros que compõem nossa equipe de esclarecedores e também aos outros trabalhadores da Seara, que fizeram treinamento em nosso grupo, especialmente jovens preocupados em se tornarem esclarecedores competentes.

Com o tempo, compreendemos que deveríamos colocar em livro tal experiência, para que servisse de material auxiliar a ser usado em seminários e cursos de preparação e reciclagem de esclarecedores.

Enfocamos, principalmente, os aspectos psicológicos do esclarecimento, que são extremamente importantes e decisivos para o êxito.

Os assuntos são abordados de forma objetiva e prática, inclusive com casos concretos, de modo que possam ser assimilados por qualquer companheiro que tenha base doutrinária.

Esperamos que este modesto trabalho seja útil a todas as pessoas interessadas no assunto.

Umberto Ferreira

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Esclarecendo os Desencarnados.

REUNIÕES MEDIÚNICAS DE EDUCAÇÃO DA MEDIUNIDADE E DE DESOBSESSÃO

No opúsculo Orientação ao Centro Espírita, a FEB, e o Conselho Federativo Nacional propõem dois tipos de reuniões mediúnicas em que ocorre comunicação dos Espíritos: as reuniões de educação mediúnica e as de desobsessão. E apresentam um roteiro sobre como desenvolver cada um destas reuniões.

As reuniões de educação da mediunidade são para médiuns iniciantes ou co pouca experiência; as desobsessão são para médiuns já educados e com relativa experiência. Essa experiência não deve ser inferior a dois anos de efetivo exercício mediúnico.

Nas reuniões de educação da mediunidade, os espíritos que costumam manifestar-se são os do tipo sofredor, ou os que necessitam de esclarecimento.Portanto trata-se de espíritos que não têm motivos para dirigir seu ódio contra os membros da equipe mediúnica. Nas reuniões de desobsessão, os espíritos que se manifestam costumam ser obsessores. Portanto cheios de ódio e, quando se sentem ameaçados em seus projetos de vingança pelo trabalho de desobsessão, tentam atingir os componentes da reunião.

Além dos conhecimentos doutrinários e de mediunidade, os membros da equipe de desobsessão precisam e experiência, de equilíbrio emocional e de estar cuidando da própria evangelização e da vigilância.

Umberto Ferreira

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PREPARAÇÃO PARA A REUNIÃO

Para fazer qualquer coisa, precisamos preparar-nos. O exercício da mediunidade não foge à regra. É preferível não praticar a mediunidade a exercitá-la sem a devida preparação.

A preparação se faz de duas formas: uma demorada, permanente, que consiste no estudo e na evangelização dos participantes da reunião, e outra no dia da reunião.

O estudo deve abranger as obras básicas e os livros que tratam de mediunidade. O Livro dos Espíritos e O Livro dos Médiuns nunca podem der colocados de lado. Reestudar é essencial para compreender melhor e reter o aprendizado.

A preparação para a reunião deve começar no dia anterior, quando os médiuns procurarão dormir cedo. Prossegue no dia seguinte com alguns cuidados, como nos orienta André Luiz, em Desobsessão, capítulos 1 a 4: cultivar atitude mental digna durante todo o dia, evitando rusgas e discussões; adotar alimentação leve, evitando carne, café, temperos excitantes e bebida alcoólica: fazer repouso físico e mental, sobre tudo nas horas que antecedem o trabalho, deitando-se, desde que possível, durante pelo menos, quinze minutos, fazendo leitura edificante, ouvindo música suave e cultivando a prece e a meditação.

Outro cuidado imprescindível é o de superar impedimentos, como chuva, frio, visita inesperada, um problema em casa. Uma medida importante é a de sair com antecedência, porque poderá gastar alguns minutos na solução do problema imprevisto e ainda chegar a tempo de participar da reunião.

Ao chegar ao recinto da reunião, todos devem conservar atitude respeitosa, dedicando-se à prece e à meditação, ou à leitura edificante. Caso tenham que conversar, que seja conversa respeitosa e necessária, de preferência, relacionada ao trabalho.

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O PAPEL DOS ESPÍRITOS

Embora seja importante o trabalho desenvolvido pelos encarnados, a coordenação e a execução das atividades numa reunião mediúnica ficam a cargo do plano espiritual.

A equipe de trabalhadores espirituais é muito grande e as atividades, extensas.Destacaremos o papel dos assistentes ou mentores espirituais. Eles não só são responsáveis

pela coordenação dos trabalhos mas também pela assistência aos esclarecedores. N realidade, são eles que conduzem o esclarecimento, sobretudo quando os esclarecedores procuram agir efetivamente como médiuns, aprimorando a intuição e procurando sondar as sugestões dos espíritos.

Os trabalhadores encarnados precisam também ter uma ideia clara das atividades dos espíritos auxiliares, os arquitetos espirituais, conforme designação de Efigênio S. Vítor, no capítulo XLIV de Instruções Psicofônicas. Segundo o autor espiritual, eles são responsáveis pela manipulação de matéria mental para a formação de quadros educativos. Eis o que diz Efigênio Vítor:

Esse centro abrange vasto reservatório de plasma sutilíssimo, de que se servem os trabalha-dores a que nos referimos, na extração dosrecursos imprescindíveis `criação de formas-pensamento, constituindo entidades e paisagens,telas e coisas semi-inteligentes, com vistas àtransformação dos companheiros dementados quetentamos socorrer.

Para auxiliar mais diretamente no despertar dos obsessores, eles plasmam cenas vivas do pretérito desses espíritos:

(…) operam com precedência em nosso programa de obrigações, consultando as reminiscências dos comunicantes que devam ser amparados, observando-lhes o pretérito e anotando-lhes os labirintos psicológicos, a fim de que em nosso santuário sejam criados, temporariamente embora, os painéis movimentados e vivos, capazes de conduzi-los à metamorfose mental, imprescindível à vitória do bem.É assim que, aqui dentro, em nossos horários de ação, formam-se jardins, templos, fontes, hospitais, escolas, oficinas, lares e quadros outros em que os nossos companheiros desencarnados se sintam como que tornado à realidade pregressa, através da qual se põem mais facilmente ao encontro de nossas palavras, sensibilizando-se nas fibras mais íntimas e favorecendo-nos, assim, a interferência que deve ser eficaz e proveitosa.

Quando tratamos do esclarecimento dos obsessores, referir-nos-emos a este assunto, demostrando a importância de plasmar cenas do pretérito dos comunicantes.

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O PAPEL DOS MÉDIUNS ESCLARECEDORES

A equipe de esclarecedores é constituída do dirigente e de mais dois ou três elementos. A sua tarefa, como o próprio nome indica, é a de esclarecer os espíritos que se comunicam, com o objetivo de libertá-los da ignorância e dos sentimentos inferiores que os fazem sofrer.

Para serem bem sucedidos em suas tarefas, devem esforçar-se por desenvolver certas qualidades, como as relacionadas por André Luiz, em Desobsessão, capítulo 13:

Autoridade fundamentada no exemplo.Hábito de estudo e oração.Dignidade e respeito para com todos.Afeição sem privilégios.Brandura e firmeza.Sinceridade e entendimento.Conversação construtiva.

Além disso, devem tomar os cuidados recomendados por este autor espiritual, no referido livro, capítulo 24.

Guardar atenção no campo intuitivo, a fim de registrarem, com segurança, as sugestões e os pensamentos dos benfeitores espirituais que comandam as reuniões.Cultivar tato psicológico, evitando atitudes ou palavras violentas, mas fugindo da doçura siste-mática que anestesia a mente sem renová-la, naconvicção de que é preciso aliar raciocínio esentimento, compaixão e lógica, a fim de que aaplicação do socorro verbalista alcance o máximode rendimento.

Ao abordar os espíritos, os esclarecedores precisam colocar em prática estas recomendações de André Luiz, sob pena de comprometer todo o trabalho e não atingir os objetivos desejados.

Devem ter sempre em mente que estão se dirigindo a espíritos que, embora, na maioria das vezes, conservem hábitos e necessidades humanas, estão numa nova realidade, na dimensão espiritual, em que a relação espaço-tempo é diferente.

Ao invés de agir como se o espírito estivesse na dimensão terrena, devem colocar-se na dimensão espiritual, como se eles, os esclarecedores, estivessem no Plano Espiritual, o que não é difícil para os espíritas acostumados ao estudo e à meditação. Se tomarem estes cuidados, o diálogo fluirá com mais facilidade.

Como recomenda André Luiz, devem utilizar a intuição, procurando captar as ideias sugeridas pelos mentores espirituais, porquanto são eles que “comandam as reuniões”. Portanto os esclarecedores devem aceitar a condição de médium, embora sem se tornarem totalmente passivos. Ao contrário, devem manter-se atentos, vigilantes, analisando todos os pensamentos que afloram em suas mentes. Além disso, precisam estudar bastante para aumentar o cabedal de conhecimentos. Os mentores espirituais devem dispor de mais recursos intelectuais e. Assim, transmitir com mais facilidade as suas sugestões.

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O controle do tempo de esclarecimento fica a cargo do esclarecedor, que deve agir com discernimento para evitar que a comunicação seja muito prolongada ou muito curta. Se for muito prolongada, além da perda de tempo, pode contribuir para cansar o médium; se muito curta, pode comprometer os resultados que poderiam ser obtidos se se desenvolvesse normalmente.

Uma qualidade essencial dos esclarecedores é a de ouvir, com paciência e interesse, o relato inicial o comunicante, porém devém controlá-lo para que não gaste, nesta fase, a maior parte do tempo reservado para a comunicação. Por isso, quando sentirem que o espírito já disse o que é mais importante para se entender o seu problema, devem intervir e assumir o comando da palavra.

Um outro cuidado importante é o de examinar o momento de interromper a comunicação, esto é, de saber quando o diálogo não está produzindo mais efeito e deve ser encerrado.

André Luiz, em Desobsessão, recomenda-nos o tempo de dez minutos, que não deve ser encarado como absoluto e de forma rígida, mas é o ideal para a duração da maioria das comunicações. Há casos, sobretudo quando se trata de líderes do Umbral, inteligentes, que requerem mais tempo. Mesmo nessas condições, é ideal que o tempo fique e torno de quinze minutos. Os esclarecedores devem compreender que uma reunião nem sempre é suficiente para convencer um espirito com a mente muito cristalizada no mal ou no propósito de vingança. Não devem, portanto, ter a pretensão de convencer todos os espíritos na sua primeira manifestação.

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INTUIÇÃO

Os esclarecedores precisam muito mais da intuição do que da vidência. A intuição é a faculdade mediúnica essencial para que os esclarecedores conduzam adequadamente o esclarecimento do comunicante. A respeito do assunto, esclarece-nos Emmanuel, em Emmanuel, capítulo VII:

O homem necessita das suas faculdades intuitivas através de sucessivos exercícios da mente, a qual, por sua vez, deverá vibrar ao ritmo dos ideais generosos.Cada individualidade deve alargar o círculo das suas capacidades espirituais, porquanto poderá, como recompensa à sua perseverança e esforço, certificar-se das sublimes verdades do mundo invisível, sem o concurso de quaisquer intermediários. O que se lhe faz, porém, altamente necessário é o amor, o devotamento, a aspiração pura e a fé inabalável, concentrados nessa luz que o coração almeja fervorosamente: esse estado espiritual aumentará o poder vibratório da mente e o homem terá então nascido para uma vida melhor.

Destacamos alguns pontos extremamente elucidativos desta dissertação de Emmanuel;1º) O homem precisa da intuição;2º) A intuição pode ser desenvolvida;3º) Ao desenvolvê-la, “alargamos o círculo de nossas capacidades espirituais”;4º) Com a intuição desenvolvida, podemos conhecer as “sublimes verdades do mundo

invisível” e “sem o concurso de quaisquer intermediários”;5º) Para desenvolvê-la, devemos fazer “sucessivos exercícios da mente”, que deverá vibrar

ao ritmo dos ideais generosos”;6º) No exercício da mente, para desenvolver a intuição, precisamos cultivar o “amor, o

devotamento, a aspiração pura e a fé inabalável”;7º) Estes exercícios nos permitirão atingir um “estado espiritual”, que “aumentará o poder

vibratório da mente”.Pela intuição, podemos captar as ideias e sugestões dos mentores espirituais com relativa

facilidade. Pela vidência, detectamos formas, cenas, que precisam ser interpretadas, interpretação que nem sempre é feita adequadamente, com reflexos negativos no trabalho do esclarecimento. A intuição é, pois, mais útil e segura.

André Luiz, em, capítulo V, nos relata o caso do médium esclarecedor Raul Silva, que tinha intuição muito desenvolvida. A sintonia dele com o mentor espiritual era quasse plena. Relata o autor espiritual que Raul Silva repetia as expressões do mentor Clementino,” imprimindo-lhes diminutas variações”.

O estudo e os exercícios constantes para desenvolver as faculdades intuitivas podem levar os esclarecedores a conseguir uma sintonia com os mentores espirituais tão boa quanto a de Raul Silva.

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ARGUMENTAÇÃO LÓGICA E AMOR

Uma argumentação bem fundamentada e lógica, impregnada de amor, é o grande recurso do esclarecedor.

André Luiz, em Desobsessão, capítulo 24, lembra que o esclarecedor precisa

aliar raciocínio e sentimento, compaixão e lógica, a fim de que a aplicação do socorro verbalista alcance o máximo rendimento.

Este mesmo autor espiritual, em, capítulo VII, nos relata o que observou quando o esclarecedor Raul Silva dialogava com um desencarnado:

Via-se, porém, com clareza, que não eram s palavras a força que o convencia, mas sim o sentimento irradiante co que eram estruturadas.Humberto de Campos, em Boa Nov, capítulo 7, registra as palavras de Jesus a Tadeu sobre o diálogo com os espíritos infelizes: “Só a luz do amor divino é bastante forte para converter uma alma à verdade”. Neste diálogo, há outras assertivas que merecem ser enfatizadas: “As dissertações filosóficas não constituem toda a realização”. E mais: “O reino de Deus, porém, é a edificação divina da luz. E a luz ilumina, dispensando os longos discursos”.

Sílvio Brito Soares, em Vida e Obra de Bezerra de Menezes, página 43, transcreve as palavras de um obsessor com quem Bezerra de Menezes dialogava, quando ainda encarnado: “Velhinho Santo, o que me convenceu não foram as suas palavras: foi o seu sentimento!”

As possibilidades de se demover um espírito recalcitrante no mal aumentam muito quando o esclarecedor se esforça por colocar em prática as sábias recomendações acima.

Para se preparar adequadamente para a sua tarefa, o esclarecedor precisa adquirir sólido conhecimento doutrinário e procurar desenvolver ao máximo o sentimento, exercitando o amor ao próximo em todas as oportunidades.

Para desenvolver o sentimento, é importante o contato com sofredores encarnados, para sentirem mais de perto o sofrimento do próximo.

Há esclarecedores que utilizam apenas o argumento, permanecendo no debate puramente intelectivo. Estes conseguem poucos resultados. Outros não só usam a argumentação puramente intelectiva, mas também discutem com espíritos inteligentes e sarcásticos, perdendo a própria calma. Nestes casos, os resultados são negativos.

No momento do diálogo, para manifestar amor pelo comunicante, o esclarecedor deve colocar-se no lugar do espírito infeliz e procurar compreendê-lo e sentir o seu drama e sofrimento. Quanto aos espíritos endurecidos, é fundamental entender que são muito mais ignorantes e revoltados do que maus. Os obsessores devem ser vistos como as vítimas do passado e não como os algozes de hoje, assim omo os obsidiados devem merecer o nosso amor por serem as vítimas de hoje e não os algozes do pretérito.

Emerenciana, em Loucura e Obsessão, de autoria de Manoel Filomeno de Miranda, capítulo 16, assevera:

A doutrina, amigo Miranda – elucidou-me é uma terapia de amor e somente com essa força, em nosso campo de ação espiritual, logramos o resultado a que ele se propõe. A informação lógica rompe as barreiras mentais e auxilia a razão, todavia, só o amor bem vivido arrebenta as algemas do ódio, da indiferença e proporciona o perdão.Longos discursos e debates mediúnicos em núcleos espíritas, às vezes, servem apenas para a exibição de cultura e habilidade verbal: raramente para esclarecer e

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libertar os que se sentem lesados e estão sofridos.

Diante, pois, dos comunicantes das mais diversas condições, nossa atitude para com eles deve envolver paciência, tolerância, indulgência e muito amor sem perder de vista que não podemos dispensar a energia serena, que é necessária em muitos casos.

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SITUAÇÃO DO ESPÍRITO APÓS A MORTE

Ensinam-nos os espíritos e Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, nas questões 163 a 165, que o espírito passa por um estado de perturbação, após a morte do corpo físico, que varia de algumas horas a muitos anos, dependendo da elevação espiritual. É breve para os espíritos que já adquiriram certo progresso espiritual e se prepararam para a desencarnação, com a aquisição de conhecimentos sobre a vida futura e a prática do bem. É penosa para os que desencarnam muito apegados à matéria.

Como regra geral, o espírito conserva a mesma forma de ser e de reagir que tinha quando ainda encarnado. Só com o tempo é que vai se integrando à vida espiritual e mudando a sua visão. Ele pensa muito mais como homem do que como espírito. Se é ainda um espírito menos adiantado, mais fortes são os sinais de materialidade. Se mais adiantado espiritualmente, mais cedo começa a pensar e agir como espirito.

Muitos espíritos são ignorantes e grosseiros, conservando os defeitos dos homens mais atrasados. Os que tinham preguiça de estudar e trabalhar costumam continuar do mesmo jeito do Mundo Espiritual. Se foi homem na última encarnação, continua pensando como homem: se mulher, conserva os aspectos psicológicos femininos. Os carentes continuam neste estado. Os inseguros conservam a insegurança. Os que nutriam revolta ou ódio prosseguem com estes sentimentos. Os que eram apegados às coisas materiais não se desprendem em pouco tempo. Os que costumavam utilizar as sensações do corpo material não se conformam com a perda do veículo físico. Os que conservaram determinadas concepções, seja no campo da filosofia, política, ciência ou religião, não mudam a forma de pensar de uma hora para a outra.

Geralmente, é neste estado que os espíritos se comunicam para receber esclarecimentos ou assistência, porquanto, quando se libertam destes estados, através dos médiuns, para receber ajuda. Já podem recebê-la diretamente dos bons espíritos, que estão sempre prontos a assisti-los.

Umberto Ferreira

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ABORDAGEM INICIAL

A conversa com os desencarnados não precisa ser diferente da conversa com qualquer pessoa. Não é conveniente ser feita como se o esclarecedor estivesse fazendo um discurso, nem deve ser desenvolvida com afetação. O ideal é que seja uma conversa natural, embora respeitosa e equilibrada.

Um dos primeiros cuidados do esclarecedor deve ser o de identificar o sexo do comunicante. Embora o espírito não tenha sexo, ele conserva, durante um tempo mais ou menos longo, sob o ponto de vista psicológico, o sexo que teve na última encarnação. Além do mais, muitos espíritos pensam que estão encarnados e estranham quando o doutrinador se dirige a eles como se fossem pessoas do sexo oposto. Alguns ficam ofendidos, dificultando o diálogo, a partir desse incidente.

O médium psicofônico pode ajudar nesta identificação, pronunciando bem o final das palavras. Por exemplo: “sinto-me cansada”. Outra maneira de auxiliar consiste em construir as frases, introduzindo palavras que identifiquem o sexo. Por exemplo: “sou uma mulher sofredora”, o invés de dizer: “Estou sofrendo muito”. Neste caso, não há alteração da ideia do comunicante. Não se pode esquecer que o médium capta as ideias transmitidas palos espíritos e as exterioriza com as suas palavras.

É importante observar que o equívoco em relação a sexo não é frequente, porque nos dirigimos ao comunicante como sendo do sexo masculino e, de cada dez comunicações, apenas uma ou duas são de espíritos que foram mulheres na última encarnação. A explicação para este fato é que as mulheres se espiritualizam mais, se adiantam mais no campo espiritual e têm menos necessidades de ser assistidas através dos médiuns.

Às vezes, não é possível identificar o sexo do comunicante. Neste caso, o esclarecedor pode se valer de um recurso que consiste em usar uma linguagem válida para ambos os sexos. Exemplo: “Estamos aqui para ajudar-te”. Se o esclarecedor não tem o hábito de usar pronomes e verbos na segunda pessoa, poderá valer-se de uma espécie de licença poética, usando “você”.

Uma dificuldade que muitos enfrentam é a de iniciar a conversação. Deveriam começar cumprimentando o espírito? Poderiam entrar direto no assunto?

O início depende da situação do comunicante. Cumprimentá-lo com uma saudação tipo “bom dia!” ou “boa noite!” pode deixá-lo confuso. A sucessão temporal para o espírito é diferente da nossa, principalmente se estiver ainda em estado de confusão. Se desencarnou sob o sol escaldante, pode estar ainda com a sensação de estar em pleno sol. Teríamos de examinar bem a sua situação. E, quase sempre, só compreendemos o seu estado no decorrer da comunicação.

Dirigir-se a ele como “irmão” também tem inconvenientes. Teríamos de ter certeza do seu sexo, antes de iniciar o diálogo, o que nem sempre acontece. Por outro lado, a ideia de sermos todos filhos de Deus está muito clara para nós, mas em muitos casos, soa ofensiva para o espírito.

Inicialmente, ouvimos o espírito em silêncio, para compreendermos o seu estado, a causa de seu sofrimento, as suas necessidades. Com a ideia clara dos seus problemas podemos entrar direto no assunto, como se nos aproximássemos de alguém na rua e começássemos uma conversação. Suponhamos que o espírito dissesse que está dentro de um buraco, pedindo socorro. Poderíamos começar assim: “Es tamos aqui para trazer-lhe socorro. Acalme-se!”. Imaginemos que dissesse: “Todos me abandonaram! Ninguém me ama!”. Começaríamos dizendo: “Deus ama a todos os seus filhos e não abandona nenhuma deles. Estamos aqui em seu nome, para cuidar de você”.

Alguns espíritos entram em sintonia com o médium psicofônico e permanecem calados por se julgarem sem condições de falar. O esclarecedor deve aguçar a intuição para se inteirar do que está acontecendo. O médium psicofônico, percebendo a condição do espírito, poderá avisar ao dirigente sobre a condição psicológica do comunicante. Neste caso, o esclarecedor tomará a iniciativa da conversação.

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O PAPEL DOS MÉDIUNS PSICOFÔNICOS

Os médiuns psicofônicos não devem adotar uma postura completamente passiva durante a comunicação, porquanto têm um papel muito importante na assistência ao comunicante.

Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, item 223, afirma que “é fora de dúvida que o espírito do médium pode agir por si mesmo”. Naturalmente que ele estava se referindo ao médium psicógrafo, mas o processo é o mesmo quando se trata de psicofônico.

André Luiz, em Desobsessão, capítulos 25 e 42, adverte que os médiuns psicofônicos devem estar “atentos à função especial de colaboradores e medianeiros” e que são os “responsáveis pela comunicação que transmitem”, a eles competindo o papel de fazer o discernimento natural da qualidade dos Espíritos que lhes procurem as faculdades, seja pelas impressões de presença, linguagem, eflúvios magnéticos, seja pela conduta geral.

Cabe-lhes também a função de

enfermeiros convocados a controlar o doente,quanto lhes seja possível, impedindo a este últimomanifestações tumultuárias e palavras obscenas.

André Luiz, na mesma obra, capítulo 42, enfatiza que o medianeiro não pode exercer a

psicofonia

a maneira de fantoche, manobrado integralmente ao sabor das inteligências desencarnadas, mas sim na posição de intérprete e enfermeiro, capaz de auxiliar, até certo ponto, na contenção e na reeducação dos Espíritos rebeldes que recalcitram no mal, a fim de que o dirigente se sinta fortalecido em sua ação edificante e para que a equipe demonstre o máximo de rendimento no trabalho assistencial.

Mesmo o médium sonâmbulo (também chamado de inconsciente), como lembra André Luiz, no referido livo, capítulo 43, “dispõe de recursos para governar os sentidos corpóreos de que o espírito comunicante se utiliza”, contando, para isso, com o auxilio dos mentores espirituais.

Como os demais componentes da reunião, os médiuns psicofônicos, fora dos momentos em que estão trabalhando na psicofonia, têm uma função muito importante, que é a da cooperação mental, auxiliando com a prece e os pensamentos positivos o esclarecedor. Nesse momento, ele, como todos os presentes, devem envolver o comunicante, como se fosse pessoa muito querida e que está necessitando de toda a compreensão e apoio. Este tipo de atitude é fundamental ao bom êxito do esclarecimento dos sofredores desencarnados.

Odilon Fernandes, em Somos Todos Médiuns, capítulo30, alerta:

O médium sem estudo é apenas instrumento, ao passo que o médium esclarecido é coadjuvante dos espíritos no complexo mecanismo do intercâmbio espiritual.

É importante ressaltar que o psicofônico pode colaborar, dando ao dirigente alguma dica sobre o espírito que quer se comunicar, como, por exemplo, se se trata de um espírito encarnado.

Todos estes ensinamentos deixam claro que o médium psicofônico nunca pode ser totalmente passivo durante a psicofonia, e sim atuante, cooperando decisivamente no processo do esclarecimento do desencarnado, daí a importância de estudar sempre e cuidar da reforma íntima.

Umberto Ferreira

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ESPÍRITOS SOFREDORES: SOFRIMENTOS FÍSICOS

O sofrimento dos espíritos é de natureza moral.Entretanto, o espírito não se liberta da influência da matéria logo que chega ao Mundo Espiritual. Durante um tempo mais ou menos longo, dependendo do seu adiantamento, conserva impressões muito fortes da vida material. Se estava doente, continua com as mesmas dores, o mesmo mal-estar. Permanece condicionado à vida material com todas as suas necessidades e sensações.

O esclarecedor deve conduzir o diálogo como se estivesse socorrendo e orientando um encarnado, dizendo-lhe que ele irá receber o tratamento que vai aliviá-lo e, depois, curá-lo definitivamente. Caso ele responda que já fez vários tratamentos sem resultados, o esclarecedor pode afirmar que se trata de tratamento diferente dos outros e, sem dúvida, lhe trará o alívio desejado, porque será feito por equipe especializada.

Inicialmente, poderá sugerir ao espírito que tome o medicamento a ser ministrado pela equipe de médicos e enfermeiros. Os espíritos já têm tudo preparado, porque sabem, com antecedência, das necessidades dos espíritos programados para se comunicarem.

O tempo necessário para a ministração do medicamento e o início dos efeitos pode ser bem curto. É equivalente ao tempo necessário para a ministração do recurso medicamentoso, porquanto os espíritos estão numa dimensão em que a sucessão temporal não é como na Terra. Logo que o comunicante “ingere” o medicamento, o esclarecedor já pode começar a sugestionar a melhora, dizendo-lhe, por exemplo: “O medicamento já está fazendo efeito. Você já está melhorando. A dor já está passando”. Na maioria das vezes, ele confirma a melhora e demonstra muita alegria pelo alívio obtido. Em seguida, o esclarecedor pode convidá-lo a seguir com os membros da equipe para o local adequado à continuidade do tratamento.

Caso o espírito peça alguma explicação sobre a sua situação, o esclarecedor pode dizer-lhe que os demais membros da equipe lhe darão as explicações necessárias.

Em alguns casos, o espírito não acusa qualquer melhora. Insiste que o novo tratamento não adiantou. Isto acontece com espíritos que centralizam a mente na doença. São mais doentes da alma do que do corpo. Nesse caso, o esclarecedor pode explicar-lhes que a sua ajuda é indispensável. Que eles precisam mudar a atitude mental, mentalizando a melhoram ao invés de mentalizar a doença.

Em alguns casos, a queixa principal do espírito é de sede intensa. Nesse caso, o esclarecedor pode começar oferecendo-lhe água para beber. Da mesma forma, os espíritos se encarregam de entregar-lhe a água. Aliviada a sede, o diálogo prosseguirá como no caso acima.

Umberto Ferreira

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ESPÍRITOS SOFREDORES: SOFRIMENTOS MORAIS

A maioria dos espíritos que se comunicam em reuniões mediúnicas é sofredora. E o tipo de sofrimento que os infelicita é de ordem moral, exacerbado pela consciência culpada.

O esclarecedor deve ouvi-lo atentamente, procurando identificar a causa do sofrimento. Em seguida, deve explicar-lhe o que ele pode fazer para amenizar o próprio sofrimento.

É imprescindível falar-lhe acerca da importância da oração e da prática do bem omo recursos para amenizar a sua dor.

É importante explicar-lhe que a autocondenação ou autoflagelação não resolve os seus problemas; ao contrário, agrava-os. O que mais pode ajudá-lo é o esforço para aprender a prática do bem e a oração.

É oportuno falar-lhe acerca da Misericórdia Divina, que dá a todos oportunidade de reparar os erros cometidos, ampara e dá forças aos que se arrependem.

Por fim, é recomendável convidá-lo a acompanhar a equipe numa prece em seu benefício.

Umberto Ferreira

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ESPÍRITOS SOFREDORES ENCARNADOS

O primeiro pensamento que vem à cabeça do esclarecedor é o de que se trata de alguém que já desencarnou e não sabe.

Pode ser, mas pode se tratar de um encarnado que está com doença grave e sem esperança, que é conduzido à reunião mediúnica para ser esclarecido quanto à causa de tanto sofrimento. Isso acontece, com maior frequência, quando o enfermo está com ideia fixa de suicídio. Entendendo as razões do seu sofrimento, pode se resignar e mudar de ideia.

Normalmente o médium psicofônico recebe algum tipo de aviso ou dica de que o espírito que vai se comunicar é encarnado. Antes de dar a passividade, ele deve chamar o dirigente e preveni-lo quanto a esta possibilidade. Alertado, o dirigente ficará muito atento, para conduzir o caso de forma adequada.

Às vezes, o médium psicofônico não percebe nada a este respeito, mas o esclarecedor recebe o alerta intuitivamente, ou poderá desconfiar, a partir das colocações inicias do comunicante. Quando isso ocorrer, é recomendável aguçar a intuição e a observação, para ter certeza. De qualquer modo, é prudente conduzir o diálogo com cuidado, escolhendo os argumentos que atendam às necessidades do espírito, estando o encarnado ou não. Depois de ter certeza, o esclarecedor poderá conduzir o raciocínio no sentido de levar o espírito a se resignar com a prova ou expiação e a levar a sua vida terrena até o fim, sem pretender abreviá-la.

Os espíritos não permitem a presença de espírito encarnado numa reunião mediúnica sem razão justa. Na maioria das vezes, autorizam com o objetivo de mostrar a ele os motivos do seu sofrimento, que estão em existências anteriores. Na reunião mediúnica, será mais fácil para os espíritos superiores reproduzirem cenas do seu passado, para que compreenda que não sofre sem razão justa. Os fluidos dos médiuns facilitam esse tipo de trabalho.

Após retornar ao corpo, o encarnado não se lembra dos detalhes do que viu e ouviu, mas ficam fragmentados de lembranças, como se fosse um sonho, ou então impressões diferentes, uma esperança de melhora da situação e ainda mais confiança.

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ESPÍRITOS DESORIENTADOS

Muitos espíritos não percebem que já desencarnaram. Sentem-se vivos, perambulam pela casa, pelo ambiente de trabalho e tentam conversar com os familiares e outras pessoas sem obter resposta.

O primeiro impulso do esclarecedor é o de dizer ao espírito nesta condição que a confusão se deve à sua desencarnação. Entretanto, esta não é o de dizer ao espírito nesta condição que a confusão se deve à sua desencarnação. Entretanto, esta não é a forma mais adequada de começar. No decorrer do diálogo, o esclarecedor sondará as condições psicológicas do espírito de saber ou não que já desencarnou. Nesse exame, terá a ajuda dos bons espíritos. Muitos desencarnados não têm condições de saber a verdade no momento da comunicação e se desequilibram se ficarem sabendo.

O esclarecedor deverá conduzir a conversação de forma muito natural, dizendo por exemplo:

temos o prazer de conversar com você. Examine com calma o que está acontecendo. Seus familiares e amigos teriam algum motivo para não lhe darem atenção? Você já examinou a atitude deles, procurando sentir o que acontece no íntimo de cada um? Não notou alguma mudança em sua vida? Tudo está como antes? Não sentiu algum mal-estar? Consultou algum médico?

Após esses questionamentos, o esclarecedor deve aguardar o que o espírito vai dizer. Os rumos da conversação dependerão da resposta do espírito. Caso ele diga que estava doente, o esclarecedor poderá sugerir-lhe a continuidade do tratamento e apontar-lhe a continuidade do tratamento e apontar-lhe outra equipe, que, naturalmente, é a espiritual. Em seguida, dizer-lhe que acompanhe os membros da equipe, que aguardam este ponto do diálogo para se aproximar.

Caso o espírito afirme que continua sem entender e sem uma explicação para o que está acontecendo, o esclarecedor poderá convidá-lo a orarem juntos, para que Deus lhe mostre o que está se passando. Muitas vezes, durante a oração, os mentores espirituais, que sabem das condições psicológicas do comunicante, lhe mostram algum fato que o faz compreender que já desencarnou. Mesmo se isto não acontecer, obterá benefícios. Com muita frequência, durante a prece, o espírito costuma se asserenar e sentir sono. Neste caso, o esclarecedor poderá sugerir-lhe que acompanhe alguns membros da equipe (os espíritos), que passarão a cuidar do seu caso, ajudando, a esclarecer a situação.

Caso o espírito responda que parece ter acontecido alguma coisa estranha ou diferente, o esclarecedor poderá perguntar:”O que você acha que foi?”

O espírito poderá perguntar: “Será que eu morri?” Nesse caso, o esclarecedor poderá confirmar, mas, pra evitar qualquer choque para o comunicante, deve tomar o cuidado de dizer que ele não morreu; apenas passou para a vida espiritual, porquanto não existe morte do ser pensante. Ele apenas deixa a vestimenta carnal.

Após as perguntas inicias, caso o espírito permaneça confuso e desejando entender a sua situação, e o esclarecedor, com a ajuda dos mentores, através da intuição, chegue à conclusão de que o desencarnado tem condições de saber que desencarnou, o esclarecedor evitará dizer logo de início; ao contrário, tomará o cuidado de conduzir o raciocínio do espírito. Poderá perguntar-lhe se já pensou na morte algum dia. Qualquer que seja a resposta do espírito, deverá esclarecer que não há morte, apenas passagem para a vida espiritual: que o espírito conserva a sua individualidade, sua inteligência, seus sentimentos, o amor pelos entes queridos, e, por isso, nem sempre percebe a passagem. Durante essas considerações, na maioria das vezes, o espírito acaba concluindo que passou por esse fenômeno, cabendo ao esclarecedor confirmar.

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ESPÍRITOS OBSESSORES

O espírito obsessor costuma permanecer dominado pelo ódio e com a ideia fixa de vingança.O esclarecedor precisa respeitar a sua dor, vendo nele não algoz de hoje, mas a vítima do

passado. Desta forma, será mais fácil compreendê-lo e envolvê-lo com amor.O esclarecedor poderá desenvolver a seguinte afirmação:

Estamos aqui na condição de trabalhadores de Jesus. O mestre ama igualmente as ovelhas do seu rebanho e quer a felicidade de todas. É nossa missão explicar-lhe como as leis de Deus funcionam.Somos espíritos eternos, criados por Deus para sermos felizes, felicidade que conquistamos com o nosso próprio esforço, à medida que formos evoluindo. A evolução se faz através das reencarnações. O espírito não tem só uma vida na Terra. Nele vive muitas vezes e em corpos diferentes.Todos somos espíritos imperfeitos e já erramos muito. Praticamos muitas maldades, muitos crimes. Por isso somos grandes devedores da Justiça Divina. E um dia temos de resgatar os nossos débitos. Se não pagamos na mesma existência, resgatamos em outras.A Justiça Divina é perfeita e não permite que nenhuma criatura sofra sem dever. Foi o que aconteceu com você. Deus permitiu que aquela pessoa lhe fizesse mal, porque você devia. Numa existência passada, você cometeu erro igual ou pior do que o lhe fizeram. Ela foi o instrumento do seu resgate.Não convém a você fazer justiça com as próprias mãos, para não contrair nova dívida. Somente Deus, Jesus e os espíritos superiores podem fazer justiça.Sua situação é melhor do que a dela, porque você já resgatou, enquanto que ela ainda está resgatando.Você poderia estar bem mais feliz, porque o ódio não nos permite ser felizes enquanto estamos dominados por ele.

Caso o espírito permaneça irredutível, dando a impressão de que não compreendeu ou não aceitou a explicação, o esclarecedor pode se valer de um outro recurso, que consiste em mostrar numa tela o mal que praticou no passado e que ocasionou o resgate, já que todas as ações do espírito estão impressas na sua memória profunda. Optando por esse recurso, o esclarecedor deve primeiro sondar o Plano Espiritual, através da intuição, para se certificar de que o método pode ser utilizado no caso. Sem seguida, em prece dirigida a Deus ou a Jesus, pede a permissão para que os espíritos superiores coordenem o processo.

O esclarecedor pode pedir ao comunicante que descrevera o que vê. Caso ele se recuse, poderá utilizar os recursos da intuição para se inteirar dos detalhes que estão sendo mostrados.

O esclarecedor pode pedir a atenção do comunicante para um personagem que aparece em destaque. Nesse momento, os espíritos superiores se encarregarão de colocá-lo em evidência. O esclarecedor pode pedir-lhe que olhe fixamente para aquele personagem, que fixe atentamente os seus olhos. Em seguida, pode sugestionar que recorde. Nesse instante, os espíritos superiores o farão lembrar aqueles acontecimentos de que foi protagonista.

Logo que o comunicante se recorda, o esclarecedor atrai a sua atenção para o diálogo, que terá prosseguimento. Pede a ele que compare o que fez com o que sofreu e pergunta se ainda acha que sofreu imerecidamente.

Aceitando o comunicante ou não a realidade, o esclarecedor encerra o diálogo, deixando- o aos cuidados dos espíritos superiores que sabem para onde conduzi-lo.

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ESPÍRITOS DE SUICIDAS

Os suicidas são espíritos que se manifestam nas piores situações, sobre tudo os que provocam a própria desencarnação de forma consciente e sem atenuantes. O terrível sofrimento que enfrentam, após a morte do corpo físico, os deixa numa condição de franco desequilíbrio. Perdem a noção do tempo. A falta de compreensão da Misericórdia Divina agrava muito o seu sofrimento e os faz perder a esperança de alívio. Por estes motivos, apresentam-se em total desespero.

Na maioria das vezes, o que a equipe de desobsessão pode fazer pelos suicidas é prestar-lhes os primeiros socorros, preparando-os para serem encaminhados a uma instituição de socorro espiritual, onde serão esclarecidos futuramente. Os recursos que podem ser mobilizados em seu favor são a prece, o passe, os medicamentos do Plano Espiritual e o sono.

Inicialmente, o esclarecedor pode recorrer à prece e ao passe. Em seguida poderá dizer ao comunicante que lhe será ministrado um medicamento. Caso ele não demonstre melhora e continue desesperado com a mente fixa na própria situação de sofrimento, o esclarecedor poderá recorrer ao sono, induzindo-o a dormir e esclarecendo que ele despertará mais tarde, num ambiente adequado ao tratamento de que necessita. Poderá explicar-lhe que parte o tratamento será feito durante o sono e, por isso, ele despertará em melhores condições. Para aumentar a sua confiança e fazê-lo entregar-se ao sono sem relutância, é conveniente assegurar-lhe que será um sono tranquilo e reparador.

Os próprios mentores espirituais se encarregarão de induzir-lhe o sono e de encaminhá-lo a uma colônia de tratamento espiritual.

Se o suicida se apresentar mais equilibrado, ou sem melhorar com as primeiras medidas mobilizadas em seu favor, o esclarecimento poderá ser feito como no caso dos espíritos sofredores, de acordo com as necessidades do comunicante.

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ESPÍRITOS COM SEXUALIDADE DESEQUILIBRADA

Entre os espíritos sofredores estão os que não foram capazes de preservar o equilíbrio no campo da sexualidade.

Examinaremos o caso particular das mulheres que seguiram o caminho da prostituição. A sua vida é muito triste, principalmente no final da existência, porquanto a prostituição degrada física e moralmente a pessoa.

No Mundo Espiritual, continuam sofrendo muito, sobretudo por se considerarem condenadas irreversivelmente por Deus. Muitas não se valem sequer dos benefícios da oração por se julgarem indignas de se dirigir a Deus, mesmo que seja através da prece.

Muitos desses espíritos são arrebatados por entidades das sombras, que passam a utilizá-los nos ambientes inferiores a serviço de outros espíritos ainda condicionados às sensações mais grosseiras.

Esses espíritos nutrem grande revolta pela humanidade, sobretudo pelos homens que os empurraram para essa vida ou que os exploraram de forma desumana. Além disso, conservam as marcas psicológicas da degradação moral e da carência de compreensão e amor.

O esclarecedor deve falar-lhes diretamente ao coração, explicando que Deus os ama como a todos os seus filhos e que a ninguém condena. Pelo contrário, da mesma maneira que faz com as outras criaturas, dá a eles a oportunidade de se redimirem através do estudo e do trabalho em benefício do próximo.

Muitos desses espíritos retrucam que não confiam em ninguém. O esclarecedor deve explicar-lhes que o verdadeiro cristão não explora o semelhante em nenhuma circunstância e a todos trata com fraternidade e respeito.

Concluídos estes esclarecimentos, o esclarecedor os convida a orar e, logo após, a seguir para um ambiente espiritual onde iniciarão nova vida de aprendizado e de trabalho no campo do bem.

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ESPÍRITOS ESCARNECEDORES

Frequentemente, espíritos escarnecedores se manifestam na reunião e se valem do escárnio para provocar os componentes do grupo, com o objetivo de irritá-los e desestabilizá-los, comprometendo o trabalho a ser realizado.

Os membros da reunião, especialmente o dirigente ou o esclarecedor encarregado do caso, não devem-se deixar influenciar pelas palavras do comunicante, muito menos se irritar com ele. Ao contrário, devem se colocar acima das suas provocações e cultivar o sentimento de compreensão e indulgência para com ele. Não é conveniente responder às provocações, nem polemizar.

A melhor atitude é ignorar as provocações e tentar melhorar a sintonia com os mentores espirituais, para descobrir as suas necessidades mais íntimas e planejar o que vai dizer-lhe. E, assim que tiver oportunidade, começar a falar-lhe serenamente.

Você foi criado por Deus, como todos nós. E Ele o ama como a todos os seus filhos e não se afasta de nenhuma das suas criaturas. Nós é que nos afastamos pela sintonia com o mal e por deixarmos o caminho do bem, utilizando o livre arbítrio que Ele concede a todos.

Nós estamos aqui em Seu nome e em nome de Jesus, para falar ao seu coração, convidando-o a iniciar um novo aprendizado, numa escola espiritual, sob a orientação de trabalhadores da Seara de Jesus, que lhe esclarecerão as dúvidas e o ensinarão a praticar o bem.

Somos todos irmãos e queremos o seu bem.Aproveite esta oportunidade!

Mesmo que o espírito continue escarnecendo, o esclarecedor deve prosseguir imperturbável e falando com amor. Se não conseguir demovê-lo, pode recorrer à oração e deixá-lo aos cuidados dos bons espíritos, que o encaminharão ao lugar certo.

O comunicante pode ser tocado pelas palavras, sentimento e serenidade do esclarecedor e dos demais membros da reunião, e mudar de atitude; nesse caso, o diálogo pode tomar a direção determinada pelo que o espírito disser.

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ESPÍRITOS QUE NÃO FALAM

Alguns espíritos que passaram por profundas transformações psicológicas provocadas por fortes induções hipnóticas são condicionados a agir como verdadeiros animais. É o caso da zoantropia ou licantropia e outras condições. Nesse estado, os espíritos se convencem de que não dispõem da faculdade de falar. Em alguns casos, nem sequer tentam, como se a mente estivesse completamente bloqueada.

O médium costuma captar os pensamentos do espírito, mas não sente o impulso para falar.Como há silêncio, no início da comunicação, pode haver certa demora no esclarecimento.O médium pode prestar valiosa colaboração com a equipe, informando ao dirigente a

situação do espírito e que esse não se sente em condições de falar.Ao certificar-se de que se trata de espírito nessa situação o esclarecedor pode utilizar, ao

mesmo tempo, o esclarecimento e a sugestão. Pode, por exemplo, dizer-lhe:

Você é um ser humano! Pensa e sente como qualquer pessoa. Não é um animal. Tanto é que entende o que lhe dizemos. Você consegue falar! Imagine-se com a forma humana e tente falar!

Após uma pequena pausa, se o espírito demonstrar esforço para falar ou mesmo começar a falar, o esclarecedor pode prosseguir com o diálogo de acordo com o que o espírito disser. Se, porém, o espírito permanecer calado, o esclarecedor pode explicar que o seu tratamento prosseguirá num ambiente (ou hospital) especializado e que será conduzido pelos companheiros de equipe, no caso, os mensageiros de Deus.

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ESPÍRITOS CONVIDADOS

Frequentemente, algum espírito se manifesta, dizendo que veio a convite dos componentes da reunião, do dirigente em particular, ou de algum espírito.

O dirigente não deve dizer que não foi ele ou membros do grupo que fizeram o convite, porque pode ter sido ele mesmo, em encontro com o espírito durante o sono, uma vez que os encarnados podem participar de atividades no Mundo Espiritual enquanto o corpo repousa.

É preferível agir como se o convite tivesse sido feito realmente.O espírito costuma começar perguntando o motivo do convite, já que ele entende que quem

convidou sabe as razões.O esclarecedor não deve dizer que não sabe. Tal resposta pode assustar ou decepcionar o

comunicante. Por outro lado, o dirigente não precisa preocupar-se com isso, porquanto os objetivos da presença do espírito na reunião são sempre dois: esclarecê-lo acerca das leis que regem a vida dos espíritos e tocar a sua sensibilidade a fim de despertá-lo para o bem. O esclarecedor pode dizer-lhe, portanto, que a finalidade do encontro naquele momento e naquele ambiente é a de explicar-lhe, de forma mais adequada, como funcionam as leis de Deus que nos governam a vida. Em suas explicações, deve dar ênfase à evolução, reencarnação e lei de causa e efeito.

Durante a sua exposição, o esclarecedor deve fazer pequenas pausas para permitir que o comunicante faça alguma pergunta ou se refira à sua situação. Se o fizer, o esclarecedor pode mudar o rumo da conversação no sentido de atender às reais necessidades do espírito.

Se nada disser, e se o esclarecedor não tiver qualquer intuição das reais necessidades do comunicante, deve prosseguir com o esclarecimento até completar o raciocínio, recorrendo, em seguida, à prece, para tentar tocar a sua sensibilidade e despertá-lo par as realidades da vida espiritual.

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ESPÍRITOS QUE SE COMPRAZEM NO MAL

Entre os espíritos que se manifestam nas reuniões, há aqueles pouco adiantados moralmente e que se comprazem no mal.

Por serem muitos imperfeitos, afinizam-se com as coisas materiais e as sensações mais grosseiras e rejeitam os valores morais, as coisas mais elevadas e os ambientes onde se encontram os bons espíritos. Também não se dispõem a renunciar aos prazeres inferiores, para cuidar da própria evolução, e não se sentem nenhuma satisfação com a prática do bem.

O esclarecedor deve conduzir o diálogo com o objetivo de lançar algumas ideias na sua mente, argumentando que nenhum espírito é eternamente mau e que todos um dia sentirão desejo de mudar os rumos de sua vida, passando a se conduzir de acordo com as leis de Deus. Vivendo afastado destas leis, poderão obter satisfações, mas nunca a felicidade real.

Mesmo sentindo prazer em permanecer na faixa vibratória em que se encontram, se pensarem no seu futuro, o melhor que podem fazer é renunciar ao mal e trilhar o caminho do bem.

O esclarecedor não pode esperar resultados altamente positivos no diálogo com essa categoria de espíritos. Deve permanecer atento para não prolongar muito a argumentação e interrompê-la tão logo perceba que não está surtindo resultados. Quando isso acontece, o melhor que pode fazer é orar por eles e deixá-los aos cuidados dos mentores espirituais.

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ESPÍRITOS QUE SE JULGAM DONOS DE PROPRIEDADES

Há espíritos que foram muito apegados a propriedades e bens materiais quando encarnados.De um modo geral, foram homens que não cultivaram qualquer atividade religiosa.

Passaram a vida lutando pela aquisição de bens materiais e propriedades e pela sua preservação e não acharam tempo para cultivar outros valores.

Quase sempre, não percebem o momento da desencarnação e permanece, com a mente totalmente centralizada na vida material que levaram.

Permanecem em suas propriedades, sofrendo por familiares ou sendo invadidas por pessoas estranhas.

O esclarecedor deve explicar-lhes que os bens da Terra são empréstimos que Deus faz aos homens e que passam para outras mãos, quando desencarnam. Ninguém deve apegar-se os bens da Terra. Ao contrário, precisam aprender a valorizar os bens espirituais, porque esses o espírito leva consigo quando volta para o Mundo Espiritual.

O melhor para eles é esquecer os bens materiais e se integrar na Vida Espiritual. Caso contrário, prolongarão os próprios sofrimentos, sem benefício para eles, nem para os seus entes que ficaram na Terra.

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ESPÍRITOS QUE RESISTEM A REENCARNAR

Esses espíritos costumam resistir a reencarnar por não quererem perder a liberdade que gozam como espíritos, por medo do sofrimento, ou por receio de fracassar na nova experiência na Terra.

Os mentores espirituais os trazem às reuniões mediúnicas para receberem estímulos dos encarnados, cujas sugestões eles podem aceitar, por partir de quem está conseguindo resistir às tentações da vida material.

Os encarnados que conseguem manter o equilíbrio se encontram numa situação favorável ao diálogo capaz de encorajá-los a enfrentar uma nova existência na Terra.

O esclarecedor deve enfatizar o argumento de que a reencarnação é o único caminho para o efetivo progresso do espírito. É através das lutas e dificuldades da existência que o espírito desenvolve a inteligência e as qualidades morais. No Mundo Espiritual, ele pode progredir, mas necessita da experiência na carne para demonstrar que assimilou as lições e para sedimentá-las definitivamente.

O esclarecedor deve procurar mostrar-lhes que têm grande chance de sem bem-sucedido, desde que se preparem bem no Mundo Espiritual e procurem praticar os ensinamentos evangélicos, porque, assim agindo, terão muita proteção conta as quedas e poderão aceitar melhor as orientações no sentido de seguir o caminho do bem.

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ESPÍRITOS QUE SÃO CATÓLICOS OU EVANGÉLICOS

Muitos católicos e evangélicos consolidam suas convicções da existência de inferno, céu, e juízo final e se julgam eleitos de Deus. Por isso desencarnam convictos de que irão diretamente para o céu.

Muitos desses espíritos ficam revoltados no Mundo Espiritual, porque não encontram o céu como esperavam ou por não terem sido recebidos pessoalmente por Jesus.

Não é conveniente dizer-lhes que estão num centro espírita, para não chocá-los. É preferível explicar-lhes que a conquista do Reino de Deus depende essencialmente da prática do bem e que eles poderão receber esclarecimentos mais detalhados com os padres (se católicos) ou com os pastores (se evangélicos). Os espíritos organizam ambientes adequados para o estudo dos textos evangélicos com a visão mais ampla, porém agem com cautela, para não chorar os que desencarnaram fiéis às orientações que receberam em suas igrejas.

Das equipes de espíritos que trabalham nas casas espíritas participam ex-padres e ex-pastores que estão preparados para dar as explicações de que os espíritos necessitam, revelando a verdade de forma gradativa e sem chocá-los.

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ESPÍRITOS QUE NÃO ACEITAM O CRISTIANISMO OU QUE NÃO ACREDITAM EM DEUS

Alguns espíritos que se comunicam nas reuniões foram espiritualistas, mas não cristãos, na última encarnação. No Mundo Espiritual, conservam as suas convicções e alguns continuam rejeitando o Cristianismo. O esclarecedor deve respeitar-lhes os pontos de vista, evitando referir-se ao Cristianismo como o único ou o melhor caminho que leva criatura a Deus. É preferível referir-se a Deus e às suas leis, sem particularizar esta ou aquela religião.

Muitos espíritos que foram incrédulos quando encarnados continuam ateus no Mundo Espiritual. A tentativa de convencê-los com dez a quinze minutos de argumentação não costuma ser bem-sucedida. Melhores resultados podem ser obtidos com o esforço par convencê-los a participar de estudos mais aprofundados sobre a questão, no Plano Espiritual, argumentando-se que, se não se pode pretender que eles se deixem convencer com alguns minutos de debate, também não podem eles esperar que adquiram nova convicção sobre o assunto sem estudo e pesquisa. É importante explicar-lhes que nossa crença firme não surgiu por acaso, mas sim de longos anos de estudo, observação, meditação e desenvolvimento da sensibilidade espiritual.

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ESPÍRITOS QUE PENSAM QUE ESTÃO AJUDANDO

Alguns espíritos se aproximam de encarnados, com quem se afinizam ou com os quais tiveram algum tipo de ligação na última existência ou nas anteriores, com o objetivo de ajudar.

Como ainda são portadores de desequilíbrios, ou não sabem como ajudar, se transformam em instrumentos de perturbação.

O esclarecedor deve explicar-lhes que, mesmo sem o querer, eles influenciam os encarnados, interferindo em seus pensamentos e, ás vezes, causando-lhes perturbações. Em virtude disso, se desejam auxiliar os encarnados, devem, antes de mais nada, aprender a ajudar, sem causar-lhes transtornos. Devem, portanto, recorrer ás escolas espirituais, onde poderão se preparar adequadamente para essas tarefas.

Alguns espíritos se recusam a separar-se do encarnado a quem estão intimamente ligados, por sentirem-se bem em sua presença ou por julgarem que o encarnado lhes pertence devido a compromissos estabelecidos no passado.

Nesse caso, eles costumam aceitar a separação parcial, diária, para os treinamentos. Mais tarde, com os esclarecimentos que vão recebendo, eles compreendem a necessidade de uma separação mais demorada.

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ESPÍRITOSEM SONO PROLONGADO

Há espíritos que se manifestam protestando contra quem ameaça atrapalhar o seu sona e exigem que os deixem dormir.

Estão nesse estado por verdadeira viciação mental, para fugir de dramas que provocaram ou, quando seguiram doutrinas que aceitam a Bíblia ao pé da letra, para aguardar o juízo final. Estes últimos fazem uso de recursos de auto-sugestão para permanecer dormindo, por entender que devem permanecer nesse estado até o momento do juízo.

Se o esclarecedor pode recorrer ao recurso o sono, em muitos casos, aqui deve agir ao contrário. Nos dois primeiros casos, deve esclarecer que o sono em excesso é doença e requer tratamento, razão porque serão levados a um ambiente hospitalar onde receberão o tratamento adequado. Devem, pois, colaborar, desde aquele momento, esforçando-se para não se entregar ao sono. Em seguida, pode pedir-lhes que sigam com os companheiros de equipe que estão encarregados de levá-los para o referido hospital.

Os espíritos que estão aguardando o juízo devem receber tratamento diferente. Como essas são convicções inabaláveis, o que costuma dar melhores resultados é pedir-lhes que ouçam primeiro os esclarecimentos que os pastores evangélicos têm a dar-lhes. De um modo geral, eles aceita. Então o esclarecedor roga a Jesus que envie tais trabalhadores e pede aos espíritos que os acompanhe.

Umberto Ferreira

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Esclarecendo os Desencarnados.

REFERÊNCIA BOBLIOGRÁFICAS

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 56 ed., FEB.KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. 32 ed., FEB.LUIZ, André. Desobsessão:Psicografia de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira. 2 ed,. FEB.LUIZ, André. Nos domínios da Mediunidade: Psicografia de Francisco Cândido Xavier. 3 ed., FEB.VÍTOR, Efigênio S. Instruções Psicofônicas: Psicografia de Francisco Cândido Xavier. 2 ed., FEB.EMMANUEL, Emmanuel: Psicografia de Francisco Cândido Xavier. 9 ed., FEB.CAMPOS, Humberto de. Boa Nova: Psicografia de Francisco Cândido Xavier. 11 ed.,FEB.MIRANDA, Manoel Philomeno de. Loucura e Obsessão: Psicografia de Divaldo Pereira Franco. 2 ed., FEB.FERNANDES, Odilon. Somos Todos Médiuns: Psicografia de Carlos A. Baccelli, 1 ed., Casa Editora Espírita Pierre Paul Didier.SOARES, Sílvio Brito. Vida e Obra de Bezerra de Menezes. 3 ed., FEB.

Umberto Ferreira