escherichia coli uropatogênica (upec) oriunda da ... de mendona... · orientanda: adriana de...

101
CENTRO UNIVERSITÁRIO DO MARANHÃO- UNICEUMA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO PESQUISA E EXTENSÃO MESTRADO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA Caracterização de fatores de virulência e do perfil de resistência antimicrobiana de Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da comunidade de São Luís-MA Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA 2011

Upload: dinhkhanh

Post on 14-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO MARANHÃO- UNICEUMA

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO PESQUISA E EXTENSÃO

MESTRADO EM BIOLOGIA PARASITÁRIA

Caracterização de fatores de virulência e do

perfil de resistência antimicrobiana de

Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda

da comunidade de São Luís-MA

Orientanda: Adriana de Mendonça Marques

Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo

São Luís-MA

2011

Page 2: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

Adriana de Mendonça Marques

Caracterização de fatores de virulência e do

perfil de resistência antimicrobiana de

Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda

da comunidade de São Luís-MA

São Luís-MA

2011

Dissertação apresentada ao Mestrado em Biologia

Parasitária do Centro Universitário do Maranhão

(Uniceuma) para obtenção de Título de Mestre em Biologia

Parasitária.

Orientação:Profª Drª Patrícia de Maria Silva Figueiredo

Page 3: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

Adriana de Mendonça Marques

Caracterização de fatores de virulência e do perfil de resistência

antimicrobiana de Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda

da comunidade de São Luís-MA

Data da Defesa: 13 de dezembro de 2011. Resultado:_________________________

BANCA EXAMINADORA

Profª.Drª.Patrícia de Maria Silva Figueiredo (orientadora) Profª.Drª.Cristina de Andrade Monteiro

Profª.Drª.Priscila Soares Sabadini

Profª.Drª Rosimary de Jesus Gomes Turri

Prof.Dr. Silvio Gomes Monteiro (Suplente)

São Luís-MA

2011

Dissertação apresentada ao Mestrado em Biologia Parasitária

do Centro Universitário do Maranhão (Uniceuma) para obtenção

de Título de Mestre em Biologia Parasitária.

Page 4: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

Dedico este trabalho à minha família,

especialmente ao meu marido, Marcelo, que esteve

presente em todos os momentos.

Page 5: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

Agradecimentos Ao meu marido Marcelo, pela compreensão, carinho e por todo o incentivo, por

ser meu porto seguro, a minha alegria em tempos difíceis;

À minha família, minha mãe Audelita, pelo direcionamento e ensino, um

exemplo de mulher, sempre minha “Pãe”, (in memorian) ao meu pai Afonso,

pois acredito que ele sempre sonhou acompanhar toda a nossa jornada, à

minha irmã Andreia Fernanda e meu irmão Wesllem por toda força ao longo

desses alguns anos;

À minha orientadora, prof. Dr. Patrícia Figueiredo pela orientação, assim como

a amizade pela e por ter acreditado no meu trabalho;

A todos os amigos do laboratório: Monique, que ajudou neste trabalho

arduamente, muito obrigado pelo auxílio, além de sua amizade que quero

manter (ADMO), as minhas amigas Alicia, Francyelle, Márcia Boor, aprendi

muito do lado de vocês, as admiro muito e a todos do laboratório que

contribuíram para a realização deste trabalho: Andrea, Jacqueline, Carliane,

Joana, Thiago Brito, Thiago Ferro, Débora, Reutone (in memorian), Jorge, às

meninas fungos: Patricia Valéria, Dália, Fernanda, Iven. Ao Diogo por todas as

soluções disponibilizadas e por está sempre disposto a ajudar;

Agradeço ao Uniceuma ;

Aos professores do Mestrado;

Aos meus amigos da segunda turma do Mestrado: Roxana, Ione, Suzane,

Inácio, Viviane e Kênia; aos de outras turmas: Francisca, Ronny, Brighity.

À Fapema pelo auxílio financeiro nesses anos de Mestrado.

Page 6: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.”

Albert Einstein

Page 7: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

Resumo

A infecção sintomática do trato urinário situa-se entre as mais frequentes infecções

bacterianas, onde Escherichia coli é a causa mais frequente deste tipo infecção. A severidade

da infecção depende da virulência da bactéria. A utilização da terapia empírica inapropriada é

encontrada como sendo a causa de problemas mais graves em pacientes com bacteremia

oriunda do trato urinário, sendo que a avaliação dos fatores de virulência e resistência, assim

como testes de sensibilidade a antimicrobianos são importantes para iniciar tratamentos.

Objetivou-se neste trabalho avaliar a presença de diferentes fatores de virulência em 160

isolados de E. coli uropatogênicas e analisar o perfil de suscetibilidade a antimicrobianos. As

amostras foram avaliadas quanto sua capacidade de adesão com testes para análise da

produção de fímbrias curli e do tipo 1, tipo P e S, hidrofobiciade, formação de biofilme e a

capacidade de adesão das cepas a materiais inertes, análise da adesão em células Vero e

Hep-2. Quanto à atividade tóxica com análise da atividade hemolítica e produção de enzimas,

assim como realização de testes de citotoxicidade em células Vero. Caracterizou-se a

resistência a antimicrobianos e a existência de amostras produtoras de beta-lactamases. Em

relação às fimbrias 80,62% dos isolados apresentaram fímbrias curli e 31,35% fimbrias tipo 1.

Através de PCR encontrou-se 43,75% das amostras positivas para fimbrias tipo P e S. A

grande parte das amostras, 90,62% ,apresentaram hidrofobicidade. Para detecção do biofilme

obteve-se 53,75% positivas em vermelho congo e em espectrofotômetro a positividade foi de

86%. Quanto à atividade hemolítica, 38,75% apresentaram-se positivas para o sangue humano

do tipo A, 28% para o tipo B, 37,72% para o tipo O, 38,75% para sangue de carneiro e 30,37%

sangue de cavalo. Observou-se maior atividade no sangue humano do tipo A, O e carneiro.

Nos testes para detecção de atividade enzimática, observou-se 75 (46,83%) das amostras

apresentaram atividade proteolítica, 67 (41,87%) produziram fosfolipases e 3(1,87%)

gelatinases. Os antibióticos mais eficazes contra a E. coli uropatogênicas durante a análise

foram gentamicina com 96,25% e nitrofurantoína 88,75%. Entre as 160 amostras analisadas

quanto à produção da enzima ESBL, 26 (16,25%) amostras foram positivas para esta enzima

através do teste fenotípico aplicado, enquanto que pela técnica de PCR encontrou-se 104

(65%) do isolados produtores de β-lactamases de amplo espectro. Dentre estes, os mais

predominantes foram bla

TEM, sendo encontrado em 48,87% dos isolados e bla

CTX com

13,75%. Todas as amostras apresentaram ao menos um fator de virulência analisado, assim o

conjunto dos dados obtidos traz uma contribuição para o esclarecimento dos aspectos

biológicos destes uropatógenos circulantes na comunidade, o que é relevante, considerando a

limitação destas informações em nosso meio.

Palavras-chave: Escherichia coli;virulência; resistência.

Page 8: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

Abstract

A symptomatic urinary tract infection (UTI) is among the most frequent bacterial

infections of humans. The severity of infection depends on the virulence of the infecting

bacteria. The use of inappropriate therapy is found to be the cause of most serious

problems in patients with the evaluation of virulence factors and resistance as well as

antimicrobial susceptibility testing to guide a new therapeutic approach. Thus, this

study aimed to evaluate the presence of virulence factors in strains in 160 isolates of

uropathogenic and analyze the profile of antimicrobial resistance. The samples were

evaluated for their ability to adhere with analysis of production of curli, type 1, type P

and S fimbriae , tests to evaluate hydrophobicity and and adhesion ability of the strains

to inert materials, analysis of membership in Vero and Hep2 cells. As for the toxic

activity with analysis of hemolytic activity and production of enzymes, as well as

cytotoxicity testing of Vero cell. We evaluated the antimicrobial resistance and

performed the PCR with the genes of extended-spectrum beta-lactamases (ESBL). In

relation to the fimbriae, 80.62% of the isolates showed curli and 31.35% type 1.

Through PCR we have found that 43.75% of the samples were positive for fimbriae

type P and S. A large part of the samples, 90.62%, showed hydrophobicity. To detect

biofilm, 53.75% were positive in congo red agar (CRA), while in the spectrophotometer

positivity was 86%. About the hemolytic activity, 38.75% were positive for human

blood type A, 28% blood type B, 37.72% type O, 38.75% for sheep blood and 30.37%

for horse blood. In tests for detecting enzymatic activity: protease, gelatinase and

phospholipase, 46.83% of the samples showed proteolytic activity, 41.87% produced

phospholipase and 1.87% gelatinase. The antibiotics most effective against

uropathogenic E. coli during analysis were gentamicin (96.25%) and nitrofurantoin

(88.75%). Among the 160 samples analyzed for enzyme production ESBL, 26

(16.25%) samples were positive for this enzyme by testing phenotypic applied,

whereas the PCR was found 104 (65%) of the isolated producing β broad-spectrum-

lactamases. Among these, the most prevalent were blaTEM being found in 48.87% of

isolates with blaCTX and 13.75%. All the data obtained gives a contribution to the

elucidation of the biological aspects of these uropathogens circulating in the

community, which is relevant, considering the limitations of this information in our

midst.

Keywords: Escherichia coli, virulence, resistance.

Page 9: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

Lista de Ilustrações Figura 1: Identificação de fímbria curli, amostras em Meio Luria Bertani (LB), identificação de fímbria curli ...............................................................................

40

Figura 2: Padrão de amplificação para a PCR multiplex para os genes papC,sfa,afa e hly.Eletroforese em gel de agarose a 2%.LinhaM:marcador de DNA ladder de 100pb.Linhas 1,3,5,7,10,12,13,14:Produtos de amplificação dos genes papC (328pb) e sfa(410 pb).Linhas :2,4,6,8,9,11 e 15:Foram negativas ................................................................................................ ..........

41

Figura 3: Teste CRA, as colônias negras ou enegrecidas são produtoras de biofilme e a colônia vermelha é não produtora .................................................

42

Figura 4: Padrão de adesão agregativa (AA) sobre células da linhagem Vero ............................................................................................................................

44

Figura 5: Gráfico da atividade hemolítica de isolados de E. coli por tipo de sangue. Q=14.74, p=0.005. ¹²³ Números diferentes significam p<0.05 ................................................................................................................... ..........

45

Figura 6. Gráfico da atividade hemolítica de isolados de E. coli em sangue puro e com quelantes e cloreto de cálcio. Q=13.27, p=0.004. ¹²³ - Números diferentes significam p<0.05 ...............................................................................

46

Figura 7: Estirpe com fenótipo positivo para produção de β-lactamases de amplo espectro. AH- Ampliação do halo; AMC-amoxicilina+ácido clavulânico;CRO- ceftriaxona;CTX-cefotaxima;FEP-cefepime;ATM-aztreonam ..............................................................................................................................

48

Figura 8: Detecção dos genes blaCTX, blaTEM e blaSHV por PCR multiplex. Visualização em gel de agarose a 2,5%.Canaletas M=marcador de peso molecular (ladder de 50pb); 1=K. pneumoniae ATCC 700603 (controle positivo); 2=cepa nº2 ; 3= cepa nº8; 4= cepa nº 19; 5= cepa nº22; 6= cepa nº22; 6= cepa nº33;7=cepa nº36 ....................................................................................................................... .......

49

i

Page 10: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

Lista de Tabelas Tabela 1: Sequência de base, tamanhos previstos dos produtos amplificados dos primes utilizados na PCR) ................................................

33

Tabela 2: Antibióticos usados e o respectivo halo de inibição (CLSI,2011) .........................................................................................................................

37

Tabela 3: Sequência de base,tamanhos previstos dos produtos amplificados e a localização dos oligonucletídeos dos primers na PCR ........................................................................................... ...........................

39

Tabela 4: Resultado do teste LB para fímbria curli das amostras de E.coli uropatogênicas .............................................................................................

40

Tabela 5: Aderência bacteriana em testes espectrofotométrico ..................... 43

Tabela 6: Distrubuição dos testes de fatores de virulência para adesão testados, em comparação a formação do biofilme ..........................................

43

Tabela 7 : Atividade enzimática das amostras de E.coli uropatogênicas .......................................................................................................................

46

Tabela 8: Perfil de resistência das cepas de E.coli isoladas de infecção urinária ............................................................................................................

47

ii

Page 11: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

Lista de abreviaturas

afa gene que codifica para a adesina Afa

BHI Infusão de cérebro e coração

CLSI Instituto de Padrão Clínico e Laboratorial.

CRA Ágar Vermelho Congo

dNTP desoxinucleotídeo trifosfato

EDDA Etileno-di (o-hidroxifenol) ácido acético

EDTA Etilenodiamina-tetra ácido acético

ESBL beta-lactamase espectro estendido

Hep-2 Células de carcinoma de laringe humana

hly gene que codifica para a proteína hemolisina

ITU infecção do trato urinário

MEM Meio mínimo essencial de Eagle

MHC Complexo Principal de Histocompatibildade

pap pilus associado a pielonefrite

PB pares de base

PCR Polymerase Chain Reaction (Reação em cadeia da polimerase)

sfa gene que codifica para a adesina fimbrial S

TBE tampão tris/ borato/ EDTA

Tris Tris (hidroximetil) aminometano

UPEC Escherichia coli uropatogênica

Vero célula de rim de macaco verde africano

iii

Page 12: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

Sumário

LISTA DE ILUSTRAÇÕES........................................................................................................................ i

LISTA DE TABELAS................................................................................................................................. ii

LISTA DE ABREVIATURAS ..................................................................................................................... iii

1.INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 14

2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................................... 16

2.1 Escherichia coli .................................................................................................................................. 16

2.2 E. coli uropatogênicas ........................................................................................................................ 17

2.3 Fatores de virulência .......................................................................................................................... 18

2.3.1 Adesinas associadas a ITU ............................................................................................................. 19

2.3.2 Fimbria curli .................................................................................................................................... 20

2.3.3 Fímbria tipo 1 ................................................................................................................................. 20

2.3.4 Fímbria tipo P ................................................................................................................................. 21

2.3.5 Fimbria tipo S ................................................................................................................................. 22

2.3.6 Adesina afimbrial ............................................................................................................................. 22

2.3.7 Hidrofobicidade ................................................................................................................................ 22

2.3.8 Biofilme ............................................................................................................................................ 23

2.4 Toxinas ............................................................................................................................................... 24

2.4.1 Hemolisinas ..................................................................................................................................... 24

2.5 Enzimas .............................................................................................................................................. 26

2.5.1 Gelatinase ....................................................................................................................................... 26

2.5.2 Fosfolipase ...................................................................................................................................... 26

2.6 Resistência a antimicrobianos ............................................................................................................ 27

2.7 Beta-lactamases de espectro estendido ............................................................................................ 28

3. OBJETIVOS ......................................................................................................................................... 30

3.1- Objetivo Geral .................................................................................................................................. 30

3.2- Objetivos Específicos ........................................................................................................................ 30

4- MATERIAL E MÉTODOS ..................................................................................................................... 31

4.1 Local de Realização do Trabalho ....................................................................................................... 31

Page 13: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

4.2 Aspectos Éticos .................................................................................................................................. 31

4.3- Testes Utilizados para Pesquisa de Fatores de Virulência em E.coli. .............................................. 31

4.3.1- Detecção de fímbrias tipo curli e tipo 1........................................................................................... 31

4.3.2 Extração do DNA dos isolados ........................................................................................................ 32

4.3.3 Detecção de sequencias de pap,sfa e afa por PCR multiplex ........................................................ 32

4.3.4- Determinação da hidrofobicidade celular ....................................................................................... 33

4.3.5- Detecção de Biofilme...................................................................................................................... 33

4.3.6- Adesão em Células ........................................................................................................................ 34

4.3.7- Detecção da atividade citotóxica .................................................................................................... 35

4.3.8- Produção de Hemolisina em Meio Sólido ...................................................................................... 35

4.3.9- Produção de Hemolisina na presença de agentes quelantes e soluções de íons ....................... 35

4.3.10- Detecção de sequencia de hlyA por PCR .................................................................................... 35

4.3.11- Teste da Atividade Enzimática ..................................................................................................... 36

Proteases ................................................................................................................................................. 36

Fosfolipase ............................................................................................................................................... 36

Gelatinase ................................................................................................................................................ 36

4.4 - Teste de Sensibilidade ..................................................................................................................... 37

4.5- Detecção fenotípica das cepas produtoras de ESBLs por disco aproximação. ................................ 38

4.6- Detecção molecular das cepas produtoras de ESBLs pela técnica de PCR..................................... 38

4.7-Análises Estatísticas .......................................................................................................................... 39

5. RESULTADOS ..................................................................................................................................... 40

6. DISCUSSÃO ...................................................................................................................................... 50

7- CONCLUSÃO ....................................................................................................................................... 56

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 58

ANEXOS ................................................................................................................................................... 70

APÊNDICES ............................................................................................................................................. 77

Page 14: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

14

1 INTRODUÇÃO

Infecção do trato urinário (ITU) é uma das principais causas de consulta

médica, ficando atrás somente das infecções respiratórias (ANDREU et al., 2005), sendo

definida como a invasão microbiana de qualquer órgão do trato urinário, desde a

uretra até os rins (MARANGONI; MOREIRA, 1994). É classificada em quatro grandes

grupos: uretrites, cistites, síndrome uretral aguda e pielonefrites.

O trato urinário pode ser invadido por uma grande diversidade de organismos

como bactérias, vírus e fungos (CORREA; CANALANI; MATHEUS, 2003) sendo a maioria

das ITUs causadas por bactérias gram-negativas, onde a Escherichia coli é o

invasor mais comum isolado em cerca de 70 a 90% das infecções urinárias agudas

de origem bacteriana (SATO et al., 2005), sendo a causa mais frequente deste tipo

infecção.

A severidade da infecção depende da virulência da bactéria infectante e da

suscetibilidade do hospedeiro. E.coli causadora de ITUs (UPEC) diferenciam-se das

comensais devido aos fatores de virulência, que incluem adesinas, toxinas, cápsula,

resistência sérica e sistema de captação de ferro (JANKE et al., 2001; OELSCHLAEGER et

al., 2002).

Os fatores de virulência podem permitir a colonização das superfícies da

mucosa, a lesão e invasão dos tecidos, superação dos mecanismos de defesa e

incitação da resposta inflamatória, podendo ser utilizado pelo micro-organismo em

diferentes combinações, com diferentes caminhos moleculares, sendo que em

alguns casos e possível fazer a diferenciação destes organismos através dos

sintomas da doença (KAPER et al., 2004). A habilidade da E.coli em ser patogênica é

devido a expressão de seus fatores de virulência e seus genes estão localizados em

cromossomo e/ou plasmídeos, alguns estão mais envolvidos com a colonização,

como as adesinas e outros com as lesões ao hospedeiro como as toxinas (BABAI et

al., 1997).

Linhagens de E.coli produzem adesinas, chamadas de pili ou fímbria,

estruturas presentes no envelope celular, que permitem essas bactérias iniciar com

sucesso as infecções. Os receptores para adesinas são produzidos por células

epiteliais, eritrócitos e pelo glicocálix urinário. Especificamente estas adesinas

Page 15: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

15

podem se ligar à componentes da matriz extracelular como fibronectina, laminina ou

colágeno (GARCIA ; LÊ BOUGUÉNEC, 1996).

E.coli pode ser encontrada em diferentes nichos ecológicos e em diversas

situações de estresse devido ao uso de antibióticos, o que lhe proporciona a

aquisição e disseminação de genes que lhes conferem a resistência a esses

agentes (SÁENZ, 2004). Dentre os mais variados mecanismos de resistência aos

antibióticos, destaca-se a produção de β-lactamases de espectro estendido (ESBLs),

designadas como enzimas que apresentam a capacidade de hidrolisar e inativar

uma grande variedade de antibióticos do grupo β-lactâmicos, incluindo

cefalosporinas de terceira geração, penicilinas e aztreonam (NATHISUWAN; BURGESS;

LEWIS, 2001). Vale ressaltar que, os antibióticos β-lactâmicos constituem o tipo de

tratamento mais comum para infecções bacterianas (KOTRA; SAMAMA; MOBASHERY,

2002) como no caso da ITU em que a maioria das cepas produtoras de ESBL são

E.coli, Klebsiella pneumoniae e Klebsiella oxytoca (NATHISUWAN; BURGESS ; LEWIS,

2001).

As enzimas β-lactamases de espectro estendido são resultantes da mutação

das enzimas temoniera, TEM-1, TEM-2 e sulfidril variável 1(SHV-1) que conferem

aos micro-organismos alto nível de resistência para penicilinas e baixa resistência às

cefalosporinas, no entanto com a vasta utilização destes medicamentos, assim como

a do utilização de aztreonam têm causado mutações destas enzimas, contribuindo

para surgimento de novas ESBLs (NATHISUWAN; BURGESS; LEWIS, 2001)

As ESBLs medeiam resistência à cefotaxima, ceftazidima e outras

cefalosporinas de amplo espectro e aos monobactâmicos (tais como o aztreonam),

contudo, não apresentam nenhuma atividade detectável contra cefamicinas e

imipenem. Devido à sua ação sobre uma grande gama de substratos, essas

enzimas receberam a denominação de espectro estendido (SIROT, 1995).

O modelo de resistência dos patógenos causadores de infecções urinárias,

frente aos agentes antimicrobianos comuns está em constante mudança e isso deve

ser levado em consideração na escolha da estratégia para o tratamento (KHAN;

AHMED, 2001). Muitos casos de ITU em hospitais são inicialmente tratados

empiricamente baseados somente na frequência de patógenos, na taxa de

Page 16: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

16

resistência antimicrobiana local e na severidade da doença, sem levar em

consideração fatores de virulência do patógeno. A utilização da terapia empírica

inapropriada foi encontrada como sendo a causa de mortalidade em pacientes com

bacteremia originada no trato urinário (BISHARA et al., 1997).

A compreensão dos diversos fatores de virulência que influenciam as ITUs,

bem como o comportamento diante de antimicrobianos são de suma importância

para a escolha da estratégia terapêutica e acompanhamento clínico. A utilização

indiscriminada de antimicrobianos para o controle de doenças de trato urinário tem

auxiliado a seleção de bactérias com mecanismos de resistência e possivelmente no

crescimento de cepas mais virulentas, sendo que a avaliação de fatores de

virulência e resistência, assim como o monitoramento da ocorrência de cepas de

UPEC produtoras de ESBLs contribuirá para delinear a amplitude do problema, para

definir opções de tratamento e elencar medidas adequadas para uma nova conduta

terapêutica.

2 REFERÊNCIAL TEÓRICO

2.1 Escherichia coli

A bactéria gram-negativa E. coli foi assim denominada em homenagem a

Theodor Von Escheich, que a descreveu em 1885. Originalmente era denominada

Bacillus coli commune, sendo que ao longo do tempo recebeu vários outros nomes

até chegar ao atual (PELCZAR; CHAN; KRIEG, 1997). Era conhecida apenas como um

bacilo gram-negativo residente do trato intestinal de pessoas sadias. No entanto, foi

reconhecida como causadora de doença após um surto de diarréia em recém-

nascidos em 1940 (BRAY, 1945).

É uma bactéria anaeróbia facultativa da família Enterobacteriaceae que habita

o cólon intestinal desempenhando um papel fundamental na fisiologia e manutenção

da microbiota deste local (DRASAR; HILL, 1974), protegendo o intestino contra

infecções, simultaneamente com outras bactérias comensais, devido a sua

competição com outras bactérias patogênicas intestinais.

Apesar de ser predominantemente comensal, E.coli está comumente

envolvida em uma grande quantidade de toxinfecções alimentares, infecções extra-

Page 17: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

17

intestinais,tais como infecções abdominais e do trato urinário, meningite e, no caso

de atingir a corrente sanguínea pode provocar sepse (GUERRA et al., 2003; COSTA,

2006). As estirpes patogênicas de E.coli apresentam comumente uma série de

fatores de virulência que, usualmente, não são encontrados em bactérias comensais

(SÁENZ, 2004).

2.2 E. coli uropatogênicas

Em virtude de suas habilidades de colonizar, persistir e induzir inflamação do

trato urinário cepas de E.coli são selecionadas da flora fecal tornado-se

uropatogênicas. A infecção do trato urinário (ITU) é a forma mais comum de infecção

extra-intestinal causada por E.coli, que é o principal agente desta infecção, sendo

também uma das fontes mais comuns de bacteremia em indivíduos hospitalizados

(PIRES et al, 2007).

UPEC é o agente causador de 70 a 95% das ITUs comunitárias e de 50% dos

casos de ITUs nosocomiais, sendo que a maior parte destas infecções se

desenvolvem em uma rota ascendente (MULVEY, 2002).

As infecções do trato urinário representam um problema significativo na área

da saúde mundial, ocorrendo em pacientes com o trato urinário anatomicamente e

funcionalmente normal envolvendo a ascensão da bactéria da uretra até a bexiga e

em alguns pacientes pode subir até o rim (FOWLER JR; STAMEY, 1977).

As ITUs ocorrem em homens e mulheres das mais variadas idades, porém os

grupos mais acometidos são os recém-nascidos do sexo masculino, homens com

obstrução prostática, idosos de ambos os sexos e, especialmente mulheres jovens

sexualmente ativas (BARROS et al., 1999). Na ausência de anormalidades funcionais no

trato urinário, a incidência desta infecção é maior nas mulheres do que em homens,

devido diferenças anatômicas e fisiológicas. Aproximadamente entre 10 e 20% das

mulheres adquirem a infecção sintomática, enquanto que este percentual não

ultrapassa os 12% nos homens (JOHNSON, 1991).

Os sítios mais comuns para a infecção bacteriana do trato urinário são os

ureteres, uretra, bexiga e rins, sendo que a pielonefrite é infecção que ocorre nos

rins e é a categoria de infecção mais severa (JOHNSON, 1991; MULVEY et al, 2000;

MULVEY, 2002), consistindo de uma infecção do parênquima renal e sistema coletor ,

Page 18: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

18

incluem sintomas como febre, calafrios e dor no flanco renal. Aproximadamente 30%

dos casos de pielonefrites há complicação de bacteremia acompanhado por sepse

(JONHSON,1991; GARCIA ; LÊ BOUGUÉNEC, 1996;MULVEY,2002).

A cistite é uma infecção que ocorre nos rins e é moderadamente severa,

caracterizada por disúria, ardor e dor no inicio, durante e após micção, urgência

urinária e dor supra-pubiana devido sensibilidade da inflamação da bexiga

(JOHNSON, 1991)

2.3 FATORES DE VIRULÊNCIA

As características que tornam certas bactérias patogênicas são conhecidas

como fatores de virulência conferindo uma vantagem seletiva às estirpes que as

possuem em comparação com as estirpes comensais que não as manifestam

(MUNDY et al, 2000) .

Para que possa colonizar e causar doença no hospedeiro, muitos agentes

bacterianos desenvolveram mecanismos necessários para colonizar, invadir e

persistir no hospedeiro, uma vez que, após a entrada o micro-organismo fica

exposto ao sistema de defesa do hospedeiro (GARCIA; LÊ BOUGUÉNEC, 1996; MULVEY,

2002).

Uma das maiores defesas do trato urinário é ação da lavagem com a urina,

uma bactéria que não adere poderá ser expulsa facilmente do organismo, sendo

que, a aderência de E.coli nas células uroepiteliais protege a bactéria da lavagem

urinária e aumenta sua habilidade de multiplicar e invadir o tecido renal (KORHONEN

et al, 1988), sendo a adesão o passo inicial relacionado à patogênese da infecção e

um pré-requisito para a colonização e infecção.

A aderência é um fenômeno específico de reconhecimento entre o

microrganismo e as células do hospedeiro humano infectado e ocorre entre as

adesinas fimbriais e não fimbriais e seus receptores correspondentes na superfície

celular (SMYTH; MARRON; SMITH, 1994).

A adesão específica é mediada por proteínas bacterianas denominadas

adesinas, que podem ser chamadas de fimbrias ou pili, que permitem o sucesso no

Page 19: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

19

início das infecções. Essas adesinas são muito importantes na virulência da bactéria

e em particular podem ser também um passo fundamental para o desenvolvimento

da sepse. Além disso, adesinas representam um passo essencial no inicio da

formação do biofilme. E.coli uropatogênica tem sido encontrada formando biofilme

bacteriano, fator que confere importantes vantagens a estes microrganismos como

resistência à desidratação e oxidação e maior tolerância a detergentes e antibióticos

(CASTONGUAY et al, 2006; HANCOCK et al , 2007).

E.coli possui fímbrias que podem ser categorizadas como manose sensíveis e

manose resistentes, baseando-se na sua capacidade de aglutinar eritrócitos na

presença ou ausência de manose. Fímbrias tipo P, que são manose resistente e

estão fortemente associadas à pielonefrites e em menor grau a cistite, devido à

manose ser o principal componente glicolipídico da membrana celular renal, que

também é o principal receptor para a fímbria P (JOHNSON, 1991).

Segundo Schembri et al (2003), os fatores universalmente envolvidos no

início da formação do biofilme em E.coli são: fímbria tipo 1 e do tipo P, que estão

envolvidas na adesão inicial da bactéria , ao substrato, ao antígeno 43, na

agregação inter-bacteriana e na presença de fimbria curli que medeia a interação

inter-bactéria e também bactéria-superfície.

Outros fatores podem contribuir para a uropatogenicidade bacteriana, como a

produção de toxinas (hemolisinas, fatores necrosantes citotóxicos), enzimas

extracelulares, resistência à atividade bactericida do soro. A multiplicidade e

associação de fatores de virulência têm sido importantes no desenvolvimento de ITU

podendo aumentar a patogenicidade de um isolado de UPEC (YAMAMOTO et al, 1995;

BLANCO et al, 1997; MORIN;HOPNKS,2002).

2.3.1 ADESINAS ASSOCIADAS A ITU

Adesinas são componentes protéicos localizados na superfície bacteriana e

promovem a ligação específica para os receptores de células eucarióticas. Estão

associadas a apêndices filamentosos chamados fímbrias, que saem a partir da

superfície bacteriana. De um modo geral, fímbrias são organelas heteropoliméricas

compostas de subunidades principais e outros menores, onde as características

adesivas são conferidas às subunidades menores presentes no topo da fímbria ou

Page 20: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

20

intercaladas em pontos ao longo deste filamento (KUEN et al, 1994; MOL; OUDEGA, 1996).

Em UPEC foram descritas adesinas fimbriais do tipo curli, tipo 1, P , S e adesinas

afimbriais.

2.3.2 FÍMBRIA CURLI

É uma fímbria amilóide capaz de promover tanto ligação bactéria-bactéria,

agregação, quanto a ligação da bactéria-superfície, sendo expressas por muitos

isolados patogênicos de E. coli (GOPHNA et al., 2001).Ligam-se a algumas moléculas

presentes em tecidos vivos, tais como: fibronectina (OLSEN; JONSSON; NORMARK,

1989), laminina (OLSEN et al., 1993), plasminogênio (SJOBRING; POHL; OLSEN, 1994),

proteínas de contato de fase (BEM NASR et al., 1996) e ao MHC de classe I (OLSEN et al.,

1998).

De acordo com Gophna et al (2001) a adesão e invasão de células se devem

principalmente pela ligação da fímbria curli à fibronectina. No entanto ao estudarem

esta fimbria encontraram-na em amostras não virulentas de laboratório, tais como E.

coli K12. Sendo assim, esses autores propuseram que mesmo possuindo os

mesmos grupos gênicos as amostras não virulentas não expressariam o gene nas

condições ambientais daquelas oferecidas pelo hospedeiro.

2.3.3 FÍMBRIA DO TIPO 1

A fímbria do tipo1 é muito bem distribuída dentro da família

Enterobacteriaceae, tanto em membros patogênicos como em membros não

patogênicos. Em muitos casos, por exemplo, em UPEC, parece ser essencial na

adesão bacteriana ao epitélio da bexiga e então estabelecimento da infecção, como

no caso da cistite (KAU; HUSTAND; HULTGRAN, 2005), favorecendo a internalização

bacteriana ao epitélio da bexiga, um fato que então pode levar a fase crônica da

cistite.

A expressão da fímbria do tipo 1 tem sido reportada por ser uma importante

estrutura para formação do biofilme, devido sua adesão celular inicial, sendo

importante durante os estágios iniciais de colonização (WOOD et al., 2006).

Page 21: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

21

De acordo Teng et al (2005) a fímbria tipo 1 promove a adesão inicial de E.

coli em casos de meningite, significando um passo essencial para a translocação

pela barreira hematoencefálica e estabelecimento da doença. Em muitos casos esta

fímbria está relacionada à adesão inicial de E.coli ao substrato, sendo ele inerte

(SCHEMBRI, et al., 2003) ou celular (TENG et al., 2005), estando dessa forma diretamente

relacionada a formação do biofilme.

Trata-se de uma proteína possuidora de um sítio de ligação a D-manose e

assim se liga a esse carboidrato presente na membrana plasmática de células

eucarióticas (KAU; HUSTAND; HULTGRAN, 2005).

2.3.4 FÍMBRIA TIPO P

A denominação da fímbria P teve origem em seu receptor, que faz parte do

antígeno do grupo sanguíneo P. Também conhecida como uma adesina manose

resistente em testes de hemaglutinação esta fímbria representa um fator de

virulência característico de cepas causadoras de pielonefrite e são frequentemente

associadas a alguns sorogrupos de E.coli (JOHNSON, 1991; BLANCO et al.,1992).

Esta fímbria, estruturalmente, é composta por um extenso polímero

constituído por quatro subunidades protéicas, uma subunidade principal estrutural,

duas menores também estruturais presentes na região apical do filamento e uma

subunidade G contendo o sítio de ligação com o receptor, localizado na extremidade

da fímbria (JOHNSON, 1991).

Segundo Kallenius et al (1981) a fímbria tipo P estava presente em 91% das

cepas urinárias causadoras de pielonefrite em crianças e em apenas 7% das E.coli

fecais de controles sadios.

A expressão de fímbrias P em E.coli isoladas de ITU vai declinando

progressivamente de 70% entre os isolados em pielonefrite, para 36% nas bactérias

causadoras de cistite, 24% nas bactérias encontradas em amostras de urina de

portadores de bacteriúria assintomática e 19% em E.coli da microbiota intestinal

(JOHNSON, 1991).

Page 22: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

22

Os receptores para fímbria P podem ser encontrados em células epiteliais e

não epiteliais do rim e de todo o aparelho urinário. Também são encontrados em

células do intestino grosso, o que pode explicar o achado freqüente da E.coli

causadoras de pielonefrite em nível intestinal (LATHAM; STAMM, 1984).

2.3.5 FIMBRIA TIPO S

Fimbrias do tipo S são adesinas relatadas em muitos isolados de infecção do

trato urinário, sendo expressas principalmente por estirpes causadoras de sepse e

meningite (KORHONEN et al, 1985) . Essas adesinas são chamadas de tipo S devido

sua ligação específica com receptor contendo sialyl-galactose.

As adesinas S hemaglutinam sangue humano na presença de manose, sendo

assim manose resistente (HMR) assim como a fimbria tipo P (JONHSON, 1991).

2.3.6 ADESINA AFIMBRIAL

As adesinas afimbriais pertencem à família Dr, sendo também manose

resistente com atividade em eritrócitos humanos, mas não de carneiro e coelho.

Estão diretamente associadas à superfície da célula bacteriana, nas quais estimulam

a ligação de bactérias em diversos tipos de células hospedeiras (SERVIN, 2005; COTA

et al, 2006).

Sendo geralmente relacionadas com isolados de E.coli com adesão em

células do tipo difusa e são associadas epidemiologicamente com estirpes

patogênicas causadoras de ITU crônicas e recorrentes, cistite em crianças e

pielonefrite em gestantes (NOWICKI et al, 2001)

2.3.7 HIDROFOBICIDADE

A aderência de micro-organismos é aceito como o primeiro passo no

processo de colonização de superfícies inertes e nas células epiteliais do hospedeiro

(BUSSCHER et al., 1990) e as propriedades fisico-químicas da superfície podem exercer

Page 23: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

23

uma forte influência sobre a adesão dos micro-organismos, que aderem com maior

facilidade em superfícies hidrofóbicas do que nas hidrofílicas.

Hidrofobicidade é uma força atrativa que ocorre entre as moléculas

hidrofóbicas da superfície das células bacterianas e superfícies inertes ou bióticas

formando uma interação atrativa reversível (JONES et al., 1996)

Estudo demonstram que hidrofobicidade da superfície celular microbiana,

apesar de ser uma interação inespecífica, é um dos fatores determinantes da

adesão bacteriana em superfícies (VAN LOOSDRECHT et al., 1987).

Uma vez que a hidrofobicidade contribui para a agregação celular, ela

também têm um papel importante na formação do biofilme , associada aos outros

fatores de adesão.

2.3.8 BIOFILME

Em ambientes naturais, as bactérias geralmente são encontradas em

comunidades sésseis, que usualmente nos referimos como biofilme, definido como

comunidades complexas de bactérias aderidas a superfícies (WHITTAKER; KLIER;

KOLENBRANDER, 1996). Com a formação do biofilme, as bactérias podem colonizar

praticamente todos os tipos de materiais e se desenvolver em quase todos os tipos

de superfícies sem a necessidade de um local com água em abundancia

(CASTONGUAY et al., 2006).

São formados pela associação de diferentes espécies de micro-organismos

(CONSTERTON et al., 1995; DUNNE JR, 2002). Está relacionada normalmente a infecções

persistentes, como nos casos de prostatites, cistite causada pelo uso de cateteres

devido a maior resistência de UPEC a antimicrobianos, e outras infecções causadas

por cateteres e implantes cirúrgicos, sendo uma causa comum de infecções

hospitalares (DONLAN; COSTERTON, 2002).

Uma característica marcante de muitos biofilmes é a produção extensiva de

uma matriz extracelular de natureza polissacarídica ou protéica, conhecida como

glicocálice, que se expõe exteriormente à membrana externa das células gram-

negativas e ao peptideoglicano das células gram-positivas. Esta matriz é sintetizada

Page 24: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

24

por polimerases, constituindo-se em uma estrutura composta de diversas fibras de

polissacarídeo ou proteínas globulares, e em seu estado hidratado contém cerca de

98% de água, protegendo as células da desidratação, já que podem reter água em

quantidades muito maiores que sua massa e se desidratam lentamente. Este tipo de

organização é extremamente vantajoso a todas as espécies de micro-organismos,

por fornecer proteção contra adversidades como além da desidratação, colonização

por bacteriófagos, estresse oxidativo e resistência a antimicrobianos (GILBERT;

MCBAIN; RICKARD, 2003)

A capacidade de formar biofilme também está presente em espécies não

patogênicas, onde as fímbrias e os flagelos são responsáveis respectivamente pela

adesão inicial e a motilidade, importantes para o estabelecimento do biofilme (PRATT;

KOLTER, 1998; SCHEMBRI et al., 2003). Além destas estruturas também foi descrita a

capacidade de agregação no biofilme bacteriano proporcionada pelo antígeno 43

(Ag43), uma proteína de membrana externa encontrada nesta espécie (DANESE et al.,

2000) e fímbria curli, uma organela de membrana , relacionada, dentre outras, a

adesão e persistência da bactéria ao substrato.

E. coli é capaz de colonizar superfícies através de sua adesão e consequente

desenvolvimento de biofilme, que pode resultar em maior persistência no ambiente

(CASTONGUAY et al., 2006).

2.4 TOXINAS

2.4.1 HEMOLISINAS

As hemolisinas são proteínas extracelulares (exoproteínas) com ação

citotóxica com capacidade de lisar eritrócitos, destruindo leucócitos, granulócitos,

fibroblastos e células uroepiteliais. Em cepas hemolíticas de E.coli causadoras de

ITUs a hemolisina é um importante fator de virulência (CAVALIERI; BOHACH;

SNYDER,1985; BLUM et al, 1995; ISLAND et al,1998)

A atividade hemolítica extracelular de E.coli ao verificar que algumas culturas

deste micro-organismo lisavam eritrócitos e que o seu sobrenadante conseguia reter

a atividade hemolítica mesmo após filtração (CAVALIERI; BOHACH; SNYDER, 1985).

Page 25: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

25

Estudos identificaram a associação entre a produção de hemolisinas e a

virulência de linhagens de E.coli causadoras de infecções extra-intestinais em

humanos, particularmente do trato urinário, peritonite, apendicite, septicemia e

meningite neonatal (HACKER et al, 1983; CAVALIERI; BOHACH; SNYDER,1985;

EBERSPÄCHER; HUGO; BHAKDI, 1989).

Aproximadamente 50% das cepas de E.coli que causam infecções extra-

intestinais em humanos secretam a hemolisina, nas quais se observa zonas de

hemólise ao redor da bactéria em placas de ágar sangue (HUGHES et al, 1983).

Em humanos, uma baixa porcentagem, aproximadamente 12%, das amostras

de E. coli fecal, são hemolíticas comparadas com 35 a 50% das amostras das

causadoras de infecções extra-intestinais como: bacteremia, septicemia e ITU

(MINSHEW et al, 1978; HUGHES et al, 1983).

Entre as causadoras de ITU a produção de hemolisina é freqüentemente

associada com outros fatores que contribuem para a virulência (HACKER et al, 1983),

acreditando-se que sua virulência seja multifatorial . A hemolisina contribui com o

processo da doença de três modos, por ser citotóxica para as células do tecido “in

vitro”, logo deve prejudicar as células “in vivo” e contribuir diretamente para a

patologia do tecido, afetando os mecanismos de defesa do hospedeiro permitindo a

sobrevivência do microrganismo, atuando assim como um mecanismo de evasão e

através da lise do eritrócito, mecanismo através do qual o micro-organismo irá obter

ferro para permanecer vivo e talvez para continuar a síntese de hemolisina

(CAVALIERI; BOHACH; SNYDER, 1985).

Em estudos clínicos, a maior incidência de E.coli produtora de hemolisina

ocorreu em pacientes com pielonefrite aguda (49%), seguido de 40% nos casos de

cistite e 20% dos casos de bacteriúria assintomática, sendo que a produção de

hemolisina foi mais prevalente nos casos de ITU renal do que em bexiga (JOHNSON,

1991).

Page 26: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

26

2.5 ENZIMAS

2.5.1 GELATINASE

A gelatinase é uma protease extracelular membro da família das

metaloendopeptidase. É uma enzima extremamente hidrofóbica que degrada

diversos componentes da matriz extracelular, capaz de hidrolisar gelatina, colágeno,

caseína, hemoglobina e outros peptídeos pequenos biologicamente ativos (VERGIS et

al.,2002; KAYAOGLU; ORSTAVIK, 2004)

Espécies de bactérias mais virulentas têm apresentado a gelatinase como um

fator determinante na infecção, em cepas de Enterococcus fecalis esta enzima tem

sido mostrada contribuindo para a virulência de endocardite em um modelo animal

(GUTSCHICK;MOLLER;CHRISTENSEN,1979).

Gold et al(1975) descobriram que cepas de bactérias que produziam a

gelatinase foram cariogênicas em camundongos, enquanto que espécies não

produtoras desta enzima apresentaram pouca atividade cariogência.

Estudos sobre a gelatinase demonstraram que esta contribuiu para a

virulência de E. fecalis em modelos animais, no entanto pouco se sabe sobre a

patogenicidade desta enzima em infecções humanas.

2.5.2 FOSFOLIPASE

Fosfolipase constitui um diverso grupo de enzimas lipolíticas que tem

capacidade de hidrolisar uma ou mais ligações de ésteres presentes em

fosfolipídios. A fosfolipase tem um papel que vai desde digestão de nutrientes até a

formação de moléculas bioativas. Esta diversidade de funções sugere que as

fosfolipases são essenciais à vida de um micro-organismo, assim como para a

membrana celular que passa por uma contínua remodelagem devido a ação de uma

ou mais fosfolipases (TAGHRID, COLOE;COLOE, 2006).

A invasão das células do hospedeiro para a maioria dos patógenos requer

penetração e dano da membrana celular, que pode ser mediada por recursos físicos

ou enzimáticos, ou pela combinação dos dois. Fosfolipídios e proteínas representam

o principal constituinte químico do envelope celular do hospedeiro e, portanto são

Page 27: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

27

necessárias fosfolipases para o processo de ruptura da membrana, que ocorre

durante a invasão (WAITE, 1996).

A atividade da fosfolipase tem sido ligada à patogenicidade em várias

espécies de bactérias devido a sua ligação com a atividade citolítica, que é o

resultado da destruição dos fosfolipídios presentes na membrana celular, gerando

produtos oriundos desta desestabilização. As propriedades citolíticas da fosfolipase

dependem diretamente de sua habilidade de hidrolisar fosfolipídios da membrana

plasmática. Na maioria dos casos, associa-se a capacidade lítica de uma bactéria

somente com sua capacidade de produzir hemolisinas, mas a fosfolipase também é

um fator chave da bactéria na indução da hemólise, além da sua importância na

aquisição de nutrientes. Os genes da fosfolipase são altamente conservados em

bactérias gram-negativas, sugerindo que esta enzima tem um papel fundamental

para a sobrevivência destes micro-organismos. No entanto mais estudos têm que

ser feitos para identificar o papel da fosfolipases na patogenicidade e sobrevivência

de bactérias gram-negativas (TAGHRID, COLOE; COLOE, 2006).

2.6 RESISTÊNCIA A ANTIMICROBIANOS

O mundo está enfrentando uma séria crise no sentido de uma crescente

resistência às drogas antibacterianas, de modo que esse fator se apresenta como

uma séria ameaça para o manejo das doenças infecciosas (CROFT; D’ANTONI,

TERZULLI, 2007; KOTRA et al., 2002).O aumento nas taxas de resistência entre vários

micro-organismos, e, de um modo particular entre as E.coli uropatogênicas (UPECs)

têm causado grande preocupação em países desenvolvidos e em desenvolvimento

(LINA;RAHMAN;GOMES, 2007).

As bactérias vêm sendo avaliadas quanto à sua sensibilidade aos antibióticos

e é fato que a resistência pré-existe a estes agentes (resistência natural, inata)

adquiridas por mutação ou por transferência de genes de resistência oriundas de

outras bactérias. Já foram definidos os mecanismos de ação dos antimicrobianos,

seja por meio de atividade bactericida, seja através de atividade bacteriostática,

sendo alguns padrões estudados como: ação inibitória na síntese da parede celular,

alteração da permeabilidade da membrana citoplasmática, inibição ou alteração da

síntese protéica e atuação nos ácidos nucléicos são os mecanismos descritos, para

que o antibiótico atue, ele precisa se ligar a um determinado sítio da bactéria para

Page 28: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

28

interferir em seu metabolismo. Neste sentido, as bactérias desenvolveram formas de

sobrevivência tais como: bomba de efluxo, impenetrabilidade, proteção ribossômica,

beta-lactamases e beta-lactamases de espectro estendido, tornado-se mais

resistentes aos antibióticos, fator de risco no manejo de doenças infecciosas (LOPES,

2009).

Bactérias multi-resistentes relacionadas a infecções hospitalares estão

envolvidas à morbi-mortalidade e são de difícil controle, ocasionando maior tempo

de internação hospitalar e alto custo com exames e medicamentos (MARTINS, 2006).

Com o objetivo de se conter o constante surgimento e rápida disseminação

dos mecanismos de resistência aos antimicrobianos, além de se determinar perfis de

sensibilidade e monitorar a evolução a da transmissão e expressão da resistência

entre várias populações de patógenos, programas de vigilância da resistência têm

sido conduzidos em vários países (JONES; MATERSON, 2001).

2.7 BETA-LACTAMASES DE ESPECTRO ESTENDIDO (ESBL)

Dentre os mais variados mecanismos de resistência aos antibióticos, se

destaca a produção de beta-lactamases de espectro estendido (ESBL) que

constituem uma classe de beta-lactamases com capacidade de hidrolisar e inativar

uma grande variedade de antibióticos do grupo beta-lactâmicos, incluindo

cefalosporinas de terceira geração, penicilinas e aztreonam, drogas antimicrobianas

mais prescritas em todo o mundo (NATHISUWAN; BURGESS; LEWIS, 2001).

As enzimas beta-lactamases hidrolisam os antibióticos beta-lactâmicos,

através da hidroxilação irreversível da ligação amida do anel beta-lactâmico,

gerando compostos sem atividade antimicrobiana (BUSH, 2001)

Entre as bactérias gram-negativas, a produção de beta-lactamases é o

principal mecanismo de resistência, tendo aumentado em freqüência e evoluído

consideravelmente (MEDEIROS, 1997). Estas enzimas se disseminaram facilmente

para outras espécies de bactérias (HAEGGMAN et al., 2004; JACOBY; MUNHOZ-PRICE,

2005) e são identificadas em importantes patógenos da família Enterobacteriaceae

(HERITAGE et al., 1999).

Page 29: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

29

Micro-organismos produtores de ESBL são a maior causa de falha terapêutica

com cefalosporinas, pois isolados clínicos identificados como sensíveis passam a

produzir ESBL durante a terapêutica antimicrobiana (BRADFORD, 2001; BUSH, 2001).

Além da produção de ESBL está frequentemente associada à resistência a outros

antibióticos em patógenos multi-resistentes (BUSH; MEDEIROS, 1995).

A maioria das ESBLs é mediada por plasmídeo, oriundas de mutações

genéticas (TEM: Termonieira e SHV: sulfidril) (CARTER et al., 2000) que alteram a

configuração de aminoácidos (KFOURY;ARAJ, 2003; PATERSON; BONOMO, 2005) e são

encontradas, principalmente, em E. coli e Klebsiella sp. (ESMERINO; GONÇALVES;

SCHELESKY, 2003). As ESBL tipo TEM e SHV são codificadas por genes blaSHV e

blaTEM localizados no cromossomo bacteriano (LIVERMORE, 1995; GUPTA et al., 2007) e

evoluíram através de mutações pontuais em blaTEM e blaSHV, respectivamente, o

que permitiu a remodelagem de seu sítio ativo e expansão de sua atividade

hidrolítica (JACOBY; BUSH, 2005). De forma geral, as cepas produtoras de SHV e TEM

apresentam maior nível de resistência a ceftazidima do que à cefotaxima (BONNET,

2004).

Mais recentemente, enzimas que pertencem a um tipo diferenciado de ESBL

que hidrolisa tipicamente a cefotaxima, CTX-M, vem sendo detectada com

freqüência aumentada (BAÑO et al., 2006; TUNER, 2005). Tornaram-se o tipo de ESBL

mais prevalente, principalmente na Europa e em determinados países da América

do Sul (CANTON; COQUE, 2006) e não apresentam relação próxima com as ESBL do

tipo TEM e SHV (BRADFORD, 2001). Estas enzimas eram inicialmente reconhecidas

por hidrolisarem preferencialmente a cefotaxima, e apresentam baixa capacidade de

hidrólise da ceftazidima.

A grande capacidade de disseminação destas enzimas é devida

principalmente pela transmissão horizontal de elementos genéticos móveis, além da

disseminação de clones resistentes (BOU et al., 2002). Estas enzimas encontram-se

disseminadas mundialmente, e apresentam alta prevalência na Europa e América do

Sul (BONNET et al., 2000; BONNET et al., 2001; CANTON ;COQUE, 2006) e estudos para a

elucidação da diversidade e prevalência das ESBL no Brasil ainda são escassos,

devido à grande extensão territorial (CLÍMACO, 2008)

Page 30: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

30

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a presença de fatores de virulência e o perfil de suscetibilidade a

antimicrobianos em cepas E.coli uropatogênicas isoladas de infecção do trato

urinário em laboratório particular de São Luís-Maranhão.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Pesquisar a presença de fímbrias curli e tipo 1 através do método fenotípico;

Determinar a presença dos genes que codificam para as adesinas fímbria P

(pap), fímbria S (sfa) e adesina afimbrial (afa);

Avaliar a hidrofobicidade das amostras;

Detectar a produção de biofilme;

Analisar a adesão em células Vero (Rim de Macaco Verde Africano) e HEp2

(Carcinoma de Laringe Humana)

Investigar a atividade hemolítica entre os isolados e determinar a presença do

gene que codifica alfa-hemolisina (hlyA) ;

Verificar a atividade citotóxica em células Vero;

Investigar perfil enzimático através da presença de protease, fosfolipase e

gelatinase.

Avaliar o perfil de resistência de cepas de UPECs frente a várias classes de

antimicrobianos e a produção de β-lactamases de espectro extendido (ESBL)

através de técnica fenotípica e molecular.

Page 31: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

31

4 MATERIAL E MÉTODOS

4.1 LOCAL DE REALIZAÇÃO DO TRABALHO

O presente trabalho foi conduzido no Laboratório de Microbiologia Médica do

Centro Universitário do Maranhão-Uniceuma com 160 amostras de E.coli

uropatogênicas adquiridos de uma colonização do trato urinário oriundas do

Laboratório Gaspar localizado na cidade de São Luís-Maranhão, gentilmente cedido

por prof. Dr. Luís Henrique Gonçalves previamente identificadas através de testes

bioquímicos convencionais. Atualmente fazendo parte da Bacterioteca do

Laboratório de Microbiologia Médica do Uniceuma.

Cada uma das amostras obtidas foi mantida em tubos criogênicos contendo

meio liquido BHI (Brain Hart Infusion) e glicerol.

4.2 ASPECTOS ÉTICOS

O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa n˚ 00097/11 do

Uniceuma, São Luís, Maranhão (Anexo A)

4.3 TESTES UTILIZADOS PARA PESQUISA DE FATORES DE VIRULÊNCIA

4.3.1 DETECÇÃO DE FÍMBRIAS TIPO CURLI E TIPO 1

Para identificação da fímbria curli a cultura foi crescida a 37ºC no meio Luria

Bertani (LB), com ph 8, durante 24 horas. Depois de crescida a cultura foi semeada

em placas de LB (sem sal) contendo 0.004% de Vermelho Congo e 0.002% de Azul

Brilhante. As placas foram incubadas por 24 a 48 horas em temperatura ambiente.

Colônias vermelhas ou rosas são indicativas de bactérias produtoras de curli (DA RE

;GHIGO, 2006)

Para identificação da fímbria tipo 1 foi realizado cultivo em BHI por 24 horas a

37ºC. Logo após, uma porção de cada cultivo foi centrifugada três vezes (12000xg

por 15 minutos), sempre descartando o sobrenadante e colocando PBS com ph 7,4.

Cerca de 100µl dos isolados foram misturados, em lamínulas de vidro, com 100µl de

sangue lavado três vezes com PBS, com e sem adição de manose. As amostras que

Page 32: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

32

produziram hemaglutinação, somente, na ausência de manose foram consideradas

positivas para fímbria tipo 1 (EVANS et al, 1981)

4.3.2 EXTRAÇÃO DO DNA DOS ISOLADOS

Para extração do DNA, uma colônia pura foi suspendida em eppendorfs com

0,5 ml de água destilada esterilizada, que posteriormente foram colocados no

banho-maria a 100˚C durante 8 minutos, após o qual se agitou vigorosamente no

vortex. Seguida de centrifugação a 12.000rpm durante 2 minutos. O sobrenadante

foi utilizado na reação em cadeia da polimerase (PCR). (BLANCO et al,1997)

4.3.3 DETECÇÃO DE SEQUÊNCIAS DE pap, sfa, afa POR PCR multiplex.

A reação em cadeia da polimerase multiplex foi realizada utilizando primers

específicos para os genes: papC (fímbria P), sfa (fimbria tipo S), afa (adesina

afimbrial). A seqüência dos primers e peso molecular dos produtos estão

especificados na Tabela 1. Os primers foram adquiridos da Invitrogen (Carlsbad, CA)

e todas as reações foram realizadas com um volume total de 25 µl, onde se utilizou

5µl de DNA de cada microorganismo, 2µM de primers, 0,2µL de Taq DNA

polimerase, 5µL do tampão da taq, 2mM de MgCl2, 0,2 mM de DNTPs e água pura.

As condições para amplificação foram as seguintes: desnaturação inicial a 94˚C por

2 minutos para 1 ciclo, seguidos de 30 ciclos de desnaturação a 65°C por 1 minuto e

extensão a 72˚C por 1minutos, seguido de uma extensão final a 72˚C por 10

minutos. As amplificações foram realizadas no termociclador MyCicler (Bio Rad) e o

produto amplificado de cada reação foi submetido à eletroforese em gel de agarose

2% durante o período de 1 hora (100 volts), sendo posteriormente corado com

brometo de etídio e visualizados em luz ultravioleta com auxílio de Transluminador

(BLANCO et al., 1997). Amostras da E. coli ATTC 25922 foram utilizadas como controle

postivo.

Page 33: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

33

Tabela 1:

Sequência de base, tamanhos previstos dos produtos amplificados dos primers

utilizados na PCR.

4.3.4 DETERMINAÇÃO DA HIDROFOBICIDADE CELULAR

Após crescimento em BHI ágar por 24h a 37°C, as culturas foram suspensas

em concentrações crescentes de sulfato de amônio, de 0,5M, 1,0M, 1,5M, 2,0M,

2,5M e 3,0M. A formação de grumos em até dois minutos após a suspensão indicou

resultado positivo (SCHMIDT et al,1998).

4.3.5 DETECÇÃO DE BIOFILME

Dois métodos foram utilizados para a detecção do biofilme:

1) Teste presuntivo de formação de capsula Ágar Vermelho Congo: O meio

de cultura constituído de BHI, sacarose, ágar e corante vermelho Congo, foi

preparado como solução aquosa concentrada. Os isolados foram semeados sobre o

meio por esgotamento com alça bacteriológica e incubados em aerobiose a 35-37°C

por 24 horas e após, deixados em temperatura ambiente por mais de 18 horas. As

amostras que apresentaram colônias negras foram produtoras de biofilme (FREEMAN;

FALKINER; KEANE, 1989).

Sequencia de oligonucleotídeos (5’-3’) Tamanho REFERÊNCIA

papC F:GACGGCTGTACTGCAGGGTGTGGCG

R:ATATCCTTTCTGCAGGGATGCAATA

328 pb Daigle et al., 1994

sfa F:CTCCGGAGAACTGGGTGCATCTTAC R:CGGAGGAGTAATTACAAACCTGGCA

410 pb Daigle et al., 1994

afa

F:GCTGGGCAGCAAACTGATAACTCTC R:CATCAAGCTGTTTGTTCGTCCGCCG

750 pb Daigle et al., 1994

hlyA F:AACAAGGATAAGCACTGTTCTGGCT R:ACCATATAAGCGGTCATTCCCGTCA

1.177 pb Yamamoto et al., 1995

papC: operon da pili associada a pielonefrites , sfa: operon da adesina fimbrial S, afa :operon da adesina afimbrial, hly: α-hemolisina G: guanina, A: adenina, C: citocina, T: timina.

Page 34: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

34

2) Espectrofotometria: Foram inoculados 100µL de suspensão bacteriana com

100µL de BHI em microplacas com 98 poços com fundo em U e incubadas à 37°C

por 24 horas em estufa. Após tempo de incubação, as placas foram lavadas por três

vezes como tampão PBS e deixadas em temperatura ambiente. Foi adicionado às

microplacas 200μL de Cristal Violeta e incubado por 15 minutos a temperatura

ambiente. Cada poço foi lavado com água destilada por três vezes, e deixado secar

em temperatura ambiente. As placas coradas com cristal violeta foram submetidas à

espectrofotometria com filtro de 492nm para aferir as respectivas absorbâncias (Ab)

de cada poço. Baseando-se nas densidades ópticas (D.o.i) produzidas pelos

isolados e tomando-se por base o controle negativo (D.o.c) os isolados foram

classificados nas seguintes categorias (STEPANOVIC et al.,2004):

Não produtor: D.o.i < D.o.c

Produtor fraco: D.o.c < D.o.i

Produtor moderado: (2x D.o.c) < D.o.i ≤ (4 X D.o.c)

Produtor forte: (4 X D.o.c) < D.o.i

4.3.6 ADESÃO EM CÉLULAS

A adesão foi realizada em 40 amostras de E.coli uropatogênica em células

renais Vero (Macaco Verde Africano) e HEp2 (Carcinoma de Laringe Humana) que

foram descongeladas em banho de água a 37ºC e transferidas para uma garrafa de

cultura de células contendo Meio Mínimo Essencial de Eagle Modificado

(MEM/Cultilab), suplementado com 10% de soro fetal bovino (SFB/Cultilab) e 1% de

solução de antibióticos contendo penicilina e estreptomicina. Os frascos de cultura

foram incubados em atmosfera de 5% de CO2 a 37ºC por 48 horas até a formação

da monocamada celular. Após este período o meio foi descartado sendo adicionado

à cultura celular uma solução de AVT (Associação Tripsina 30 Versene/Cultilab)

para descolamento da monocamada. As células foram ressuspendidas no meio

MEM acrescido de 10% de soro fetal bovino. A suspensão de células foi distribuída

em microplacas de 24 cavidades, em volume de 100 μL por cavidade. As

microplacas foram incubadas a 37ºC, em atmosfera de 5% de CO2 por 24 horas.

Page 35: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

35

Para interpretação dos resultados foram considerados os seguintes padrões de

adesão: adesão localizada (AL), adesão pouco localizada (ALA), adesão difusa (AD)

e adesão agregativa (AA), segundo descrito por Scaletsky et al 2002.

4.3.7 DETECÇÃO DA ATIVIDADE CITOTÓXICA

Amostras de E.coli foram cultivadas em 5mL de BHI a 37°C. Após 24 horas

de incubação as culturas foram centrifugadas (6000 x g /15 min). O sobrenadante

obtido foi filtrado com membrana de 0.22µm e acrescentando-se 100µL em de

microplaca de 98 poços contendo células Vero crescidas em meio Minimal Essential

Medium (MEM). As culturas foram incubadas a 37°C em 5% CO2 atmosférico. Após

esse período lavou-se a microplaca três vezes com PBS e depois se acrescentou

200µL por poço da solução de extração deixando agitar por 10 minutos. A

microplaca foi lida em Elisa com filtro de 540nm.

4.3.8 PRODUÇÃO DE HEMOLISINA EM MEIO SÓLIDO

A capacidade hemolítica foi testada semeando-se as amostras com auxílio de

uma alça de semeadura em placas de Petri com ágar Müeller-Hinton contendo 5%

de sangue humano do tipo A, B e O, sangue de carneiro e de cavalo, onde após

incubação a 37°C por 24 horas a produção de hemolisina foi verificada pela

presença de um halo de hemólise ao redor das colônias (WATANABE et al, 1988).

4.3.9 PRODUÇÃO DE HEMOLISINA NA PRESENÇA DE AGENTES QUELANTES

E SOLUÇÕES DE ÍONS.

Para verificar a influência de agentes quelantes e solução de íons na

expressão da atividade hemolítica, as amostras foram cultivadas em BHI e depois

semeadas em Müeller-Hinton contendo separadamente os quelantes EDTA

(etilenoadiamina-tetra ácido acético) e EDDA (etileno-di-(o-hidrofenol) ácido acético)

; solução de íons CaCl2 (Cloreto de cálcio ) e FeCl3 (Cloreto férrico ) por 48h a 37°C

em estufa .

Page 36: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

36

4.3.10 DETECÇÃO DE SEQUÊNCIA DE hlyA POR PCR.

A reação em cadeia da polimerase foi realizada utilizando primer específico

para os genes hlyA (alfa-hemolisina). A seqüência do primer e peso molecular estão

especificados na Tabela 1. O primer foi adquirido da Invitrogen (Carlsbad, CA) e

todas as reações foram realizadas com um volume total de 25 µl, onde se utilizou 5µl

de DNA de cada micro-organismo, 2µM de primer, 0,2µL de Taq DNA polimerase,

5µL do tampão da taq, 2mM de MgCl2, 0,2 mM de DNTPs e água pura. As

condições para amplificação serão as seguintes: desnaturação inicial a 94˚C por 2

minutos para 1 ciclo, seguidos de 30 ciclos de desnaturação a 65°C por 1 minuto e

extensão a 72˚C por 1minuto, seguido de uma extensão final a 72˚C por 10 minutos

(BLANCO et al., 1997).

4.3.11 TESTE DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA

PROTEASES

O método de análise para a atividade proteolítica foi através do crescimento

bacteriano em Müeller-Hinton acrescido de 10% de skim milk, incubando-se a

cultura a 37°C por 48 horas. A produção de proteases foi verificada pela presença

do halo.

FOSFOLIPASE

O método para análise da produção de fosfolipase foi através do crescimento

bacteriano em Müeller-Hinton acrescido de 3% de egg yolk, incubando-se a cultura a

37°C por 48 horas. A produção de fosfolipase foi verificada pela presença do halo de

precipitação.

GELATINASE

Inicialmente as cepas de E.coli foram inoculadas em BHI e após a incubação

a 37°C por 24 horas, os inóculos foram semeados em profundidade em tubos

contendo 5mL de uma solução de gelatina a 12%, preparada em tampão fosfato pH

7,4. Após incubação a 37°C por 24 horas , observa-se se ocorre a liquefação da

gelatina (WILSON, 1930).

Page 37: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

37

4.4 TESTE DE SENSISIBILIDADE

O método de difusão de discos foi utilizado para determinar a suscetibilidade

antimicrobiana. Os antibióticos testados incluem: ceftiaxona, cefuroxima sódica,

amoxicilina ácido clavulânico, gentamicina, nitrofurantoína, ampicilina subactam,

norfloxacina, cefotaxima, cefepima, ciprofloxacina, ácido nalidíxico, amoxicilina, que

foram utilizados conforme recomendado pelo Clinical Laboratory Standards Institute

(CLSI, 2011), os halos de inibição de cada antibiótico estão dispostos na Tabela 2.

Cepa de E.coli padrão ATCC 25922 foi utilizada para o controle de qualidade

do ensaio.

Tabela 2:

Antibióticos usados e o respectivo valor dos halos de inibição (CLSI, 2011).

**antibióticos utilizados: CRO= ceftriaxona, CMX= cefuroxima, AML= amoxicilina, CN= gentamicina, F= nitrofurantoína, SAM= ampicilina + sulbactam, NOR= norfloxacina, CTX= cefotaxima, FEP = cefepime, CIP= ciprofloxacina, AMC= amoxicilina + acido clavulânico, NA= acido nalidíxico.

Antibiótico** Halo de Inibição(mm)

Sensível Intermediário Resistente

CRO ≤ 13 14-20 ≥ 21

CXM ≤ 14 15-17 ≥ 18

AML ≤ 13 14-17 ≥ 18

CN ≤ 12 13-14 ≥ 15

F ≤ 14 15-16 ≥ 17

SAM ≤ 13 14-16 ≥ 17

NOR ≤ 12 13-16 ≥ 17

CTX ≤ 14 15-22 ≥ 23

FEP ≤ 14 15-17 ≥ 18

CIP ≤ 15 16-20 ≥ 21

AMC ≤ 14 15-16 ≥ 17

NA ≤ 13 14-18 ≥ 19

Page 38: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

38

4.5 DETECÇÃO FENOTÍPICA DAS CEPAS PRODUTORAS DE ESBLS POR

DISCO APROXIMAÇÃO.

A detecção fenotípica foi realizada pelo método de aproximação de disco

(CLSI, 2011). Para cada cepa foi preparada uma suspensão bacteriana com soro

fisiológico e turbidez correspondente a 0,5 da escala de McFarland. Em seguida, a

suspensão foi homogeneizada e semeada em uma placa de ágar Müeller-Hinton

(Merck).

Discos de aztreonam (30 µg), cefotaxima (30 µg), ceftazidima (30 µg) e

cefepime (30 µg) foram colocados a uma distância de 20 mm do disco de

amoxicilina/ácido clavulânico (HARADA; ISHII; YAMAGUCHI,2008; SHAH et al, 2004). As

amostras foram consideradas produtoras de ESBLs mediante uma das duas

situações: 1- quando houve uma ampliação do halo de inibição para as

cefalosporinas ou aztreonam; 2 – quando houve o aparecimento de uma terceira

zona irregular de inibição (“ghost-zone”) entre o disco composto e o disco de uma

das drogas betalactâmicas.

4.6 DETECÇÃO MOLECULAR DAS CEPAS PRODUTORAS DE ESBLS PELA

TÉCNICA DA REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (PCR).

A PCR foi realizada utilizando-se primers específicos para os genes de

ESBL, TEM- para amplificação do produto gerado na sequência de 445 pares de

bases, CTX-M com tamanho de 593 pares de bases e SHV com o tamanho de 747

pares de base (Tabela 3) . Os primers foram adquiridos da Invitrogen (Carlsbad, CA)

e todas as reações foram realizadas com 1,0 µl de DNA de cada micro-organismo,

10 pmol de primers específicos, Taq DNA polimerase, tampão MgCl2, DNTPs e água

miliQ em um volume total de 25 µl. As condições para amplificação foram as

seguintes: desnaturação inicial a 95˚C por 15 minutos, 30 ciclos de desnaturação a

94˚C por 30 segundos, anelamento a 60˚ por 30 segundos, extensão a 72˚C por 2

minutos, seguido de uma extensão final a 72˚C por 10 minutos (MONSTEIN et al, 2007).

Page 39: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

39

Tabela 3.

Sequência de base, tamanhos previstos dos produtos amplificados e a localização

dos oligonucleotídeos dos primers utilizados na PCR.

4.7 ANÁLISES ESTATÍSTICAS

Para a comparação entre os testes da atividade hemolítica e para avaliar

correlação entre presença de fímbrias e hidrofobicidade com a produção de biofilme

foi utilizado o teste Coeficiente de Contingência C. A análise estatística foi realizada

no Bioestat versão 5.0. Todos os resultados foram considerados como

estatisticamente significantes com P < 0.05.

GENE ALVO Pb REFERÊNCIA

blaSHV

F:CACTCAAGGATGTATTGTG R:TTAGCGTTGCCAGTGCTCG

747 Pitout et al., 1998

blaTEM

F:ACGCTCAGTGGAACGAAAAC R:TTCTTGAAGACGAAAGGGC

445 Monstein et al., 2007

blaCTX-M

F:GTGACAAAGAGAGTGCAACGG R:ATGATTCTCGCCGCTGAAGCC

593 Simarro et al., 2000

Page 40: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

40

5 RESULTADOS

Quanto à produção da fímbria curli, obteve-se um total de 129 (80,62%) de

amostras produtoras de curli estas amostras apresentaram colônias de coloração

vermelha ou rosa (Figura 1), e 31 (19,38%) das amostras não produzem curli, como

explica a Tabela 4.

Tabela 4:

Resultado do teste LB para fímbria curli das amostras de E.coli uropatogênicas

Na detecção da fímbria tipo1, 31,25% das amostras foram positivas (houve

formação de uma malha), pois hemaglutinaram na ausência de manose, sendo

manose sensível (HMS), e 68,75% das amostras apresentaram hemaglutinação

manose resistente (HMR), ou seja, são negativas para fímbria tipo1.

Classificação para Fímbria Curli Nº de amostras %

Produtoras 129 80,62%

Não-produtoras 31 19,38%

Figura 1: Identificação de fímbria curli, amostras em meio Luria Bertani (LB).

Page 41: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

41

Outras adesinas foram analisadas (pap,sfa, afa ) através de técnicas

moleculares onde 43,75% (70) possuíram as sequencias relatadas para os fatores

de virulência estudados. Foi encontrado que 25 (15,62%) apresentaram positivas

para fimbrias tipo P exibindo o genótipo pap, 16 (10%) foram positivas para fímbria

do tipo S exibindo o genótipo sfa, 27(16,88%) apresentaram simultaneamente pap e

sfa, e apenas 2 (1,25%) apresentaram adesinas afimbriais com o genótipo afa

(Figura 2)

Quanto à hidrofobicidade constatou-se que 145 amostras, equivalente a

90,62% foram positivas para o teste de hidrofobicidade e 59,37% foram aglutinantes

em concentrações de sulfato de amônio iguais ou superiores a 2M.

Os resultados do ensaio qualitativo de biofilme das 160 amostras estudadas

demonstraram que 86 (53,75%) formaram biofilme e 74 (46,25%) foram negativas

(Figura 3).

Figura 2. Padrão de amplificação para a PCR multiplex para os genes papC,sfa. Eletroforese em gel de agarose a 2%. As setas correspondem ao tamanho das bandas dos genes analisados. Linha M: marcador DNA Ladder de 100pb. Linhas1, 3, 5, 7, 10, 12, 13,14: Produtos de amplificação dos genes papC (328pb) e sfa (410 pb). Linhas: 2, 4, 6, 8,9,11 e 15: Foram negativas.

Page 42: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

42

Em relação ao teste quantitativo em microplaca obteve-se resultado de 142

das amostras como produtoras de biofilme, sendo que destas, 16 (10%) foram

classificadas como fortes, 26 (16,25%) como moderadas, 100 (62,50%) como fraca

produtora de biofilme, sendo que 18 (11,25%) não produziram biofilme (Tabela 5). O

teste em microplaca diferencia muito bem as cepas efetivas, apresentando-se mais

sensível do que o teste fenotípico com Vermelho Congo (HANDKE et al., 2004) , por

isso maior porcentagem de produtores de biofilme do que em CRA, apesar de que

11 amostras demonstraram resultado positivo no teste fenotípico com Vermelho

Congo e não formaram biofilme com a detecção em microplaca. A análise do

biofilme em Vermelho Congo é presuntiva detectando a formação da cápsula, sendo

que estas 11 amostras positivas no CRA estejam produzindo a cápsula em uma fase

que não pode ser quantificada o biofilme, devido às fases de variação na produção

do biofilme (Melo et al, 2008)

Figura 3: Teste CRA, as colônias negras ou enegrecidas são produtoras de biofilme e a colônia vermelha é não produtora.

Page 43: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

43

Tabela 5:

Aderência bacteriana em teste espectrofotométrico. D.O.I. (densidade óptica do

inóculo).

PRODUTORAS DE

BIOFILME

D.O.I Nº %

FORTES (≥ 4%) 16 10%

MODERADAS (Entre 2 e 4%) 26 16,25%

FRACAS (≥ 2%) 100 62,50%

NÃO PRODUTORAS (≤ 1) 18 11,25%

Σ TOTAL 160 100%

A expressão das fímbrias e hidrofobicidade têm sido reportadas como

importantes estruturas para formação do biofilme e identificadas como fatores de

virulência com um papel importante na adesão. Realizou-se uma análise dos

resultados através do teste de correlação, em que foram comparados os dados do

biofilme com produção de fímbrias e hidrofobicidade, porém não foi significativa com

a presença destes fatores na formação do biofilme em nossos testes, sugerindo que

estejam presentes outros tipos de adesinas (Tabela 6)

Tabela 6:

Distribuição dos testes de fatores de virulência para adesão em comparação a

formação do biofilme.

Biofilme (microplaca) Coeficiente de Contigência C

Valor de p

Não produtora Fraca Moderada Forte

Fímbrias Negativas 4 12 2 0 0.27 0.31

Fímbria tipo 1 1 6 0 0 Curli 13 66 6 0 Tipo 1 + Curli 2 9 2 1 Hidrofobicidade

Não hidrofóbico 1 9 0 0 0.18 0.59

até 1,5M de sulfato de amônio 7 25 5 0

acima de 1.5 de sulfato de amônio 13 59 5 2

Combinação de hidrofobicidade e fímbrias

Hidrofobicidade + Fímbria tipo 1 1 5 0 0 0.29 0.4

Hidrofobicidade + Fímbria curli 12 60 7 0

Hidrofobicidade + Fímbria tipo 1 e curli 2 7 2 1

Page 44: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

44

Selecionou-se 40 amostras que apresentaram resultado positivo para todos o

tipos de fímbrias, assim como para os testes de biofilme para realizar o teste de

adesão em células HEp-2 e Vero. Nenhum padrão de adesão foi encontrado em

células HEp-2. Em células Vero 15 amostras foram positivas aderindo às células,

demonstrando um padrão agregativo (Figura 4).

Quanto à atividade hemolítica, no sangue humano dos tipos A, B e O, sangue

de carneiro e de cavalo, onde 62 (38,75%) das amostras apresentaram halo de

hemólise ao redor das colônias em meio sólido com sangue humano tipo A, 45

(28,12%) com sangue humano tipo B, 60 (37,72%) com sangue humano tipo O 62

(38,75%) com sangue de carneiro e 48 (30,38%) no sangue de cavalo. Sendo

observou-se maior atividade no sangue A, O e carneiro (Figura 5).

Figura 4. Padrão de adesão agregativa (AA) sobre células da linhagem Vero.

Page 45: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

45

Figura 5: Gráfico da atividade hemolítica de isolados de E coli por tipo de sangue. Q=14.74, p=0.005. ¹²³ Números diferentes significam p<0.05

Quanto à atividade hemolítica relacionadas aos EDTA, EDDA e CaCl2

presentes no meio de cultivo em hemácias de carneiro não houve atividade

hemolítica com o quelante EDTA, o que está de acordo com alguns estudos que

avaliam presença do quelante com a diminuição da atividade hemolítica, uma vez

que o EDTA é o quelante do cálcio, que é importante para lise das células o que

compele o aumento da atividade hemolítica da bactéria, porém ao se observar a

atividade hemolítica com o cálcio em nosso trabalho houve uma menor atividade do

que a do sangue humano puro (Figura 6). Renie et al (1974) avaliaram a

necessidade do cálcio como passo inicial para atividade hemolítica com a ativação

hlyA por este elemento. Estes dados foram baseados em observações com pré-

incubações de hlyA com cálcio na fase lag, enquanto que a hemólise pode ser

inibida pelo EDTA, porém ao fazer a análise molecular da alfa hemolisina através de

PCR apenas 1 amostra (0,63%) apresentou o gene hlyA, este resultado negativo de

genes hlyA pode está associado a menor taxa de atividade hemolítica das amostras

na presença do cálcio (JORGENSEN et al., 1983)

Observou-se uma maior atividade hemolítica das amostras na presença do

EDDA (estatisticamente igual ao teste controle com o sangue de carneiro), que

tende a aumentar a atividade hemolítica, pois captura ferro do meio, enquanto que

não houve nenhuma atividade em comparação ao ferro.

0

10

20

30

40

50

60

A¹ B² O¹, ³ Carneiro¹, ³ Cavalo², ³

Humano Não Humano

de

iso

lad

os

com

ati

vid

ade

he

mo

lític

a

Tipo sanguíneo

Page 46: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

46

Figura 6. Gráfico da atividade hemolítica de isolados de E. coli em sangue e com quelantes e cloreto de cálcio. Q=13.27, p=0.004. ¹²³ - Números diferentes significam p<0.05

Isolados que secretam hemolisinas não somente podem lisar eritrócitos como

também outros tipos de células, tornando o micro-organismo mais citotóxico. Neste

trabalho analisou-se a atividade citotóxica de UPEC em células Vero, porém apenas

15 (9,37%) do total das amostras apresentaram-se positivas para esta atividade,

onde 86,6% das amostras que apresentaram atividade citotóxica em células Vero

apresentaram atividade hemolítica em 1 ou mais tipos de sangue analisados.

Algumas bactérias apresentam enzimas que são capazes de degradar

componentes celulares, destruindo os tecidos e espalhando-se pelos tecidos

adjacentes, sendo responsáveis principalmente pela invasão no hospedeiro, desta

maneira analisou-se as amostras de E. coli uropatogênicas quanto a presença de

enzimas onde 75 (46,83%) das amostras apresentaram atividade proteolítica, 67

(41,87%) produziram fosfolipases e 3 (1,87%) gelatinases (Tabela 7) .

Tabela 7:

Atividade enzimática das amostras de E.coli uropatogênicas.

Enzimas Amostras positivas

% Amostras Negativas

% Σ TOTAL

Protease 75 46,83% 85 53,12% 160

Fosfolipase 67 41,87% 93 58,13% 160

Gelatinase 3 1,87% 157 98, 13% 160

0

10

20

30

40

50

60

Carneiro¹ Carneiro+EDDA¹ Carneiro+EDTA² Carneiro+Cloreto de cálcio³

de

iso

lad

os

com

ati

vid

ade

hem

olít

ica

Page 47: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

47

O perfil de resistência das amostras de E. coli revelou, que na comunidade

estudada, esses micro-organismos apresentaram taxas elevadas de resistência a

amoxicilina com 91,25% e mostraram-se mais sensíveis aos aminoglicosídeos

(gentamicina com 96,25% e 88, 75% para nitrofurantoína) e às cefalosporinas

(ceftriaxona com 86,88% e 86,25% a cefotaxima) sendo que estes antibióticos

mostraram-se o mais eficazes contra a E.coli uropatogênicas durante a análise

(Tabela 8)

Tabela 08-

Perfil de resistência das cepas de E. coli isoladas de infecção urinária.

**antibióticos utilizados: CRO= ceftriaxona, CMX= cefuroxima, AML= amoxicilina, CN= gentamicina, F= nitrofurantoína, SAM= ampicilina + sulbactam, NOR= norfloxacina, CTX= cefotaxima, FEP = cefepime, CIP= ciprofloxacina, AMC=amoxicilina+ acido clavulânico NA= acido nalidixico.

O padrão de multi-resistência observado em nossos resultados foi à

quinolonas (norfloxacina, ciprofloxacina e ácido nalidíxico) e amoxicilina, onde são

relatadas em muitos hospitais taxas de resistência elevada à quinolonas, beta-

lactâmicos e aminoglicosídeos, em geral, por produção de beta-lactamases

(ANVISA, 2007).

Antibiótico** Sensível Intermediário Resistente

CRO 139 (86,87%) 12 (7,50%) 9 (5,63%)

CXM 89 (55,62%) 13 (8,13%) 58 (36,25%)

AML 12 (7,50%) 2 (1,25%) 146 (91,25%)

CN 154 (96,25%) 1 (0,63%) 16(10%)

F 142 (88,75%) 2 (1,25%) 2 (2,38%)

SAM 110 (68,75%) 19 (11,88%) 31 (19,38%)

NOR 124 (77,50%) 0 (0%) 36 (22,50%)

CTX 138 (86,25%) 5 (0%) 17 (10,63%)

FEP 124 (77,50%) 13 (8,13%) 23 (14,38%)

CIP 124 (77,50%) 1 (0,63%) 35 (21,88%)

AMC 75(46,88%) 13 (8,13%) 72 (45%)

NA 106 (66,25%)

1 (0,63%) 53 (33,13%)

Page 48: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

48

As cefalosporinas de terceira geração são reconhecidas por sua boa atividade

contra microorganismos gram-negativos, porém a produção de enzimas extended-

spectrum beta-lactamase (ESBL) entre cepas de UPECs as torna capazes de resistir

à ação destes medicamentos, constituindo um considerável problema para o

tratamento, entre as 160 amostras analisadas quanto à produção da enzima ESBL,

26 (16,25%) amostras foram positivas para esta enzima através do teste fenotípico

aplicado (Figura 7). Apesar de ser uma porcentagem relativamente baixa o

aparecimento de bactérias produtoras de ESBL é de suma importância, já que o

aumento de sua prevalência reduz as opções de tratamento disponíveis

(PATERSON, 2006). Sendo assim, sua correta identificação é necessária não

somente para gerenciar a conduta terapêutica, mas também para aplicação imediata

de medidas de controle que visem impedir sua propagação (WIEGAND et al., 2007).

Figura 7: Estirpe com fenótipo positivo para produção de β-lactamases de amplo espectro. AH- Ampliação do halo; AMC- amoxicilina+ácido clavulânico; CRO-ceftriaxona; CTX- cefotaxima; FEP- Cefepime; ATM- aztreonam.

Page 49: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

49

Estudou-se a presença dos genes blaSHV, blaTEM e blaCTX nas 160 amostras

de UPECs pela técnica de PCR, onde encontrou-se 104 (65%) do isolados

produtores de β-lactamases de amplo espectro. Dentre estes, os mais

predominantes foram blaTEM, sendo encontrado em 48,87% dos isolados e blaCTX

com 13,75%. Apenas quatro cepas apresentaram estes genes simultaneamente. O

gene blaSHV foi detectado em três isolados simultaneamente com o gene blaTEM.

Seis isolados não amplificaram para nenhum dos genes em estudo, apesar de terem

expressado a enzima no teste do disco aproximação. O tamanho dos genes

encontra-se representado na figura 8.

Figura 8: Detecção dos genes blaCTX, blaTEM e blaSHV por PCR multiplex. Visualização em gel de agarose a 2,5 %. Canaletas M = marcador de peso molecular (ladder de 50 pb); 1 = K. pneumoniae ATCC 700603 (controle positivo); 2 = cepa n˚2; 3 = cepa n˚8; 4 = cepa n˚19; 5 = cepa n˚ 22; 6 = cepa n˚33; 7 = cepa n˚36.

Page 50: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

50

6 DISCUSSÃO

E. coli tem se destacado como um importante agente de infecção urinária. A

patogenicidade das linhagens uropatogênicas está possivelmente associada a

diversos fatores de virulência, por exemplo, produção de biofilme, expressão de

fímbrias, produção de hemolisinas, resistência antimicrobiana. A aderência

microbiana é o primeiro passo para a patogênese (SHERMAN,1988) e um único

patógeno pode fazer uso de várias adesinas conferindo vantagem de adaptação do

patógeno a diferentes tecidos do hospedeiro no início da infecção (ANTÃO et al, 2009).

A fímbria curli está envolvida na formação do biofilme e suas interações

promovem a ligação da bactéria a células tanto de animais quanto de vegetais,assim

como em superfícies inertes , permitindo a sobrevivência da bactéria em qualquer

ambiente, sendo assim expressa por muitos isolados patogênicos de E. coli, pois

garante uma vantagem in vivo para o micro-organismo (GOPHNA et al., 2001). A fimbria

tipo 1 é essencial para a formação de biofilme e na adesão bacteriana ao epitélio da

bexiga e então estabelecimento da infecção, como no caso da cistite (KAU;HUSTAND;

HULTGRAN, 2005), favorecendo a internalização bacteriana ao epitélio da bexiga, um

fato que então pode levar a fase crônica da cistite. Neste trabalho 68,75% das

amostras foram manose resistentes, ou seja, negativas para fímbrias tipo 1,

significando que este resultado está ligado a outros tipos de fímbrias como a tipo P e

do tipo S.

A fímbria tipo P representa um fator de virulência característico de cepas

causadoras de pielonefrite e são frequentemente associadas a alguns sorogrupos de

E.coli (JOHNSON, 1991; BLANCO et al. 1997). A fimbria tipo S pode ser detectada em

isolados de E.coli de diferentes origens, porém podem ser mais associadas a cepas

relacionadas à meningite e a sepse (KORHONEN et al. 1988 ).

A fímbria tipo P, tipo 1, tipo S tem sido como os fatores de virulência mais

específicos de E.coli uropatogênicas (MIYAZAKI et al., 2002), neste sentido analisou-se

as amostras quanto a produção de uma ou mais fimbrias e constatou-se que 151

(94,37%) das amostras possuem uma ou mais das adesinas citadas acima

demonstrando a capacidade patogênica das amostras circulantes na comunidade

Page 51: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

51

uma vez que estas bactérias possuem fatores para promoção de ITU mais

complicada como cistites e pielonefrites.

Em relação aos genes pap, sfa e afa os dados encontrados no presente

estudo corroboram com outros trabalhos sobre UPECs onde fimbrias do tipo P

(pap)são as mais prevalentes em E. coli uropatogênicas em 77% dos casos

(HULL,1998) seguido de fimbria S (sfa) , sendo que Blanco (1997) detectou com maior

freqüência pap e sfa em cepas de E.coli oriundas de pacientes com pielonefrite

aguda, indicando que os genes associados na produção das adesinas P e S podem

ter o papel mais importante no desenvolvimento e severidade de ITU. O gene afa

tem sido reportado com baixa freqüência entre E.coli uropatogênicas (BLANCO et al.

1997; SANTO et al. 2006; TAKAHASHI, 2007; ABE et al., 2008).

A capacidade da E.coli uropatogênica de produzir biofilme auxilia sua

sobrevivência dentro do hospedeiro, sendo um fator responsável por infecções

crônicas ou persistentes. A formação do biofilme é a chave da cascata patogênica e

está envolvida em casos de ITU mais complicada, de fibrose cística e outras

doenças crônicas infecciosas (PARSEK; SINGH, 2003; DONLAN; COSTERTON, 2002;

BRANDA et al, 2005). Aproximadamente, 50% das infecções microbianas são

associadas com formações de biofilme, o que aumenta significantemente a

resistência a antibióticos e aos mecanismos de defesa do sistema imune. Estudos

demonstram a importância da formação de biofilme bacteriano em ITUs,

principalmente em cistite crônica (HANCOCK; FERRIÉRES; KLEMM , 2007), uma vez que,

a presença do biofilme atua na diminuição da susceptibilidade das bactérias aos

agentes antimicrobianos quando comparados à cultura com bactérias planctônicas

.Estudos sugerem que a resistência do biofilme é explicada pela impenetrabilidade

dos agentes antimicrobianos devido à presença de um polímero hidrofílico que

reveste o biofilme e a estratégias de liberação dos agentes antimicrobianos (SMITH,

2005).

A aderência em mucosas tem sido considerada um importante fator para a

manutenção da bactéria e inicio da infecção aumentando a patogenicidade do

organismo invasor. A aderência bacteriana pode ser mediada por componentes

superficiais como fímbrias (SVANBORG et al., 1983) proteínas presentes na membrana.

A adesão de nossas amostras ocorreu em células renais, no caso Vero, assim como

Page 52: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

52

uma porcentagem considerável de fimbrias manose resistentes como P e S

demonstram um potencial destas amostras em causarem formas de infecção urinária

mais grave, como a pielonefrite.

Quanto à produção de hemolisina, vários estudos concluíram que isolados

que apresentavam a capacidade de produção desta toxina são mais virulentas do

que os isolados não-hemolíticos (COOKSON et al., 2007; HUNT et al., 2008). Alguns

isolados de E.coli são capazes de produzir simultaneamente vários tipos de

hemolisinas (FIGUEIREDO et al.,2003; HUNT et al., 2008). A α-hemolisina está presente em

diversas linhagens causadoras de infecções extra-intestinais sendo citotóxica a

diversas células humanas. Apesar de outros tipos de hemolisinas terem sido

descritas, como a beta-hemolisina, a prevalência e seu significado clínico é pouco

conhecido (JOHNSON 1991; 2001). A alfa-hemolisina é uma exotoxina capaz de induzir

o influxo de cálcio e a eventual lise de uma variedade de tipos celulares em

diferentes hospedeiros (WELCH; BAUER, 1995), por este motivo pressupõe-se que com

o aumento da atividade hemolítica na presença do quelante de cálcio nos resultados

obtidos neste estudo as UPECs avaliadas seriam produtoras de alfa-hemolisina,

apesar de apresentar uma porcentagem baixa do gene para alfa-hemolisina (hlyA)

que pode está relacionada à ampla variação deste gene entre as cepas de E.coli e

esta prevalência varia de acordo com o grupo filogenético, condição clínica do

paciente e localização geográfica (BLANCO et al., 1997; JOHNSON, STELL, 2000;

TAKAHASHI et al., 2007, 2009; ABE et al., 2008). Alguns estudos de mecanismos de lise

mostraram dependência do cálcio para iniciar suas atividades (LUDWIG et al. , 1988;

RENIE et al., 1974; SHORT, KURTZ, 1971).

Ludwig et al (1988) reportaram que o cálcio é necessário para a ligação da

hlyA aos eritrócitos, apesar de não haver evidências diretas da ligação da toxina às

células presentes. Contudo, alguns estudos do mecanismo de ação indicaram que o

cálcio não é importante para a atividade hemolítica (BHAKADI et al., 1986; SMITH,

1963;VAN DEN BOSCH et al., 1980) ,sendo que estes dados foram baseados em

observações que a hemólise não foi inibida pelo EDTA (JORGENSEN et al., 1983).

E.coli uropatogênica elabora um grande número de enzimas incluindo

proteolíticas (proteases, elastases) e fosfolipases. Algumas bactérias são capazes

Page 53: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

53

de produzir gelatinases, porém estas enzimas não são observadas com frequência

em UPEC (TAGHRID; COLOE; COLOE ,2006).

Quanto à fosfolipase, ela tem sido mostrada também como importante fator

de virulência, uma vez que essas enzimas lipolíticas que tem capacidade hidrolisar

ligações de ésteres de fosfolipídios presentes na membrana plasmática, sendo

assim importante na invasão do hospedeiro (WAITE, 1996). As amostras apresentaram

41,87% de positividade para esta enzima, um valor considerável ressaltando-se a

origem comunitária destas amostras.

O conhecimento do padrão de resistência aos antibióticos é de fundamental

importância para a escolha no tratamento das ITU. O perfil de resistência das

amostras de E.coli revelou, que na comunidade estudada apresentaram taxa

elevada de resistência a amoxicilina com 91,25%, este antimicrobiano não é

recomendado para tratamento de infecção urinária por causa da sua alta resistência

e recorrência, sendo essa resistência justificada pelo mecanismo de produção da

enzima beta-lactamase. Na atualidade, para um eficaz tratamento com o uso de

amoxicilina, ela deve ser associada ao ácido clavulâmico em caso de ITUs

(JANCEL;DUDAS, 2002).

Com o aumento da resistência aos beta-lactâmicos a alternativa terapêutica

recomendada seria as fluoroquinolonas, como norfloxacina e ciprofloxacina. No

entanto, ressalta-se que esses antimicrobianos são mais indicados para ITU

complicada e, se a utilização não for criteriosa, esses agentes podem exercer forte

pressão para a seleção de cepas resistentes (WARREN, 1999). Em nosso estudo

encontramos prevalência de resistência de 22,5% para norfloxacina e 21,88% para

ciprofloxacina, o que torna as UPEC analisadas propensas a aquisição de uma

maior resistência se esses antibióticos forem utilizados empiricamente.

Nitrofurantoína seria outra opção terapêutica, tendo como desvantagem um maior

período de tratamento.

Diante de grandes incidências de falha terapêutica e visto que o tratamento

inicia é empírico, é de fundamental importância à realização de estudos que

analisem o perfil de resistência desses uropatógenos aos antimicrobianos. Estudos

bem desenvolvidos são de importância para o auxílio na escolha de terapias mais

Page 54: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

54

eficazes e seguras na utilização da prática médica, visando uma redução de novas

resistências, tendo em vista que, os padrões de resistência aos antimicrobianos

estão evoluindo e sofrendo modificações ao longo do tempo.

Obteve-se uma porcentagem fenotipicamente baixa de ESBL enquanto que

detecção de genes para essas enzimas apresentou-se alta entre os isolados,

indicando que apesar de apresentar os genes eles ainda não estão sendo

expressas, essas diferenças podem depender dos plasmídeos no qual o gene se

encontra ou da região promotora que controla a síntese da beta-lactamase. Como a

degradação do anel beta–lactâmico geralmente ocorre de forma lenta, a resistência

a esses agentes geralmente não é detectada quando são realizados testes in vitro

(BRADFORD, 2001; REIS, 1999) ,

As ESBL do tipo TEM são frequentemente encontradas em bactérias gram-

negativas, principalmente em E. coli e K. pneumoniae (LIVERMORE,1995) corroborando

assim com os dados obtidos neste trabalho. Embora o gene blaCTX-M tenha sido

identificado com menor freqüência, as beta-lactamases codificadas por ele estão em

rápida expansão (TZOUVELEKIS, 2000). ). Alguns isolados apresentaram os genes

blaTEM e blaCTX-M simultaneamente. Resultados similares foram descritos com

isolados de E.coli e outras enterobactérias (MONSTEIN et al, 2007).

Segundo Jacoby (1997) a resistência ESBL tipo SHV pode ser encontrada

mais freqüentemente em isolados nosocomiais do que os de origem comunitária,

essa pode ser a explicação do resultado do baixo percentual de blaSHV encontrado

nas amostras deste presente trabalho, uma vez que elas são comunitárias. Seis

isolados não amplificaram para nenhum dos genes em estudo, apesar de terem

expressado a enzima no teste fenotípico. Dados semelhantes foram obtidos com

isolados de outros tipos de E.coli, sugerindo que esses micro-organismos carregam

genes diferentes de ESBL (MONSTEIN et al. 2007).

Apesar de até pouco tempo se considerar que os micro-organismos

produtores de ESBL eram um problema quase restritamente nosocomial, um estudo

realizado em hospitais espanhóis mostrou que mais da metade das cepas de E.coli

produtoras dessas enzimas foram isoladas de amostras de pacientes ambulatoriais,

principalmente de urina (HERNÁNDEZ, 2003).

Page 55: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

55

A detecção de um número maior de cepas que abrigam os genes de beta-

lactamases em relação aos testes fenotípicos ressalta a importância do uso de

métodos moleculares no esclarecimento dos aspectos epidemiológicos das bactérias

resistentes aos antibióticos beta-lactâmicos. Dessa forma, uma identificação precisa

de bactérias produtoras de ESBLs é importante não somente para gerenciar a

conduta terapêutica, mas também para aplicação imediata de medidas de controle

que visem impedir sua propagação (WIEGAND et al, 2007; BERGERON;OULLETTE, 1998;

COCKERILL, 1999).

Técnicas com maior capacidade discriminatória, como as de PCR e o

sequenciamento de DNA, permitem distinguir, entre cepas de um mesmo clone,

mutações pontuais responsáveis pela resistência específica a determinadas classes

de agentes antimicrobianos, como a resistência aos β–lactâmicos (TOSIN;SILBERT;

SADER, 2003).

Além do uso de técnicas que garantam uma maior confiabilidade na detecção

dos mecanismos de resistência, como a produção de ESBLs, é de suma importância

que se faça um rígido controle do uso de antimicrobianos, contribuindo assim para a

redução da pressão seletiva e para amenizar a incidência de cepas produtoras

dessas enzimas.

A partir dos resultados obtidos nesse trabalho, que demonstraram uma

considerável incidência de UPECs oriundas de pacientes da comunidade produtoras

de ESBL, chama-se atenção para a necessidade de mais estudos visando a

caracterização molecular para melhor elucidar a disseminação desse mecanismo de

resistência na comunidade.

Fatores específicos de virulência têm sido relacionados com fenótipos de

resistência cujos padrões parecem variar de acordo com a região em estudo. Desta

maneira padrões de fatores de virulência assim como o amplo padrão de resistência

encontrado em nosso estudo demonstra a importância de se realizarem estudos

regionais com o objetivo de conhecer melhor E.coli como agente de infecção urinária

circulante na comunidade de São Luís e, mais ainda, conhecer o perfil de resistência

e sua evolução. Essas informações são determinantes na orientação terapêutica

empírica, podendo orientar a terapêutica antimicrobiana em nossa região.

Page 56: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

56

7 CONCLUSÃO

De acordo com os resultados obtidos neste trabalho chega-se as seguintes

conclusões:

Todas as amostras de UPEC apresentaram ao menos um dos fatores de

virulência pesquisados.

Das amostras analisadas 94,37% possuem uma ou mais das adesinas entre

elas: fimbria curli, tipo 1, P, S e adesina afimbrial, demonstrando a

capacidade patogênica das amostras circulantes na comunidade;

As amostras apresentaram 90,62% de positividade para o teste de

hidrofobicidade, em que 59,37% aglutinaram em concentração igual ou

superior a 2M;

Grande parte amostras mostrou-se capaz de formar biofilme, os resultados do

ensaio qualitativo demonstraram que 86 foram positivas, enquanto no teste

quantitativo obteve-se resultado 142 das amostras como produtoras de

biofilme apresentando-se mais sensível do que o teste fenotípico com

Vermelho Congo;

Quando comparados à expressão da fímbria curli, tipo 1 e hidrofobicidade

com a produção de biofilme a presença destes fatores não foi significativa na

formação do biofilme em nossos testes, sugerindo que estejam presentes

outros tipos de adesinas;

As amostras de UPEC aderiram melhor em células renais (Vero) do que em

células de laringe (Hep2);

Para detecção da atividade hemolítica, as hemácias de sangue humano A e

O carneiro foram mais sensíveis, que as de cavalo e do tipo B;

Na presença de EDDA houve um aumento da expressão de hemolisina

testadas em hemácias de carneiro indicando presença de alfa hemolisinas;

Page 57: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

57

Das 15 amostras analisadas positivas para atividade citotóxica em células

Vero, 86,6% apresentaram-se positivas na hemólise em 1 ou mais tipos de

sangue.

Obteve-se quanto à presença de enzimas 46,83% das amostras com

atividade proteolítica, 41,87% produziram fosfolipases e apenas 1,87%

gelatinases;

Das amostras de UPEC 152 (95%) apresentaram resistência a pelo menos

um dos antimicrobianos testados, sendo que apresentaram maior índice de

resistência a amoxicilina ;

O uso indiscriminado de antibióticos proporciona aquisição e disseminação de

genes que conferem resistência às bactérias, sendo necessário fazer uma

abordagem do comportamento destes micro-organismos diante de

antimicrobianos para a escolha da estratégia terapêutica em São Luís-MA.

Vinte e seis amostras foram positivas para ESBL através do teste fenotípico

aplicado enquanto 104 foram produtores de β-lactamases de amplo espectro

pela técnica de PCR;

A observação de uma porcentagem alta de fatores de virulência demonstra

um padrão preocupante de E. coli circulantes e o aumento do risco de

aquisição de ITU nas formas mais graves;

Page 58: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

58

REFERÊNCIAS ABE, C.M. et al. Uropathogenic Escherichia coli (UPEC) strains may carry virulence properties of diarrhoeagenic E. coli. FEMS Immunology and Medical Microbiology, v. 52, p. 397-406, 2008.

ANDREU, A. et al. Etiologia y sensibilidad a los antimicrobianos de los urupatogenos causantes de la infeccion urinaria baja adquirida em la comunidad. Enf Infecc Microbiol Clin., v.23, n.1, p.4-9, 2005. ANTÃO, E.M.; WIELER, L.H.; EWERS, C. Adhesive threads of extraintestinal pathogenic Escherichia coli. Gut Pathogens, v.1, n.22, p. 1-12, 2009. BABAI, R. et al. Virulence patterns from septicemic Escherichia coli O78 strains. FEMS Microbiol Letters, v.149, p.99-105, 1997 BHAKDI S., MACKMAN N., NICAUD J.M, HOLLAND I.B. Escherichia coli hemolysin may damage target cell membranes by generating transmembrane pores. Infect. Immun.,v. 52, p. 63-69, 1986. BAÑO, J.R. et al. Clinical and molecular epidemiology of extended-spectrum ‚-lactamase-producing Escherichia coli as a cause of nosocomial infection or colonization: implications for control. Clinical Infections Diseases, v.42, p. 37-45, 2006. BARROS, E. et al. Nefrologia :rotinas, diagnóstico e tratamento. 2 ed. Porto Alegre: Artmed,1999.627p. BEN NASR, A. et al. Assembly of human contact phase proteins and release of bradykinin at the surface of curli-expressing Escherichia coli. Mol. Microbiol,v. 20, p. 927–935. 1996. BERGERON M.G, OUELLETTE M. Preventing antibiotic resistance through rapid genotypic identification of bacteria and of their antibiotic resistance genes in the clinical microbiology laboratory. J Clin Microbiol, v.36, n.8, p.2169-2172,1998. BISHARA, J. et al. Five-year prospective study of bacteraemic urinary tract infection in a single instution. Eur J. Clin. Microbiol, v.16, n.8, p. 563-567, 1997. BLANCO, J. et al. Factores de virulencia de los Escherichia coli causantes de infecciones extraintestinais. Universidade de Santiago de Compostela, 1992, 142p. BLANCO, M. et al. Detection of pap, sfa and afa adhesion-enconding operons in urophatogenic Escherichia coli strains: relationship with expression of adhesins and production of toxins. Res.Microbiol, v. 148, p.745-755, 1997. BLUM, G. et al. Gene cluster encoding the cytotoxic necrotizing factor type 1,prs-fimbriae and alpha hemolysin from pathogenicity island II of uropathogenis Escherichia coli strain J96. FEMS. Microbil. Letters, v. 126, p. 189-195, 1995.

Page 59: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

59

BONNET, R. et al. Novel cefotaximase (CTX-M-16) with increased catalytic efficiency due to substitution Asp-240-Gly.Antimicrob.Agents Chemother., v.45, n.8, p. 2269-2275, 2001. BONNET, R. Growing group of extended-spectrum beta-lactamases: the CTX-M enzymes. Antimicrob. Agents Chemother., v.48, n.1, p.1-14, 2004. BOU, G. et al. Identification and broad dissemination of the CTX-M-14 beta-lactamase in different Escherichia coli strains in the northwest area of Spain. Clin Microbiol., v. 40, n. 11, p. 4030-4036, 2002. BRADFORD, P.A. Extended-spectrum beta-lactamases in the 21st century: characterization, epidemiology, and detection of this important resistance threat. Clin Microbiol. Rev., v.14, n.4, p.933-951, 2001. BRANDA, S.S. et al. Biofilms: the matrix revisited. Trends Microbiol.,v.13,p.20–26, 2005 BRAY, J. Isolation of antigenically homogeneous strains of Bact. coli neapolitanum from summer diarrhea of infants.J.Pathol. Bacteriol., v.57, p. 239-247, 1945. BUSH, J.G.A.; MEDEIROS, A.A. A functional classification scheme for beta-lactamases and its correlation with molecular structure. Antimicrob. Agents Chemother., v.39, n.6, p.1211-1233, 1995. BUSH, K. New beta-lactamases in gram-negative bacteria: diversity and impact on the selection of antimicrobial therapy. Clin. Infect. Dis., v.32, n.7, p.1085-1089, 2001. BUSSCHER, H.J. et al. Relative importance of surface free energy as a measure of hydrophobicity in bacterial adhesion to solid surfaces. In: DOYLE, R.J.; ROSENBERG, M. Microbial Cell Surface Hydrophobicity. American Society for Micobiology, Washington DC, p. 335-361, 1990. CANTON, R; COQUE, T.M. The CTX-M β-lactamase pandemic. Curr. Opin. Microbiol. , v. 9, p. 466–75, 2006. CARTER, M.W. et al. Detection of Extended-Spectrum B-Lactamase in Klebsiellae with the oxoid combination disk method. Jornal of Clinical Microbiology, v.38, n.11, p.4228-4232, 2000. CASTONGUAY, M.H. et al. Bioflm formation by Escherichia coli is stimulated by synergistic interactions and co-adhesion mechanisms with adherence-profcient bacteria. Research in Microbiology, v.157,p. 471-478, 2006. CAVALIERI, S.J.; BOHACH, G.A.; SNYDER ,I.S. Escherichia coli α-hemolysin: characteristics and probable role in pathogenicity. Microbiol. Rev., v.48, n.4, p.326-343, 1985.

Page 60: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

60

CLÍMACO, E.C. et al. Clonal transmission of ESBL-producing Klebsiella spp. at a university hospital in Brazil. Curr. Microbiol ., v. 56, n. 6, p. 587-91, 2008. CLINICAL AND LABORATORY STANDARDS INSTITUTE. Performance standards for antimicrobial susceptibility testing: 18th informational supplement. CLSI document M100-D18. CLSI, Wayne, PA, 2011. COCKERILL, F.R . Genet ic methods for assessing antimicrobial resistance. Antimicrob Agents Chemother., v.43, n.2, p.199-212, 1999. COSTERTON, W.J. et al. Microbial biofilms. Annu. Rev. Microbiol., v.49, p.711–745, 1995. COOKSON, A.L., et al. Molecular Subtyping and Genetic Analysis of the Enterohemolysin Gene (ehxA) from Shiga Toxin-Producing Escherichia coli and Atypical Enteropathogenic E. coli. Appl Environ Microbiol, v.73, n.20,p.6360-6369, 2007 CORREA, L.A; CANALANI, A.E.; MATHEUS,W.E. Etiologia das infecções do trato urinário. Internacional Brazilian Journal of Urology., v 29, p. 7-10, 2003 COSTA, M.M. et al. Epidemiology, molecular characterization and resistance to antimicrobials of Escherichia coli isolated from South-Brazilian pig herds. Pesquisa Veterinária Brasileira ,v. 26, n. 1, p. 5-8, 2006 COTA, E et al. The solution structure of the invasive tip complex from Afa/Dr fibrils. Molecular Microbiology., v. 62, p. 356–366, 2006. CROFT, A.C; D`ANTONI, A.V; TERZULLI, S.L. Update on the antibacterial resistance crisis. Rev Artic. Med Sci Monit, v. 13, p. 103-118, 2007. DAIGLE, F. HAREL, J.; FAIRBROTHER, J. M. Expression and detection of pap, sfa, and afa-encoded fimbrial adhesin systems among uropathogenic Escherichia coli. Can. J.Microbiol., v.40, p. 286-291, 1994. DANESE, P.N et al. The outer membrane protein, antigen 43, mediates cell-to-cell interactions within Escherichia coli biofilms. Mol Microbiol.,v. 37,p.424-432, 2000. DA RE, S.; GHIGO, J. M. A CsgD-Independent Pathway for Cellulose Production and Biofilm Formation in Escherichia coli. J Bacteriol.,v.188, p. 3073-3087, 2006. DONLAN, R. M.; COSTERTON, J. W. Biofilms: survival mechanism of clinically relevan microorganisms. Clin. Microbiol. Rev., v.15, p. 167-193, 2002. DRASAR, B.S; HILL, M.J. Human Intestinal Flora. London; New York: Academic Press, 1974. DUNNE JR, W.M. Bacterial adhesion: Seen any good biofilms lately? Clin.Microbiol. Rev., v.15, p. 155–166, 2002.

Page 61: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

61

EBERSPÄCHER, B.; HUGO, F.; BHAKDI, S. Quantitative study of the binding and hemolytic efficiency of Escherichia coli hemolysin. Infect. Immun., v.57, n.3, p.983-988, 1989. ESMERINO, L. A; GONÇALVES, L. G; SCHELESKY, M. E. Perfil de sensibilidade antimicrobiana de cepas Escherichia coli isoladas de infecções urinárias comunitárias, UEPG Ci. Biol. Saúde, v. 9,n.1,p.31–39, 2003. EVANS, J.; EVANS, D.G.; YOUNG, L.S.; PITT, J. Hemagglutination typing of Escherichia coli : definition of seen hemagglutination types. J. Clin. Microbiol., v.12, p.235-242,1981. FIGUEIREDO, P. M., C. F. CATANI,T. YANO. Thiol-independent activity of a cholesterol-binding enterohemolysin produced by enteropathogenic Escherichia coli. Braz J Med Biol Res, v.36, n.11, p.1495-1949. 2003. FREEMAN, D.J; FALKINER, F.R; KEANE, C.T. New method for detecting slime production coagulase negative staphyolococci. J. Clin. Pathol., v.42, p. 872-874, 1989. FOWLER JR., J.E; STAMEY, T.A. Studies of introital colonization in women with recurrent urinary infections. VII. The role of bacterial adherence. J. Urol., v.117, p. 472-476, 1977. GARCIA, M.I.; LE BOUGUÉNEC, C. Role of adhesion in pathogenicity of human uropathogenic and diarrhoeogenic Escherichia coli. Bull. Inst. Pasteur, v.94, p.201-236, 1996. GILBERT, P.; MCBAIN, A.J. ; RICKARD, A.H. Formation of microbial biofilm in hygienic situations: a problem of control. International Biodeterioration & Biodegradation., v.51,p. 245-248, 2003. GOLD, O. et al. The prevalence of enterococci in the human mouth and their pathogenicity in animal models. Arch. Oral Biol.,v. 20, p. 473-477,1975. GOPHNA, U. et al. Curli fibers mediate internalization of Escherichia coli by eukaryotic cells. Infect. Immun., v. 69, p. 2659–2665, 2001. GUERRA B.E. et al . Phenotypic and genotypic characterization of antimicrobial resistance in German Escherichia coli isolates from cattle, swine and poultry. Journal of Antimicrobial Chemotherapy ,v 52, p 489-492, 2003. GUPTA, V. An update on newer beta-lactamases. Indian. J. Med. Res., v. 126, n. 5, p. 417-427, 2007. GUTSCHIK, E; MOLLER, S; CHRISTENSEN, N. Experimental endocarditis in rabbits. 3. Significance of the proteolytic capacity of the infecting strains of Streptococcus faecalis. Acta Pathol. Microbiol. Scand., v.87, p.353–362,1979.

Page 62: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

62

HACKER, J. et al. Cloned hemolysin genes from Escherichia coli that cause urinary tract infection determine different levels of toxicity in mice. Infect. Immun., v.42, n.1, p.57-63, 1983. HAEGGMAN, S. et al. Diversity and evolution of the class A chromosomal beta-lactamase gene in Klebsiella pneumoniae. Antimicrob. Agents. Chemother. ,v. 48, n.7, p.2400-2408, 2004. HANCOCK, H.; FERRIÉRES, L.; KLEMM, P. Biofilm formation by asymptomatic and virulent urinary tract infections Escherichia coli strains. FEMS Microbiology Letters , v. 267, p. 30-37, 2007. HANDKE, L.D et al .Genetic and phenotypic analysis of biofilm phenotypic variation in multiple Staphylococcus epidermidis strains. J Med Microbiol., v.53, p. 367-374, 2004. HARADA, S.; ISHII, Y.; YAMAGUCHI, K. Extended-spectrum β-lactamases: Implications for the Clinical Laboratory and Therapy. Korean J Lab Med., v.28, p.401-412, 2008. HERNÁNDEZ, J.R. et al. Escherichia coli y Klebsiella pneumoniae productores de betalactamasas de espectro extendido en hospitales españoles (Proyecto GEIH-BLEE 2000). Enferm. Infecc. Microbiol. Clin. ,v.21, p. 77-82, 2003. HERITAGE, J.et al. Evolution and spread of SHV extended-spectrum beta-lactamases in gram-negative bacteria. J Antimicrob Chemother., v. 44, n. 3, p. 309-18,1999. HUGHES, C. et al. Hemolysin production as a virulence marker in symptomatic and asymptomatic urinary tract infections caused by Escherichia coli. Infect. Immun., v.39, n.2, p.546-551, 1983. HULL, R.A. et al. Virulence factors of Escherichia coli isolates from patients with symptomatic and asymptomatic bacteriuria and neuropathic bladders due to spinal cord and brain injuries. J. Clin. Microbiol.,v. 36, p.115-117, 1998. HUNT, S., et al. The formation and structure of Escherichia coli K-12 haemolysin E pores. Microbiology, v.154, n. 2, p.633-42, 2008. ISLAND, M.D et al. Cytotoxicity of hemolytic, cytotoxic necrotizing factor 1-positive and negative Escherichia coli to human T24 bladder cells. Infect. Immu., v.66, p. 3384-3389, 1998. JACOBY, G.A. Extended-spectrum beta-lactamases and other enzymes providing resistance to oxyimino-beta-lactams. Infect. Dis. Clin. N. Am., v.11, p.875-887, 1997. JACOBY, G. A.; BUSH , K. Lactamse Nomenclature. J. Clin. Microbiol., v.43, n.12, p.6220,2005.

Page 63: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

63

JACOBY, G. A.; MUNOZ-PRICE, L.S. The new β-lactamases. N Engl J Med., v. 352, p. 380–391, 2005. JANCEL, T; DUDAS, V. Management of Uncomplicated Urinary Tract Infection. West. J. Med., v. 176, n.1, p.51-55, 2002. JANKE, B. et al. A substractive hybridisation analysis of genomic diferences between the uropathogenic E. coli K-12 strain MG1655. FEMS Microbiol Lett. , v. 199, p. 61-66, 2001. JOHNSON, J.R. Virulence Factors in Escherichia coli Urinary Tract Infection. Clin.Microb. Rev., v. 4, p. 80-128, 1991. JOHNSON, J.R. et al. Phylogenetic distribution of extraintestinal virulence associated traits in Escherichia coli. The Journal of Infectious Diseases, v.183, p.78-88, 2001. JOHNSON, J.R; STELL, A.L. Extended virulence genotypes of Escherichia coli strains from patients with urosepsis in relation to phylogeny and host compromise. J. Infect. Dis., v. 181, p. 261-272, 2000 JONES, D.S. et al. Standardisation and comparison of methods employed for microbial cell surface hydrophobicity and change determination. International Journal of Pharmaceutics, v.131, p.83-89, 1996. JONES, R.N.; MASTERSON, R. Determining the value of antimicrobial surveillance programs. Diagn. Microbiol. Infect. Dis ., v.41, p.171-175, 2001. JORGENSEN, S.E.; MULCAHY, P.F.;WU, G.K.; LOUIS, C.F. Calcium accumulation in human and sheep erythrocytesthat is in induced by Escherichia coli hemolysin. Toxicon, v. 21, p.717-727, 1983. KALLENIUS, G. et al. Occurrence of P-fimbriated E. coli in urinary tract infeccions. Lancet., v. 2, p. 1369-1372, 1981. KAPER, J.B et al. Pathogenic Escherichia coli. Nature Rev. Microbiol., v.2, p.123-140, 2004. KAU, A.L.;HUNSTAD, D.A.;HULTGREN, S.J. Interaction of uropathogenic Escherichia coli with host uroepithelium. Current Opinium in Microbiology., v.8, p.54-59, 2005. KAYAOGLU, G; ORSTAVIK, D. Virulence factors of Enterococcus faecalis:relationship to endodontic disease. Critical Reviews in Oral Biology and Medicine, v.15, n. 5, p. 308-320, 2004. KFOURY, J. N.S.; ARAJ, G. F. Recent developments in B-lactamase and extended spectrum B-lactamase. BMJ, v. 327, n 7425, p.1209-1213, 2003. KHAN, S.W; AHAMED, A. Urophatogens and their suscepitibility pattern: a retrospective analysis. J. Pak. Med. Assoc., v. 51, p. 98-100, 2001.

Page 64: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

64

KORHONEN, T.K et al. Tissue interactions of Escherichia coli adhesins. Antonie van Leeuwenhoek, v. 54, p. 411-420, 1988. KOTRA, L.P; SAMAMA, J; MOBASHERY, S. Beta-lactamases and resistance to beta-lactam antibiotics. In :Lewis, K; Slayers, A.A ;Taber, H.W ; Wax, R.G, editors. Bacterial resistance to antimicrobials. NewYork:Marcel Decker., p.123-160, 2002. KUEN, M.J et al. Genetic, biochemical and structural studies of biogenesis of adhesive pill in bacteria. Meth and Enzym., v. 236, p. 282-306, 1994. LATHAM, R.H.; STAMM, W.E. Role of fimbriated Escherichia coli in urinary tract infections in adult women: correlation with localization studies. J. Infect. Dis., v.149, n.6, p.835-840, 1984. LINA, T.T; RAHMAN, S.R; GOMES D.J. Multiple-antibiotic resistance mediated by plasmids and integrons in uropathogenic Escherichia coli and Klebsiella pneumoniae. Banglad J Microbiol., v. 24, p.19-23, 2007. LIVERMORE, D.M. Beta-lactamases in laboratory and clinical resistance. Clin Microbiol. Rev., v. 8, p.557-584, 1995. LOPES, H.V. Antibióticos,resistência e novos mecanismos de ação. Rev.Panam. Infectol., v.11, n.2, p.67-68, 2009. LUDWIG, A.; JARCHAU, T.; BENZ, R.; GOEBEL, W. The repeat domain of Escherichia coli haemolysin (Hly A) is responsible for its Ca2+dependent binding to erythrocytes. Mol. Gen.Genet., v. 214, p.553-561, 1988. MARANGONI, D.V; MOREIRA, B. M. Doenças Infecciosas: conduta, diagnóstico e terapêutica. Guanabara-Koogan, Rio de Janeiro, 1994. MARTINS, I.S. et al. Endemic extended-spectrum beta-lactamase-producing Klebsiella pneumoniae at an intensive care unit: risk factors for colonization and infection. Microb Drug Resist., v. 12, n. 1, p. 50-8, 2006. MEDEIROS, A.A. Evolution and dissemination of beta-lactamases accelerated by generations of beta-lactam antibiotics. Clin Infect Dis., v.24, p.19-45, 1997. MELO, P.C. Estudo fenotípico e genotípico da produção de biofilmes por estirpes de Staphylococcus aureus isoladas dos casos de mastite subclínica bovina. Dissertação de Mestrado em Medicina Veterinária Preventiva, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, SP. 122p.2008. MIYAZAKI, J. et al. Type 1, P and S fimbriae, and afimbrial adhesin1 are not essential for uropathogenic Escherichia coli to adhere to and invade bladder epithelial cells. FEMS Immunol. Med. Microbiol., v. 36, p.23-26, 2002

Page 65: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

65

MINSHEW, B.H et al. Association of hemolysin production, hemagglutination of human erythrocytes, and virulence for chicken embryos of extraintestinal Escherichia coli isolates. Infect.Immun., v.20, n.1, p.50-54, 1978. MOL, O; OUDEGA, B. Molecular and structural aspects of fimbriae biosynthesis and assembly in Escherichia coli. FEMS. Microb. Rev., v. 19, p.25-52, 1996. MONSTEIN, H.J et al. Multiplex PCR amplification assay for the detection of blaSHV, blaTEM and blaCTX-M genes in Enterobacteriaceae. Apmis.,v.115, p. 1400-1408, 2007. MORIN, M.S; HOPKINS, W.J. Identification of virulence genes in uropathogenic Escherichia coli by multiplex polimerase chain reaction and their association with infectivity in mice. Urology., v.60, n.3, p.537-541, 2002. MULVEY, M. A. Adhesion and entry of uropathogenic Escherichia coli. Cellular Microbiology., v. 4, p. 257-271, 2002. MUNDY, L.M.; SAHM, D.F.; GILMORE, M.S. Relationships between enterococcal virulence and antimicrobial resistance. Clinical Microbiology Reviews.,v.13, p. 513-522, 2000 NATHISUWAN, S.; BURGESS, D.S; LEWIS II, J.S. ESBLs: Epidemiology, Detection and Treatment. Pharmacotherapy., v. 21, p. 920-928, 2001 NOWICKI, B.; SELVARANGAN, R.; NOWICKI, S. Family of Escherichia coli Dr adhesins: decay-accelerating factor receptor recognition and invasiveness. Journal of Infectious Diseases., v. 183, p.24–27, 2001. OELSCHLAEGER, T.A et al. Virulence factors of uropathigens. Curr. Opp. Urol., v. 12, p.33-38, 2002. OLSEN, A. et al. Environmental regulation of curli production in Escherichia coli. Infect. Agents Dis., v.2, p.272–274, 1993. OLSEN, A.; JONSSON, A.; NORMARK, S. Fibronectin binding mediated by a novel class of surface organelles on Escherichia coli. Nature , v.338, p. 652–655, 1989. OLSEN, A. et al. Curli, fibrous surface proteins of Escherichia coli, interact with major histocompatibility complex class I molecules. Infect. Immun., v.66, p.944–949. 1998. PARSEK, M.R; SINGH, P.K. Bacterial biofilms: an emerging link to disease pathogenesis. Annu. Rev.Microbiol., v.57, p. 677–701, 2003 PATERSON, D.L. Resistance in Gram-Negative Bacteria: Enterobacteriaceae. The American Jornaul of Medicine., v. 119, n. 6, p.20-28, 2006. PATERSON, D.L.; BONOMO, R.A. Extended-spectrum beta-lactamases: a clinical update. Clin. Microbiol. Rev, v.18, n.4, p. 657-686, 2005.

Page 66: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

66

PELCZAR, J, M.J.; CHAN, E.C.S.; KRIEG, N.R. Microbiologia, conceitos e aplicações. 2. ed. São Paulo: Makron Books do Brasil, v.2, p.111-125, 1997. PIRES, M.C.S et al. Prevalência e suscetibilidades bacterianas das infecções comunitárias do trato urinário, em Hospital Universitário de Brasília, no período de 2001 a 2005. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical , v.40, p. 643-647, 2007. PITOUT, J.D.D. et al. β-lactamases responsible for resistance to expanded-spectrum cephalosporins in Klebsiella pneumonie, Escherichia coli, and Proteus mirabilis isolates recovered in South Africa. Antimicrobial Agents Chemotherapy., v.42, p.1350-1354, 1998. PRATT L.A., KOLTER R. Genetic analysis of Escherichia coli biofilm formation: roles of flagella, motility, chemotaxis and type I pili. Mol Microbiol., v. 30, p.285–293, 1998. REIS, A. O. Avaliação dos testes laboratoriais para a detecção de amostras de Klebsiella pneumoniae produtoras de β-lactamases de espectro estendido. Dissertação (Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. São Paulo, 1999. 138 f. RENNIE R. P., FREER J.H, ARBUTHNOTT J. P. The kinetics of erythrocyte lysis by Escherichia coli hemolysin. J. Med. Microbiol., v. 7, p. 189-195, 1974. SÁENZ, Y. Caracterización fenotípica y genotípica de la resistencia a antibióticos en cepas de Escherichia coli no patógenas de alimentos y de la microflora intestinal de humanos y animales. Dissertação de Doutorado na área de Bioquímica e Biologia Molecular. Universidade de La Rioja, 2004. SANTO, E.; MACEDO, C.; MARIN, J.M. Virulence factors of uropathogenic Escherichia coli from a university hospital in Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo , v.48, p.185-188, 2006 SATO, A.E et al. Nitrito Urinário e infecção do trato urinário por cocos gram positivos. Jornal Brasileiro de Patologia Médica e Laboratorial., v. 41, p.397-404, 2005. SCHEMBRI, M.A et al. Differential Expression of the Escherichia coli autoaggregation factor antigen 43. J. Bacteriol.,v 185, p 2236-2242, 2003. SCHMIDT, H. et al. Effect of surface modifications of intraocular lenses on the adherence of Staphylococcus epidermidis. Zentralblatt für Bakteriologie., v. 287, p. 135-145, 1998 SERVIN, A.L. Pathogenesis of Afa/Dr diffusely adhering Escherichia coli. Clinical Microbiology Reviews, v. 18, p. 264–292, 2005. SHAH, A.A. et al. Characteristics, epidemiology and clinical importance of emerging strains of Gram-negative bacilli producing extended-spectrum- β lactamases. Res Microbiol. , v. 155, p. 409-421, 2004.

Page 67: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

67

SHERMAN, P.M; SONI, R. Adherence of Vero cytotoxin-producing Escherichia coli serotype 0157: H7 to human epithelial cells in tissue culture: role of outer membranes as bacterial adhesions. J. Med. Microbiol., v. 26, p.11-17, 1988. SHORT, E.C.; KURTZ, H.J. Properties of the hemolytic activities of Escherichia coli. Infect. Immun., v. 3, p. 678-687, 1971. SJOBRING, U.; POHL, G.; OLSEN, A. Plasminogen, absorbed by Escherichia coli expressing curli or by Salmonella enteritidis expressing thin aggregative fimbriae, can be activated by simultaneously captured tissue-type plasminogen activator (t-PA). Mol. Microbiol., v.14, p. 443–452, 1994. SMITH, H.W. The hemolysins of Escherichia coli. J.Pathol. Bacteriol.,v. 85,p. 197-211, 1963. SMITH, .A.W. Biofilms and antibiotic therapy: Is there a role for combating bacterial resistance by the use of novel drug delivery systems? Advanced Drug Delivery Reviews., v. 57, p. 1539-1550, 2005. SMYTH, C.J.; MARRON, M.; SMITH, S.G.J. Fimbrial of Escherichia coli. In: GYLES, C.L. Escherichia coli in domestic animals and humans. Oxon:CAB International. p. 399-435, 1994. SIMARRO, E. et al. Salmonella enterica serovar virchow with CTX-M-like β-lactamase. Spain. J. Clin. Microbiol., v.38, p.4676–4678, 2000. SIROT, D. Extended spectrum plasmid mediated β-lactmases. J Antimicrob Chemother., .v. 36, p.19-34, 1995. STEPANOVIC, S. et al Biofilm formation by Salmonella spp. and Listeria monocytogenes on plastic surface. Lett. Appl. Microbiol., v. 38, p. 428-432, 2004. SVANBORG, E. et al. Bacterial adherence a pathogenic mechanism in urinary tract infections caused by Escherichia coli. Progress in Allergy., v. 33, p. 175-188,1983 TAGHRID, S; COLOE, I; COLOE , P.J. Phospholipase A in gram-negative bacteria and its role .Pathogenesis.Microbiology, v.152, p.1263-1274,2006. TAKAHASHI, A. et al. Escherichia coli isolates associated with uncomplicated and complicated cystitis and asymptomatic bacteriuria possess similar phylogenies, virulence genes, and O-serogroup profiles. Journal of Clinical Microbiology, v.44, p.4589-4592, 2007. TAKAHASHI, A. et al. Genetic profiles of fluoroquinolone resistant Escherichia coli isolates obtained from patients with cystitis: phylogeny, virulence factors, PAI usp subtypes, and mutation patterns. Journal of Clinical Microbiology, v. 47, p. 791-795, 2009.

Page 68: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

68

TENG, C.H. et al. Escherichia coli K1 RS218 Interacts with human brain microvascular endothelial cells via type 1 fimbria bacteria in the fimbriated state. Infect. Immun., v.73, p. 2923-2931, 2005. TOSIN, I; SILBERT, S; SADER, H.S. The use of molecular typing to evaluate the dissemination of antimicrobial resistance among gram-negative rods in brazilian hospitals. Braz J Infect Dis., v.7, p.360-369, 2003. TUNER, P.J. Extended-Spectrum B-Lactamase. Clinical Infectious Diseases, v.41 p.273-275, 2005. TZOUVELEKIS, L.S et al. CTX–M type beta-lactamases: an emerging group of extended spectrum enzymes. Int.J. Antimicrob .Agents., v.14,p. 137-142, 2000. VAN DEN BOSCH, J.F.; POSTMA, P.; GRAFF, J.; MACLAREN, D.M. Determination of the α-hemolytic activity of hemolytic urinary Escherichia coli strains. FEMS Microbiol. Lett.,v. 8,p.75-77,1980. VAN LOOSDRECHT, M.C.M. et al. Electrophoretic mobility and hydrophobicity as a measure to predict the initial steps of bacterial adhesion. Appl. Environ. Microbiol.,v. 53, p.1898–1901, 1987. VERGIS, E.N. et al. Association between the presence of Enterococcal virulence factor gelatinase,hemolysin and Enterococcal surface protein and mortality among patients with bacteremia due to Enterococcus fecalis. Clinical Infectious Diseases, v. 35, p.570-575, 2002. WAITE, M. Phospholipases. In Biochemistry of Lipids: Lipoproteins and Membranes. Vance V& J. Vance, Amsterdam: Elsevier. p. 211–236, 1996. WARREN, J.W et al. Guidelines for antimicrobial treatment uncomplicated acute bacterial cystitis and acute pyelonephritis in woman. Infectious Diseases Society of America (IDSA). Clin Infect Dis ., v.29, p.745-758, 1999 WATANABE, D.S.A et al. Fatores de virulência de amostras urinárias de Escherichia coli. Rev. Microbiol., v.19, p.123- 128, 1988. WELCH, R.A et al. Battling agains host phagocytes: the wherefore of the RTX family of toxins? Journal of Infectious Agents Diseases, v. 4, p.254-272, 1995 WIEGAND, I. et al. Detection of extended-spectrum beta-lactamase among Enterobacteriaceae by use of semiautomated microbiology systems and manual detection procedures. Journal of Clinical Microbiology., v.45, n.4, p.1167-1174, 2007. WHITTAKER, C.J; KLIER, C.M; KOLENBRANDER, P.E. Mechanisms of adhesion by oral bacteria. Annu. Rev.Microbiol., v. 50, p.513-552, 1996. WILSON, E.D. Studies in bacterial proteases: The relation of protease production to the culture medium. J Bacteriol., v.20,p. 41–59 ,1930.

Page 69: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

69

WOOD, T.K. et al . Motility influences biofilm architecture in Escherichia coli. Applied Microbiology and Biotechnology, v.72, p. 361-367, 2006. YAMAMOTO, S. et al. Detection of urovirulence factor in Escherichia coli by multiplex polymerase chain reaction. FEMS Immunol. Med. Microbiol., v.12, p. 85-90, 1995.

Page 70: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

70

ANEXOS

Page 71: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

71

Anexo A: Parecer do Comitê de Ética do Uniceuma

Page 72: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

72

Page 73: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

73

Anexo B: Carta de Submissão do Artigo Intitulado:

Characterization of virulence factors and analysis of antimicrobial resistance of uropathogenic

Escherichia coli from São Luís, Maranhão, Brazil.

Page 74: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

74

Anexo 3: Submissão do Artigo Intitulado:

Detection of extended-spectrum beta-lactamases (ESBLs) in uropathogenic

Escherichia coli (UPECs) from community patients

To: [email protected] > Subject: [MIOC] Submission Acknowledgement > Date: Sat, 13 Aug 2011 01:34:35 -0300 > From: [email protected] > > Dr.(a)Monique Santos do Carmo: > > Manuscript: "Detection of extended-spectrum beta-lactamases (ESBLs) in > uropathogenic Escherichia coli (UPECs) from community patients." Monique Santos do Carmo,Adriana de Mendonça Marques,Luis Henrique Bastos Gonçalves ,Thiago Azevedo Feitosa Ferro,Silvio Gomes Monteiro ,Cristina de Andrade Monteiro,Valério Monteiro Neto.Patrícia de Maria Silva Figueiredo

> Thank you for your above-mentioned manuscript which you kindly submitted > for publication in the Memorias do Instituto Oswaldo Cruz. > > The manuscript will be sent to the Editorial Board for review. We will > contact you again as soon as we receive the reviewer´s comments. > > With the online journal management system that we are using, you will be > able to track its progress through the editorial process by logging in to > the journal web site: > > Manuscript URL: > http://submission.scielo.br/index.php/mioc/author/submission/66577 > Username: moniquebio88 > > Thank you for considering this journal as a venue for your work. > > Sincerely Yours, > > Ricardo Lourenco de Oliveira > Editor > _________________________________ > Memorias do Instituto Oswaldo Cruz > http://memorias.ioc.fiocruz.br

Page 75: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

75

Anexo C: Certificado de Participação de Evento com apresentação de

trabalho

Page 76: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

76

Page 77: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

77

APÊNDICES

Page 78: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

78

Characterization of virulence factors and analysis of antimicrobial resistance of

uropathogenic Escherichia coli from São Luís, Maranhão, Brazil.

Adriana de Mendonça Marques , Monique Santos Carmo, Alicia Valéria dos Santos Zaranza de

Carvalho, Francyelle Costa Moraes, Andreia Menezes Silva , Thiago Azevedo Feitosa Ferro, Diogo

Marcelo Lima Ribeiro, Luís Henrique Bastos Gonçalves, Cristina de Andrade Monteiro, Patrícia de

Maria Silva Figueiredo

Department of Post-graduate and Extension Studies, Laboratory of Medical Microbiology

Uniceuma, São Luís, Maranhão. Josué Montello, nº 1, Renascença II, São Luís-MA, Brasil.

CEP 65.075-120

e-mail:[email protected]

Summary: The urinary tract infection (UTI) is one of the main causes of medical consultation and Escherichia coli is the most common invader isolated from bacterial acute urinary infections. The severity of the infection depends on the virulence of the bacterium. Thus, this study aimed to evaluate the presence of virulence factors in strains in 160 isolates of uropathogenic E. coli from urinary tract infection, as well as analyze the profile of antimicrobial susceptibility. Samples of uropathogenic E. coli were evaluated for fimbriae production and they went through tests to evaluate hydrophobicity and biofilm production, hemolysin and enzyme production. We evaluated the antimicrobial resistance and performed the PCR with the genes of virulence factors ESBL. To detect biofilm, 53.75% were positive in congo red agar (CRA), while in the spectrophotometer positivity was 86%. In relation to the fimbriae, 80.62% of the isolates showed curli and 31.35% type 1. Through PCR we have found that 43.75% of the samples were positive for fimbriae type P and S, which are mannose-resistant. About the hemolytic activity, 38.75% were positive for type A, 28% B, 37.72% O, 38.75% for sheep blood and 30.37% for horse blood. In tests for detecting enzymatic activity: protease, gelatinase and phospholipase, 46.83% of the samples showed proteolytic activity, 41.87% produced phospholipase and 1.87% gelatinase. All the data obtained gives a contribution to the elucidation of the biological aspects of these uropathogens circulating in the community, which is relevant, considering the limitations of this information in our midst.

Keywords: Escherichia coli; virulence factors; antimicrobial resistance, UTI, uropathogens Introduction

Uropathogenic Escherichia coli (UPEC) is the main agent that causes urinary tract infections (UTI), responsible for 70 to 90% of acute bacterial urinary infections (Sato et al. 2005), where 95% of these infections develop in an ascent way, causing cystitis and pyelonephritis (Mulveey 2002).

The presence of virulence factors in UPECs make them different from commensal and include adhesins, which promote colonization and biofilm formation (Ong et al. 2008), as well as the presence of enzymes and toxins (Janke et al. 2001; Oelschlaeger et al. 2002).

Bacterial adherence to cells of the urinary tract is an essential step for the beginning of the infection, and UPEC produces many types of adhesins necessary for the initial colonization, including fimbria curli, type 1, type P, type S and non-fimbrial adhesins (Blanco et al. 1997; Johnson and Stell 2000; Kaper 2004).

The production of hemolysins is also an important virulence factor, because the presence of this toxin causes the lysis of uroepithelial cells and consequent invasion and dissemination of bacteria in cells (Wiles et al. 2008).

In the last decade, enzymes have been intensively studied as virulence factors in the infection process and the identification of several enzymes has confirmed their involvement in the molecular

Page 79: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

79

mechanism of infection. The function of these bacterial enzymes may be nutritional only, although it is possible that there is degradation of tissue structures which allow the bacterial invasion and multiplication in tissues and inhibit the action of the host’s immune system (Dow 2000).

Multiplicity and association of virulence factors have been important in UTI development, and it can increase the pathogenicity of an UPEC isolate (Yamamoto et al. 1995; Blanco et al. 1997; Morin and Hopnks 2002).

The comprehension of the several virulence facts that influence UTIs, as well as the way they behave facing na antimicrobial are extremely important for choosing the therapeutic strategy and clinical follow-up, and the evaluation of virulence and resistance factors contributes to the delineation of the problem and to define treatment options, as well as list appropriate measures for a new therapeutic conduct.

The objective of this study was to evaluate virulence mechanisms related invasion and adhesion to the host, as well as to demonstrate resistance mechanisms to antimicrobials in 160 samples of uropathogenic E. coli from São Luís, Maranhão, Brazil. Material and Method

The 160 samples of uropathogenic E. coli obtained from colonization in the urinary tract came from Gaspar Laboratory in São Luís-Maranhão, previously identified and currently part of the Bacteria Collection of Laboratory of Medical Microbiology of Uniceuma. This study has been approved by the Research Ethics Comitee n˚ 00097/11 of Uniceuma, São Luís, Maranhão. Detection of fimbriae type curli and type 1

To identify curli fimbria, the culture was grown at 37ºC in Luria Bertani medium for 24 hours. Then it was inoculated in LB agar plates containing Congo Red and Coomassie Brilliant Blue. The plates were incubated for 24 to 48 hours at room temperature (Da Re and Ghigo 2006).

To identify type 1 fimbria, we made cultures in BHI for 24 hours at 37ºC. Right after, a portion of each culture was centrifuged three times (12000xg for 15 minutes), always eliminating the supernatant and adding PBS. About 100µl of the isolates were mixed, on glass coverslips, with 100µl of blood washed three times with PBS, with and without mannose. The samples which produced hemagglutination only in presence of mannose were considered positive for type 1 fimbria. Determination of cellular hydrophobicity

After growth in BHI agar for 24h at 37°C, the cultures were suspended in rising concentrations of ammonium sulfate with 0.5M, 1.0M, 1.5M, 2.0M, 2.5M and 3.0M. Clumps formation within two minutes after suspension indicated positive result (Schmidt et al. 1998). Biofilm formation

Congo red Agar: the test performed with congo red agar has been previously described (Freeman et al. 1989). Briefly, we made culture of the isolates in BHI agar with saccharose and Congo Red. After 24h at 37°C, the plates were analyzed. The biofilm producers showed black colonies, while the non-producers were red.

Spectrophotometry: we inoculated 100µL of bacterial suspension with 100µL of BHI in microplates with 98 wells and incubated at 37°C for 24 hours in an incubator. After the incubation period, the plates were washed three times with PBS. Crystal Violet was added to the plates and then incubated for 15 minutes at room temperature. Each well was washed with distilled water three times. The plates were submitted to spectrophotometry with a 492nm filter to measure the absorbance of each well. Based on the optical density (O.d.i) produced by the isolates and considering the negative control (O.d.c), the isolates were classified in the categories: non-producer, weak producer, moderate producer and strong producer (Stepanovic et al. 2004).

Bacterial adhesion to cell cultures

The adhesion of uropathogenic E. coli was performed in Vero renal cells (Green African Monkey) and Hep2 cells (Human Larynx Carcinoma) which were thawed in a water bath at 37ºC and transferred to a bottle with cell culture containing modified Eagle’s Minimum Essential Medium (MEM/Cultilab), with 10% of fetal bovine serum (FBS/Cultilab) and 1% of antibiotics solution, containing penicillin and streptomycin. The culture bottles were incubated in an atmosphere with 5% of CO2 at 37ºC for 48 hours until formation of the cellular monolayer. After this period, the medium was removed and a solution of TVA (Trypsin Versene Association) was added to the cell culture to detach the monolayer. The cells were resuspended in MEM plus 10%. The suspension of cells has been distributed in microplates with 24 wells, 100 μL per well. The microplates were incubated at 37ºC, in

Page 80: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

80

an atmosphere with 5% of CO2 for 24 hours. Adherence was analyzed according to the patterns: local, diffuse and aggregative. Hemolysin production

Bacterial cultures were inoculated in plates containing 5% of human blood types A, B and O, sheep and horse blood and then incubated at 37°C for 24 hours. The presence of circular zones of hemolysis or degradation around colonies indicated positive result for hemolytic activity (Watanabe et al. 1988). Hemolysin production in presence of chelating agents and ions solution

To verify the influence of chelating agents and solution of calcium chloride in the expression of hemolytic activity, the samples were cultivated in BHI and then planted in Müeller-Hinton, containing separately the chelate EDTA (ethylenediamineacetic acid) and EDDA (ethylene-di-(o-hydro phenol) acetic acid) and ion solution of CaCl2 (calcium chloride) for 48h at 37°C in an incubator. Detection of cytotoxic activity

Samples of Escherichia coli were cultivated in 5 mL of BHI at 37°C. After 24 hours of incubation, the cultures were centrifuged (6000 x g /15 min). The supernatant culture obtained was filtered with a 0.22µm membrane. We added 100µL of the supernatant in a microplate of 98 wells containing Vero cells grown in Minimal Essential Medium (MEM). The cultures were incubated at 37°C in 5% atmospheric CO2. After this period, the microplate was washed three times with PBS and then we added 200µL per well of the extraction solution and shook for 10 minutes. The microplate was read with Elisa with a 540nm filter.

Detection of sequences of pap, sfa, afa and hlyA by PCR

Amplified DNA was obtained through heating the pure colony in eppendorfs with 0.5 ml of distilled sterilized water and centrifuged at 10.000rpm for 2 minutes. The polymerase chain reation was performed using specifica primers for the genes: papC (fimbria type P), sfa (fimbria type S), afa (fimbrial adhesin) and hlyA (alpha-hemolysin). The primers sequence and molecular weight of the products is specified in (Table 1). PCR products were applied in agarose gel 2% and identified by incubation in ethidium bromide solution and viewed in a UV light transluminator. Detection of Protease and Phospholipase

Bacterial cultures were inoculated in Müeller-Hinton plates with 10% of skim milk and 3% of egg yolk and incubated at 37°C for 24 hours. The presence of degradation zones around the colonies and precipitation zones indicated positive result for proteolytic activity and phospholipase production, respectively. Gelatinase

E.coli strains were inoculated in BHI and after incubation at 37°C for 24 hours, the inocula were deeply planted in tubes containing 5mL of a gelatin solution 12%, prepared in phosphate buffer pH 7.4. After incubation at 37°C for 24 hours, we observed if there was gelatin liquefaction (Wilson 1930). Antimicrobial susceptibility testing

The disk diffusion method was used to determine antimicrobial susceptibility. The antimicrobial tested include: ceftriaxone, cefuroxime sodium, amoxicillin/clavulanic acid, gentamicin, nitrofurantoin, ampicillin/sulbactam, norfloxacin, cefotaxime, cefepime, ciprofloxacin, nalidixic acid, amoxicillin. E.coli standard strain ATCC 25922 was used as control. Phenotypical detection of ESBL producing strains by disk approximation

The bacterial suspension was prepared with saline solution and turbidity corresponding to 0.5 in the McFarland scale.

Disks of aztreonam (30 µg), cefotaxime (30 µg), ceftazidime (30 µg) and cefepime (30 µg), were placed at 20 mm distant from the amoxicillin/clavulanic acid disk (Harada; Ishii and Yamaguchi 2008; Shah et al. 2004). The samples were considered ESBL producers when there was amplification of the inhibition zone for cephalosporins or aztreonam or when a third irregular zone of inhibition (“ghost-zone”) appeared between the composed disk and the disk of one of the beta-lactams drugs. Molecular detection of strains producing ESBL by PCR

Page 81: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

81

In this study, we used the primers TEM-164.SE and TEM-165.AS to amplify a sequence of 445 pairs of bases of the family TEM; for the family CTX-M, the primers pair CTX-M-U1 and CTX-M-U2 to amplify 593 pairs of bases and for the family SHX the pair of primers with 747 pairs of bases SHV.SE and SHV.AS. The primers sequence and molecular weight of the products is specified in Table 1.

Statistical methods

The significance of the results was established using Contingency Coefficient C. Statistical analyses were performed with Bioestat (version 5.0). All results were considered as statistically signifcant at P < 0.05. Results

From the 160 samples evaluated, it was observed that 129 (80.62%) were producers of curli fimbria and 50 (31.25%) were positive for type 1fimbria. It was found that 145 samples, equivalent to 90.62% showed positivity for the hydrophobicity test, where 59.37% of the samples were agglutinative within the concentrations from 3M to 2M.

The results from the qualitative biofilm assay of the 160 samples studied demonstrated that 86 (53.75%) produced biofilm and 75 (45.35%) were negative. In relation to the quantitative test in microplates, 87.86% of the samples produced biofilm, and they were classified as strong, moderate and weak. From these, 16 (10%) were classified as strong, 26 (16.25%) as moderate, and 100 (62.50%) as weak biofilm producers; 18 (11.25%) did not produce biofilm. The test in microplates differs the efective strains very well, being more sensitive than the phenotypical test with Congo Red (Mariusz et al. 2008), therefore the percentage of biofilm producers is higher than in CRA, despite 11 samples have showed positive results in the phenotypical test with Congo Red and dis not produce biofilm with detection in microplate.

The expression of curli fimbria, type 1 and hydrophobicity have been reported as important structures for biofilm formation and identified as virulence factors of uropathogenic E. coli (UPECs) with and important role in adhesion. We performed an analysis of the results by the correlation test, in which we compared biofilm data evaluated to fimbriae production and hydrophobicity, however, the presence of these factors was not significant for biofilm formation in our tests, suggesting other kinds of adhesins present (Table 2). Other adhesins (pap,sfa, afa ) were analyzed through molecular techniques where 43.75% (70) showed the sequences reported for the virulence factors studied. It was found that 25 (15.62%) were positive for type P fimbriae, showing the genotype pap, 16 (10%) were positive for type S fimbria showing genotype sfa, 27 (16.88%) showed simultaneously pap and sfa, and only 2 (1.25%) showed fimbrial adhesins with genotype afa (Figure 1).

We analyzed 40 samples to adhesion, and it was not found any adhesion pattern in Hep2 cells, but 15 (37.5%) samples showed aggregative pattern in Vero cells (Figure 2).

In relation to hemolytic activity, in A, B and O blood, sheep and horse blood, where 62 (38.75%) of the samples showed total hemolysis zone around the colonies in solid medium with human blood type A, 45 (28.12%) with human blood type B, 60 (37.72%) with human blood type O, 62 (38.75%) with sheep blood and 48 (30.38%) in horse blood. A higher activity was observed in human blood type A, type O and sheep blood (Graphic 1a). In relation to the hemolytic activity related to EDTA, EDDA and CaCl2 present in the cultivation medium in sheep erythrocytes, there was no hemolytic activity with EDTA. It was observed a higher hemolytic activity in samples with EDDA (statistically equal to the control test with pure sheep blood) in comparison to CaCl2, indicating presence of alpha-hemolysins, because EDDA is a a calcium chelate and strains which showed this kind of hemolysin depend on calcium to lyse cells, what increases the bacterial hemolytic activity (Graphic 1b). However, in the molecular analysis of the alpha-hemolysin by PCR only 1 sample (0.63%) showed the gene hly. Isolates that secrete hemolysins not only can lyse erythrocytes but also other types of cells, making the organism more cytotoxic. In this study, we analyzed the cytotoxic activity of UPEC in Vero cells, but only 15 (9.37%) samples were positive for this activity, where 86.6% of the samples showed cytotoxic activity in Vero cells also showed hemolytic activity in 1 or more types of blood analyzed.

Some bacteria showed enzymes that are able to degrade cellular components, destroying tissues and mirroring the adjacent tissues, being primarily responsible for the invading the host. Thus, we analyzed uropathogenic E. coli samples for presence of enzymes, where 75 (46.83%) of the samples showed proteolytic activity, 67 (41.87%) produced phospholipase and 3 (1.87%) gelatinase.

The resistance profile of the E. coli samples showed that in the community studied, these micro-organisms showed high resistance rates to amoxicillin with 91.25% and were more sensitive to

Page 82: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

82

aminoglycosides (gentamicin with 96.25% and 88.75% for nitrofurantoin) and to cephalosporins (ceftriaxone with 86.88% and 86.25% to cefotaxime). These antibiotics were effective against uropathogenic Escherichia coli during the analysis (Table 3).

The third generation cephalosporins are known for their good activity against gram-negative microorganisms, however the production of enzymes extended-spectrum beta-lactamase (ESBL) among UPEC strains make them able to resist to the action of these medicines, what is a great problem for the treatment. Among the 160 samples analyzed for production of the ESBL enzyme, 26 (16.25%) samples were positive for the enzyme according to the phenotypical test applied. We studied the presence of the genes blaSHV, blaTEM and blaCTX in 160 UPEC samples by PCR, and we found that 104 (65%) of the isolates were ESBL producers. Among them, the predominant were

blaTEM, found in

48.87% of the isolates and bla

CTX with 13.75%. Only four strains showed these genes simultaneously. The gene

blaSHV was detected in three isolates together with the gene

blaTEM. Six isolates did not

amplify for any of the studied genes, despite the have expressed the enzyme in the disk approximation test (Figure 3). Discussion

Microbial adherence is the first step for pathogenesis (Sherman 1988) and the fimbriae type 1, type P, type S and non-fimbrial adhesins play an important role in adhesion, identified as main specific virulence factor of uropathogenic E. coli (Miyazaki 2002).

Curli fimbria is able to promote connection bacterium-bacterium, as well as the connection bacterium-surface, expressed by several pathogenic isolates of E. coli (Gophna et al. 2001). Type 1 fimbria is essential for bacterial adhesion to the bladder epithelium and establishment of infection, as in cystitis (Kau; Hustand and Hultgran 2005), favoring the internalization of the bacterium to the bladder epithelium, a fact that can lead to the chronic phase of cystitis. The type P fimbria represents a virulence factor typical of strains that cause pyelonephritis and are frequently associated to some serogroups of E. coli (Johnson 1991; Blanco et al. 1997). Type S fimbria can be detected in E. coli isolates from different origins, however they are related most to strains associated to meningitis and sepsis (Korhonen et al. 1988). 151 (94.37%) of the samples analyzed have one or more of the adhesins studied, demonstrating the pathogenic capacity of the samples circulating in the community, since these bateria have factors for a more complicated UTI, as cystitis and pyelonephritis.

In relation to the genes pap, sfa and afa, data found in the present study corroborate other data about UPEC research, where type P fimbria (pap) is the most prevalent in uropathogenic E. coli in 77% of the cases (Hull, 1998) followed by fimbria S (sfa). Blanco (1997) has detected with a higher frequency pap and sfa in E. coli strains from patients with acute pyelonephritis, indicating that the operons that encode the adhesins P and S may have the most important role in development and severity of UTI. The gene afa has been reported with low frequency among uropathogenic E. coli (Blanco et al. 1997; Santo et al. 2006; Takahashi 2007; Abe et al. 2008).

The capacity of uropathogenic E. coli producing biofilm helps it to survive inside the host organism and this factor is responsible for chronic or persistent infections. Approximately 50% of the microbial infections are associated to biofilm formation, what usually increases significantly resistance to antibiotics and the defense mechanisms of the immune system. Studies demonstrate the importance of bacterial biofilm formation in UTI, especially in chronic cystitis (Hancock; Ferriéres and Klemm 2007), since the presence of biofilm acts in reducing bacterial susceptibility to antimicrobial agents when compared to cultures of planktonic bacteria (Smith 2005).

In relation to hemolysin production, several studies concluded that isolates that were able to produce this toxin were more virulent than the non-hemolytic isolates (Cookson et al. 2007; Hunt et al. 2008). Some E. coli isolates are able to produce several types of hemolysins at the same time (Figueiredo et al. 2003; Hunt et al. 2008). Alpha-hemolysin is present in several lineages which cause extra-intestinal infections and it is cytotoxic to several human cells. Despite other kinds of hemolysins have been described, as beta-hemolysin, the prevalence and its clinical meaning is barely known (Johnson 1991; 2001). Alpha-hemolysin is an exotoxin able to induce calcium influx and eventual lysis of a variety of cells types in different hosts (Welch and Bauer 1995). That is why we suggested that with an increase of hemolytic activity in presence of calcium chelate in the results of this study the evaluated UPEC may be alpha-hemolysin producers, despite showing a low percentage of the gene alpha-hemolysin (hly) may be related to the great variation of this gene among E. coli strains, where the prevalence varies according to the phylogenetic group, patient’s clinical condition and geographical localization (Blanco et al. 1997; Johnson and Stell 2000; Takahashi et al. 2007, 2009; Abe et al. 2008).

Page 83: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

83

Uropathogenic E. coli elaborates a great number of enzymes, including proteolytic ones (protease, elastase) and phospholipase. Some bacteria are able of producing gelatinase, however they are not frequently seen in UPEC (Taghrid; Coloe and Coloe 2006).

Phospholipase has been also shown as an important virulence factor, since these lipolytic enzymes which are able to hydrolyze bonds between ester and phospholipids in the cell membrane, thus being important in invading the host (Waite 1996). 41.87% of the samples were positive for this enzyme, a considerable value, highlighting the community origin of these samples.

Knowledge about the pattern of resistance to antibiotics is extremely important to choose the appropriate treatment for UTI. The resistance profile of E. coli samples revealed that in the studied community they had a high resistance rate to amoxicillin, with 91.25%, this antimicrobial is not recommended for treating urinary infection because of its high resistance and recurrence. This resistance is justified by the mechanism of beta-lactamase production. Currently, for an effective treatment of UTI with amoxicillin, it must be associated to clavulanic acid (Jancel and Dudas 2002).

With the increase in the resistance to beta-lactams, the recommended therapeutic alternative are fluoroquinolones, as norfloxacin and ciprofloxacin. However, we emphasize that these antimicrobials are more appropriate for complicated UTI and with a careless use, these agents may cause selection of resistant strains (Warren 1999). In our study, we have found prevalence of resistance of 22.5% for norfloxacin and 21.88% for ciprofloxacin, what makes the analyzed UPEC likely to acquire higher resistance if these antibiotics are empirically used. Nitrofurantoin is another therapeutic option, with the disadvantage of a longer treatment period.

We have got a phenotypically low percentage of ESBL while the detection of genes for these enzymes was high among the isolates, indicating that the genes are not being expressed yet, despite being detected.

TEM type ESBL are frequently found in gram-negative bacteria, especially in E. coli and K. pneumoniae (Livermore 1995)

corroborating our data. Although the gene

blaCTX-M has been identified

with a lower frequency, beta-lactamase encoded by it are in a fast expansion (Tzouvelekis 2000). According to Jacoby (1997), ESBL resistance type SHV can be found more frequently in

clinical isolates than in other types of ESBL. This may be the explanation for the low percentage of blaSHV found in our samples, once they come from the community. Two isolates did not amplify for any of the studied genes, although they have expressed the enzyme in the phenotypical test. Similar data were obtained from E. coli isolates, suggesting that these strains carry another type of gene ESBL (Monnstein et al. 2007).

Specific virulence factors have been related to resistance phenotypes, whose patterns seem to vary according to the region studied. Thus, patterns of virulence factors, as well as the broad resistance pattern found in our study demonstrates the importance of performing regional studies aiming better knowledge about E. coli as an agent that causes urinary infection circulating in the community of São Luís and, even more, knowing the resistance profile and the its evolution. This information is crucial in empirical therapeutical guidance, and may guide antimicrobial therapeutics in our region. Aknowledgments

The authors thank for the financial support given by Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) for the scholarship granted to Adriana de Mendonça Marques and to Centro Universitário do Maranhão (Uniceuma). References Abe CM et al (2008) Uropathogenic Escherichia coli (UPEC) strains may carry virulence properties of diarrheagenic E. coli. FEMS Immunology and Medical Microbiology 52: 397-406 Blanco M et al (1997) Detection of pap, sfa and afa adhesion-encoding operons in uropathogenic Escherichia coli strains: relationship with expression of adhesins and production of toxins. Res. Microbiol. 148:745-755 Cookson AL et al (2007) Molecular Subtyping and Genetic Analysis of the Enterohemolysin Gene (ehxA) from Shiga Toxin-Producing Escherichia coli and Atypical Enteropathogenic E. coli. Appl. Environ. Microbiol. 73:6360-6369 Daigle F, Harel J, Fairbrother JM (1994) Expression and detection of pap, sfa, and afa-encoded fimbrial adhesin systems among uropathogenic Escherichia coli. Can. J.Microbiol 40:286-291

Page 84: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

84

Da Re S, Ghigo JMA (2006) CsgD-Independent Pathway for Cellulose Production and Biofilm Formation in Escherichia coli. J. Bacteriol 188:3073-3087 Dow JM, Daniels SMJ(2000) Xylella genomics and bacterial pathogenicity.Yeast 17:263-271 Figueiredo PM, Catani CF, Yano T (2003) Thiol-independent activity of a cholesterol-binding enterohemolysin produced by enteropathogenic Escherichia coli. Braz. J Med Biol Res 36:1495-1499 Freeman DJ, Falkiner FR, Keane CT (1989) New method for detecting slime production coagulase negative staphyolococci. J. Clin. Pathol 42:872-874 Gophna U et al (2001) Curli fibers mediate internalization of Escherichia coli by eukaryotic cells. Infect. Immun 69: 2659–2665 Hancock H, Ferriéres L, Klemm P (2007) Bioflm formation by asymptomatic and virulent urinary tract infectious Escherichia coli strains. FEMS Microbiology Letters 267: 30-37 Harada S, Ishii Y, Yamaguchi K (2008) Extended-spectrum β-lactamases: Implications for the Clinical Laboratory and Therapy. Korean J Lab Med 28:401-412. Hull RA et al (1998). Virulence factors of Escherichia coli isolates from patients with symptomatic and asymptomatic bacteriuria and neuropathic bladders due to spinal cord and brain injuries. J. Clin. Microbiol 36:115-117 Hunt S et al (2008) The formation and structure of Escherichia coli K-12 haemolysin E pores. Microbiology 154:633-642 Jacoby GA (1997) Extended-spectrum beta-lactamases and other enzymes providing resistance to oxyimino-beta-lactams. Infect. Dis. Clin. N. Am 11:875-887 Jancel T, Dudas V (2002) Management of Uncomplicated Urinary Tract Infection. West. J. Med 176:51-55 Janke B et al. (2001) A substractive hybridisation analysis of genomic diferences between the uropathogenic E. coli K-12 strain MG1655. FEMS Microbiol Lett 199: 61-66 Johnson JR (1991) Virulence Factors in Escherichia coli Urinary Tract Infection. Clin.Microb. Rev. 4:80-128 Johnson JR et al (2001) Phylogenetic distribution of extraintestinal virulence associated traits in Escherichia coli. The Journal of Infectious Diseases 183:78-88 Johnson JR, Stell AL (2000). Extended virulence genotypes of Escherichia coli strains from patients with urosepsis in relation to phylogeny and host compromise. J. Infect. Dis. 181: 261-272. Kaper JB et al (2004) Pathogenic Escherichia coli. Nature Rev. Microbiol 2:123-140 Kau AL, Hunstad DA, Hultgren SJ (2005) Interaction of uropathogenic Escherichia coli with host uroepithelium. Current Opinium in Microbiology 8:54-59 Korhonen TK et al (1988) Tissue interactions of Escherichia coli adhesins. Antonie van Leeuwenhoek 54: 411-420 Livermore DM (1995) Beta-lactamases in laboratory and clinical resistance. Clin Microbiol. Rev 8:557-584 Mariusz G, Grzegorz W, Julianna K (2007) Evaluation of biofilm production and prevalence of the icaD gene in methicillin-resistant and methicillin-susceptible Staphylococcus aureus strains isolated from patients with nosocomial infections and carriers. FEMS Immunol Med Microbiol 50:375–379

Page 85: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

85

Miyazaki J et al (2002) Type 1, P and S fimbriae, and afimbrial adhesin I are not essential for uropathogenic Escherichia coli to adhere to and invade bladder epithelial cells. FEMS Immunol. Med. Microbiol 36:23-26 Monstein HJ et al (2007) Multiplex PCR amplification assay for the detection of blaSHV, blaTEM and blaCTX-M genes in Enterobacteriaceae. Apmis 115:1400-1408 Morin MS, Hopkins WJ (2002) Identification of virulence genes in uropathogenic Escherichia coli by multiplex polimerase chain reaction and their association with infectivity in mice. Urology 60:537-541 Mulvey MA (2002) Adhesion and entry of uropathogenic Escherichia coli. Cellular Microbiology 4: 257-271 Oelschlaeger TA et al (2002) Virulence factors of uropathogens. Curr. Opp. Urol. 12:33-38 Ong CLY et al (2008) Identifcation of type 3 fimbriae in Uropathogenic Escherichia coli reveals a role in bioflm formation. Journal of Bacteriology 190: 1054-1063 Pitout JDD, Thomson KS, Hanson ND et al (1998) β-lactamases responsible for resistance to expanded-spectrum cephalosporins in Klebsiella pneumonie, Escherichia coli, and Proteus mirabilis isolates recovered in South Africa. Antimicrobial Agents Chemotherapy 42:1350-1354 Santo E, Macedo C, Marin JM (2006) Virulence factors of uropathogenic Escherichia coli from a university hospital in Ribeirão Preto, São Paulo, Brazil. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 48:185-188 Sato AE et al (2005)Nitrito urinário e infecção do trato urinário por cocos gram positivos. Jornal Brasileiro de Patologia Médica e Laboratorial 41:397-404 Schmidt H et al (1998) Effect of surface modifications of intraocular lenses on the adherence of Staphylococcus epidermidis. Zentralblatt für Bakteriologie 287:135-145 Shah AA, Hasan F, Ahmed S, Hameed A (2004) Characteristics, epidemiology and clinical importance of emerging strains of Gram-negative bacilli producing extended-spectrum- β lactamases. Res Microbiol 155:409-421 Sherman PM, Soni R (1988) Adherence of Vero cytotoxin-producing Escherichia coli serotype 0157: H7 to human epithelial cells in tissue culture: role of outer membranes as bacterial adhesions. J. Med. Microbiol 26:11-17 Simarro E, Navarro F, Ruiz J et al (2000) Salmonella enterica serovar Virchow with CTX-M-like β-lactamase in Spain. J. Clin. Microbiol. 38:4676–4678 Smith AW (2005) Biofilms and antibiotic therapy: Is there a role for combating bacterial resistance by the use of novel drug delivery systems? Advanced Drug Delivery Reviews 57:1539-1550 Stepanovic S, Cirkovick I, Ranin L, Svabic-Vlahovic M (2004) Biofilm formation by Salmonella spp. and Listeria monocytogenes on plastic surface. Lett. Appl. Microbiol 38:428-432 Taghrid S, Coloe I, Coloe PJ (2006) Phospholipase A in gram-negative bacteria and its role in pathogenesis.Microbiology 152:1263-1274 Takahashi A et al (2007) Escherichia coli isolates associated with uncomplicated and complicated cystitis and asymptomatic bacteriuria possess similar phylogenies, virulence genes, and O-serogroup profiles. Journal of Clinical Microbiology 44:4589-4592

Page 86: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

86

Takahashi A et al (2009) Genetic profiles of fluoroquinolone resistant Escherichia coli isolates obtained from patients with cystitis: phylogeny, virulence factors, PAI usp subtypes, and mutation patterns. Journal of Clinical Microbiology 47:791-795 Tzouvelekis LS et al (2000) CTX – M - type - beta-lactamases: an emerging group of extended spectrum enzymes. Int.J. Antimicrob.Agents 14:137-142 Waite M (1996) Phospholipases. In Biochemistry of Lipids: Lipoproteins and Membranes. Vance V& J. Vance, Amsterdam: Elsevier 211–236, Warren JW et al (1999) Guidelines for antimicrobial treatment uncomplicated acute bacterial cystitis and acute pyelonephritis in woman. Infectious Diseases Society of America (IDSA). Clin Infect Dis 29:745-758 Watanabe DAS, Decarlis RMST, Michelin LA, Montelli AC (1988) Fatores de virulência de amostras urinárias de Escherichia coli. Rev. Microbiol 19:123- 128. Welch RA et al (1995)Battling agains host phagocytes: the wherefore of the RTX family of toxins? Journa of Infectious Agents Diseases 4:254-272 Wiles TJ, Kulesus RR, Mulvey MA (2008) Origins and virulence mechanisms of uropathogenic Escherichia coli. Exp. Mol. Pathol 85: 11-19 Wilson ED (1930) Studies in bacterial proteases: The relation of protease production to the culture medium. J Bacteriol. 20:41–59 Yamamoto S et al (1995) Detection of urovirulence factor in Escherichia coli by multiplex polymerase chain reaction. FEMS Immunol. Med. Microbiol 12:85-90

Page 87: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

87

Table 1: Base sequence, foreseen sizes of the amplified products of the primers used in PCR.

Table 2: Distribution of the tests of virulence for adhesion applied in comparison to biofilm formation

Biofilm (microplate) Contingency Coefficient C

Value of p* Non

producer Weak Moderate Strong

Fimbriae Negative 4 12 2 0 0.27 0.31

Fimbria type 1 1 6 0 0 Curli 13 66 6 0 Type 1 + Curli 2 9 2 1 Hydrophobicity

Non hydrophobic 1 9 0 0 0.18 0.59

untill 1.5M of ammonium sulfate 7 25 5 0 over 1.5M of ammonium sulfate 13 59 5 2 Combination of hydrophobicity and fimbriae

Hydrophobicity + Fimbria type 1 1 5 0 0 0.29 0.4

Hydrophobicity + Fimbria curli 12 60 7 0 Hydrophobicity + Fimbria type 1

and curli 2 7 2 1

* Value of p > 0.05: result without statistical difference

Oligonucleotides sequence (5’-3’) Size REFERENCE

papC F:GACGGCTGTACTGCAGGGTGTGGCG

R:ATATCCTTTCTGCAGGGATGCAATA

328 pb Daigle et al., 1994

sfa F:CTCCGGAGAACTGGGTGCATCTTAC R:CGGAGGAGTAATTACAAACCTGGCA

410 pb Daigle et al., 1994

afa

F:GCTGGGCAGCAAACTGATAACTCTC R:CATCAAGCTGTTTGTTCGTCCGCCG

750 pb Daigle et al., 1994

hlyA F:AACAAGGATAAGCACTGTTCTGGCT R:ACCATATAAGCGGTCATTCCCGTCA

1.177 pb Yamamoto et al., 1995

blaSHV

F:CACTCAAGGATGTATTGTG R:TTAGCGTTGCCAGTGCTCG

747 pb Pitout et al., 1998

blaTEM

F:ACGCTCAGTGGAACGAAAAC R:TTCTTGAAGACGAAAGGGC

445pb Monstein et al., 2007

blaCTX -M F:GTGACAAAGAGAGTGCAACGG R:ATGATTCTCGCCGCTGAAGCC

593pb Simarro et al., 2000

papC: operon of the pilli associated to pyelonephritis, sfa: operon of the fimbrial adhesin S,

afa: operon of the non-fimbrial adhesin, hly: α-hemolysin.

G: guanine, A: adenine, C: cytosine, T: thymine.

Page 88: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

88

Table 03- Resistance profile of Escherichia coli strains isolated from urinary infection.

Antibiotic** Susceptible Intermediate Resistant

CRO

139 (86.87%) 12 (7.50%) 9 (5.63%)

CXM 89 (55.62%) 13 (8.13%) 58 (36.25%)

AML 12 (7.50%) 2 (1.25%) 146 (91.25%)

CN 154 (96.25%) 1 (0.63%) 16(10%)

F 142 (88.75%) 2 (1.25%) 2 (2.38%)

SAM 110 (68.75%) 19 (11.88%) 31 (19.38%)

NOR 124 (77.50%) 0 (0%) 36 (22.50%)

CTX 138 (86.25%) 5 (0%) 17 (10.63%)

FEP 124 (77.50%) 13 (8.13%) 23 (14.38%)

CIP 124 (77.50%) 1 (0.63%) 35 (21.88%)

AMC 75(46.88%) 13 (8.13%) 72 (45%)

NA 106 (66.25%) 1 (0.63%) 53 (33.13%)

**antibiotics used:

CRO = ceftriaxone, CMX = cefuroxime, AML = amoxicillin,

CN = gentamicin, F =

nitrofurantoin, SAM = ampicillin + sulbactam, NOR = norfloxacin, CTX = cefotaxime, FEP = cefepime, CIP = ciprofloxacin, AMC = amoxicillin + clavulanic acid, NA = nalidixic aci

Graphic1: A: Hemolytic activity of Escherichia

coli isolates according to blood type. Q=14.74,

p=0.005. B: Hemolytic activity of Escherichia

coli isolates in pure blood and with chelates and

calcium chloride. Q=13.27, p=0.004. ¹²³ Different

numbers mean p < 0.05.

Page 89: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

89

Figure 3: Detection of the genes bla

CTX, bla

TEM and bla

SHV by multiplex

PCR. Visualization in agarose gel 2.5 %. Lanes: M = molecular weight

marker (50pb ladder); 1 = K. pneumoniae ATCC 700603 (positive control); 2

= strain number 2; 3 = strain number 8; 4 = strain number 19; 5 = strain

number 22; 6 = strain number 33; 7 = strain number 36.

Figure 1. Multiplex PCR amplification for the genes for papC, sfa, afa, and

hly. Electrophoresis in agarose gel 2%. Lane M: molecular weight marker

100bp. Lanes: 1, 3, 5, 7, 10, 12, 13.14: Products of amplification of genes

papC(328pb) and sfa (410 bp). Lanes: 2, 4, 6,8,9,11 and 15, were negative.

Figure 2. Aggregative adhesion pattern (AA) on cells from the

Vero lineage.

Page 90: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

90

DETECTION OF EXTENDED-SPECTRUM β-LACTAMASES (ESBLs) IN

UROPATHOGENIC ESCHERICHIA COLI (UPECs) COMMUNITARY STRAINS.

1Monique Santos do Carmo.

2Adriana de Mendonça Marques

3Luís Henrique Bastos Gonçalves

4Thiago Azevedo de Feitosa Ferro

5 Dra.Cristina Andrade Monteiro

5 Dra.Patrícia de Maria Silva Figueiredo

Carmo MS1; Marques AM

2; Gonçalves LH

3; Ferro TAF

4; Andrade-Monteiro C

5; Figueiredo PMS

5

1 Biology student, Federal University of Maranhão.

2 Student of Masters in Parasite Biology, UniCeuma.

3 Gaspar Laboratory, São Luís, Maranhão.

4 Master in Parasite Biology.

5 Medical Microbiology Laboratory, UniCeuma.

Mail to: Dr. Patrícia de Maria Silva Figueiredo

Laboratório de Microbiologia Médica- UniCeuma. Rua Josué Montello, n˚01, Renascença II. CEP

65.075-120. São Luís, Maranhão. E-mail: [email protected]

Page 91: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

91

ABSTRACT

The production of extended-spectrum β-lactamase (ESBL) is na important

resistance mechanism to the β-lactam antimicrobials, considered a risk factor to

manage infectious diseases. The wide use of antibiotics on the treatment of urinary

tract infections (UTI) has aggravated this problem. In addition to some virus, fungi

and bacteria, uropathogenic E. coli are presented as the main responsible for this

kind of infection. Studies to understand the diversity of ESBL in Brazil are scarce

and, besides, many of them are directed to nosocomial strains. The objective of this

study was to detect phenotypically and in molecular level the production of ESBLs of

the types TEM, CTX-M and SHV in 117 UPEC isolates from patients from the

community. For the phenotypic test it was used the disc approximation test and for

the molecular test, PCR multiplex. From the total of strains, 12.8% showed a positive

phenotype for ESBL, while 65.8% amplified for the genes in study. Among these, the

most prevalent were blaTEM and blaCTX, with 42.7% and 18.8%, respectively. Two

isolates were positive for the phenotypic test, but negative for the PCR multiplex,

suggesting the presence of other genes for ESBL. From the present results, we call

attention to the need of more studies implemented by molecular characterization to

elucidate the dissemination of this resistance mechanism among bacteria from the

community.

Key words: ESBL, UPEC, disc approximation, PCR multiplex.

Page 92: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

92

Introduction

The world is facing a serious crisis about a growing resistance to antibacterial

drugs, so that this factor is presented as a serious threat to the management of

infectious diseases.1,2

The increase in resistance rates among several microorganisms and, in

particular, among uropathogenic Escherichia coli (UPECs) has been causing great

concern in developed and developing countries3.

In addition to some virus, fungi and other bacteria4, UPECs present

themselves as responsible for urinary tract infections (UTIs), and are detected in

about 70% to 90% of the acute bacterial urinary infections5.

The ITUs are a serious health problem, affecting millions of people every

year3, considered one of the main causes of morbidity and mortality6. These

infections represent one of the main causes of medical consultations, following only

respiratory infections7. In Brazil, totaling 80% of the consultations8.

Among several antibiotics resistance mechanisms, the extended-spectrum β-

lactamases (ESBLs) production is highlighted, which are a class of β- lactamases

mediated by plasmids, showing the capability of hydrolyze and inactivate a great

variety of antibiotics from the β-lactam group, including third-generation

cephalosporins, penicillins and aztreonam9.

ESBLs are the result of the mutation of the enzymes Temoniera 1 (TEM-1),

Temoniera 2 (TEM-2) and Sulfhidryl variable 1(SHV-1)9, so that currently, more than

Page 93: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

93

340 types are known10, and caused, thereby, great concern among microbiologists

and infectologists11.

Studies to understand the diversity and prevalence of ESBL in Brazil are

scarce, due to the large territory and the need for extensive sampling12.

Monitoring the occurrence of strains producing ESBLs is to contribute

substantially to delineate the extent of the problem, to define treatment options and

identify appropriate containment measures13.

Moreover, great part of the studies about ESBL have been directed to strains

from hospitalized patients, and a few studies have reported the presence of these

enzymes in strains isolated from patients in the community.

Thus, the objective of this study was to detect phenotypically and in

molecular level by the technique of Polymerase Chain Reaction (PCR), the

production of the types TEM, CTX-M and SHV of ESBL in UPEC isolates from the

community.

Methods

Bacterial strains

The study was conducted from 118 UPEC isolates, previously identified, from

patients of the community, kindly provided by a private laboratory in São Luís,

Maranhão, Brazil.

Characterization of the ESBL phenotype

All strains were submitted to the double diffusion method or disc

approximation method, according to CLSI criteria14.

Page 94: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

94

Extraction of deoxyribonucleic acid (DNA) from the isolates

For DNA extraction, one pure colony from each isolate was suspended in

eppendorfs with 1mL of sterile distilled water. Then, the strains were submitted to a

temperature of 100˚C for 8 minutes in water bath. Subsequently, the DNA of the

isolates was maintained at - 20˚C15.

Molecular detection of strains producing ESBLs of hte types TEM, CTX-M

and SHV through amplification by PCR multiplex

In the study, we used the pairs of primers TEM-164.SE and TEM-165.AS,

CTX-M-U1/U2 and bla-SHV.SE/AS with origin and size of the fragment amplified in

base pairs (bp) according to Table 1. The primers were purchased from Invitrogen

(Carlsbad, CA) and all the reactions were performed with 2,5 µl . DNA polymerase,

MgCl2 buffer, DNTPs and miliQ water, in a total volume of 25 µl. The conditions for

amplification were: initial denaturation at 95˚C for 15 minutes, 30 cycles of

denaturation at 94˚C for 30 seconds, annealing at 60˚ for 30 seconds, extension at

72˚C for 2 minutes, followed by a final extension at 72˚C for 10 minutes. The

amplifications were perfeormed in a thermocycler MyCicler (BioRad) and the

amplified product of each reaction was submitted to electrophoresis on agarose gel

1% for 1 hour (100 volts), and subsequently), stained with ethidium bromide at a

concentration of 20μg/100 ml of water and visualized under UV light with a

transluminator.16

.

Quality control

For quality control of molecular and phenotypic tests, we used the strains of

Klebsiella pneumoniae ATCC 700603 (blaSHV-1) and E. coli ATCC 35218 (blaTEM-1)

as positive controls and the strain E. coli ATCC 25922 as negative control.

Page 95: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

95

Results

The results are summarized in table 2. From the 117 isolates, 12.8% showed

a positive phenotype for ESBL (Figure 1), while 65.8% amplified for the genes in the

study. Among these, the most prevalent were blaTEM, found in 42.7% of the isolates

and blaCTX, in 18.8%. Only two strains showed these genes together. The gene

blaSHV was detected in three isolates, together with the gene blaTEM. Two isolates

did not amplify for any of these genes, despite of being positive in the phenotypic

test. The result of the amplification of some strains can be seen in Figure 2. In

graphic 1, we can observe the correlation between the results of PCR and disc

approximation

Discussion

While some strains have full resistance to β–lactam antibiotics with broad

spectrum, many isolates cannot be phenotypically resistant, even with the genes that

encode these enzymes19. These differences in the susceptibility patterns displayed

by bacteria can depend on the plasmid in which the gene is; or on the promoter gene

that controls the β-lactamase production. As the degradation of β–lactam usually

occurs slowly, the resistance to this agent cannot be detected when tests are

performed in vitro, as it happened with many isolates in this study when submitted to

the disc approximation test20,21.

We add to this the fact that the standard inoculum for the susceptibility tests

may not be sufficient to detect resistance, since the enzyme can be present in low

concentrations and clavulanic acid is not able to effectively inhibit it, and it is not

possible to see the phenotype for ESBL production ESBL22.

Page 96: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

96

TEM-type ESBLs are frequently found in gram-negative bacteria23, especially

in E. coli and K. pneumoniae confirming the data in this study. Although the gene

blaCTX-M has been identified less frequently, the β-lactamases encoded by this gene

are in a fast expansion24. Some isolates showed blaTEM and blaCTX-M genes as a

whole, similarly to the results found in a study for the detection of these genes in E.

coli and other enterobacteria by PCR multiplex16.

The enzymes from the family SHV are found with a high prevalence in clinical

isolates of the other kinds of β-lactamases, justifying the incidence of the gene

blaSHV in UPECs isolates, which are from the community. In addition to this, most of

the SHV-type enzymes is found in K. pneumoniae strains25,26.

One of the isolates did not amplify for any of the genes in the study, although

it was phenotypically positive. This suggests this strain carries another type of ESBL

gene.

Despite that, until recently, it was believed that microorganisms producing

ESBL were almost strictly a nosocomial problem, a study in Spanish hospitals

showed that more than half of E. coli strains producing these enzymes were isolated

from samples from outside the hospitals, mainly in urine27.

Thus, a precise identification of the ESBL-producing bacteria is important not

only to manage the therapy but also for the immediate implementation of control

measures to prevent its spread28.

Within this context, the molecular characterization of resistance mechanisms

allows to obtain information not accessible by the exclusive use of phenotypic

methods, which allows great advances in knowledge about genetics and

epidemiology of bacterial resistance29.30.

Page 97: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

97

Techniques with greater discriminatory Power, such as PCR and DNA

sequencing, distinguish strains of the same clone punctual mutations responsible for

specific resistance to certain classes of antimicrobial agents, such as resistance to

beta-lactam shown by Enterobacteriaceae31.

Besides the use of techniques to ensure a greater reliability in the detection of

resistance mechanisms, such as the production of ESBLs, it is extremely important to

have tight control of antimicrobial use, thereby helping to reduce the selective

pressure and to decrease the incidence of strains producing ESBLs.

From the present results, which showed a considerable incidence of extra-

hospital strains producing extended-spectrum β-lactamases, we call attention to the

need of more studies implemented by molecular characterization to elucidate the

dissemination of this resistance mechanism among bacteria from the community.

References

1 Croft AC, D`Antoni AV, Terzulli SL. Update on the antibacterial resistance crisis.

Review Article. Med Sci Monit 2007; 13: 103-118.

2 Kotra LP, Samama J, Mobashery S. Beta-lactamases and resistance to beta-

lactam antibiotics. In:Lewis K, Slayers AA, Taber HW, Wax RG, editors. Bacterial

resistance to antimicrobials. NewYork: Marcel Decker; 2002; p.123-160.

3 Lina TT, Rahman SR, Gomes DJ. Multiple-antibiotic resistance mediated by

plasmids and integrons in uropathogenic Escherichia coli and Klebsiella pneumoniae.

Bangladesh J Microbiol 2007; 24: 19-23.

4 Corrêa LA, Canalini AF, Matheus WE. Etiologia das infecções do trato urinário. Int

Braz J Urol 2003; 29: 7-10.

Page 98: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

98

5 De Cueto M. Microbiological diagnosis of urinary tract infections. Enferm Infecc

Microbiol Clin 2005; 23: 9-14.

6 Zdziarski J, Svanborg C, Wullt B, Hacker J, Dobrindt U. Molecular Basis of

Commensalism in the Urinary Tract: Low Virulence or Virulence Attenuation?

Infection and Immunity 2008; 76: 695-703.

7 Andreu A, Alos JI, Gobernado M, Marco F, De La Rosa M, Garcia-Rodriguez JA.

Etiología y sensibilidad a los antimicrobianos de los uropatógenos causantes de la

infección urinaria baja adquirida en la comunidad. Estudio Nacional Multicéntrico.

Enferm Infecc Microbiol Clin 2005; 23: 4-9.

8 Moreira MAA, Costa FS, Nogueira NAP. Bacteriúria assintomática em gestantes

atendidas no Centro de Saúde Ambulatorial Abdornal Machado (CESA-AM) em

Crateús, CE. Revista Brasileira de Análises Clínicas 2003.

9 Nathisuwan S, Burgess DS, Lewis JS. Extended-spectrum beta-lactamases:

Epidemiology, detection and treatment. Pharmacotherapy 2001; 21: 920-928.

10 Shah, AA. et al (ver outros autores). Characteristics, epidemiology and clinical

importance of emerging strains of gram-negative bacilli producing extended-

spectrum β-lactamases. Research in Microbiology 2004; 155: 409-421.

11 Sturenburg E, Mack D. Extended-spectrum β-lactamases: implications for the

clinical microbiology laboratory, therapy, and infection control. J Infec 2003; 47: 273-

295.

12 Minarini LA, Clímaco EC, Guimarães DB, Ferreira JC, Palazzo IC, Martinez R,

Darini AL. Clonal transmission of ESBL-producing Klebsiella spp. at a university

hospital in Brazil. Curr Microbiol 2008; 56: 587-91.

13 Luzzaro F, Mezzatesta M, Mugnaioli C, Perilli M, Stefani S, Amicosante G, et al.

Trends in Production of Extended-Spectrum-Lactamases among Enterobacteria of

Page 99: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

99

Medical Interest: Report of the Second Italian Nationwide Survey. J Clin Microbiol

2006; 44:1659-1664.

14 Clinical and Laboratory Standards Institute. Performance standards for

antimicrobial susceptibility testing: 18th informational supplement. CLSI document

M100-D18 2008. CLSI, Wayne, PA.

15 Gonçalves AF. Análise molecular da resistência a antibióticos, factores de

virulência e grupos filogenéticos em Escherichia coli e Enterococcus spp. de animais

[dissertação]. [Vila Real (PRT)]: Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro;

2009. p.38.

16 Monstein HJ, Östholm-Balkhed A, Nilsson NV, Nilsson M, Dornbusch K, Nilsson

LE. Multiplex PCR amplification assay for the detection of blaSHV, blaTEM and blaCTX-

M genes in Enterobacteriaceae. Apmis 2007; 115: 1400-1408.

17 Boyd DA, Tyler S, Christianson S, McGeer A, Muller MP, Willey BM, Bryce E,

Gardam M, Nordmann P, Mulvey MR, and the Canadian nosocomial infection

surveillance program, Health Canada. Complete nucleotide sequence of a 92-

kilobase plasmid harbouring the CTX-M-15 extended-spectrum beta-lactamase

involved in an outbreak in long-term-care facilities in Toronto, Canada. Antimicrob

Agents Chemother 2004; 48: 3758–64.

18 Paterson DL, Hujer KM, Hujer AM, Yeiser B, Bonomo MD, Rice LB, Bonomo RA,

and the International Klebsiella study group. Extendedspectrum b-lactamases in

Klebsiella pneumonia bloodstream isolates from seven countries: dominance and

widespread prevalence of SHV-and CTX-M-type b-lactamases. Antimicrob Agents

Chemother 2003; 47:3553–60.

19 Patterson, JE. Antibiotic utilization: is there effect on antimicrobial resistance?

Chest 2001; 119: 426-430.

Page 100: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

100

20 Bradford, PA. Extended-spectrum b-lactamases in the 21st century:

caracterization, epidemiology, and detection of this important resistance threat.

Clinical Microbiology Reviews 2001;14: 933-951.

21 Reis, A. O. Avaliação dos testes laboratoriais para a detecção de amostras de

Klebsiella pneumoniae produtoras de b-lactamases de espectro estendido. São

Paulo, 1999. 138 f. Dissertação (Mestrado em Doenças Infecciosas e Parasitárias) –

Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo.

22 Bush,K. New b-Lactamases in Gram-Negative Bacteria: Diversity And Impact on

the Selection of Antimicrobial Therapy. 2001; 32: 1085- 1089.

23 Livermore DM. Beta-lactamases in laboratory and clinical resistance. Clin

Microbiol Rev 1995; 8:557-584.

24 Tzouvelekis LS, Tzelepi E, Tassios PT, Legakis NJ. CTX – M - type - beta-

lactamases: an emerging group of extended spectrum enzymes. Int J Antimicrob

Agents 2000; 14: 137-142.

25 Jacoby GA. Extended-spectrum beta-lactamases and other enzymes providing

resistance to oxyimino-beta-lactams. Infect Dis Clin N Am 1997; 11:875-887.

26 Tzouvelekis LS,Bonomo RA. SHV-type ß-lactamases. Curr Pharm Des 1999;

5:847-864

27 Hernandez JR. et al. Escherichia coli y Klebsiella pneumoniae productores de

betalactamasas de espectro extendido en hospitales españoles (Proyecto GEIH-

BLEE 2000). Enferm Infecc Microbiol Clin 2003; 21: 77-82.

28 Wiegand I.; Geiss HK.; Mack D.; Stürenburg E.; Seifert, H. Detection of Extended-

Spectrum Beta-Lactamase among Enterobacteriaceae by Use of Semiautomated

Microbiology Systems and Manual Detection Procedures. Journal of Clinical

Microbiology 2007; 45: 1167-1174.

Page 101: Escherichia coli uropatogênica (UPEC) oriunda da ... de Mendona... · Orientanda: Adriana de Mendonça Marques Orientadora: Prof. Drª. Patrícia de Maria Silva Figueiredo São Luís-MA

101

29 Bergeron MG, Ouellette M. Preventing antibiotic resistance through rapid

genotypic identification of bacteria and of their antibiotic resistance genes in the

clinical microbiology laboratory. J Clin Microbiol. v.36, n.8, p.2169- 2172,1998.

30 Cockerill FR. Genetic methods for assessing antimicrobial resistance. Antimicrob

Agents Chemother. v.43, n.2, p.199-212, 1999.

31 Tosin I; Silbert S; Sader H. S. The use of molecular typing to evaluate the

dissemination of antimicrobial resistance among gram-negative rods in brazilian

hospitals. Braz J Infect Dis. v.7, p.360-369, 2003.