escala de níveis de transe

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  • PSICOLOGIA, SADE & DOENAS, 2006, 7 (1), 3-11

    APRESENTAO DA VERSO PORTUGUESA DE UMA ESCALA DE AVALIAO DA SUSCEPTIBILIDADE HIPNTICA

    Cludia Carvalho*1, Giuliana Mazzoni2, Irving Kirsch2, & Isabel Leal11Instituto Superior de Psicologia Aplicada

    2University of Plymouth

    RESUMO: A hipnose um procedimento pouco habitual em investigao em Portugalpelo que so inexistentes instrumentos de avaliao do comportamento hipnticodevidamente adaptados lngua portuguesa, que permitam ao investigador estabelecerparmetros de avaliao vlidos e fiveis. Neste artigo apresentamos a versoPortuguesa da escala de avaliao da susceptibilidade hipntica Waterloo-StanfordGroup C (WSGC) Scale of Hypnotic Susceptibility (Bowers, 1993, 1998). A versooriginal do instrumento constituda por uma induo hipntica de cerca de 20m seguidada apresentao de 12 sugestes hipnticas foi sujeita a um processo de traduo eretroverso e a verso portuguesa resultante foi administrada a uma amostra de 707estudantes universitrios voluntrios, de ambos os sexos, com idades compreendidasentre os 17 e os 49 anos. Os resultados mostram valores mdios da distribuiosemelhantes aos da amostra de referncia, correlaes com as amostras de refernciaaltamente significativas e um valor de Alpha de Cronbach (0,62) que embora inferiorao das amostras de referncia encontra-se numa zona de aceitabilidade para este tipode instrumento. A verso portuguesa da WSGC:C proposta revela ser um instrumentocom boas qualidades psicomtricas passvel de ser utilizado pelos investigadoresinteressados em avaliar a susceptibilidade hipntica de grupos de indivduos.

    Palavras chave: Escala, Grupo, Hipnose, Susceptibilidade hipntica.

    Waterloo-Stanford Group C (WSGC) Scale of Hypnotic Susceptibility:Presenting a Portuguese version for a scale of hypnotic susceptibility

    ABSTRACT: Hypnosis is an unusual procedure in Portuguese research. Thereforereliable and valid scales in Portuguese language suitable to assess hypnotic behaviourare inexistent. In this article a Portuguese version of the Waterloo-Stanford Group C(WSGC) Scale of Hypnotic Susceptibility (Bowers, 1993, 1998) is presented. Theoriginal scale of a 20m standard induction procedure and 12 hypnotic suggestions wastranslated to Portuguese and back into English to ensure protocol fidelity. The sampleconsisted of 707 volunteers college students of both sexes, age form 17 to 49 yearsold. The findings show similar distribution and high significant correlations to thereferences samples. Although Alpha de Cronbach reliability coefficient is lower thansimilar coefficient in the reference samples (.62) is still acceptable for this type ofscale. The Portuguese version of the WSGC:C has psychometric properties and can beutilized by Portuguese language-based researchers interested in assessing hypnoticsusceptibility in group samples.

    Key words: Group, Hypnosis, Hypnotic susceptibility, Scale.

    Recebido em 20 de Outubro de 2005/aceite em 2 de Janeiro de 2006

    * Contactar para E-mail: [email protected]

  • 4 C. CARVALHO, G. MAZZONI, I. KIRSCH, & I. LEAL

    A Associao Americana de Psicologia define a hipnose como umprocedimento no qual um tcnico de sade mental ou um investigador sugere aum cliente, paciente ou sujeito de uma investigao, mudanas nas sensaes,percepes, pensamentos e comportamentos.

    A utilizao da hipnose nos tratamentos mdicos bastante antiga. Dostratamentos administrados nos Asklepion gregos at ao uso da hipnose comoanestsico no sculo XIX a histria da hipnose rica em exemplos das suasaplicaes nos mais variados problemas de sade e contextos scio-histricos.

    Como resultado do grande volume de investigao produzida nos ltimos50 anos sobre hipnose especialmente nos pases anglo-saxnicos, tem-seassistido actualmente a um renovado interesse pela utilizao da hipnose noscampos da medicina e da psicologia. Quando utilizada como coadjuvante detratamentos mdicos, a hipnose aumenta significativamente o bem-estarpsicolgico, reduz o stress e melhora as taxas de recuperao dos pacientessujeitos a esses tratamentos (Barabasz & Watkins, 2005).

    A investigao tem tambm vindo a demonstrar a eficcia da hipnosecomo importante ferramenta teraputica quando combinada com intervenescognitivo-comportamentais, nas perturbaes depressivas, da ansiedade, dosono, condies psicossomticas, tabagismo, obesidade, controle da dor, entreoutras (Kirsch, Lynn, & Rhue, 1997; Lynn, Kirsch, Barabasz, Cardena, &Patterson, 2000; McIntyre, 2001)

    Contudo quando pretendemos testar experimentalmente a eficcia de umadeterminada estratgia de interveno que utiliza um procedimento hipntico,torna-se fundamental conhecermos previamente o grau de susceptibilidadehipntica dos participantes. Tal deve-se ao facto da susceptibilidade hipnticase poder apresentar como varivel moderadora no efeito de intervenes que sepretendam testar experimentalmente.

    A avaliao da susceptibilidade hipntica pode ser feita por meio deexerccios simples (para um terapeuta treinado) inseridos no contexto de umarelao teraputica dual. Contudo, num contexto de investigao torna-seimperativo o recurso a tcnicas estandardizadas de avaliao.

    Existem vrias escalas para avaliao da susceptibilidade hipntica, sendo amais utilizada e considerada como a medida de eleio a Stanford HypnoticSusceptibility Scale, Form C (SHSS:C; Weitzenhoffer & Hillgard, 1962)(Register & Khilstrom, 1986). A SHSS:C tem sido adaptada e normalizada paravrios pases e lnguas nomeadamente Espanha (Lamas, Valle Inclan, & Diaz,1996), Itlia (De Pascalis, Bellusci, & Russo, 2000) Alemanha (Bongartz, 2000),Holanda (Naring et al., 2001) e Mxico (Snchez-Armss & Barabasz, 2005).

    Contudo tratando-se a SHSCC:C de uma escala de administraoindividual, o consumo de tempo e de recursos humanos nem sempre compatvel com os recursos existentes (a escala leva cerca de 1 hora paraadministrar e os examinadores tm de ter formao bsica em hipnose). Poresses motivos Bowers (1993, 1998) desenvolveu uma adaptao da SHSS:C

  • ESCALA DE AVALIAO DA SUSCEPTIBILIDADE HIPNTICA 5

    destinada a administrao grupal, a Waterloo-Stanford Group C (WSGC) Scaleof Hypnotic Susceptibility (WSGC:C; Bowers, 1998) cuja fiabilidade evalidade foi j demonstrada (Bowers, 1993; Kirsch, Milling, & Burgess, 1998).

    A escassez de recursos especialmente nesta rea com que o investigadorem hipnose em Portugal se depara, bem como a necessidade de utilizar amplasamostras de indivduos, obriga escolha de uma escala de administraogrupal. Dada a inexistncia de qualquer escala de avaliao da susceptibilidadehipntica para a populao portuguesa a investigao em hipnose torna-seextremamente difcil. Assim, no sentido de facilitar e promover o usoexperimental e clnico da hipnose em Portugal, introduzir um instrumento demedida fivel e vlido assume a sua relevncia. O objectivo do presente estudo oferecer uma medida de avaliao da susceptibilidade hipntica em lnguaportuguesa, devidamente traduzida e adaptada, que possa ser utilizada pelosinteressados em investigao em hipnose.

    MTODO

    Participantes

    Administrou-se a WSGC:C a um total de 707 estudantes universitrios.Deste total, 45 participantes no preencheram na totalidade o caderno derespostas e 37 foram eliminados da anlise dos dados devido a ms condiesde administrao. A amostra final assim constituda por 625 participantes(88,4% da amostra original), 146 indivduos do sexo masculino e 479 do sexofeminino, com idades compreendidas entre os 17 e os 49 anos (M=21,97;DP=4,31), sendo que 90,1% da amostra de idade igual ou inferior a 26 anos.

    84,2% da amostra (n=531; 93 homens e 438 mulheres) eram estudantesuniversitrios do curso de psicologia sendo os restantes estudantes de vrioscursos de engenharia (10%) e arquitectura (6%), todos estudantes na cidade deLisboa.

    Material

    A WSGC:C constituda por uma induo hipntica standard comfechamento dos olhos de cerca de 20 minutos, aps a qual so apresentadas as12 sugestes hipnticas que constituem os 12 itens (ver Quadro 1). A induohipntica no faz parte dos itens da escala. O experimentador avalia asrespostas dos participantes de acordo com o auto-registo efectuado pelosparticipantes no final da experincia hipntica. Cada item pode ser pontuadocomo 1 ou 0. Assim a pontuao total da escala pode variar entre 0(susceptibilidade muito baixa) e 12 (susceptibilidade muito elevada).

  • Quadro 1Itens da WSGC:CItem Descrio01 Baixar a mo Sujeito imagina um peso na mo02 Aproximar as mos Sujeito imagina uma fora que puxa as mos uma contra a outra03 Alucinao do mosquito Sujeito deve ouvir e sentir um mosquito inexistente 04 Alucinao do paladar Sujeito imagina na sua boca um sabor doce e outro amargo 05 Rigidez do brao Sujeito deve ser incapaz de dobrar o brao06 Sonho hipntico Sujeito deve ter um sonho durante dois minutos07 Imobilizao do brao Sujeito deve ser incapaz de levantar a mo08 Regresso de idade Sujeito imagina-se nos primeiros anos de escola09 Alucinao musical Sujeito ouve tocar uma msica inexistente10 Alucinao visual negativa Sujeito deve ver apenas dois quadrados coloridos colocados num placar sua

    frente (onde existem 3 quadrados coloridos)11 Sugesto ps-hipntica Sujeito deve fazer um desenho no caderno de respostas alguns minutos aps a

    sugesto ser dada12 Amnsia Sujeito no deve recordar mais de trs itens da escala antes da remoo da

    sugesto

    A WSGC:C foi traduzida para portugus por dois psiclogos portuguesesfluentes em ingls e treinados em hipnose clnica e para efeitos de confirmaofoi feita a retroverso para ingls por um indivduo norte-americano fluente emportugus.

    A administrao da escala seguiu as instrues exactas da escala original,com excepo do item 10, onde em lugar de se utilizar 3 bolas coloridas e umaplataforma de madeira, usou-se um placar de cortia de 60x90cm onde estavacolados 3 quadrados coloridos de 20cm de lado.

    Procedimento

    A escala foi administrada em grupos que variavam entre 7 e 17 indivduos.Em todas as sesses o experimentador deu uma explicao inicial acerca doque se ia passar e respondeu a todas as dvidas colocadas pelos participantesantes do preenchimento do consentimento informado. A escala foi sempreapresentada em formato de cassete udio em salas de aula normais com luzambiente normal. A durao total do procedimento foi cerca de 90 minutosdependendo do tempo que demorava a explicao inicial bem como o tempolevado pelos participantes a preencher o caderno de respostas.

    Os cadernos de respostas foram cotados independentemente por dois juzes(psiclogos treinados em hipnose e familiarizados com a escala). Apercentagem de acordo foi de 92%. Em todas as situaes em que se verificouo no acordo entre os avaliadores foi feita uma avaliao crtica e a pontuaofinal foi obtida por consenso. Os participantes no estudo no receberamqualquer tipo de contribuio monetria ou de outro tipo.

    6 C. CARVALHO, G. MAZZONI, I. KIRSCH, & I. LEAL

  • ESCALA DE AVALIAO DA SUSCEPTIBILIDADE HIPNTICA 7

    RESULTADOS

    Distribuio das pontuaes

    A amostra portuguesa obteve uma pontuao mdia de 5,47 (DP=2,34), oque um valor ligeiramente inferior dos referidos na literatura para as amostrasde referncia. O tamanho da amostra, mdia e desvio padro para a amostraportuguesa e as duas amostras de referncia, tal como apresentado por Bowers(1993, 1998) e Kirsch, Milling, e Burgess (1998) encontram-se no Quadro 2.

    Quadro 2Tamanho da amostra, mdia das pontuaes obtidas e desvio padro para a amostraportuguesa e as amostras de referncia

    N M DPAmostra portuguesa 625 5,47 2,34Amostra norte-americana 926 5,75 2,95Amostra canadiana 259 5,81 3,09

    A amostra portuguesa apresenta uma simetria normal (0,10) e ligeiramenteplaticurtica (-0,62). O teste de Kolgomorov-Smirnov test com a correco deLilliefors indica que a amostra no segue uma distribuio normal (D=0,10;p=0,0001), embora como se pode observar na Figura 1 tenda para esta.

    Figura 1. Distribuio das pontuaes totais da WSGC:C na amostra portuguesa

    O Quadro 3 apresenta a frequncia e percentagens dos participantes emcada pontuao. Para facilitar a comparao reproduz-se os dados obtidos nasduas amostras de referncia. As trs amostras apresentam distribuiessimilares com excepo do menor peso de participantes na zona de maiorsusceptibilidade (pontuao final entre 9 e 12) na amostra portuguesa: 11,8%de participantes portugueses muito sugestionveis, contra 18,3% na amostranorte-americana e 20,5% na amostra canadiana.

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    14

    16

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

    Score

    perc

    enta

    gem

    desu

    jeito

    s

  • Quadro 3Frequncia e percentagem de participantes em cada pontuao da WSGC:C nasamostras portuguesa, norte-americana e canadiana

    Portugal (n=625) EUA (n=926) Canad (n=259)N de % de N de % de N de % de

    Pontuao total casos casos casos casos casos casos12 001 00,2 016 01,7 006 02,011 004 00,6 034 03,6 014 05,010 020 03,4 056 06,0 016 06,09 048 07,7 065 07,0 017 07,08 055 08,8 090 09,6 027 10,07 082 13,1 099 10,6 023 09,06 094 15,0 093 10,0 029 11,05 091 14,6 122 13,1 040 15,04 087 13,9 115 12,3 019 07,03 080 12,8 088 09,4 022 08,02 038 06,1 074 07,9 025 10,01 021 03,4 056 06,0 013 05,00 003 00,5 025 02,7 008 03,0

    Susceptibilidade Elevada (9-12) 074 11,8 171 18,3 053 20,5Susceptibilidade Moderada (4-8) 409 65,4 519 55,6 138 53,3Susceptibilidade Baixa (0-3) 142 22,7 243 26,0 068 26,2

    As participantes portuguesas do sexo feminina obtiveram uma pontuaomdia significativamente mais elevada do que os participantes do sexomasculino t(623)=-3,66, p=0,0001. A pontuao mdia feminina foi de 5,65(DP=2,32) e a masculina foi de 4,85 (DP=2,30). Kirsch, Milling, e Burgess(1998) obtiveram um resultado similar, tendo as mulheres obtido pontuaessignificativamente mais elevadas (M=5,97; DP=3,00) do que os homens(M=5,42; DP=2,89). Bowers (1993) no refere dados relativos diferenaentre os gneros.

    Anlise dos itens e fiabilidade. O Quadro 4 mostra a percentagem departicipantes que passou com sucesso cada item da escala para a amostraportuguesa e as duas amostras de referncia.

    Quadro 4Dificuldade dos itens para a amostra portuguesa e as duas amostras de referncia

    Percentagem de passagem por itemItensa Portugal (n=625) EUA (n=926) Canad (n=259)Baixar a mo 73,1 76 90Aproximar as mos 71,2 78 70Alucinao do Mosquito 31,8 38 38Alucinao do paladar 52,0 45 55Rigidez do brao 80,3 70 60Sonho hipntico 34,2 37 44Imobilizao do brao 63,8 57 56Regresso de idade 55,2 50 61Alucinao musical 12,0 14 15Alucinao visual negativa 24,5 33 24Sugesto ps-hipntica 30,1 46 41Amnsia 19,2 30 25Nota. aOs itens esto listados por ordem de administrao.

    8 C. CARVALHO, G. MAZZONI, I. KIRSCH, & I. LEAL

  • ESCALA DE AVALIAO DA SUSCEPTIBILIDADE HIPNTICA 9

    Calculou-se a correlao entre as posies na amostra portuguesa e nasamostras de referncia. Encontraram-se correlaes altamente significativasentre a amostra portuguesa e a americana (rs=0,92, p=0,0001) e a canadiana(rs=0,93, p=0,0001).

    O Quadro 5 mostra as correlaes entre cada item e a pontuao totalmenos a contribuio desse item, na amostra portuguesa e para efeitos decomparao nas duas amostras de referncia tal como apresentado naliteratura.

    Quadro 5Correlaes item-total para a amostra portuguesa e as duas amostras de referncia

    Correlaes item-totala

    Itensb Portugal EUA CanadBaixar a mo 0,17 0,29 0,47Aproximar as mos 0,17 0,32 0,50Alucinao do Mosquito 0,38 0,47 0,73Alucinao do paladar 0,36 0,46 0,71Rigidez do brao 0,25 0,46 0,57Sonho hipntico 0,35 0,44 0,58Imobilizao do brao 0,25 0,38 0,46Regresso de idade 0,43 0,48 0,46Alucinao musical 0,23 0,35 0,65Alucinao visual negativa 0,24 0,50 0,74Sugesto ps-hipntica 0,12 0,34 0,67Amnsia 0,25 0,41 0,49Nota. aOs itens esto listados por ordem de administrao; bCalculado correlacionando cada item com a escala inteira

    menos o item.

    O coeficiente de fiabilidade Alpha de Cronbach foi de 0,62 na amostraportuguesa e de 0,70 e 0,80 respectivamente nas amostras dos EUA e doCanad, tal como referido por Kirsch et al. (1998) e Bowers (1993).

    DISCUSSO

    A verso portuguesa da WSGC:C no apresenta diferenas significativasnas caractersticas gerais da escala. Os valores da mdia e do desvio padro daspontuaes so muito similares aos das amostras de referncia. A distribuiodas pontuaes tambm semelhante em quase todo espectro das pontuaes.Existe contudo uma discrepncia na zona de susceptibilidade hipntica elevadaonde os participantes portugueses se encontram em menor prevalncia (11,8%)do que nas amostras de referncia (18,3% e 20,5%). Se estes dados numaprimeira anlise parecem sugerir que os portugueses so menos susceptveis hipnose do que os norte-americanos, importante realar que para aesmagadora maioria dos avaliados, esta foi a sua primeira exposio hipnoseexperimental num contexto no recreativo. pois possvel que esta baixaprevalncia traduza uma reaco de retraco a uma experincia nova e olhada

  • com desconfiana, mais do que uma efectiva baixa susceptibilidadecaracterstica de uma populao.

    Quanto fiabilidade e validade da escala, a escala apresenta um ndiceAlpha de Cronbach de 0,62, que embora sendo menor do que os encontradosnas amostras de referncia (0,80 e 0,70), encontra-se ainda dentro dos valoresconsiderados aceitveis em Cincias Humanas.

    No existindo em portugus mais nenhuma escala de avaliao dasusceptibilidade hipntica no se torna possvel estabelecer a validade daverso portuguesa em termos de um critrio externo para esta amostra.Contudo a WSGC:C original apresenta elevadas correlaes relativamente escala de onde esta deriva, a SHSS:C e ainda uma outra escala igualmente bemestabelecida de avaliao da susceptibilidade hipntica, a Harvard Group Scaleof Hypnotic Susceptibility (HGSHS de Shor & Orne, 1962) (correlaes de0,85 e 0,77 respectivamente (Bowers, 1993), pelo que a sua validade foi j bemestabelecida. Tratando-se da escala usada no presente estudo de uma traduo eadaptao para portugus e no de uma nova escala, as correlaes altamentesignificativas entre a traduo portuguesa e a escala de referencia original(0,93) e a amostra americana de referncia (0,92) asseguram que ambas asverses esto a medir o mesmo atributo.

    Em resumo os resultados indicam que a verso portuguesa da WSGC:Capresenta boas qualidades psicomtricas podendo assumir-se como uminstrumento til para os investigadores interessados na avaliao dasusceptibilidade hipntica em amostras portuguesas.

    AGRADECIMENTOS

    Agradecemos a contribuio das seguintes pessoas: Filipa Pimenta,Cristina Quelhas, Marta Guerreiro, Olvia Ribeiro, Csongor Juhos, MiguelTecedeiro, Susana Algarvio, Jos Abreu Afonso, do ISPA, e Isabel Ramos eBeatriz Condessa (IST).

    REFERNCIAS

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    10 C. CARVALHO, G. MAZZONI, I. KIRSCH, & I. LEAL

  • ESCALA DE AVALIAO DA SUSCEPTIBILIDADE HIPNTICA 11

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