esalpicos 3 2008-2009

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da Biblioteca Pág. 12 Da Terra ao Espaço Astronomia Pág. 2 Págs. 6 e 7 crónicas... traços... escritas... da imaginação Escola S/3 de Amato Lusitano Av. Pedro Álvares Cabral 085-6000 Castelo Branco Tel. 272339280 Fax. 272329776 E-mail: [email protected] www.esal.edu.pt Ano II - Nº 1 Dezembro 2008 Jornal da Escola Secundária/3 de Amato Lusitano Salpicos do Plano Tecnológico de Educação na ESAL págs.7 e 8 Editorial Salpicos da ESAL Semana da Ciência e Tecnologia Pág. 5 Candidatura de Mérito 2008 Que vias? Que pontes? Que margens? O Plano Tecnológico da Educação (PTE), programa de modernização tecnológica da escola portuguesa, vai ao encontro do que realmente importa na Escola: ensinar e aprender. Nesse sentido tornará as escolas num espaço de interactividade e de partilha de conhecimento sem barreiras, certificará as competências TIC de professores, alunos e funcionários e preparará os nossos jovens para a sociedade do conhecimento. Assim, ao sermos escolhidos para escola piloto da área da Direcção Regional de Educação do Centro, para a implementação do PTE, aceitámos o desafio. Face à enorme influência das TIC sobre os meios de produção e comunicação, precisamos absolutamente de nos integrarmos se não quisermos ficar definitivamente isolados. Porém, não podemos ser ingénuos ao ponto de pensar que as TIC poderão ser a resolução dos nossos problemas, pois elas não passam de ferramentas de ensino e, como tal, tanto podem ser usadas para novas práticas pedagógicas baseadas nas pedagogias activas, centradas no aluno, como podem servir apenas para transmitir conhecimentos, seguindo um modelo tradicional, em que o professor e os conteúdos programáticos ocupam o centro do processo educativo. Como diz Jacques Tardif “o desenvolvimento exponencial das TIC assim como a sua força impedirão que a escola as trate com ligeireza e duma maneira superficial, exigindo reflexões sérias sobre as modalidades e o grau de integração”. O desafio está lançado... João Belém

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Jornal da Escola Secundária/3 de Amato Lusitano

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Page 1: eSalpicos 3 2008-2009

da Biblioteca

Pág. 12

Da Terraao Espaço

Astronomia

Pág. 2

Págs. 6 e 7

crónicas...traços...escritas...

da imaginação

Escola S/3 de Amato Lusitano Av. Pedro Álvares Cabral 085-6000 Castelo Branco

Tel. 272339280Fax. 272329776

E-mail: [email protected]

Ano II - Nº 1 Dezembro 2008

Jornal da Escola Secundária/3 de Amato Lusitano

Salpicosdo Plano Tecnológicode Educação na ESAL

págs.7 e 8

Editorial

Salpicos da ESAL

Semana daCiência eTecnologia

Pág. 5

Candidaturade Mérito2008

Que vias?

Que pontes?

Que margens?

O Plano Tecnológico daEducação (PTE), programa demodernização tecnológica daescola portuguesa, vai aoencontro do que realmenteimporta na Escola: ensinar eaprender. Nesse sentido tornaráas escolas num espaço deinteractividade e de partilha deconhecimento sem barreiras,certificará as competências TICde professores, alunos efuncionários e preparará os nossosjovens para a sociedade doconhecimento. Assim, ao sermosescolhidos para escola piloto daárea da Direcção Regional deEducação do Centro, para aimplementação do PTE, aceitámoso desafio. Face à enorme influência dasTIC sobre os meios de produçãoe comunicação, precisamosabsolutamente de nosintegrarmos se não quisermos ficardefinitivamente isolados. Porém,não podemos ser ingénuos aoponto de pensar que as TICpoderão ser a resolução dosnossos problemas, pois elas nãopassam de ferramentas de ensinoe, como tal, tanto podem serusadas para novas práticaspedagógicas baseadas naspedagogias activas, centradas noaluno, como podem servir apenaspara transmitir conhecimentos,seguindo um modelo tradicional,em que o professor e os conteúdosprogramáticos ocupam o centrodo processo educativo. Como diz Jacques Tardif “odesenvolvimento exponencial dasTIC assim como a sua forçaimpedirão que a escola as tratecom ligeireza e duma maneirasuperficial, exigindo reflexõessérias sobre as modalidades e ograu de integração”. O desafio está lançado...

João Belém

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Da Terra ao Espaço

do nossopropósito … Mais um ano lectivo e cáestamos para continuar a escrevera nossa já conhecida rubrica “DaTerra ao espaço” com o intuito dedivulgar não só a Astronomia mastambém a Física, incutindo o gostoe o prazer por estas duasdisciplinas. Assim, vão poder contarconnosco para mais um ano deartigos, curiosidades, problemas,imagens do nosso universo e muitomais. Boas leituras.

Luís Dias e João Goulão, 12ºD

Orientação no céunocturno

carta com o sul real. Assim a cartaestá bem orientada e pronta a serutilizada. De seguida, devemosprocurar um ponto de referência,tal como faríamos em terra, só queagora não será uma igreja ou umarua... Esta referência vai servir parasabermos para que região do céuestamos a olhar. A grande questãoé: como encontrar esse ponto dereferência? Podemos tomar como apoioqualquer objecto celeste (estrela,planeta, constelação…) com acondição de ser facilmenteidentificado, como, por exemplo,a ursa maior já que é facilmentereconhecível por quase todos nós,pelo que é um excelente pontopara começar. Então, já temos acarta apontada a sul e o ponto dereferência escolhido. Agora é sóidentificar esse ponto na carta e,a partir dele, podemos encontrarqualquer objecto que queiramos. No artigo “Descobrir Júpiter” dá-se um exemplo de como encontrarum ponto específico no céu.

Luís Dias, 12ºD

Todos nós sabemos como nosorientar quando estamos perdidosou quando pretendemos encontraralgo. Para tal, existem diversosinsrumentos de orientação comoos mapas, a bússola ou até mesmoas estrelas. Mas estas ajudas sósão úteis na terra. Ora, também émuito fácil perdermo-nos no céu.Os astrónomos e os entusiastasda Astronomia usam, para o evitar,uma carta celeste, que mais nãoé do que um mapa do céu nocturnoque, à semelhança dos mapas dasestradas, permite orientar oobservador e traçar caminhos nocéu, encontrar constelações,estrelas, galáxias… Passemos agora a explicar comose usa uma carta celeste, podendoutilizar-se a representada ao fundodesta página. A carta apresenta os quatropontos cardeais, norte, sul, estee oeste. A primeira coisa a fazer éerguê-la acima da cabeça (comose estivessemos a ler deitados debarriga para cima), fazendocoincidir o ponto cardeal sul da

Uma vez que já sabemos comousar uma carta celeste, vamosagora exemplificar uma forma deencontrar um objecto.Procuremos, por exemplo, oplaneta Júpiter. Para observar Júpiter, nestaaltura do ano, devemos sair paraa rua nunca depois das 21 horase, mesmo assim, este já estaráperto do horizonte. No entanto,ainda será visível. Viremo-nos,então, para sul e olhemos para ozénite (ponto na vertical doobservador). Perto deste ponto,devemos encontrar uma estrelabrilhante, chamada Deneb, que fazparte de uma das extremidades deuma constelação em forma de cruzque se chama Cisne – ver carta.

DescobrirJúpiter

Para ver e copiar cartas celestes:www.skymaps.com

Para dar a opinião ou comentaros artigos, enviar um e-mail para:[email protected]

Esta estrela deverá tambémpertencer a um dos vértices deum triângulo formado por outrasduas estrelas: uma à direita deDeneb, Vega (que pertence àconstelação da Lira), e a outra,abaixo das primeiras, que pertenceao segmento de recta que passa,perpendicularmente, no pontomédio da distância que vai deDeneb a Vega. Esta estrelapertence à constelação da Águiae denomina-se Altair. Estetriângulo formado por Deneb noCisne, Vega na Lira e Altair naÁguia chama-se triângulo deVerão. O que nos vai interessarneste triângulo é a estrela Altair. Agora vamos fixar o pontocardeal Sul e olhar para Sudoestee, de seguida, tentar encontrar omeio entre sul e sudoeste. Finalmente, “ligamos” a estrelaAltair ao ponto cardeal entre sul esudoeste (SSO) e esse segmentoirá passar perto de um ponto muitobrilhante que é Júpiter. Já agora,quem tiver um telescópio ou unsbons binóculos, aproveite para daruma “espreitadela” a Júpiter e veja4 dos seus satélites.

Luís Dias, 12ºD

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Salpicos da ESAL

Halloween na ESAL Cada 31 de Outubro, celebra-se o Halloween, uma famosafestividade inglesa. A nossa escolaassinalou também esta data. Asturmas do 8º A e do CEF-PAorganizaram uma exposição ondenão faltaram bruxas, abóboras,velas… A Bruxinha do 8ºA e a suaajudante foram a algumas salasoferecer “sweets” aos alunos queresponderam acertadamente a umapergunta sobre o Halloween.Também foram realizados váriostrabalhos sobre a origem destatradição. O Halloween remonta àstradições dos povos que habitarama Gália e as ilhas da Grã-Bretanhaentre os anos 600 a.C. e 800 d.C.Originalmente, não tinha relaçãocom bruxas. Era um festival docalendário celta, o Samhain,

celebrado entre 30 de Outubro e 2de Novembro que marcava o fim doverão ao mesmo tempo queprestava culto aos mortos. Estatradição tem também uma origemcristã. Remonta ao século VII,quando o Papa Bonifácio IVtransformou um templo romano numtemplo cristão, dedicando-o a“Todos os Santos”. Mais tarde, noano de 840, o Papa Gregório IVordenou que a festa de Todos osSantos fosse celebradauniversalmente com uma vigília nodia 31 de Outubro. Na tradução parao inglês, essa vigília era chamadaAll Hallow’s Eve (Vigília de Todos osSantos), passando depois pelasformas All Hallowed Eve e All HallowEen até chegar à palavra actualHalloween.

Carina Mesquita, 8ºA

atravesé la puerta principal de unaescuela llamada “Amato Lusitano”.Cuando vi decenas de personasabrazándose y conversando en loque se convertiría en mi idioma deldía a día, mientras yo sólo deseabaque la tierra me tragara. Mucho más rápidamente de loque esperaba, sentí como aquellaescuela me abría los brazosgradualmente, sentí el calor humanode quienes al inicio miraba de reojo.Con el pasar de los días y de lassemanas, las lágrimas seconvirtieron en temerosas sonrisashasta llegar a carcajadas. Aunquede vez en cuando una que otra aúnse escapa. Nostalgia, dolor, recuerdos...sentimientos que me invadencuando miro hacia el pasado,pasado que una vez fue mi único yquerido presente.Pero este es mi presente ahora eintento abrirme paso a través de él,haciendo mi propio camino con cadapaso que doy, al menos ya sé quehago aquí.Dentro de unos años, podré decircon orgullo que pasé por unaescuela llamada Amato Lusitano,que me ayudó a responder mipregunta.

Elizabeth Da Ascenção, 10ºF

Cuando atravesé lapuerta principal daESAL…

Cada uno de nosotros sabe, yes consciente, de que un cambionunca representa una experienciafácil. El ser humano posee unacaracterística que podríamos tildarde arma de doble filo, su capacidadde adaptación, capacidad que lepermite adecuarse y adaptarse alambiente y a las situaciones que lorodean, pero a la vez lo mantienenretenido en esas circunstancias. Un cambio implica una mudanzade esas características, de aquelloque representó para nosotrosnuestra vida, trae a la vez consigodecisiones difíciles, momentos desentimientos extremistas y nuevasoportunidades. Muchas veces deseamos seguiraferrados al pasado, a aquello queconocemos, porque como sereshumanos, le tememos a lodesconocido y, cuando llega elmomento de enfrentarlo, el miedonos consume, no sentimos laspiernas, se nos revuelve elestómago sólo de pensar en unlugar nuevo, con personastotalmente desconocidas. Pero, enlo más profundo de nosotros, haysiempre fuerza para continuar,enfrentar y triunfar.Quién no se ha preguntado quehago aquí? Bueno, yo me lopregunté una semana entera, laprimera semana de clases cuando

De mãos dadas...Jantar convívio da Associação de Pais e Encarregados de Educação

sistema educacional devem ser osvectores preponderantes docomprometimento político para coma educação”, ao mesmo tempo quese mostrou preocupada com ainstabilidade que este processo deavaliação provoca nos docentes,receando que esta situação possavir a afectar a vida escolar dosalunos. Chamou também a atençãopara o papel fundamental dos pais,reiterando o seu apoio à classedocente: “Somos os primeiroseducadores dos nossos filhos, porisso compete-nos a nós incutir-lhesvalores e regras, para que osprofessores nos possam darseguimento no processo educativo.Mas, como também nos competeestar atentos às políticaseducacionais e porque estamos,temos que ser concisos e directos”,reforçando que o papel interventivodos pais começa no apoio aosprofessores “porque todos temosum objectivo principal em comum, aformação e educação dos nossosjovens.” Terminou, referindo-se àimportância da Associação de Paiscomo mediadora entre a escola e afamília, parceira e gestora deconflitos.

EM, RA

Promovido pela Associação dePais e Encarregados de Educaçãoda ESAL, realizou-se um jantarconvívio no dia 3 de Novembro,dirigido a toda a comunidadeescolar, visando, além da simplesconfraternização, estreitar os laçosentre a escola e as famílias e trocarimpressões sobre Educação. O Jantar foi servido no refeitórioda nossa escola, confeccionadopelas cozinheiras que todos os diasservem a comunidade escolar e que,mais uma vez, nos brindaram com aqualidade a que estamoshabituados. Assim, depois de umsuculento bacalhau com broa,saboreou-se um rolo de carnerecheado enquanto se iacomentando a situação da

educação, a difícil tarefa de ser paie mãe nestes tempos de milmudanças e alguns episódiosconcretos da vida escolar dos filhos.Fez-se o sorteio de um cabaz deNatal, que calhou em sorte àEncarregada de Educação HelenaBaptista, e ainda de um quadropintado por Ana Belo, Presidente daAssociação de Pais, tendo sido,desta vez, contemplado oPresidente do Conselho Executivo,João Belém, que o ofereceu à Esal. No final do jantar, Ana Belomanifestou a sua solidariedade comos professores a propósito do novomodelo de avaliação, referindo, noseu discurso, que “… a valorizaçãodos profissionais da educação e aracionalização e produtividade do

O 9ºB está a desenvolver, naÁrea de Projecto e em conjunto coma disciplina de Físico-Química umaactividade subordinada ao tema“Educação Rodoviária”, que iráincluir a construção de um circuitorodoviário e uma sessão em quetodos terão oportunidade departicipar com as suas bicicletas. Ocircuito ficará disponível para todosaqueles que o quiserem utilizar, aposteriori. Agradecemos ao Governo Civil,que contribuiu com t-shirts e comum lanche, e também à Polícia deSegurança Pública, que sedisponibilizou para preencher umquestionário sobre acidentesrodoviários no Distrito. Com este trabalho, aprendemosque, quando andamos na estrada,todo o cuidado é pouco. Nãodevemos pensar que as coisas sóacontecem aos outros, por isso,devemos agir de formaresponsável e aproveitar a vidasem correr riscos, pois, porarriscarmos demais, é queacontecem muitas vezes acidentestrágicos que deixam marcas parao resto da vida. Já sabe! Se conduzir, sejaconsciente!

Jessica Leitão, 9ºB

EducaçãoRodoviária

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Salpicos da ESAL

Medir a chuva e o vento, a pressão e o tempo

Recolha de dados do pluviómetro Anemómetro

Numa iniciativa a nívelnacional, a nossa escola foiescolhida, juntamente com outrasdezasseis, para integrar o ProjectoENEAS. O objectivo do ENEAS é, deacordo com o currículo de cadaescola, proceder, através daimplementação de protocolosexperimentais, à obtenção dedados cientificamente válidos nodomínio da hidrosfera, atmosfera,hidrologia, solos, cobertura deterrenos e fenologia. Estes serãocolocados na Internet, de modo aproceder-se à construção de umabase de dados à escala europeia.A coordenação nacional éefectuada pela Faculdade deEngenharia da Universidade doPorto. No âmbito deste projecto, aescola já recebeu diversoequipamento: sistemas de GPS,barómetros, sensores de ph,bússolas, pluviómetro manual esensores de ozono troposférico.Brevemente serão entregues váriosfotómetros, os quais permitirãoefectuar medições presentes naatmosfera. A quase totalidade dosdocentes das disciplinas deBiologia, Física e Química eGeografia, frequentam nestemomento uma acção de formaçãoonde implementam estesprotocolos no sentido de, o mais

Na estação meteorológica da ESAL

rapidamente possível, osdisponibilizar a diferentes gruposde alunos. Está também a serconstruída uma estação ambientalem frente da sala de artes, ondejá foram colocados diversosinstrumentos, cedidos gratuita-mente pelo projecto, que recolhemdiferentes parâmetrosmeteorológicos - pressão,temperatura interior e exterior,direcção e velocidade do vento,previsão de estado do tempo …estando colocado, no Gabinete deEducação Física, o receptorelectrónico que permitirá a suarecolha em suporte digital. Saliente-se o contributodecisivo do Professor AmadeuMendes para a edificação daestrutura e instalação do material. Nas várias disciplinasleccionadas pelos professores queintegram o projecto, aplicar-se-ãoos procedimentos experimentaisrelativos à utilização de GPS,variação da pressão atmosférica,variação diária da nebulosidade,valores diários de precipitação,precipitação ácida, aerossóispresentes na atmosfera e variaçãodo ozono troposférico. Atravésdestas actividades, conjugar-se--á a vertente teórica daaprendizagem com a componenteprática.

Rui Duarte

A Física e o paraquedismodemonstração do processo deabertura do pára-quedas e dasdiferentes partes que oconstituem. No final destapalestra, houve tempo para queos alunos pudessem colocarquestões aos técnicos de pára-quedismo e foi perceptível, talcomo ao longo de toda a palestra,a motivação e o interesse dosalunos.

Gonçalo Clara, Inês Fortunato,João Alves, 11ºE

No passado dia 31 de Outubro,no âmbito da disciplina de Físico-Química, realizou-se uma palestrasobre “A Física e o Pára-quedismo”no auditório do InstitutoPolitécnico de Castelo Cranco. A comunicação contou com apresença das turmas do Curso deCiências e Tecnologias do 11º anoe das Professoras Eugénia Leitão,Rosa Pereira, Paula Nunes e GraçaRamos e foram oradores osDirectores do Centro de Pára-quedismo de Proença-a-Nova(SkyDive Proença), Roque Santos,antigo pára-quedista militar eactual Director Técnico e Instrutorde Pára-quedismo do Centro, eWilly Ramos, de nacionalidadeespanhola, Director da zona desaltos de Proença-a-Nova etambém instrutor de pára-quedismo. Promovida pelas professoras deFísico-Química do 11º ano, estainiciativa teve como objectivosproporcionar aos alunos uma

abordagem estimulante dosconteúdos programáticos fora docontexto da sala de aula ecompreender o papel da Física naexplicação de fenómenos doquotidiano, mais concretamenterelacionados com o pára-quedismo. Baseando-se nos objectivospropostos pelos professores, osoradores da palestra explicitaramas componentes relacionadas como pára-quedismo, desde a históriada modalidade até às várias

vertentes da mesma, o quepermitiu aos alunos uma melhorcompreensão dos conteúdos daFísica a ter em conta neste tipode movimento. Por fim, seguido davisualização de alguns vídeosapresentando as váriasmodalidades relacionadas com opára-quedismo, foram mostradosos diversos equipamentos eacessórios que esta modalidadeenvolve e solicitada a colaboraçãode um aluno para realizar uma

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Semana da Ciência e Tecnologia

Visita de Estudo à Central Termoeléctrica do Pego

que esta barragem constitui umaproveitamento de fio-de-águacom uma importante produção deenergia durante o período estival. Já ao final da tarde,regressámos a Castelo Branco. Foi, sem dúvida alguma, umavisita bastante calorosa eenriquecedora. Alice Maia

Concurso de Pontes de Esparguetecom o objectivo de estimular ascapacidades criativas dos alunose motivar o interesse pelacriatividade e investigação natentativa de solucionar problemas.Alguns critérios orientaram asconstruções: as pontes deveriamser arquitectonicamenteagradáveis e capazes de resistir,durante um período de 5 segundos,ao máximo de carga emsustentação; só se pôde utilizaresparguete comercial e cola vulgar. A Biblioteca organizouactividades de pesquisa em tornode personalidades ligadas àCiência, levando os alunos adescobrir, entre outros, osinventores do telescópio, dotelefone, da dinamite, da lâmpadaeléctrica e até que o processo depasteurização deve o seu nome aLouis Pasteur. As actividades da semanaterminaram com uma formaçãosobre utilização de aparelhos GPS,destinada aos alunos do CursoTecnológico de Desporto. Após umenquadramento teórico, váriosgrupos de alunos localizaramatravés das três coordenadasgeográficas, latitude, longitude ealtitude, vários pontos no recintoescolar. Pretende-se, num próximomomento, aplicar este recurso nocumprimento de trajectos epercursos na área envolvente danossa cidade, utilizando-se todasas potencialidades dos aparelhosGPS.

RA, RD

De 24 a 30 de Novembro,assinalou-se a Semana da Ciênciae Tecnologia, evento anualpromovido pela Ciência Viva. Todos os anos, em Novembro,durante esta Semana, instituiçõescientíficas, universidades, escolas,associações e museus abrem asportas à comunidade, numatentativa de aproximar o grandepúblico da ciência. A nossa escolatambém se associou a estainiciativa, organizando váriasactividades que deram a conheceraos visitantes os projectos quedesenvolve. Esta semana abriu com ainauguração da EstaçãoMeteorológica da ESAL, ondevárias turmas se deslocaram a fimde se inteirarem do seufuncionamento. Ainda, no primeirodia, foi organizada uma pequenaexposição temática sobre AntónioGedeão, pseudónimo de Rómulo deCarvalho, pedagogo, historiadorda ciência e da educação,

divulgador científico e poeta e cujonascimento se comemoraprecisamente a 24 de Novembro,data instituída como Dia Nacionalda Cultura Científica. Os vários projectos de aberturaà comunidade iniciaram também assuas actividades nesta semana.Alunos de outras escolas da cidadedeslocaram-se à Amato para umencontro com a Ciência. Com aMatemática Divertida, os maispequenos, a brincar, aprenderamformas geométricas, volumes,áreas, responderam a problemas eresolveram enigmas. No Centro deLudociência, prepararam-seactividades experimentais. Deforma lúdica, desenvolveram-seconhecimentos sobre pressãoatmosférica, dilatação econtracção de corpos, densidadede materiais, electricidade emagnetismo. No Clube Madeira eBrincadeira, aprenderam-senomes de ferramentas,observaram-se grandes máquinas

em funcionamento, utilizadas peloprofessor Penalva para trabalhara madeira. Os alunos foramalertados para os cuidados a terpara evitar acidentes. No final,surgiu aos olhos das crianças umninho de madeira que alegrementelevaram para enfeitar o recreio dasua escola, podendo recordar,assim,a passagem pelas oficinas daESAL. A exposição de robóticamarcou o ponto alto da semana.Na tarde de quarta-feira, osprofessores José Rodrigues e MárioLopes apresentaram os últimosprojectos elaborados pelos alunosdos cursos Electricidade/Electrónica e ficámos a saber queo trabalho a desenvolver nospróximos meses, pelos váriosgrupos de alunos, orienta-se paraa participação no CampeonatoNacional de Robótica que decorreráem Castelo Branco no próximo mêsde Abril. Foi promovido ainda o II

No passado dia 11 deNovembro, as turmas do 11º anodos cursos profissionais,acompanhadas pelos ProfessoresAlberto Martins, Alice Maia,Conceição Neves, José Morais,José Rodrigues, Mário Lopes eVítor Santos, rumaram da ESALaté à Central Termoeléctrica doPego e à Barragem Hidroeléctricade Fratel. Na Central do Pego,esperavam-nos quatro simpáticasguias que nos levaram para uma

sala confortável e solarenga,onde os alunos ouviram umaexplicação sobre o funcionamentoda Central, ficando a saber que,com capital maioritariamenteinglês, se utiliza o carvão (200 ton/h), proveniente sobretudo deÁfrica do Sul, para aquecer a água(950 ton/h) captada no rio Tejoque se transforma em vapor eenergia eléctrica para ser utilizadapor todo o país. Soubemos, ainda,que a corrente eléctrica à saídado alternador é de 18 000 volts,sendo elevada a 400 000 volts àsaída. Desde 2006, a Centraltem estado a ser apetrechada comnovos equipamentos paratratamento de gases poluentesnomeadamente os NOx e os SOxe, já em Novembro de 2008, atingiuapenas metade dos limitesimpostos por legislaçãorelativamente a estes gases. Após esta palestra e já decapacete e auriculares, pudemos

ver de perto alguns sectores emfunc i onamen to, s empreacompanhados pelas guias que iamexplicando o que de mais relevantedeveria ser observado em cadalocal. Foi particularmenteinteressante visitar a sala decomando de onde todo ofuncionamento da central éacompanhado ininterruptamente,durante 24 horas. No final desta enriquecedorapartilha de saberes e com a barrigacomposta pelo lanche oferecidopela central, seguimos para apequena vila do Gavião e daí paraa Barragem Hidroeléctrica do Fratelonde fomos muito bem acolhidospor dois funcionários da EDP quepartilharam connosco, de formaentusiasmada, a experiênciafantástica que é transformar aforça da água em energiaeléctrica. Guiaram-nos por túneise vãos de betão, (descemos cercade 48 metros) e explicaram-nos

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Nesse ano de 2008tudo tinha sidodiferente

da imaginação

crónicas...traços...

escritas...

Margarida Matos, 12ºE

rebanho pastava em “áureamediocritas”, o fumo daschaminés dos lares apaziguadoscumpria o “locus amenus”,oscânticos celestiais pairavamcomedidamente em HiFi , aestrela tremeluzia numasuspensão cientificamentecalculada e as ribeirinhascantavam em movimentotecnológico… No meu presépio, nesse ano,não caía neve. Mudados ostempos, mudava-se o Natal e,com o aquecimento global, jánão nevava em Belém. Tudo,tudinho, tudíssimo estudado aodetalhe. O esforço tinharealmente valido a pena. Lembro-me de me recostarno sofá, exausta, contente,vaidosa apesar daquelapequenita incomodidade, de umcerto vazio, de uma certaincompletude … Seria da lassidãoresultante da empresa… Nessa noite de 2008, sentei-me na cama de sopetão,arregalei os olhos no escuro daminha presunção, o coraçãosaltou-me no peito num enormenovelo de espanto… Com tantoplano, tanto design, tantaostentação e tanta tecnologia,tinha-me esquecido do Menino!

Etelvina Maria

Entrei em casa com passosarrastados de orgulhoso cansaçoapesar daquela pequenitaincomodidade, de um certovazio, de uma certaincompletude … Seria da lassidãoresultante da empresa… Sentei-me à lareira e, emexercício de vaidade, trouxe aopensamento a imagem do meupresépio... Desta vez, só havia razõespara me orgulhar. Nada de abrirem família as mesmíssimas caixasdas figurinhas coleccionadas anoa ano, algumas já esborceladas,nada da agitação datada de 8de Dezembro, nada de problemasporque o musgo não é quantobaste, nada das mesmaspalhinhas de centeio a cheirar aseara… Conseguira até evitar atradicional querela de quem iacolocar a estrela sobre a cabana…nada de flocos de neve aoacaso… Tudo tinha sido pensadocom tempo, planificado aopormenor, levado a um rigor que,a certa altura, senti enfermiço. As figuras, num requintequase snob, eram de design, aspalhinhas tinham sido adornadascom pontinhas de ouro, a aldeiaencomendada a arquitecto… Aproporção, o equilíbrio, aharmonia, a perfeição de umaobra renascentista! Ao fundo, o

Natércia Belo

depois disseram (pobressonhadores) que, no próximo anode 2008-2009, passaria a 100Megabytes, mas, por mais estranhoque pareça, passamos de cavalosa burros, isto é, perdemos 16,sonhámos com 100 e contentamo-nos com uns míseros 8 Megabytesque nem sequer suportam odesenvolvimento de programas etecnologias. Posso ainda referir que osistema de pica-ponto vai geraruma espécie de congestionamento(no verdadeiro sentido da palavra)no primeiro toque da manhã. Eu,que demoro 5 minutos a chegar àescola, terei que levantar-me maiscedo, enfiar-me na fila e fazer figaspara que consiga entrar na escolaantes das 8.30 h, ou então sujeito-me a uma falta que será usada paraaplicar os bons estatutos a queos alunos estão sujeitos. Ah! E nãomenos importante, o novo sistemade vídeo vigilância implementadotambém na escola… Mas estaquestão fica para futuroscomentários, depois de vermos asvantagens da sua utilização. Que mais poderei dizer? Esteespaço público, a escola, que épara todos e, embora uns lá andema passear, passa a ser um espaçoprivado com a ajuda de meia dúziade câmaras e um pica-ponto, quese diz fazer parte de um PlanoTecnológico, quanto a mim, poucofuncional.

Ana Sofia Barata, 12ºJ

Inovação: o aperto dosistema?

Fala-se em sociedadesdesenvolvidas em que novasgerações são sinónimo de novastecnologias que ganham vida emlocais públicos, como por exemplo,nas escolas. A Escola Secundária c/3 AmatoLusitano não é excepção. Tenta-se trocar o papel pelo Word, avelha caneta pelo teclado, a“chamada inicial” para marcaçãode faltas por processo digital e umsistema tipo pica-ponto, à entrada,como se fôssemos merosempregados fabris. Toda esta inovação (como sefosse uma grande coisa) trazoutras inovações subjacentes.Vejamos então! Nesta mesmaescola, iniciaram-se as aulas com“novos colegas”, os chamados“homens das obras” que fizerambarulho, martelaram, cortaram,puxaram aqui, incomodaram ali,pois a Sra. Ministra, mesmo comos trabalhos por terminar, impôs oinício das aulas. Deve ter pensadoque estes pobres homens faziamparte das Novas Oportunidades eque o plano de estudos dosmesmos era dar pernas ao tãofalado Plano Tecnológico. Supostamente, todas asmudanças que prometeram e deque tantos falaram e continuam afalar, não passam de meras ilusões.Temos como exemplo a Internetque, a meu ver, é uma ferramentaessencial à grande maioria do corpodocente e discente. Há pouco maisde um ano, era de 16 Megabytes,

Eu já não sei andar sóA vida não tem sentido

Se, por instantes, te perco,Meu sistema operativo.

Abraças-me em banda largaLevas-me a sites distantes

Não posso viver sem tiJá não sou a que fui dantes!

Formatei este poemaEm toada de louvor.

És parte do meu sistema,Minha vida, meu amor!

Etelvina Maria

Minha máquina,meu amor

Não quero saber dos dados por Júlio César lançados,Só quero saber daqueles

que por ti são processados.

Nego a memória poéticaJá lhe perdi o apreço,Desejo os bits da tua

Se me cedes o acesso.

Percebes-me a linguagemDás-me unidades de entrada

Quero-te sempre comigoEu sem ti já não sou nada.

Automatizas processosFazes as minhas vontades Executas-me as tarefasA mui altas velocidades.

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Page 7: eSalpicos 3 2008-2009

Os Jovens, as NovasTecnologias e a InteracçãoEscola/Família

As Novas Tecnologiasno Ensino

aula como também interagir nosprocessos curriculares, promovendoum novo encantamento da escola,contribuindo para transformaçõesqualitativas na prática pedagógicae provocar a vontade dos alunos agostar de estudar. Em jeito de nota de rodapé,gostaria apenas de lembrar duascoisas:1. Mais tecnologia é importante paragarantir o acesso de todos, mas oque realmente vai fazer de nós umpaís avançado são os resultadosque a liderança e as estratégias,postas em prática pelosprofessores, conseguirem. Istoconsegue-se com esforço, muitotrabalho e alguma ajuda datecnologia.2. As estatísticas são números. Oque realmente interessa é sabercomo é que a tecnologia vai serutilizada nos últimos 10 metros, narelação professor / aluno, naconstrução com esforço e prazer denovo conhecimento. Interessa saberaté que ponto professores e alunosvão ser capazes de se apropriar dastecnologias ao serviço de mais emelhor aprendizagem.

Carlos Salvado

A palavra tecnologia teve a suaorigem através das palavras gregastéchné, que é arte, no sentido de“produzir algo, buscando conhecer-se no que se produz” e logos, quequer dizer escrita ou falada – verbo.Numa visão geral, a tecnologia é oencontro da ciência com a técnica eas chamadas novas tecnologias sãométodos e aparelhos inovadoresque surgiram no século XX naTerceira Revolução Industrial,desenvolvidas gradativamentedesde a segunda metade dadécada de 1970 e, principalmente,nos anos 90. A grande maioria dessastecnologias caracteriza-se portornar menos palpável (fisicamentemanipulável) o conteúdo dacomunicação, por meio dadigitalização e da comunicação emredes para a captação, transmissãoe distribuição das informações(texto, imagem, vídeo e som).Possuem como objectivo facilitar oquotidiano das pessoas e conectá-las a todos os lugares em temporeal, por isso é importante utilizaros recursos tecnológicos naeducação. A tecnologia na escolanão só deve garantir a presença dosrecursos tecnológicos na sala de

desenvolvimento de competênciasao longo da vida, a aprendizagemindividual ao seu ritmo e a práticade análise, reflexão, confrontação,organização, selecção eestruturação da informação.      As potencialidades da multimédiaque reúne em simultâneo a imagem,a cor e o som, contribuíramdecisivamente para odesenvolvimento psico-motor dosmais jovens. É no entantofundamental um alertar deconsciências para a correctautilização das novas tecnologias.       Cabe aos pais, mais do que aosprofessores (a quem compete opapel de facilitadores deaprendizagem e de mediadores deconhecimentos) zelar para que nãohaja excessos. Os jovens têm de ser autónomos,mesmo sem tecnologias!  Eles também precisam desaborear conhecimentos no terreno,de amar olhos nos olhos, dedesfrutar experiências temporais!...  

Ana Belo,Presidente da Associação de Pais e

Encarregados de Educação

 

tempestades que os façamnaufragar. Motivo de reflexão, surgetambém a questão da formaçãodos professores para a utilizaçãode todas as novas tecnologias. Éigualmente evidente que tem queexistir! E, caros colegasformadores, a vossa atitude temque se vestir de carinho e exigede vós um apoio persistente epaciente para com todos os queainda continuam, naturalmente,avessos a tanta técnica, por medoou mesmo por opção filosófica.Talvez também pelo tempo de quenão dispõem, pois são tarefas querequerem imenso, imenso tempo. Mas, será um drama se nemtodos os professores adquiriremreais competências em TICs? Asua imprescindibilidade é relativa.O ensino e a aprendizagem semprese realizaram sem estasferramentas e, que se saiba, antesdelas não foi o caos. Acresce queos alunos podem utilizá-las semque todos os docentes asdominem. Eles ensinam-nos tantacoisa... Há ainda o enorme risco dasedução pela imagem e o olvidoda palavra. Afinal, não é a palavraque vale mil imagens? Experimentem para a palavracidade! E para a palavra eSalpicos.Esta não está na Internet...

Plano tecnológico:

“Nomes com quem se o povonéscio engana...

A que novos desastresdeterminas,

De levar estes Reinos e estagente?”

Hélder Rodrigues

Um dia, não muito distante,chamavam-se pedra e ponteiro.Mudaram o nome e o figurino paraquadro preto e giz. Depois oacetato, com as respectivascanetas, que ainda se utiliza. Hoje,adopta-se o teclado e o écran, oquadro interactivo e o projector,o que Moran chama “verniz demodernidade”. Grandes mudançasnas ferramentas, no equipamentoeducativo. Mas este novo-riquismo queestá a dar a volta ao país e àescola em particular, feito Fernão- ou em peregrinação feito Pinto -, com quilómetros de fio estendidoou em movimento “wirelessiano”,terá correspondência nopensamento do homem - aluno,professor - promovendo atitudese comportamentos que levem àcooperação e à entreajuda?Concretiza-se, na sua prática,no respeito pela humanização,responsabilidade e respon-sabilização? Torna-se evidente que ensinarcom as TIC só tem sentido quandose consegue propiciar aos alunosum aumento das suascompetências e rendimentosescolares e se constitui como umamotivação crescente para aformação científico-técnica, paraa formação para os valores e paraa cidadania. Implica igualmenteuma sobredose de orientação eacompanhamento dos alunos porparte dos professores. Torna-se evidente tambémque aprender com as TICpressupõe um elevado grau deautonomia por parte dos alunos ea responsabilidade acrescida paranão se deixarem levar por maresde turbulentas ondas ou

“Lhe disse eu:- «Quem és tu? Que esse estupendo Corpo, certo me tem maravilhado!”

Plano Tecnológico

Natércia Belo

Vivemos numa época de rápidodesenvolvimento tecnológico, comacesso a redes globais decomunicação, correio electrónico,bibliotecas virtuais, etc. Todo esteprogresso vertiginoso está aprovocar mudanças enormes nanossa vida, revolucionando todos osdomínios; trabalho, educação,cultura, política… Passamos a ter outra visão domundo, agora mais global!            Os “papéis” do professor e doaluno sofreram alteraçõessignificativas, pois embora o primeirocontinue a ter uma funçãopreponderante na orientação escolare até de vida do aluno, já não é apessoa mais bem informada dentroda escola. Esse papel passou parao computador e toda a “navegação”que ele permite. Por sua vez, o aluno já não estálimitado aos livros e seus conteúdos.Ele tem, agora, a globalização que ocomputador e a Internet lhedisponibilizam, uma total abertura aomundo e a outras culturas e apossibilidade de aquisição eaprofundamento de conhecimentosem todas as áreas, além de práticaspedagógicas assertivas, como o

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Reportagem

Plano Tecnológico daEducação chega à ESAL

A ESAL foi uma dascinco escolas-piloto,

seleccionadas anível nacional, paraa implementação doPlano Tecnológico

da Educação.

O quadro interactivo, um dos meios tecnológicos fornecidos pelo PTE

“Internet nas salas de aula (Redesde área local)”, “Internet de AltaVelocidade”, “Kit Tecnológico”,“Cartão da Escola”,“escol@segura” e “CATE - Centrode Apoio Tecnológico às Escolas”.O segundo eixo aposta nosConteúdos e, portanto, serãodesenvolvidos projectos como o“Portal da Escola”, a “EscolaSimplex” e o “Portal Institucionaldo Ministério da Educação”. Oúltimo eixo de actuação é dedicadoà Formação, estando previsto odesenvolvimento de projectoscomo, por exemplo, o das“Competências TIC”, da “Avaliaçãoelectrónica”, dos “Estágios TIC” edas “Academias TIC”. O objectivo estratégico decolocar Portugal entre os cincopaíses europeus mais avançadosem matéria de modernizaçãotecnológica do ensino até 2010apenas poderá ser alcançado sefor realizado um esforço conjuntodas comunidades educativas, dasempresas parceiras, dosinvestigadores e da sociedadecivil. A nível interno, como refereJoão Belém, Presidente doConselho Executivo da ESAL, “oque se pretende é que haja umamaior utilização das Tecnologiasde Informação e que hajaformação, tanto para professorescomo para alunos, para autilização das mesmas.” Quantoàs medidas desenvolvidas naescola, adiantou-nos que foiinstalada uma rede de Ethernetpor todo o espaço escolar, umsistema de videovigilância, umsistema de alarme que ainda nãoexistia e instalado também todoum conjunto de softwareinformático que irá facilitar a trocade informação entre professorese entre professores e alunos. Emjeito de conclusão realçou que sepretende “tirar benefícios dautilização das T.I.C. sem que, porisso, fiquemos sem tempo paraoutras coisas igualmenteimportantes e necessárias”.

Inês Fortunato,Joana Conceição, João Alves,

João Elias, Mª Eduarda Matias,Pamela Cóias, Ruben Roque,

Rui Janeiro,11º E

A Escola Secundária/3 de AmatoLusitano foi a primeira escola daárea da Direcção Regional deEducação do Centro a serabrangida pelo Plano Tecnológicoda Educação (PTE) à semelhançado que ocorreu noutras EscolasSecundárias como a Pinheiro eRosa, em Faro, e a Serafim Leite,em S. João da Madeira. No início deste ano lectivo, anossa escola arrancou com maisalunos e cursos. No entanto, nãoforam estas as únicas novidadescom que se depararam professorese alunos, pois os primeiros dias deaulas foram de certo modoatribulados e condicionados pelasobras de implementação do PTEque ainda decorriam, uma situaçãopara a qual se tentou ter o máximode compreensão, tendo em contaque o resultado final das obras iriaproporcionar um conjunto demelhorias significativas noestabelecimento, beneficiandotoda a comunidade escolar. O PTE é o programa do XVIIGoverno Constitucional que temcomo objectivo a modernizaçãotecnológica das escolas com 2º e3º ciclos do Ensino Básico e do

Ensino Secundário e, ao mesmotempo, espera promover aintegração e a utilizaçãogeneralizada das TIC nosprocessos de ensino e deaprendizagem e na gestão escolar. As metas fundamentais que seesperam atingir com este Plano sãoa melhoria do desempenho escolardos alunos, a garantia de igualdadede oportunidades no acesso aosequipamentos e a actualização dosestabelecimentos de ensino, nãosó no que diz respeito aos meiostecnológicos, mas também emtermos de segurança. Houve a necessidade de criaro PTE uma vez que diferentesestudos de diagnóstico sobre amodernização tecnológica do

sistema de ensino em Portugalrevelaram grandes discrepâncias narelação das diferentes escolas comas TIC e baixos níveis de integraçãoplena das TIC nos processos deensino e de aprendizagem. Assim,o PTE pretende representar o iníciode uma viragem e um enorme saltoqualitativo em termos de ensino ede aprendizagem das geraçõesfuturas, de modo a queprogressivamente aumente apreparação dos portugueses paraos desafios crescentes dasociedade do conhecimento. No futuro, o PTE irá beneficiartodas as escolas do país semexcepção, pois pretende-se queseja possível transformar todas asinstituições escolares em espaçosde interactividade e de partilha deconhecimento sem barreiras,garantindo a info-inclusão dacomunidade educativa e melhorescondições de ensino eaprendizagem aos jovens e criançasportugueses. O PTE divide-se em três eixosde actuação, definidos a partir deum relatório de diagnóstico, queperspectivam a cobertura integradae transversal de todos os domíniosrespeitantes à modernização dosistema educativo em Portugal. Oprimeiro eixo de actuação é aTecnologia e, neste âmbito,inserem-se projectos como

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Testemunhos

Implementação do PTE na escola

À conversa com oCoordenador TIC

Filipe Franco,professor de

Informática, fala-nossobre o cargo que

desempenhaenquanto

coordenador TIC danossa escola

iniciativas, nomeadamente acçõesde formação interna sobre omoodle, quadros interactivos eferramentas do Office.

- A “sedução” pelas novastecnologias poderá trazerproblemas às vivências sociaisdos jovens?- Se bem que o uso das novastecnologias permita odesenvolvimento das capacidadesde análise crítica, promova apartilha de experiências, derecursos e de saberes no seio dacomunidade, através de blogues,Hi5, portefólios, youtube,metacafe…, numa dimensãocolaborativa, esse uso pode sertambém nocivo. Digo isto porque a“banalização” do uso da Internet ea resistência cada vez menor àlógica do funcionamento dequalquer tipo de software leva osjovens a experimentarem tudo semqualquer receio ou pudor e ainteressarem-se por todo o tipo deconteúdos.

- Sendo, neste momento, ocomputador “o melhor amigo” doaluno estaremos a criar umageração de pessoas “solitárias”?- Talvez, porque tem-se verificadoque muitos alunos são poucocomunicativos, muito sedentários,individualistas e a tendência épassar cada vez mais horas emfrente ao “espelho” (PC).

Francisco Belo, 11ºC

- Como surgiu a figura docoordenador TIC das Escolas?- A promoção do uso doscomputadores na escola e autilização da Internet no ensinoexigiram um esforço deapetrechamento informático e amanutenção e gestão desseequipamento. Por outro lado, eranecessário dar apoio aos docentesna utilização das novas tecnologiase investir na formação. Daí surgiu anecessidade de uma estrutura decoordenação para as TIC que foicriada pelo despacho nº 26 691/2005 2ª série.

- Quais as funções inerentes a estecargo?- Ao nível pedagógico, compete aocoordenador TIC elaborar um planode acção anual para as TIC ecolaborar no levantamento denecessidades de formação dos

- Que projectos foram jádesenvolvidos ou estão previstosno âmbito das TIC?- Projectámos a gestão do parqueinformático, em termos de hardwaree software, o funcionamento doLinux em computadores antigos eprevemos aumentar a cobertura darede sem fios e promover o acessode toda a comunidade escolar aosítio da escola na Internet.

- Qual a sua opinião sobre aintrodução das novas tecnologiasno ensino? Poderão elas servircomo forma de inclusão?- As tecnologias da informação e dacomunicação ocupam hoje um lugarde relevo nas sociedades modernas,constituindo um eixo vital dorespectivo processo dedesenvolvimento. A escola não podealhear-se desta realidade. Assim, édesejável que não só seequacionem as potencialidades queas tecnologias contêm, mas ésobretudo importante mobilizá-lasao serviço da educação e do ensino,melhorando a eficácia do processode ensino e aprendizagem. Uma dasformas de colmatar algumasdificuldades, pode ser aaprendizagem realizada através deplataformas de e-learningconsiderada, hoje em dia, umaopção estratégica essencial noprocesso de ensinar e aprender.

- Como coordenador TIC, tem dadoalgum contributo na formação dosProfessores?- Sim, tenho dinamizado várias

professores. No final do ano, e, emconjunto com os parceirosenvolvidos, há que elaborar obalanço e fazer a avaliação dosresultados obtidos para apresentaraos órgãos de administração egestão da escola e à respectivaDirecção Regional de Educação.Cabe-me também promover odesenvolvimento de competênciasnos jovens, para que consigamutilizar as tecnologias de formaautónoma. Quanto ao nível técnico,o coordenador deve zelar pelofuncionamento dos computadores eda rede, ser o interlocutor junto dosserviços centrais e regionais deeducação para todas as questõesrelacionadas com os equipamentos,redes e conectividade e fazer aarticulação com as empresas que,eventualmente, prestem serviço demanutenção ao equipamentoinformático.

- Na sua opinião, o PlanoTecnológico da Educação pode serproveitoso para os professores epara as suas aulas? E de quemodo?- Será proveitoso na medida emque, segundo as alteraçõesefectuadas na escola, todas assalas vão possuir pelo menos umcomputador, um videoprojector e emcerca de 11 salas estarão presentesquadros interactivos. Todo esseequipamento, aliado ao fácil acessoà Internet, permitirá aosprofessores efectuar pesquisassobre material didáctico, tornar osistema das aulas diferente,dinamizando assim as aulas etornando-as menos maçadoras.

- No seu entender, os quadrosinteractivos, os vídeo projectorese as restantes tecnologias àdisposição irão despertar ummaior interesse e atenção porparte dos alunos?- Penso que sim, principalmente osquadros interactivos cuja utilizaçãotem sido bastante grande não sópor parte dos professores comotambém dos alunos naapresentação dos seus trabalhos.Antigamente, quando solicitadospara participar, os alunosdemonstravam alguma falta de

João Belém, Presidentedo Conselho Executivo,esclareceu-nos algumasdúvidas sobre o PTE e asua implementação na

nossa escola.

- A ambição do Plano Tecnológicoda Educação é “Colocar Portugalentre os cinco países Europeusmais avançados ao nível demodernização tecnológica doensino até 2010.”. Parece-lhepossível atingir este objectivoestratégico?- Eu penso que sim! Com acolaboração de todos, do Ministério,dos professores e dos alunos,penso que será possível atingir esseobjectivo.

ver até que ponto os veículos sãoarrumados de forma correcta eassim podermos agir maisrapidamente.

- Como avalia todo este processode requalificação que se temrealizado na ESAL? E quais asmaiores dificuldades surgidas?- Tem sido um processo trabalhosoque exigiu a compreensão de todos.Só essa compreensão possibilitou oinício das aulas, perturbado pelaagitação e ruído das obras. Mas,como todos sabemos, este processotem por objectivo o benefício detoda a comunidade escolar e, porisso, vale a pena o esforço.

- Para terminar, se lhe fossepedido que em poucas palavrasexpressasse a sua opinião acercado Plano Tecnológico da Educação,o que diria?- É um plano em que vale a penainvestir uma vez que se está averificar uma forte adesão por partedos alunos e dos professores e esteplano funcionará como umapoderosa ferramenta de ensino!

Ana Martins, André Mendes,Gonçalo Clara, Margarida Vilela,

Rita Sousa, 11ºE

motivação, mas agora, com esteequipamento, há muitos alunos aquerer, digamos, experimentar, poissão acessórios didácticos maisligados à era tecnológica ondecresceram.

- Também os cartões da escolaforam alterados. Que novasfuncionalidades e quais asvantagens que tem para oferecero renovado cartão escolar?- O novo cartão da escola vai permitirum controlo mais eficaz dasentradas, pois o aluno apenaspoderá utilizar o cartão nos váriosserviços da escola, se, à entrada,tiver passado dentro do perímetrodestinado à validação do mesmo.Estamos também a ver seconseguimos que este cartão possaser carregado no exterior.

- Acredita que as inovações aonível dos sistemas de segurançaserão sinónimo de uma maiorsegurança para toda a comunidadeescolar?- Sim, evidentemente, embora nestaescola não se registe muitainsegurança. Este serviço irá servirmais para controlar as atitudescívicas no átrio e nos pátios. Porexemplo, no parque deestacionamento, será possível

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Testemunhos

A utilização das novas tecnologiasna sala de aula

Nenhump r o f e s s o r,quest ionadosobre aimportânc iadas TIC, podeconsiderar quese podeleccionar, nos

dias de hoje, ignorando a suaexistência. No entanto, entendoas tecnologias da informação ecomunicação como um meio deaprendizagem e não como um fimem si mesmo. De facto, são maisum instrumento, indispensável semdúvida, poderoso com certeza,obviamente necessário, mas nãosuficiente por si só. Nos últimos tempos, nasociedade portuguesa, mesmo aomais alto nível, generalizou-se aideia de que basta que os alunostenham à sua disposição umcomputador com a inevitávelligação de banda larga, para queo seu sucesso seja garantido. Háquem vá mesmo mais longe e vejanas TIC a panaceia para curartodos os males da sociedadeportuguesa; como se tudo seresolvesse, logo que os onzemilhões de portuguesas saibamfazer pesquisas na Internet ouenviar emails!

Otília Duarte,professora de Contabilidade

A utilizaçãodas TIC na salade aula podeproporcionaraos docentes ealunos umacesso maisrápido e seguroà informação,

mas aumenta a suaresponsabilidade no acto lectivo.Ao professor, obriga-o a ter umaoutra atitude na preparação dassuas aulas e retira-lhe apossibilidade de se refugiar nasvelhas práticas lectivas a que jáestava acomodado. Ao aluno, porseu turno, revela-se como umafonte inesgotável de informação,que pode ser explorada a qualquermomento, retirando-lhe apossibilidade de justificar o seuinsucesso com a falta deinformação fornecida peloprofessor, como por exemplo: “Oprof não deu esta matéria”.

José António Antunes,professor de Filosofia

Comoprobabilidadepara o sucessoé sempreimportante ep o s i t i v otermos mais em e l h o requipamento emais meios

tecnológicos. Porém essaprobabilidade nem sempre setraduz na realidade nem é sinónimode sucesso. Mais do que as tecnologias,importa a competência de quemensina e o resultado conseguidoindependentemente dasestratégicas e metodologiasutilizadas.

Luís Rechena,professor de Educação Física

A utilizaçãodas TIC na salade aulasignifica paramim (que jálecciono háquase trêsd é c a d a s ) ,sobretudo uma

mudança nas práticaspedagógicas. Com as Tecnologias daInformação e Comunicação, oprofessor pode adoptar estratégiase metodologias inovadoras nassuas aulas, melhorando a eficáciados processos de ensino-aprendizagem. As TIC facilitam apartilha de experiências, recursose saberes no seio da ComunidadeEscolar, numa dimensãocolaborativa, essencial para aresolução de eventuais problemasa nível da prática lectiva e para osucesso escolar dos nossos alunos.

Ilda Casteleira,professora de Inglês Começa a

ser urgente eimprescindívela utilizaçãodas novasTecnologias daInformação eComunicação.No entanto,essa utilização

só resultará, se os nossos alunospensarem e questionarem o queobservam e não se contentem emser meros espectadores. Casocontrário será uma perda detempo.

José Rodrigues,professor de Electrotécnia

Tenho muitasvezes asensação queo homem estánum momentoparalelo aoperíodo daR e v o l u ç ã oIndustrial. As

tecnologias estão a obrigar-nos a“acelerar” a “produção” e, por isso,a aumentar o “horário de trabalho”.É necessário cada um de nós terconsciência da escravidão que estarevolução pode originar. Somos,todos, os operários da nossa própriafábrica de produção. De resto, a urgência dedesenvolvermos a nossacapacidade de adaptação às novastecnologias é indiscutível e a suautilização na sala de aula podeser facilitadora na transmissão deconhecimentos e/ou na avaliaçãodas aprendizagens. Mas devemoster sempre em conta que são sómais um dos instrumentos detrabalho nas escolas. Não é pormuito as usarmos queconquistamos o sucesso. (Foraassim de fácil!).É necessário muitoequilíbrio para não cairmos emexcessos porque os “choques”,mais do que originar mudanças,terminam normalmente emacidente.

Etelvina Maria,professora de Português

Pode sertudo muito“tecnológico”,todo esteambiente quese pretendecriar, centradonas TIC, mast a m b é mpoderá ter os

seus inconvenientes… Os alunospoder-se-ão distrair mais do quejá se distraem e não há nada comouma caneta e um papel. Noentanto, é mais um “passo” paraa evolução… Esperemos que sejauma real mais valia para os alunos,professores e para o ensino emgeral.

Dinis Dionísio,aluno do 12ºC

As mudançassão sempredifíceis. Se por umlado estamoshabituados aosvelhos quadrosde ardósia ouaos “quadros

brancos” um pouco mais actuais,por outro, sabemos que as novastecnologias nos oferecemcondições e possibilidades com asquais nem sequer sonhávamos háuns anos atrás. A ideia de se utilizar o com-putador - normalmente associadoa lazer e a entretenimento - comoinstrumento e objecto deaprendizagem é, sem dúvida,bastante apelativa. Se lhejuntarmos ainda os quadrosinteractivos e outros “apetrechos”tecnológicos que as TIC têm paranos oferecer, facilmenteconcluímos que as salas de aulase tornarão bem mais acolhedorase aprazíveis, beneficiando tantoalunos como professores.

João Barata,aluno do 12º B Com a

evolução dat e c n o l o g i a ,começou-se apensar emusá-la paramelhorar aeducação. Noprincípio, tudose resumia ao

visionamento de vídeos edocumentários ou ao uso decalculadoras nas aulas. Com opassar dos anos, foi-se alterandoa situação e, hoje em dia, podemosver computadores, projectores eaté quadros interactivos nas salasde aula. No entanto, tenho, porvezes, a sensação que neste planotecnológico de educação algumpasso está a ser mal realizado umavez que há algunsconstrangimentos no uso destesnovos equipamentos. Algunsalunos parecem mais empenhadosem usar os computadores para sedivertirem. Além disso, apesar denovos, alguns destesequipamentos não funcionamcorrectamente. Resumindo, creio que a ideia deusar a tecnologia para enriquecerou facilitar a aprendizagem dosalunos é muito boa em teoria, mas,na prática, há ainda muito trabalhoa fazer para que este planofuncione.

Gustavo Eduardo,aluno do 12º B

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do desporto

Alunos de Desporto sempreem movimento

Profissional Albicastrense). No dia 28 do mês de Janeiro,está prevista a realização deJogos alternativos – Trampball,Floorball e Mazaball. O PavilhãoMunicipal de Castelo Branco foi,mais uma vez, o local escolhidopara a realização desta actividadedestinada aos alunos do CursoTecnológico de Desporto. Durante as férias da Páscoa,terá lugar a actividade “Férias emMovimento, visando a ocupaçãodos tempos livres. Realizar-se-ána nossa escola e dirige-se aosalunos e filhos de professores efuncionários. Estão previstas paraesta altura as seguintesactividades: torneio de Voleibol 4X 4, carrinhos de rolamento, caçaao tesouro, jogos lúdicos, jogos

Os alunos do 12ºI do CursoTecnológico de Desporto da EscolaSecundaria/3 de Amato Lusitano,vão promover, durante este anolectivo, actividades para acomunidade educativa. A primeira iniciativa adesenvolver é o Torneio Inter-ProSecundárias, composto porquatro modalidades (voleibol,futsal, andebol e basquetebol), arealizar nos dias 17 e 18 deDezembro e 6 e 7 de Janeiro noPavilhão Municipal de CasteloBranco e no Pavilhão Desportivoda Escola Superior de Educação.Esta actividade destina-se àsescolas secundárias AmatoLusitano e Nuno Álvares e escolasprofissionais Agostinho Roseta eETEPA (Escola Tecnológica e

de mesa, playstation, Bowlingalternativo, Hóquei em campo ematraquilhos. Nos dois últimos dias do 2ºperíodo, decorrerão as Olimpíadasda Quinta. Trata-se deactividades referentes aos jogosolímpicos com característicasrurais. Serão desenvolvidas nanossa escola e dirigem-se a todaa comunidade escolar. Restam-nos ainda asactividades das PAT, as Provas deAptidão Tecnológica, que serãooportunamente divulgadas. Desdejá, podemos adiantar a realizaçãode um acampamento escolar noâmbito do projecto “Educaçãopara a Saúde” a realizar no finaldo ano lectivo.

Alunos do 12ºI

Vai realizar-se, no próximo dia28 de Janeiro de 2009, no PavilhãoMunicipal de Castelo Branco, umaactividade que envolve a práticade três jogos, no âmbito dosDesportos Alternativos - Floorball,Mazaball e Trampball. Enquadrada na componente daÁrea Tecnológica Integrada doCurso de Desporto, esta iniciativa,organizada pelos alunos do 12ºI,vai ao encontro dos objectivosgerais deste curso. Assim,pretende-se que os alunosdesenvolvam a capacidade derealizar tarefas de dinamização,organização e gestão deactividades físicas e desportivas,nomeadamente ao nível dosrespectivos equipamentos eestruturas de enquadramento. O Mazaball, o Trampball e o

12ºI dinamiza desportosalternativos

Floorball fazem parte de umconjunto de novos jogosassociados a equipamentos emateriais diferentes do habitual. O Mazzball consiste num jogode 6 contra 6, em que o objectivoé essencialmente colocar a boladentro da baliza, com a ajuda deum stick. Tem a vantagem depoder praticar-se num pequenoespaço, coberto ou descoberto.Cada equipa é composta por umguarda redes, que defende comos pés, com as mãos ou com ostick, um médio, o único jogadorque pode movimentar-se em todoo campo de jogo e ainda por doisdefesas e dois atacantes queactuam apenas no meio campo dadefesa e do ataque,respectivamente. Estes quatrojogadores não podem ultrapassaro centro do campo que lhescorresponde. O Trampball, inventado hácerca de uma década, tem comoobjectivo acertar com a bola naparte negra de um trampolim quese situa na área restritiva doAndebol. A função do guarda-redes é manter a bola fora da áreade golo do trampolim. É um jogosurpreendentemente divertido querequer dos participantes um mínimode coordenação.Equipamento do Floorball

O Floorball “primo” do hóqueiem patins, privilegia odesenvolvimento da rapidez, dacapacidade e da explosão e aindada agilidade e da coordenação.Pratica-se em ginásio, nãonecessitando de pavimentoespecífico. As equipas sãoformadas por cinco jogadores decampo e um guarda-redes,havendo sempre linhas desubstitutos para rotações. A bolaé oca de matéria plástica. 12ºI

Desporto Escolar

Apuramentopara o MEGA

À semelhança dos últimostrês anos lectivos, a FederaçãoPortuguesa de Atletismo (FPA) ea Direcção Geral de Inovação eDesenvolvimento Curricular /Desporto Escolar (DGIDC/DE),promovem a realização doprojecto MEGA em parceria comas várias escolas do país. Este projecto tem comoobjectivo motivar e sensibilizar osalunos para a prática doAtletismo, apoiando os jovensmais talentosos nesta área.Decorre ao longo de quatro fasese pretende apurar os melhoresalunos do País, em cada uma dasseguintes disciplinas: salto emcomprimento, 40 metros e 1000metros. No dia 25 de Novembro,realizou-se, a nível de escola, aprimeira fase de apuramentodeste projecto que terácontinuidade nas fases distrital,regional e nacional. Esta actividade, que fazparte das provas obrigatórias doplano do Desporto Escolar, tevea participação de 62 alunos.Foram apurados os melhoresresultados em cada turma, tendoem conta o escalão e o sexo. Os Professores de EducaçãoFísica, na organização destaactividade, contaram com acolaboração de alguns alunos do12º ano do Tecnológico deDesporto, o que permitiu odesenvolvimento de váriasprovas em simultâneo. Neste momento, estão jáapurados os alunos a nível deescola e aguarda-se a data e olocal da fase distrital. Assim,passaram à próxima fase: AndréCardoso e Rui Marques(Infantis); Ana Martins, BrunoLourenço, Francisco Nicolau,João Rafael e Ricardo Domingos(Iniciados); Ana Afonso, InêsGouveia, Patrícia Gordino, JoséAntunes, Fernando Tomás, CarlosFatela e Rodrigo de Jesus(Juvenis).

Ana Dias

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da biblioteca

2463 requisições de computadores portáteis para a sala de aula

A Biblioteca escolar e as Tecnologias daInformação e Comunicação

materiais multimédia, usando decriatividade e proficiência técnica namanipulação das ferramentas eaplicações informáticas necessáriase os restantes 33% apresentam umnível médio. Em nenhuma turma,tendo em conta o seu nível deescolaridade, o desempenho serevelou fraco. Segundoquestionários aplicados aosdocentes, 11% dos alunos detêmexcelentes competênciastecnológicas, 46% boascompetências, 33% apresenta umnível médio e só 4% fraco. Penso que podemos concluir quea utilização da BE e a forterentabilização dos seusequipamentos têm contribuído emmuito para o desenvolvimento dascompetências tecnológicas e deinformação dos alunos.

Raquel Afonso

A utilização das novastecnologias da informação, comorecurso de aprendizagem, começa,cada vez mais, a fazer parte daprática dos docentes. O papel daBiblioteca Escolar neste contextotem-se revelado fundamental. A BE apoia a utilização das TIC eda Internet, quer como ferramentasde acesso à informação e recursopara aprendizagem, quer comoinstrumentos de produção ecomunicação de informaçãotrabalhada, através das inúmerasactividades que desenvolve nesteâmbito e dos serviços quedisponibiliza. Com efeito, a utilização da BE eseus recursos tem sido fortementerentabilizada pelos docentes emactividades de ensino. Conforme asestatísticas efectuadas, durante oano lectivo transacto, das 44 turmasque constituíam o universo da ESAL,só 3 não utilizaram a BE para o

desenvolvimento de actividadeslectivas (no entanto estas turmasutilizaram outros recursos da BE).Durante o ano, verificaram-se 355marcações deste espaço, o que deuuma média de 11 turmas porsemana, sendo estes númerosgrandemente ultrapassados pelasturmas que utilizaram a BE semproceder a marcação prévia e quenão foram contabilizados. A SalaMultimédia, Luís de Camões, foirequisitada 560 vezes. Teve umamédia de ocupação semanal de 15tempos e ocupação diária, 5 tempos.

Os equipamentos maisrentabilizados pelos docentes parao desenvolvimento de actividadeslectivas foram os computadoresportáteis. Todas as turmasrequisitaram estes equipamentos e,durante o ano, foram efectuadas2463 requisições para a sala, o queresultou numa média de 74requisições por semana e 14 por dia.

O contributo da BE também setem revelado no desenvolvimentodas competências tecnológicas e deinformação dos alunos. A partir degrelhas de observação da utilizaçãoda BE em contexto lectivo e degrelhas de análise de trabalhosescolares aplicadas a uma amostrarepresentativa do universo deturmas da ESAL, concluiu-se que, nasua maioria, os alunos utilizam deacordo com o seu nível, linguagens,suportes, modalidades de recepçãoe de produção de informação eformas de comunicação variadosentre os quais se destaca o uso deferramentas e media digitais. 100%das turmas observadas apresentao nível Bom de desempenho no querespeita à pesquisa de informaçãona Internet e outros suportesdigitais. Na análise realizada àamostra de trabalhos escolares,67% das turmas apresenta tambémo nível Bom de desempenho

Alunos dizem não aoconsumismo

Candidatura de Mérito2008

“Aprender a Aprender” que setraduz-se num conjunto de acçõesde formação dirigidas a alunos eprofessores, na criação demateriais de apoio à práticadocente e ao desenvolvimento daautonomia dos utilizadores e naarticulação de actividades com asala de aula. Face ao emergente fenómeno dachamada “sociedade deinformação”, a biblioteca escolarconstitui uma estrutura privilegiadapara o desenvolvimento decompetências da informação, aopotenciar os seus recursospedagógicos e serviços deaprendizagem com vista aodesenvolvimento das diversasliteracias e competências para aaprendizagem ao longo da vida. Éum espaço de aprendizagem porexcelência, devendo constituir-secomo uma área de investimentoestratégico para a construção doconhecimento e desenvolvimentode competências. É neste contextoque surge o projecto “Aprender aaprender” que assenta numaprestação de serviços deinteracção, de apoio e de formaçãocontínua aos utilizadores da BE.

A Biblioteca da nossa escolaconcorreu à Candidatura de Mérito2008 e viu aprovado o seu projectode promoção da literacia dainformação. Para financiamento desteprojecto, foi atribuída à BE umaverba de 4400• destinados àaquisição de fundo documental,equipamento, software econsumíveis. Esta candidatura foi lançada em2005 pelo Gabinete da Rede deBibliotecas Escolares e é promovidatodos os anos, desde essa data,com o objectivo de incentivar otrabalho das bibliotecas escolares,seleccionar e apoiar as experiênciasmais consistentes e divulgar asboas práticas daí resultantes. Édirigida às BE que ultrapassaram afase de instalação e deorganização, desenvolvendoprojectos que evidenciam aapropriação dos recursosdisponíveis na biblioteca pelacomunidade educativa,favorecendo práticas cada vez maiscentradas no uso da informação eno conhecimento. A Biblioteca concorreu a estacandidatura com o projecto

Aprovado projecto da Biblioteca

No último Sábado do mês deNovembro, celebra-se o Dia SemCompras, internacionalmenteconhecido como Buy Nothing Day. O “Dia sem Compras” surgiu há14 anos no Canadá com o objectivode questionar o consumismodesenfreado e, desde então, temsido difundido um pouco por toda aEuropa, sendo, desde há quatroanos, celebrado em Portugal. Pretende-se que, pelo menospor um dia, esqueçamos ascompras. Este ano, o Dia Sem Comprascomemorou-se a 29 de Novembro ea Biblioteca assinalou esta data em

No âmbito do “Dia sem compras”

articulação com a área curricular nãodisciplinar de Formação Cívica do 8ºano que contempla a temática doconsumismo nos seus conteúdos.Em colaboração com as professorasSónia Gonçalves e Ana Pires, aBiblioteca promoveu um concurso deslogans sobre este dia. Numasessão na BE sobre construção decartazes, os alunos produziramvários slogans, apelando ao nãoconsumismo e compuseram algunsconselhos para o consumidor. Os vencedores do concursoforam os alunos Marlene Luís e OanaGabriela do 8ºA e João Esteves eValter Santos do 8ºB. RA

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O Coleccionador de Sonsde Fernando Trías de BES

Experiência de leitura por Ivan Antunes, 12ºB

iblioteca

desilusão e mágoa de mais umatentativa falhada de controlar aessência assassina que Ludwigesconde dentro de si… O turbilhão de antítesessentimentais é de tal maneiraintenso que o leitor se vê a encarnara personagem, sentindo na própriapele os infinitos jorros de emoçõescontraditórias. Por detrás de cada decisão dapersonagem está representada eoculta uma luta titânica entre oconcretizar da paixão carnal e orenunciar, por puro amor, ao desejoque pode ser fatal… Se tiveremcuriosidade em descobrir quem sairávitorioso… deixo um conselho:Leiam!

O Coleccionador de Sons conta ahistória do cantor Ludwig Schmitt VonCarlsburg, detentor de umahabilidade muito especial: acapacidade de dissecar e guardartodos os sons. Poderá, à primeira vista, pareceruma capacidade poucoentusiasmante… Desenganem-se!O enredo gira inicialmente à volta daescola de música para onde Ludwigé enviado pelo pai, aterrorizado pelodom do seu filho. O prestígio dainstituição é global, mas esconde,nas suas entranhas, terríveissegredos que o autor revela, numcenário muito particular, em que oritmo é tão acelerado e envolvente,que, inevitavelmente, nos força aentrar na mente do cantor e viveras terrivelmente doces emoções dapersonagem à medida que estasofre uma metamorfose… Numa fase mais tardia, Ludwigvive transtornado, buscando, dia enoite, o som que sabe faltar-lhe.Quando o encontra, descobre,maravilhado, a frequência única

que lhe faltava, tornando-se capazde conquistar tudo. Mas o poder trazuma maldição… É que, neste caso,qualquer mulher que ele ame epossua está destinada a morrerapós ouvir o som do verdadeiroamor. O enredo desenvolve-se quandoLudwig encontra o seu par, aquelapessoa única no universo a eledestinada, e fica agora a questão…Conseguirá resistir a todos os seusinstintos para evitar que a suaparceira dos Fados pereça e, comela, tudo o que juntos viveram? Toda a história é contada atravésdas memórias de um padre que sevê, como o leitor, imerso num mundode erotismo e pecado sem retorno… Fernando Trías de Bes conseguecriar uma personagem com umapersonalidade extremamentehumanista, mas que vive marcadopelo seu dom… pela sua maldição. Este livro explora ao limite o temado amor carnal, da paixão e dodesejo sexual, só para depois nosbafejar com o pútrido odor da

Tal como sucedeu em anosanteriores e, tendo em conta anecessidade de promover a leituranas escolas de uma forma lúdica,o Plano Nacional de Leitura com oapoio da RTP, a DGLB/Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas ea rede das Bibliotecas Escolares,promove o Concurso Nacional deLeitura 2008-2009, dirigido aosalunos do 3º Ciclo do Ensino Básicoe do Secundário. Esta iniciativa visa estimular aprática da leitura entre os alunose avaliar a leitura de obrasliterárias pelos estudantes. O Concurso decorrerá em trêsfases diferentes: a 1ª Fase, arealizar nas escolas; a 2ª Fase, arealizar nas Bibliotecas Municipaisdesignadas pela DGLB; e a 3ª Fase,correspondente à Final Nacional,realizada em Lisboa emcolaboração com a RTP. Os concorrentes sãoseleccionados mediante arealização de uma prova de leitura. A nossa escola aderiu a estainiciativa e já escolheu as obrastomadas como referência para aprimeira fase: “O Diário Secreto deCamila”, de Ana Mª Magalhães eIsabel Alçada, para o 3º ciclo e“Filipa de Lencastre”, de IsabelStilwell para o Secundário. RA

A Biblioteca, em articulação comos professores de LínguaPortuguesa do 3º ciclo, concorreuao plano de financiamento doPlano Nacional de Leitura com oprojecto “Navegar na Leitura”, oqual mereceu aprovação. Este projecto, composto poractividades várias com vista àpromoção da leitura, permitiu aaquisição de novas obras para aBiblioteca da escola e alargar asperspectivas de trabalho no quediz respeito à leitura orientada emsala de aula e leitura autónoma. Entre os muitos projectosapresentados a concurso, foramseleccionados 112. Esta selecçãoteve como critérios a adequaçãoaos objectivos do PNL, a promoçãode leitura no contexto dasactividades escolares e estímuloda leitura em tempo livre, aqualidade e diversidade daspropostas e actividades e aclareza na apresentação dafundamentação, da definição deobjectivos e da metodologia deavaliação prevista.

Navegar naLeitura

ConcursoNacionalde Leitura

Encontro com DeanaBarroqueiro

marcado pela a energia espontâneada paixão que a anima. Sobre o seu processo de escrita,a autora revelou ser um trabalhosolitário que acontece “no intervaloda vida dos outros, quando todosdormem ou estão ausentes” e,então, entra “noutra dimensãoonde mais ninguém tem lugar”.Adiantou ainda que todo esteprocesso envolve uma investigaçãoexaustiva e profunda em prol dorigor histórico que defende comoalicerce da sua obra.

Etelvina Maria, Raquel Afonso

No dia 4 de Dezembro, a ESALrecebeu a escritora DeanaBarroqueiro que apresentou aalunos e professores os seus doisúltimos romances históricos D.Sebastião e o Vidente e O Navegadorda Passagem. Iniciou a sua comunicação a partirde várias questões colocadas pelosalunos e, durante uma hora e meia,cativou o auditório que, com umaatenção sem quebras, viajou com aescritora pelos séculos XV e XVI,acompanhando as intrigas da corte,sofrendo com os marinheiros astormentas das suas viagens earrepiando-se com a intensidade da

descrição dos momentos finais dabatalha de Alcácer Quibir, últimocapítulo da obra D. Sebastião e oVidente lido pela autora com aemoção de quem tudo tivesse vivido. A acompanhar as suas histórias,Deana Barroqueiro mostrouinstrumentos de orientaçãocaracterísticos da época como osextante e o astrolábio, objectos deadorno feitos pelas mãos dos Índiosdo Brasil, caoris (búzios queconstituiam a moeda de trocaafricana), mapas, não tendo faltadoas especiarias da Índia. Tal como a sua prosa, o seudiscurso oral é escorreito e colorido,

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Somos Pó de Estrelas...Na Escola de Verão, professores portugueses no CERN

Em 10 de Setembro de 2008,entrou em funcionamento no CERN(Centro Europeu para a PesquisaNuclear), sediado em Genebra, omaior acelerador de partículas domundo, designado por LHC (grandecolisionador de hadrões). Oprojecto, que se concretizará naexperiência científica mais complexae ambiciosa jamais colocada emprática, começou há 25 anos,envolve cerca de 10 000 cientistasde 500 instituições académicas eempresas de todo o mundo erepresenta um investimento de4000 milhões de euros. Tive a oportunidade de integrara 2ª Escola de Verão para professoresportugueses no CERN, organizadapelo LIP (Laboratório Português deFísica de Partículas), que decorreuna semana anterior ao grandeacontecimento e vivenciar in loco,com cientistas e técnicosportugueses que integram oprojecto, e não só, o fervilhar deemoções inerente ao culminar de umtrabalho que pode abrir as portas auma nova Física. Na sala de controle do CERN, emque pude entrar como visitante, jáestavam posicionadas as garrafasde champanhe com que se iriacelebrar o grande momento. Foi uma experiênciaverdadeiramente enriquecedora einesquecível. Para além das sessõesteóricas, essencialmente sobreFísica de Partículas, pude efectuardiversas visitas guiadas a locais-chave do CERN. A mais emocionantede todas foi, sem dúvida, a descidaao túnel do LHC, a 100m deprofundidade, para ver de perto oCMS que, sendo “apenas” um dosdetectores, é uma estrutura de 15mde diâmetro e 21m de comprimento,

com 12 500 toneladas, 10 000 dasquais de aço. Uma curiosidade:durante a construção desse túnel,com 27 Km de perímetro, quealberga o LHC foi necessáriocongelar a terra à volta da caverna,devido ao lençol freático que existeno local, situado entre a França e aSuíça. Qualquer que seja o ponto devista, tudo ali é gigantesco. Mas oque mais impressiona é oconhecimento e a tecnologia postosem prática numa simbiose, que serequer perfeita, entre a Engenharia(Civil, Electrónica, Informática…) e aFísica de Partículas, na qualcooperam de igual para igualcientistas e técnicos de todo omundo (saliento, com agrado, queexiste cerca de uma centena deinvestigadores e técnicosportugueses no CERN),independentemente dos conflitospolíticos ou religiosos que possamenvolver os seus países de origem.E essa grandiosidade contrasta com

o facto desses mesmos cientistasadmitirem que não somos mais quepó de estrelas e que hoje apenasse conhece 4% do Universo… Mas afinal o que é o LHC? É umenorme acelerador circular ao longodo qual dois feixes de protões sãoacelerados por camposelectromagnéticos em sentidosopostos, até uma velocidade muitopróxima da da luz (300 000 Km/s).Quando se atingirem essascondições, as partículas percorrerãocerca de 11 mil vezes, em cadasegundo, os 27 Km do túnel. Osfeixes colidem em quatro pontos dopercurso, locais onde estãoinstalados os detectores (SMS,ATLAS, ALICE e LHCb) e em quedecorrerão as várias experiências.E o que se pretende com essasexperiências? No CMS vai-seprocurar o bosão de Higgs, uma daspartículas fundamentais, no ATLASa matéria escura, que se admiteconstituir cerca 25% do Universo, noLHCb a antimatéria e no ALICE vai

tentar recriar-se o estado damatéria nos instantes iniciais doUniverso. Estava agendada uma paragema partir de Dezembro, já que ofuncionamento do acelerador éincompatível com as necessidadesenergéticas da cidade de Genebradurante o Inverno. No entanto, umafalha numa ligação eléctrica ditou ainterrupção antecipada dasexperiências, escassos dias após oinício do funcionamento. E comoqualquer reparação demora nomínimo dois meses (é necessárioesperar um mês para que os níveisde radioactividade baixem até aosvalores que permitam a entrada detécnicos no túnel nas rigorosascondições de segurança praticadas)o grande gigante vai ficaradormecido até Maio. Mas oscientistas vão continuar a calibrar osdetectores, recorrendo aos raioscósmicos, que continuam a trazeraté nós, todos os dias, os ecos doBig Bang. Graça Ramos

Faço minhas as palavras de ...

Sala de controle do CERN

estudante. Estudar comregularidade (de preferência, todosos dias, às mesmas horas, nomesmo local) é um exercício deautodisciplina.

“Escutar e falar são as duas faces domesmo processo de comunicação.”(André Conquet) Escutar com atenção as palavrasdo Professor é uma condiçãoindispensável para identificar oessencial da aula e melhorar aqualidade da participação.

“Passei a maior parte da minha vida aaprender a ler e não posso afirmar,com segurança, que o tenhaconseguido” (Goeth)e Tal como o atleta procuratécnicas para melhorar as suasmarcas, também o estudante asdeve desenvolver para aperfeiçoara sua leitura. Saber ler reforça amotivação e traz benefícios paratodas as disciplinas. É uma

“Aprendemos melhor quando se tratade qualquer coisa que nos interessae temos prazer em fazer.” (HowardGardner) Devemos reforçar a nossaprópria motivação. Responsabilizartudo e todos pela nossadesmotivação nada resolve! Omelhor é aprendermos a gostardaquilo que fazemos, procurandodescobrir motivos de interesse emcada disciplina, com a ajuda doProfessor e/ou dos colegas. Aautoconfiança, alicerçada nasexperiências de sucesso e nosincentivos dados pelos Educadores,é um sinal de auto-estima e uma dasbases essenciais da motivação.

“Amas a vida? Então, não desperdiceso tempo, pois é de tempo que a vida éfeita.” (Benjamin Franklin)Um bom horário de estudo épessoal, realista e flexível. O horárionão é uma “camisa-de-forças” querouba toda a liberdade ao

competência fundamental para osucesso na escola e na vida.

“ A personalidade é produto dacooperação.” (Jean Piaget) A colaboração solidária (trabalhoem grupo) favorece a aprendizageme promove a formação pessoal einterpessoal; é uma prevençãocontra a doença do individualismoe os excessos de competitividade.Em grupo, os Jovens exercitam aresponsabilidade, tornam-se maisabertos ao diálogo, capazes defazer e aceitar críticas comhumildade. Cultivam o espíritodemocrático. O sucesso, hoje, nasceda aptidão para trabalhar em grupo.

“É a escrever mal que se aprende aescrever bem.” ( Samuel Johnson) A arte de escrever não nasceconnosco. Aprende-se a escrever,escrevendo com empenho eintenção de melhorar; deste modoé possível escrever sem medo e é

possível escrever com gosto.

“É a avaliação que ajuda o aluno aaprender e o professor a ensinar.”(Philippe Perrenoud) Ter sucesso ou insucesso numaprova de avaliação é como ganharou perder um simples jogo. O queinteressa não é o jogo, mas ocampeonato. Um atleta sabe quenão basta confiar nas estratégiasdo treinador. Não é o treinador quemete golos ou bate recordes! Domesmo modo, um estudante devesaber que ninguém pode substituiro seu esforço pessoal. Em vez delamentar a sorte, culpar os outrosou desistir, o aluno optimistaacredita nas suas capacidades,mesmo quando experimenta oinsucesso. Não desanima e procuraaprender com os erros, analisandoo que errou e porque errou, a fim decorrigir os seus hábitos de trabalho.

Ilda Casteleira

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Cursos Científ ico- Humanísticos

(Noct.)

C u r s o s d e E d u c a ç ã o e F o r m a ç ã o

C u r s o s T e c n o l ó g i c o s

C u r s o s P r o f i s s i o n a i s

Conceição NevesEtelvina Maria

Francisco Belo, 11ºCHélder RodriguesHermínia PomboRaquel Afonso

Rui Duarte

Alice MaiaAna BeloAna Dias

Ana Martins, 11ºEAna Sofia Barata, 12ºJAndré Mendes, 11ºECarina Mesquita, 8ºA

Carlos SalvadoDinis Dionísio, 12ºC

Elizabeth Da Ascenção, 10ºFFilipe Franco

ColaboradoresFicha T

écnica

Gonçalo Clara, 11ºEGraça Ramos

Gustavo Eduartdo, 12ºBIlda Casteleira

Inês Fortunato, 11ºEIvan Antunes, 12ºBJessica Leitão, 9ºB

Joana Conceição, 11ºEJoão Alves, 11ºE

João Barata, 12ºBJoão Belém

João Elias, 11ºEJosé António Antunes

José RodriguesLuís Dias, 11ºDLuís Rechena

Margarida Vilela, 11ºEMª Eduarda Matias, 11ºE

Natércia BeloOtília Duarte

Pamela Cóias, 11ºERita Sousa, 11ºE

Ruben Roque, 11ºERui Janeiro, 11ºE

12ºI

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Direcção

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MURAL DO eSALPICOS

"Colocar Portugal entre os cinco países Europeus mais avançados ao nível de modernização tecnológica do ensino."O Plano Tecnológico da Educação é composto por três eixos de actuação – Tecnologia, Conteúdos e Formação

Plano tecnológico na ESAL