erupÇÃo dentaria

36
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ODONTOPEDIATRIA U FS C Biblioteca Setorial CGS-0 ERUPÇÃO DENTARIA FATORES QUE INTERFEREM MANIFESTAÇÕES LOCAIS E SISTÊMICAS. Luciana Santos Malheiros Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Odontopediatria da Universidade Federal de Santa Catarina para obtenção do titulo de Especialista em r- Odontopediatria. Orientadora: Profa Dra Izabel Cristina Santos Almeida FLORIANÓPOLIS 1999

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Page 1: ERUPÇÃO DENTARIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE ESTOMATOLOGIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ODONTOPEDIATRIA

U FS C

Biblioteca Setorial

CGS-0

ERUPÇÃO DENTARIA FATORES QUE INTERFEREM

MANIFESTAÇÕES LOCAIS E SISTÊMICAS.

Luciana Santos Malheiros

Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Odontopediatria da Universidade Federal de Santa Catarina para obtenção do titulo de Especialista em r- Odontopediatria. Orientadora: Profa Dra Izabel Cristina Santos Almeida

FLORIANÓPOLIS 1999

Page 2: ERUPÇÃO DENTARIA

L1 PS '— i3lbliott-c, Se.tortal

C CS- 0

A todas as crianças, por representarem a

inspiração inicial e o estimulo constante

para que pudesse desenvolver e concluir

este trabalho.

Page 3: ERUPÇÃO DENTARIA

"Quando uma sociedade deixa matar as

crianças é porque começou seu suicídio

como sociedade .Quando não as ama é

porque deixou de se reconhecer como

humanidade."

Betinho

Page 4: ERUPÇÃO DENTARIA

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Luiz Carlos e Léa, os quais nenhuma frase ou palavra

conseguiria expressar a gratidão e o amor que tenho por eles.

As minhas irmãs Tatiana e Adriana, por todo o incentivo que me deram

para que pudesse realizar esse sonho.

Aos meus, avós, tios e primos que mesmo de longe estão sempre a me

apoiar.

A professora, amiga e mentora Izabel Cristina, um exemplo de força de

vontade, liderança e competência que sempre acreditou no meu

potencial e me fez crescer não s6 profissionalmente, mas também como

ser humano.

A Joanir Luis Kalnin, com quem descobri um dos mais lindos

sentimentos, "o amor".

A professora Liene Campos, pelas orientações dadas para que este

trabalho pudesse ser concluído.

A Juliana e Karime, pelos sorrisos, lágrimas e companheirismo

compartilhados.

Aos professores do curso, Maria José, Ricardo, Joeci e Vera por

ajudarem a passar uma parte dos seus conhecimentos.

A todos os funcionários, pelo carinho recebido.

A Deus por sempre iluminar meus caminhos mesmo quando achava

que estava perdida e por ter posto todas essas pessoas na minha vida.

Page 5: ERUPÇÃO DENTARIA

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo realizar uma revisão

de literatura sobre as manifestações locais e sistêmicas mais

prevalentes quando da erupção dentária, assim como

apresentar quais os fatores locais e sistêmicos que interferem

neste processo. Concluiu-se que apesar de haver

discordância entre alguns autores, algumas manifestações

sistêmicas tais como: irritabilidade, diarréia e febre, e

locais: sialorréia e inflamação gengival foram as mais

relatadas. Enquanto que dentre os fatores locais e sistêmicos

relacionados ao atraso ou a aceleração da erupção dos dentes

os mais citados foram: síndrome de Down, cistos primordiais,

hábitos de sucção, fibrose gengival, hematoma de erupção.

Page 6: ERUPÇÃO DENTARIA

ABSTRACT

The purpose of the study was to review the literature on the most

prevalent systemic and local manifestations resulting from dental

eruption, as well as to present which local and systemic factors interfere

in the process. Despite discordance among authors, it has been found

that some systemic manifestations, such as irritability, diarrhea and

fever, and some local manifestations, such as sialorrhoea and gingival

inflammation, were the most reported. As to local and systemic factors

related to dental eruption acceleration or delay, Down's syndrome,

primordial cysts, sucking habits, gingival fibrosis and eruption

haematoma were the most cited.

Page 7: ERUPÇÃO DENTARIA

sumARIce Ir.UFSC

Biblioteca Setorial

CCS-0

RESUMO 05

ABSTRACT 06

1 INTRODUÇÃO 08

2 REVISÃO DA LITERATURA 10

2.1 Erupção dental 10

2.2 Teorias do mecanismo de erupção dentária 11

2.3 Fatores que interferem 13

2.3.1 Fatores sistêmicos 13

2.3.2 Fatores locais 15

2.3.3 Fatores relativos ao indivíduo e ao ambiente 18

2.4 Manifestações locais e sistêmicas da erupção 19

3 DISCUSSÃO 28

4 CONCLUSÕES 32

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33

Page 8: ERUPÇÃO DENTARIA

1 INTRODUÇÃO

Os dentes deciduos iniciam sua formação a partir da

sexta semana de vida intra-uterina, com os incisivos, os

quais irrompem por volta dos seis meses após o nascimento,

dando inicio ao período da dentição decidua.

É importante salientar que, no inicio do

desenvolvimento desta dentição, a criança se encontra em

fase de amadurecimento de seu organismo e portanto menos

resistente As agressões internas e externas, principalmente se

considerarmos que os anticorpos maternos desaparecem do

sangue da criança logo na metade do primeiro ano de vida,

coincidindo com o inicio da fase de erupção dentária. Por esta

razão é que a relação entre a erupção e distúrbios orgânicos

tornou-se conhecida desde Hipócrates (460-361 a.C.), quando

formulou um estudo sobre tais distúrbios descrevendo-os

como: aumento da salivação, febre, distúrbios

gastrointestinais, irritabilidade e perda de apetite

(VOGELSBERG apud NORONHA, 1983).

Sabe-se que os dentes deciduos podem irromper sem

que haja qualquer alteração de ordem geral ou local.

Contudo, ainda hoje, não ha um consenso sobre este assunto

e pontos de vistas de mães, pediatras e cirurgiões - dentistas

são discordantes sob alguns aspectos.

Page 9: ERUPÇÃO DENTARIA

Por essa razão é que decidiu-se realizar uma revisão

de literatura na qual procura-se esclarecer o processo de

erupção dentária, possíveis manifestações locais e sistêmicos

e fatores que podem interferir neste.

Page 10: ERUPÇÃO DENTARIA

10

2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Erupção Dental

0 termo erupção dental vem do latim erupere, que

significa irromper. De modo mais restrito nada mais é que a

incisão feita pelos dentes através da gengiva. Entretanto, em

um sentido mais amplo, a erupção compreende toda a

movimentação do dente a partir da sua localização original no

osso em direção axial até atingir sua posição funcional na

cavidade bucal. (BENGTSON et al. 1988)

Segundo TEN CATE(1978) o processo de erupção

ocorre em três fases:

a) fase pré- eruptiva, na qual o germe dentário

movimenta-se de duas maneiras, uma parte fica

estacionada enquanto o restante continua o

processo ou seu movimento,

b) fase eruptiva, onde o dente em formação movimenta-

se rapidamente até alcançar o plano oclusal

c) fase pós- eruptiva, na qual o dente realiza

movimentos para acomodar-se ao crescimento

ulterior dos maxilares.

0 autor apesar de ter descrito este processo, salienta

que o exato mecanismo de erupção dentária ainda é obscuro,

uma vez que múltiplas alterações teciduais ocorrem tais como,

Page 11: ERUPÇÃO DENTARIA

1 1

o desenvolvimento da raiz e periodonto e reabsorção e aposição

do osso alveolar.

Devido a esta complexidade muitas teorias tem sido

propostas para explicar o mecanismo da movimentação do

dente no processo eruptivo.

2.2 Teorias do mecanismo de erupção dentária

Dentre as muitas teorias que existem sobre este

processo KREIBORG et al. (1995), comentam que quatro delas

são mais freqüentemente sugeridas:

a) crescimento da raiz: embora o alongamento das

raizes acompanhe a erupção, este crescimento não parece ser a

principal causa desta, pois, dentes sem e com raizes completas

também podem fazer movimento de erupção,

b) pressão vascular ou tecidual: a pressão sangainea e

dos fluidos dos tecidos intersticiais podem contribuir para o

movimento eruptivo, contudo seu significado é questionável

para a erupção;

c) remodelação óssea: parece ter um papel importante,

pelo menos nos estágios iniciais da erupção. Essa remodelação

coordenada e regulada pelo foliculo dentário parece

propulsionar o dente numa direção axial. De acordo com essa

teoria nenhuma "força eruptiva" real é necessária, uma vez que

a erupção dentária resultaria de um crescimento ósseo e seria

um exemplo de como a remodelação óssea direciona o

crescimento craniofacial;

Page 12: ERUPÇÃO DENTARIA

12

d) tração do ligamento periodontal: há evidências de

que células e fibras do ligamento periodontal exerçam forças de

tração, as quais desta forma auxiliam o movimento axial do

dente, ajudando assim o processo de erupção dentária.

Para esses autores, no entanto, a erupção dentária

parece na realidade, uma combinação de vários fatores.

compreensível que a reabsorção óssea seletiva e a aposição

ocasionadas pela atividade no foliculo dentário, sejam

importantes reguladores dos estágios iniciais da erupção

dentária. A tração pelas células e fibras do ligamento

periodontal e possivelmente também a pressão vascular, podem

estar envolvidas no movimento axial do dente após sua

emergência e talvez também, na erupção reativada durante uma

fase mais posterior da vida.

No que se refere ao mecanismo de erupção dentária

CAHILL, MARKS apud CONSOLARO (1987) comentam que o

foliculo pericorondrio é imprescindível para a erupção dental.

Verificaram isso quando realizaram uma pesquisa com 9 cães

"beagles"onde fizeram avaliações radiográficas e

microscópicas dos efeitos causados pela remoção do cordão

gubernacular e do foliculo pericoronário; perceberam que este

último (foliculo) foi a única dessas estruturas requeridas

durante a erupção. Relatam ainda que talvez esse elemento

também possa ser responsável pela coordenação do processo

eruptivo devido à sua localização topográfica.

Page 13: ERUPÇÃO DENTARIA

I :3

2.3 Fatores que interferem

O momento em que os dentes irrompem e esfoliam

pode sofrer aceleração ou atraso em decorrência de distúrbios

orgânicos ou até mesmo devido a fatores pessoais e/ou

ambientais que apesar de não influirem no equilíbrio fisiológico

podem acarretar variações na cronologia eruptiva.

(FRAJNDLICH, OLIVEIRA 1988; TOLEDO, 1996)

2.3.1 Fatores sistêmicos

BHASKAR (1958), afirmou que o hipergonadismo e

tumores corticais adrenais podem gerar uma erupção

prematura tanto da dentição decidua como da permanente e

que transtornos endócrinos como hipotireoidismo, cretinismo,

mongolismo e hipopituitarismo causariam retardo da erupção

em ambas as dentições. 0 autor ainda comenta que a erupção

atrasada de um só dente geralmente está relacionada a um

fator local e isto é mais comumente ocorre mais na dentição

permanente.

Segundo FORREST et al. (1958) a diminuição do

metabolismo do organismo tem como resultado um atraso no

processo de crescimento o que acarretaria uma retenção

prolongada dos dentes deciduos e conseqüentemente um atraso

na erupção dos permanentes.

Page 14: ERUPÇÃO DENTARIA

14

BAER, BENJAMIN (1975) comentar= que

normalmente as crianças iniciam a erupção dos dentes por

volta dos seis meses de idade, entretanto nas crianças que

apresentam síndrome de Down a erupção geralmente inicia por

volta dos nove meses e tem a dentição decidua totalmente

completada por volta dos quatro a cinco anos.

De acordo com FRAJNDLICH, OLIVEIRA (1988), o

hipotireoidismo, hipopituitarismo, síndrome de Down, disostose

cleidocranial e raquitismo promovem um retardo na erupção

dos dentes.

A mesma opinião é compartilhada por McDONALD,

AVERY (1995), que ainda incluem como responsáveis pelo

atraso no processo eruptivo a osteodistrofia hereditária de

Albright, displasia condroectodérmica, síndrome de Lange,

displasia frontometafisária, síndrome de Gardner, síndrome de

Gloltz, síndrome de Hunter, síndrome de Bloch Sulzberger,

síndrome da mucopolissacaridose de Maroteaux-Lamy,

síndrome de Miller- diker, síndrome da progeria e hipofosfatenia

familial.

No que se refere A.. s várias síndromes e alterações

endócrinas NOREN et al. (1995) concordam com as citações dos

demais autores, ou seja que elas podem causar retardo ou

aceleração da erupção. Lembram ainda que hormônios como o

tireoidiano, pituitário e sexuais podem aumentar o

metabolismo, quando em grande quantidade, estimulando

Page 15: ERUPÇÃO DENTARIA

UPS C i3iblioteca Setorial

CCS-0 15

assim uma aceleração da erupção, comentam entretanto que

seus efeitos na maturação dentária e no processo eruptivo são

consideravelmente menores quando comparados com aqueles

ocorridos a nível esquelético. Relatam ainda que várias

síndromes estão associadas com o atraso eruptivo dos dentes,

salientando contudo que o mecanismo patogênico é

desconhecido, da mesma forma que ainda hoje se desconhece o

mecanismo da erupção normal.

Segundo GUEDES-PINTO (1997), deficiência no

funcionamento das glândulas tireóide e pituitária causariam

atraso na erupção e que o inverso ocorreria se houvesse excesso

na função das mesmas.

2.3.2 Fatores locais

FORREST et al. (1958) afirmaram que se houver perda

prematura dos dentes deciduos, seja por cárie ou qualquer

outro motivo e nada for feito, ocorrerá diminuição do diâmetro

mésio - distal da arcada dentaria; perda que poderá ocasionar

retenção do sucessor permanente.

BHASKAR (1958) comentou que se houver perda

precoce de um dente deciduo, poderá ocorrer fechamento do

espaço deste, gerando assim atraso na erupção do sucessor. A

mesma situação de atraso que acontece caso o dente deciduo

fique, por qualquer motivo, retido mais tempo na cavidade

bucal. Segundo o autor, tanto os deciduos como os

Page 16: ERUPÇÃO DENTARIA

16

permanentes podem sofrer atraso no processo de erupção

devido a problemas causados por cistos primordiais, dentigeros,

anquilose e posição anormal de dentes.

ENLOW (1981) afirmou que se houver perda do dente

deciduo antes do tempo considerado normal para a sua

esfoliação o sucessor permanente poderá ter sua erupção

atrasada ou acelerada dependendo da época em que se deu

essa perda e do estágio eruptivo no qual se encontre. Caso a

perda do dente deciduo aconteça depois que o sucessor já tenha

dado inicio ao processo de atividade eruptiva, haverá uma

aceleração de sua erupção; no entanto se essa perda ocorrer

antes que o sucessor entre em atividade pré - eruptiva haverá

um atraso na erupção.

De acordo com LINO (1982) o habito de sucção de

chupeta ou polegar proporciona uma solicitação maior dos

dentes anteriores, como se houvesse um aumento da atividade

funcional; provocando uma aceleração no processo de rizólise

principalmente dos incisivos superiores e inferiores, o que

promove em alguns casos, a erupção antecipada dos incisivos

permanentes, antes mesmo dos primeiros molares

permanentes.

Para FRAJNDLICH, OLIVEIRA (1988), a perda

precoce de dentes deciduos atrasa a erupção por haver ainda

neste caso grande quantidade de osso sobre o dente

permanente. Para os autores, a perda parcial ou total da

estrutura coronária também traz problemas, visto que a

Page 17: ERUPÇÃO DENTARIA

17

diminuição no diâmetro mésio-distal de um dente resultaria no

deslocamento dos adjacentes prejudicando assim a erupção do

sucessor que não teria o espaço necessário.

Conforme salientaram KORYTNICKI et al. (1994) a

perda precoce do dente deciduo pode acelerar ou retardar a

erupção do sucessor permanente dependendo do estágio de

Nolla em que este se encontre. Caso essa perda ocorra antes

que o sucessor se encontre no estágio 6 de Nolla (coroa formada

e 1/3 de formação radicular) haverá um atraso de sua erupção,

porque neste caso o osso geralmente ocupa essa área acima do

dente permanente dificultando desta forma seu irrompimento.

McDONALD, AVERY (1995) comentaram que a

anquilose pode atrasar a erupção, na medida em que dentes

deciduos anquilosados apresentam dificuldade de esfoliar,

causando assim um atraso no irrompimento do sucessor

permanente.

Segundo GUEDES-PINTO (1997) hematoma de

erupção, anquilose, fibrose gengival e impactação dental

promovem atraso na erupção do sucessor permanente. De

acordo com o autor o hematoma é um dos poucos fatores locais

que provocam discreto atraso na erupção, salienta ainda que

este é um problema que geralmente ocorre nos molares

superiores deciduos. Já a anquilose, provoca atraso na erupção

do sucessor porque o dente deciduo que está anquilosado tem

dificuldade de esfoliar ficando desta forma retido por mais

tempo na cavidade bucal. Acrescenta que o 20 molar deciduo

Page 18: ERUPÇÃO DENTARIA

18

inferior é o dente que apresenta maior prevalência de anquilose.

Considera ainda que, se houver perda precoce durante a

dentadura mista e existir grande perda óssea ocorrerá uma

aceleração na erupção do sucessor.

2.3.3 Fatores relativos ao indivíduo e ao ambiente

Em se tratando de fatores relacionados ao indivíduo

(sexo, características raciais) e ambiente (localização

geográfica), FORREST et al. (1958) afirmaram que de alguma

forma estes aspectos podem influenciar o processo de

esfoliação e erupção tanto dos dentes deciduos como dos

permanentes.

Segundo ENLOW (1981) o fator racial pode determinar

uma aceleração ou atraso na erupção dos dentes. Esta

afirmação tem por base a observação que europeus e

americanos de origem européia tinham o processo eruptivo

mais atrasado quando comparados com negros americanos.

Lembra entretanto que existe o "fator pessoal", significando

que dentro de um mesmo grupo racial pode haver variação na

cronologia de erupção. Com relação ao sexo, o autor afirmou

que as mulheres tendem a ter a erupção dos dentes

permanentes antecipada quando comparados aos homens da

mesma idade, percebeu entretanto que o inverso ocorria

apenas quando da erupção do 30 molar permanente.

Para GUEDES-PINTO (1997), considerando-se o

Page 19: ERUPÇÃO DENTARIA

19

ambiente onde a criança mora, aquelas residentes em zona

urbana, tem erupção mais precoce que as da zona rural. Essa

mesma diferença é percebida em relação a temperatura,

ressaltando que quanto mais baixa, observa-se um discreto

atraso se comparada a erupção de dentes das crianças que

habitam países tropicais. Observa ainda que, no mesmo pais,

as que nascem e são criadas no litoral parecem ter erupção

mais precoce. 0 autor salienta que com relação ao sexo, na

dentadura decidua nenhuma diferença é percebida, contudo na

permanente, a erupção é mais precoce nas meninas do que nos

meninos.

2.4 Manifestações locais e sistêmicas da erupção

A relação entre a erupção dental e o aparecimento de

manifestações locais e sistêmicas tem sempre gerado muita

polêmica entre médicos, dentistas e pais .De um lado estão

autores como KATHALIAN (1983) e McDONALD, AVERY (1995)

que acreditam que sendo um processo fisiológico, a erupção não

ocasiona nenhum tipo de transtorno para a criança, contudo

existem outros como TOLEDO (1996), PIRCE et al. (1987) e

NORONHA (1983) que reconhecem o aparecimento de algumas

manifestações durante o processo eruptivo.

Como manifestações locais da erupção têm-se

encontrado na literatura os seguintes achados: inflamação

gengival, dor temporária, salivação aumentada, aumento da

Page 20: ERUPÇÃO DENTARIA

20

sucção digital, hematoma de erupção e ulcerações na mucosa.

As manifestações sistêmicas mais comumente citadas pela

literatura quando da erupção são: inapetência, diarréia,

irritabilidade, febre, moleza no corpo, coriza, resfriado,

dificuldade para dormir, sono agitado, exantema e vômito

(ROCHA et al., 1988).

BRAUER et al. (1964) acreditam que como a erupção é

um processo fisiológico, não se pode associá-lo com

aparecimento de manifestações como febre, diarréia, convulsões

etc. Comentaram ainda que alguns médicos atribuem e/ou

associam febre de causa desconhecida à erupção, lembram

porém, que há pouca base cientifica para relacioná-las. Em

seus estudos verificaram que durante a febre ocorre uma

aceleração na erupção dos dentes. Relatam ainda que é comum

durante o processo de erupção aparecerem sinais e sintomas

como: sialorréia, irritabilidade, dificuldade de dormir, pôr

constantemente a mão na boca, apesar disto afirmaram que

não há como relacioná-los a este processo.

GALILI et al. (1969) no intuito de sanarem dúvidas que

acometem muitos pais no que diz respeito a manifestações

durante a erupção, realizaram um trabalho no qual pretendiam

verificar se realmente havia ou não essa relação. Para isso

observaram 43 crianças com idade entre 5 e 23 meses, por um

período de quatro meses. Ao fim do qual salientaram não haver

relação estatisticamente significante entre o processo de

erupção dental e todos os tipos de distúrbios sistêmicos

estudados. Apesar desta conclusão observaram entretanto, que

Page 21: ERUPÇÃO DENTARIA

21

houve uma associação estatisticamente significante entre a

erupção de dentes e febre sem causa reconhecível. Para os

autores, a associação entre múltiplas erupções dentárias e

doenças (respiratória e nutricionais) foi estatisticamente

significante uma vez que 41 das 43 crianças apresentaram

estas alterações. Concluíram que múltiplas erupções dentárias

podem constituir um stress que diminui a resistência do corpo

à infecções, aumentando consequentemente a incidência dessas

doenças.

Analisando a literatura sobre erupção dental SEWARD

(1971) percebeu que algumas alterações locais como, gengiva

inflamada, sialorréia, dentre outras geralmente vinham

associadas a este processo. Objetivando estudar essa relação o

autor fez uma pesquisa junto as mães, as quais responderiam

um questionário dizendo se percebiam o aparecimento de

alguma manifestação e em caso afirmativo qual era esta. Para

isto acompanhou 224 crianças que freqüentavam ambulatórios

médicos e através das respostas das mães observou que: a

inflamação gengival foi o distúrbio local mais comumente

observado quando da erupção dos dentes deciduos anteriores;

as erupções cutâneas apareceram principalmente relacionados

ao momento da erupção dos caninos e 1 os molares deciduos.

Outra manifestação bastante citada foi a ulceração na mucosa,

o autor contudo, suspeita que esta ocorra devido ao hábito que

a criança tem de colocar objetos na boca e estes acabarem

machucando. Algumas mães também relataram o aparecimento

de cistos de erupção, apesar desta alteração ter sido pouco

Page 22: ERUPÇÃO DENTARIA

11

citada. Ao final da pesquisa o autor concluiu que a erupção

dental pode ser acompanhada de distúrbios localizados.

CARPENTER (1978) realizou um trabalho, com o

objetivo de observar a existência da relação entre a erupção dos

dentes deciduos com distúrbios locais e gerais na criança,

durante este período. Examinou 528 crianças que freqüentavam

a clinica de bebê do hospital universitário, sendo que, a

anamnese era realizada por estudantes de medicina sob a

supervisão de médicos Pediatras. Os resultados encontrados

mostraram que, 38,33% dos pacientes examinados não

apresentavam nenhuma alteração, enquanto que, 61,66%

tinham uma ou mais manifestações tais como febre,

irritabilidade, vômito, diarréia. Considerou ainda que, uma

pesquisa s6 poderia provar esta relação se um estudo virológico

fosse feito, acreditando, entretanto, que deva existir alguma

ligação entre a erupção e estes distúrbios.

TEN CATE (1978) esclarece que no momento em que o

dente irrompe através do epitélio bucal, ocorre uma resposta

inflamatória aguda a nível de tecido conjuntivo adjacente ao

dente. Isto pode ser observado ao redor de todos os dentes, em

graus variáveis e ao longo da vida em animais livres de germes.

Clinicamente, conforme os dentes irrompem através da mucosa

bucal ocorrem algumas vezes dor, febricula e um mal estar

geral, todos, sinais de um processo inflamatório. Estes

sintomas para muitos são decorrentes do processo eruptivo.

Entretanto considera questionável se a resposta inflamatória

associada a erupção é responsável pelo surgimento deles.

Page 23: ERUPÇÃO DENTARIA

Com o objetivo de observar a opinião de médicos a

respeito da erupção e o aparecimento de manifestações locais e

sistêmicas durante este processo NORONHA (1983), aplicou um

questionário em médicos Pediatras de Belo Horizonte, a fim de

verificar como estes interpretavam, baseados na literatura e/ou

experiência clinica, a correlação entre a erupção dentária e

manifestações organicas na criança. Do total de 135

questionários concluiu que, 90,3% considerava que o processo

desequilibrado de erupção dentária poderia estar relacionado

com manifestações locais e gerais na criança, considerando a

irritabilidade (37%), salivação aumentada (8,9%) e sucção

digital (3,7%), as manifestações mais freqüentemente

relacionadas ao processo de erupção dentária e que a

ocorrência de manifestações gerais e/ou locais relacionadas

com este dependia da complexa interação dos fatores pessoais e

ambientais, os quais variam de criança para criança.

KATHALIAN (1983), comentou que na maioria das

crianças, a erupção dos dentes deciduos é precedida por

aumento de salivação, lembrando porém que essa salivação

abundante pode ser decorrente da maturação das glândulas

salivares, a qual ocorre em período simultâneo a erupção dos

primeiros dentes, justificando ainda que, problemas como

diarréia, febre, alterações gerais, e convulsões não podem ser

associados ao processo eruptivo, visto que este é um fenômeno

fisiológico.

PIRCE et al. (1987), acreditam que um pouco antes da

emergência do dente na cavidade bucal, pode-se observar

Page 24: ERUPÇÃO DENTARIA

24

edema e irritação local, eritema gengival e aumento da

salivação. Afirmaram não saber se esses sintomas estão

relacionados diretamente à erupção dentária ou se aparecem

apenas coincidentemente, sendo neste caso causados por

infecções ou alterações na dieta.

BENGTSON et al. (1988), realizaram uma pesquisa com

intuito de verificar a possibilidade do surgimento de sintomas

gerais associados ou decorrentes do processo eruptivo. Por meio

deste trabalho examinaram 36 crianças de ambos os sexos

durante quatro meses, onde além de fazer o acompanhamento

durante a erupção dos dentes, ainda comparavam seus

achados com informações cedidas pelos responsáveis. Assim,

puderam verificar que o sintoma mais comumente encontrado

foi a salivação aumentada (100%), seguida da diarréia (98,43%),

sono agitado ( 81,43%) e que apenas 11,40% não apresentaram

qualquer sintomatologia.

Na mesma época ROCHA et al. (1988) realizaram uma

pesquisa com 31 médicos Pediatras de Santa Maria, objetivando

esclarecer através de um questionário a existência de uma

relação direta entre a erupção dental e manifestações

sistêmicas nas crianças. Os resultados mostraram que 90,30%

dos médicos acreditam na possibilidade da erupção ocasionar

determinadas sintomatologias tais como: irritabilidade,

salivação aumentada, inapetência, febre, inflamação gengival,

diarréia e rinorréia.

Page 25: ERUPÇÃO DENTARIA

UPS C Biblioteca Setorial 25

CCS-0

SZPRINGER et al. (1990) com o objetivo de verificarem

a existência de relação entre o aparecimento de manifestações

locais e sistêmicas e a erupção de dentes deciduos, realizar=

uma pesquisa na qual 55 crianças com idade entre 3 a 4 meses.

Estas seriam acompanhadas por um período de três anos e

durante este tempo se aparecesse alguma manifestação seria

relatada pela mãe. Do total de crianças envolvidas no trabalho

menos de 25% apresentaram alguma manifestação, como:

sialorréia, falta de apetite, distúrbio do sono, irritabilidade. 0

aparecimento de sintomas foi mais pronunciado quando da

erupção do 10 molar deciduo e ausentes na erupção do 20 molar

deciduo. Os autores observaram ainda que quando da erupção

do canino deciduo a irritabilidade e dificuldade de dormir foram

os sintomas mais relatados.

Conforme observou ALPHONSE et al. (1991), para os

pais, sintomas e sinais como vômito, diarréia e febre, estão

associados A. . erupção. Para os autores embora 1/3 de todas as

crianças não mostrassem sintomas durante a erupção da

dentição decidua, 60% dos bebês apresentavam distúrbios tais

como: rinorréia, irritabilidade e diarréia, os quais, ocorriam

durante um pequeno período de tempo antes da erupção do

dente e desapareciam com o surgimento destes.

OYEJIDE, ADERINOKUN (1991) realizaram um estudo

para investigar o conhecimento e a opinião de duas

comunidades rurais de Yoruba sobre a erupção dental e as

possíveis manifestações que a acompanham. Para tal

entrevistaram 622 pessoas dessa localidade, das quais 58%

Page 26: ERUPÇÃO DENTARIA

26

disseram acreditar que a erupção vem acompanhada de alguns

alterações tais como: febre, diarréia e conjuntivite.

ABUJAMRA et al (1994), conduziram uma pesquisa

com 50 Pediatras e 50 pais ou responsáveis da cidade de Sao

Paulo, por meio da qual pretendiam observar a relação entre a

erupção e possíveis manifestações locais e sistêmicas. Os

resultados encontrados demonstram que entre os Pediatras, a

irritabilidade (92%), sialorréia (94%) inflamação gengival (80%),

redução de apetite (62%), irritação local (60%) e febre (52%)

foram as alterações mais citadas e que de acordo com os

responsáveis, salivação aumentada (72%), gengiva inflamada

(64%), febre (50%) e diarréia (44%) foram as mais comuns.

McDONALD, AVERY (1995), consideram a erupção

dentária um processo fisiológico normal e que portanto

qualquer associação com distúrbios sistêmicos não se justifica.

Afirmam que talvez o único sinal de que a erupção esteja perto

de ocorrer, seja o aumento da salivação e a constância do bebê

ou criança em levar os dedos à boca. Entretanto, ressaltam que

algumas crianças tornam-se agitadas e nervosas nesta época, e

que a inflamação gengival no local antes do completo

aparecimento da coroa pode causar dor temporária.

TOLEDO (1996), comentou que a relação entre a

erupção dentária e o aparecimento de manifestações locais ou

gerais na criança ainda é um assunto que gera muita polêmica

entre médicos e dentistas . A época na qual ocorre a erupção

dos dentes deciduos (seis meses até dois anos e meio) é um

Page 27: ERUPÇÃO DENTARIA

1 7

tempo muito longo e neste período a criança poderia apresentar

algumas alterações locais e/ou gerais e estas acabariam sendo

atribuídas à erupção. Por outro lado lembra que, este é um

processo fisiológico que poderia eventualmente apresentar

alterações e fazer-se acompanhar de desordens gerais e locais

como irritabilidade, inapetência e diarréia, principalmente nas

crianças mais novas ou menos resistentes.

CRISPIM et al. (1997), aplicaram questionários em 30

Pediatras e 30 pais ou responsáveis da cidade de Joao Pessoa

(PB) a fim de avaliar se estes julgavam haver alguma relação

entre a erupção dentária e manifestações locais e sistêmicas,

além de observarem quais as alterações eram consideradas

como as mais freqüentes. Neste sentido verificaram que 100%

dos entrevistados acreditavam existir relação entre as

manifestações e a erupção e que dentre as alterações sistêmicas

as mais relatadas foram: febre (53,30%), diarréia (40%) e gripe

(20%) e as de ordem local: gengiva inflamada (53,33%), irritação

local (53,33%) e aumento de salivação (50%).

Page 28: ERUPÇÃO DENTARIA

28

3 DICUSSÃO

Analisando-se os fatores sistêmicos mais citados pelos

autores BHASKAR (1958), FORREST et al. (1958),

FRANJNDLICH, OLIVEIRA (1988), McDONALD, AVERY (1995) e

GUEDES-PINTO (1997), percebe-se que estes concordam que

transtornos endócrinos são passíveis de causar alguma

modificação no processo eruptivo, seja acelerando ou atrasando

a erupção.

Além desses fatores, BAER, BENJAMIN (1975),

FRAJNDLICH, OLIVEIRA (1988), McDONALD, AVERY (1995),

comentam que as síndromes também poderiam proporcionar

alguma modificação no processo eruptivo.

Em se tratando de fatores locais, FORREST et al.

(1958), BHASKAR (1958), ENLOW (1981), FRAJNDLICH,

OLIVEIRA (1988), KORYTNICKI et al. (1994) e GUEDES-PINTO

(1997), são da mesma opinião quando relatam em seus

trabalhos que a perda precoce do dente deciduo podem causar

atraso na erupção do sucessor permanente.

Para ENLOW (1981), a perda prematura do dente

deciduo poderia causar tanto atraso como aceleração da

erupção do permanente dependendo da época em que ocorreu a

perda e da fase eruptiva na qual se encontra o sucessor, a

mesma opinião é compartilhada por FRAJNDLICH, OLIVEIRA

Page 29: ERUPÇÃO DENTARIA

29

(1988) e KORYTNICKI et al. (1994).

Alguns autores como BHASKAR (1958), LINO (1982),

McDONALD, AVERY (1995) e GUEDES-PINTO (1997), ainda

acrescentam como fatores locais que poderiam alterar o

processo eruptivo, cistos primordiais, anquilose,

posicionamento anormal dos dentes, hábitos como o de sucção

de chupeta e/ou polegar, fibrose gengival, impactação dental e

hematoma de erupção.

FORREST (1958), ENLOW (1981) e GUEDES-PINTO

(1997) comentam ainda que fatores relativos ao indivíduo (sexo,

características raciais) e ao ambiente (localização geográfica)

influenciam, de alguma maneira o processo eruptivo.

Considerando as manifestações locais e sistémicas que

podem surgir durante a erupção dental, a maioria dos autores

pesquisados como SEWARD (1971), NORONHA (1983), PIRCE et

al. (1987), BENGTSON et al. (1988), ROCHA et al. (1988),

SZPRINGER et al. (1990), ALPHONSE et al. (1991), OYEJIDE,

ADERINOKUN (1991), ABUJAMRA et al. (1994), TOLEDO (1996)

e CRISPIM et al. (1997) acreditam que haja uma relação entre

eles. Existem outros entretanto como BRAUER (1964),

KATHALIAN (1983) e McDONALD, AVERY (1995), que

discordam totalmente desse ponto de vista, sugerindo não haver

nenhuma relação e ainda há aqueles como GALILI et al. (1969),

CARPENTER (1978) e TEN CATE (1978) que não tem

posicionamento definido sobre o assunto.

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30

No que diz respeito as manifestações locais mais

prevalentes quando do processo eruptivo, a inflamação gengival

é citada por vários autores como SEWARD (1971), PIRCE et al.

(1987), ROCHA et al. (1988), ABUJAMRA et al. (1994),

McDONALD, AVERY (1995) e CRISPIM et al. (1997).

Já a dor temporária encontra suporte nas pesquisas de

TEN CATE (1978) e McDONALD, AVERY (1995).

Os resultados encontrados nos trabalhos de BRAUER

et al. (1964), NORONHA (1983), PIRCE et al. (1987),

BENGTSON et al. (1988), ROCHA et al. (1988), SZPRINGER et

al. (1990), ABUJAMRA et al. (1994), McDONALD, AVERY (1995)

e CRISPIM et al. (1997) revelaram que a sialorréia é uma

manifestação local bastante encontrada durante a erupção dos

dentes. Porém KAHTALIAN (1983), lembra que essa salivação

aumentada pode ser decorrente da maturação das glândulas

salivares, a qual ocorre concomitantemente com a erupção dos

dentes deciduos.

Outras manifestações locais atribuídas à erupção, tais

como sucção digital, ulceração na mucosa, irritação local, são

também evidenciadas nos trabalhos de BRAUER et al. (1964),

SEWARD (1971), NORONHA (1983), PIRCE et al. (1987),

ROCHA et al. (1988), ABUJAMRA et al. (1994), McDONALD,

AVERY(1995) e CRISPIM et al. (1997).

A irritabilidade dentre as manifestações sistémicas

relacionadas a erupção foi a mais citada segundo BRAUER et

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31

al. (1964), CARPENTER (1978), NORONHA (1983), ROCHA et al.

(1988), SZPRINGER et al. (1990), ALPHONSE et al. (1991),

ABUJAMRA et al. (1994), McDONALD, AVERY (1995) e TOLEDO

(1996). Enquanto que a segunda foi a diarréia, de acordo com

CARPENTER (1978), BENGTSON et al. (1988), ROCHA et al.

(1988), ALPHONSE et al. (1991), OYEJIDE, ADERINOKUN

(1991), ABUJAMRA et al. (1994), TOLEDO (1996) e CRISPIM et

al. (1997).

A febre esteve em terceiro lugar segundo GALILI et al.

(1969), CARPENTER (1978), TEN CATE (1978), ROCHA et al.

(1988), OYEJIDE, ADERINOKUN (1991), ABUJAMRA et al.

(1994) e CRISPIM et al. (1997). E a inapetência foi citada

apenas por ROCHA et al. (1988), SZPRINGER et al. (1990),

ABUJAMRA et al. (1994) e TOLEDO (1996).

Outras manifestações sistêmicas como dificuldade

para dormir, rinorréia, erupção cutânea, vômito, conjuntivite e

gripe também foram encontradas em alguns trabalhos, de

BRAUER (1964), SEWARD (1971), CARPENTER (1978),

BENGTSON et al. (1988), SZPRINGER et al. (1990), ALPHONSE

et al. (1991), OYEJIDE, ADERINOKUN (1991) e CRISPIM et al.

(1997), entretanto foram pouco citadas

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32

4 CONCLUSÕES

Esta revisão nos permite concluir que:

1) As manifestações sistêmicas mais citadas foram:

irritabilidade, diarréia e febre.

2) Dentre as manifestações locais mais prevalentes

encontram-se: inflamação gengival e sialorréia.

3) Com relação a interferência de fatores locais e

sistêmicos observou-se que: tr anstornos endócrinos, síndromes,

perda precoce do dente deciduo, cistos primordiais, anquilose,

posicionamento anormal dos dentes, hábitos de sucção, fibrose

gengival, impactação dental e hematoma de erupção foram os

mais citados.

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BibIjof •:

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Crescimento e desenvolvimento de interesse odontopedidtrico.