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A ERA VARGAS (1930/1945): nunca fomos tão modernos... Profa. Margareth C. Franklim

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A ERA VARGAS (1930/1945): nunca

fomos tão modernos...

Profa. Margareth C. Franklim

Revolução de 1930: fatores internos e

externos que explicam o movimento.

A ) Crise do sistema capitalista

provocada pelo colapso das

especulações financeiras que,

causaram o “crash” da Bolsa de Nova

Iorque, em 1929.

B) Impacto na economia brasileira baseada

na agro-exportação.

C) Outros setores econômicos -

charqueadores, produtores de açúcar, de

cacau, de borracha, de arroz, os industriais,

etc - não viam com bons olhos a política de

priorização do café. A crise de 29 só

aumentou a insatisfação.

D) Emergência de uma classe média,

do tenentismo, de uma incipiente

burguesia e do movimento operário,

todos insatisfeitos com a República

Velha.

E) Racha das oligarquias para a

sucessão de 30. De um lado, na

Aliança Liberal, Getúlio Vargas; do

outro, na Concentração

Conservadora, Júlio Prestes.

1929: A Aliança Liberal aglutina diversas

forças insatisfeitas com a política da Velha

República e lança a candidatura do gaúcho

Getúlio Vargas à presidência.

Os aliancistas: defendiam o

voto secreto e o fim das

fraudes eleitorais; reforma

política; direitos sociais;

anistia; diversificação da

economia; diminuição das

desigualdades sociais.

A Aliança Liberal foi derrotada

nas eleições. Os tenentes

(menos Luís Carlos Prestes) e

outras forças sociais (Osvaldo

Aranha, Virgílio de Melo

Franco, Góis Monteiro, etc)

preparam uma insurreição,

que eclodiu em outubro.

Em 03 de novembro Vargas

assume e inicia o Governo

Provisório: O Congresso e as

assembleias estaduais são

fechados, governadores

depostos e a Constituição de

1891 revogada.

Inicia um período de

disputas entre os

diversos grupos da

Aliança Liberal em

relação ao tempo de

duração do Governo

Provisório e ao

modelo de Estado:

centralização ou

federalização

política.

-Reestruturação das

forças armadas com

o objetivo de

diminuir o poder das

oligarquias locais.

-Tensão nas forças

armadas: alta

oficialidade X

tenentes.

Os interventores nomeados para

os estados entraram em choque

com as oligarquias locais: crises

frequentes.

Os estados não podiam mais

contrair empréstimos externos

sem autorização do poder

central.

Julho/ 1932:

Revolução

Constitucional

ista em São

Paulo:

-

Guerra Civil provocada pela

insatisfação com a política

centralizadora e com a perda

de poder das oligarquias

paulistas. Exigiam o fim do

regime “ditatorial” e maior

autonomia para SP.

Os paulistas foram apoiados por

Arthur Bernardes (MG) e Borges de

Medeiros (RS). Os paulistas foram

derrotados, mas negociaram muito

bem o fim do conflito.

Reconstitucionalização do país: surgem

partidos estaduais, Igreja Católica lança

a Liga Eleitoral e as mulheres se

mobilizam para votar

-1934: Nova Constituição – garante

o sistema federativo, mas diminui a

autonomia dos estados; direito de

voto às mulheres e homens maiores

de 18 anos; consagra direitos

sociais; institui a Justiça do

Trabalho; garante eleições diretas

em todos os níveis e proíbe a

reeleição.

1931/34: São promulgadas leis e decretos de

proteção ao trabalhador; adoção do modelo de

sindicato único, órgão de colaboração com o

governo; sindicalização compulsória para ter

direitos aos benefícios.

Início de um período marcado por ampla

mobilização social, inclusive greves.

Surgem a Ação Integralista Brasileira (AIB) e

a Aliança Nacional Libertadora(ANL)

-Aliança Integralista Brasileira:

Inspirada no fascismo italiano, mantinha

estrutura paramilitar. Ganhou adeptos

entre os militares , os católicos

conservadores e entre a classe média.

- Principais representantes: Plínio

Salgado, Miguel Reale, Gustavo Barroso

Defendia de forma extremada o

nacionalismo e o moralismo.

Combatia a existência de partidos

Considerava o comunismo o inimigo

maior.

Organizavam manifestações de rua

e acreditavam ser a única

representação necessária à

sociedade

Aliança Nacional

Libertadora: inspirou-se no

modelo das frentes

populares européias para

impedir o avanço do nazi-

fascismo. Defendia

propostas antiimperialistas,

a reforma agrária e as

liberdades políticas.

Congregava comunistas,

socialistas e liberais. Luís

Carlos Prestes era

considerado seu presidente

de honra.

A ANL foi criada em março

de 1935 e colocada na

ilegalidade em julho do

mesmo ano. Uma

insurreição mal preparada

(“Intentona Comunista”)

provocou repressão

intensa aos seus membros

e foi pretexto para o

fechamento do Regime

Com o golpe de 10/11/1937 a campanha

presidencial não aconteceu,

Começa o Estado Novo: o povo foi

informado pelo rádio.

Medidas: dissolução do congresso, Lei de

Segurança Nacional, Estado de Sítio e

outorga de nova Constituição. Vargas

permanece no poder.

Medidas econômicas: “Estado forte para compensar

a fragilidade da burguesia brasileira” (Oliveira Vianna)

Atenção ao mercado interno: governo aboliu os

impostos entre os estados; adotou um sistema

tributário padronizado; estimulou as indústrias,

substituiu as importações.

Montagem da infraestrutura necessária à

industrialização: montagem e modernização do parque

siderúrgico, eletrificação e sistema viário e ferroviário.

Legislação

trabalhista para

regular os conflitos

entre patrões e

empregados e

controlar as

atividades dos

sindicatos.

Cidadania do trabalho: carteira assinada torna-se

o principal documento de identidade. Entretanto, era

grande o número de desempregados,

marginalizados do mundo do trabalho e excluídos

da cidadania.

Censura e intensa repressão aos opositores

+ propaganda política : estratégias para se

legitimar no poder.

Os meios de comunicação deviam: exaltar a

figura de Vargas como vencedor do atraso

nacional e protetor dos oprimidos. Deviam

também enaltecer suas realizações.

Uso de imagens e símbolos especialmente

nas escolas: a bandeira brasileira e a figura

de Vargas eram os mais explorados.

A propaganda

demonstrava a

preocupação do

governo com a

formação de uma

identidade nacional e

coletiva: associação

Estado/ Pátria/Nação/

Povo : todo

homogêneo,

harmônico, sem

conflitos

Produção artística e

cultural :

A cultura era

considerada fator de

unidade nacional e

harmonia social. A

cultura deveria ter

uma tarefa política e

os artistas deviam

cumprir uma missão

de testemunho do

social.

O cinema recebeu especial atenção porque a

imagem passou a ser considerada importante para

a conquista das massas.

Música: incentivo às músicas cujas letras eram

adequadas aos valores da nacionalidade e do

trabalho. A figura do malandro foi desvalorizada.

Heitor Villa- Lobos: grande personalidade associada

ao Estado Novo, através do canto orfeônico.

Artes plásticas: também concebida como

instrumento de formação nacional. Exemplo dos

murais do Ministério da Educação (RJ)

encomendados à Portinari.

Rádio: O rádio foi conquistando ao longo

dos anos 1930/40 um lugar de destaque

nas residências, lançando novos produtos,

criando novas demandas, facilitando a

divulgação das notícias e transmitindo

partidas de futebol. A Rádio Nacional,

encampada pelo governo em 1940, tinha o

entretenimento como centro de sua

programação e eram os anúncios sua

principal fonte de renda. Porém o governo

fazia uso do rádio para transmitir sua

propaganda.