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ERA VARGAS - 1930 - 1945 Prof. Murilo Cisalpino

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ERA VARGAS - 1930 - 1945Prof. Murilo Cisalpino

“Revolução” de 1930

. João Pessoas assassinado na Cidade da Paraíba

. “Façamos a revolução antes que o povo a faça” (Pres. Antônio Carlos)

. Aliança Liberal (Minas, RGS, Paraíba) recebem o apoio de outros estados e se

inicia um confronto armado entre o governo e os “rebeldes”

. Forças armadas e país divididos: Washington Luís renuncia à presidência

. Vargas assume o “governo provisório”

Como e para quem governar?

. A estrutura política estava rachada: parte dos que compunham o poder apoiavam Vargas

(oligarquias mineiras e gaúchas, por exemplo), outra parte se opunha a Vargas (oligarquias

paulistas, por exemplo)

. Novos setores também se dividiam, como os tenentes, por exemplo: muitos se integraram

à “Revolução”, como Juarez Távora, por exemplo; outros a denunciavam como uma ditadura,

como Miguel Costa, por exemplo; outros ainda desejavam transformações ideológicas

diferentes, como Prestes, por exemplo.

. Setores urbanos, especialmente os setores médios e o operariado, surgem como nova

opção política para Vargas.

. Discurso Populista: procura agradar a setores diversos e abandona a linha ideológica

Um político, muitas caras:

“Governo Provisório” - 1930-1934

. Constituição de 1891 cancelada

. Vargas governa por “decreto-lei”

. Congresso Nacional dissolvido

. Governadores de estado de oposição são destituídos e substituídos por

“interventores” – com exceção de Minas Gerais (Olegário Maciel).

. Importante manutenção da política de valorização do café

leis trabalhistas e intervenção nos sindicatos

Revolução Constitucionalista de 1932

. Reação dos paulistas à “provisoriedade” do governo

. Pano de fundo: insatisfação das oligarquias e de políticos tradicionais de São

Paulo com a perda de poder político após 1930

. Fato agregador: morte de estudantes paulistas que tentaram depor o interventor

de São Paulo (que era um “ex-tenente”)

. Contando que receberiam o apoio de setores insatisfeitos em Minas, os

paulistas pegam em armas contra o governo

Constituição de 1934

. Composta por 214 deputados e 40 representantes sindicais indicados pelo

governo (influência da Itália de Mussolini e da Alemanha de Hitler)

. Curiosidades: debate sobre inclusão de reforma ortográfica na Constituição e

sobre a menção ou não a Deus no preâmbulo da Constituição.

. Influências: social-democratas, liberais, nacionalistas, socialistas e fascistas

. Importante: - Voto secreto e extensivo à mulheres (retiradas as restrições

colocadas no código provisório de 1932), mas manteve-se a caráter facultativo do

voto feminino.

Analisando:

.previu a criação da Justiça do Trabalho;

.previu a criação da Justiça Eleitoral;

.nacionalizou as riquezas do subsolo e quedas d'água no país;

.De suas principais medidas, podemos destacar que a Constituição de 1934:

.Prevê nacionalização dos bancos e das empresas de seguros;

.Determina que as empresas estrangeiras deverão ter pelo menos 2/3 de empregados brasileiros;

Analisando:

Proíbe o trabalho infantil, determina jornada de trabalho de oito horas, repouso semanal obrigatório, férias remuneradas, indenização para trabalhadores demitidos sem justa causa, assistência médica e dentária, assistência remunerada a trabalhadoras grávidas; (atenção: somente para trabalhadores urbanos)

Proíbe a diferença de salário para um mesmo trabalho, por motivo de idade, sexo, nacionalidade ou estado civil;

Prevê uma lei especial para regulamentar o trabalho agrícola e as relações no campo (que não chegou a ser feita) e reduz o prazo de aplicação de usucapião a um terço dos originais 30 anos

Governo Constitucional – 1934-1937

Contexto: Extremismo, radicalização das posições políticas, em nível mundial

Considerar: Crise econômica faz crescer os partidos comunistas na Europa, levando a uma reação populista e

ultranacionalista: fascismo

Benito Mussolini no poder na Itália e Hitler no poder na Alemanha

Guerra Civil na Espanha (Comunistas e Republicanos x Fascistas)

No Brasil: parte dos antigos tenentes segue esse extremismo, insatisfeitos com o “continuísmo” de Vargas

Vargas: Simpático a certas posições do fascismo (Corporativismo)

Luta Política: AIB X ANL

Vargas: tolerante com a AIB, implacável com a ANL

Intentona Comunista de 1935

Prisão de Prestes (à esquerda: Felinto Muller)

O GOLPE DO ESTADO NOVO

. Com a agitação política e a proximidade do final de seu mandato constitucional,

Vargas divulga um “plano” de tomada do poder no Brasil que estaria sendo

engendrado pelos comunistas. Divulgado por órgãos de imprensa, o “Plano

Cohen” causou grande preocupação nos setores médios e abriu caminho para o

Golpe do Estado Novo.

. Congresso aprova o “Estado de Guerra”. Vargas fecha o Congresso e impõe ao

país uma nova Constituição

Obs: Plano foi elaborado pelo Capitão Olímpio Mourão Filho, membro do serviço

secreto de Vargas.

Características da “Polaca”

. Poder Executivo = Poder Supremo da Nação

. Partidos Políticos Extintos

. Congresso Nacional fechado

. Supressão do Federalismo

. Greves proibidas e controle estatal sobre os sindicatos

. Controle do estado sobre a informação

Estado Novo. Economia e Sociedade

. Economia: investimento em industrialização (indústrias de base) a partir de

capital estrangeiro (EUA) capitado pelo governo

. Exemplos: CVRD (Companhia Vale do Rio Doce). CSN (Companhia Siderúrgica

Nacional). CHESF (Companhia Hidrelétrica do Vale do São Francisco). FNM

(Fábrica Nacional de Motores)

. Observação: os investimentos do Estado, o controle sobre os sindicatos e a

política trabalhista de Vargas (criação da CLT e do salário mínimo) foram a base

do “trabalhismo” e do “Estado de Compromisso” que garantiu o crescimento e

consolidação da burguesia industrial no país.

DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda

Missão: controlar as informações divulgadas pela imprensa e, ao mesmo tempo,

construir uma imagem positiva do governo e “disciplinar o trabalhador”

Crise do Estado Novo

. Até 1941: Vargas tenta manter “neutralidade” no conflito

. A declaração de guerra dos EUA ao Japão e à Alemanha cria grandes pressões

para que o governo se posicionasse.

. Vargas negocia investimentos americanos e acordos econômicos em troca de

apoio no conflito. Acordo de Washington:

. Financiamento do projeto industrializante de Vargas, fornecimento de minérios e

borracha ao esforço de guerra aliado

. Brasil declara guerra ao “Eixo”

Os Soldados da Borracha

SEMTA: Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia

De 50.000, 20.000 mortos

Aproximação Brasil-EUA

. Intercâmbio de artistas brasileiros e norte-americanos

. Filmes no Brasil, como “O País do Carnaval”. Filmes Disney: “Os Três

Companheiros” e “Você já foi à Bahia?”

A Força Expedicionária Brasileira (FEB)

. O exército brasileiro enviou uma divisão de exército à Itália (25.000 soldados), em

1944

. Enviou também o Primeiro Grupamento de Aviação de Caças, com aviões P-47

Thundercat fornecidos pelos EUA.

Monumento em Homenagem aos soldados brasileiros em Castellnuovo

(esquerda) e Cemitério do Exército Brasileiro em Pistóia, ambos na Itália

Crise do Estado Novo

. Pressão no país é crescente, à medida em que os aliados começam a vencer a

guerra.

. 1943: Manifesto dos Mineiros pede redemocratização

. 1944: Vargas acena com reformas redemocratizantes para o ano seguinte

. 1945: Na eminência da vitória aliada Vargas anuncia as reformas:

. Anistia política, Reforma Partidária e Eleições Presidenciais

Novos partidos e Candidatos à presidência

. PTB – Partido Trabalhista Brasileiro (criado pelo próprio Vargas)

. PSD – Partido Social Democrático (criado por aliados de Vargas, como Benedito

Valadares e o General Eurico Gaspar Dutra)

. UDN – União Democrática Nacional (oposição, socialmente conservador e

economicamente liberal. Dissidentes do Varguismo, como Juarez Távora, Eduardo

Gomes, e representantes do empresariado independente, como Milton Campos)

PCB: legalizado em 1945, muito em função do apoio dos comunistas à

continuidade de Getúlio no poder.

Brigadeiro Eduardo Gomes (UDN) General Eurico G. Dutra (PSD/PTB) Yedo Fiúza (PCB)

Queremismo

Movimento organizado por varguistas, com apoio do PCB, que propunha a

permanência de Vargas na presidência até que a nova constituição estivesse

pronta e a possibilidade da candidatura de Getúlio nas eleições seguintes.

Interpretado como tentativa de golpe contra as eleições já planejadas. Militares

exigem a renúncia de Vargas, que deixou o poder em outubro de 45.

Assume José Linhares, pres. do STF

Piadinha

Vargas: “Meu candidato é EURICO,

mas se trocarem uma letra EU FICO”