era abelha e formiguinha! o seu prato predileto coitadinha ...siseb.sp.gov.br/arqs/material de...

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Toda flor se machucava Quando o inseto lhe mordia “Isso é praga!” alguém gritava e ajudar ninguém podia a florzinha que dormia fraca sem se alimentar ouviu alguém que dizia “por favor, venha ajudar!” “Você pode abocanhar Esse bicho tão malvado Se você não nos salvar O jardim tá condenado!” Recebendo este recado Sua língua ela mostrou O inseto enganado Logo se enfeitiçou! Foi voando e pousou Bem na boca da florzinha NHAC! Ela abocanhou Sem fazer uma forçinha! E assim a flor sozinha Salvou todo o jardim Acabou-se toda rinha E ela foi querida enfim Num jardim muito florido Cheio de coisa bonita No meio do colorido: Uma flor bem esquisita “Essa planta é parasita!” A margarida gritou Num tom desses que irrita Não sei como não murchou A pobre flor escutou E ficou muito tristonha Uma outra completou: “É carnívora e medonha!” “E a coitadinha sonha em ser bela como a rosa ela deve ter peçonha pode até ser venenosa!” “Essa flor tão horrorosa gosta de comer inseto mas que coisa asquerosa não a queremos por perto!” Isso não estava certo Coitadinha da florzinha O seu prato predileto Era abelha e formiguinha! Todo dia, bem cedinho Sua boca escancarava E esperava o insetozinho Que displicente voava Sua língua destacava De um vermelho chamativo O bicho se aproximava... E ela o engolia vivo! Isso não era nocivo faz parte da natureza O Leão não faz cativo O bicho que é sua presa? Ele caça com destreza Depois come, come, come! E aí mora a beleza: Só mata se tiver fome! e o tempo se passava nessa mesma agonia todo o jardim reclamava sempre que a flor comia e assim, um belo dia ela parou de comer reclamações não ouvia mas começou a morrer... e quem foi aparecer quando ninguém esperava? Um inseto fez tremer Tão grande que espantava! UMA FLOR BEM ESQUISITA Autora: Mariane Bigio História: Irene Tanabe LITERATURA DE CORDEL Nesse dia teve fim Tudo que a entristecia Tudo que era coisa ruim Que a pobrezinha ouvia Nunca mais ninguém diria Algo pra lhe magoar Seu jeitinho garantia Do jardim o bem-estar Cada coisa em seu lugar Todos tem sua função E pra tudo funcionar O segredo é a União! Mariane Bigio, Recife/2014 Toda flor se machucava Quando o inseto lhe mordia “Isso é praga!” alguém gritava e ajudar ninguém podia a florzinha que dormia fraca sem se alimentar ouviu alguém que dizia “por favor, venha ajudar!” “Você pode abocanhar Esse bicho tão malvado Se você não nos salvar O jardim tá condenado!” Recebendo este recado Sua língua ela mostrou O inseto enganado Logo se enfeitiçou! Foi voando e pousou Bem na boca da florzinha NHAC! Ela abocanhou Sem fazer uma forçinha! E assim a flor sozinha Salvou todo o jardim Acabou-se toda rinha E ela foi querida enfim Num jardim muito florido Cheio de coisa bonita No meio do colorido: Uma flor bem esquisita “Essa planta é parasita!” A margarida gritou Num tom desses que irrita Não sei como não murchou A pobre flor escutou E ficou muito tristonha Uma outra completou: “É carnívora e medonha!” “E a coitadinha sonha em ser bela como a rosa ela deve ter peçonha pode até ser venenosa!” “Essa flor tão horrorosa gosta de comer inseto mas que coisa asquerosa não a queremos por perto!” Isso não estava certo Coitadinha da florzinha O seu prato predileto Era abelha e formiguinha! Todo dia, bem cedinho Sua boca escancarava E esperava o insetozinho Que displicente voava Sua língua destacava De um vermelho chamativo O bicho se aproximava... E ela o engolia vivo! Isso não era nocivo faz parte da natureza O Leão não faz cativo O bicho que é sua presa? Ele caça com destreza Depois come, come, come! E aí mora a beleza: Só mata se tiver fome! e o tempo se passava nessa mesma agonia todo o jardim reclamava sempre que a flor comia e assim, um belo dia ela parou de comer reclamações não ouvia mas começou a morrer... e quem foi aparecer quando ninguém esperava? Um inseto fez tremer Tão grande que espantava! UMA FLOR BEM ESQUISITA Autora: Mariane Bigio História: Irene Tanabe LITERATURA DE CORDEL Nesse dia teve fim Tudo que a entristecia Tudo que era coisa ruim Que a pobrezinha ouvia Nunca mais ninguém diria Algo pra lhe magoar Seu jeitinho garantia Do jardim o bem-estar Cada coisa em seu lugar Todos tem sua função E pra tudo funcionar O segredo é a União! Mariane Bigio, Recife/2014 XILOGRAVURA POR MIKA TANABE XILOGRAVURA POR MIKA TANABE

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Toda flor se machucavaQuando o inseto lhe mordia“Isso é praga!” alguém gritavae ajudar ninguém podia

a florzinha que dormiafraca sem se alimentarouviu alguém que dizia“por favor, venha ajudar!”

“Você pode abocanharEsse bicho tão malvadoSe você não nos salvarO jardim tá condenado!”

Recebendo este recadoSua língua ela mostrouO inseto enganadoLogo se enfeitiçou!

Foi voando e pousouBem na boca da florzinhaNHAC! Ela abocanhouSem fazer uma forçinha!

E assim a flor sozinhaSalvou todo o jardimAcabou-se toda rinhaE ela foi querida enfim

Num jardim muito floridoCheio de coisa bonitaNo meio do colorido:Uma flor bem esquisita

“Essa planta é parasita!”A margarida gritouNum tom desses que irritaNão sei como não murchou

A pobre flor escutouE ficou muito tristonhaUma outra completou:“É carnívora e medonha!”

“E a coitadinha sonhaem ser bela como a rosaela deve ter peçonha pode até ser venenosa!”

“Essa flor tão horrorosagosta de comer insetomas que coisa asquerosanão a queremos por perto!”

Isso não estava certoCoitadinha da florzinhaO seu prato prediletoEra abelha e formiguinha!

Todo dia, bem cedinhoSua boca escancaravaE esperava o insetozinhoQue displicente voava

Sua língua destacavaDe um vermelho chamativoO bicho se aproximava...E ela o engolia vivo!

Isso não era nocivofaz parte da naturezaO Leão não faz cativoO bicho que é sua presa?

Ele caça com destrezaDepois come, come, come!

E aí mora a beleza:Só mata se tiver fome!e o tempo se passavanessa mesma agonia

todo o jardim reclamava sempre que a flor comia

e assim, um belo diaela parou de comer

reclamações não ouviamas começou a morrer...

e quem foi aparecerquando ninguém esperava?Um inseto fez tremer

Tão grande que espantava!

UMA FLOR BEM ESQUISITAAutora: Mariane BigioHistória: Irene Tanabe

LITERATURA DE CORDEL

Nesse dia teve fimTudo que a entristeciaTudo que era coisa ruimQue a pobrezinha ouvia

Nunca mais ninguém diriaAlgo pra lhe magoarSeu jeitinho garantiaDo jardim o bem-estar

Cada coisa em seu lugarTodos tem sua funçãoE pra tudo funcionarO segredo é a União!

Mariane Bigio, Recife/2014

Toda flor se machucavaQuando o inseto lhe mordia“Isso é praga!” alguém gritavae ajudar ninguém podia

a florzinha que dormiafraca sem se alimentarouviu alguém que dizia“por favor, venha ajudar!”

“Você pode abocanharEsse bicho tão malvadoSe você não nos salvarO jardim tá condenado!”

Recebendo este recadoSua língua ela mostrouO inseto enganadoLogo se enfeitiçou!

Foi voando e pousouBem na boca da florzinhaNHAC! Ela abocanhouSem fazer uma forçinha!

E assim a flor sozinhaSalvou todo o jardimAcabou-se toda rinhaE ela foi querida enfim

Num jardim muito floridoCheio de coisa bonitaNo meio do colorido:Uma flor bem esquisita

“Essa planta é parasita!”A margarida gritouNum tom desses que irritaNão sei como não murchou

A pobre flor escutouE ficou muito tristonhaUma outra completou:“É carnívora e medonha!”

“E a coitadinha sonhaem ser bela como a rosaela deve ter peçonha pode até ser venenosa!”

“Essa flor tão horrorosagosta de comer insetomas que coisa asquerosanão a queremos por perto!”

Isso não estava certoCoitadinha da florzinhaO seu prato prediletoEra abelha e formiguinha!

Todo dia, bem cedinhoSua boca escancaravaE esperava o insetozinhoQue displicente voava

Sua língua destacavaDe um vermelho chamativoO bicho se aproximava...E ela o engolia vivo!

Isso não era nocivofaz parte da naturezaO Leão não faz cativoO bicho que é sua presa?

Ele caça com destrezaDepois come, come, come!E aí mora a beleza:Só mata se tiver fome!e o tempo se passavanessa mesma agoniatodo o jardim reclamava sempre que a flor comia

e assim, um belo diaela parou de comerreclamações não ouviamas começou a morrer...

e quem foi aparecerquando ninguém esperava?Um inseto fez tremerTão grande que espantava!

UMA FLOR BEM ESQUISITAAutora: Mariane BigioHistória: Irene Tanabe

LITERATURA DE CORDEL

Nesse dia teve fimTudo que a entristeciaTudo que era coisa ruimQue a pobrezinha ouvia

Nunca mais ninguém diriaAlgo pra lhe magoarSeu jeitinho garantiaDo jardim o bem-estar

Cada coisa em seu lugarTodos tem sua funçãoE pra tudo funcionarO segredo é a União!

Mariane Bigio, Recife/2014

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POR

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