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13 13 pro uncionário Curso Técnico de Formação para os Funcionários da Educação TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE E MANUTENÇÃO DE INFRA-ESTRUTURA ESCOLAR - Curso Técnico de Formação para os Funcionários da Educação / Equipamentos hidráulicos e sanitários pro uncionário Equipamentos hidráulicos e sanitários 13 13

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TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE E MANUTENÇÃO DE INFRA-ESTRUTURA ESCOLAR

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Brasília – 2009

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Governo Federal

Ministério da EducaçãoSecretaria de Educação Básica

Diretoria de Políticas de Formação, Materiais Didáticos e de Tecnologias para a Educação Básica

Universidade de Brasília(UnB)

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F475e Figueiredo, Chenia Rocha.Equipamentos hidráulicos e sanitários. / Chenia Rocha Figueiredo. – Brasília : Universidade de Brasília, 2009.92 p. : il.

ISBN 978-85-86290-91-6

1. Acesso à água potável. 2. Equipamentos hidrosanitários nas cozinhas, cantinas e sanitários. 3. Estrutura e funcionamento da rede de esgotamento sanitário, próprio ou integrado à cidade. I. Título. II. Universidade de Brasília. Centro de Educação a Distância.

CDU 017:621.22

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

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ApresentaçãoVocê, funcionário da escola pública, com este módulo,

dará continuidade ao Profuncionário, curso profissional de nível médio a distância que vai habilitá-lo a exercer, como

técnico, uma das profissões não docentes da educação escolar básica.

A eficiência da escola em que você trabalha é dada por todo um con-junto de soluções que tem por objetivo otimizar o uso do espaço, tor-

nando–o um local agradável, limpo, em perfeito funcionamento. Afinal, você, seus colegas educadores e os estudantes passam boa parte do dia

na escola. Medidas que tenham como objetivo reduzir ao máximo o custo operacional da escola, incluindo desde o consumo energético de água e de

luz até a correta manutenção e conservação dos equipamentos, são de gran-de importância. E você poderá colaborar com isso!

Uma edificação eficiente resulta do uso de melhores tecnologias e da cons-cientização do usuário. Nesse sentido, podemos citar desde medidas simples, como não desperdiçar água – o que depende da nossa boa vontade e de um processo educativo – até outras modernas, como o uso de torneiras que se fe-cham automaticamente – o que pode ser incluído em um projeto de construção ou de reforma das escolas.

Com o conteúdo deste módulo, você irá ampliar seus conhecimentos sobre o funcionamento dos equipamentos e do sistema hidrosanitário, permitindo que você faça bom uso dos equipamentos hidrosanitários da sua escola e na qualidade do ambiente, desenvolvendo assim a sua contribuição como cida-dão, educador, profissional e gestor das escolas e dos órgãos dos sistemas de ensino.

Este módulo tratará inicialmente sobre a água, como ela tem sido explorada no Brasil e no mundo, apresentando alternativas para a redução de seu consumo. Ele trata também do caminho percorrido pela água desde a sua captação em rios, lagos ou cisternas, até chegar aos pontos de consumo da edificação como as torneiras. Trata ainda do armazenamento da água na edificação, dos equipa-mentos empregados, dos tubos, etc. Iremos abordar, também, outros assuntos relacionados ao sistema, como a coleta do esgoto desde os ralos dos banhei-ros, por exemplo, até seu destino final, que pode ser um rio ou uma fossa. Outro importante assunto a ser tratado são os equipamentos, como as louças sanitárias e os metais e as técnicas para sua manutenção e conservação.

Vamos caminhar juntos na conquista destas habilidades e conhecimentos?

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OBJETIVOS

Este módulo tem como objetivo levar aos funcionários o conhecimento dos equipamentos e do sistema hidro-sanitário permitindo que façam bom uso dos mesmos e contribuam para a qualidade do ambiente escolar. Para isso, o funcionário irá compreender o percurso da água, desde sua captação até o destino final - esgoto, conhecendo todas as partes da rede de distribuição.

O funcionário tornar-se-a apto a interpretar um projeto hidro-sanitário, permitindo que tome a correta decisão em momentos como uma eventual falta de água em uma torneira. Pretende-se também mostrar a importância do uso racional da água e conhecer os novos equipamentos que auxiliam nesta economia.

EMENTA

O planeta água. Captação, distribuição e consumo de água nas escolas. Acesso à água potável. Bebedouros e refrigeradores: estrutura, funcionamento e reparos. Equipamentos hidrosanitários nas cozinhas, cantinas e sanitários. Leitura de plantas dos projetos hidrosanitários. Estrutura e funcionamento da rede de esgotamento sanitário, próprio ou integrado à cidade. Prática de reparos nos equipamentos hidráulicos e sanitários

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Sumário

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UNIDADE 1 – O planeta água – 111.1 A água no mundo

1.2 A água no Brasil

UNIDADE 2 – Captação, distribuição e consumo da água – 19

2.1 A origem dos sistemas de canalização de água2.2 Sistema de abastecimento de água

2.2.1 Alternativas econômicas para o abasteci-mento de água

2.3 Sistema de distribuição de água2.3.1 Sistema direto de distribuição

2.3.2 Sistema indireto de distribuição, sem bom-beamento

2.3.3 Sistema indireto de distribuição, com bom-beamento2.4 A utilização da água

UNIDADE 3 – Equipamentos e materiais consti-tuintes do sistema hidrosanitário – 313.1 Tubos hidráulicos3.2. Louças e metais3.2.1. Vaso sanitário3.2.2 Novas tendências para o uso racional de água3.3. Aquecedor de água (chuveiro)3.4. Bebedouro (água gelada)

3.5 Reservatório de água

UNIDADE 4 – Leitura e interpretação de um projeto hidrosanitário – 43

4.1 Leitura de um projeto 4.2 O projeto de instalações hidráulicas

4.3 O consumo de água 4.3.1 Estimativa do consumo de água

4.3.2 Capacidade do reservatório4.3.3 Funcionamento do reser-

vatório

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4.4 o Proje-to de esgoto sanitário

4.5 Detalhes de projeto

UNIDADE 5 – Estrutura e funcionamento da rede de esgoto sanitário – 63

5.1. Sistema de coleta de esgoto sanitário5.1.1 O bairro é dotado de rede pública de distri-

buição de água e de coleta de esgotos5.1.2 O bairro é dotado de rede de água e não tem

rede de esgoto5.1.3 O bairro não tem rede de água e não tem

rede de esgoto

UNIDADE 6 – Uso racional de água – 69

UNIDADE 7 – Manutenção e conservação das insta-lações e dos equipamentos hidrosanitários – 757.1 O que é uma manutenção7.2 A garantia do imóvel7.3 A perda de garantia7.4 Como aumentar a durabilidade das instala-ções e equipamentos7.5 Programa de manutenção das instalações e equipamentos7.6 Como executar juntas e conexões em tu-bos hidrosanitários

REFERÊNCIAS – 91

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A natureza é uma grande prestadora de ser-viços para a humanidade. É ela quem forne-ce os elementos básicos para a vida huma-na e para o desenvolvimento econômico. A água é o componente fundamental desses serviços, pois está presente tanto nos ali-mentos quanto nas fontes de energia e nos materiais usados na fabricação de todos os objetos que nos rodeiam.

Você sabe quanto de água disponível temos para consumo humano no planeta? A água é fundamental para a vida humana? Será que a água no Brasil está acabando?

Para respondermos a estas questões e informarmos você so-bre esse assunto, vamos inicialmente falar sobre a água no mundo e depois sobre a água no Brasil.

1.1 A água no mundo

O abastecimento de água para o consumo humano foi moti-vo de preocupação dos povos em todas as épocas. A depen-dência do homem com relação à água e sua utilização para a alimentação e transporte fizeram com que quase todas as cidades fossem fundadas junto ao mar, rios e lagos.

A água é fundamental. Precisamos dela para coisas básicas como saciar a sede, tomar banho, lavar roupa, cozinhar, bem como para irrigar culturas e gerar energia.

A água é a substância mais comum na Terra. Setenta por cento da superfície do planeta é coberta por água. No entanto, 97% dessa água está nos mares, sendo assim imprópria para o uso agrícola e industrial e para o consumo humano. Outros 2% estão nas calotas polares, em forma de gelo ou neve. Resta, assim, apenas 1% de água doce, aquela disponível nos rios, lagos e len-çóis freáticos e, portanto, própria para o consumo humano.

Se as águas dos rios e das chuvas são “doces”, de onde vem a água salgada do mar? Caso você não chegue a uma conclusão, procure-a com um professor de ciências.

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No mundo, 88% da água doce é utilizada na agricultura, 7% na indústria e 5% no comércio e para o consumo individual. Como podemos ver, o consumo humano de água para as necessida-des básicas (beber, lavar, etc.) é pequeno quando comparado com as demais finalidades. Geralmente, uma pessoa precisa de, no mínimo, 50 litros de água por dia e vive confortavel-mente com 200 litros. Esse consumo é pequeno quando com-parado à necessidade de água para irrigação de uma planta-ção de arroz, por exemplo.

Existem pelo menos três mitos sobre a questão da água. O pri-meiro é que a água do planeta estaria acabando. Isso não é ver-dade: a água é um recurso infinitamente renovável, já que, em seu ciclo, ela cai das nuvens em forma de chuva, fertiliza a terra, vai para o mar pelos rios e evapora de volta às nuvens, nova-mente como água doce. O segundo diz que o consumo do-méstico desmedido estaria acabando com a água do planeta, o que é um exagero: como já foi dito, menos de um décimo da água po-tável disponível é gasto com o uso domés-tico (cozinhar, lavar, higiene pessoal, etc.), enquanto mais de 80% são alocados para a irrigação agrícola. O terceiro é o de que os recursos hídricos vão acabar porque quanto mais o mundo se desenvolve, mais ele pre-cisa de alimentos e, conseqüentemente, de água. Esse argumento também não é exato: a modernização das técnicas agrícolas vem fazendo com que caia o consumo de água.

Procure no dicionário o significado de algumas palavas que aparecem na figura do Ciclo da Água como, condensação, evapotranspiração e precipitação.

Você reparou nas palavras “hídrico” e “hidráulico”? Elas derivam da palavra hidros, que em grego significa “água”.

Apesar de todos os mitos sobre a água, o homem “moderno” tem prejudicado esse recurso natural, através do desperdício e da poluição dos rios, lagos e lençóis freáticos, motivo de grande pre-ocupação neste século. Mantidos os atuais níveis de consumo, estima-se que 50% da humanidade viverá, em 2050, em regiões

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com falta crônica de recursos hídricos de qualidade. É um dado gravíssimo se levarmos em consideração que 60% das doenças conhecidas estão relacionadas de alguma forma com a escassez de água. Como isso é possível em um planeta com tantos recur-sos hídricos? O problema está na má distribuição e gestão des-te recurso. Como falamos, apenas 1% da água é própria para o consumo humano e ela também é extremamente mal distribuída. Países como Canadá e Finlândia têm muito mais do que preci-sam, enquanto o Oriente Médio praticamente não tem nada.

Atualmente, já existem sinais evidentes de que o homem está sendo prejudicado pelo uso depredatório que faz dos recur-sos naturais:

grande parte para aumentar a produção de alimentos. O re-sultado foi a redução da oferta de água para uso humano. Um terço da população mundial vive em regiões com escassez de água, proporção que deve dobrar até 2025. Metade dos afri-canos, asiáticos e latino-americanos sofre de alguma doença relacionada à falta de acesso a uma fonte de água limpa.

de alimentos (agricultura e pecuária). Como as melhores áreas para a agricultura já estão em uso há bastante tempo, a fertilidade do solo caiu 13% nos últimos cinqüenta anos. Com isso, tornou-se necessário o uso de maior quantidade de adubos químicos e o avanço sobre terras periféricas ou ocupadas por florestas. Um quinto da Amazônia brasileira já desapareceu no século passado.

É preciso tratar bem da água. Os relatórios da ONU (Organização das Nações Unidas) alertam para o fato de que, nos países em desenvolvimento, 90% da água utilizada são devolvidos à nature-za sem tratamento, contribuindo assim para tornar mais dramáti-ca a rápida deterioração de rios, lagos e lençóis subterrâneos.

Parece surpreendente que o “planeta azul”, com 70% de sua superfície coberta por água, tenha chegado a esse ponto. Mas, visto de perto, em volta desse “azul” há gente como nunca. No início do século passado, éramos menos de 2 bilhões de habi-tantes. Hoje somos mais de 6 bilhões. No Brasil, em 2000 havia 169 milhões de habitantes; em 2007 já somos mais de 188 mi-lhões! Em 2025 estima-se que haverá 8,3 bilhões de pessoas no mundo. Enquanto a população se multiplica, a quantidade de água continua a mesma. Nos últimos 100 anos, a população mundial triplicou e o uso da água se multiplicou por seis. A

A Organização das Nações Unidas é uma instituição internacional formada por 192 Estados soberanos. A organização foi fundada após a 2ª Guerra Mundial para manter a paz e a segurança no mundo, promover relações cordiais entre as nações, promover progresso social, melhores padrões de vida e direitos humanos.

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maior responsável por esse aumento foi a agricultura irrigada.Ela revolucionou a produção agrícola, mas criou uma nova difi-culdade, pois utiliza sozinha 70% da água doce disponível.

O crescimento da população das cidades e o maior volume e to-xicidade dos resíduos gerados (lixos) ampliaram o desrespeito a natureza e causam a morte de muitos rios em todo o planeta.

Atualmente, da captação da água, sua transformação em pro-duto próprio para consumo, até a sua distribuição, há um cus-to bem elevado. Pelo mundo afora, à medida que a escassez aumenta, crescem os investimentos para garantir o abasteci-mento. Institutos de pesquisa estão em busca de uma tecno-logia mais barata para aumentar a produção, como a dessali-nização da água do mar, pela qual se obtém água doce a partir dos oceanos. O Oriente Médio, que tem uma situação muito crítica, gasta muito para obter pouca água. A Arábia Saudita tem instalado estações de dessalinização da água do mar – o processo mais caro de obtenção de água doce – para atender a menos de 4% de suas necessidades.

Além disso, temos os efeitos da falta de água fresca e boa nas condições de saúde. Mais de 5 milhões de pessoas morrem por ano com doenças relacionadas à má qualidade da água e a condições ruins de higiene e saneamento. Os dados são da Organização Mundial de Saúde, cujos especialistas calculam que metade da população dos países em desenvolvimento é afetada por moléstias originadas na mesma fonte, como diar-réia, malária e esquistossomose.

1.2 A água no Brasil

O Brasil é dono da maior reserva hídrica do mundo - 13,7% da disponibilidade de água doce do planeta. Entretanto, dois terços da água estão concentrados na região com menor densidade po-pulacional, a Amazônia. O restante da água (um terço) atende a 95% da população brasileira que vive fora da região amazônica.

A água é “pesada” e difícil de transportar. Levá-la de um lugar a outro tem sido o grande desafio dos seres humanos desde o tem-po dos romanos, que construíam aquedutos (canais para condu-zir a água) por toda parte. O segundo problema relativo à água diz respeito a sua gestão: essencial para a economia, a grande ques-tão é como cobrar pela água. Até recentemente, no Brasil, não se cobrava pela água, mas apenas pelo serviço de distribuição de água. Atualmente, ela é cobrada dos empresários e agricultores

Saiba mais sobre a agricultura irrigada no site:http://www.integracao.gov.br/programas/infraestruturahidrica/index.asp?area=sih_desenvolvimento

O aqueduto é uma obra de engenharia em pedra, madeira ou ferro, com o objetivo de levar água de sítios onde ela é abundante, para lugares onde vive muita gente e há falta dela. Os romanos e gregos construíram vários aquedutos ao longo de seu império. O mais antigo está situado na Grécia e foi construído há cerca de 2500 anos. Era um túnel com 1280 metros, e está localizado próximo à Atenas.

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e, no futuro, o consumidor doméstico (representa 10% do gasto de água doce) também pagará pela conta da água. O dinheiro arrecadado é revertido para a cobertura dos custos de tratamento da água e preservação dos ecossistemas ligados a ela. Deve-se também, a exemplo dos empresários e agricultores da França e da Alemanha, dar incentivos ao baixo consumo de água e a seu tratamento antes de devolvê-la à natureza.

No Brasil, entre 15% e 25% da população (dependendo da fonte consultada) não têm acesso a água potável. Em alguns países da África, 75% da população não têm água potável, en-quanto no Chile, praticamente 100% das áreas urbanas con-tam com este benefício.

As cidades brasileiras enfrentam dificuldades na gestão e uso dos recursos hídricos, com enchentes, racionamento de água, índices de perdas físicas nas redes de abastecimento acima da média internacional, desperdícios por parte do consumidor e outros problemas.

Apesar do país contar com grande disponibilidade de recur-sos hídricos, verifica-se ainda graves problemas de falta de água em muitas cidades brasileiras, como crises de raciona-mento de água. Nessas situações, o consumo médio de água disponível por habitante cai consideravelmente, alterando os hábitos das pessoas e movimentando setores da economia relacionados ao problema: aumento do número de empresas de carros-pipa, do preço da água e do número de poços arte-sianos (tanque de captação de água do lençol subterrâneo).

Não pense que o problema brasileiro restringe-se à região do semi-árido, afetada pelas secas. O Estado mais desenvolvido do país, São Paulo, enfrenta grandes dificuldades também. A água existe, mas é insuficiente para atender aglomerações como a da grande região metropolitana de São Paulo, com seus 17 mi-lhões de habitantes. O racionamento não poupa nem mesmo cidades como Manaus, situada na maior bacia de água doce do mundo, onde falta água para parte da população.

O caso do Nordeste já é clássico. A região recebe mais chu-vas do que a Espanha, mas sofre pela falta de água por uma combinação perversa de, pelo menos, três fatores: as chuvas concentram-se em um período muito curto, o solo rochoso não permite que a água alimente os lençóis subterrâneos e, por fim, a forte insolação transforma em vapor 90% da água trazida pe-las chuvas. As soluções para o problema são difíceis e caras, contudo existem alternativas como o uso de cisternas que cap-

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tam água das chuvas e as armazenam para o consumo do ano todo.

Qual a situação de seu município em relação à disponibilidade de água para uso da população?

Quando a água se torna escassa, a economia balança. No Nordeste brasileiro, a seca tem um impacto violento sobre a produção. Nos últimos anos, segundo estudo da ANEEL(Agência Nacional de Energia Elétrica), ela foi responsável por uma redução de 4,5% do produto interno bruto regional. Também no interior de São Paulo e em outras regiões falta água para a instalação de novas indústrias.

Em relação aos efeitos da falta de água na saúde brasileira, se-gundo o Ministério da Saúde, a diarréia mata 50.000 crianças por ano, em sua maioria antes de completar um ano de idade. Além disso, a falta de água de qualidade e serviços inadequados de sa-neamento – apenas 16% dos esgotos sanitários são tratados no país – são responsáveis por 65% das internações hospitalares.

Soluções e alternativas não faltam, como as iniciativas para aproveitar outros mananciais, reorganizar e usufruir melhor os recursos já existentes e melhorar a qualidade da água servida à população. Mas as obras necessárias só se realizam de acor-do com a disponibilidade financeira.

O papel dos técnicos neste processo de tomada de decisão para a elaboração de projetos de recuperação da qualidade das águas é fundamental. Esses projetos têm se concentrado na perspectiva de resgatar a qualidade dos grandes rios e dos principais cursos d’água que cruzam os municípios, através de obras de coleta, condução e tratamento de esgotos. Existem metas de despoluição de alguns rios e obras de tratamento de esgotos, mas essas estratégias dependem de planejamento dos especialistas e, geralmente, são de longo prazo.

As novas urbanizações (crescimento das cidades) devem de-pender das possibilidades de abastecimento no local, elimi-nando a possibilidade de ocupações à beira de mananciais, a poluição de represas e de rios, a proliferação de loteamentos clandestinos e o crescimento desordenado das cidades.

Uma outra política a ser intensificada é a de reaproveitamento

Agência Nacional de Energia Elétrica foi criada pela Lei n. 9.427, autarquia sob regime especial, vinculada ao Ministério das Minas e Energia, com sede e foro no Distrito Federal, tem a finalidade de regular e fiscalizar a produção, transmissão e comercialização de energia elétrica, em conformidade com as Políticas e Diretrizes do Governo Federal.

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de água e uso de água de chuva, que discutiremos adiante, a exemplo de países que enfrentam problemas mais sérios de abastecimento, como o Japão.

Toda água do planeta é própria para consumo humano? Quais são as principais causas para a poluição da água? A

água é um bem inesgotável? O Brasil já enfrentou alguma crise de racionamento no consumo de água?

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Depois de refletirmos sobre a importância da água para o pla-neta e a vida humana, trataremos agora dos sistemas de cap-tação, distribuição e utilização da água.

Você sabe desde quando os banheiros passaram a ser um cômodo dentro de uma edificação? Você sabe como a água chega até a torneira da pia da escola? Será que a água utilizada na escola onde você trabalha é tratada? Podemos reutilizar a água da pia do banheiro para descarga no vaso sanitário, economizando água? Você sabe o que é um lençol freático? Você sabe qual a finalidade da caixa d’água?

Estas e outras questões serão objeto do nosso estudo nesta unidade.

2.1 A origem dos sistemas de canalização de água

A higiene e o asseio são práticas humanas que, ao longo do tempo, se adaptam ao contexto sócio cultural em que estão inseridas. A antiguidade nos mostra, por meio dos vestígios arqueológicos, sistemas de canalização bem desenvolvidos. Os banhos e diversos cuidados com a higiene pessoal nas so-ciedades egípcia e chinesa eram bastante comuns. Os egíp-cios construíram por volta de 2.500 a.C. banheiros elaborados dentro das pirâmides, certamente a fim de tornar a “eternida-de” dos faraós mais agradável. Nossos antepassados clássi-cos, principalmente os gregos e os romanos, são precursores no uso de sistemas hidráulicos. Eles canalizaram águas plu-viais (das chuvas) e fluviais (dos rios), conduzindo-as para as residências e para as termas (piscinas aquecidas).

No século XVIII, ocorreu a retomada das questões de saúde pública, com reflexos na higiene pessoal. A ciência daquela época passou a ditar as regras. Em 1775, em Londres, Ale-xander Cunnings desenvolveu um sifão para vasos sanitários. Até hoje, é o aparelho destinado a transportar líquidos de um nível a outro mais baixo, sendo necessário manter uma certa quantidade de água estável em seu interior, para evitar o mau cheiro. Difunde-se, então, o vaso sanitário para substituir o penico. No final do século XVIII, os arquitetos passam a incor-porar o banheiro como um cômodo dentro da casa.

No século XIX, os artefatos dos banheiros adquiriram estética própria e foram desenvolvidos em materiais nobres, como o mármore, as louças e os metais. Os sistemas de canalização voltaram a funcionar, mesmo que de forma incipiente.

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TENo Brasil, na era colonial, as formas de higiene da popula-

ção vinda da Europa pouco evoluíram. Mas, o fácil acesso à água abundante nas fazendas e nas pequenas cidades, o calor dos trópicos e o convívio com os indígenas impuseram no-vas rotinas. O uso da água ficou mais frequente, mesmo sem o acesso a sistemas hidráulicos nas cidades maiores. Só o Rio de Janeiro contava com um aqueduto, equipamento pre-sente em muitas cidades do México e países andinos. Apesar da quantidade de rios e cachoeiras brasileiras, as residências das cidades não possuíam “água encanada”, o que passou a acontecer quando o preço da água, conduzida em tonéis e carroças, ficou muito caro. Já os chafarizes, bastante comuns nas cidades desde o século XVII, eram lugares de encon-tros da população. Nas casas, os detritos dos penicos eram esvaziados em grandes tonéis chamados de “tigres” que, por sua vez, eram despejados no rio mais próximo ou no mar.

Finalmente, o século XX trouxe um salto na qualidade de vida das sociedades, com a amplia-ção do acesso à água encanada, ao saneamento básico, às des-cargas e aos sifões.

Detalhe de um banheiro hoje em dia: sinônimo de limpeza, beleza e bem-estar

O atual sistema de saneamento da água é composto, basica-mente, de redes e dispositivos que coletam, tratam e distri-buem a água.

2.2 Sistema de abastecimento de água

O sistema de abastecimento se destina a fornecer água fria para instalações prediais. Pode ser a rede pública da conces-sionária da sua cidade ou qualquer sistema particular de for-necimento de água. Trataremos dos dois sistemas.

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a) Rede pública

É o sistema de abastecimento mais utilizado nas cidades. Nes-te caso, a concessionária de saneamento da cidade faz a liga-ção da instalação predial da edificação até a rede pública.

A figura abaixo mostra o desenho de um sistema público de abastecimento de água, desde a sua captação até a chegada na edificação, incluindo o processo de tratamento. Inicialmen-te a água “bruta” é captada de rios, lagos, nascentes, etc., em quantidade suficiente para consumo da cidade. Antes de ser levada até as edificações, a água passa por um tratamento, onde se elimina a sujeira e ocorre a desinfecção, segundo os critérios do Ministério da Saúde. A água captada será então tratada. Inicialmente ela é bombeada para o tanque de coagu-lação, onde é adicionado o sulfato de alumínio (processo de floculação). Depois ela vai para o tanque de decantação, onde

os “flocos”, que são pesados, se de-positam no fundo do tanque. Em se-guida a água será filtrada - processo onde as demais impurezas da água passam por diversas camadas de pedra e areia. Finalmente, ocorre a desinfecção da água: nesta etapa é adicionado o cloro, para comba-ter as bactérias; o sal de flúor, para combater as cáries dentárias; e a cal hidratada, para corrigir o pH (a aci-dez) da água. Então, a água, pronta para o consumo, é bombeada para a rede pública de abastecimento, leva-

da até cada edificação: residências, escolas, prédios, lojas.

A água proveniente da rede pública deve ser potável, aten-dendo, no mínimo, ao padrão de potabilidade estabelecido pelo Ministério da Saúde.

Caso a escola em que você trabalhe tenha o abastecimento de água pela rede pública, tanto o fornecimento, quanto a potabi-lidade da água, são garantidos pela concessionária (empresa de saneamento básico) da sua cidade.

A água da rede pública é pressurizada e na maioria das cida-des brasileiras essa pressão é suficiente para alcançar até 10 metros de coluna d’água (aproximadamente 10 metros de al-tura) e/ou até 2 pavimentos, não necessitando, nesses casos, de bombeamento. Consulte a concessionária da sua cidade

Para mais informações sobre os critérios de tratamento da água acesse o site do Ministério da Saúde: www.saude.gov.br

Modelo de um sistema de abastecimento de água de uma cidade.

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TEpara maiores esclarecimentos a esse respeito. Acima desses

valores, como a água não tem pressão suficiente, é utilizado um reservatório inferior (subterrâneo ou no nível do solo), para armazená-la. Deste reservatório inferior, a água é bombe-ada para um outro reservatório localizado acima da edificação, chamado de reservatório superior. Do reservatório superior, a água desce, por gravidade, até os pontos de consumo (pia, bebedouro, vaso sanitário, etc.).

b) Sistema privado

Na impossibilidade de fornecimento de água pelo sistema pú-blico de abastecimento, deve-se adotar a solução adequada e conveniente segundo os recursos hídricos locais, como o sistema de poço (poço de lençol freático) ou poço artesiano.

No sistema de “poço de lençol freático”, a água é captada em um poço perfurado no terreno, conhecido como cisterna. O poço é escavado até alcançar a água do lençol freático, que se encontra embaixo do terreno, a uma profundidade relati-vamente pequena. A água é então levada ao reservatório ou diretamente aos pontos de consumo da edificação, através de uma bomba.

O solo é composto por rochas e por diversas partículas que não preenchem todo o seu volume, resultando em espaços vazios que podem ser preenchidos pela água. Parte da água, proveniente de chuvas, de rios, de lagos, da neve, infiltra-se no solo, sendo armazenada da superfície até a primeira ca-mada rochosa ou semi-impermeável do terreno. Esta água é denominada “lençol freático”.

Eventualmente o lençol freático vai penetrando na primeira camada semi-impermeável por certos pontos filtrantes, cha-mados de pontos de alimentação do artesiano, até se deparar com um maciço rochoso ou com um solo quase impermeá-vel, como um solo argiloso, onde pode se depositar ou servir de leito para a chamada água do lençol artesiano (água sub-terrânea), que é um fluxo de água sob o solo, que ocupa todos os seus espaços vazios. Assim, caso o poço seja escavado até alcançar essa água subterrânea, temos um “poço artesiano”.

Os poços artesianos devem ser executados de acordo com a legislação estadual e com as normas brasileiras, devem, tam-bém, ser cadastrados na Agência de Meio Ambiente e Recur-sos Hídricos da cidade. No estado de São Paulo por exemplo, segundo a Lei n. 7663/1991, que estabelece normas de orien-

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tação à política estadual de recursos hídricos, o empreendi-mento destinado a eventual extração de águas subterrâneas dependerá da licença de execução da obra junto ao órgão res-ponsável pela água e energia elétrica. Deve-se também obter a outorga de direito de uso da água.

Esses poços, em geral, atingem aproximadamente 80 metros de profundidade, mas podem chegar a mais de 300 metros, tornando-se bem caros. Além disso, existe a questão da vazão de água, que é a quantidade de água obtida no poço. Assim, é importante um estudo da viabilidade de se utilizar esse sis-tema para abastecimento de água, pois a perfuração de um poço é considerada como “uma obra de engenharia subordi-nada à natureza”.

Tem-se observado em algumas regiões brasileiras o cresci-mento desse tipo de abastecimento de água, devido à redu-ção dos custos na conta de água e ao temor de passar por um racionamento. Nele, não se paga ao sistema público pelo consumo de água, apenas pela coleta e tratamento do esgoto. Embora esse sistema possa trazer benefícios imediatos para o sistema de abastecimento, ele coloca em discussão os riscos de uma exploração desordenada da água do lençol artesiano.

Visite a estação de tratamento de água da sua cidade, se possível com professores e alunos de sua escola. Registre a visita em seu memorial.

2.2.1 Alternativas econômicas para o abastecimento de água

Como já sabemos, os especialistas afirmam que a água será um problema neste século. Neste sentido, todos pre-cisamos nos conscientizar e colaborar. Você pode contri-buir com a preservação ambiental também em sua escola. Atitudes simples, como as que iremos ver agora, podem ajudar a melhorar as condições de vida do planeta. Existem duas alternativas que vêm ganhando espaço no meio téc-nico para o abastecimento de água: a reutilização da água e a captação de água de chuva. Elas suprem, em parte, a necessidade de consumo de água em uma edificação.

No sistema de reutilização de água, a água mais limpa da edificação, como a que sai das pias, tanques e chuveiros é reaproveitada em locais menos nobres de consumo, como

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TEa descarga de vasos sanitários e a irrigação de jardins. Esse

procedimento destina a substância de acordo com o grau de pureza, reaproveitando a água já consumida, mas ainda aproveitável. Neste caso, os efeitos mais significativos da reutilização de água passam pelos projetos de instalações hidráulicas.

Em geral, deve-se executar dois sistemas hidráulicos sepa-rados, um para a água potável e outro para o efluente rea-proveitado. As instalações de água para o consumo direto são as usuais: a caixa d’água é abastecida pelo sistema público ou privado, que alimenta apenas chuveiros e tor-neiras nos banheiros e nas cozinhas ou refeitórios. Em vez de o efluente ser conduzido à rede de esgoto, o resíduo vai a um tanque de tratamento na própria edificação, onde deve haver um controle rigoroso, para tirar o excesso de impurezas. Parte da água servida é encaminhada para a rede pública de esgoto, mas outra volta para a edificação, em uma segunda caixa d’água. Esse segundo tanque ali-menta as descargas e o sistema de irrigação dos jardins, além das torneiras para lavagem de piso nos corredores e nos pátios das escolas.

Outra opção bastante viável, sobretudo em um país com índices pluviométricos altos como o Brasil, é a captação de água de chuva para utiliza-ção nos edifícios (reaprovei-tamento da água). Esta água que cai no telhado é captada por uma calha, filtrada (eli-mina a passagem de sujeira como galhos, folhas e detri-tos) e armazenada em uma caixa d’água separada da água potável da edificação (vide figura). Apesar de não ser indicada para o consumo direto, a água da chuva, após ser previamente filtrada, pode ser utilizada para descargas sanitárias, regar jardins, lavar os pátios e controlar a poeira. A solução, além de diminuir a demanda de água fornecida pelas empresas de saneamento, reduz o risco de enchentes em caso de chuva forte.

Da mesma forma que os sistemas recicladores de água,

Captação de água da chuva e sua utilização em uma edificação.

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as instalações para captação de chuva não são difíceis de executar. A caixa d’água principal, ligada à rede pública ou privada, abastece os equipamentos para usos nobres e os de uso não-nobres são ligados ao reservatório de água pluvial. Para não interromper as funções durante um perí-odo de estiagem (ausência de chuva), o reservatório para água de chuva fica também conectado à rede de abasteci-mento.

Descubra qual o sistema de abastecimento de água da escola em que você

trabalha. Veja se existe na sua cidade alguma casa ou edifício que utilize algum sistema alternativo de captação ou reutilização de água.

Reúna-se com os colegas funcionários da escola e discuta a possibilidade de introduzir alternativas de captação e reaproveitamento. Calculem a economia de água em metros cúbicos e em reais. Registre em

seu memorial.

2.3 Sistema de distribuição de água

O sistema de distribuição de água pode ser direto ou indireto, com ou sem bombeamento.

2.3.1 Sistema direto de distribuição

No sistema direto de distribuição, a água chega até as tubulações hidráulicas dire-tamente da rede de abastecimento (rede pública). Esse sistema é utilizado quando a pressão da rede pública é suficiente, não havendo necessidade de reservató-rio. Neste caso, a alimentação da edifica-ção é ascendente (de baixo para cima), como mostra a figura ao lado.

No entanto, neste sistema, é necessário que haja continuidade do abastecimento,

pois caso haja interrupção de fornecimento de água na rede pública, como não se tem água armazenada em caixas d’água, os pontos de consumo ficarão também sem água.

Sistema direto de distribuição de água.

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2.3.2 Sistema indireto de distribuição, sem bombeamento

Neste caso a água da rede pública é le-vada diretamente para um reservatório e a alimentação da edificação será des-cendente (de cima para baixo), ou seja, do reservatório desce por gravidade até os pontos de consumo. É utilizado quando a pressão da rede é suficiente, mas sem continuidade.

É o caso mais comum em residências e edificações de até dois pavimentos ou com até 10 metros de coluna d’água (aproximadamente 10 metros de altu-ra). Geralmente consideramos o siste-ma de distribuição de água sem continuidade, pois pode ocorrer a necessidade de manutenção da rede pública, com a interrupção do fornecimento de água por algumas horas.

2.3.3 Sistema indireto de distribuição, com bombeamento

Nesse sistema a água da rede públi-ca é armazenada em um reservatório inferior e bombeada para outro mais alto, denominado reservatório supe-rior. A água é distribuída a partir do reservatório superior, no sentido des-cendente, ou seja, do reservatório a água desce por gravidade até os pon-tos de consumo.

É utilizado quando a pressão é insufi-ciente para levar a água até o último pavimento do edifício e há desconti-nuidade de fornecimento de água. É o caso mais usual em edifícios, sendo necessário o uso de bombas de recalque.

Sistema indireto de distribuição de água, sem bombeamento.

Sistema indireto de distribuição de água, com bombeamento.

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Procure o local onde está instalada a caixa d’água na escola que você trabalha. Descubra qual o tipo

de sistema de distribuição de água na sua escola. Leia as contas de consumo de água e analise as diferenças de cobrança nos períodos de aulas e de férias.

Registre em seu memorial.

2.4 A utilização da água

A utilização da água é feita através dos pontos de consumo (torneiras das pias, lavatórios, vaso sanitário, bebedouro, chu-veiro, etc.). A chegada de água na escola é feita através de uma tubulação geral, denominada de prumada ou coluna d’água, que geralmente vem da caixa d’água e por uma tubulação es-pecífica em cada ambiente que tenha pontos de utilização de água (banheiro, refeitório, etc.), denominada ramal.

Algumas dicas para economizar água:

torneira.

aproveitamento da água pelas plantas é melhor.

limpeza das calçadas.

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TENos ambientes ou cômodos em que existem pontos de água,

como torneiras, existem locais para o fechamento da chegada desta água para casos de manutenção ou emergência, esses locais são chamados de registros. Além destes pontos inter-nos, dentro dos ambientes servidos de água na escola, exis-te pelo menos mais um ponto de fechamento da prumada geral, que leva a água da caixa d’água para a escola, com a mesma finalidade, ou seja, de manutenção, emergência ou conservação. As tubulações geralmente são executadas em PVC, assim como as conexões. Trataremos desses materiais na próxima unidade do módulo.

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Neste capítulo vamos conhecer os materiais que compõem a linha hidrosanitária, desde os tubos e caixas d’água, até as louças e metais sanitários, bem como alguns equipamentos.

Você já ouviu falar em tubos de PVC? Sabe como funciona um vaso sanitário? Você tem idéia de quantos litros de água são necessários para a descarga de um vaso sanitário? Você já utilizou uma torneira que é acionada automaticamente quando você coloca a mão embaixo dela? Sabe de quais materiais uma caixa d’água pode ser fabricada? Vamos responder essas perguntas nesta unidade.

3.1 Tubos hidráulicos

Graças à tecnologia, existe no mercado uma vasta opção de tubos para o transporte de água fria, de água quente e de es-goto. Para a escolha, deve-se optar pelo material que alie ca-racterísticas como longa vida útil (durabilidade), redução de procedimentos de manutenção e resistência à pressão de ser-viço. Para água quente, deve ser escolhido um material que suporte temperaturas elevadas.

Existem vários tipos de tubos no mercado. Os tubos de PVC(policloreto de vinila) são encontrados em duas linhas distin-tas: linha hidráulica – para conduzir água fria; e a linha sanitá-ria – para sistemas de esgoto, ventilação e captação de água pluvial. São os mais empregados nos sistemas hidrosanitá-rios devido à facilidade de instalação, leveza, boa resistência à pressão, durabilidade quase ilimitada, menor perda de carga (bom desempenho) e baixo custo.

Os tubos de PVC da linha hidráulica podem ser do tipo junta roscada, que permite a montagem e a desmontagem das li-gações sem danificar os tubos ou conexões; ou do tipo junta soldada, que não permite o reaproveitamento das conexões já utilizadas, porém apresenta maior facilidade de execução, pro-porcionando maior rapidez nos serviços de instalação; além disso, dispensa qualquer ferramenta especial, como tarraxa e transforma a junta em ponto de maior resistência. Os tubos de PVC da linha sanitária permitem outras alternativas no sistema de acoplamento (encaixe), como: junta elástica com anel de borracha ou junta soldada.

Os tubos de CPVC (policloreto de vinila clorado) possuem as mesmas propriedades dos tubos de PVC, mas são próprios para condução de água quente. O CPVC é um plástico que

O PVC é largamente utilizado tanto na área médica e alimentícia quanto na construção civil e na confecção de embalagens, calçados, brinquedos, fios, cabos, revestimentos e na indústria automobilística. É um plástico versátil, resistente, impermeável, durável, inócuo e 100% reciclável; não se corrói, é isolante térmico e acústico e não propaga fogo, podendo ser produzido em qualquer cor, desde transparente até opaco e de rígido a flexível.

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permite a passagem de água quente a uma temperatura má-xima de 80º C. A instalação da tubulação dispensa isolamen-to térmico na maioria dos casos, mas se for deixada aparente é recomendável a proteção. A junção dos tubos é feita com soldagem química a frio, e as conexões de transição pos-suem roscas macho-e-fêmea com vedação da passagem de água.

Os tubos de cobre são utilizados para a condução de água fria ou quente e de gás. Uma importante característica do cobre é sua resistência a elevadas temperaturas, sem sofrer rompimen-to ou deformações. Existem também os tubos de cobre flexí-veis que agilizam a montagem e dispensam as conexões para execução das instalações hidráulicas. Para evitar perdas exces-sivas de calor, no caso do uso para água quente, as tubulações podem ser revestidas com polietileno expandido. O cobre é bactericida, fungicida e algicida, ou seja, inibe o crescimento de bactérias, fungos e algas no interior das tubulações.

Os tubos de ferro fundido são indicados para instalações pre-diais de esgoto sanitário e águas pluviais. Apresentam alta resistência mecânica e segurança contra incêndio. Os tubos podem ser revestidos internamente com epóxi bi-componen-te que permite a resistência à corrosão e a temperaturas ele-vadas, e externamente são revestidos de pintura anticorrosi-va. A montagem é mecânica e dispensa a utilização de cola e lubrificante.

As tubulações em aço galvanizado geralmente são utilizadas para condução de gás e água de combate a incêndio, no abas-tecimento de hidrantes e sprinklers (sistema de “chuveiros” automáticos de combate a incêndio). O material possui boa resistência mecânica e à pressão, mas não deve ser utilizado embutido (interno) em alvenarias.

Existem ainda os tubos hidráulicos flexíveis, em polietilenoreticulado, conhecido como PEX. Os tubos PEX são utilizados para condução de água fria e quente, são mais práticos e uti-lizam menor número de conexões e emendas, entretanto, são mais caros do que os tubos de PVC.

3.2 Louças e metais

A linha hidrosanitária é muito ampla, engloba desde as lou-ças e metais para banheiro até os registros e válvulas de des-carga. Temos no mercado uma linha completa de produtos

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Epóxi: é uma resina plástica que endurece quando misturada com agente catalizador ou endurecedor.

Polietileno: é uma resina termoplástica derivada do eteno que tem alta resistência ao impacto, a agentes químicos e a altas temperaturas.

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hidrosanitários, com diferentes cores e design. Os fabrican-tes estão sempre investindo em tecnologia e desenvolven-do produtos e dispositivos que atendam às necessidades do mercado. Atualmente, uma grande parte dos lançamentos é de produtos economizadores de água, todos voltados es-pecificamente para o uso racional. Nos prédios escolares, a questão da economia e desperdício passa também pela qua-lidade do material, mas deve ser objeto de uma educação sistemática e constante.

3.2.1 Vaso sanitário

O sistema de descarga é composto pela bacia sanitária (vaso sanitário) e pelo aparelho hidráuli-co de descarga, que é utilizado para liberação da água para a limpeza dos dejetos na bacia. Pode ser uma válvula de descarga, caixa acoplada ou caixa suspensa.

Qual a diferença de um vaso sanitário com válvula de descarga ou com caixa acoplada? Visite os banheiros

da sua escola e veja os tipos de vasos sanitários e de descargas utilizados.

A bacia com válvula de descarga apresenta como principal ca-racterística a obtenção da vazão instantânea necessária para a limpeza da bacia sanitária, sendo que o tempo de uso é deter-minado pelo período que o usuário aciona a válvula. Além de

sua instalação ocupar menos es-paço interno, uma vez que a bacia chega a ser de 10 a 15 cm menor do que uma bacia com caixa acoplada, ela é mais indicada para uso público devido a sua inviolabilidade e maior vida útil dos seus componentes. A figura a seguir mostra internamen-te o sistema de funcionamento de uma válvula de descarga.

A bacia com caixa acoplada ou com caixa suspensa apresenta como principal característica a simplicida-

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de de instalação e a utilização de tubos de diâmetros meno-res, sendo que o tempo de uso é dado pelo preenchimento da caixa acoplada, dependendo diretamente da pressão de instalação, pois quanto menor a pressão, maior será o tempo de enchimento da caixa. Pode ser encontrada também a caixa acoplada com dois tipos de acionamento: um para líquidos e outro, com maior volume de água, para sólidos.

A escolha entre os três sistemas depende da preferência do usuário, uma vez que os sistemas se equivalem no que se re-fere a custo, conforto, qualidade e consumo de água.

As bacias sanitárias e as válvulas de descar-ga são por excelência os focos de projetos de racionalização de consumo. O dispositi-vo de descarga deve liberar a quantidade de água necessária para que a bacia sanitária faça o arraste dos dejetos pela tubulação. As bacias convencionais faziam o arraste com, no mínimo, 9 litros de água, podendo chegar a mais de 12 litros por descarga.

Desde janeiro de 2003, um convênio firma-do entre as empresas fabricantes do setor e o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade (PBQP) determinou que as bacias sanitárias nacionais devem ser pro-jetadas para consumir no máximo 6 litros, independente do sistema de descarga adotado e que devem manter uma eficiente capacidade de sifonagem da peça. Recente feira internacional de instalações sanitárias, realizada em Frank-furt (Alemanha), em 2003, apresentou vasos sanitários que funcionam apenas com 3 litros de água.

As válvulas acompanharam essa evolução. Os modelos atuais apresentam ciclo fixo, isto é, despejam uma mesma quantidade de água por acionamento e já podem ser acio-nados por sensor fotoelétrico (acionam com a presença da pessoa). Juntas, a bacia de 6 litros e a válvula de ciclo fixo podem proporcionar uma redução de consumo de 50%.

3.2.2 Novas tendências para o uso racional de água

A escassez de recursos naturais fervilha em todos os cantos e tem demandado, cada vez mais, pela procura de soluções que resultem em economia energética. O segmento hidráulico

Para saber mais sobre o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade entre no site: http://www.cidades.gov.br/pbqp-h/

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tem apresentado maior diversificação em termos de materiais e componentes para suprir a sofisticação dos sistemas. Muita novidade já esta disponível no mercado.

Conscientes de sua responsabilidade no desenvolvimento de sistemas hidráulicos que se refletem diretamente no consumo de água, as empresas fabricantes de louças e metais sanitá-rios vêm investindo em tecnologia e desenvolvendo produtos e dispositivos que viabilizam a utilização racional da água. O setor que mais tem simbolizado esse processo é o de automa-ção, praticamente inexistente até os anos 80.

Temos no mercado nacional torneiras de fechamento auto-mático (com funcionamento similar ao de uma válvula de des-carga) que permitem uma redução de até 55% no consumo de água em relação às convencionais; torneiras eletrônicasde abertura e fechamento automático por sensor (que libera a água ao detectar a aproximação das mãos), que permitem uma redução no consumo de água de até 70% em relação à torneira convencional; termostatos (permite manter a tempe-ratura da água constante, independentemente de alterações na vazão); e dispositivos arejadores (limita a vazão de água) para torneiras.

Torneira de fechamento automático de água

Torneira automática por sensor

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Arejador para torneira

Há também as torneiras antivandalismo, que interrompem o jato de água em até 60 segundos após o acionamento, mode-los com acionamento por pedal e mictórios com sensores. O principal meio de atuação desses produtos economizadores de água presentes no mercado é contornar os hábitos antigos e errados do consumidor. Em geral, esses produtos obrigam o usuário a usar apenas a quantidade mínima de água. Assim, torneiras e descargas só despejam água enquanto precisar para exercer sua função.

Em outros componentes, como chuveiros e ralos, a saída é controlar a vazão. Os chuveiros dos banheiros também po-dem ter a vazão controlada. Existem restritores de vazão espe-cíficos para duchas que reduzem o consumo de 20 a 25 litros por minuto para 14 litros por minuto e espalham mais o jato.

Geralmente o retorno financeiro com a substituição de com-ponentes das instalações hidráulicas prediais é rápido, e a tendência é que esses dispositivos se tornem cada vez mais acessíveis.

Por que somente as edificações mais nobres, como os aeroportos e os shoppings, possuem estes

moderníssimos equipamentos hidráulicos? Tente entender a questão e se for necessário, procure ajuda de um professor.

Procure em sua cidade uma empresa especializada em materiais de construção e faça um orçamento de reforma dos “metais” dos sanitários da escola (torneiras e descargas, pelo menos). Registre em seu memorial.

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Entretanto, se na sua escola ainda não existem esses dispo-sitivos de automação (como as torneiras automáticas), você deve auxiliar, mesmo assim, na redução do consumo de água. Na unidade 6 iremos apresentar algumas sugestões para eco-nomia de água. Como foi dito, esses dispositivos tendem a se popularizar, tornando-se cada dia mais baratos, pois ainda existe uma barreira em relação ao custo dos sistemas de auto-mação, pois custam mais caro que os sistemas tradicionais.

Caso a sua escola já os possua, contribua para sua durabilida-de, pois eles são de grande importância para todos nós.

3.3. Aquecedor de água (chuveiro)

Podemos encontrar no mercado diversos tipos de aquecedo-res: os elétricos, a gás e os de energia solar. A opção pelo mo-delo mais apropriado depende de diversos fatores, a começar pela localização e o clima onde está inserida a edificação. Em geral, em regiões onde a temperatura é mais alta o uso de aquecedores é um pouco menor.

Os modelos elétricos são os mais populares e atingem grande parte das edificações no país. O chuveiro elétrico é eficiente e prático, sendo um dos eletrodomésticos com maior presença na sociedade brasileira.

Os aquecedores a gás podem ser de dois tipos: de passagem, onde a água é aquecida gradualmente à medida que passa por uma serpentina ao redor de uma câmara de combustão; ou de acumulação. O sistema de passagem não possui reservatório para a água quente, ela vai direto para o ponto de consumo, enquanto o de acumulação armazena a água aquecida em boi-lers (reservatórios) instalados no forro da edificação.

O aquecedor solar capta a radiação do sol durante o dia por meio de placas, aquece a água e a deixa retida em um reservatório (com isolação térmica) para o uso posterior. Para garantir o forne-cimento de água quente quando se tem esse sistema é indicado o uso de algum outro método auxiliar como o aquecimento elé-trico ou a gás, cuja função é complementar a temperatura neces-sária nos dias em que a radiação solar seja insuficiente para um aquecimento pleno - o que ocorre, por exemplo, em dias muito chuvosos ou intensamente frios.

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Descubra se existe e qual é o sistema utilizado para aquecimento de água na sua escola. Se não

existe, veja se ele seria necessário e para quê? Registre em seu memorial.

3.4. Bebedouro (água gelada)

O emprego das instalações de água gelada, usada nos bebedou-ros, é recomendável em escolas em função da facilidade e do conforto, dispensando o uso da geladeira pelos alunos. Para uso humano, a temperatura ideal da água para se beber é de apro-ximadamente 9ºC, havendo, entretanto, necessidade de resfria-mento dependendo da temperatura ambiente local. Normalmen-te a água é refrigerada no próprio ponto de consumo, como nos tradicionais bebedouros elétricos. Estes são colocados em pon-tos convenientes de circulação de pessoal, de fácil manutenção e, sobretudo, em pontos que permitam o abastecimento de água potável e a retirada de águas servidas (esgoto). A filtragem da água é feita no próprio bebedouro e a vela deverá ser limpa perio-dicamente, segundo as especificações dos fabricantes.

Recomenda-se que seja instalado, no mínimo, um bebedouro para cada 75 pessoas em escolas, e seja estimado um consu-mo de 1 litro de água por pessoa, por dia.

A distribuição da água é semelhante à que se faz para os de-mais pontos de consumo, como as torneiras, instalando-se o bebedouro elétrico no local destinado a ele.

Na escola em que você trabalha existe bebedouro? Caso positivo, procure informações

do fabricante e veja se a vela está sendo limpa ou substituída periodicamente. A limpeza e a troca da vela dependem do uso do aparelho. Geralmente a limpeza deve ser feita mensalmente e a troca anualmente.

Registre em seu memorial.

3.5 Reservatório de água

A água da qual você se serve geralmente é acumulada em um reservatório, também denominado de caixa d’água. O reserva-tório é o recipiente utilizado para o armazenamento de água, que desce, por gravidade, até os pontos de consumo (tornei-

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ra, vaso sanitário, bebedouro, chuveiro, etc.). O reservatório pode ser construído em torre elevada, apoiado na laje de co-bertura da edificação ou ser enterrado. Ele é composto por bóia com registro (torneira que controla a entrada de água), uma saída para limpeza e um ladrão ou extravasor (cano para saída de água em caso de não funcionamento da bóia). Em algumas edificações pode existir apenas um reservatório, e nos edifícios altos geralmente existem dois reservatórios, um superior e outro inferior.

O volume de água a ser armazenado requer um estudo da demanda (necessidade de consumo). O dimensionamento de uma caixa d’água deve garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade suficiente, com pressões e ve-locidades adequadas ao perfeito funcionamento das peças de utilização e do sistema de tubulações. Deve-se, também, pre-servar o conforto dos usuários.

Os reservatórios são encontrados em diversas formas e po-dem ser: de polietileno - um dos materiais mais empregados, com capacidade de armazenar de 310 a 6 mil litros de água; de fibra de vidro – que permite grandes reservatórios, de 100 a 25 mil litros; de fibrocimento – tradicional nas caixas d’água brasileiras, fabricado com ou sem amianto (substituído pelo cimento reforçado com fio sintético, o CRFS), têm capacidade de 250 a 1 mil litros; de aço inox – com espessuras reduzidas das paredes, conseguem manter a água fria mesmo quando expostos diretamente ao calor, com capacidade de 300 a 2 mil litros; ou ainda, pré-fabricados ou moldados in loco (feitos no local), em alvenaria ou concreto, que devem ser impermeabi-lizados.

Você se lembra do módulo sobre meio ambiente? Retome-mos a questão. O uso do amianto utilizado na fabricação das caixas d’água de fibrocimento foi banido em diversos países. A asbestose, doença causada pelo contato com o amianto, provoca o endurecimento do tecido pulmonar e pode levar à morte. Contudo, alguns fabricantes de caixas d’água continu-am empregando esse material. Por quê? Existem dois tipos de amianto: o azul, que é anfibólio, que traz mais riscos ao ser humano e está proibido, inclusive no Brasil; o branco, que é o crisotila, menos tóxico e é permitido pelas leis brasileiras, com algumas ressalvas. Estas restrições são ligadas à extração e manuseio, já que o amianto provoca, principalmente, doenças ocupacionais em quem respira o pó mineral. Entidades ecoló-gicas e ligadas à segurança do trabalho querem que o amianto

Fibrocimento: é um material de construção composto por cimento e fibras de amianto crisotila. O amianto, também conhecido como asbesto, é uma fibra mineral natural utilizada como matéria-prima na produção de peças de fibrocimento.

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crisotila também seja banido no Brasil. Para os consumidores, o risco de contaminação por amianto é menor, mesmo que pedaços do fibrocimento se desprendam da caixa d’água. Os fabricantes de caixas d’água com fibrocimento já desenvolve-ram um composto sem amianto, o CRFS (cimento reforçado com fio sintético).

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Nesta unidade vamos tratar do projeto de instalações hidrosanitárias. Você sabe para que serve um projeto? Sabe o que é uma “planta baixa”? Você sabe como interpretar um projeto hidráulico? Você sabia que os banheiros são “ventilados” para evitar mau cheiro? Conhece o sistema de montagem de uma pia?

4.1 Leitura de um projeto

Nos projetos aparecem os desenhos, as medidas e outras in-formações, como os detalhes construtivos. Os desenhos são representações gráficas constituídas de linhas e símbolos que traduzem tecnicamente aquilo que se pretende construir.

Os projetos são elaborados segundo normas técnicas, regu-lamentadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas(ABNT). A ABNT é um organismo científico que elabora as normas brasileiras. Estas trazem, para cada caso, as exigên-cias que devem ser cumpridas por projetistas e consultores, para que o produto de seu trabalho tenha condições mínimas de resistência, estabilidade, funcionalidade e segurança.

Normalmente para a execução de uma edificação são elabora-dos os projetos de arquitetura, de fundação, de estruturas, de instalações hidrosanitárias, elétricas e telefônicas.

Para você compreender os projetos, é necessário que você saiba como funcio-nam as escalas. Elas são dimensões ou distâncias marcadas nas plantas ou proje-tos, equivalentes às distâncias reais. Para se determinar distâncias não contidas no projeto, utilizamos uma régua triangular chamada de escalímetro, onde são en-contradas geralmente as seguintes esca-las: 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100 e 1:125. Quanto menor a escala, maior será o grau de detalhamento de um projeto, ou seja, maior será o tamanho da prancha (papel em que o desenho é impresso).

As réguas convencionais (as usadas nas escolas) são na es-cala 1:1. Para desenhar um projeto de uma escola em uma escala 1:1, seria necessário um papel do tamanho da escola, o que seria inviável. Uma escola com 20 metros de comprimen-

Para saber mais sobre esse órgão visite o site: www.abnt.org.br.

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to por 30 metros de largura, por exemplo, precisaria de um papel deste mesmo tamanho. Imagine que trabalho! Assim, as escalas são utilizadas para reduzir as medidas permitindo que o projeto possa ser representado em um papel de tama-nho menor.

Um projeto hidrosanitário geralmente é feito na escala 1:50, isto significa que o desenho está 50 vezes menor do que seu tamanho real.

No projeto de arquitetura, temos a planta baixa. A planta baixa é um desenho em vista superior, supondo que um plano ho-rizontal corta o pavimento a desenhar à altura das janelas e portas, retirando-se a parte superior. Ela apresenta todas as dimensões das áreas internas da edifica-ção. A seguir temos o exemplo de uma planta baixa de uma residência com sala, cozinha, quartos e banheiro, nas dimen-sões de 5,80 m de largura por 6,70 m de comprimento. A planta a seguir encon-tra-se sem escala. Multiplicando a largura pelo comprimento temos a área construí-da da casa, que corresponde a 38,86 m2.

Nesta planta baixa, são apresentados também os vãos, isto é, as portas e as janelas, com suas respectivas dimensões. As portas de entrada são de 0,80 x 2,10 m; as portas dos quartos são de 0,70 x 2,10 m; e a porta do banheiro de 0,60 x 2,10 m. As janelas são de 1,20 x 1,00 m, com exceção da janela do banheiro.

Tente obter os projetos de arquitetura e de instalação hidráulica da escola em que você

trabalha. Procure no projeto de arquitetura a planta baixa e tente compreender cada cômodo do projeto e o que foi executado na escola: as salas de aula, os corredores, a cantina, os banheiros, etc. Analise os detalhes do encanamento de água e do esgotamento, incluindo as ligações com as redes da cidade. Caso não consiga os projetos, procure se informar sobre como consegui-los. Eles são muito importantes para a

manutenção da escola. Registre no seu memorial.

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4.2 O projeto de instalações hidráulicas

Segundo a norma brasileira NBR 5626 – Instalações prediais de água fria - as instalações prediais de água fria devem ser projetadas de modo que, durante a vida útil do edifício, aten-dam aos seguintes requisitos:

quantidade adequada e com pressões e velocidades com-patíveis com o perfeito funcionamento dos aparelhos sani-tários, peças de utilização e demais componentes;

-lização adequadamente localizadas, de fácil operação, com vazões satisfatórias e atendendo às demais exigências do usuário.

O projeto hidráulico é constituído pela planta com o traçado e o dimensionamento da tubulação. É feito pela perspectiva dos ambientes onde há presença de tubulações, mostrando os pontos de consumo; pelo esquema vertical, onde devem ficar claras a localização da caixa d’água e a entrada de água na edificação; e pelos detalhes construtivos que se fizerem necessários. No caso de construção, pode-se extrair do pro-jeto a relação dos materiais necessários para a execução, ou seja, a quantidade de cada material a ser utilizado na obra.

A instalação predial de água fria é o conjunto de tubulações, equipamentos, reservatórios e dispositivos, existentes a par-tir do ramal predial, destinado ao abastecimento dos pontos de utilização de água da edificação, em quantidade suficien-te, mantendo a qualidade da água fornecida pelo sistema de abastecimento.

O sistema de alimentação de água de uma edificação é cons-tituído pela tubulação principal, que conduz a água desde o sistema de abastecimento do local (público ou privado) até o reservatório. Do reservatório a água é distribuída para os diversos pontos de consumo (pia e lavatório, vaso sanitário, torneiras de jardim, bebedouros, etc.) pelos ramais. As tornei-ras, válvulas ou registros controlam o fornecimento de água nos locais de consumo.

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A distribuição de água é feita por barriletes, prumadas, ramais e sub-ramais. Na laje ou na cobertura encontra-se o barrilete, tubulação que se estende da saída da caixa d’água e conduz a água até as prumadas (colunas de alimentação em cada pavi-mento) de uma edificação ou dos locais de consumo de uma escola. As tubulações internas dos banheiros, cantinas, etc., conduzem a água proveniente das prumadas para pontos de consumo, como pias, lavatórios, vaso sa-nitário, bebedouros, entre outros, através dos ramais.

Para identificarmos cada parte componen-te de uma instalação de água fria utilizare-mos o desenho esquemático de um edi-fício , onde existem dois reservatórios de acumulação de água: um na parte inferior e outro na parte superior.

a) Rede pública de distribuição de água: é aquela existente na rua, de propriedade da entidade responsável pelo forneci-mento de água (quando o abastecimen-to for público).

b) Ramal predial: tubulação compreendida entre a rede públi-ca de distribuição e o hidrômetro. É dimensionada e execu-tada pela concessionária local.

c) Hidrômetro: aparelho que mede o consumo de água.

d) Ramal de alimentação: tubulação compreendida entre o hi-drômetro e a entrada de água no reservatório.

e) Coluna piezométrica: é um dispositivo regulador do nível piezométrico limitando a vazão do ramal de entrada, insta-lado quando o reservatório estiver abaixo da cota do meio fio no ponto de cruzamento do ramal predial. É dispensado em algumas cidades brasileiras.

f) Reservatório inferior: recipiente construído ou instalado para armazenamento de água na parte inferior da edificação.

g) Extravasor: conhecido como “ladrão”, é a tubulação destinada a escoar os eventuais excessos de água dos reservatórios.

h) Sistema de recalque: conjunto formado por bomba, mo-tor, tubulação, registros e válvulas destinados a transportar água de um reservatório a outro de diferentes níveis.

i) Reservatório superior: recipiente construído ou instalado

Partes de um sistema de abastecimento de água de um edifício.

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acima do último pavimento, destinado ao armazenamento e distribuição de água.

j) Barrilete: tubulação que capta água do reservatório e conduz para as prumadas (colunas de alimentação dos andares) de um edifício ou para os locais de consumo de uma escola.

k) Colunas ou prumadas: canalização vertical, tem origem no barrilete e abastece os ramais de distribuição de água ne-cessários (banheiros, cantinas, pátios).

Temos ainda os ramais e sub-ramais, que são as tubulações derivadas da coluna de distribuição ligando os pontos de con-sumo.

A figura ao lado mostra o desenho esquemático das instalações hidráu-licas em uma edificação, desde o tra-çado das tubulações até os pontos de consumo. A água vem da rede de abastecimento e é armazenada na caixa d’água. Da caixa d’água ela des-ce para os pontos de consumo sem-pre que solicitada, através do acio-namento das descargas, registros ou torneiras.

a) O dimensionamento das tubula-ções hidráulicas

Um projeto hidráulico é elaborado de forma a garantir o fornecimento de água continuamente e o correto fun-

cionamento dos aparelhos sanitários, das peças de utilização e dos demais componentes, bem como, economizar água e oferecer conforto ao usuário, segundo as exigências da nor-ma brasileira. O dimensionamento da tubulação deve ser feito por profissional legalmente habilitado no Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura - CREA.

Cada trecho da tubulação pode ter um diâmetro, de acordo com as necessidades do projeto. Como exemplo, a tabela a seguir apresenta o diâmetro mínimo da tubulação de alguns sub-ramais (pontos de consumo). Já o diâmetro mínimo do ramal de alimentação é de 20 mm.

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Peça de utilizaçãoDiâmetro

milímetro polegadaChuveiro 15 ½Bebedouro 15 ½Vaso sanitário com caixa de descarga 15 ½Vaso sanitário com válvula de descarga 32 1¼Lavatório (pia banheiro) 15 ½Máquina de lavar louça 20 ¾Máquina de lavar roupa 20 ¾Mictório de descarga descontínua 15 ½Pia de cozinha 15 ½Tanque de lavar roupa 20 ¾

4.3 O consumo de água

4.3.1 Estimativa do consumo de água

Para fins de cálculo do consumo de água estimamos a quan-tidade de litros gastos diariamente em função do tipo de ocu-pação. A estimativa de consumo diário per capita (por pessoa) em uma escola é de 50 litros de água em jornada integral (de 7 a 8 horas). Em escolas em regime de internato, deve ser pre-visto um consumo de 150 litros por dia, por pessoa. Pode-se ainda estimar um consumo em 30 litros de água por aluno em um turno; e 80 litros de água por criança em creches.

Estudo de demanda e utilização de água realizado pelo IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo) e a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), iniciado em 1995, mostrou que uma pessoa gasta de 50 a 200 litros de água por dia em chuveiros, bacias sanitárias, lavató-rios e tanques.

Qual o nome da empresa de saneamento da sua cidade?

Em residências, o consumo de água estimado é de 150 litros por dia, por pessoa. O número de pessoas é estimado em fun-ção do número de quartos da casa. Estima-se que cada quarto social seja ocupado por duas pessoas e o quarto de serviço por uma pessoa.

O consumo de água varia consideravelmente com o tempo e também de região para região. Nos dias de calor, ele se acen-tua e nos dias chuvosos e frios há uma redução considerável. Inúmeros são os fatores que exercem influência sobre o con-

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sumo de água: clima, padrão de vida, hábitos, características das instalações prediais, modo de fornecimento, custo, quali-dade da água, pressão no sistema distribuidor, existência ou não de rede de esgotos, poluição atmosférica, perdas e des-perdício entre outros.

O consumo de água estimado por dia é obtido pela multipli-cação do número de pessoas que freqüentam a escola pelo consumo em litros. Por exemplo: em uma escola de tempo integral, onde freqüentam 300 pessoas por dia, incluindo alu-nos, professores e funcionários, o consumo estimado de água por dia será de 15.000 litros ou 15 m3 (número de pessoas x consumo por dia = 300 x 50 = 15.000).

Calcule qual a estimativa de consumo de água na sua escola. Para isso, basta perguntar na

secretaria qual o número de pessoas que freqüentam a escola diariamente ou por turno (matutino, vespertino e noturno) e fazer a devida multiplicação. Registre no

seu memorial.

4.3.2 Capacidade do reservatório

O volume total de água a ser ar-mazenado no reservatório deve ser, no mínimo, o necessário para 24 horas de consumo nor-mal no edifício e no máximo, 3 vezes o consumo estimado. A capacidade dos reservatórios deve ser estabelecida levando-se em consideração o padrão de consumo de água no edifí-cio, a freqüência e duração de interrupções do abastecimento.

É usual armazenar o volume a ser utilizado em 48 horas, ou

seja, duas vezes o consumo do dia. Esse procedimento tem como objetivo minimizar as conseqüências de uma possível falta de água na rede pública ou de uma maior demanda no consumo (dias de festas, por exemplo, onde mais pessoas fre-qüentam a escola).

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Para o caso que calculamos anteriormente, de uma escola com 300 pessoas por dia, com um consumo estimado de 15.000 litros, temos um volume de água a ser armazenado igual a 30.000 litros ou 30 m3 (consumo estimado por dia x 2 = 15.000 x 2 = 30.000).

Calcule qual o volume de água a ser armazenado no reservatório de água da sua

escola. Para isso, basta anotar qual o consumo diário (calculado anteriormente) e multiplicar por dois (previsão para dois dias). Verifique se a capacidade dos reservatórios dá conta desta exigência. Registre em

seu memorial este exercício e suas conclusões.

4.3.3 Funcionamento do reservatório

A partir do hidrômetro, a água entra pelo ramal de alimenta-ção e vai até o reservatório ou caixa d’água. O controle da en-trada de água no reservatório é feito através de uma torneira, denominada bóia. A bóia é um tipo de torneira automática que fecha a entrada de água quando o reservatório “enche”, de acordo com a regulagem e altura de fixação da bóia.

O reservatório deve possuir, além da saída de água para abastecer os pon-tos de consumo, mais duas saídas: uma denominada extravasor, ou “la-drão” - tem a função de escoar o ex-cesso de água, caso a bóia falhe, por exemplo, e a outra para limpeza – tubo com registro para esvaziar a água da caixa nas limpezas. A figura a seguir mostra todas as partes componentes para montagem das tubulações de uma caixa d’água:

1) Curva 90º.

2) Adaptador soldável longo para cai-xa d’água.

3) Luva com rosca.

4) Torneira bóia para caixa d’água.

5) Tubo de PVC rígido marrom.

Detalhe de uma bóia.

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6) Curva 90º.

7) Te 90º.

8) Adaptador soldável curso com bolsa e rosca para regis-tro.

9) Registro de gaveta metálico.

10) Tubo de PVC rígido mar-rom.

11) Adaptador soldável longo para caixa d’água.

4.3.4 Medida do consumo de água na escola

O aparelho que mede o gasto de água de um consumidor é denominado hidrômetro. Eles são instalados em locais ade-quados, normalmente a 1,5 metros, no máximo, da divisa do imóvel. Devem ficar abriga-dos em caixa ou nicho de alve-naria, de modo a permitir fácil remoção e leitura.

Localize o hidrômetro da escola em que você trabalha. Veja se ele se encontra perfeitamente lacrado.

Deve haver livre acesso do pessoal do serviço de águas (con-cessionária de abastecimento de água da cidade) ao local do hidrômetro. São eles que fazem a leitura do consumo de água,

Detalhe do sistema de montagem de um hidrômetro.

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em m3 por mês e calculam quanto se pagará pelo uso da água naquele mês. Para isso, basta comparar a medida obtida no relógio atual com a do mês anterior (dado arquivado nos computa-dores da empresa e impresso na fatura enviada para pagamento) e subtraindo um pelo outro se obtêm o consumo do mês. O valor a ser pago é multiplicado pelo preço do m3 de água em sua cidade mais a parcela, em percentual, corres-pondente à retirada de esgoto, para cada tipo de unidade consumidora (residencial, comercial, pública, etc.).

Obtenha a conta de água da sua escola deste último mês e a do mês anterior. Qual o consumo

de água, em m3 deste mês? Qual o consumo do mês passado? Houve uma variação muito grande de consumo neste mês em relação ao mês anterior? Caso positivo, procure saber qual o motivo para essa variação. Registre em seu memorial este exercício e

suas conclusões.

4.4 O projeto de esgoto sanitário

As instalações de esgoto sanitário são as destinadas à retirada das águas servidas nas edificações, desde os aparelhos ou ra-los até a rede coletora pública ou outro destino final qualquer. Os esgotos sanitários são os despejos provenientes do uso da água para fins higiênicos.

As instalações se dividem em três partes: esgoto secundário, esgoto primário e ventilação. O esgoto secundário é a parte do esgoto que não está em contato com os gases provenientes do coletor público (tubulação que vai dos aparelhos de utiliza-ção até a caixa sifonada). O esgoto primário é a parte do esgo-to que está em contato com os gases provenientes do coletor público ou fossa, ou seja, após a caixa sifonada no sentido do escoamento (vai da caixa sifonada até o tubo de queda ou até a caixa de inspeção). A tubulação de ventilação é a tubulação que promove a ventilação do esgoto primário, ou seja, permi-te o escape dos gases e mantém a pressão atmosférica dentro da tubulação quando das descargas nos aparelhos.

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Detalhe de um relógio para leitura do consumo de água mensal.

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A figura ao lado mostra a planta de um banhei-ro com os principais trechos da tubulação de esgoto secundário, esgoto primário e de ven-tilação. Neste banheiro, o esgoto coletado do lavatório, do bidê e do ralo do box do chuvei-ro são levados, por um tubo de esgoto secun-dário, até a caixa sifonada. O esgoto do vaso sanitário e da caixa sifonada são levados pela tubulação de esgoto primário, até um tubo de queda (tubulação vertical que conduz o esgoto dos diversos pavimentos, quando a edificação possuir mais de 1 pavimento, até a tubulação no térreo) ou para uma caixa de inspeção, e de-pois são levados até a rede pública de coleta do esgoto.

A rede de esgoto primário deverá ser conve-nientemente “ventilada” a fim de dar escape aos gases mal cheirosos (metano, gás carbônico e gás sulfídrico) provenien-tes da rede pública ou mesmo da rede interna da edificação e também manter a pressão atmosférica dentro da tubulação quando das descargas nos aparelhos. Essa tubulação de ven-tilação, também conhecida por respiro, possibilita o escoa-mento de ar da atmosfera para a instalação de esgoto e vice-versa. Para evitar mau cheiro, o ramal de ventilação deve ser instalado logo após a caixa sifonada e ligado até a coluna de ventilação - tubo vertical que se desenvolve através de um ou

mais andares, até o telhado, cuja extremidade superior é aberta à at-mosfera. Na extremidade superior da coluna de ventilação deverá ser colocada uma tela ou uma espécie de “gaiola” própria para o terminal de ventilação (vide figura), para evitar entrada de pássaros ou qual-quer elemento que possa causar entupimento.

O desenho esquemático a seguir, mostra a tubulação de esgo-to de uma edificação. O esgoto que sai do lavatório vai para a caixa sifonada e antes de ser levado para a caixa de inspeção, temos a coluna de ventilação, ou respiro. O esgoto da bacia sanitária também é levado para a caixa de inspeção, enquanto o esgoto da pia da cozinha ou da cantina passa antes por uma caixa de gordura.

O gás sulfídrico (H2S) é um gás incolor que, embora seja mais pesado que o ar, quando entra em contato com ele forma uma mistura explosiva. É altamente tóxico, possui cheiro de ovo podre em baixas concentrações e inibe o olfato em concentrações elevadas. Ao serem aquecidas, algumas soluções que tenham absorvido esse gás podem liberá-lo em volumes perigosos, ele também é altamente corrosivo para os metais e sua toxidez se compara a do Cianureto de hidrogênio, e é mais mortal que o monóxido de carbono.

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A caixa de inspeção é um recipiente que permite a ins-peção, limpeza e desobstrução das tubulações de esgoto, antes da rede pública ou do seu destino final, como a fossa séptica. Elas são usadas na junção de duas redes ou quan-do o comprimento da tubulação ultrapassar 12 metros. Em geral, são feitas de alvenaria ou de concreto pré-moldado. O formato geralmente é retangular, com dimensões de 60 x 60 cm e profundidade de até 1 metro. O fundo deverá assegurar rápido escoamento e evitar formação de depósito. As tampas deverão ser facilmente removidas, permitindo perfeita veda-ção.

A caixa de gordura é o recipiente destinado a receber despe-jos gordurosos de pias de cozinha, da cantina, de restauran-tes, etc. e encaminhá-los para as caixas de inspeção.

Além da tubulação de ventilação, todo aparelho sanitário de-verá ser protegido por caixa sifonada com grelha ou sifão sa-nitário. A caixa sifonada, que recebe a água servida dos la-vatórios e dos chuveiros, é dotada de fecho hídrico (camada líquida que veda a passagem de gases), destinada a receber efluentes da instalação secundária de esgotos. O ralo serve para a captação das águas servidas dos chuveiros e pode ser seco ou sifonado. A grelha existente no ralo serve para evitar a entrada de sujeira na tubulação, ocasionando entupimento.

Caixa sifonada com grelha.

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Ralo sifonado com grelha.

“Corpo” do ralo sifonado.

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O sifão, utilizado nas pias e lavatórios, tem fecho hidráulico, que consiste em uma pequena cortina de água, que evita o retorno do mau cheiro.

Para a remoção dos dejetos é indispensável que a canalização de esgoto seja executada com uma inclinação mínima de 1% de declividade.

a) Dimensionamento da tubulação de esgoto sanitário

As instalações prediais de esgotos sanitários devem ser proje-tadas e executadas de modo a:

desobstruções;

para o interior das edificações;

-mação de depósitos no interior das tubulações;

O projeto de instalações sanitárias deve ser elaborado por pro-fissional habilitado, baseado na norma brasileira NBR 8160 – Instalação Predial de Esgoto Sanitário. Essa norma estabelece

Sifão de cozinha.

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os requisitos mínimos a serem obedecidos na elaboração do projeto, na execução e no recebimento das instalações pre-diais de esgotos sanitários, para que elas satisfaçam as condi-ções necessárias de higiene, segurança, economia e conforto dos usuários.

O projeto de instalações sanitárias é constituído pela planta com a localização das tubulações que transportarão os esgo-tos dos pontos de recepção ao destino final, inclusive com os pontos de inspeção e as tubulações de ventilação.

O dimensionamento das partes componentes de uma instalação predial de esgoto sanitário é feito com auxílio de tabelas, confor-me a norma brasileira. Os diâmetros mínimos da tubulação de es-goto sanitário, por aparelho, são apresentados na tabela a seguir.

Aparelho Diâmetro (mm)Bebedouro 40Chuveiro 40Mictório 50Pia de residência 40Pia de laboratório 40Pia de cozinha industrial – lavagem de panelas 50Tanque de lavar roupa 40Máquina de lavar pratos 75Máquina de lavar roupa (até 30 Kg) 75Máquina de lavar roupa (30 Kg até 60 Kg) 100Máquina de lavar roupa (acima de 60 Kg) 150Vaso sanitário 100

A figura a seguir mostra o projeto de esgoto sanitário de um banheiro. Nele constam o trajeto das tubulações e o respec-tivo diâmetro de cada trecho. Podemos ver tubos de 40 mm que captam as águas servidas dos pontos de utilização (ralo do chuveiro e do lavatório) e as conduz para a caixa sifonada. Da caixa sifonada seguem para a caixa de inspeção CI-1 em um tubo de 50 mm. O esgoto que sai do vaso sanitário vai di-reto para a caixa de inspeção CI-1 em um tubo de 100 mm.

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Da caixa de inspeção o esgoto segue para a rede pública ou para a fossa. A tubulação que leva o esgoto para a caixa de inspeção, tanto do vaso sanitário quanto da caixa sifonada é conectada ao ramal de ventilação para a coluna de ventilação em tubos de 50 mm, que seguem até a cobertura, “ventilan-do” o sistema.

4.5 Detalhes de projeto

a) Altura dos pontos de água e de esgoto

A seguir são apresentadas as alturas normalmente utilizadas para a entrada de água e a saída de esgoto dos diversos apa-relhos sanitários em relação ao chão, em centímetros (cm):

Detalhe do projeto de esgoto.

Projeto de esgoto sanitário do banheiro.

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TQ (tanque) - AF (água fria): 110 cm e ESG (esgoto): 58 cm

VCR (vaso sanitário) – AF (água fria): 33,5 cm

DM (ducha higiénica) – AF (água fria): 50 cm

LV (lavatório banheiro) - AF (água fria): 60 cm e ESG (esgoto): 58 cm

PIA (cozinha e tanque) – AF (água fria): 60 cm e ESG (esgoto): 58 cm

CH (chuveiro) - AF (água fria): 110 cm

MLR (máquina lavar roupa) – AF (água fria): 90 cm e ESG (esgoto): 90 cm

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b) Perspectiva da tubulação hidráulica

O projeto de instalações de água fria é composto por um detalhe de projeto chamado de “perspec-tiva” ou “isométrica”. A planta isométrica indica o percurso das tubulações, com os respectivos diâ-metros, altura e comprimento. Esse desenho tem como objetivo facilitar o levantamento de mate-rial para orçamento e compra, bem como facilitar o entendimento do projeto para execução.

O desenho ao lado mostra a planta baixa da tubu-lação hidráulica de um banheiro e a sua perspec-tiva. Observe que na perspectiva vemos o percur-so de cada tubulação.

A seguir temos também a planta em perspectiva do banheiro no qual apresentamos o detalhe do projeto de esgoto sanitário. Acompanhando o de-senho vemos que a água entra pelo piso e segue até os pontos de consumo. Toda a tubulação do ramal é de 25 mm e a dos sub-ramais, que chega aos pontos de consumo, tanto do lavatório como da do vaso e a da ducha higiênica, é de 20 mm, sendo apenas a do chuveiro de 25 mm. O con-trole da pressão da água no banheiro é feito pelo registro de gaveta (RG), localizado no início da tubulação. Neste desenho também deve constar a altura dos tubos e a dos pontos de utilização, permitindo que na construção do banheiro, as peças e aparelhos estejam na altura definida pelo projetista.

c) Detalhe de montagem da tubulação de esgoto

As figuras das páginas a seguir apresentam os detalhes de instalação de uma pia, de um vaso sanitário e de um chuveiro, bem como a relação de materiais utilizados para a montagem de cada aparelho. Esses detalhes fazem parte de um pro-jeto hidrosanitário, procurando representar como a obra deve ser construída.

Planta isométrica de um banheiro

Planta isométrica do banheiro

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Detalhe de instalação da pia

1) Cuba de aço inox.

2) Torneira de pressão cromada com diâmetro ( ½ “.

3) Luva de PVC com bucha de latão 25x ½ “.

4) Tubo de PVC soldavel ½ “x 20cm.

5) Tê em PVC soldável variável.

6) Válvula para pia 1“x 2”.

7) Sifão para pia cromado 1” x 1½ “.

8) Cotovelo 90º PVC com anel de borracha 50mm.

9) Luva simples 50mm.

10) Tubo de PVC 50mm.

11) Tubo de ligação flexível metálico ½ “x 20cm.

Detalhe de instalação do chuveiro

1) Chuveiro elétrico automático.

2) Braço para chuveiro elétrico cromado com ca-nopla ½ “x 40cm.

3) Joelho de redução 90º soldável com bucha de latão 25x½“.

4) Tubo de PVC 25 mm.

5) Luva de PVC soldável com rosca 25x ¾ “.

6) Registro de pressão cromado com canopla ¾ “.

7) Adaptador de PVC soldável curto com bolsa e rosca para registro 25x ¾ “.

8) Tê de PVC soldável variável.

Canopla: é um acessório que arremata o ponto de saída da tubulação hidráulica na parede.

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Detalhe de instalação do vaso com caixa acoplada

1) Bacia sanitária com caixa acoplada.

2) Assento plástico.

3) Tubo de PVC rígido soldável marrom 20 mm.

4) Tubo de ligação flexível cromado ½ “x 30cm.

5) Joelho de PVC 90º soldável com bucha de latão 20 x ½“.

6) Te em PVC soldável variável.

7) Projeção de dois parafusos de fixação de tocos de madeira com bucha plástica.

8) Curva de raio curto PVC 100 mm.

9) Tubo de PVC 100 mm.

10) Tubo de PVC 100 mm com ponta superior rente ao piso acabado.

11) Ligação para saída de vaso sanitário (vedação).

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Você já parou para pensar para onde vai o esgoto do vaso sanitário, das pias e dos ralos? Será que na escola em que você trabalha há rede pública de coleta de esgoto? Já ouviu falar em “fossa séptica”? Falaremos agora sobre os sistemas de coleta de esgoto.

5.1. Sistema de coleta de esgoto sanitário

O sistema de coleta de esgotos pode ser público, caso haja esse serviço na rua. Se não houver, é obrigatório o uso das instalações necessárias para a depuração biológica e bacte-riana das águas residuárias (águas servidas, o “esgoto”). Os despejos lançados sem tratamento propiciam, além do mau cheiro e da poluição visual, a proliferação de inúmeras doen-ças como tifo, disenteria, etc.

Existem dois processos para se coletar esgotos: pela rede pú-blica ou, na sua ausência, por fossas. Vamos dividir em três as hipóteses de funcionamento do sistema:

a) o bairro é dotado de rede pública de distribuição de água e de coleta de esgotos;

b) o bairro é dotado de rede de água e não tem rede de esgoto;

c) o bairro não tem rede de água e não tem rede de esgoto.

5.1.1 O bairro é dotado de rede pública de distribuição de água e de coleta de esgotos

O esgoto doméstico é compos-to de resíduos de origem hu-mana diluídos em água potável, que funciona como um meio de transporte. Nas cidades com rede pública de coleta, esse esgoto é transportado em uma rede até as estações de tratamento de esgoto ou a pontos de descarte in natura em cursos de água.

Neste caso, como há os dois serviços públicos, o sistema é bem simples. A água é obtida na rede de abastecimento da cidade e o esgoto é lançado na rede pública de saneamento. Todos os serviços relacionados à coleta do esgoto, incluindo

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TEseu tratamento e o seu descarte são feitos pela empresa de

saneamento, cabendo ao usuário o pagamento da tarifa des-se serviço, que corresponde a um percentual em relação ao consumo de água. Os esgotos, antes de serem lançados nos rios, lagos, etc., geralmente passam por uma estação de tra-tamento.

5.1.2 O bairro é dotado de rede de água e não tem rede de esgoto

Neste caso, a água de abastecimento vem da rede pública e o esgoto deve ser lançado em fossas ou tanques sépticos (fossa séptica e sumidouro). A fossa séptica é um tanque escavado no terreno onde será lançado o esgoto. Ela possui um dispo-sitivo em que o material que chega é forçado a ir para o fun-do por decantação. A fossa séptica é utilizada para separar e transformar (por decomposição) a matéria sólida contida nas águas de esgoto e descarregar no terreno, através do sumi-douro, onde se completa o tratamento.

A fossa é simples de ser executada e realiza funções múlti-plas: retenção dos sólidos e dos materiais mais leves, como óleos e gorduras, e a redução do número de bactérias e de ví-rus presentes nas águas de esgoto. A fossa séptica vem sendo utilizada há pouco mais de 100 anos e foi patenteada em 1881, como “eliminador automático de excrementos” e até hoje é muito empregada em todos os países. Desta forma o sistema se torna eficaz, pois os sólidos ficam na fossa séptica e o lí-quido passa por um tratamento parcial, não contaminando o lençol freático.

A fossa funciona da seguinte forma: as águas servidas sofrem a ação das bactérias anaeróbias (microorganismos que só atu-am onde não circula o ar). Sob a ação dessas bactérias, parte da matéria orgânica sólida é convertida em gases ou em subs-tâncias solúveis que, dissolvidas no líquido contido na fossa, são esgotadas e lançadas no terreno. Durante o processo, as partículas minerais sólidas (lodo) depositam-se no fundo da fossa e forma-se, na superfície do líquido, uma camada de espuma ou crosta constituída de substâncias insolúveis mais leves que contribui para evitar a circulação do ar, facilitando a ação das bactérias. O efluente das fossas será absorvido pelo terreno, para completar a ação das bactérias no tanque. Exis-tem terrenos com maior facilidade para absorverem esse es-goto, que são os terrenos mais arenosos e porosos.

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É usual construir dois poços para o lançamento do esgoto: um denominado fossa séptica e o outro sumidouro (conforme desenho). O primeiro funciona como um decantador (separa-dor de sedimentos) e o segundo como absorvente, facilitando muito a infiltração de água, dando uma maior vida útil ao sis-tema. O primeiro absorve poucos sólidos, diminuindo a col-matação (impermeabilização das paredes) do segundo poço. O sumidouro deve ter pequena profundidade para não atingir o lençol freático.

O teor de “sólidos” no esgoto é baixo. Em um litro de esgoto (1000 gramas) o teor máximo de sólidos é de 1 (1 grama). Uma fossa quando “enche”, enche-se de líquidos que não conse-guiram drenar para o solo face à colmatação (impermeabiliza-ção) das paredes do terreno que formam a fossa.

Esse esgoto pode vir a poluir o lençol freático. Como, neste caso, a água de abastecimento do edifício vem da rede pública, não causa preocu-pação, pois esse lençol não é usado para captação de água. Passados al-guns meses (ou anos), as paredes do poço colmatam-se, ou seja, imper-meabilizam-se, e isso pode resultar na extravasão do esgoto. Nesse caso, a solução é construir outro poço ab-sorvente.

5.1.3 O bairro não tem rede de água e não tem rede de esgoto

Quando não há fornecimento de água pela rede pública, ela é captada através de poços (ou cisternas) escavados no próprio terreno, cuja profundidade média varia de 6 a 9 metros. O fun-cionamento dos poços foi descrito anteriormente. A água de consumo é retirada do lençol freático e o esgoto é lançado em fossas sépticas e sumidouros.

A fossa séptica é um tanque impermeável onde os esgotos não tratados permanecem por algumas horas, antes de serem lançados no solo ou numa rede de coleta. Nela, microrganismos existentes naturalmente nos esgotos, mineralizam parte da matéria orgânica, gerando lodo (que deve ser retirado, pelo menos, uma vez ao ano), gases, escuma e efluente.

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TEÉ necessário dispor o local de captação da água (poços) e o de

lançamento do esgoto (fossas) de forma que não prejudique a qualidade do lençol freático, pois em um mesmo terreno será captada a água de consumo e lançado o esgoto. Como neste sistema não há captação de água da rede pública e o esgoto pode vir a contaminar o lençol freático, é muito importante a localização do poço e da fossa. Neste caso, a fossa deve estar abaixo do manancial de água (poço), não poluindo a água a ser consumida, ou estar localizada, no mínimo, a 20 metros do poço de captação de água.

O processo de funcionamento da fossa é o mesmo descrito anteriormente. Com o uso contínuo da fossa séptica, há um acúmulo progressivo de lodo e escuma na fossa que deve ser periodicamente retirado. Esse lodo e a escuma podem ser re-tirados através de veículos especiais (caminhões limpa fossa), que a realizam por sucção mecânica, através de um sistema de vácuo. O material retirado deve ser transportado para um local em que não cause danos ou para um coletor de esgotos ou estação de tratamento.

Embora estejamos usando a palavra “bairro” – situação da maior parte das escolas do país – a sua pode estar numa pe-quena cidade ou numa comunidade rural. No campo, é mais comum esta terceira alternativa, e todo cuidado é pouco para não contaminar o lençol freático, de onde vem a água usada na escola.

Veja se na escola em que você trabalha há rede de coleta de esgoto. Caso negativo, visite o

local onde foi construída a fossa e verifique com que freqüência ela é limpa. A limpeza das fossas depende do acúmulo de lodo, algumas podem aguardar até 2 anos, outros menos tempo.

Verifique se na cidade em que você mora há estação de tratamento de esgoto. Caso positivo, marque com um grupo de colegas uma visita até esta estação. Procure conhecer as etapas do tratamento da água servida antes do seu lançamento no rio, lago ou no mar da sua cidade.

Registre suas observações no memorial.

A escuma é uma espuma esbranquiçada que se forma na superfície de líquidos que foram agitados.

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Como já foi dito anteriormente, a água será o problema mais crucial para a humanidade neste século. E ela, depois do ar, é o elemento mais vital para o ser humano. Todos nós po-demos colaborar neste sentido, melhorando as condições de vida no futuro. Uma lata de alumínio para reciclar aqui, uma lâmpada apagada ali, a energia do sol para aquecer água e um pouco de moderação ao usar o chuveiro acabam fazendo mui-ta diferença. Na ponta do lápis, se você reduzir de doze para seis minutos o tempo médio gasto em cada banho diário, por exemplo, a energia economizada seria suficiente para manter uma lâmpada acesa por sete horas.

A crise de abastecimento energético, ocorrida no Brasil em 2001, conhecida como o “apagão”, deu o alerta: temos que levar em conta medidas que economizem água e eletricidade. Boa parte de nós, brasileiros, já aprendemos isso. A crise no setor elétrico mostrou que os recursos naturais são finitos e têm de ser usados racionalmente. Mas muita gente ainda tem dificuldade de entender que é mau negócio lavar o pátio da escola com mangueira aberta o tempo todo e que aquele lixo que sai da escola vai acabar, na melhor das hipóteses, num aterro sanitário, que um dia se tornará um problema para a geração de seus netos.

No dia-a-dia, colocando na ponta do lápis o consumo de água em uma escola e em casa, podemos colaborar, mudando velhos costumes. Se mantivermos as torneiras fechadas enquanto es-covamos os dentes, por exemplo, economizaremos mais de 10 litros de água, em cinco minutos. Da mesma forma, a mera subs-tituição do esguicho pela vassoura ou por um balde de água na hora de limpar o pátio ou os corredores da escola permite econo-mizar mais de 170 litros de água. Atitudes simples, mas bastante eficazes. Podemos verificar estes dados na tabela a seguir, que compara o gasto de água com a torneira aberta durante toda uma atividade e aberta apenas nos momentos necessários, fechando-a quando estiver efetivamente sem uso.

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ÁguaAbrindo a torneira só no

tempo necessário, você gastará

Situação com a torneira aberta

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Consumo(litros)

Escovar os dentes 5 12 0,5Lavar o rosto 1 2,5 1Chuveiro 15 45 14Lavar a louça 15 117 20Regar o jardim com mangueira

10 186 4 (usando aspersor)

Lavar o carro com mangueira

30 216 40 (usando balde)

Segundo a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), uma torneira gotejando desperdiça 46 litros de água num período de 24 horas. Com uma abertura de 1mm, o aparentemente desprezível fiozinho de água escor-rendo da torneira será responsável pela perda de 2.068 litros, em 24 horas.

Economizar água exige vontade pesso-al e gerenciamento específico. Para isso temos algumas sugestões para o uso ra-cional de água:

da importância de se ter atitudes que visem a economia da água como fe-char a torneira enquanto se escova os dentes ou se ensaboa, lavar os pátios com balde ao invés de mangueira, etc.

analisar o consumo de água e checar o funcionamento dos medidores ou a existência de vazamentos. Em caso de oscilações, chame a concessioná-ria da cidade para inspeção;

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de utilização, observando a existência de eventuais perdas de água (torneiras “pingando”, bacias “escorrendo”, etc.). Caso isso ocorra, procure reparar os dispositivos desregu-lados ou substituir as peças danificadas o mais rápido pos-sível;

-perdício.

Em alguns estados, como Santa Catarina, o uso dos metais economizadores já se tornou obrigatório por lei em obras de construção e reformas de escolas. Portanto, se você trabalha em uma escola recém-construída ou reformada, no estado de Santa Catarina, se orgulhe disso. E contribua para a durabili-dade desses metais.

O uso racional de energia elétrica também está relacionado com a economia de água. Os eletrodomésticos, por exemplo, devem ser atestados pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel). Caso o aparelho tenha o selo Procel ele está em conformidade com esse programa, garan-tindo uma boa redução do consumo de energia elétrica.

Outra importante atitude ecológica é separar o lixo para reci-clagem. Ainda são poucas as cidades em que as prefeituras realizam a coleta seletiva, mas quem quer ajudar a natureza sempre encontra associações de catadores de papel, grupos ecológicos ou mesmo empresas que se interessam em rece-ber o lixo reaproveitável. A reciclagem de uma única latinha de alumínio propicia economia de energia suficiente para manter uma geladeira ligada por quase dez horas. Numa conta seme-lhante, cada quilo de vidro reutilizado evita a extração de 6,6 quilos de areia, prática com alto impacto ambiental. Levando ainda mais a sério o critério de economia, podem-se usar me-nos embalagens e controlar também o consumo de papel. Cada tonelada de papel poupada preserva vinte eucaliptos.

Para saber mais sobre o programa acesse o site:www.eletrobras.gov.br/procel/

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Quanto você pode economizar de água ao tomar um banho de 15 minutos, desligando o chuveiro enquanto está se ensaboando?

Verifique se alguma torneira ou outro equipamento na sua escola está pingando ou

vazando. Caso isso ocorra, procure o responsável para informá-lo sobre isso.

Proponha sugestões para redução do consumo de água na sua escola. Registre em seu memorial.

Com a conta de água dos últimos meses da sua escola em mãos, verifique se tem ocorrido grandes variações de consumo. Investigue as causas. Registre em seu

memorial.

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Iremos tratar da manutenção e da conservação das instala-ções e dos equipamentos hidrosanitários. Você sabe qual a importância de realizar a manutenção preventiva de uma edifi-cação? Conhece qual o prazo de garantia de uma obra segun-do o Código de Defesa do Consumidor? Sabe como proceder para aumentar a durabilidade das instalações hidráulicas?

7.1 O que é uma manutenção

Todo mundo sabe que, para manter um carro em bom estado, ele precisa de manutenção periódica. O manual do veículo re-comenda verificar a água e o óleo com freqüência determina-da, trocar os filtros, as pastilhas e efetuar revisões programa-das pela montadora. Esses serviços estão incluídos no termo de garantia do automóvel, instrumento de proteção de ambas as partes – do usuário e do fabricante.

As edificações também necessitam de manutenção periódica, para garantir funcionalidade, segurança e durabilidade. Para assegurar o perfeito funcionamento de um edifício, seu ad-ministrador deve estar ciente da importância da manutenção predial e de como proceder para o sucesso desta manuten-ção.

Manutenção é “o conjunto de atividades a serem realizadas para conservar ou recuperar a capacidade funcional da edifi-cação e de suas partes constituintes, para atender às neces-sidades e segurança de seus usuários, de acordo com os pa-drões aceitáveis de uso, de modo a preservar sua utilidade e sua funcionalidade”.

Como as montadoras de automóveis, atualmente as empre-sas de engenharia especializadas, que constroem as escolas, entregam ao final da obra um “manual do proprietário”. Neste manual são especificadas as maneiras corretas de utilização e manutenção do imóvel de acordo com os sistemas construti-vos e materiais empregados. Nele constam as características técnicas dos materiais, os prazos de garantia específicos de toda a edificação, bem como os procedimentos para uso e conservação do imóvel. Estas informações ficam de posse do diretor, no caso de uma escola; do administrador ou do pro-prietário do imóvel, como o síndico, no caso de edifícios ou do responsável pela manutenção preventiva do imóvel.

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Verifique se na sua escola há o “manual do proprietário”. Caso afirmativo, leia-o para

entender melhor o funcionamento do edifício e para realizar corretamente a manutenção. Caso negativo, utilize este livro como manual para elaborar o programa de manutenção das instalações hidrosanitárias e equipamentos da sua escola. Registre em seu

memorial.

7.2 A garantia do imóvel

A construção e os bens móveis, desde as paredes, o piso, as tubulações, até o bebedouro, as mesas, as cadeiras, fazem parte do patrimônio da escola, devendo ser bem cuidados. Para a garantia do imóvel e dos bens móveis, é importante a correta manutenção preventiva de cada unidade.

Por exemplo: quando você compra um filtro de água, você recebe a nota fiscal e um “manual”, com as condições neces-sárias para a durabilidade do aparelho, desde como utilizá-lo, limpá-lo, até a garantia da peça. Além de guardar esses docu-mentos, você deve usar o filtro da forma correta.

O que quero dizer é que, quando uma torneira do banheiro da escola apresentar vazamento, a primeira coisa a se observar é se ela está no prazo de garantia. Caso positivo, basta en-trar em contato com a empresa de engenharia que executou a obra da escola, ou com a loja ou vendedor que vendeu o produto, e procurar seus direitos. Nesta situação, a peça será consertada, sem ônus.

Caso a garantia já tenha vencido, deve-se procurar consertá-la ou substituí-la por uma nova. Em alguns casos, pode ser necessário solicitar assistência técnica. É necessário também, saber qual a causa do problema, evitando que venha aconte-cer novamente.

O prazo de garantia é o período em que o construtor ou o fa-bricante responde pela adequação do produto quanto ao seu desempenho, dentro do uso que normalmente dele se espera e em relação a vícios que tenham sido constatados neste in-tervalo de tempo.

O Código de Defesa do Consumidor – código que estabelece

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normas de proteção e defesa do consumidor, instituído em 1990 - determina que a construtora responde pela reparação de danos causados ao adquirente do imóvel por defeitos de-correntes da obra. Principalmente nas instalações hidrosani-tárias, onde muitas peças são testadas na entrega ou após o uso do imóvel e as tubulações são geralmente embutidas na alvenaria, podem existir vazamentos ou retoques finais que podem não ter sido vistos nos testes finais para entrega da obra. Segundo o Código, o prazo de garantia para os vícios aparentes ou de fácil constatação, é de 90 dias após a entrega da obra. Para os vícios ocultos, aqueles que não são vistos logo na entrega, como um pequeno vazamento da tubulação embutida do banheiro, só observado após seu uso contínuo, detectado pelo fato da parede ficar sempre molhada - o pra-zo inicia-se no momento em que ficar evidenciado o defeito. Prescreve (termina) em cinco anos a garantia nos casos de reparação pelos danos causados por defeitos decorrentes da construção bem como por informações insuficientes ou ina-dequadas sobre sua utilização.

Portanto, se a escola que você trabalha é nova, fique atento aos prazos de garantia segundo o Código de Defesa do Con-sumidor.

Os prazos de garantia das instalações hidráulicas, louças e metais praticados no meio técnico são os seguintes:

- Para tubos, conexões, louças, caixa de descarga, torneiras, registro, sifões e válvulas: o prazo é definido segundo os padrões estabelecidos pelos fabricantes. No caso de que-bras, trincas, riscos, manchas e entupimentos, a garantia é no ato da entrega.

As situações não cobertas pela garantia são as peças que apre-sentem desgaste natural, pelo uso regular, tais como os anéis de vedação, as guarnições e os mecanismos de vedação.

- Para as colunas de água e os tubos de queda de esgoto no caso de danos causados devido à movimentação ou aco-modação da estrutura, a garantia é de 5 anos.

- Para os problemas com a instalação, o funcionamento ou a vedação de ramais, louças, caixa de descarga, torneiras e registros, o prazo é de 1 ano.

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TE7.3 A perda de garantia

Os materiais e os serviços de instalações e equipamentos per-dem sua garantia caso ocorram:

conseqüência de quedas acidentais, maus tratos, manuseio inadequado, instalação incorreta e erros de especificação.

-ções tanto aparentes como embutidas na alvenaria.

(produtos químicos, solventes, abrasivos do tipo saponá-ceo, palha de aço, esponja dupla face).

-gados nos vasos sanitários e ralos, tais como: absorventes higiênicos, folhas de papel, cotonetes, cabelos, etc.

aeradores, provo-cando assim acúmulo de resíduos nos mesmos.

francesa, coluna do tanque, etc.), provocando a queda ou quebra da peça ou bancada.

-za inadequados nos metais sanitários.

(desregulagem da válvula redutora de pressão) e tempera-turas (aquecedores, por exemplo) discordantes das estabe-lecidas em projeto.

-rizadas pelo serviço de assistência técnica.

-tação de peças adicionais sem autorização prévia do fabri-cante.

não potável ou contenha impurezas e substâncias estranhas a ela, que ocasionem o mau funcionamento do produto.

-lações que prejudiquem ou impossibilitem o seu funciona-mento.

Aerador: acessório que mistura ar junto com a água proporcionando mais economia.

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a manutenção preventiva necessária.

Esta lista de “descuidos” remete a uma discussão importante: quem são os responsáveis últimos pela manutenção dos equi-pamentos e materiais da escola? Sobre quem recai a cobrança no caso dos danos? Em alguns locais, o diretor responde pelo patrimônio. Mas, os funcionários da infra-estrutura, sem dúvida, são os que lidam diariamente com todos os componentes físi-cos da escola. Existe clareza na divisão de responsabilidades?

Pesquise no regimento escolar ou em outro documento as atribuições, deveres

e responsabilidades sobre o prédio escolar, suas instalações, equipamentos e materiais. Registre em

seu memorial.

7.4 Como aumentar a durabilidade das instalações e equipamentos

Existem vários cuidados de uso que podem aumentar a dura-bilidade do sistema de instalações hidráulicas:

-sos sanitários e ralos, tais como: absorventes higiênicos, folhas de papel, cotonetes, cabelos, fio dental, etc.

dos lavatórios, jogue-os diretamente no lixo.

cuba de inox das pias de cozinha.

-dem soltar-se ou quebrar, causando ferimentos graves. Cui-dados especiais com crianças;

ao uso de sabão biodegradável (detergente líquido), para evitar retorno de espuma.

-gos períodos, podem ocasionar mau cheiro, em função da ausência de água nos ralos e sifões. Para eliminar esse pro-blema, basta adicionar uma pequena quantidade de óleo de cozinha para a formação de uma película, evitando-se assim a evaporação.

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res. Ao instalar filtros, torneiras, etc., não os atarraxe com excesso de força, pois pode danificar a saída da tubulação, provocando vazamentos.

a bancada.

-cesa, coluna do tanque, etc.), podendo sua falta ocasionar quebra ou queda de peças da bancada.

ter as suas tubulações obstruídas.

-te as plantas e detalhes para evitar danos na rede hidráulica. Para pendurar algum acessório (toalheiro, papeleira, espe-lho, etc.) faça uso de furadeira e de parafusos com buchas plásticas expansíveis, que devem ser colocados, quando em cerâmicas, sempre nas juntas.

7.5 Programa de manutenção das instalações e equipamentos

a) Conservação e limpeza das instalações:

-ças e cubas de aço inox em pias, com água e sabão neutro e pano macio. Nunca com esponja ou palha de aço e pro-dutos abrasivos.

e pias, retirando todo e qualquer material causador de entu-pimento (piaçava, panos, fósforos, cabelos, etc.) e jogando água, a fim de se manter o fecho hídrico nos ralos sifona-dos, evitando assim o mau cheiro proveniente da rede de esgoto.

torneiras, pois é comum o acúmulo de resíduos provenien-tes da própria tubulação.

periodicamente.

-neiras, misturadores e registros de pressão, para garantir a boa vedação e evitar vazamentos.

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b) Freqüência de manutenção das instalações hidráulicas, lou-ças e metais:

Descrição PeriodicidadeVerificar os ralos e sifões das louças, tanques e pias A cada 6 mesesTrocar os vedantes (courinhos) das torneiras, misturadores de lavatório e de bidê e registros de pressão

A cada ano

Limpar os aeradores (bicos removíveis) A cada 6 mesesLimpar e verificar regulagem do mecanismo de descarga

A cada 6 meses

Verificar gaxeta, anéis o’ring e estanqueidade dos registros de gaveta e dos registros de esfera

A cada 3 anos

Verificar o diafragma da torre de entrada e a comporta do mecanismo de caixa acoplada

A cada 3 anos

Verificar a estanqueidade da válvula de descarga, torneira automática e torneira eletrônica

A cada 5 anos

Limpar o crivo do chuveiro A cada ano

c) Manutenção da caixa d’água:

Os reservatórios devem ser inspecionados periodicamente, para assegurar que as tubulações de entrada e de extravasão estejam desobstruídas, que as tampas estejam posicionadas nos locais corretos e que não haja ocorrência de vazamentos ou sinais de deterioração provocada por vazamentos. Reco-menda-se que esta inspeção seja feita pelo menos uma vez por ano.

Como medida de proteção sanitária, é fundamental que a lim-peza e a desinfecção do reservatório de água potável sejam feitas uma vez por ano. Recomenda-se adotar o procedimento a seguir descrito:

-te da fonte de abastecimento, de preferência em um dia de menor consumo, aproveitando-se a água existente no reservatório.

lodo no fundo. Se houver, é conveniente removê-lo antes de descarregar a água, para evitar entupimento da tubula-ção de limpeza. Antes de iniciar a remoção do lodo devem ser tampadas as saídas da tubulação de limpeza e da rede predial de distribuição.

-vido, esvaziar o reservatório através da tubulação de limpe-za, abrindo o seu respectivo registro de fechamento.

Gaxeta: acessório que protege a tubulação isolando as partes com rebarbas dos rasgos feitos no tubo.

Anéis o’ring: é um vedador de borracha no formato de anél que é inserido dentro da tubulação.

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des e o fundo com escova de fibra vegetal ou de fios plás-ticos macios, para que toda a sujeira saia com a água. Não usar sabões, detergentes ou outros produtos. Havendo ne-cessidade, realizar lavagens adicionais com água potável. Na falta de saída de limpeza, retirar a água de lavagem e a sujeira que restou no fundo da caixa utilizando baldes, pás plásticas e panos, deixando o reservatório bem limpo. Utilizar ainda panos limpos para secar apenas o fundo do reservatório, evitando que se prendam fiapos nas paredes.

-za ainda tampadas, abrir o registro de entrada até que seja acumulado um volume equivalente a 1/5 do volume total do reservatório. Após esse procedimento a entrada deve ser fechada novamente.

200 litros de água para um reservatório de 1000 litros, adi-cionando 2 litros de água sanitária de uso doméstico (com concentração mínima de 2% de cloro livre ativo), de tal forma que seja acrescentado 1 litro de água sanitária para cada 100 litros de água acumulada. Essa solução não deve ser consumida sob qualquer hipótese.

horas. Com uma brocha, um balde ou uma caneca plástica, molhar por inteiro as paredes internas com essa solução. A cada 30 minutos, verificar se as paredes internas do reser-vatório secaram; caso isso tenha ocorrido, fazer nova apli-cação dessa mistura, até que o período de 2 horas tenha se completado. Usar luvas de borracha durante a operação de umedecimento das paredes e outros equipamentos de segurança apropriados, tais como vestimentas, calçados e equipamentos de proteção individual, quando a operação de desinfecção estiver sendo realizada em reservatórios de grande capacidade e que não tenham ventilação adequada.

abrindo a saída da rede predial. Abrir todos os pontos de utilização de modo que toda a tubulação seja desinfectada nessa operação, deixando essa mistura na rede durante um período de 2 horas. O escoamento dessa água pode ser aproveitado para lavagens de pisos e aparelhos sanitários.

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a etapa de limpeza descrita anteriormente. As tampas móveis de reservatórios devem ser lavadas antes de serem repostas. A partir desse momento, o registro da fonte de abasteci-mento pode ser reaberto, o reservatório pode ser enchido e a água disponível nos pontos de utilização já pode ser usada normalmente.

Verifique quando foi realizada a última limpeza da(s) caixa(s) d’água da sua escola. Caso esta limpeza

tenha sido realizada há mais de um ano, procure limpá-la imediatamente. Registre no seu memorial.

d) Como proceder em pequenos reparos:

Desentupir a pia

Com o auxílio de luvas de borracha, de um desentupidor e de uma chave inglesa, siga os seguintes passos:

-do-o para baixo e para cima. Observe se ele está totalmen-te submerso, quando a água começar a descer, continue a movimentar o desentupidor, deixando a torneira aberta.

uma chave inglesa, desatarraxar o copo do sifão. Nesse copo ficam depositados os resíduos, geralmente responsá-veis pelo entupimento. Mas não se esqueça de colocar um balde embaixo do sifão, pois a água pode cair no chão.

cima. Algumas vezes, os resíduos localizam-se nesse trecho do encanamento, daí a necessidade de usar o arame.

-locar produtos à base de soda cáustica dentro da tubulação de esgoto.

água em abundância para limpar bem.

Consertar a torneira que está vazando

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prende a cruzeta.

que prende a canopla, para poder ter acesso ao mecanismo de vedação.

-nismo de vedação do corpo e o substitua por um novo.

Desentupir o chuveiro

-bstruindo os orifícios que podem ter acumulado detritos.

ligar a rede elétrica novamente.

Regular a caixa de descarga acoplada da bacia sanitária

firme, para que quando a caixa estiver cheia, não permita que a água transborde pelo ladrão.

sirva de modelo para a compra de uma nova.

-mente no local de onde a antiga foi retirada.

Vazamento na tubulação hidráulica

registros correspondentes ao local do vazamento.

-trada de água (registro geral).

irá detectar o vazamento na tubulação após a quebra da

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parede, trocar a tubulação danificada e realizar o devido fe-chamento e acabamento da área.

Entupimento em tubulações de esgoto

localizará o local do entupimento após a escavação, deso-bstruir a tubulação e realizar o devido fechamento e acaba-mento da área.

e) Como detectar vazamentos

Podem ser visíveis ou ocultos. Os vazamentos visíveis ocor-rem nas torneiras (jardim, tanque, pia de cozinha, bóia da cai-xa d’água), ou nas tubulações embutidas na parede.

No ramal que abastece a água desde o cavalete da rua até a torneira de bóia na caixa d’água:

-tários.

permitindo a entrada de água.

após uma hora, verifique se ele se movimentou.

-mento no ramal diretamente alimentado pela rede abaste-cedora de água.

No ramal proveniente da caixa d’água:

-tro da caixa d’água, impedindo a entrada de água.

-mo, verifique se ele baixou.

sanitários alimentados pela caixa d’água.

-gar a bomba de recalque, fazendo o mesmo processo, acres-centando a marcação do nível da água dentro da caixa subter-rânea, observando o nível para detectar possíveis vazamentos.

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TENa louça sanitária:

de cigarro, ou um corante na bacia sanitária e fique obser-vando. A cinza ou o corante devem ficar depositados no fundo do vaso; caso isto não aconteça, deve existir algum vazamento na válvula de descarga.

-te forte na caixa acoplada. Espere de 15 a 20 minutos; se a água do poço da bacia sanitária aparecer colorida, então pode haver algum problema no mecanismo da caixa acoplada.

Verifique o funcionamento da válvula ou da caixa de descarga do banheiro da escola em que

você trabalha. Para isso, basta observar se após a descarga o pino da válvula volta imediatamente. Caso isso não ocorra, procure fazer a manutenção desta válvula.

Veja se o hidrômetro da escola está em perfeito funcionamento. Para isso, feche o registro principal de entrada de água e veja se o hidrômetro está parado. Caso ele esteja funcionando existe algum vazamento. Depois abra o registro principal e feche cada registro dos diferentes ambientes com presença de água na escola e verifique se o hidrômetro está parado, sem que nenhuma torneira ou ponto de consumo de água esteja aberto. Como não tem nenhum ponto de consumo sendo utilizado, o hidrômetro não deve estar parado, indicando ausência de vazamento.

Registre no seu memorial.

7.6 Como executar juntas e conexões em tubos hi-drosanitários

a) Preparo dos tubos:

Para cortar os tubos nas medidas desejadas, é necessário usar serra de ferro ou serrote de dentes pequenos. Os tubos de-vem ser cortados perpendicularmente (fazendo um ângulo de 90º) ao seu eixo longitudinal. Tubos cortados fora de esquadro (ângulo de 90º) causam problemas como: vazamento devido

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à má condição de soldagem ou insuficiência da área de veda-ção para anel de borracha; deslocamento do anel de borracha por ocasião do acoplamento; dificuldade de corte da rosca, no caso da junta roscada.

Para cortar os tubos de grande diâmetro, utilizar uma guia con-feccionada em madeira ou papel-cartolina enrolada no tubo, para obter melhor esquadro. Após o corte dos tubos, as pontas terão de ser limpas das rebarbas (formadas durante o corte) e a parede chanfrada (retirada das quinas) com uma lima. Essa operação é extremamente importante para obter melhor resultado em todos os sistemas de junta. Ao cortar os tubos, suas paredes, que estão em contato com a serra, se dilatam pelo calor gerado pelo atrito, causando as seguintes inconveniências: dificuldade no encaixe da ponta e da bolsa; arrastamento da solda para o fundo da bol-sa, comprometendo o desempenho do tubo; deslocamento do anel de borracha que está alojado no sulco.

b) Como executar uma junta soldada:

A solda (adesivo) para PVC é, basicamente, um solvente com pequena quantidade de resina de PVC. A solda, quando apli-cada na superfície dos tubos, dissolve uma pequena camada de PVC e, ao se encaixarem as duas partes, ocorre a fusão das duas paredes, formando um único conjunto. As pontas dos tubos a serem soldados têm de estar em esquadro e chanfra-das. Os procedimentos para a soldagem são:

-dadas, para facilitar a ação da solda. Utilize lixa de água n. 320 (lixa fina).

-padora adequada que elimine as impurezas e as substân-cias gordurosas que prejudicam a ação da solda.

-cador adequado. Aplique uma camada bem fina e uniforme de solda na bolsa, cobrindo sua terça parte inicial e outra camada idêntica na ponta do tubo.

desta, sem torcer, aguardando o tempo conveniente para o processamento da soldagem.

deixe secar.

Após a soldagem não utilize a tubulação imediatamente. É necessário aguardar a evaporação do solvente e o processo completo de soldagem. Esse tempo pode variar de algumas

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TEhoras, chegando a mais de 24 horas.

Para instalar registros ou conexões galvanizadas na linha de PVC, tome os seguintes cuidados:

metálicas, utilizando a fita veda-rosca para garantir a estan-queidade da rosca.

-xões de PVC.

danificar a soldagem, ainda em processo de secagem.

Ferramentas usadas nos reparos hidrosanitários:

Furadeira elétrica

Chave inglesa

Luva de borracha

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Desentupidor de pia

Chave de fenda

Alicate de bico

Serrote

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REFERÊNCIAS

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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR8160: Instalação predial de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 1983.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR7198: Projeto e execução de instalações prediais de água quente. Rio de Janeiro, 1993.

Ciclo da água na edificação. Revista Téchne. In. São Paulo: Editora PINI. Ed. 48, setembro/outubro, 2000.

CREDER, H. Instalações hidráulicas e sanitárias. Rio de Janei-ro: Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda., 1998.

Economia pelo cano. Revista Téchne. In: São Paulo, Editora. PINI. Ed. 62, maio, 2002.

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MELO, V. O. ; AZEVEDO NETTO, J. M. Instalações Prediais Hi-dráulico-Sanitárias. São Paulo: Editora Edgard Blucher Ltda., 2000.

Poços Artesianos.In: Revista Téchne. São Paulo: Editora PINI. Ed. 90, setembro, 2004.

Sistemas hidráulicos: líquido e certo. In: Revista Téchne. SãoPaulo: Editora PINI. Ed. 48, setembro/outubro, 2000.

Terrenos de fundo de vale: conflitos e propostas. In Revista Téchne. São Paulo: Editora PINI. Ed. 48, setembro/outubro, 2000.

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