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Epilepsia Sociedade Científica de Sociedade Científica de Neurologia Neurologia SOCINEURO FAMEMA SOCINEURO FAMEMA Camila A. P. de Oliveira Bruno H. M. Pizoletto PROF. DR. MILTON MARCHIOLI MEMBRO DA SOCIDOR 2010

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Page 1: Epilepsia Sociedade Científica de Neurologia SOCINEURO FAMEMA Camila A. P. de Oliveira Bruno H. M. Pizoletto PROF. DR. MILTON MARCHIOLI MEMBRO DA SOCIDOR

EpilepsiaSociedade Científica de NeurologiaSociedade Científica de Neurologia

SOCINEURO FAMEMASOCINEURO FAMEMA

Camila A. P. de OliveiraBruno H. M. Pizoletto

PROF. DR. MILTON MARCHIOLI

MEMBRO DA SOCIDOR 2010

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Epilepsia - Definição

epilepsia = “ser apanhado de surpresa” ou epilepsia = “ser apanhado de surpresa” ou “condição de tornar-se dominado”“condição de tornar-se dominado”

São caracterizadas por crises espontâneas e São caracterizadas por crises espontâneas e recorrentes, convulsivas ou não-convulsivas, que recorrentes, convulsivas ou não-convulsivas, que são causadas por descargas parciais ou são causadas por descargas parciais ou generalizadas no cérebrogeneralizadas no cérebro

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Problema de saúde pública que não Problema de saúde pública que não encontra barreiras geográficas, étnicas, de encontra barreiras geográficas, étnicas, de gênero ou faixa etária.gênero ou faixa etária.

Epilepsia - Epidemiologia

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Epilepsia - Epidemiologia

Afeta 1% da população mundial (60 Afeta 1% da população mundial (60 milhões de pessoas)milhões de pessoas)

Países desenvolvidos: incidência 20 a 70 Países desenvolvidos: incidência 20 a 70 por 100 mil pessoas por ano – prevalência por 100 mil pessoas por ano – prevalência de 0,5%de 0,5%

Países em desenvolvimento: prevalência de Países em desenvolvimento: prevalência de 1,5 a 2%1,5 a 2%

Relação homem/mulher 1,5:1 (EUA)Relação homem/mulher 1,5:1 (EUA)

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Epilepsia - Epidemiologia

No Brasil há poucos estudosNo Brasil há poucos estudos

epidemiológicos confiáveis.epidemiológicos confiáveis.

Se considerarmos hipoteticamente a Se considerarmos hipoteticamente a prevalência da epilepsia como sendo igual prevalência da epilepsia como sendo igual à descrita na cidade de porto alegre à descrita na cidade de porto alegre teríamos um número próximo a 2 milhões teríamos um número próximo a 2 milhões e 500 mil pessoas – valor 3x maior que o e 500 mil pessoas – valor 3x maior que o dos países desenvolvidos.dos países desenvolvidos.

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Epilepsia - EpidemiologiaTabela 2. Prevalência da epilepsia acumulada,

considerando-se as faixas etárias*

Faixa etária Prevalência

(anos) 1000/hab. IC 95%

0 a 4 4,9 3,9 - 6,0

5 a 14 11,7 10,0 - 13,3

15 a 64 20,3 18,2 - 24,4

65 ou mais 32,8 30,1 - 35,4

Total 18,6 16,6 - 20,6

*, valor-p < 0,0001

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Epilepsia - Epidemiologia

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A crise epiléptica é causada por descargas elétricas A crise epiléptica é causada por descargas elétricas anormais excessivas e transitórias das células anormais excessivas e transitórias das células nervosas, resultante de correntes elétricas que são nervosas, resultante de correntes elétricas que são fruto da movimentação iônica através da fruto da movimentação iônica através da membrana celular.membrana celular.

Crises epilépticas podem ser sintomas comuns de Crises epilépticas podem ser sintomas comuns de doenças neurológicas agudas (ex. TCE, doenças doenças neurológicas agudas (ex. TCE, doenças cerebrovasculares, etc.) ou clínicas (anóxia, estado cerebrovasculares, etc.) ou clínicas (anóxia, estado hipoglicêmico, insuficiência renal e hepática), e hipoglicêmico, insuficiência renal e hepática), e nestas circunstâncias, não se denomina epilepsia.nestas circunstâncias, não se denomina epilepsia.

Epilepsia - Conceitos Fisiopatológicos

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As descargas são resultantes de As descargas são resultantes de hiperatividade dos neurônios e circuitos hiperatividade dos neurônios e circuitos cerebraiscerebrais

Os sintomas particulares produzidos Os sintomas particulares produzidos dependem da função da região cerebral dependem da função da região cerebral afetada pela descargaafetada pela descarga

Epilepsia – Conceitos Fisiopatológicos

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Epilepsia - Etiologia

Três fatores causais podem estar envolvidos: Três fatores causais podem estar envolvidos: 1.1. Predisposição individualPredisposição individual2.2. Presença de lesão epileptogênica cerebralPresença de lesão epileptogênica cerebral3.3. Alterações bioquímicas e elétricas cerebraisAlterações bioquímicas e elétricas cerebrais

Dentre tais fatores as principais causas observadasDentre tais fatores as principais causas observadasforam: fatores genéticos e perinatais, distúrbios do foram: fatores genéticos e perinatais, distúrbios do desenvolvimento, doenças infecciosas, fatores tóxicos, desenvolvimento, doenças infecciosas, fatores tóxicos, traumas ou agentes físicos, distúrbio vasculares, traumas ou agentes físicos, distúrbio vasculares, metabólicos e nutricionais, doenças degenerativas e metabólicos e nutricionais, doenças degenerativas e hereditáriashereditárias

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Epilepsia - Fisiologia

Glutamato (ácido glutâmico): O glutamato Glutamato (ácido glutâmico): O glutamato parece ser o neurotransmissor excitatório parece ser o neurotransmissor excitatório primário do cérebro; seus receptores podem primário do cérebro; seus receptores podem ser encontrados na superfície de virtualmente ser encontrados na superfície de virtualmente todos os neurônios. Curiosamente, o todos os neurônios. Curiosamente, o glutamato é também o precursor do maior glutamato é também o precursor do maior neurotransmissor inibitório, o GABA.neurotransmissor inibitório, o GABA.

O glutamato desempenha um importante O glutamato desempenha um importante papel nas funções cognitivas (hipocampo e papel nas funções cognitivas (hipocampo e córtex), funções motoras, funções do córtex), funções motoras, funções do cerebelo e funções sensoriais.cerebelo e funções sensoriais.

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Epilepsia - Fisiologia

GABA (ácido gama-amino butírico): O GABA GABA (ácido gama-amino butírico): O GABA é o maior neurotransmissor inibitório e é é o maior neurotransmissor inibitório e é encontrado em altas concentrações no encontrado em altas concentrações no cérebro e na medula espinhal. cérebro e na medula espinhal.

Dois tipos de receptores GABA são Dois tipos de receptores GABA são encontrados: GABA-A e GABA-B.encontrados: GABA-A e GABA-B.

Receptores GABA-A são encontrados no Receptores GABA-A são encontrados no córtex cerebral, hipocampo e cerebelo. A córtex cerebral, hipocampo e cerebelo. A ativação dos receptores GABA-B na ativação dos receptores GABA-B na amídgala é associada com a amídgala é associada com a desestabilização da membrana.desestabilização da membrana.

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Epilepsia - Patogenia

As crises podem ser ocasionadas por:As crises podem ser ocasionadas por: Excesso de excitação mediada principalmente pelo Excesso de excitação mediada principalmente pelo

GlutamatoGlutamato Falta de inibição mediada principalmente pelo Falta de inibição mediada principalmente pelo

GABAGABA Neurônios que mostram padrões “epilépticos” de Neurônios que mostram padrões “epilépticos” de

comportamento, os impulsos sinápticos ordinários comportamento, os impulsos sinápticos ordinários podem desencadear respostas exageradas ou podem desencadear respostas exageradas ou patologicamente amplificadaspatologicamente amplificadas

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Epilepsia - Patogenia

Não está bem esclarecida a anomalia neuronal básica Não está bem esclarecida a anomalia neuronal básica da epilepsia. Em geral, a excitação tende a da epilepsia. Em geral, a excitação tende a disseminar-se por uma rede de neurônios disseminar-se por uma rede de neurônios interconectados, o que, em pessoas saudáveis, não interconectados, o que, em pessoas saudáveis, não pode acontecer por causa de mecanismos inibitórios. pode acontecer por causa de mecanismos inibitórios.

Assim, a epileptogênese pode surgir Assim, a epileptogênese pode surgir se a transmissão excitatória é se a transmissão excitatória é facilitada ou a transmissão inibitória facilitada ou a transmissão inibitória é reduzida. é reduzida.

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Epilepsia – As contrações

Convulsões com aumento da contração:Convulsões com aumento da contração: TônicaTônica: contração muscular mantida com : contração muscular mantida com

duração de poucos segundos a minutosduração de poucos segundos a minutos Clônicaa: cada contração é seguida de : cada contração é seguida de

relaxamento, originando abalos musculares relaxamento, originando abalos musculares sucessivossucessivos

Mioclônica:: contrações musculares muito contrações musculares muito breves semelhantes a choquesbreves semelhantes a choques

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Epilepsia – As contrações

Convulsões com diminuição da contração:Convulsões com diminuição da contração: Mioclonias negativas e crises atônicas: Mioclonias negativas e crises atônicas:

perda ou diminuição do tônus muscular por perda ou diminuição do tônus muscular por dois ou mais segundosdois ou mais segundos

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Epilepsia – Classificação OMS

A OMS classifica as crises de acordo com oA OMS classifica as crises de acordo com o

local do cérebro onde elas se iniciam:local do cérebro onde elas se iniciam: FocaisFocais Generalizadas Generalizadas MistasMistas

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Epilepsia – ConvulsãoClassificação e Manifestações Clínicas

1. Convulsões Parciais (Focais)1. Convulsões Parciais (Focais)

A. Convulsões Parciais SimplesA. Convulsões Parciais Simples

• • sem comprometimento da consciênciasem comprometimento da consciência

• • com sinais motores (incluindo jacksoniana, versiva com sinais motores (incluindo jacksoniana, versiva e postural)e postural)

• • com sintomas sensitivos (visual, somatossensitivo, com sintomas sensitivos (visual, somatossensitivo, auditivo e olfativo)auditivo e olfativo)

• • com sintomas psíquicos (incluindo disfasia, com sintomas psíquicos (incluindo disfasia, alucinatórios e alterações afetivas)alucinatórios e alterações afetivas)

• • com sintomas autonômicoscom sintomas autonômicos

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Epilepsia – ConvulsãoClassificação e Manifestações Clínicas

A característica jacksoniana indica que o foco epileptogênico é no córtex motor, assim as crises consistem de espasmos repetitivos de um grupo muscular em particular, pode haver disseminação da descarga no cérebro envolvendo todo o corpo (perda de controle voluntário das partes afetadas, mas não a consciência)

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Epilepsia – Convulsão Classificação e Manifestações Clínicas

B. Convulsões Parciais ComplexasB. Convulsões Parciais Complexas• • início como parcial simples seguido por início como parcial simples seguido por

comprometimento da consciênciacomprometimento da consciência• • com comprometimento da consciência desde o com comprometimento da consciência desde o

inícioinício• • com automatismoscom automatismos

C. Convulsões Parciais evoluindo secundariamente C. Convulsões Parciais evoluindo secundariamente para Convulsões Generalizadaspara Convulsões Generalizadas

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Epilepsia – Convulsão Classificação e Manifestações Clínicas

2. Convulsões Generalizadas de origem 2. Convulsões Generalizadas de origem não-focalnão-focal

A. Convulsões tipo ausênciaA. Convulsões tipo ausênciaB. Convulsões mioclônicas; abalos B. Convulsões mioclônicas; abalos

mioclônicosmioclônicosC. Convulsões tônico-clônicasC. Convulsões tônico-clônicasD. Convulsões tônicasD. Convulsões tônicasE. Convulsões atônicasE. Convulsões atônicas

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Epilepsia – Síndromes Epilépticas – Classificação

I. Síndromes Epilépticas Idiopáticas I. Síndromes Epilépticas Idiopáticas Focais ou Generalizadas Focais ou Generalizadas

A.A. Convulsões Neonatais BenignasConvulsões Neonatais BenignasB.B. Epilepsia parcial benigna da infânciaEpilepsia parcial benigna da infânciaC.C. Epilepsia do tipo ausência da infânciaEpilepsia do tipo ausência da infânciaD.D. Epilepsia mioclônica juvenilEpilepsia mioclônica juvenilE.E. Epilepsia idiopática não especificada em Epilepsia idiopática não especificada em

outras partesoutras partes

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Epilepsia – Síndromes Epilépticas – Classificação

II. Síndromes Epilépticas Sintomáticas (Focais ou II. Síndromes Epilépticas Sintomáticas (Focais ou Generalizadas)Generalizadas)

A.A. Síndrome de West (espasmos infantis)Síndrome de West (espasmos infantis)B.B. Síndrome de Lenox-GastautSíndrome de Lenox-GastautC.C. Epilepsia parcial contínuaEpilepsia parcial contínuaD.D. Epilepsia do lobo temporalEpilepsia do lobo temporalE.E. Epilepsia do lobo frontalEpilepsia do lobo frontalF.F. Epilepsia pós-traumáticaEpilepsia pós-traumáticaG.G. Outras epilepsias sintomáticas não especificadas em Outras epilepsias sintomáticas não especificadas em

outras partesoutras partes

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Epilepsia – Síndromes Epilépticas – Classificação

III. Outras Síndromes Epilépticas de III. Outras Síndromes Epilépticas de classificação incerta ou mistaclassificação incerta ou mista

A.A. Convulsões neonataisConvulsões neonataisB.B. Convulsões febrisConvulsões febrisC.C. Epilepsia reflexaEpilepsia reflexaD.D. Estado epiléptico não-convulsivo do Estado epiléptico não-convulsivo do

adultoadultoE.E. Outras não especificadasOutras não especificadas

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Epilepsia – Características Semiológicas – Lobo Temporal

Os lobos temporais estão relacionados à memória, à audição, ao processamento e percepção de informações sonoras e à capacidade de entender a linguagem. Esse lobo também está relacionado ao processamento visual de ordem superior.

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Epilepsia – Características Semiológicas – Lobo Temporal

I. Crise focal do LOBO TEMPORALI. Crise focal do LOBO TEMPORAL Mais freqüente do adulto – 60% das epilepsias Mais freqüente do adulto – 60% das epilepsias

focaisfocais Seqüência de eventos relativamente fixa:Seqüência de eventos relativamente fixa:1.1. Fenômeno sensorial consciente (aura)Fenômeno sensorial consciente (aura)2.2. Reação de parada e fixação do olharReação de parada e fixação do olhar3.3. Automatismos simples e alterações motoras Automatismos simples e alterações motoras

colateraiscolaterais4.4. Automatismos complexos ou generalização Automatismos complexos ou generalização

secundáriasecundária

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Epilepsia – Características Semiológicas – Lobo Temporal

I. Crise focal do LOBO TEMPORAL – porção I. Crise focal do LOBO TEMPORAL – porção médio basal: amígdala e hipocampomédio basal: amígdala e hipocampo

Sensações viscerais, sensação epigástrica Sensações viscerais, sensação epigástrica ascendente, mal-estar de difícil caracterização na ascendente, mal-estar de difícil caracterização na região retro-esternalregião retro-esternal

Sintomas autonômicos: midríase, palidez, Sintomas autonômicos: midríase, palidez, sudorese e taquicardiasudorese e taquicardia

Sintomas psíquicos: manifestações disfásicas, Sintomas psíquicos: manifestações disfásicas, dismnésticas ou afetivas (medo e raiva)dismnésticas ou afetivas (medo e raiva)

Alucinações e ilusões olfatóriasAlucinações e ilusões olfatórias

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Epilepsia – Características Semiológicas – Lobo Frontal

Lobo frontalLobo frontal: O lobo frontal abriga a : O lobo frontal abriga a área motora (responsável pelas área motora (responsável pelas instruções nos movimentos), instruções nos movimentos), responsável pelo planejamento e responsável pelo planejamento e execução do atos motores voluntários. execução do atos motores voluntários. Ademais, a área responsável pela Ademais, a área responsável pela produção da fala está localizada no giro produção da fala está localizada no giro frontal inferior, no hemisfério que é frontal inferior, no hemisfério que é dominante para a linguagem (quase dominante para a linguagem (quase sempre o hemisfério esquerdo). sempre o hemisfério esquerdo). A faculdade de planejamento, A faculdade de planejamento, representação mental do mundo representação mental do mundo externo, comportamento emocional e externo, comportamento emocional e personalidade também são atribuídos personalidade também são atribuídos aos lobos frontais.aos lobos frontais.

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Epilepsia – Características Semiológicas – Lobo Frontal

I. Crise focal do LOBO FRONTALI. Crise focal do LOBO FRONTAL Tipo predominante de epilepsia extra-Tipo predominante de epilepsia extra-

temporais – 20 a 30% das epilepsia focaistemporais – 20 a 30% das epilepsia focais Auras epigástricas são raras diferentemente do Auras epigástricas são raras diferentemente do

lobo temporallobo temporal As auras mais comuns são sensações cefálicas As auras mais comuns são sensações cefálicas

como opressão, constrição frontal, cefaléia e como opressão, constrição frontal, cefaléia e sensação de choque elétrico na cabeçasensação de choque elétrico na cabeça

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Epilepsia – Características Semiológicas

I. Crise focal do LOBO FRONTALI. Crise focal do LOBO FRONTAL Pelas suas particularidades foi individualizada como uma Pelas suas particularidades foi individualizada como uma

Síndrome Clínica:Síndrome Clínica:1.1. Início e término abruptoInício e término abrupto2.2. Auras não específicasAuras não específicas3.3. Duração curtaDuração curta4.4. Ocorrência freqüente (várias vezes no dia/noite)Ocorrência freqüente (várias vezes no dia/noite)5.5. Confusão pós-crise breveConfusão pós-crise breve6.6. Presença de automatismos motores importantes como Presença de automatismos motores importantes como

debater-se, atirar-se, balançar, chutar, acompanhada de debater-se, atirar-se, balançar, chutar, acompanhada de emissão de grunhidos e gemidosemissão de grunhidos e gemidos

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Epilepsia – Características Semiológicas

I. Crise focal do LOBO FRONTALI. Crise focal do LOBO FRONTAL Alguns pacientes podem exibir Alguns pacientes podem exibir

automatismos sexuais agressivos, com automatismos sexuais agressivos, com impulsão pélvica e manipulação genitalimpulsão pélvica e manipulação genital

Devido as suas características um tanto Devido as suas características um tanto quanto estranhas, as crises do lobo frontal quanto estranhas, as crises do lobo frontal podem ser mal interpretadas como crises podem ser mal interpretadas como crises pseudoepilépticaspseudoepilépticas

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Epilepsia – Características Semiológicas – Lobos Parietal e Occipital

Lobo parietalLobo parietal: Esse lobo está envolvido no : Esse lobo está envolvido no processamento dos sinais que vêm das processamento dos sinais que vêm das sensações. A informação visual oriunda do sensações. A informação visual oriunda do lobo occipital atinge o córtex parietal de lobo occipital atinge o córtex parietal de associação e também o lobo frontal e o associação e também o lobo frontal e o mesmo auxilia na orientação visual dos mesmo auxilia na orientação visual dos movimentos voluntários.movimentos voluntários.

Lobo occipitalLobo occipital: Os lobos occipitais são : Os lobos occipitais são especializados nos processos intrincados da especializados nos processos intrincados da visão. Os campos oculares occipitais afetam visão. Os campos oculares occipitais afetam os movimentos dos olhos, controlando os os movimentos dos olhos, controlando os movimentos convergentes, constrição e movimentos convergentes, constrição e acomodação pupilares.acomodação pupilares.

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Epilepsia – Características Semiológicas – Lobos Parietal e Occipital

I. Crise focal dos LOBOS PARIETAL e I. Crise focal dos LOBOS PARIETAL e OCCIPITALOCCIPITAL

Consideravelmente mais raras sendo as crises Consideravelmente mais raras sendo as crises somatossensíveis 1,4% e do lobo occipital 8%somatossensíveis 1,4% e do lobo occipital 8%

Como estes dois lobos são envolvidos com Como estes dois lobos são envolvidos com funções sensoriais, as manifestações clínicas são funções sensoriais, as manifestações clínicas são sensações subjetivas – porém, quando presentes sensações subjetivas – porém, quando presentes são sintomas suficientemente fortes para sugerir são sintomas suficientemente fortes para sugerir localização no córtex posteriorlocalização no córtex posterior

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Epilepsia – Características Semiológicas

Crises do LOBO PARIETALCrises do LOBO PARIETAL - Sensações parestésicas ou disestésicas, - Sensações parestésicas ou disestésicas,

principalmente da face e do braço, seguida de principalmente da face e do braço, seguida de fenômenos motores nos membros envolvidos.fenômenos motores nos membros envolvidos.

- Crises visuais com alucinações elementares Crises visuais com alucinações elementares (luzes ou cores)(luzes ou cores)

- Alucinações complexas como cenas, pessoas e Alucinações complexas como cenas, pessoas e animais seguida de versão lenta dos olhos e cabeça animais seguida de versão lenta dos olhos e cabeça no sentido de acompanhar o movimento da no sentido de acompanhar o movimento da imagem. imagem.

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Epilepsia - Diagnóstico

Ocorrência de 2 ou mais crises epilépticas nos Ocorrência de 2 ou mais crises epilépticas nos últimos 12 meses com intervalo assintomático e semúltimos 12 meses com intervalo assintomático e semevidências de insultos como febre, ingestão de evidências de insultos como febre, ingestão de álcool, intoxicação por drogas, abstinência, álcool, intoxicação por drogas, abstinência,

meningite,meningite,etc.etc.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a Epilepsia é uma doença crônica que se diagnosticaa Epilepsia é uma doença crônica que se diagnosticaapós duas ou mais crises epilépticas com tendência aapós duas ou mais crises epilépticas com tendência aser recorrente.ser recorrente.

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Epilepsia - Diagnóstico AnamneseAnamnese: descrição pormenorizada das crise pelo : descrição pormenorizada das crise pelo

paciente ou testemunha. paciente ou testemunha. - descrição dos sintomas iniciais (aura ou crise parcial)- descrição dos sintomas iniciais (aura ou crise parcial) - manifestações durante a crise: movimentos involuntários, - manifestações durante a crise: movimentos involuntários,

movimentos oculares, alteração da consciência, liberação movimentos oculares, alteração da consciência, liberação esfincteriana, apnéia, cianose, quedas, mudança de esfincteriana, apnéia, cianose, quedas, mudança de comportamento, confusão mental, mordedura de língua ou comportamento, confusão mental, mordedura de língua ou traumatismos, apatia, distúrbio da linguagem, de humor, traumatismos, apatia, distúrbio da linguagem, de humor, cefaléia.cefaléia.

* * Lembrar que o diagnóstico da Lembrar que o diagnóstico da epilepsia é clínico-presuntivo, epilepsia é clínico-presuntivo, isto é, baseado na descrição isto é, baseado na descrição fenomenológica dos episódios.fenomenológica dos episódios.

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Epilepsia - EEG

Os achados do EEG são importantes para Os achados do EEG são importantes para estabelecer o diagnóstico da epilepsia, ajudar no estabelecer o diagnóstico da epilepsia, ajudar no diagnóstico diferencial entre epilepsias diagnóstico diferencial entre epilepsias generalizadas e focais, revelar padrões generalizadas e focais, revelar padrões característicos que apontam para determinada crise característicos que apontam para determinada crise epiléptica e monitorar a evolução do tratamento epiléptica e monitorar a evolução do tratamento medicamentosomedicamentoso

Cerca de 30 a 40% das pessoas com epilepsia Cerca de 30 a 40% das pessoas com epilepsia apresentam o primeiro registro de EEG normal em apresentam o primeiro registro de EEG normal em vigíliavigília

** Contudo, o diagnóstico da epilepsia é ** Contudo, o diagnóstico da epilepsia é clínico e não eletroencefalográfico. clínico e não eletroencefalográfico.

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Epilepsia - EEG

Normal Ataque Parcial Simples Ataque Severo

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Epilepsia - EEG

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Epilepsia – Primeiros Socorros

A crise tônico-clônica (grande mal) é A crise tônico-clônica (grande mal) é frequentemente a mais dramática e frequentemente a mais dramática e atemorizante, mas é importante ter em atemorizante, mas é importante ter em mente que a pessoa em crise está mente que a pessoa em crise está inconsciente e não sente dor. inconsciente e não sente dor. A crise usualmente dura poucos A crise usualmente dura poucos minutos e não há necessidade de cuidado minutos e não há necessidade de cuidado médico. médico.

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Epilepsia – Primeiros Socorros Os seguintes procedimentos simples podem ser usados:Os seguintes procedimentos simples podem ser usados:1)1) Fique calmo. Você não pode parar uma crise, deixe que ela Fique calmo. Você não pode parar uma crise, deixe que ela

siga seu curso, não tente reanimar a pessoa;siga seu curso, não tente reanimar a pessoa;2)2) Coloque a pessoa no chão e afrouxe sua roupa;Coloque a pessoa no chão e afrouxe sua roupa;3)3) Tente remover quaisquer objetos que possam machucar a Tente remover quaisquer objetos que possam machucar a

pessoa. Pode ser necessário colocar algo macio sob sua pessoa. Pode ser necessário colocar algo macio sob sua cabeça;cabeça;

4)4) Vire a pessoa de lado para que a saliva possa sair mais Vire a pessoa de lado para que a saliva possa sair mais facilmente da boca;facilmente da boca;

5)5) Não ponha nada na boca da pessoa;Não ponha nada na boca da pessoa;

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Epilepsia – Primeiros Socorros

6) Após a crise deixe a pessoa descansar ou dormir, se 6) Após a crise deixe a pessoa descansar ou dormir, se necessário;necessário;

7) Após descansar, a maioria das pessoas recupera-se 7) Após descansar, a maioria das pessoas recupera-se completamente. Caso contrário acompanhe-a até sua casa;completamente. Caso contrário acompanhe-a até sua casa;

8) No caso de uma criança em crise contate um familiar ou 8) No caso de uma criança em crise contate um familiar ou policial;policial;

9) Se a pessoa apresenta uma série de convulsões sem 9) Se a pessoa apresenta uma série de convulsões sem recuperar a consciência entre elas ou uma convulsão que recuperar a consciência entre elas ou uma convulsão que dure mais de dez minutos procure imediatamente socorro dure mais de dez minutos procure imediatamente socorro médico.médico.

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Epilepsia – Primeiros Socorros

Nas crises parciais complexas:Nas crises parciais complexas:

1)1) Não restrinja a pessoa, proteja-a Não restrinja a pessoa, proteja-a removendo objetos perigosos;removendo objetos perigosos;

2)2) Se ocorrer perambulação fique com a Se ocorrer perambulação fique com a pessoa e fale calmamente.pessoa e fale calmamente.

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Epilepsia – Tratamento Medicamentoso

Antiepilépticos = AnticonvulsivantesAntiepilépticos = Anticonvulsivantes - Amplamente eficazes em controlar as convulsões - Amplamente eficazes em controlar as convulsões

em 50 - 80% dos pacientesem 50 - 80% dos pacientes- De 40 milhões de pessoas com epilepsia no De 40 milhões de pessoas com epilepsia no

mundo, 32 milhões estão sem nenhum tipo de mundo, 32 milhões estão sem nenhum tipo de tratamento, devido a inexistência do serviço ou tratamento, devido a inexistência do serviço ou porque a epilepsia ainda não é encarada como um porque a epilepsia ainda não é encarada como um distúrbio cerebral tratável.distúrbio cerebral tratável.

- A epilepsia crônica não tratada pode causar sérias A epilepsia crônica não tratada pode causar sérias consequências físicas, psicológicas e sociais consequências físicas, psicológicas e sociais

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Epilepsia – Tratamento Medicamentoso

A primeira questão com relação ao tratamento é a A primeira questão com relação ao tratamento é a de quando instituir a medicação antiepiléptica cuja de quando instituir a medicação antiepiléptica cuja ação é sintomática, impedindo a recorrência de ação é sintomática, impedindo a recorrência de crises.crises.

É preciso tratar todo indivíduo que É preciso tratar todo indivíduo que tenha risco de apresentar outra tenha risco de apresentar outra

crise sem tratamento.crise sem tratamento.

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Epilepsia – Tratamento Medicamentoso

20 – 70% das pessoas com uma crise tônico-clônica 20 – 70% das pessoas com uma crise tônico-clônica generalizada espontânea, nunca apresentarão outras generalizada espontânea, nunca apresentarão outras crises e assim, não devem ser tratadas.crises e assim, não devem ser tratadas.

Entretanto, após uma segunda crise Entretanto, após uma segunda crise espontânea a chance de recorrência é espontânea a chance de recorrência é de mais de 70 %, fazendo-se de mais de 70 %, fazendo-se necessária o introdução do necessária o introdução do tratamento medicamentoso.tratamento medicamentoso.

A escolha da droga antiepiléptica é feita de acordo A escolha da droga antiepiléptica é feita de acordo com o tipo de crise, eficácia e efeitos colaterais.com o tipo de crise, eficácia e efeitos colaterais.

Sempre que possível, é preferível que seja utilizada a Sempre que possível, é preferível que seja utilizada a monoterapiamonoterapia..

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Epilepsia – TratamentoMedicamentoso

Fármacos Antiepilépticos – 3 principais Fármacos Antiepilépticos – 3 principais mecanismos de ação:mecanismos de ação:

1 - Potencialização da ação do GABA1 - Potencialização da ação do GABA

2 - Inibição da função dos canais de sódio2 - Inibição da função dos canais de sódio

3 - Inibição da função dos canais de cálcio3 - Inibição da função dos canais de cálcio

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Epilepsia – Tratamento Medicamentoso

1- Potencialização da ação do GABA1- Potencialização da ação do GABAFENOBARBITALFENOBARBITALBENZODIAZEPÍNICOSBENZODIAZEPÍNICOS Potencializam a ativação dos receptores Potencializam a ativação dos receptores

GABA, facilitando assim a abertura dos GABA, facilitando assim a abertura dos canais de cloretocanais de cloreto por eles mediada, por eles mediada, caracterizando seu caráter inibitório na caracterizando seu caráter inibitório na transmissão do impulsotransmissão do impulso

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Epilepsia –Tratamento medicamentoso

2- Inibição da função do canal de sódio2- Inibição da função do canal de sódioFENITOÍNA VALPROATOFENITOÍNA VALPROATOCARBAMAZEPINA LAMOTRIGINACARBAMAZEPINA LAMOTRIGINA Afetam a excitabilidade da membrana por uma ação sobre Afetam a excitabilidade da membrana por uma ação sobre

os os canais de sódiocanais de sódio dependentes da voltagem, que carreiam dependentes da voltagem, que carreiam a corrente de entrada necessária para a geração de um a corrente de entrada necessária para a geração de um potencial de açãopotencial de ação

Bloqueiam a excitação das células que estão disparando Bloqueiam a excitação das células que estão disparando repetitivamente o impulso, como no ataque epiléptico, e repetitivamente o impulso, como no ataque epiléptico, e quanto maior a frequência de disparo, maior o bloqueio quanto maior a frequência de disparo, maior o bloqueio produzido.produzido.

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Epilepsia – Tratamento Medicamentoso

3- Inibição dos canais de cálcio3- Inibição dos canais de cálcio

ETOSSUXIMIDAETOSSUXIMIDA Bloqueia especificamente o Bloqueia especificamente o canal de cálciocanal de cálcio

do tipo T, cuja ativação acredita-se do tipo T, cuja ativação acredita-se desempenhar um papel na descarga rítmica desempenhar um papel na descarga rítmica associada com as associada com as crises de ausênciacrises de ausência

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Epilepsia – Tratamento medicamentosoEFETIVIDADE

DAE- DROGAS ANTIEPILÉPTICAS

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Epilepsia - Prognóstico Definido como a probabilidade de o paciente entrar em um Definido como a probabilidade de o paciente entrar em um

período de remissão das crises. período de remissão das crises. Remissão completa das crises é a meta principal tanto para Remissão completa das crises é a meta principal tanto para o paciente como para o médico.o paciente como para o médico.

Fatores que influenciam o prognóstico:Fatores que influenciam o prognóstico:- tipo de epilepsia- tipo de epilepsia- etiologia- etiologia- tipo de crises- tipo de crises- tempo de diagnóstico.- tempo de diagnóstico. Cerca de 50 a 70 % dos pacientes evoluem Cerca de 50 a 70 % dos pacientes evoluem

para um bom prognóstico, com remissão total para um bom prognóstico, com remissão total das crises.das crises.

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“9 DE SETEMBRO”DIA NACIONAL DA

EPILEPSIA

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“Quem não sabe o quer procura, não sabe o que fazer com aquilo que encontra.”

Sir Willian Osler