entrevista ricardo carvalho faz um verdadeiro alerta sobre
TRANSCRIPT
como não acumular equívocos ao abrir uma empresa
gestão
guia de gestão
tecnologia
Foco no relacionamento
com fornecedores
a onda dos tablets invade
o mercado
bens&seRViÇosRevista da Federação do comércio de Bens e de serviços do estado do Rio grande do sul – número 75 / JulHo 2011
F e
c o
m é
r c
i o
- r
Sentrevista ricardo carvalho Faz um verdadeiro alerta sobre o meio ambiente
EXPE
DIEN
TE
Publicação mensal do sistema Fecomércio-rs Federação do comércio de bens e de serviços do estado do rio Grande do sul
Rua Alberto Bins, 665 – 11º andar – Centro CEP 90030-142 – Porto Alegre/RS – BrasilFone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]
Presidente: Zildo De Marchi
vice-Presidentes: Luiz Carlos Bohn, Ronaldo Netto Sielichow, Levino Luiz Crestani, Luiz Antônio Baptistella, Jorge Ludwig Wagner, Antônio Trevisan, André Luiz Roncatto, Arno Gleisner, Cezar Augusto Gehm, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi, Itamar Tadeu Barboza da Silva, Ivanir Antônio Gasparin, Joel Vieira Dadda, Leonardo Ely Schreiner, Leonides Freddi, Luiz Caldas Milano, Moacyr Schukster, Nelson Lídio Nunes, Olmar João Pletsch, Olmiro Lautert Walendorff, Julio Ricardo Andriguetto Mottin, Alécio Lângaro Ughini, Ibrahim Muhd Ahmad Mahmud, Renzo Antonioli, João Oscar Aurélio, Maria Cecília Pozza, Manuel Suarez Cacheiro, Joarez Miguel Venço, Ivo José Zaffari, João Francisco Micelli Vieira
diretores: Adair Umberto Mussoi, Ary Costa de Souza, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio Müller, Cladir Olimpio Bono, Darci Alves Pereira, Edson Luis da Cunha, Edison Elyr dos Santos, Élvio Renato Ranzi, Francisco Squeff Nora, Gabriel de Oliveira Souto Jr., Gerson Nunes Lopes, Gerson Jacques Müller, Hélio Berneira, Henrique José Gerhardt, Isabel Cristina Vidal Ineu, Jaime Gründler Sobrinho, Jamel Younes, Joel Carlos Köbe, Jorge Salvador, José Nivaldo da Rosa, Jovino Antônio Demari, Liones Oliveira Bitencourt, Luís Alberto Ribeiro de Castro, Luiz Carlos Dallepiane, Luiz Henrique Hartmann, Marco Aurélio Ferreira, Marcos André Mallmann, Marice Fronchetti Guidugli, Milton Gomes Ribeiro, Paulo Roberto Kopschina, Paulo Renato Beck, Rogério Fonseca, Rui Antônio dos Santos, Sérgio José Abreu Neves, Sueli Lurdes Morandini Marini, Tien Fu Liu, Túlio Luis Barbosa de Souza, Walter Seewald, Zalmir Francisco Fava. Diretores Suplentes: Airton Floriani, Alexandre Carvalho Acosta, André Luis Kaercher Piccoli, Antonio Clóvis Kappaun, Arlindo Marcos Barizon, Carmen Zoleike Flores Inácio, Clobes Zucolotto, Daniel Miguelito de Lima, Dinah Knack, Eduardo Vilela Neves, Eider Vieira Silveira, Ernesto Alberto Kochhann, Everton Barth dos Santos, Francisco Amaral, Gilberto José Cremonese, Gilmar Tadeu Bazanella, Hildo Luiz Cossio, Janaína Kalata das Neves, Jair Luiz Guadagnin, Jarbas Luff Knorr, João Antonio Harb Gobbo, Jorge Alfredo Dockhorn, José Joaquim Godinho Cordenonsi, José Vilásio Figueiredo, José Vagner Martins Nunes, Juares dos Santos Martins, Jurema Pesente e Silva, Ladir Nicheli, Luiz Alberto Rigo, Luiz Carlos Brum, Marcus Luis Rocha Farias, Miguel Francisco Cieslik, Paulo Ganzer, Ramão Duarte de Souza Pereira, Régis Luiz Feldmann, Ricardo Pedro Klein, Romeu Maurício Benetti, Silvio Henrique Frohlich, Susana Gladys Coward Fogliatto, Valdir Appelt.
conselho Fiscal
titulares: Rudolfo José Müssnich, Erselino Achylles Zottis, Fábio Norberto Emmel. suplentes: Luiz Roque Schwertner, Nelson Keiber Faleiro, Gilda Lúcia Zandoná.
deleGados rePresentantes cnc: Titulares: Zildo De Marchi, Moacyr Schukster. Suplentes: Luiz Carlos Bohn e Ivo José Zaffari.
conselho editorial: Júlio Ricardo Andriguetto Mottin, Luiz Carlos Bohn e Zildo De Marchi.
assessoria de comunicação: Aline Guterres, Camila Barth, Caroline Santos, Catiúcia Ruas, Fernanda Borba, Fernanda Romagnoli, Graciele Garcia, Liziane de Castro, Simone Barañano e Sinara Oliveira.
coordenação editorial: Camila Barth (interina)
edição: Fernanda Reche (MTb 9474)
rePortaGem: Francine Desoux, Luísa Kalil e Patrícia Campello
colaboração: Caroline Corso, Carlos Dranger, Edgar Vasques, Priscilla Buais e Silvia Alambert
edição de arte: Silvio Ribeiro revisão: Flávio Dotti Cesa
tiraGem: 25,5 mil exemplares
É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte.Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.
Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC (Forest
Stewardship Council), que garante o manejo social, ambiental e
economicamente adequado da matéria-prima florestal.
imPressão: Pallotti
sumárIo
opinião
agenda 06palavra do presidente 07notícias & negócios 08sustentabilidade 12guia de gestão 14
17entrevista 18exterior 24gestão 26saiba mais 32produto 34tecnologia
certificação 38personalidade
sesc
senac 42turismo 44visão tributária 46glossário
mais & menos
47
50
visão trabalhista
negócios
48
49
36
3940
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75
&sErVIÇosbens
0514guia de gestão
Parceria nas duas Pontas da cadeia
A importância em manter um bom
relacionamento com fornecedores para o
desenvolvimento do negócio
36
vem aí o natal dos tablets
De que forma a nova tecnologia deve atingir o mercado
nacional até o final do ano e como ele pode contribuir
na rotina empresarial tecnologia
18sobre a mudança de atitude
Especialista em sustentabilidade e meio ambiente, o jornalista
Ricardo Carvalho faz um relato sobre mudanças climáticas e dá
dicas sobre pequenas atitudes que fazem a diferença entrevista
26como não acumular
equívocosEntenda os principais erros dos empresários
gaúchos no início de um empreendimento.
Saiba como é fácil evitá-los
Gestão
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 7506A G E N D A julho / agosto
16/07aula inaugural da pós-graduação
Primeira aula das especializações Go-vernança de TI, Artes visuais: cultura e criação, Educação a Distância, Educa-ção ambiental e Gestão da segurança de alimentos. Outras informações no site www.senacrs.com.br/ead.
até 13/07CiClo de palestras
Ocorre o 4º Ciclo de Palestras Senac Comunidade, no CAPS Vila Nova, em Porto Alegre. A programação completa pode ser conferida no site www.senacrs.com.br/comunidade.
18/07Workshop shiatsu
O Senac Passo d’Areia promove o workshop Shiatsu a partir das 18 horas, em Porto Alegre. Mais informações no site www.senacrs.com.br/passodareia.
de 20 a 31/07peça la perseguida
Espetáculo de clown La Perseguida, com o Teatro Vagamundo, em Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Passo Fun-do, Viadutos, Santa Cruz do Sul, Por-to Alegre, Caxias do Sul e Lajeado.
de 14/07 a 11/08saúde preventiva
A unidade Sesc de Saúde Preventiva viaja para a cidade de São Borja para a prestação de serviços gratuitos.
de 16 a 23/07MusiCal Bazófias
Pelotas, Camaquã, Uruguaiana, Porto Alegre e São Leopoldo recebem a turnê musical Bazófias, com Beto Brito (PE). Detalhes da agenda www.sesc-rs.com.br/artesesc.
de 09 a 22/07MusiCal CoM hique goMez
Acontece a turnê do espetáculo mu-sical Hique Gomez – Sua Música e Seus Personagens. A iniciativa será realizada em Gravataí, Ijuí, Carazinho, Passo Fundo, Erechim, Farroupilha, Lajeado e Santa Cruz do Sul. Outras informações no www.sesc-rs.com.br/artesesc.
de 11/07 a 02/09feliz reCeBe a odontosesC
A OdontoSesc leva os seus serviços gratuitos em odontologia para a comunidade de Feliz.
de 11/07 a 09/09odontosesC eM Morrinhos do sul
A unidade móvel da OdontoSesc chega a Morrinhos do Sul para atender os seus munícipes.
de 12 a 21/07turnê teatral
O grupo Luna Lunera, de Minas Gerais, apresenta o espetáculo Aqueles dois, nas cidades de Montenegro, Gravataí, Bento Gonçalves, Lajeado, Santa Cruz do Sul, Camaquã e Alegrete. Mais informações no site www.sesc-rs.com.br/artesesc.
de 20 a 27/07espetáCulo MusiCal
O interior do Rio Grande do Sul poderá conferir o musical Victor Hugo canta Gonzaguinha. O evento ocor-rerá em Santa Maria, Gravataí, Caxias do Sul, São Leopoldo, Montenegro e Bento Gonçalves. Informações no www.sesc-rs.com.br/artesesc.
De 07 A 20/07espetáculo teAtrAl
Turnê do espetáculo O Hóspede secreto, com Cacá Carvalho e Joana Levi, nos
municípios de Porto Alegre, Gravataí, São Leopoldo, Passo Fundo, Ijuí e Bagé.
Mais informações no site www.sesc-rs.com.br/artesesc.
rogé
rio
ortiz
/div
ulga
ção
sesC
-rs
22/07forMatura
Na ocasião, 44 alunos do Sesc Alegrete se formam no curso de Aprendizagem Comercial e Serviços Administrativos.
Palavra do Presidente
Bens
& S
ervi
ços
/ Jul
ho 2
011
/ Edi
ção
75
Zildo De Marchi Presidente do Sistema Fecomércio-RS
Divu
lgaç
ão/ F
ecom
érci
o-rS
07
Trabalho. Mais do que uma simples pa-lavra, é um ato que nos leva adiante. Trabalhar é um verbo que nos acom-panha para a vida, em tudo o que fa-zemos. Trabalhar faz parte das relações que mantemos, sejam elas familiares, afetivas ou profissionais.
Em uma empresa, é o primordial. Ainda que a tecnologia esteja em constante pro-gresso, e que cada vez mais os empreen-dedores disponham de novas ferramentas que auxiliem o dia a dia de um negócio, nada substitui a arte do trabalho.
Inaugurar um empreendimento, não importa o segmento em que atue ou seu porte, exige que o responsável pelo negócio esteja apto a trabalhar todas as questões que concernem à rotina em-presarial. Uma das mais importantes é o relacionamento com pessoas, o que en-volve tanto a equipe de colaboradores quanto os clientes.
Pesquisas de mercado, consultorias, ca-pacitação, planejamento financeiro e pessoal. Não há dúvidas de que lançar-se no mercado – e o mais difícil: man-ter-se – exige uma série de ferramentas que hoje estão muito mais acessíveis para os gaúchos que desejam empre-
ender. Sorte e confiança também são importantes, mas nada é mais concreto que o fato de que, quando se trabalha, e se tem a consciência disso, o retorno virá no seu devido tempo.
Em alguns casos pode levar mais tem-po, em outros, menos. Por isso, é cada vez mais importante lembrarmos que, associado ao trabalho, há outro fator crucial: a paixão por aquilo que se faz. Nada é mais gratificante que acordar para trabalhar por aquilo que somos apaixonados, essa é a verdadeira força que nos faz seguir em frente.
Por isso, a Fecomércio-RS orgulha-se da classe que representa, pois tem a cons-ciência de que sua força é originária da paixão de seus associados. Paixão essa que mobiliza a força empreendedora e que faz com que o trabalho seja sem-pre motivo de orgulho, de comprome-timento, e o responsável pela vontade de buscarmos sempre mais.
Aarte de trabalhar
Bens
& S
ervi
ços
/ Jul
ho 2
011
/ Edi
ção
75O Í I ST C AN &
08&
Edga
r Vas
ques
Abaixo-assinado pela simplificação fiscal no Brasil A Fecomércio-RS, junto a outras federações em-
presariais e sociedade civil, apoia o Movimento
Brasil Eficiente. A iniciativa prevê a realização de
um abaixo-assinado para solicitar a simplificação
fiscal e um melhor controle dos gastos por parte
do Governo Federal. O grupo se engajou na
defesa de um crescimento econômico sustentá-
vel prejudicado pela alta carga tributária e pela
ausência de uma gestão adequada das receitas
arrecadadas pelos órgãos públicos. Tal inefici-
ência assola diferentes áreas, como educação,
saúde e infraestrutura. O documento, criado em
março, pode ser assinado no link www.abaixoas-
sinado.org/abaixoassinados/8425 e já conta com
mais de 5,2 mil assinaturas. Para conhecer mais a
respeito da ação, os interessados podem acessar
o site www.brasileficiente.org.br.
Desembarques alcançam números recordes
Projeções do Ministério do Turismo apontam para o
incremento dos desembarques internacionais. O órgão
estima que, até o final de 2011, cerca de 9 milhões de
estrangeiros aterrissem em solo brasileiro, superando os
7,8 milhões registrados em 2010. Já no cenário nacional,
os desembarques devem ficar em torno de 70 milhões,
contra os 67,6 milhões computados no ano passado.
O ministro do Turismo, Pedro Novais, observa que os
dígitos retratam o trabalho exitoso de estruturação e for-
talecimento do segmento turístico no Brasil. “Os indicado-
res sinalizam que estamos no caminho certo”, afirma.Stock.xchng
&
Bens
& S
ervi
ços
/ Jul
ho 2
011
/ Edi
ção
75
GE Ó IC O SN&
09Dispensado o sócio das empresas limitadas
O Senado aprovou o projeto de lei que cria a empresa individual de respon-
sabilidade limitada constituída por uma só pessoa. O novo texto permite
que o negócio tenha um único
empreendedor titular de todo
o capital social, que não pode
ser inferior a 100 vezes o salário
mínimo vigente no Brasil. Somente
o patrimônio social responderá
pelas dívidas. A proposta ainda vai
à sanção presidencial.
Mais uma ferramenta para evitar fraudes
No início de junho, o diretor da
Fecomércio-RS, Edson Cunha, parti-
cipou de reunião com o Detran-RS
para conhecer a nova ferramenta
de conferência de autenticidade das
Carteiras Nacionais de Habilitação
(CNH) apresentadas por consumido-
res em estabelecimentos comerciais.
O novo mecanismo, disponibilizado
sem custos, tem como meta inibir o
uso de CNHs adulteradas no varejo,
permitindo a conferência de ele-
mentos como registro de impressão,
números criptografados, hologramas,
papel de segurança, fundo invisível
sensível à luz ultravioleta, talho doce
e filigranas negativas. O varejista
pode acessar o sistema no site do
Detran-RS, no link Autenticidade da
CNH, para conferir as informações.
Também estiveram presentes no en-
contro representantes da Federação
das Câmaras de Dirigentes Lojistas
(FCDL), o Sindilojas Porto Alegre e
a Câmara de Dirigentes Lojistas de
Porto Alegre (CDL-Porto Alegre).
Sesc-RS em prol da saúde preventivaA partir de 14 de julho, a comunidade de São Borja terá a oportunidade de
utilizar os serviços da Unidade Sesc de Saúde Preventiva (USSP). O projeto,
pioneiro no Brasil, atua de forma itinerante pelo Estado, disponibilizando
exames gratuitos na respectiva estrutura móvel. Até o momento, a USSP já
passou por oito cidades do Rio Grande do Sul.
A ação, idealizada e concebida pelo Sesc-RS, está se tornando benchmarking.
Recentemente, representantes do Departamento Nacional do Sesc e do
Sesc Rio Grande do Norte estiveram no Estado para acompanhar de perto o
trabalho. “Eles conheceram a montagem, equipamento e fluxo de trabalho da
USSP. O projeto servirá de case para subsidiar o Departamento Nacional na estruturação da Unidade Móvel de Saúde da Mulher,
que será enviada futuramente ao Sesc Rio Grande do Norte”, explica a gerente de Saúde do Sesc-RS, Mari Estela Kenner.
JoSé
Edu
ardo
ram
oS d
a Si
lVa/
diV
ulga
ção
SES
c-rS
Senac-RS abre inscrições para pós-graduaçãoO período de inscrições para os cursos de pós-graduação das Faculdades
Senac-RS já está aberto. A
entidade oferece especializações
em Desenvolvimento de talentos e gestão de equipes, Gestão da moda: comunicação, marketing e estilo, Gestão estratégica de pessoas, Gestão de recursos humanos, Administração hospi-
talar, Gerenciamento de projetos, Segurança da informação e moda e Mídia e inovação. Além destas, há também os cursos na modalidade de Ensino
à Distância (EAD). As aulas se iniciam no mês de agosto e as inscrições
podem ser feitas no site www.senacrs.com.br/pos.
diVu
lgaç
ão/S
Enac
-rS
luiz
FErn
ando
Pilz
/Sto
ck.xc
hng
Bens
& S
ervi
ços
/ Jul
ho 2
011
/ Edi
ção
7510
O Í I ST C A &N &
Micro e pequenas com boas perspectivas A primeira sondagem de 2011 do Sebrae-RS levantou que 76% dos empresários entrevistados apostam no cres-
cimento dos seus negócios durante o ano. O percentual é o maior auferido desde 2009. A análise revelou que as
empresas apostam na estabilidade da inadimplência (62%) e da concorrência (61%). Ainda chamou a atenção a
queda dos índices das questões consideradas de maior dificuldade pelos empreendedores. “Dos entrevistados, 28%
afirmaram que enfrentaram dificuldades no primeiro trimestre de 2011. A competição acirrada no mercado, que em
2010 foi de 27%, caiu para 12% este ano, e a redução no volume de pedidos, outro problema enfrentado pelos pequenos
negócios, caiu de 11% para 5%”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae-RS, Vitor Augusto Koch. As
estratégias para uma atuação bem-sucedida focam principalmente a solidificação da marca no mercado (35%), redução
de custos (35%), segmentação de mercado (30%) e controle de qualidade dos produtos e serviços (11%), sendo que as
empresas poderiam responder a mais de uma estratégia. A sondagem conjuntural evidenciou a adesão dos negócios de
menor porte às redes sociais. Dos entrevistados, 58% fazem uso das ferramentas virtuais. O intuito, para 62% dos inquiri-
dos, é melhorar a comunicação com os clientes. Outros 49% afirmam buscar fornecedores e 45% divulgar seu negócio.
Consórcios aquecem mercadoO autofinanciamento despertou o interesse do consumidor
para aquisição de bens e serviços. Só no primeiro quadrimestre
de 2011, os consórcios geraram um volume de negócios supe-
rior a R$ 25 milhões, registrando crescimento de quase 40%
quando comparado ao mesmo período de 2010. O segmento
marca forte presença em diversos setores, como veículos au-
tomotores, eletroletrônicos e construção civil. Conforme Paulo
Roberto Rossi, presidente-executivo da Associação Brasileira de
Administradoras de Consórcios (Abac), “o consórcio, um siste-
ma genuinamente brasileiro com quase 50 anos de existência,
propicia a formação ou ampliação do patrimônio pessoal, fami-
liar ou empresarial, sem necessidade de utilização de dinheiro
público, pois é baseado no autofinanciamento”.
Arte Sesc promove Circuito de Humor Durante o mês de agosto, várias cidades do interior gaúcho poderão prestigiar o projeto
Circuito de Humor, uma das iniciativas que integram a programação do Arte Sesc – Cultura por toda a parte. Entre as atrações, destaca-se a turnê do stand up com a atriz do
Zorra Total Samantha Schmütz, em Novo Hamburgo, Taquara, Gravataí, Montenegro,
Farroupilha e São Leopoldo. O público ainda terá a oportunidade de acompanhar o
trabalho do Grupo Teatral Artigos, na peça A Encalhada, com apresentações previstas
para Novo Hamburgo, Igrejinha, Gravataí, Montenegro, Farroupilha e São Leopoldo. A
programação completa pode ser conferida no site www.sesc-rs.com.br/artesesc ou junto às
Unidades Operacionais do Sesc-RS.
Fecomércio-RS conquista 35 destaques no Prêmio Qualidade RS 2011
A Fecomércio-RS comemora o recorde em reconhecimentos
no Prêmio Qualidade RS. Neste ano, foram 35 destaques,
envolvendo a federação, Senac-RS, Sesc-RS, Seprorgs, Sindiata-
cadistas, Sindilojas Porto Alegre e Sindilojas Gravataí.
A entrega oficial foi no dia 5 de julho. “Os resultados alcançados
demonstram o grau de comprometimento de todo o Sistema
pela busca constante da excelência em gestão e processos. Esta-
mos no caminho certo”, destaca o presidente Zildo De Marchi,
para quem “a premiação demonstra o comprometimento com
o desenvolvimento das entidades e a preocupação com resulta-
dos cada vez mais satisfatórios para os clientes finais”.
ana
limP/
diVu
lgaç
ão –
SES
c-rS
&
Bens
& S
ervi
ços
/ Jul
ho 2
011
/ Edi
ção
7511
GE Ó IC O S& N
trêS PErguntaS
Pioneirismo que superou o tempoEm 1924, a Eny Calçados deu seus primeiros passos. Sem festa, inauguração ou qualquer destaque nos jornais
da cidade de Santa Maria, abria as suas portas para disponibilizar uma opção varejista a mais para os muníci-
pes locais. Passadas quase 90 décadas, a empresa fez história e se destaca não só pelo atendimento e mix de
produtos diferenciados, mas por estar à frente de importantes projetos. Entre eles, a Universidade Corpo-
rativa Eny (UCE), designada para fomentar o desenvolvimento e a educação de funcionários e clientes, e a
Fundação Eny, presidida por Guido Cechella Isaia, diretor financeiro e filho do fundador do empreendimento.
Qual a principal estratégia da Eny para fortalecer a marca ao longo de sua atuação no mercado?iSaia Com 87 anos de existência, a Eny conseguiu se tornar referência de comercialização de calçados na cidade de Santa Maria e entorno. Agora, aos poucos, e de forma planejada, está trabalhando o top of mind dos consumidores em Porto Alegre e região. Destaco como quesito estratégico fundamental vender produtos de qualidade, sabendo sempre ouvir o que o cliente tem a dizer. Os nossos valores também contribuem para o fortalecimento da marca:
ética, seriedade e comprometimento no que faz.
como o senhor avalia as transformações do varejo gaúcho nos últimos dez anos? iSaia O varejo, como os demais setores e a própria sociedade, sofreu variações aceleradas. O comércio precisou mu-
dar porque o consumidor também passou por transformações. Ele está mais exigente, informado e racional. Cada vez
fica mais difícil se diferenciar da concorrência. Os produtos vendidos, ao menos nos estabelecimentos varejistas, são
similares. O grande segredo para a diferenciação é mesmo a prestação de serviços.
Quais as características que identificam o consumidor gaúcho?iSaia Inteligente, bem-informado e que gosta de comprar produtos de boa qualidade. Acredito ser um cliente mais
exigente que os de outras regiões do país.
Vestibular de inverno das Faculdades Senac de Porto Alegre
Aconteceu no dia 3 de
julho o vestibular de
inverno das Faculdades
Senac de Porto Alegre.
Para o segundo semes-
tre de 2011, a entidade
ofertou 810 vagas para
nove opções de cursos
superiores. Entre elas, o
curso de Comércio Exte-
rior, disponibilizado pela
primeira vez, nos turnos
manhã e noite. Os novos
ingressos começam o ano
letivo no mês de agosto. Mais informações podem ser obtidas
pelo site www.senacrs.com.br/faculdades.
ElEo
nora
/diV
ulga
ção
Eny
calç
adoS
Abertas as inscrições para o Prêmio Responsabilidade Social Já estão abertas as inscrições para a 12ª edição do
Prêmio Responsabilidade Social. O evento objetiva
reconhecer as boas práticas de responsabilidade
social e ambiental em certificados, troféus,
menções especiais e diplomas.
A iniciativa, promovida pela Assembleia Legislativa,
conta com o apoio da Fecomércio-RS e de outras
entidades parceiras. Podem participar empresas
privadas, sociedades cooperativas, organizações
governamentais, administrações municipais, insti-
tuições de ensino e entidades sem fins lucrativos.
O prazo encerra-se em 31 de julho e o edital está
disponível no site www2.al.rs.gov.br/premios. A en-
trega dos prêmios ocorre no dia 23 de novembro,
no Teatro Dante Barone da Assembleia.
diVu
lgaç
ão/S
Enac
-rS
ustentabilidadeS
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 7512
sucessão familiar compreen-de o legado de uma empresa transmiti-do por meio de gerações de uma mesma família ou mais. A troca de experiên-cias e o aprendizado valem tanto para quem está à frente do empreendimento desde o início quanto para quem está começando a trabalhar com os valores e missão do negócio.
No que diz respeito ao legado fa-miliar, a sustentabilidade é um tema ainda recente. Não há dúvidas de que o compromisso com o meio ambiente vem ganhando cada vez mais espaço no universo empresarial, mas as fer-ramentas para aprimorar esse traba-lho ainda estão sendo desenvolvidas. Neste aspecto, as novas gerações estão
A
Entre o aprendizado e a troca de ideias, a sustentabilidade é um tema que vem ganhando
espaço nos casos de sucessão familiar. Saiba como as novas gerações estão trabalhando a
questão a partir do legado empresarial de seus antecessores
agregando ao trabalho feito por seus antecessores um importante passo para o futuro da empresa.
Fundada em 1991 na cidade de Esteio, a Contgraf trabalha com a sustentabilidade ambiental desde os primeiros anos, sob a administração de Miguel Vargas. A segunda geração da empresa começou a atuar ainda na mesma década, e hoje a administração da Contgraf é feita pelas irmãs Juliana, Mileine e Michele Rosendo Vargas, fi-lhas de Miguel.
O crescimento da empresa resul-tou na transferência da sede para o município de Eldorado do Sul, na re-gião metropolitana, em 2005. “A Con-tgraf sempre se preocupou com a sus-tentabilidade ambiental, sabemos da importância de um processo produtivo adequado, que não agrida o meio am-biente. Isso tudo terá reflexos no futu-ro, para os nossos filhos. Aprendemos isso com o nosso pai”, conta Juliana,
mais que sustentávelSuceSSão
As irmãs Michele, Juliana e Mileine estão à frente da Contgraf
MArC
elo
Minu
zo/D
ivul
gAçã
o Ab
igrA
f-rS
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75 13
que atua como diretora comercial e de Marketing da empresa, enquanto Mi-leine é diretora industrial e Michele, diretora administrativa e financeira.
Tradição e pioneiriSmo
O legado transmitido por Miguel Vargas inclui a responsabilidade em en-tregar para o meio ambiente uma con-dição melhor que aquela recebida. Os resíduos que sobram dos equipamentos são direcionados para uma estação de tratamento de efluentes químicos, e so-mente depois de tratados seguem para o sistema normal de esgoto. “Isso sempre foi muito presente em nossa empresa, precisamos mais do meio ambiente do que ele de nós”, constata Juliana.
A estação de tratamento é um dos projetos agregados pela segunda geração da família Vargas, bem como a aquisi-ção do selo Forest Stewardship Council (FSC), certificação internacional cujo objetivo é garantir o manejo responsável pelas florestas. A empresa ainda conta com a certificação ambiental pela Fun-dação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), além de trabalhar somente com matéria-prima legal, proveniente de florestas certificadas, e aparas (sobras de papel de produção) 100% recicladas. “Dessa forma, assumimos o compromis-so com o meio ambiente e com questões sociais que a certificação também exige e fiscaliza”, avalia a diretora comercial.
adminiSTração SuSTenTável
Para Ricardo Oliveira, um dos sócios proprietários da Thony Ferragem, em Porto Alegre, a sustentabilidade de uma
empresa vai além do compromisso com o meio ambiente. O cuidado com as pessoas e a saúde financeira do negócio também compõem o tripé que, aliado à natureza, sustenta um empreendimento.
Ele e a prima, Juliane, responsável pelo financeiro, entraram na empresa administrada por seus respectivos pais, Orlando e Sérgio, há seis anos. Desde então, a troca de experiências entre as duas gerações tem sido um importante ingrediente para o desenvolvimento da ferragem. “O Ricardo e a Juliane agre-garam muito para a empresa, em dife-rentes aspectos. Trouxeram experiência das viagens que fizeram, são mais no-vos, têm mais energia. Às vezes (eu e o Sérgio) trazíamos algo que poderia ser ultrapassado, mas também aprendemos a modificar o pensamento”, explica Or-lando Oliveira, pai de Ricardo.
No que diz respeito ao compromisso com o meio ambiente, o sócio funda-dor afirma que a sustentabilidade é algo recente, mas que a preocupação com a natureza é um dever não apenas da empresa, mas de todos. Uma das medi-
das trabalhadas pela Thony Ferragem é a iluminação feita através de sensores que acionam a luz conforme a necessi-dade, além do uso de ar-condicionado somente no verão, para reduzir o con-sumo no inverno. Outra iniciativa é o recolhimento de lâmpadas e pilhas, as quais são repassadas aos fornecedores. “Não basta simplesmente jogar no lixo, tem que haver um direcionamento cor-reto”, acrescenta Ricardo.
O acúmulo de papelão proveniente das embalagens, por sua vez, é recolhi-do por papeleiros que comparecem dia-riamente na loja.
Mesmo com tantas iniciativas, a falta de artigos sustentáveis para incluir no mix de produtos é um dos fatores que dificultam o progresso no trabalho com o meio ambiente. “De maneira ge-ral, o mercado brasileiro ainda não tem oferecido em larga escala produtos sus-tentáveis, e sentimos essa dificuldade. Mas é algo com o que queremos traba-lhar, e à medida que surgirem produtos certificados, certamente incluiremos no nosso mix”, prevê Ricardo.
Juliane e ricardo representam a nova geração da Thony ferragem
lúCi
A Si
Mon
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75
uia de GestãoG14
T
Essencialmente, qualquer tipo de relação profissional inclui cliente/fornecedor. Seja
comércio ou indústria, um precisa do outro para que seus negócios fluam adequadamente.
Contudo, manter uma relação que beneficie ambos exige dedicação
odos os formatos de relação são baseados em um princípio básico: con-fiança. Porém, na relação cliente/forne-cedor é preciso ir muito além e agregar outros valores para que o trabalho se transforme em parceria e nunca com-petição. Pedro Paulo Oliveira de Sá Pei-xoto, professor do Senac-RS, destaca a acirrada competitividade no mercado e a facilidade em buscar outro fornecedor. Ele explica que a partir dos anos 1980 algumas empresas passaram a fornecer aos seus clientes um serviço de quali-dade superior e, como consequência, atingiram melhores resultados, cres-cendo mais rápido e tornando-se mais rentáveis. “Compreender e satisfazer as necessidades é tratar com carinho e cuidado, além de fornecer serviços de qualidade. Hoje, os profissionais de
diferentes áreas da empresa sabem que atender bem o cliente é importante, algo a que antigamente não se dava ne-nhum valor.”
Sob a ótica do fornecedor, um bom relacionamento está diretamente asso-ciado à fidelização do cliente. Ronald Grunwald, gerente de compras da VF Corp (representante da Wrangler Jeans), considera que ao fidelizar o cliente é possível trabalhar melhor a marca, mui-tas vezes explorando com exclusividade a área. Para Loraci Gorgen, sócia-pro-prietária da Pele Crua, de Porto Alegre, a relação tanto com fornecedor quanto com cliente deve ser considerada de suma importância para o negócio. “É importante como todas as parcerias.”
Grunwald acredita que os segredos de uma boa relação resumem-se em
quatro pontos: “Bons produtos, ética, atendimento diferenciado e agilidade”. “Os clientes avaliam muito a qualidade dos serviços por meio de fatores impor-tantes, como a confiança, fornecer o que foi prometido sempre e com exati-dão, capacidade de resposta, disposição em estar sempre ajudando o cliente, parceria. Hoje, o fornecedor tem papel diferenciado, é praticamente consul-tor”, explica Peixoto, do Senac-RS.
ModElo antiGoO professor do Senac-RS exemplifica
a tradicional atuação dos fornecedores: “Para conquistar um cliente, um gerente de banco vai e visita pela primeira vez e começa um processo de conquista. No terceiro encontro o cliente abre a conta. No quinto contato o cliente já se tornou
duas pontas da cadeiaParceria nas
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75 15
uma espécie de amigo e não é preciso dar tanta atenção. Na sexta vez este cliente já não está muito contente porque eu já não o tratei como antes. Ocorre que o banco concorrente está no primeiro es-tágio e acaba levando o meu cliente”.
Segurança, conhecimento e cor-tesia são outros tópicos importantes, assim como empatia, instalações físicas e tecnologia. É importante, salienta Peixoto, ter em mente que é uma re-lação bilateral. “As pessoas que traba-lham nessas empresas são clientes e fornecedores internos umas das outras. Há uma grande troca, principalmente quando falamos em pequena empresa.” Esses cinco pontos, alerta o professor, não podem ser teóricos.
A porto-alegrense Pele Crua é espe-cializada na confecção de uniformes e
atua como cliente – ao comprar os in-sumos para produção – e também como fornecedor – ao vender esses uniformes a outras empresas. A sócia Loraci res-salta como características essenciais de seus vendedores transparência e cordialidade. “Nossa equipe é treinada a ter uma postura quanto aos clientes. Cordialidade, delicadeza, asseio e cada um fazendo a sua parte constituem nos-sa receita de sucesso.”
O docente do Senac-RS ressalta tam-bém a confiança. “Tenho que ter certeza de que o cliente confia na qualidade do produto, no serviço prestado.” As marcas também são grande diferencial; empatia e credibilidade são pontos importantes, mas acima de tudo é preciso estar atento e observando o mercado. “A concorrência traz grande competitividade. Essa é uma
estratégia para que possamos manter os nossos clientes fiéis aos nossos produtos.”
ConSuMidor intErnoCom a agilidade do mercado e as
mudanças no comportamento do con-sumidor, as empresas começaram a se preocupar em olhar além do consumi-dor, olhar para o seu cliente interno. “A valorização do cliente interno, o endomarketing, passa a ser uma reali-dade para que ele possa transferir para o mercado as suas percepções de o que é uma boa empresa. Comprando essa ideia, eu levo para o mercado.”
O processo de um bom relaciona-mento é baseado na comunicação; é o contato constante de cima para baixo e de baixo para cima na cadeia empresa-rial. “Todo funcionário de uma empresa
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75
uia de GestãoG16
deve atuar como se estivesse trabalhan-do pelo seu próprio negócio e, para que ele tenha isso, deve trabalhar com a ideia de que todas as suas necessidades foram satisfeitas e de que a empresa vê esse funcionário como um integrador”, comenta Peixoto, acrescentando que é preciso estar atento constantemente não apenas ao cliente que acaba de con-quistar; o cliente conquistado é um pa-trimônio que deve ser cuidado. “Perder um cliente custa seis vezes mais do que manter o cliente bem-atendido.”
Esse processo de envolvimento inclui comunicação, treinamento, ati-tude proativa, manter o cliente infor-mado sobre o lançamento de produtos. O funcionário tem que estar envolvi-do em toda a estratégia da empresa. “Acredito muito em gestão participati-va, onde todos os funcionários acabam produzindo e integrando os resultados, se comprometem de forma muito maior quando estão envolvidos no proces-so.” Conforme Ronald Grunwald, da VF Corp, a qualificação do relacio-namento pode acontecer por meio de treinamento, seleção de vendedores e representantes qualificados, com constante acompanhamento. “Temos duas convenções anuais de lançamen-to de coleção, em que treinamos os representantes quanto às argumenta-ções técnicas para se vender o produto e reforço de uma política comercial bastante rígida. Selecionamos nossos colaboradores por meio de indicações e currículos recebidos, exploramos ao máximo todas as informações de mer-cado e empresas anteriores.”
Segundo Peixoto, a qualificação do fornecedor é constante. “O processo empático, a relação de comunicação, a transparência nas relações, ouvir o que o fornecedor quer e efetivamente o que o cliente necessita são pontos adquiri-dos através de reuniões, treinamentos, pesquisas. Não existe receita pronta e difere de um mercado para outro, mas existem pontos que são sempre essen-ciais.” De acordo com Grunwald, o comércio de vestuário conta com ca-racterísticas específicas, pois é comum haver informalidade nas empresas de vestuário e muitas dessas com uma agi-
lidade inatingível por empresas maiores e com a burocracia exigida pela lei. “As empresas que trabalham dentro da le-galidade têm a necessidade de alguns diferenciais como marca forte, qualida-de, distribuição controlada e principal-mente um excelente relacionamento.”
Entre esses pontos, o professor res-salta: “Distribuição, preço e entrega são aspectos que devem ser levados em consideração quando se faz uma análise de mercado entre fornecedor e cliente”. Ele acredita ser importante que todas as empresas acompanhem os resultados dos fornecedores, isso deve ser diário. Deve-se acompanhar a atua ção do vendedor, do produto – como está se comportando na loja –, como o cliente está percebendo e rece-bendo o trabalho. Existem ferramentas que fazem o acompanhamento qualita-tivo e o quantitativo. A VF Corp moni-tora diariamente as entradas de pedidos em que são tabuladas as informações, gerando um relatório de performance por vendedor e área de atuação. “Leva-mos em conta onde os vendedores estão abrindo nossos clientes (por meio de fo-tos), volume, mix e perfil e possibilidade de fidelização para com as marcas.”
Um dos caminhos para escolher bem o fornecedor é fazer uma análise crite-riosa do mercado e ver como as empre-sas se posicionam, e levar em conside-ração a qualidade, assistência técnica, produto entregue e marca. Confiabili-dade e segurança também são pontos importantes. Faça uma análise de todos os fornecedores e veja quais pontos são os mais importantes para o seu merca-do. É preciso bons fornecedores para que as empresas se mantenham.
ParceriaCaracterísticas essenciais para
um bom relacionamento entre
cliente e fornecedor.
atenção! É importante que
os tópicos a seguir sejam
considerados por ambos os lados.
Confiança
Qualidade
atenção
respeito
Preços competitivos
transparência
Cordialidade
Comunicação
Proatividade
treinamento
acompanhamento
Segurança
Conhecimento
Ética
agilidade
atendimento de qualidade
Bens
& S
ervi
ços
/ Jul
ho 2
011
/ Edi
ção
75Op
iniã
o17
Ricardo Amorim Economista, apresentador do programa Manhattan Connection, da Globonews, e presidente da Ricam Consultoriawww.ricamconsultoria.com.br
Alex
Andr
e CA
mpbe
ll
Desde 1994, com a queda da inflação, a distribuição de renda no Brasil está me-lhorando substancialmente. Só nos últimos cinco anos, 45 milhões de brasileiros – mais do que toda a população da Espanha – dei-xaram as classes D e E. No mesmo período, 55 milhões entraram nas classes A, B, C. Se mantivermos o ritmo de melhora de distri-buição de renda dos últimos 15 anos, antes do final desta década, a distribuição de renda no Brasil será melhor do que nos EUA.
Razão para comemorarmos, certo? Ainda não. Recentemente, a inflação subiu e, para não provocar uma desaceleração mais brusca do crescimento econômico, o Banco Central foi relativamente leniente. Além de outros efeitos nocivos, esta opção retarda e pode até reverter o processo de redistribuição de renda no Brasil de várias formas. Não foi coincidên-cia que o país teve as maiores taxas de infla-ção do planeta e uma das piores distribuições de renda do mundo. Quem mais sofre com a inflação é quem não tem conta bancária para proteger seu dinheiro da corrosão inflacioná-ria, exatamente os mais pobres.
Ao optar por não combater a inflação de forma mais dura agora, o Banco Central terá de agir com mais rigor no futuro. Como com qualquer doença, quanto mais demoramos para tratá-la, maiores as doses necessárias de
remédios e seus efeitos colaterais. No caso, o remédio é a elevação da taxa de juros, que, além de frear a atividade econômica, tam-bém funciona como um mecanismo concen-trador de renda.
Para reacelerar o processo de redistribuição de renda no Brasil, além de parar de titubear no combate à inflação, o governo precisaria de mais duas medidas.Primeiro, aumentar investi-mentos em educação básica. Além da própria inflação, as raízes de nossa má distribuição de renda estão na péssima distribuição de opor-tunidades educacionais. Crianças sem acesso a educação de qualidade transformam-se em trabalhadores desqualificados, com baixa pro-dutividade e baixos salários.
Além disso, o governo deveria reduzir seus gastos. Assim, diminuiria sua necessida-de de financiamento, permitindo que os ju-ros caíssem. Permitiria também a redução de impostos, que, no Brasil, penalizam os mais pobres com uma concentração de impos-tos sobre consumo. Enquanto aqueles com maior renda conseguem poupar parte dela, os mais pobres gastam tudo que ganham e, às vezes, até mais do que ganham em con-sumo. O Brasil não chegou a uma das piores distribuições de renda do planeta por acaso. Já passou da hora de aposentarmos nossa máquina concentradora de renda.
A posentando a máquina
“Além da própria inflação, as raízes de nossa má distribuição de renda
estão na péssima distribuição de oportunidades educacionais.”
ArtigO OriginAlmente publiCAdO nA revistA istOé, em 23/6/11
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75 19
Fale um pouco sobre a sua relação com o jornalismo e de que forma você viu sua carreira direcionar-se para um tema como o da sustentabilidade.
carvalhO Eu sou jornalista de uma época em que precisava de uma bandeira pra viver, ou seja, era a luta contra a ditadura militar. Trabalhei na Folha de S. Paulo na segunda metade da década de 1970, quando a ditadura estava a todo vapor. Então, aprendemos com a vida a sempre ter uma bandeira, luta pela liberdade, pelas “Diretas Já”. Eu digo que é uma geração que tem muita consciência
Sobre a mudança de
aTiTude
E N T R E V I S T A
sobre as coisas da vida. Obviamente que gerações atuais também têm, mas de outro tipo. Há 15 anos, eu saí da carreira e montei uma produtora de vídeo para fazer documentários, eu havia sido editor-chefe do Globo Repórter durante um período. E foi em 1985 que comecei a ter contato com essa questão ambiental. Cinco anos depois apareceu a internet, e logo depois eu registrei um domínio, o www.meioambiente.com.br, que é meu há 15 anos. Ou seja, há pelo menos 20 anos eu venho me dedicando a que como jornalista? A traduzir, a trocar em miúdos o extenso e imenso
mundo da sustentabilidade. Imenso mundo de conceitos, de práticas, de envolvimento com a população, tanto de jovens como de mais velhos, e por que isso? Porque sustentabilidade é tudo. Ou a humanidade acredita e pratica um novo mundo de viver, ou se acaba tudo. Ou seja, trabalhar com essa questão virou não apenas uma bandeira, mas uma missão de vida. Eu fiz dezenas de documentários, vídeos, programas de televisão com essa questão de sustentabilidade/ambiental. Ambiental é o que chama mais atenção, por motivos óbvios. Então, foi esse vínculo que me fez hoje trabalhar
Um dos palestrantes convidados para o Fórum de Sustentabilidade promovido pela
Fecomércio-RS no dia 29 de junho, o jornalista Ricardo carvalho é mais que um especialista
no tema. Ele é um verdadeiro ativista sobre o futuro do planeta
entrevista
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 7520
com esse tema, porque eu acredito que o ser humano é inteligente o suficiente para dar a volta por cima, porque senão é o fim. Agora, cabe a nós, jornalistas, as pessoas que lidam com comunicação, espraiar essa boa nova. Isso é definitivo.
Que mudanças com relação ao compromis-so da sociedade com o meio ambiente você observou nos últimos dez anos?
carvalhO Mudou radicalmente de uns três, quatro anos pra cá. Porque mexe com toda a sociedade, mas é um
processo vagaroso. Tenho um filho de 11 anos e ele não deixa água da torneira correr enquanto escova os dentes, ele automaticamente a fecha. Quando faço a barba, se gasto meio litro de água é muito. Sabe quanto se gasta pra fazer a barba? Quinze litros se deixar a torneira aberta. O fator responsável por essa mudança radical é o envolvimento com governos, a questão das mudanças climáticas também chama muito a atenção pelas tragédias que provocam. Então, infelizmente a ficha vai cair muito em cima dessas tragédias, mas a imprensa
precisa fazer mais, precisa vincular. Não são todas as tragédias que têm a ver com sustentabilidade ou com meio ambiente, como o tsunami, por exemplo, que é o movimento interno da Terra. Mas o que tem a ver com essas questões ambientais, a imprensa precisa destacar como mudança climática e não simplesmente como acidente no meio do caminho. Cada vez mais isso está acontecendo. O furacão Catarina arrasou 35 mil casas em Santa Catarina, em 2004. Como, de repente, um furacão? O Brasil não é a terra que não tem furacões? Mas está tendo, esses ciclones extratropicais que acontecem aqui no Sul do país não vêm do nada. Tem a ver com o jeito que o ser humano está trabalhando o efeito estufa.
como a sustentabilidade passou a ser um tema crucial para o desenvolvimento de um país, de uma nação?
carvalhO Do planeta. Todos têm que atuar juntos. Não adianta o Brasil querer ser o campeão mundial de sustentabilidade se os Estados Unidos são os maiores emissores de carbono. Por isso os COPs (sigla para Conference of Parties), essas reuniões planetárias, como a que acontece em Copenhagen, na Dinamarca, reúnem 150 chefes de Estado. Tem que ser uma ação global, de todos. Lógico que uns estão mais na frente e outros menos. Na Europa, por exemplo, não se compra móvel de madeira se não for de matéria-prima sustentável. Lá não entram móveis que não sejam de material certificado. Isso
“A pRóxImA gUERRA Não VAI SER do pETRólEo,
mAS dA ágUA.”
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75 21
é um jeito. Isso porque tem um ele-mento aí que vai ser de fundamental importância: chama-se a sua exce-lência, o senhor consumidor. A ficha caindo para o consumidor significa que vai cair também para as empresas. Independentemente disso, as empre-sas estão fazendo a sua parte. Em São Paulo, na Bovespa, tem o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), são 36 grandes empresas, sociedades anônimas que responderam a um questionário absurdamente exigente. Então, se eu tiver que investir, por exemplo, irei investir em uma empresa sustentável. Porque ela tem que ser ética, e esse é o novo mundo que tem que aparecer. Então, empresas, gover-nos, consumidores, todo mundo tem que fazer a sua parte.
Para você, o que é fundamental saber (ou praticar) a respeito da sustentabilidade, hoje?
carvalhO Coisas do dia a dia. Vamos economizar água. Por quê? Porque dois terços da população não têm mais água para beber. Não é porque vivemos em um país tropical, cheio de rios, que não precisamos nos reedu-car. A próxima guerra não vai ser do petróleo, mas da água. Então, a difi-culdade é convencer todos a fazerem a mesma coisa. Temos a sensação de que, sozinhos, não daremos conta. Vou citar o exemplo da barba outra vez: vamos dizer que ao economizar a água da barba você economiza dez litros de água. Nós somos 200 milhões, vamos dizer que 30 milhões façam a barba por dia. Isso multiplicado por dez são 300 milhões de litros de água por dia. Mas
“QUANdo FAlAmoS Em coNSUmIdoR BRASIlEIRo,
TEmoS QUE dIVIdI-lo Em REgIõES, Não TEm JEITo.”
só se todo mundo se juntar. E quando você está fazendo a barba, você não se dá muita conta disso. Quando você está no banho, por exemplo, tome em cinco minutos, para que 20? Você também pode tentar se alimentar só de alimentos que sejam orgânicos. Porque o pesticida envenena a terra e a partir disso ela não produz mais. Não use mais gasolina. As pessoas vivem muito o presente, elas não conseguem visualizar o futuro, e isso exige uma mudança de comportamento. Precisa de educação, no sentido nobre da palavra.
Quais são os principais desafios do mundo sustentável?
carvalhO Algumas coisas têm que se unir. E o que une o mundo inteiro é a questão da mudança climática. A prioridade é diminuir a emissão de carbono na atmosfera. Isso é um desa-fio da humanidade toda, 7 bilhões de habitantes. Como fazer isso é compli-cadíssimo. Foi feita uma pesquisa que aponta que os brasileiros mudam de celular a cada oito, nove meses. É um absurdo, mas é real. O que isso
entrevista
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 7522
significa? O filme Avatar é, pra mim, um dos maiores exemplos ambientais e de sustentabilidade que eu já vi. O ser humano usufruiu, esgotou de-terminado mineral da terra para fazer suas coisas e aí descobriu que outro planeta tinha. O que eles fizeram? Invadiram. Quiseram matar todo mun-do, e em nome do quê? Dessa ganância desmedida. Então, temos que mudar conceitos, atitudes, mudar atitudes de consumo. Essa nova geração já vem mais consciente sobre o consumo.
Quais são as características do consumidor consciente? Por que as empresas devem estar atentas a este perfil de consumo?
carvalhO A Coca-Cola, por exemplo, é uma empresa planetária, pois ela tem uma política sólida, rígida de sustenta-bilidade. A ficha caiu para o presi-dente da Coca-Cola. Agora, muitas empresas fazem só o chamado marke-ting, dizem “sou sustentável, mas não pratico”. Uma informação importante: o Conselho Nacional de Autorregula-mentação Publicitária (Conar) lançou recentemente uma norma, de funda-mental importância, de que quando a empresa disser que é sustentável na televisão, ela tem que provar que é. Porque sustentabilidade é tudo hoje, mas a questão é viver o cotidiano dessa sustentabilidade.
A empresa é fundamental, o consu-midor é fundamental, e o consumidor tem que exigir. Aí você vai ver como as empresas mudam rapidinho – e já estão mudando.
O que melhor definiria esse consumidor consciente? O consumidor brasileiro já tem esse perfil?
carvalhO Não. De uma maneira geral, ele não tem. Quando falamos em consumidor brasileiro, temos que dividi-lo em regiões, não tem jeito. Com certeza, algumas regiões na Amazônia têm muita consciência disso, porque eles vivem na floresta amazônica. Muitas pessoas que vivem na seca, por exemplo, às vezes não têm esse tipo de consciência. No Sul do país, que é uma região rica, o consumo é exacerbado, então muitas pessoas estão se lixando. Porque não têm essa visão geral, e isso é o mais importante. O meu vizinho faz, eu tenho que fazer, todo mundo tem que fazer. O exemplo dos 30 milhões de brasileiros que fazem a barba por dia é avassalador.
e com relação ao consumidor gaúcho?
carvalhO O Rio Grande do Sul é um país muito à parte (risos). É um estado brasileiro que tem uma história muito rica, de independência, de lutas, e preserva muito a sua cultura. Que outro estado tem o Centro de Tradições como os CTGs? Nenhum outro. Então, o Rio Grande do Sul tem muitas condições pela sua tradição porque tem uma cultura própria de fazer muita coisa. Este fórum está
“o RIo gRANdE do SUl TEm UmA VANTAgEm poR
coNTA dA SUA pRópRIA hISTóRIA dE lUTAS pElA
lIBERdAdE, dE FoRmAR UmA cUlTURA.”
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75 23
reunindo pessoas do estado inteiro, da área do comércio, sindicatos, presidentes de empresas, está lotado. A ficha está caindo. Acho que o Rio Grande do Sul tem uma vantagem por conta da sua própria história de lutas pela liberdade, de formar uma cultura.
como empresas de pequeno e médio porte podem contribuir?
carvalhO Supermercados por exemplo, podem não usar o saco plástico. Em São Paulo e no Rio de Janeiro já está proibido, porque as pessoas têm um bem maior que se chama informação. Há também a economia de água e luz. Que tal economizar luz no seu cotidiano? Colocar em um panfleto, porque no comércio você fala direto com o consumidor, que naquele empreendimento se economiza luz e água, entre outros. São pequenas grandes coisas que podem ser feitas.
de que forma entidades como a Fecomér-cio-rS podem contribuir para a conscienti-zação sobre os cuidados socioambientais?
carvalhO Fazendo fóruns como este, que é de fundamental importância porque reúne sindicatos, gente de todo o Esta-do que veio aqui porque o galo cantou, e ele se chama sustentabilidade, e as pessoas querem saber como esse galo trabalha, como funciona. Aos poucos, encontros como este estão acontecen-do pelo resto do país, e tem que ter.
Qual a principal mensagem que você passa para o público com o qual você se comunica em suas palestras?
carvalhO Tem que mudar a sua atitude, aos poucos. Não ponha nada goela abaixo das pessoas, que elas não vão aceitar. A minha palestra é motivadora, ou estimuladora, de levar alguns conceitos trocados em miúdos. O que é sustentabilidade para você? Pode ser que as pessoas tenham alguns conceitos diferentes, então é bom uniformizarmos um pouco do que nós entendemos por isso, e é um dos tópicos que eu exploro na minha palestra.
O que você pretende deixar como legado para a próxima geração de jornalistas?
carvalhO Eles é que irão me deixar o legado, eles que irão me chamar a atenção. O que eu gostaria é que fosse uma agulha nesse palheiro, que mostrassem às pessoas que o assunto é sério. Tem que haver mudança de hábitos, e se não cuidarmos o planeta vai se acabar. Não estou sendo catastrófico: vai acabar. Estão aí mil provas disso.
“TEm QUE mUdAR A SUA ATITUdE, AoS poUcoS. Não
poNhA NAdA goElA ABAIxo dAS pESSoAS, QUE ElAS
Não Vão AcEITAR.”
nternacionalI
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 7524
Brasil está na moda e o seu estafe não privilegia apenas as organi-zações da categoria ‘macro’. Os negó-cios de micro e pequeno portes também abrem caminho em diferentes regiões do mundo. No Rio Grande do Sul, em-presas visionárias já vêm desbravando territórios – caso da BrasilSul, que in-tegra a população das multinacionais que conquistaram espaço entre os con-sumidores estrangeiros. A estratégia
para chegar longe reuniu dois atributos fundamentais para empreender fora de casa: ousadia e visão periférica.
Tais quesitos, somados à perspi-cácia, impulsionaram a BrasilSul a pensar grande e a levar seus produtos para nações como México, Indonésia, Chile e Paraguai, abrangendo pontos de venda planejados minuciosamente com o propósito de atender os distintos mercados e suas peculiaridades. O en-
O
iniciativasque ganharam o mundoCliente chinês, mexicano e europeu. Parecem públicos consumidores distantes das
empresas brasileiras, mas não são. Grifes gaúchas já atravessaram o oceano para
explorar o mercado internacional, provando que para crescer basta empreender
contro de parcerias realmente capazes de desenvolver um trabalho sério de internacionalização norteou a escolha pelos respectivos países. “A empresa sempre participou de muitos eventos internacionais e, nessas ocasiões, re-cebeu interessados em trabalhar com a marca. Aos poucos, formamos a car-teira de clientes e direcionamos o foco de expansão para o exterior”, explica Rafael D’Arriaga Dias, diretor-geral da companhia, com sede em Porto Alegre e foco na moda esportiva feminina.
Buscar bons parceiros é o aspecto-chave para o êxito dos novos empreen-dedores globais. Igor Tasic, fundador da consultoria Atlantico Partners, observa a importância de estabelecer uma rela-ção comercial com suporte suficiente para dar resultados em cada lugar em que a empresa levantar a sua bandei-ra. Isso requer uma investigação para descobrir se o potencial aliado possui conhecimento a respeito do cenário
Divu
lgaç
ão/B
rasi
lsul
Brasilsul expandiu a marca para países como Chile, indonésia e Paraguai
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75 25
político e econômico do país em que ele está inserido, bem como compe-tência para detectar as oportunidades conjunturais. “Essa checagem figura como um passo vital. Para uma atuação globalizada, a pesquisa do ambiente e a informação devem ser duas das priori-dades para garantir uma empreitada de êxito”, enfatiza o economista.
chances mundiais Há quase dois anos em atividade
no Brasil, a Atlantico Partners ajuda empresas micro, pequenas e médias a se internacionalizarem. À frente dessa missão, Tasic acredita que a União Eu-ropeia e os Estados Unidos são destinos em que a grife ‘verde/amarela’ tem se tornado cada vez mais conhecida. “São países em que, apesar do enfraqueci-mento consequente da crise internacio-nal de 2008, o consumo interno perma-
iniciativas
Estratégia para uma escala globalA presença brasileira é bem-vinda da América do Sul à Oceania. Ativos mais baratos,
valorização do real e a excelência operacional das nossas empresas são indicadores
favoráveis para ganhar escala global. Antes de investir, o empreendedor deve se ater
a um planejamento arrojado e adotar ferramentas estratégicas de internacionalização.
Uma ‘internacionalização’ bem-sucedida requer compreensão da região estrangeira
em que se pretende investir, analisando nível de competitividade e concorrência
Questionar: é um país onde há demanda ou oportunidades?
Conhecer a cultura local e agregar à equipe profissionais com proficiência em
línguas e capacidade de adaptação
O empresário que objetiva globalizar a sua empresa deve possuir uma
competência gerencial imprescindível: diplomacia empresarial. O que não significa
apenas ser um importador ou exportador, mas um estrategista para garimpar
representantes, escolher um país com oportunidades reais de negócios e situar a
sua marca no mercado-chave
É importante a proximidade com o parceiro local para adequar os produtos e
processos às demandas e hábitos de consumo. A BrasilSul, por exemplo, precisou
adaptar tamanho, modelagem e cores
Para ampliar os horizontes e visualizar o mercado estrangeiro, vale participar de
feiras internacionais
nece forte. Segmentos como vestuário e alimentação, por exemplo, detêm grandes possibilidades mercadológicas, assim co mo as franquias.”
O Sul e Sudeste brasileiro vêm se destacando. Conforme o consultor, as duas regiões exportam modelos de ne-gócios que se diferenciam no exterior, particularmente na área de prestação de serviços. Conta a favor o perfil re-siliente de gestores acostumados a adaptar os seus projetos para suprir as necessidades de públicos das classes que transitam da base ao topo da pirâ-mide. “Essa flexibilidade viabiliza que um mesmo empreendedor venda tanto em Paris quanto em Angola. Trata-se de uma característica brasileira, de algo muito peculiar”, complementa.
ovE Tö
PfEr/s
ToCk
.xChng
27
TexTo: Luísa KaLiLFoTo de aberTura: Lúcia simon
brir uma empresa pode ser comparado ao ato de fazer uma dieta: pode ser estimulante e fácil no iní-cio, mas é a manutenção do equilíbrio e das metas conquistadas que exige o esforço maior. A receita para o sucesso de um empreendimento depende de inúmeros ingredientes. Para citar alguns: pla-nejamento, estudo, relacionamento, capacidade de inovação, compromisso e – por que não? – um pouco de sorte. A cereja do bolo, no entanto, diz respeito a um único termo: trabalho.
Inaugurar um negócio implica correr riscos, os quais nem sempre podem ser completamente
Não
equívocosacumuLe
ABe
ns &
Ser
viço
s / J
ulho
201
1 / E
diçã
o 75
Saiba quais são os erros mais comuns entre empresários que desejam
inaugurar uma empresa, ou mesmo entre negócios jovens no mercado.
Entenda por que essas falhas ainda acontecem e veja qual o melhor
diagnóstico para cada situação
27
estãoG
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 7528
1“O ‘achismo’ é muito perigoso,
não se trabalha com base em
suposições.”
Léo Hainzenreder Diretor-superintendente do Sebrae-RS
João aLves/divuLgação sebrae-rs
evitados. Boa parte, porém, é de fácil diagnóstico. Caso o empresário não tome cuidado, pode colocar tudo a perder. Conheça (e saiba como evi-tar) alguns dos principais equívocos cometidos por quem deseja lançar-se como empreendedor.
PlANEJAmENTOEducação. De acordo com o dire-
tor-superintendente do Sebrae-RS, Léo Hainzenreder, esta é a chave para entender a importância do planeja-mento de uma empresa, em especial no que diz respeito às finanças. Segun-do Hainzenreder, 22% das empresas fecham antes de completar dois anos. Uma média alta, mas que pode pare-cer baixa, se comparada aos 58% que assombravam o mercado nos difíceis anos de elevada inflação. “A inflação é mutante, inimiga mortal. Fica com-
plicado, pois a maioria dos negócios de pequeno e médio portes não tem como fazer sua reposição, e acabam não trabalhando corretamente o fluxo de caixa, por falta de gerenciamento”, explica o diretor-superintendente.
Ele afirma que há certa resistência das empresas em colocar o necessá-rio no papel. “Não se pode misturar o financeiro pessoal e o empresarial”, destaca. Segundo Hainzenreder, essa combinação é o maior entrave para o controle financeiro, pois o empresário perde a dimensão do verdadeiro custo do negócio, o que implica imaturidade no que diz respeito ao capital de giro. Para evitar a situação, ele recomen-da produtos e cursos que auxiliam na educação sobre o tema.
Outro ponto levantado pelo dire-tor-superintendente do Sebrae-RS, e que representa um passo em falso dos mais frequentes, é a ideia errada de li-berdade que se tem ao inaugurar um empreendimento. “Se trabalha muito mais, pois os chefes serão os seus pró-prios clientes”, esclarece. A solução está em encontrar o equilíbrio entre sa-ber administrar e conhecer o produto, um não pode existir sem o outro. “Ou o negócio vai por água abaixo”, alerta. Por isso, o planejamento e a análise de mercado são cruciais. “O mercado não é elástico”, salienta. Conhecer o consumidor é crucial para empresas de todos os segmentos e portes. “O clien-te não quer mais ser induzido, ele quer poder de decisão, e há carência disso”, avalia Hainzenreder.
Tão importante quanto conhecer o consumidor é investir na capacita-ção. O diretor-superintendente afirma
que o interesse por parte das empresas nesse quesito ainda é baixo, e por isso faltam profissionais qualificados. “As pessoas fazem diferença numa empre-sa. Máquinas são substituíveis”, obser-va, lembrando que o amadorismo e o despreparo são fatores que afetam não apenas o comércio e o setor de servi-ços, mas também a indústria.
Para complementar o departamen-to dos equívocos, está o feeling, termo conhecido pelos empresários como a simples sensação de confiança em uma ideia. “Só se trabalha com intui-ção quando não há dados. Se você re-
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75 29
2almente planejar, o feeling passa a ser fato. O ‘achismo’ é muito perigoso, não se trabalha em cima de suposi-ções”, conclui.
CAPACiTAçÃO“O empreendedor surge muito mais
por uma questão de mercado, porque ele escolheu investir numa ideia. No entanto, ele não se preparou para isso, e aí reside um problema.” Para o pro-fessor da Faculdade de Administração da Universidade Federal de Santa Ma-ria (UFSM), Mauri Löbler, esse é um dos motivos que levam o Brasil a ser
um verdadeiro campeão em inaugura-ção e, ao mesmo tempo, encerramento de novos negócios.
Löbler afirma que um dos erros mais comuns é superestimar o tempo de retorno do negócio. Em outras pa-lavras, criar expectativas em cima de um retorno dentro de um período não compatível com a realidade. “É normal investir tudo o que se tem, e às vezes mais um pouco, na ideia de um negó-cio, mas quantas empresas realmente estouram no primeiro mês? Talvez uma em mil. O resto vai depender do tem-po de maturidade”, explica.
Apesar do fácil acesso à informa-ção que se tem hoje, proporcionado pelo avanço das novas tecnologias, o professor acredita que não basta sim-plesmente estar a par do que acontece. “A informação está disponível para to-dos. Como trabalhá-la é a grande saca-da. É preciso saber enxergar o que nin-guém vê”, recomenda. Por isso, investir na preparação, por meio de consultorias ou instituições de ensino, por exemplo, pode ser ferramenta de grande contri-buição. “O que não falta hoje é lugar para procurar auxílio”, afirma.
Um contraponto com relação à educação é que, apesar de as universi-dades oferecerem cursos cada vez mais segmentados nas áreas que compor-tam o universo da gestão, isso não tem evitado que o aluno saia despreparado para o mercado em alguns aspectos. “De repente estamos no tempo de ma-turação desta quantidade de cadeiras voltadas ao empreendedorismo, mas algumas dúvidas são as mesmas de dez anos atrás”, lamenta. Löbler diz que o papel do curso superior é estimular o ser empreendedor, fazer com que o aluno aprenda sobre gestão. No entanto, um dos problemas desta nova geração que ingressa no mercado pode ser a pressa. “O aluno desta geração não está acre-ditando na ideia de que uma empresa é ‘98% transpiração – 2% inspiração’; eles acham que é 90% inspiração e 10% de trabalho”, aponta. O que pre-cisa ser reforçado é a cultura do estudo e do trabalho. “Temos que recuperar isso, ou o país vai pagar caro”, prevê Löbler. Para isso, o professor salienta a importância do foco na capacitação. “Quando algum aluno me diz que não
caro
L cor
so
estãoG
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 7530
4
3sabe o que aconteceu para a ideia dar errado, sempre digo que, se ele tivesse estudado mais, de repente não estaria frente a essa situação. A teoria não é inventada, ela surge a partir de obser-vações”, ressalta.
FOCONão há dúvidas de que o controle
financeiro em uma empresa é impor-tante. No entanto, é preciso ter foco, lembrando que outros fatores, frequen-temente esquecidos, estão intimamen-te relacionados aos bons resultados fi-nanceiros da empresa. De acordo com o professor da Faculdade de Economia da Pucrs, Alfredo Meneghetti, em pri-meiro lugar é importante prospectar clientes. “Às vezes, não se dá muita atenção ao público-alvo. É um erro crucial”, determina. O segundo passo é saber fornecer o serviço adequado ao público-alvo com o qual se deseja tra-
balhar. Em outras palavras, trabalhar com as verdadeiras necessidades dos clientes. Em terceiro lugar, Meneghet-ti alerta para o encaminhamento de benefícios sem custos, ou seja, agregar valor ao serviço, de forma gratuita, no intuito de fidelizar o cliente. A mesma fidelização também está prevista no passo seguinte, que diz respeito à flexi-bilidade do pagamento. Nem sempre o empresário recebe na data combinada, mas saber contornar a situação pode contribuir para a imagem do negócio e no relacionamento com o cliente. A quinta etapa mantém o foco no con-sumidor. “O microempresário deve fa-zer tudo o que o cliente deseja, para que seja prontamente atendido: bus-car inovação, sugestões e requisições, entre outros”, sugere. Para concluir, o professor de Economia destaca: sem-pre buscar informações especializadas. “Há diferentes ferramentas, tanto em âmbito regional quanto nacional. Es-tar informado é algo que deve ser feito permanentemente. Não ver dados, não monitorar, não procurar revistas espe-cializadas, isso é um erro”, determina.
mARkETiNGAssim como planejamento, finan-
ças e estudos, o Marketing é, cada vez mais, um importante aliado no bom desenvolvimento de uma empresa. De acordo com a consultora de marketing e sócia-diretora da 2Day Estudos de Mercado e Marketing, Patrícia Longhi, erros e acertos fazem parte de qual-quer empresa iniciante, “e fatalmente acontecerão”. Por isso, ela acredita que o importante é sempre tentar errar menos, “ou pelo menos cometer erros
novos”, brinca. No que diz respeito ao Marketing, essa realidade não é muito diferente, portanto é necessário saber contornar ideias ou estratégias que ve-nham a não dar o retorno esperado.
Segundo Patrícia, existem três ta-bus que geralmente atrapalham na reflexão para inaugurar um negócio ou lançar um produto ou serviço. O primeiro deles é considerar a pesqui-sa de mercado uma alternativa cara. “Pesquisa boa se paga facilmente, sem-pre. Ou reduzindo o risco do negócio, apontando possíveis falhas ou melho-rias no produto, ou potencializando o ganho, crescendo as margens.” Em segundo lugar, está o ato de copiar a estratégia do concorrente. “Mesmo se o seu produto ou serviço for similar em público-alvo e características, imitar o que já foi feito tem menos chances de sucesso. Inove, busque um espaço úni-co e relevante no posicionamento e na comunicação do produto. Evite olhar ‘no retrovisor’ ou para o passado”, aconselha Patrícia. O terceiro ponto, segundo a consultora, é não ter ver-ba ou estratégia para a comunicação. “Campanhas virais inteligentes são ex-tremamente rentáveis e podem virar o jogo rapidamente. Inúmeros exem-plos inundam nossas caixas de correio com ações no YouTube muito bem viralizadas todos os dias. Assessoria de imprensa é um dos investimentos mais baratos com alto poder de pene-tração e recall também. Veículos de massa ainda podem ser interessan-tes mesmo para menores verbas, em horários ou programas segmentados. Comunicação boa funciona, sempre”, alerta a consultora.
“Estar informado é algo
que deve ser
feito permanentemente.”
Alfredo Meneghetti Professor da Faculdade de Economia da Pucrs
marcos coLombo/divuLgação Pucrs
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75 31
5
Para uma empresa iniciante, há um conjunto de quatro palavras que reúne o essencial para saber sobre Marketing. De acordo com Patrícia, são “os bons e velhos quatro Ps”: Produto, Preço, Praça e Promoção. Estudar cada um deles ainda no estágio inicial de um negócio pode contribuir muito para os resultados no futuro. “É muito comum acompanharmos produtos inovadores, interessantes e de preço justo fracas-sarem por falta de canal de vendas ou distribuição. Cada P é realmente im-portante no processo e não pode ser subestimado”, ensina.
Independentemente do porte da empresa ou do segmento em que atua, o marketing é um importante ingre-diente para o sucesso. Por quê? “Por-que funciona”, explica Patrícia. Mar-cas bem-trabalhadas, que são fortes no mercado, enfrentam qualquer obs-táculo. Para pensar melhor essa ideia, a consultora recomenda a procura por agências de propaganda que pos-sam assessorar o processo de comuni-cação. “São inúmeras as ferramentas disponíveis no setor, e um profissional não qualificado poderá facilmente alo-car verba desnecessária em uma ou outra ação”, diz.
RECuRSOS HumANOS O relacionamento é um ponto for-
te em uma empresa. Seja entre sócios, ou dos mesmos com a equipe de co-laboradores, fornecedores e clientes, o diálogo é a melhor maneira de encon-trar soluções ou até de propor novas ideias. No entanto, a gestão de pessoas está entre os principais entraves de uma empresa.
“Comunicação
boa funciona, sempre.”
Patrícia Longhi consultora de marketing e sócia-diretora da 2Day
Estudos de mercado e marketing
arquivo PessoaLPara as sócias da Place RH – Rose Costa, Adriana Adams e Cristina Ri-veiro –, um erro comum no setor de recursos humanos em uma empresa é a má avaliação do custo do investi-mento, bem como a não previsão das remunerações e perfis dos colaborado-res. “A área de recursos humanos de um novo empreendimento deve buscar informações sobre sua concorrência, verificar o que se pratica em relação a remuneração, benefícios e estrutura de cargos e salários, realizar benchmarking”, exemplifica Rose.
Investir em treinamentos, apostar na qualificação da equipe de colabora-dores e dos próprios gestores é um pas-so crucial para uma empresa se man-ter no mercado. Ao setor de recursos humanos cabe promover programas motivacionais e de incentivos à busca de resultados, por desempenho e pro-dutividade, definindo metas. “Muitos colaboradores não conhecem a orga-nização onde trabalham, nem qual o objetivo da mesma”, observa Rose.
No caso das empresas de peque-no e médio portes, o setor de recursos humanos se destaca ao conseguir mo-bilizar e sensibilizar esses empreendi-mentos, valorizando as pessoas de for-ma criativa e com pouco orçamento. “Não podemos esquecer que pessoas motivadas fazem a diferença nas or-ganizações”, acrescenta Adriana. Por isso, metas claras e bem-definidas contribuem para se chegar aos resul-tados esperados.
Instituições focadas no auxílio à pequena empresa, como o Sebrae, e mesmo organizações não governamen-tais (ONGs) são algumas das opções
às quais os empresários podem recor-rer para buscar orientação sobre como proceder no que diz respeito ao setor de recursos humanos. “Essas organiza-ções oferecem cursos e formações de baixo custo, além de desenvolver seus colaboradores para um melhor aten-dimento de seus clientes e fornecedo-res”, avalia Cristina.
A existência de profissionais liga-dos à gestão de pessoas é uma necessi-dade cada vez mais imprescindível em uma empresa. Segundo Rose, o papel do profissional de recursos humanos é estratégico e participativo. “Quando conhecemos nossos colaboradores e incentivamos os mesmos, certamente temos resultados positivos com pro-dutividade, melhor lucratividade e continuidade na organização. E são os profissionais da área de RH que detêm esta expertise”, conclui.
aiba maisS
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 7532
C o n s u m o
n e g ó C i o s i m a g i n a s ó !
Restaurante pop-up em CingapuraLevar o sabor da culinária asiática para diferentes
regiões do mundo. Esta foi a grande sacada do
restaurante Takeout, especializado em pratos típicos
de Cingapura. O projeto conta com uma equipe de 10
importantes chefs de cozinha cingapurense. A jornada
gastronômica itinerante passará por Sidney, Deli,
Dubai, Xangai, Hong Kong, Nova York, Moscou, Paris
e Londres. O restaurante foi montado dentro de um
contêiner de navio e, em cada parada, recebe, por três
dias, interessados em experimentar as suas iguarias.
Ingredientes, talheres, panelas e passaporte na mala.
País de empreendedoresNo quesito empreendedorismo, o Brasil conquistou desta-
que entre os países que integram o G20 (grupo das maiores
economias mundiais) e o Bric – bloco formado pelos países
considerados emergentes. A constatação é de um recente
estudo do Sebrae Nacional. O relatório também mostra que
a cada cem brasileiros, aproximadamente 17 resolveram em-
preender, o que corresponde a 21,1 milhões de pessoas que
desempenham alguma atividade empresarial. As oportunidades
influenciaram na decisão de 68% do total de empreendedores,
em detrimento de 32% dos motivados pela necessidade.
Atendimento faz a diferençaO brasileiro quer atenção do momento em que entrou na loja à
efetivação da compra. Este pode ser o grande diferencial compe-
titivo. Estudo realizado pela Vidi Shopper House revelou que o
atendimento influencia na decisão do consumidor. A pesquisa con-
siderou uma mostra de 500 pessoas em cinco regiões do Brasil.
O relatório da empresa especializada em mensurar experiências
de compra por meio de clientes secretos ainda sugere que o trei-
namento da equipe de vendas baseie-se nos princípios da cordia-
lidade, envolvimento, conhecimento, equilíbrio e educação. “Para
alcançar melhores percentuais de satisfação, as empresas deveriam
investir mais em capacitação de vendedores, do relacionamento
com o consumidor às funcionalidades de seus produtos”, observa
Marco Flávio Cardoso, sócio-diretor da Vidi Shopper House.
F i n a n ç a s
Expectativas de alta no faturamento
Uma parcela expressiva do empresariado brasileiro está otimista com relação ao incremento da sua receita durante o ano. Nada menos que 80% dos participantes do International Business Report (IBR) 2011, da Grant Thornton, nutrem a expectativa de aumentar o faturamento. Trata-se de um índice muito acima da média global. O levantamento também mostra que 65% esperam melhorar a lucratividade. Assim como os brasileiros, os empreendedores indianos (91%), chilenos (86%) e argentinos (81%) demonstram otimismo com o resultado dos negócios.
Divu
lgaç
ão/s
inga
pore
Take
ouT
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75 33
r e C u r s o s H u m a n o s
e D u C a ç ã o
e m T e m p o
Quando o vento minuano sopra, é sinal
de que o frio típico do inverno do Rio
Grande do Sul desponta. Mas as baixas
temperaturas têm lá seus atrativos. O
rigor do inverno esquenta o turismo
regional, atraindo pessoas de distintas
regiões do país e do mundo. O Estado
oferece uma programação intensa
para se aproveitar a época, além de
uma infraestrutura que endossa o seu
potencial no segmento turístico. Quem
visita o território rio-grandense pode
conferir eventos como o 1º Roteiro
Enogastronômico da Região Vinícola da
Serra Gaúcha (de 28 a 31 de julho) e o
Festival de Inverno de Gramado (de 12
de julho a 1º de agosto), entre outros.
Opções não faltam!
mais
inFo
rmaç
ões
na e
Diçã
o 67
Da
B&s
Inverno consolida potencial turístico gaúcho
Escolaridade aumenta entre brasileirosO número de jovens entre 15 e 17
anos que trabalham ou estão em busca
de emprego caiu, aumentando a sua
presença na sala de aula. A conclusão é de
um estudo do IBGE desenvolvido em São
Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e
Porto Alegre, que considera o movimento
da respectiva faixa etária nos últimos oito anos. Conforme Olavo Henrique Furtado,
coordenador de pós-graduação e MBA da Trevisan Escola de Negócios, “a boa
notícia é que o brasileiro começa a enxergar a educação como uma forma de
ascensão socioeconômica. Preocupante é que a falta de mão de obra qualificada é
um problema que não conseguirá ser resolvido no curto prazo”.
Problemas legais afetam a produtividadeA Hyatt Legal Plans, empresa da MetLife, publicou estudo que avalia o impacto
dos problemas legais no desempenho profissional. Os gargalos a serem resolvidos
com a Justiça levam as pessoas a gastarem cerca de três horas por semana do
horário de trabalho. O tempo é utilizado para resolver as mais variadas pendências
como preparação de testamento, multas de trânsito, impasses imobiliários, dívidas
ou questões familiares como adoção ou divórcio. A pesquisa, realizada com 846
americanos, empregados nos Estados Unidos, também apontou que tais problemáticas
impactam de forma negativa na saúde física e emocional.
Varejo comemora resultados do Dia dos NamoradosDe acordo com a Serasa Experian, as vendas no Dia dos Namorados
registraram aumento de 8,6%, na semana de 6 a 12 de junho, na
comparação com o mesmo período de 2010. A data movimentou
os consumidores em todo o país, havendo um incremento no
percentual das compras feitas de última hora. O frio no Sul e Sudeste
fomentou a comercialização de artigos do segmento de confecções.
O desempenho positivo no Dia dos Namorados, observa a entidade,
contribuiu para que o comércio varejista encerrasse o primeiro
semestre do ano com grandes resultados.
sanj
a gj
ener
o/sT
Ck.xC
Hng
D a T a p r o m o C i o n a l
maCi
ek p
elC/
sTCk
. xCH
ng
rodutoP
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 7534
uando você conhece algum lugar novo e que lhe cativa, geralmente se pergunta quando poderá voltar ou de que forma pode levar um pedaço daquela lembrança consigo. Alguns empreendi-mentos levaram este pensamento tão a sério que atualmente oportunizam a seus clientes a possibilidade de os mesmos le-varem alguns produtos, fabricados no pró-prio local, para o conforto da sua casa.
A qualidade do serviço e atendi-mento são pontos fortes de uma em-presa, não importa o segmento em que atue. Expandir o negócio através da fabricação de produtos próprios pode ser uma ótima alternativa para incre-mentar a renda, fidelizar novos clientes e fortalecer a marca.
Primeiro restaurante especializado em gastronomia árabe de Porto Ale-gre, o Baalbek oferece entre inúmeros pratos o tradicional pão árabe. Servido apenas como acompanhamento das refeições, a demanda por parte dos
consumidores cresceu de forma signifi-cativa. “Os clientes desejavam adqui-rir os produtos para consumir em casa ou mesmo disponibilizar em estabele-cimentos comerciais”, explica a sócia proprietária Lívia Ghanem.
O primeiro passo foi dado em 1990, e hoje a venda dos pães representa 40%
Q
O que éque esta empresa tem? Um empreendimento pode inovar de diferentes maneiras. Apostar na fabricação e
comercialização de produtos próprios é uma delas. Conheça a história (e o sucesso)
de quem investiu nessa ideia
do faturamento do restaurante. Ini-cialmente, o produto era oferecido em embalagens de 800g, com 12 unida-des. Para melhor se adaptar ao merca-do, foram criadas embalagens de 400g, com seis unidades, as quais podem ser encontradas não apenas no local e por telentrega, mas também em bancas do Mercado Público e em uma rede de supermercados da capital. A iniciativa trouxe novos clientes e, além disso, es-timulou a venda de outros produtos no próprio restaurante, como as pastas de berinjela, grão de bico ou coalhada. Para suprir a demanda, a fábrica de pães, ini-cialmente instalada na sede do Baalbek, foi transferida para outro endereço e ga-nhou mais espaço.
IdeIa em expansãOCom o sucesso conquistado através
da iniciativa, o Baalbek hoje aposta na expansão da linha de produtos industria-lizados para comercialização. A ideia vem Chopp artesanal é fabricado na Cantina do Toco
Clov
is D
aria
no/D
ivul
gaçã
o: C
anTin
a Do
ToCo
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75 35
sendo trabalhada desde 2009, a partir da construção da nova fábrica de pães. O ano passado foi marcado pela mudança do local de produção e também de prepa-ração para novos investimentos. No en-tanto, Lívia ressalta que as mudanças não alteraram o foco do negócio. “Apesar de industrializarmos o processo, primamos por manter a tradição de oferecer produ-tos frescos, naturais e com pouca adição de conservantes.”
Em 2011, o consumidor deve ter aces-so a novos produtos da culinária árabe para servir em casa. Entre os quais, mini-esfihas, torradinhas de pão árabe, elabo-rado para coquetéis e aperitivos, além de doces árabes, os quais já são vendidos no restaurante. “A idéia é o cliente poder ter na geladeira de casa os mesmos sabores que podem encontrar aqui o restaurante. É uma alternativa prática e saudável para um lanche rápido ou aperitivo para visi-tas inesperadas”, acrescenta Lívia.
FeItO em casaFundado em 1999, a Cantina do Toco
tem como foco proporcionar ao cliente o melhor da culinária italiana, aliado a um ambiente informal, trabalhando o con-ceito de slow food. O termo se refere à união entre uma alimentação saudável, prazerosa e que valorize o ambiente e o preparo do prato. Há cerca de cinco anos, os sócios Cláudio Leite e Antônio Taffarel – o Toco – decidiram apostar na fabricação de produtos próprios. “Enxer-gamos uma oportunidade de negócio e corremos atrás da demanda”, conta Lei-te. Um importante aliado foi a aquisição do Alvará da Saúde, certificação que ga-rante a qualificação do empreendimento para produzir e rotular produtos.
Hoje o mix inclui geleia de pimen-ta, caponata (berinjela em conserva de azeite de oliva) e a cerveja artesanal, produzida desde 2009, quanto Taffarel investiu na técnica como cervejeiro.
Com o nome de Chopp Terapia, o em-preendimento produz hoje quatro tipos da cerveja artesanal, os quais podem ser encontrados em diferentes tamanhos: garrafas de 660ml, 750 ml e 960ml, re-tornáveis, além de barris de chopp de 15, 30 e 50 litros. “São três mil litros de cerveja por mês, distribuídos para mais de 20 bares na cidade. Cerca de 30% do faturamento hoje corresponde à venda dos produtos de marca própria, sendo 25% somente a cerveja”, expli-ca Cláudio Leite. Assim como no caso do Baalbek, a Cantina do Toco tam-bém ampliou sua clientela a partir da venda de produtos fabricados no local, ou seja, consumidores que chegam ao restaurante pelo desejo de conhecer a origem de acepipes que já consomem. No momento, a cantina não pensa em agregar novos artigos à linha de produ-ção. “Agora é a fase de solidificar os que já possuímos”, aponta Leite.
através do sucesso dos pães, restaurante ampliou as vendas com as pastas e doces tradicionais
Elias EbErharDT/Divulgação baalbEk
ecnologiaT
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 7536
alvez você não saiba exatamen-te o que é nem para que serve este pro-duto que tem dominado publicidade e imprensa nos últimos meses. Mas por que tanto burburinho em função de mais um lançamento da indústria? A resposta está nas promessas que o item
T
Mania mundial, os tablets desembarcaram no país no final de 2010. Ainda sob altos
custos, o produto promete ser a sensação do Natal deste ano, independentemente da
idade do público. Será que é febre de consumo ou vale o investimento?
o Natal dos tabletsVem aí
traz consigo. De acordo com fabrican-tes, vendedores e usuários, os tablets devem concretizar mais um passo da revolução digital.
Em primeiro lugar, para aqueles pouco atentos à tecnologia, é importan-te saber que tablet não é notebook nem
netbook, não é smartphone, muito menos computador (PC). É um novo produto, que possui características e competên-cias de diferentes mídias. Steve Jobs, presidente da Apple e um dos homens mais influentes do mundo, acredita que o tablet marca a era pós-PC. Os tablets foram precedidos pelos e-readers (como o Kindle, da Amazon), utilizados exclu-sivamente para leitura de jornais, livros e revistas. Em 2010 a Apple lançou o iPad, um tablet semelhante a um e-reader que conta ainda com funções de com-putador, como acesso à internet, leitura e edição de documentos simples, visua-lização de fotos e vídeos e possibilidade de jogos em 3D.
Além das fu ncionalidades, o tablet chama a atenção pela experiência de uso. Uma espécie de grande iPhone, a versão que desde o lançamento con-quistou o mundo (confira alguns índices no quadro) possui tela sensível ao toque
Lúci
a Si
mom
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75 37
(touchscreen), respostas precisas aos comandos, alta qualidade de imagem, sistema operacional simples, bateria de longa duração (10 horas) e praticidade de uso – em formato de prancheta, pesa cerca de 600 gramas.
Internet, feiras de tecnologia e as próprias lojas anunciam a chegada de outras marcas ao mercado. As diferen-ças, segunda especialistas, prometem ser poucas. Hoje a principal variante está no sistema operacional da Apple frente à opção Android (Google), ambos já pre-sentes nos smartphones. A Microsoft deve lançar seu sistema para tablet apenas em 2012. O iPad conta com a marca Apple e seus apreciadores, além da imensa varie-dade de aplicativos (mais de 65 mil). No entanto, o Android possui código aberto, garantindo o desenvolvimento e aplica-ção de sistemas específicos, algo bastante interessante para o uso corporativo.
mercado gaúchoAs possibilidades corporativas vêm
ganhando interesse particular no mer-cado gaúcho até agora. A Compujob, de Porto Alegre, tem investido no público empresarial. Segundo Adriane Lengler, diretora comercial, o pioneiro iPad é o que mais vende, contudo o Android é bastan-te procurado por empreendimentos que buscam automatizar a força de trabalho. “A integração com o sistema operacio-nal da empresa é um grande atrativo”, comenta Adriane, acrescentando que os tablets são interessantes para vendedores e representantes, por exemplo. “Antes o vendedor ia apresentar o produto e pre-cisava de uma mesa para abrir o notebook, hoje pode ser feito facilmente com uma espécie de caderno.”
mania mundialConfira alguns números associados ao mercado de tablets
Devem ser vendidos 400 mil tablets no Brasil em 2011
Os tablets chegaram ao mercado brasileiro em novembro de 2010. Em pouco mais
de um mês foram vendidos 100 mil itens
Modelos genéricos (com menos funções) estão sendo produzidos e devem chegar
ao mercado ao custo de R$ 800
A primeira versão do iPad (hoje está disponível o iPad 2) vendeu 15 milhões de
unidados ao redor do globo, em 11 meses de comercialização
O mercado mundial de tablets deve atingir US$ 25 bilhões em 2011
Os tablets foram incluídos na “Lei do Bem”, que prevê isenção de impostos
Em 2011 devem ser vendidos 54,8 milhões de tablets. Para 2012 a previsão é de
103,4 milhões
A Apple abocanhou 93% do mercado entre julho e setembro de 2010. A comercia-
lização do Galaxy Tab, da Samsung, atingiu as vendas do iPad, que caiu para 73%
Smartphones e tablets responderão por 64% da venda de computadores em 2014
Em 2017, a cada três notebooks comercializados, dois tablets serão vendidos
Até 18 de junho, oito empresas haviam recebido incentivo fiscal de 31% para
produzir tablets no país
iDc, J.P. morgan, gartner, rBc caPitaL marketS, DiSPLaySearch
A gerente comercial da Compujob destaca que os aplicativos são interes-santes e amigáveis com o público, porém o item não substitui o computador, nem o notebook. “O modelo de uso é muito
diferenciado, e apesar dos preços altos (aproximadamente R$ 1.600) o pro-duto já atingiu as vendas dos netbooks. O perfil de público consumidor de tablet na Compujob é formado basicamente por pessoas que já tinham acesso a com-putadores. Vinícius Cansao, diretor co-mercial da Philden, também da capital gaúcha, acrescenta as seguintes carac-terísticas ao perfil: entre 30 e 45 anos, classes A e B e usuário de tecnologia touch. A chegada dos novos modelos às lojas promete popularizar o produto, que ainda não sofreu o boom de vendas. “O netbook evoluiu bastante desde o primei-ro modelo. O tablet ainda deve evoluir muito. Hoje é uma tendência, uma pro-messa”, comenta Cansao.
adriane, da compujob, espera boom de vendas ainda este ano
Foto
S: Lú
cia
Simo
n
ertificaçãoC
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 7538
fim de garantir maior efi-ciência, a administração – pública e privada – caminha em direção ao uni-verso virtual. O fim das necessidades físicas deve gerar mais agilidade e segu-rança em todo o processo administra-tivo, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. A virtualização significa, por exemplo, menos sonegação fiscal, mais organização, menos documentos im-pressos e lixo.
Para que haja segurança completa na transmissão de documentos pela internet é necessário que a empresa ou pessoa física tenha um certificado digital, que na prática funciona como uma credencial que identifica uma entidade. Documento eletrônico se-guro, permite ao usuário se comuni-car e efetuar transações na internet de forma mais rápida, sigilosa e com validade jurídica.
De acordo com o presidente do Sescon-RS, Jaime Gründler Sobrinho,
a certificação digital existe desde 1996, porém sua obrigatoriedade começou por meados de 2006. “A cobrança do certificado digital varia conforme o ramo da empresa e seus respectivos prazos. A Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), por exemplo, é uma declara-ção em que seu envio se faz obrigató-rio com certificado digital. Muitas em-presas já são obrigadas a emitir Notas Fiscais Eletrônicas (com certificado digital).” A partir de janeiro de 2012 o Sistema de Conectividade Social da Caixa Econômica Federal entrá em vi-gor, determinando que as declarações de FGTS sejam enviadas via sistema somente com certificado digital.
Para contar com certificado digi-tal a empresa deve buscar uma auto-ridade de registro; a Fecomércio-RS é uma delas. Conforme Neusa Machado, gerente-administrativa da entidade, a Fecomércio-RS cadastrou-se como au-
A
Documentovirtual, certificado real A certificação digital já é realidade para muitos empreendimentos, e a partir de
janeiro de 2012 incluirá todas as empresas que possuam funcionários. Saiba como
proceder e contar com o certificado
toridade de registro com o intuito de assegurar às empresas representadas o acesso ao cumprimento da legislação.
PrePare-seAs obrigatoriedades estão crescen-
do gradativamente, e em alguns anos todos os CNPJs e CPFs deverão contar com versão online, por isso, é interes-sante não deixar para a última hora. “Os empresários atentam-se muito para o cumprimento legal, por essa razão a procura pelo registro tem sido sazonal, mas não tem por que deixar para o pra-zo final”, afirma Neusa. As punições, conforme o presidente do Sescon-RS, incluem multas, pelo atraso ou não en-vio da declaração.
Grande parte do processo de cer-tificação digital pode ser feito online (acesse http://certificadodigital.fe-comercio-rs.org.br), do agendamen-to ao pagamento das taxas, que têm preços tabelados.
ersonalidadeP
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75 39
ax Gehringer não é apenas aquele apresentador que fala verdades bem-humoradas e, por vezes, irônicas sobre o mercado de trabalho, nos pro-gramas de televisão de que participa e em artigos que publica. Graduado em Administração, com pós-graduação pe-la FGV, Gehringer é atualmente um dos palestrantes mais requisitados no país. Sua trajetória inclui uma carreira de su-cesso, em que ocupou importantes posi-ções como executivo de empresas reno-madas, entre as quais PepsiCo, Pullman/Santista Alimentos, Elma Chips e Frito Lay. Escreveu vários livros sobre o mun-do empresarial e mercado de trabalho, e hoje é comentarista da rádio CBN e do programa Fantástico, da Rede Globo, além de possuir uma coluna semanal na revista Época.
O iníciOGehringer adquiriu o talento para
comunicar desde cedo. Aos 12 anos, tra-balhou fazendo diversos ‘bicos’, muitos
nem sendo remunerado. Na adolescên-cia, entre 14 e 15 anos, trabalhou como redator de jornal e locutor de rádio, o que lhe proporcionou um contato mais intenso com a escrita e, assim, aprimo-rou a fala e a escrita.
A experiência contribuiu para os ru-mos que sua vida tomou: Gehringer ficou conhecido como o apresentador dos qua-dros Emprego de A a Z e Meu primeiro em-prego, no programa dominical Fantástico. Já em suas palestras, é reconhecido pelo bom humor ao falar de temas referentes ao ambiente organizacional, enfatizando sempre a motivação para trabalhar e para alavancar a carreira.
As leis de GehrinGerEm obras como Comédia Corporativa
e Não aborde seu chefe no banheiro, que reúnem crônicas e artigos publicados na imprensa, dirigidos ao público corpo-rativo, é possível perceber o perfil dife-renciado de Gehringer. A partir de suas abordagens, aliadas à leveza e ao bom
M
A receitA para o sucesso
humor, o autor mostra diversas interfa-ces do que ocorre dentro do ambiente de trabalho, assim como apresenta os pontos que podem dar certo – ou errado – para diretores, gerentes, funcionários, expondo como o mundo corporativo funciona em suas pequenas interfaces. Toda essa sabedoria vinda de Gehringer não veio apenas dos bancos da univer-sidade, mas também da experiência que práticas em diversos setores consegui-ram proporcionar.
Com um currículo arraigado em grandes experiências, Max Gehringer é exemplo
de quem já passou por todos os departamentos do mundo corporativo: de auxiliar de
limpeza chegou a presidente de grandes companhias
Divulgação/EDitora globo
escS
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 7540
s facilidades de acesso ga-rantidas pela tecnologia fazem com que a música produzida em todo o mundo che-gue aos ouvidos brasileiros. Proporcional a essa entrada, está a diminuição do espa-ço dedicado à música não comercial feita no país. Para assegurar o contato com a qualidade e a diversidade da música brasi-leira, o Sesc Nacional, colaborativamente com as unidades do Sesc em cada estado,
realiza anualmente o Sonora Brasil – For-mação de Ouvintes Musicais. O projeto carrega o título de maior iniciativa de cir-culação musical do Brasil. Este ano serão 420 concertos em 110 municípios (veja programação para o Rio Grande do Sul no quadro), sendo grande parte no interior do país. O Sonora Brasil é uma das propostas do Sesc que visam à formação de plateia. A iniciativa propõe-se a despertar um
A
A 14ª edição do Sonora Brasil, projeto realizado pelo Sesc, já está em andamento.
A iniciativa, sempre com entrada franca, leva ao interior do país a tradição musical
brasileira, garantindo a formação de plateias e a difusão do som produzido aqui
olhar crítico sobre a produção e os meca-nismos de difusão de música em território nacional, incentivando novas práticas e hábitos de apreciação musical.
Jane Schöninger, coordenadora de Cultura do Sesc-RS, explica que o So-nora Brasil não se limita à apresentação de espetáculos: “Os artistas explicam de forma educativa e didática o funciona-mento do instrumento e o estilo musical. Queremos promover o confronto entre a música escrita e a tradição oral”. Para ga-rantir esse fim, são selecionados músicos que estudam seus instrumentos e outros que vêm de cultura popular.
Edição inovadoraA primeira edição do Sonora Brasil
ocorreu em 1997. De lá para cá, 60 grupos fizeram parte da proposta, apresentando-se 3.154 vezes a mais de 500 mil especta-dores. Até o ano passado, as edições do projeto contavam com uma proposta te-mática, que tinha o objetivo de valorizar elementos da música brasileira.
Músicacom selo brasileiro
Clau
dio
EtgE
s/di
vulg
ação
sEs
C
sotaques de Fole: Fernando Pereira (percussão) , Eduardo Canteiro (violão) e gilberto Monteiro (gaita ponto)
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75 41
Em 2011, no entanto, a iniciativa passa a acontecer de forma diferente. Se-rão apresentados dois temas: Sotaques do Fole e Sagrados Mistérios: Vozes do Brasil. Sotaques do Fole circulará pelas regiões Sul e Sudeste, enquanto o segundo tema será apresentado no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do país. Em 2012 ocorrerá a inversão dos shows, assegurando a con-clusão do circuito nacional. O repertório dos músicos inclui desde composições modernas e contemporâneas até a música vocal presente nas festividades populares em devoção às entidades religiosas.
Jane esclarece que a partir da defini-ção do tema – feita em conjunto com o Sesc Nacional e as demais unidades – ini-cia-se a busca por músicos para compor a programação. Nesta edição serão oito grupos, quatro representando cada tema.
A temática Sotaques do Fole aborda o acordeão em suas variantes regionais ligadas à tradição oral, trazendo a gaita-ponto, com o músico Gilberto Monteiro (RS), a sanfona de oito baixos, com o músico Truvinca (PE), e o acordeão de 120 baixos, com Dino Rocha (MS). Fa-zendo um contraponto com a tradição oral, o projeto traz o duo de acordeões Ferragutti/Kramer (SP/RS), que apresen-ta composições modernas e contemporâ-neas relacionadas à música de concerto e a outras formas ligadas à vertente acadê-
mica. Já Sagrados Mistérios: Vozes do Bra-sil apresenta repertório da música vocal presente nas festividades populares em devoção às entidades religiosas, trazen-do os cânticos das Caixeiras do Divino (MA), da Comitiva de São Benedito da Marujada de Bragança (PA) e da Banda de Congo Panela de Barro (ES). Repre-sentando a música de concerto, o Quar-teto Colonial (RJ) apresenta repertório composto pelos mestres de capela para o ofício religioso da igreja católica e a obra de compositores modernos e contempo-râneos inspirada nesse universo.
Gilberto Monteiro é o segundo músico gaúcho a integrar o Sonora Brasil nesses 14 anos. Sua carreira começou oficialmente em 1980, ao vencer o Rodeio de Vacaria. “Desde então venho andando pelo mun-do.” Especialista em acordeão diatônico, sua música ganhou notoriedade nacio-nal com a versão de Renato Borghetti.
Para Monteiro, o Sonora Brasil não é focado no trabalho do músico, mas em músicas que resgatam canções antigas do Rio Grande. “O concerto dura 1h15min e lá explicamos o que aprendemos e abri-mos o tema para discussão. O público participa atentamente, colocando inte-ressantes questionamentos.” O projeto é tão bem-visto que atrai um público for-mado pela comunidade em geral, músicos profissionais e estudiosos da área.
ProgramaçãoA edição de 2011 do Sonora
Brasil no Estado começou em 31
de maio, com a apresentação dos
músicos Gilberto Monteiro (gaita
ponto), Eduardo Canteiro (violão)
e Fernando Pereira (percussão).
Até 6 de junho eles passaram por
cidades como Montenegro, São
Leopoldo, Porto Alegre, Santa Cruz
do Sul, Santa Maria, Ibirubá e Passo
Fundo. Confira a programação para
as próximas apresentações:
Truvinca (PE)
30/06 – Porto Alegre
01/07 – São Leopoldo
02/07 – Montenegro
03/07 – Santa Cruz do Sul
04/07 – Santa Maria
05/07 – Ibirubá
06/07 – Passo Fundo
duo Ferragutti/Kramer (sP/rs)
31/08 – Porto Alegre
01/09 – São Leopoldo
02/09 – Montenegro
03/09 – Santa Cruz do Sul
04/09 – Santa Maria
05/09 – Ibirubá
06/09 – Passo Fundo
dino rocha (Ms)
30/09 – Porto Alegre
01/10 – São Leopoldo
02/10 – Montenegro
03/10 – Santa Cruz do Sul
04/10 – Santa Maria
05/10 – Ibirubá
06/10 – Passo Fundo
val l
iMa/
divu
lgaç
ão s
EsC
truvinca é a atração do sonora Brasil no mês de julho
enacS
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 7542
uitos setores da economia brasileira sofrem com o chamado apa-gão profissional. Sobram vagas, faltam brasileiros aptos a ocupá-las. Atento às demandas conjunturais, o Senac-RS ampliou seu portfólio de cursos técni-cos na modalidade Educação a Distân-cia (EAD). A iniciativa objetiva opor-tunizar à comunidade mais um viés de capacitação sob medida para as necessi-dades de mercado.
O incremento vai ao encontro de uma tendência que se consolida no Brasil. Por aqui, as experiências com o EAD começaram no início do século 20 através de atividades via corres-pondência, rádio e, mais tarde, tele-visão. A popularização da internet e a banda larga representaram a grande mola propulsora. Apesar de recente, o formato conquistou espaço entre as instituições de ensino e despertou o interesse de quem reside longe de uma
universidade ou não pode frequentar diariamente os bancos acadêmicos. “A educação a distância democratizou a profissionalização, mantendo os mes-mos padrões de excelência das ativida-des cursadas presencialmente. É uma ótima alternativa para quem busca qualificação, mas não possui tempo ou recursos para periodicamente ir às aulas”, afirma Sidnei Rossi, diretor do Senac EAD-RS.
Qualidade certificadaA flexibilidade de horários sobressai
como uma das vantagens da educação a distância, e a otimização do tempo soma pontos junto à redução de custos com transporte e alimentação. “Mesmo que o aluno more em municípios do en-torno da cidade em que o polo dispõe de sede, ele não precisa viajar periodi-camente. A aula presencial ocorre uma vez na semana. As demais são viabiliza-
M
cursos técnicosem educação a distância
das em um ambiente virtual de aprendi-zagem. Pela internet, mantém-se o con-tato com os colegas e docentes através de fóruns e chats”, elucida Rossi.
Entretanto, facilidade não signi-fica baixo grau de exigência e com-prometimento. “Existe uma ideia equivocada de que estudar por uma plataforma online é mais fácil. Ao contrário, a escolha pelo EAD requer um perfil organizado e responsável. A diferença está unicamente na maior autonomia do educando.”
aposta certaO investimento em um Curso Téc-
nico reverte rapidamente em custo/be-nefício. Segundo a coordenadora técni-ca do Núcleo de Pesquisa de Educação Profissional do Senac-RS, Aline Pinto, 84% dos egressos de 2010 conseguiram emprego antes de receber o certificado de conclusão. A alta aceitação do mer-
O Senac-RS lança novos cursos técnicos na modalidade EAD em: Transações Imobiliárias,
Recursos Humanos, Administração e Marketing. Além de Porto Alegre, as unidades de
Gravataí, Ijuí e Cachoeira do Sul são polos habilitados a ministrar as aulas presenciais
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75 43
cado é um dos fatores que justificam o projeto de ampliação dos cursos de ní-vel técnico, contemplando atividades com grandes oportunidades mercadoló-gicas – caso do Técnico em Transações Imobiliárias. A formação figura como uma aposta dos gaúchos que desejam aproveitar o bom momento vivido pela construção civil e garimpar uma colo-cação no segmento. “Observamos o in-teresse por parte de pessoas que já têm uma profissão definida e que procuram uma segunda opção de atuação profis-sional”, avalia Aline.
A área de gestão também passa por muitas transformações, e as empresas enfrentam a árdua missão de encontrar candidatos realmente lapidados para assumirem os desafios contemporâ-neos. “Os outros três técnicos lançados na modalidade EAD estão vinculados a Recursos Humanos, Administração e Marketing – nichos com lacunas a se-rem preenchidas”, ressalta Rossi.
Cursos Técnicos – EAD No Rio Grande do Sul, unidades do Senac-RS em Porto Alegre, Cachoeira do Sul, Gravataí
e Ijuí abrigam polos de cursos técnicos na modalidade EAD. Para o segundo semestre, as
inscrições já estão abertas e podem ser efetuadas por meio do site www.senacrs.com.br/ead
ou direto na unidade da região de interesse. As aulas se iniciam no dia 22 de agosto.
Os encontros presenciais acontecem uma vez por semana na cidade de escolha do
aluno. Além da infraestrutura, a exemplo de biblioteca com computadores conectados
à internet, os egressos terão o respaldo de uma equipe de tutores e professores bem-
preparados para atuar na educação a distância. “Temos um grupo docente qualificado
para trabalhar didaticamente nesta modalidade diferenciada.
O Senac-RS aliou facilidade de acesso aos cursos e excelência”, assinala Rossi.
senac ead (em porto alegre)Técnico em Administração / Técnico em Marketing / Técnico em Recursos Humanos /
Técnico em Transações Imobiliárias
senac ijuí Técnico em Administração / Técnico em Marketing / Técnico em Recursos Humanos /
Técnico em Transações Imobiliárias
senac cachoeira do sul Técnico em Recursos Humanos / Técnico em Transações Imobiliárias
senac Gravataí Técnico em Administração / Técnico em Recursos Humanos / Técnico em
Transações Imobiliárias
curso presenciaisConfira também as opções de cursos técnicos presenciais que o Senac-RS oferece. Mais
informações no site www.senacrs.com.br/tecnicos.
DivulgAção sEnAC-rs
urismoT
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 7544
Rio Grande do Sul reúne uma série de destinos interessantes que vão além da serra gaúcha. O potencial do Estado, considerado um dos quatro principais portões de entrada de estran-geiros no Brasil, é revelado em cada mi-cro-região apta a receber visitantes do país e do mundo. O Rotas e roteiros do
turismo receptivo gaúcho (www.rotasero-teiros.com.br), iniciativa apoiada pela Fecomércio-RS, é um caminho para desbravar as peculiaridades regionais.
No extremo sulino, a sazonalidade não é o único quesito que incrementa as atividades do segmento turístico. Afinal, as rotas envolvem cidades se-
O
Não tem como se perder. São muitos os caminhos e rotas para fazer um pit stop e
apreciar as atrações culturais, geográficas, étnicas e gastronômicas de municípios cheios de
histórias para contar, de Norte a Sul do Estado
culares abertas à visitação em qual-quer época e estação do ano. “Além da tradicional região das Hortências e dos Vinhedos, outros pontos do Esta-do possuem exuberâncias a serem con-templadas”, observa Manuel Suarez, presidente de Turismo e Hospitalidade da Fecomércio-RS. Inúmeros são os
faces do turismo gaúchoAs váriAs
Muitos roteiros e possibilidadesHá um leque de alternativas para fazer lazer
de Norte a Sul do Estado. Para conhecer
com detalhes o guia Rotas e roteiros do tu-
rismo receptivo gaúcho, basta acessar o site
www.rotaseroteiros.com.br. Acompanhe
um pouquinho do que é possível desfrutar!
rota rio Uruguai O lazer náutico e a pesca no Rio Uruguai
se destacam neste destino. Ele compre-
ende várias cidades da região Noroeste
do Rio Grande do Sul carregadas de um
‘sotaque cultural’ herdado de coloniza-
dores das etnias alemã, italiana, polonesa,
russa e portuguesa. Um mosaico inte-
ressante que incide nas receitas gastro-
nômicas e nos costumes locais. Cândido
Godói, denominada Capital Mundial de
Gêmeos, figura como parada certa para
os curiosos pelas histórias da localidade e
da sua ‘fonte de fertilidade’.
Caminhos do YucumãO roteiro prima por um entretenimento
relacionado a ecologia, aventura, fé e
cultura nos municípios de Derrubadas,
Ijuí, Redentora, Tenente Portela e Três
Passos. Soma balneários, parques naturais,
atividades agropastoris e agroindustriais,
com ênfase nos rodeios, exposições
agropecuárias e festas populares. O
caminho inclui a diversidade da fauna e
da flora no Parque Estadual do Turvo,
o majestoso Salto do Yucumã e a
Reserva do Guarita.
roteiro do EcomelSaindo do Noroeste para o litoral, o
turista chega ao Roteiro do Ecomel.
A viagem contempla atrações do Balne-
ário Pinhal, ao qual foi atribuído o título
de Capital do Mel. A visitação se estende
ao Largo Osso da Baleia, à Lagoa da
Rondinha e ao Lago Verde, que abriga o
monumento a Santa Rita de Cássia. Além
do ambiente natural e dos inúmeros
quitutes à base de mel, o local propicia a
prática de sandboard ou esquidunas.
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75 45
motivos para organizar uma viagem. Entre eles, a necessidade de desopi-lar e conhecer uma realidade distinta da que se vivencia no dia a dia. Uma grande parcela de turistas supre tal meta por meio do contato com a na-tureza e com a serenidade encontrada a quilômetros das grandes metrópoles; comportamento que coloca o território rio-grandense em posição privilegiada. “Parece algo trivial, mas observamos que muitas pessoas viajam horas para chegar a um lugar que oportuniza des-cansar embaixo de um pé de bergamota e consumir uma fruta do pomar. Isso as realiza”, afirma Cleiva Fátima Giovanaz Heck, secretária municipal de Cultura, Esportes e Turismo de Venâncio Aires.
ErvA nA CUiAA respectiva localidade consiste em
um exemplo de ‘caminho alternativo’. Situada no Vale do Rio Pardo, ela une o bucolismo interiorano e o estímu-lo ao consumo da erva-mate – razão pela qual é conhecida como Rota do
Chimarrão. Nada menos que 40% do município fica na zona rural, com um cenário composto por vales, montes, ervais e uma cascata de 20 metros de queda. O roteiro possibilita participar da Escola do Chimarrão, bem como interagir com o legado da colonização alemã ainda hoje impressa no artesana-to, na gastronomia e no museu agríco-la, que contabiliza mais de cem peças antigas utilizadas na lavoura e na casa dos habitantes da roça. “Para apresen-tar as nossas riquezas culturais na rota, foi imprescindível qualificar os profis-sionais locais através de cursos de ca-pacitação específicos para as demandas de quem opera no segmento turístico. É um aperfeiçoamento constante para alcançar a excelência do atendimento ao público”, ressalta Cleiva.
TrilhAdo Com pEdrAsAlberto Freo, coordenador Regio-
nal de Turismo da Rota Pedras e Águas, endossa a importância da mobilização e da organização da sociedade para a
promoção dos atrativos turísticos re-gionais. Essa união de forças explica a consolidação nacional e internacional da Rota Pedras e Águas e Rota das Ge-mas e Joias. O êxito é resultado de uma força-tarefa empreendida em Ame-tista do Sul, Caiçara, Frederico Wes-tphalen, Iraí, Palmitinho, Pinheirinho do Vale, Taquaruçu do Sul e Vicente Dutra. “Trabalhamos há mais de uma década para projetar a região, buscan-do sempre apoio junto a órgãos e polí-ticas do Governo Federal”, enfatiza. O fascínio pelas pedrarias, águas termais e lamas curativas catalisou os negócios do varejo, indústria e prestadores de serviços. Caso da rede hoteleira, que precisou aumentar a sua capacidade de acomodação e, atualmente, conta com mais de 1.500 leitos. “A partici-pação dos setores públicos e privados contribuiu para a geração de renda e para a abertura de novos postos de tra-balho. Na agricultura de base familiar, a produção de doces e conservas ele-vou seus números”, exemplifica.
SiMo
ni Fo
toSMina subterrânea preparada para visitação em Ametista do Sul
Rafael PandolfoConsultor tributário da Fecomércio-RS
Bens
& S
ervi
ços
/ Jul
ho 2
011
/ Edi
ção
75Vi
são
Trib
utár
ia46
Lúci
a Si
mon
A Constituição Federal Brasileira esta-belece dois regimes jurídicos para o paga-mento de condenações judiciais do Estado: precatórios e requisições de pequeno valor. Os precatórios são quitados com os recur-sos decorrentes da sistemática prevista pelo art. 97, §2º, do Ato das Disposições Cons-titucionais Transitórias; as condenações de pequeno valor, por sua vez, devem ser pa-gas pelo Estado, atualmente, em até 60 dias, contados do recebimento da requisição pelo responsável.
O PL 191/2011, indiferente a essas di-retrizes, cria uma charada jurídica instigan-te. Inicialmente, define como requisições de pequeno valor (RPVs) as condenações cujo valor não exceda 40 salários mínimos; depois, determina que as RPVs serão pa-gas no prazo de até 180 dias (conforme o valor); por fim, estabelece que os recursos para pagamento das RPVs serão, apenas, aqueles decorrentes dos depósitos mensais efetuados pelo Estado e suas autarquias, em conta específica, equivalentes a 1/12 do valor correspondente a 1,5% da receita corrente líquida anual (mesma sistemática
utilizada para o pagamento dos precató-rios). Na prática, o pagamento ocorrerá, apenas, se existir saldo na conta, como nos precatórios. A manobra jurídica lembra uma conhecida propaganda da década de 80: tem cheiro de precatório; é pago como precatório (ou melhor, não é pago, como o precatório); utiliza o próprio fundamento de precatório... mas não é precatório! É o RPV do PL 191/2011.
Brincadeiras à parte, a proposta não pode ser levada adiante. Em primeiro lugar, por-que o PL 191/2011 desvirtua o regime jurí-dico constitucional e a finalidade do RPV. Em segundo lugar, porque a proposta coloca em xeque a confiança, que ainda resta, dos cidadãos no Estado. O malabarismo jurí-dico do PL 191/2011 não apaga o sentido pragmático de descumprimento das regras do jogo. Sobre esse aspecto, Jean-Baptiste Massillon, notável orador católico do sécu-lo 18, cujos discursos eloquentes marcados pela franqueza e autenticidade encantavam e constrangiam a monarquia francesa da época, afirmava: “As multidões têm uma só lei: o exemplo dos que governam”.
tragicômico PL 191/2011
“O malabarismo jurídico do PL 191/2011 não apaga o sentido
pragmático de descumprimento das regras do jogo.”
O
lossárioG
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75 47
s siglas do universo empre-sarial são inesgotáveis; para os profis-sionais do setor contábil os interesses têm se voltado, em parte, ao Sped (Sistema Público de Escrituração Digital), que desde 2007 contribui para a redução dos custos com o ar-mazenamento de documentos e maior controle por parte da Fazenda. Uma segunda sigla associada ao Sped é a EFD, que conforme o diretor finan-ceiro do Sescon-RS, Diogo Chamun, significa Escrituração Fiscal Digital. “Juntamente à Escrituração Contábil Digital (ECD) e à NF-e compõem os três subprojetos do Sped Fical.”
Chamun explica que a EFD é um arquivo digital, constituído por um conjunto de escriturações de docu-mentos fiscais e de outras informações de interesse dos fiscos das unidades
federadas e da Receita Federal do Bra-sil, bem como de registros de apuração de impostos referentes às operações e prestações praticadas pelo contribuin-te. “A partir de sua base de dados, a empresa deverá gerar um arquivo digi-tal de acordo com layout estabelecido em Ato Cotepe, informando todos os documentos fiscais e outros dados de interesse dos fiscos federal e estadual, referentes ao período de apuração dos impostos ICMS e IPI.”
VariaçõesUma das versões da Escrituração
Fiscal Digital é a EFD-Pis/Cofins. Se-gundo o diretor financeiro do Sescon-RS, a EFD-Pis/Cofins é um arquivo digital instituído no Sped, que deve ser utilizado pelas empresas na escritu-ração da Contribuição para o Pis/Pa-
a sep e da Cofins. “O prazo para entrega será mensalmente até o 5º dia útil do 2º mês subsequente a que se refira. Porém, as empresas sujeitas a acompa-nhamento diferenciado e as empresas do Lucro Real deverão transmitir até o 5º dia útil de fevereiro de 2012 o arquivo com os fatos geradores a par-tir de abril de 2011 e julho de 2011, respectivamente.” Ficam dispensadas dessa obrigação as empresas optantes pelo Simples Nacional. Chamun alerta ainda que a não apresentação da EFD-Pis/Cofins no prazo fixado acarretará a aplicação de multa no valor de R$ 5.000 por mês/calendário ou fração.
Outras informações sobre o Sis-tema Público de Escrituração Digital podem ser obtidas junto ao Ministério da Fazenda, no site www1.receita.fa-zenda.gov.br/sistemas.
Parte do Sped, a Escrituração Fiscal Digital (EFD) é mais um passo rumo à digitalização fiscal
do país. Empresas de diferentes segmentos devem se enquadrar. Fique atento às datas e
saiba como proceder e onde buscar mais informações
Documentose impostos virtuais
Bens
& S
ervi
ços
/ Jul
ho 2
011
/ Edi
ção
75Vi
são
Trab
alhi
sta
48
Flávio Obino FilhoAdvogado trabalhista-sindical da Fecomércio-RS
Lúci
a Si
mon
No final do mês de maio, o TST aprovou uma série de mudanças em sua jurisprudên-cia que resultaram em cancelamento, altera-ção e criação de novas súmulas e orientações jurisprudenciais, chamando a atenção para a modificação no entendimento até então pacificado de que o regime chamado “banco de horas” poderia ser ajustado diretamente entre empregado e empregador.
O artigo 59 da CLT previa na sua redação original que a jornada normal de trabalho po-deria ser acrescida de até duas horas suplemen-tares e que o pagamento do adicional de horas extras seria dispensado caso ficasse estabelecida em acordo ou convenção coletiva a sua com-pensação na mesma semana. Nunca houve dúvidas na doutrina e jurisprudência de que o acordo referido em lei era o individual, firma-do diretamente entre empregado e emprega-dor. Mantida a redação do dispositivo legal e alterado apenas o período de compensação, o raciocínio lógico é da manutenção da possibi-lidade de compensação em ajuste individual. Em negociação coletiva, as partes podem res-tringir o período de compensação ou mesmo estabelecer que qualquer ajuste compensa-tório terá que ser necessariamente coletivo, com a participação do sindicato obreiro. Não havendo essa limitação convencional, aplica-se a regra geral da CLT de um ano.
Sempre foi esse o entendimento do TST consagrado através da súmula 85, que em seu inciso 2° estabelece que o acordo individual para compensação de horas é válido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrário. Dentre as alterações agora aprovadas pelo TST está a inclusão de novo inciso, estabelecendo que tais regras não se aplicam ao sistema com-pensatório denominado “banco de horas”, que somente poderá ser instituído por negociação coletiva. A distinção entre regime compensa-tório típico e o denominado “banco de horas” não existe em lei. A tendência é que por cons-trução jurisprudencial sejam entendidos como “banco de horas” todos os sistemas em que a compensação ultrapasse a semana, o que se-ria um verdadeiro absurdo, condicionando a validade desses à celebração de ajuste coleti-vo. Por cautela, sugerimos que as cláusulas de banco de horas passem a ser pauta patronal nas negociações coletivas.
Enquanto não for alterado o nosso marco legal para institucionalizar e delimitar a possi-bilidade de adequação das normas de proteção por força de negociação coletiva; enquanto não tivermos a consagração objetiva do poder normativo negocial, os limites dessa atuação permanecerão na esfera subjetiva da aprecia-ção pelo Poder Judiciário, ao sabor de mudan-ças de rumo como no episódio acima.
O TST e o banco de horas
“Nunca houve dúvidas na doutrina e jurisprudência de que o acordo referido
em lei era o individual, firmado diretamente entre empregado e empregador.”
Bens & Serviços / Julho 2011 / Edição 75 49
Mais Menos&Disputa De ipaDsEm pouco mais de
após o seu lançamento, em maio,
esgotaram as unidades do iPad 2
nas duas revendedoras oficiais da
Apple na capital.
telefone mais baratoCerca de
de pessoas serão beneficiadas com a
nova medida da Anatel, que permite
que as cidades da região metropolitana
de Porto Alegre e de Pelotas façam
chamadas locais e não interurbanas
entre telefones fixos.
3 horas
4,4 milhões
Divu
lgaç
ão/a
pple segunDa família real
Desde o dia 13 de dezembro
já circulam
das novas cédulas de real com o
valor de R$ 50 e R$ 100 reais.
56,315 milhões
Divu
lgaç
ão/ B
anco
cen
tral
problemas resolviDos
dos clientes que procuram o Sistema
de Proteção e Defesa do Consumidor
(Procon) têm seus problemas sanados
em Porto Alegre.
84%
assistência méDicaO Rio Grande do Sul é o quarto
estado com maior número
de pessoas beneficiadas pelos serviços
de assistência médica, com
de assistidos.
2,5 milhões
agentes De créDitoDados do Banco Central apontam
que, atualmente, existem 180 mil
postos de atendimento e mais de
agentes de crédito no país.
aposentaDos na ativaDe acordo com cálculos do IBGE,
de aposentados estão ainda no
mercado de trabalho. Um em cada
três aposentados continua na ativa e
recebendo benefício.
5,1 milhões200 mil
salário maiorSegundo o IBGE, os brasileiros
que possuem curso superior no
currículo ganham
225% a mais.
energia ascenDenteO consumo de energia no Brasil
aumentou em
Dados da Empresa de Pesquisa
Energética (EPE) calculam que
na comparação entre o primeiro
quadrimestre de 2011 e o de 2010, a
taxa de crescimento foi de 4,1%.
2,4%.
investimentos em altaAté 2012, os fundos de private equity podem levantar
a partir de um censo elaborado pela FGV e
pela Agência Brasileira de Desenvolvimento
Industrial (ABDI). Investimentos públicos
e privados para a infraestrutura da Copa
de 2014 e das Olimpíadas em 2016 foram
um dos motivos que ajudaram o Brasil a se
tornar mais atrativo para esses fundos.
Mich
al Za
char
Zew
ski/s
tock
.xchn
g
US$ 20 bilhões,
Bens
& S
ervi
ços
/ Jul
ho 2
011
/ Edi
ção
75Ne
gócio
s50
Paulo Araújo Especialista em Inteligência em Vendas e Motivação de Talentos
Divu
lgaç
ão/ o
ffice
3
Caso existisse uma cidade chamada Plane-jado e outra Executado, tenha certeza de que a estrada que ligaria uma a outra seria cheia de percalços. Qual das duas seria a maior? Com certeza a Planejado e a Executado seria em mé-dia a metade do tamanho da outra. Essas cida-des não existem, mas a realidade nas empresas entre o planejado e o executado não é muito diferente do que foi descrito na metáfora aci-ma. O que fazer para diminuir o caminho?
1. Elabore poucas metas, mas que sejam sig-nificativas. Nada de planos mirabolantes. Sugi-ro que você ou sua empresa tenha uma meta maior, normalmente ligada ao faturamento ou rentabilidade do negócio, e no máximo cinco metas menores que devem estar alinhadas e ajustadas para atingir a meta principal.
2. Faça uso dos dados e fatos. A intuição ajuda, mas deve ser pautada pela sua experi-ência no mercado e principalmente pelo o que aconteceu nos períodos anteriores. Busque informações sobre o mercado, concorrentes, clientes, mas com fontes confiáveis. Nada de achar que sabe tudo ou que dá para chegar lá pelo simples fato de que você acredita e deseja. O desejo deve ser compartilhado pela equipe, assim como a confiança de que podemos reali-zar o que está sendo proposto.
3. Se esforce para colocar as pessoas cer-tas nos lugares corretos. Esse é um dos gran-
des dilemas de qualquer corporação. Toda empresa tem pessoas talentosas, não importa o tamanho ou o que produz. Talento é a pes-soa que sabe como fazer aliado ao prazer, dis-posição e interesse genuíno em ajudar.
4. Busque o inconformismo. As metas devem ser constantemente divulgadas e o planejamento revisado e acompanhado no mínimo mensalmente. Evite reuniões impro-dutivas, estipule hora para começar e acabar o encontro. Não deixe as pessoas se confor-marem com os resultados caso as metas não estejam sendo atingidas e peça mais soluções do que sugestões. Evite mudar as metas a todo o momento e concentre sua energia e esforço nas ações que efetivamente agre-guem valor ao negócio e tenham impacto na meta maior.
5. Jamais se esqueça que quem executa as metas são as pessoas! Cuide da sua equipe, promova dentro dos limites possíveis equilíbrio entre vida pessoal e profissional, treine e desen-volva as pessoas constantemente. Acompa-nhe, faça-se presente e seja o maior exemplo de dedicação, ética e bons resultados.
Mostre do que você e sua equipe são ca-pazes e, quem sabe, a longa estrada entre as cidades Planejado e Executado se torne uma bela rodovia duplicada, segura e com uma bela paisagem. Boa viagem!
O caminho entre o planejado e o executado
“As metas devem ser constantemente divulgadas e o planejamento,
revisado e acompanhado no mínimo mensalmente.”