entrevista maltz

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or no saber amar algum como se fosse eu mesmo que eu fiquei sozinho e por no saber olhar pra voc como se no fosse um espelho que eu fiquei vazio revirando em passados o que sempre esteve aqui e a no roubou procurando em edaos um vestgio que Carlos Maltz

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Page 1: Entrevista maltz

foi por no saber amar algum

como se fosse eu mesmoque eu fiquei sozinhoe por no saber olhar pra voc

como se no fosse um espelho

que eu fiquei vaziorevirando em passados o que sempre esteve aquie a no roubou procurando em

pedaos um vestgio que

CarlosMaltz

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A Revolução de um homem sópor Marcos Carvalho Lopes

Marcos Carvalho Lopes: Na sua memória, qual seria o momento a partir do qual você co-meçou a se interessar por música? Quando começou a aprender a tocar? Sua escolha foi logo a bateria?

Carlos Maltz: Quando eu tinha uns seis ou sete anos, ganhei de presente de meus pais, o “Yellow Submarine” dos Beatles... é a

memória musical mais anti-ga que eu tenho... ouvia aquilo

trocentas vezes por dia... aqueles sons de “submarino” no meio da mú-

sica... hehehe... minha primeira refe-rência do que vem a ser uma música já

era uma referência psicodélica, viajando-na... Talvez seja por isso que tenho dificulda-

de de achar que rap, funk esses negócios são música... não tenho nada contra, entende? Ape-“

A gente

não e

ra d

o rock,

A

gente sa

botava

, Corro

mpia o

rock...

Page 3: Entrevista maltz

nas prefiro música... que pra mim significa algo aberto, viajante... Desde sempre eu batia nas coisas lá de casa... Panelas, gavetas de armá-rios... meus armários viravam sucata...batia em tu do... Com uns 14 anos de idade, eu era da torcida organizada do Inter.. A Camisa 12.... Eu era o único branco na “charanga”... Tinha um ta mbor grande, um surdão de tocar com a mão... ninguém queria, porque era pesado pra carre-gar... sobrou pra mim, comecei minha carreira musical alí... A bateria veio bem depois... com uns 18... meu pai nem cogitava a possibilida-de de me comprar uma bateria... Mas eu enchi tanto a paciência dele, que ele falou que se eu passasse no vestibular ( que pra ele significava Engenharia da Federal ) ele me dava um fusca, e se eu quisesse, podia vender o fusca e comprar uma bateria... Passei, vendi o Fusca e comprei a minha primeira Pinguim madreperolada...

Marcos Carvalho Lopes: No livro Pra Ser Sin-cero o Gessinger te apresenta como um cara muito inteligente, inquieto e ativo. Como você o apresentaria?

Carlos Maltz: uma cara muito talentoso... Gifted como dizem os americanos... percebi o talento dele na primeira vez que tocamos jun-tos, na casa dele... Eu, ele, o Carlos Stein que depois veio a ser guitarrista do Nenhum de Nós, e o Airton Seligman, que era guitarrista da ban-

da onde eu tocava... o Airton era um cara mais velho que eu... guitarrista de Blues... uma refe-rência para mim... quando fomos junto tocar na casa do Gessinger, o Airton detestou as músicas que o Humberto apresentou pra gente tocar.... Eu fiquei quieto.. . não tive coragem de dizer que tinha achado o cara genial... na semana seguin-te voltei a tocar com o Gessinger. Sem o Airton...

Marcos Carvalho Lopes: Mais do que funda-dor, você parece que era o cara mais descolado do grupo, sendo já casado, tendo viajado pela Europa etc. Exercia certa liderança no início da banda?

Carlos Maltz: Talvez sim, acho que sim... bem, eu de certo modo sabia que aquilo ia ser

grande. Acho que os outros não tinham essa perspec-tiva... Acho que a palavra “motor” fica melhor do que “líder”. De certo modo, eu era o motor.

Marcos Carvalho Lopes: No programa do show de divulgação do Longe De-mais das Capitais em 1986, aparecia um texto seu bem instigante, segue:

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1986

1 ... É preciso aprender a ser local e data/ não morro de amores por meu país ou por postos de gasolina, mas

não pode se existir no mundo sem existir no país e...

2 no interior os ginásios são grandes e os caras não sabem da onda, querem apenas boas canções e solos

de guitarra: de tudo, um pouco...

3 gosto de banda porque dá pra beber algumas latas de cerveja e se sentir vivo qualquer hora do dia, qual-

quer dia da semana, qualquer marca de cerveja, toda forma de poder...

4 ... poderíamos atacar a Igreja, mas no brasil! Hoje [ah, o brasil hoje!] a Igreja se atrita mais com o sistema

do que uma banda de rock [ah, as bandas de rock!]...

5 ... desculpem, não é a banda do ano, ning uém vai sair es-candalizado de um teatro confortável: quero apenas

um pouco de verdade : “os acontecimentos me aborrecem, são a espuma das coisas e o mar é o que me interessa”

6 [5] [4] [3] [2] [1]Carlos Maltz

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1986

Marcos Carvalho Lopes: Esse texto dá o que falar: a relação com o país, com a Igreja, com a ideia de ser “vanguarda” e chocar, a citação de Paul Valery no fim das contas. Como você lê esse texto hoje?

Carlos Maltz: Hehehehe.... pozé... Pretensio-so isso, né? Nem lembro mais, se é meu mesmo, ou se fizemos juntos... eu e o Humberto... Me reconheço na última frase, que é bem “essencia-lista” em contraste com o teor existencialista do resto do texto... Acho que deve ter coisa minha e coisa do Gessinger aí... Acabou ficando tudo no meu nome.. Sei lá... Mas a gente fazia questão de ser anti-herói... Era o único heroísmo de que seríamos capazes... Será que alguém, além de você, nesses 25 anos, leu isso?

Marcos Carvalho Lopes: Drummond utilizou parte dos versos de Paul Valéry, que fecha seu texto, como epígrafe de seu livro Claro Enigma: “os acontecimentos me aborrecem”. A escolha marcava parte da temática do livro: o desencan-tamento de Drummond quanto à capacidade de intervir no mundo, o fim da esperança enganja-da. Você continuou citando de forma adaptada o texto que no original seria como: Alguns di-zem: “que época interessante!” e eu respondo: “Os acontecimentos são a espuma das coisas. Mas é o mar que me interessa”. É no mar que se

pesca”. Esse interesse pelo “mar” representava ainda esperança?

Carlos Maltz: Não sei... Acho isso pareci-do com aquela frese do Renato Russo: “Não é a vida como está e sim as coisas como são”... Novamente voltamos a questão do fenômeno, da existência x essência... esse pensamento é notoriamente essencialista... engraçado, nes-sa época, eu achava que era existencialista... Mas acho que no fundo, em essência (hehehe) eu sempre fui essencialista.... Virei pescador... Hoje sou um simples pescador... No mar do In-consciente, ou de D’EU’S, se você preferir...

Marcos Carvalho Lopes: Quando você come-çou a tocar, na época dos primeiros shows na faculdade etc.., como era sua perspectiva em relação ao cenário do Rock brasileiro? Se identi-ficavam com alguma coisa que estava rolando?

Carlos Maltz: Criamos coragem para ser uma banda, em um show do Ultraje a Rigor, encontrei o Humberto lá, falei: “Se esses caras podem, a gente também pode”. O tal do Do it yourself do punk nos serviu também. Mas a gente não achava que ia virar rock “nacional”. A perspectiva de quem olhava de onde nós estáva-mos lá, em Longe Demais das Capitais, não nos incluía nelas, as capitais. A gente nem imagina-va que pudesse estar lá, junto com os caras do

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“rock nacional”, queríamos ser uma banda “na-cional’ no Rio Grande do Sul. [risos] O nosso primeiro disco, o Longe Demais das Capitais, é totalmente inserido no contexto daquela épo-ca. Éramos uma banda da época. Passamos a ser mais “nós mesmos” com a entrada do Au-gusto e a gravação do segundo disco, o Revol-ta dos Dândis. Quando saiu o primeiro disco, a gravadora nos anunciou como: “Os Parala-mas do Sul”- veja só -, mas, desde o começo, a gente sempre buscou a individualidade, a nossa diferença em relação aos outros. Nunca quisemos fazer parte da “galera”. Isto teve um custo, mas também teve seus benefícios mais na frente. Conquistamos um espaço próprio, realmente independente...

Marcos Carvalho Lopes: De certa forma, ha-bitar fronteiras e contradições parece ter sido uma opção que fez toda diferença. Longe de-mais das Capitais, se já apresenta o dilema de enfrentar um “mundo absurdo”: esquecer ou se engajar, esquecer ou entender? Esse dilema existia sobre o destino mesmo da banda?

Carlos Maltz: Sem dúvida, o tempo intei-ro. A gente nunca imaginou o que ia acontecer com a banda. Se soubéssemos, provavelmente não teríamos encarado. Era tudo experimental. A gente não era do rock, a gente sabotava, cor-rompia o rock... por isso o pessoal nos odiava tanto... o pessoal que levava o rock a sério... Para enfrentar o “mundo absurdo”, tentamos nos tornar um absurdo maior...

Ambroise-Paul-Toussaint-Jules Valéry (Sète, 30 de outubro de 1871 - Paris, 20 de julho de 1945) foi um filósofo, escritor e poeta francês da escola simbolista cujos escritos incluem interesses em matemática, filosofia e música.

Realizou os estudos secundários em Montpellier e iniciou sua carreira em Direito em 1889. Na mesma época publicou seus primeiros versos, fortemente in-fluenciados pela estética da literatura simbolista dominante na época. Em 1894 se instalou em Paris, onde trabalhou como redator no Ministério de Guerra. Depois da Primeira Guerra Mundial se dedicou inteiramente à literatura e foi aceito pela Academia Francesa em 1925.

Sua obra poética foi influenciada por Stéphane Mallarmé, que consequente-mente influenciou outro francês, Jean-Paul Sartre.

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Marcos Carvalho Lopes: Viver esse absurdo e tentar não se acomodar a má-fé é sempre uma coisa difícil. Se é assim para uma pessoa só, imagino para uma banda de rock, que canali-za expectativas de tanta gente. Em entrevistas você falou do clima de tensão que permeava as gravações. Você acredita que isso tenha relação com a perspectiva existencialista do projeto?

Carlos Maltz: Não creio. Acho que tem mais a ver com a nossa neurose. A gente trabalha me-lhor sob pressão... então, a gente mesmo criava a tensão, [tanto] que o povo da gravadora nem aparecia no estúdio... Eles não entendiam nada do que a gente fazia... mas...vendia disco, né?

Marcos Carvalho Lopes: Pink Floyd é o gran-de “pai” dos Engenheiros. Nesse sentido, al-gumas vezes vocês fizeram questão de deixar claro a dimensão conceitual que permeava o trabalho. Como desenvolviam esse conceito? Havia diálogo para adequar forma e conteúdo nas canções?

Carlos Maltz: não, não muito... as coisas iam acontecendo meio por sí próprias... a gente fazia muito show, passava muito tempo na es-trada... não tinha festa, gandaia, putaria, dro-gas...essas coisas... não era a nossa, simples-mente... o nosso lance era trabalho... sempre quisemos ser artistas de verdade, que nem os

caras do Floyd... sempre fomos arquitetos... isso era muito mais natural para nós, do que ser-mos pop-stars... ou menos ainda, rock-stars... a questão forma-função já era uma discussão que eu e o Humberto trazíamos do ambiente pós-mo-derno da faculdade de Arquitetura da UFRGS, o berço da banda... o berço dos Engenheiros do Hawaii... era natural para nós fazermos as coi-sas que fazíamos... somos caras conceituais....

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Marcos Carvalho Lopes: Todos os álbuns en-tão tiveram esse trabalho conceitual? E como isso funcionava: existe uma “narrativa” que a sequência das canções pressupõe apresentar?

Carlos Maltz: Não, não... pelo menos não intencionalmente... acho, sei lá... não tínhamos tempo para refletir sobre esse tipo de questão sabe... apenas tínhamos que fazer um disco... e fazíamos o melhor que podíamos, na nossa concepção do que seria isso...

Marcos Carvalho Lopes: Albert Camus e En-genheiros do Hawaii: é absurdo que a crítica não tenha tentado “estudar” o autor argelino para pensar com a banda? Haviam outras re-ferências fundamentais” no conceito do grupo?

Carlos Maltz: a banda estava muito na fren-te da crítica... a crítica era muito ingênua para poder entender a banda... mas sei lá... não sei se eles deveriam ter entendido alguma coisa... a gente queria ser pop mesmo... biscoito fino para as massas... nunca fizemos música para os crí-ticos chiques de “sumpaulo”... sempre fizemos música para as massas... música inteligente para as massas... em um show que fizemos em um estádio de futebol em Fortaleza, na época do Alívio Imediato, o povo gritava “Filosofia, Fi-losofia”, enquanto a gente deixava o estádio... o público entendeu qual era a nossa... mesmo

sem nunca ter lido Albert Camus... A gente foi muito influenciado pelos arquitetos pós-moder-nos do começo dos anos 80... caras como Ro-bert Venturi, Aldo Rossí... foram referências... até hoje sou apaixonado por aquele tipo de Ar-quitetura... uma elegância austera misturada com pop-vulgar... isso que a gente queria ser...

Albert Camus (Mondovi, 7 de novem-bro de 1913 - Villeble-vin, 4 de janeiro de 1960) foi um escritor e filósofo francês nasci-do na Argélia. Na sua terra natal viveu sob o signo da guerra, fome e miséria, elementos

que, aliados ao sol, formam alguns dos pilares que orientaram o desenvolvimento do pensa-mento do escritor.

De pai francês e mãe de origem espanho-la, cedo Camus conhece o gosto amargo da morte. Seu pai morreu em 1914, na batalha do Marne durante Primeira Guerra Mundial. Sua mãe então foi obrigada a mudar-se para Argel, para a casa de sua avó materna, no famoso bairro operário de Belcourt onde, anos mais tarde, durante a guerra de descolonização da Argélia houve um massacre de árabes.

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Marcos Carvalho Lopes: Como essas referên-cias da arquitertura foram “canibalizadas” na obra dos Engenheiros?

Carlos Maltz: A gente transportou o concei-to, adaptou aquela estética para a linguagem pop de uma banda de rock... o momento per-mitia isso... os Titãs, no começo, se chamavam Titãs do Ié-ié-ié, que na minha opinião, é um nome muito mais interessante, fino, do que apenas Titãs, que já é uma coisa muito mais burra, massificada... heroica... o que tentáva-mos fazer era usar os chavões, como lingua-gem, como símbolo, recontextualizados e com ironia... isso era o que trazíamos dos arquitetos pós-modernos...

Marcos Carvalho Lopes: Esse heroísmo ro-mântico que existia nos nomes e na postura dos Titãs e da Legião, por exemplo, não foi abraçado pelos Engenheiros, que mantiveram certa auto-ironia “pós-moderna”. Esses caras heróicos seriam os “dândis” que os Engenhei-ros denunciavam?

Carlos Maltz: Não, os dândis éramos nós mesmos... jamais acusaríamos alguém... quem quer que fosse, que não fosse nós mesmos...

Marcos Carvalho Lopes: Como foi a decisão de se engajar na campanha de Brizola? O que isso gerou de aprendizado?

Carlos Maltz acima de tudo, o Brizola nos interessava enquanto símbolo, enquanto folclo-re, muito mais do que política... sempre fomos muito mais interessados na estética do que na ética... eu mesmo achava que o Brizola deveria ser um eterno candidato de oposição... ele se candidatava, ganhava, aí colocavam um buro-crata qualquer para governar, e ele voltava para a oposição, que era a verdadeira vocação dele... o Brizola é um cara da época do rádio, um cara capaz de emocionar com a voz... com o som... isso nos interessava...

Marcos Carvalho Lopes: Você foi quem bo-lou as engrenagens como símbolo da banda? Acha que o fato de no primeiro acústico da MTV elas terem se apresentado como Manda-las tem algum valor simbólico?

Carlos Maltz sim, eu vi, um dia, uma cor-respondência que meu pai recebia da Socieda-de de Engenharia, e pensei que a gente deveria ter um treco daqueles, afinal de contas também eramos “engenheiros”, e meu pai sempre quis que eu fosse um... engenheiro... hehehehe... se elas viraram mandalas? bem... sei lá, nem tinha pensado nisso dessa forma, mas acho que você deve ter razão.... não acho que os caras da MTV pensaram nisso... mas o simbolo se impõe, né? não precisa da gente para isso...

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Marcos Carvalho Lopes: O álbum Simples de Coração parece ter um lado religioso, mas você diz que alí começou a perceber que não estava na mesma sintonia e que queria outro tipo de mensagem. O que realmente te desagradava em termos conceituais acabou acarretando sua sa-ída do grupo?

Carlos Maltz Acho que sim... de certo modo, eu me inviabilizei na banda para poder sair e seguir meu próprio rumo... meu contato com idéias de Jung foi muito forte; e eu não podia mais deixar de ser eu mesmo... e na banda do Humberto só cabia um EU: ele...

Marcos Carvalho Lopes: Quais os livros que você indicaria como interessantes pra entender mais as questões que permeavam o trabalho dos Engenheiros do Hawaii?

Carlos Maltz: Qualquer um do Hermann Hesse. Obviamente Sartre, Camus e Kierkega-ard, esses caras... e Admirável Mundo Novo do Huxley. Ah, sim, e a “Arte Zen da Manutenção de motocicletas de Robert M. Pirsig. Marcos Carvalho Lopes é filósofo e professor, cursa Doutorado em

filosofia na UFRJ. Publicou colaborações para a revista Discutindo Filosofia,; participou das coletâneas Pragmatismo e Questões con-temporâneas (com o ensaio “Cazuza e a malandragem de ser brasi-leiro) e Richard Rorty: filosofo da cultura (com o artigo “Richard Rorty e a tarefa de traduzir o nosso tempo em linguagem”). Seu livro Canção, estética e política: ensaios legionários está no prelo da revista Mercado de Letras.

Abilolado Mundo Novo é marca registrada de Carlos MaltzAgente Literário: Andrey do Amaral (@andreydoamaral)andreydoamaral.com.br / carlosmaltz.com.br

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