entrevista de gonçalo gaspar ao jornal o povo do cartaxo (1 de abril 2011)

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Page 1: Entrevista de Gonçalo Gaspar ao Jornal O Povo do Cartaxo (1 de Abril 2011)

O POVO DO CARTAXO

1 de Abril de 20115

Não participei, com muita penaminha, pois estava em época defrequências e tinha que estudar,mas a JSD participou porque nosidentificamos com os propósitosdaquela manifestação,principalmente, no que diz respeitoaos falsos recibos verdes e àprecariedade laboral. Destacotambém o facto dos organizadoresterem tido a preocupação de pediraos participantes para levarempropostas, ideias e soluções paraos problemas.

Vai empanhar-se na campanhaeleitoral para as legislativas?Sim. Quem me conhece sabe quepor mais cargos que possa ocupar(a nível local, regional e nacional)estou sempre disponível seja paracolar cartazes, seja para me sentarà mesa para discutir ideias, paraaquilo que for preciso para ajudar oprojecto político em que acredito.Tudo indica que vamos ter eleiçõesnos próximos dois meses, será umperíodo muito curto para se discutirideias, para preparar um programade governação do país, mastambém compreendo que o actoeleitoral deve realizar-se o maisrapidamente possível. Acredito queo meu partido irá apresentar umaalternativa sólida, realista,objectiva para Portugal e,obviamente, espero que PedroPassos Coelho seja eleito primeiro-ministro com maioria absoluta.

A nível local, acredita que será naspróximas eleições autárquicas que

o PSD chegará ao poder?Acredito muito sinceramente que oPSD tem todas as condições paraganhar as próximas eleiçõesautárquicas, o que será muitoimportante para a população doconcelho. Paulo Caldas tem-sededicado mais a retirar benefíciospessoais para si e para os seuscamaradas de partido do que emresolver os problemas dapopulação e isso tem de acabar. Oconcelho está a perder umaoportunidade de se desenvolver,está parado, sem alegria, semdinâmica, cinzento, com-pletamente descaracterizado,muito por culpa da políticaseguida.

O PSD deve voltar a apostar emPaulo Neves?Conheci o Paulo Neves um anoantes das eleições autárquicas. Aprimeira ideia com que fiquei dele éa que continuo a ter hoje: é umhomem sério, credível, trabalhadore com um espírito de missãoincrível. É um grande homem e, seele tinha problemas em assumir-secomo político, hoje representa tudoaquilo em que eu acredito napolítica. É um grande político,porque é uma pessoa de palavra etem mostrado isso no seu percursoenquanto vereador. Se vai ou nãoser candidato, não faço ideia, isso éuma decisão que tem de partir doPSD e dele próprio, mas contarásempre com o meu apoio a cempor cento, seja candidato ou não.

PSD tem todas as condiçõespara ganhar as próximas eleiçõesautárquicas no Cartaxo

OO pprreessiiddeennttee ddaa JJuuvveennttuuddee SSoocciiaall--DDeemmooccrraattaa ((JJSSDD)) ddoo CCaarrttaaxxoo,, GGoonnççaallooGGaassppaarr,, ddeeffeennddee aa ccrriiaaççããoo ddee uumm ccuurrssoo ttééccnniiccoo lliiggaaddoo aaoo sseeccttoorr vviittiivviinnííccoollaannoo ccoonncceellhhoo.. PPrreetteennddee qquuee aa CCââmmaarraa rreeaaccttiivvee,, ddee iimmeeddiiaattoo,, oo CCoonnsseellhhooMMuunniicciippaall ddee JJuuvveennttuuddee ee mmoossttrraa--ssee mmuuiittoo ooppttiimmiissttaa nnaa ppoossssiibbiilliiddaaddee ddeevviittóórriiaa ddoo PPSSDD nnaass pprróóxxiimmaass eelleeiiççõõeess lleeggiissllaattiivvaass ee aauuttáárrqquuiiccaass..

““PPaauulloo NNeevveess éé uumm ggrraannddee ppoollííttiiccoo,, ppoorrqquuee éé uummaappeessssooaa ddee ppaallaavvrraa ee tteemm mmoossttrraaddoo iissssoo nnoo sseeuuppeerrccuurrssoo eennqquuaannttoo vveerreeaaddoorr.. SSee vvaaii oouu nnããoo sseerr

ccaannddiiddaattoo,, nnããoo ffaaççoo iiddeeiiaa,, iissssoo éé uummaa ddeecciissããoo qquueetteemm ddee ppaarrttiirr ddoo PPSSDD ee ddeellee pprróópprriioo..””

Tem criticado muito a forma comoa Câmara tem desenvolvido oprojecto Cartaxo – Capital doVinho. O que devia ter sido feito enão foi?Acho que o projecto Capital doVinho faz sentido, pois o nossoconcelho é conhecido pela culturado vinho e da vinha, mas o pro-blema é que não passou do papel.Na minha opinião, serviu parapatrocinar uma pessoa, opresidente da Câmara e não parapromover o concelho. Não poderesumir-se apenas à Festa do Vinhoe a provas de vinho, tem que serum projecto muito mais amplo.Uma das alternativas em que a JSDacha que devíamos apostar é naformação, através da criação de umcurso profissional inserido naEscola Secundária.

Haverá jovens em quantidadesuficiente para justificar oarranque de um curso desses?No início, pode haver poucosinteressados, mas aos poucos,creio que um número significativode jovens, cujas famílias têmestado ligadas a esta área,poderiam sentir-se motivados paraparticipar num curso destes.

Que importância é que teria areactivação do Conselho Municipalde Juventude?Teria uma importância fulcral numconcelho que está cada vez maisenvelhecido. É um imperativo doconcelho do Cartaxo criar umfórum organizado, onde estejarepresentada toda a sociedadejovem do concelho (associaçõesjuvenis, juventudes partidárias,juntas de freguesia, clubes). NesseConselho devem ser discutidos osassuntos, dar ideias e criar umaverdadeira política de juventudepara o concelho do Cartaxo, quenão existe. O presidente da Câmaranão tem uma palavra para com ajuventude fora do período decampanha eleitoral, a Câmara nãotem um projecto sólido para ajuventude, seja ao nível daformação ou da habitação, porexemplo. Lembro que este fórum éde imposição legal e o que écurioso é que, quando não haviaessa imposição, realizava-se noconcelho. A Câmara deveria, pelomenos, ouvir os jovens e esse seriao fórum indicado.

Ficou satisfeito por o pelouro daJuventude ter passado de umvereador a tempo parcial para ovice-presidente, que tem maispeso político?

De facto, peso político tem, não seié se isso será benéfico para ajuventude. A Câmara tem-sefocado apenas em actividades quesão tradicionais e importantes,como as férias desportivas, quenão quero desvalorizar, mas que sedestinam a uma faixa etária muitolimitada. Há um grupo de jovensque estão licenciados, que não têmna sua terra emprego qualificado.Acho que a captação e criação deemprego e de empresas deve serprimordial. Assusta-me, de facto,que o pelouro da juventude passede um vereador a tempo parcialpara um a tempo inteiro que, noentanto, nem tem tido tempo paradar conta dos seus 21 pelouros.Enfim, vou esperar que, apesardisso, consiga dinamizá-lo e, paraisso, na minha perspectiva, devecomeçar pela imediata convocaçãodo Conselho Municipal daJuventude.

A criação das novas áreasempresariais não irá resolver ou,pelo menos, minorar o problemado desemprego?Não sei se irá resolver, mas,obviamente, que é o primeiro passopara atenuar isso. Quero acreditarque nessas áreas serão instaladasincubadoras de empresas, onde osjovens empreendedores possamarrancar com os seus projectos.Vivemos na ilusão de que se vãofixar grandes empresas no concelhodo Cartaxo, não sei que grandesbenefícios a terra poderá tirardisso, se calhar seria maisimportante incentivar a criação depequenas e médias empresas.

Para além das que já referiu, quaissão as grandes prioridades depolíticas de juventude para oconcelho?Um dos grandes problemas comque a minha geração se depara é afalta de emprego e as autarquiasdevem ter um papel importante nosentido de dar a volta a essasituação. O empreendedorismo éum caminho que deve ser seguido,pelo menos, através da criação deum gabinete específico, que ajudeos jovens interessados emimplementar ideias empresariais aultrapassar os muitos processosburocráticos que se lhesapresentam, bem como ao nível decandidaturas a fundoscomunitários ou nacionais.Há outros problemas como o dahabitação. Hoje, os jovens saemcada vez mais tarde das casas dospais, porque não têm um empregoestável que lhes permita aceder a

habitações a preços de mercado.Através do programa derequalificação dos centroshistóricos, muitas autarquias têmoptado por arrendar as casasrecuperadas a baixo custo a jovens.No concelho do Cartaxo, tambémpoderíamos seguir por esse cami-nho, não só para incentivar afixação dos nossos jovens, cons-tituindo, ou não, famílias, mastambém seria uma forma de ajudá-los a sair da casa dos pais e aseguir as suas vidas de formaautónoma.

Tem conseguido convencer muitosjovens a envolverem-se napolítica?É transversal o afastamento não sódos jovens como de todas aspessoas da política e dos políticos.As juventudes partidárias têm umpapel fundamental no sentido deincentivar e apelar aos jovens paraque participem nãonecessariamente ou só nospartidos, mas nas associações, aítambém se faz política, no sentidode que são espaços onde sedebate, se ouve e criam propostase soluções. A responsabilidade peloafastamento dos jovens da políticaé dos próprios políticos quecontinuam a fechar-se nas sedespartidárias e à sociedade civil. Mastambém é verdade que os jovensestão muito acomodados, sãopouco solidários uns com os outros.

Em Dezembro, a JSD organizouuma iniciativa de âmbitodesportivo e social. Será umasolução criar eventos desse géneropara ‘puxar’ os jovens para asjuventudes partidárias?Foi uma iniciativa extremamenteimportante. Admito que tive umafalha no meu primeiro mandatoque foi ter feito muitas acções deformação política (que eraimportante, para mobilizar quadrospolíticos, uma vez que estávamos àporta de eleições autárquicas) epoucas actividades lúdicas, quetambém são importantes. No caso do torneio solidárioprocurámos fazer uma iniciativaque tivesse, ao mesmo tempo,cariz lúdico, desportivo e solidárioe, de facto, tivemos uma afluênciade jovens que muito nos sur-preendeu. E, de facto, pode seresse um caminho para incentivá-los a participarem nos assuntospolíticos.

Como é que viu as manifestaçõesda Geração à Rasca. Participou nomovimento?