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Entrevista com Antonio Pita: ‘Resultados favoráveis no 1º trimestre’ CANAZIO, Alexandre. “Entrevista com Antonio Pita: ‘Resultados favoráveis no 1º trimestre’”. Canal Energia, São Paulo, 06 de maio de 2010. A EDP Brasil começou bem o ano de 2010 com um aumento de 18% no lucro líquido do primeiro trimestre, que atingiu R$ 139 milhões. O aumento na energia distribuída por Escelsa (ES) e Bandeirante (SP) contribuiu para o resultado. As vendas para os consumidores livres também aumentaram significativamente em 39%. Mas, as chuvas em São Paulo resultaram em maior custo para a companhia, o que significou um aumento menor para o Ebtida. "Portanto, tivemos esses dois elementos que favorecem o crescimento de nossa receita líquida consolidada, que subiu 10% em comparação ao ano passado", avaliou Antonio Pita de Abreu, presidente da EDP Brasil, em entrevista exclusiva à Agência CanalEnergia. O executivo também ressaltou a melhora dos resultados financeiros, em decorrência, principalmente, da mudança do perfil da dívida. "A nossa dívida está mais barata. Temos resultados financeiros melhores", continuou. As perspectivas para esse ano são boas para a EDP Brasil. Pitta de Abreu continua apostando em um aumento do consumo, com destaque para o industrial. Além disso, a empresa vai investir R$ 1 bilhão este ano, sendo dois terços em geração. A EDP Renováveis do Brasil cadastrou um parque eólico, Santa Vitória do Palmar, com 81 MW, no leilão de fontes alternativas, previsto para junho deste ano. "O sucesso no leilão vai depender do preço. Nosso problema é que a EDP investe em todo mundo", salientou Pitta de Abreu, lembrando que, no ano passado, a empresa desistiu do certame de eólicas devido ao preço. A empresa está de olho também nos leilões A-5 previstos para este ano. "Se nós tivermos projetos em que tenha garantia de rentabilidade, sem riscos operacionais ou outros obstáculos significativos, avançamos. Estamos atentos aos leilões", resumiu. Leia abaixo a entrevista de Antonio Pita de Abreu, presidente da EDP Brasil: Agência CanalEnergia: Como o senhor avalia o expressivo crescimento dos resultados da empresa no 1º trimestre? Antonio Pita de Abreu: O resultado se deve ao aumento da energia distribuída, comparando o primeiro trimestre deste ano com o do ano passado, que foi significativo; o que mostra que Brasil está se recuperando economicamente bem. Nós tivemos um aumento de energia distribuída no Espírito Santo de 34% e em São Paulo, de 12%. Nós também tivemos um aumento significativo da energia vendida aos clientes livres de 39%, relativamente ao primeiro trimestre de 2009.

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Portanto, tivemos esses dois elementos que favorecem o crescimento de nossa receita líquida consolidada, que subiu 10% em comparação ao ano passado. Isso também teve efeito no Lajida [Ebtida], que sobe 5% em relação ao ano passado, que poderia ter subido mais, se não fosse o aumento do custo que nós tivemos como resultado do aumento do esforço de manutenção da rede, principalmente, na zona da Bandeirante, onde choveu mais de 50 dias seguidos no príncipio do ano. Tivemos um acréscimo substancial de manutenção da rede, como em linhas e ligação de clientes. Esse aumento provocou um aumento de fornecimento de serviços externos e aumento de custo com pessoal, que esperamos não voltem ao longo do ano. Contrabalançaram um pouco o crescimento do consumo e da receita líquida. O nosso lucro subiu 18%, em relação ao ano passado, acima do que esperávamos. Portanto, não só por força dos resultados operacionais, mas também dos financeiros. Ano passado, trabalhamos bastante bem no nível da restruturação da dívida e pagamento de dívida mais cara. Estamos, agora, a notar o efeito disso. A nossa dívida está mais barata. Temos resultados financeiros melhores. Tivemos ainda no primeiro trimestre a continuação do benefício, que tivemos em razão no Refis, que teve bons resultados no terceiro trimestre e continuou no primeiro trimestre deste ano. Isso explica, a grosso modo, o nosso resultado líquido, que é uma evolução superior ao Ebtida, que é impactado pela energia distribuída e pelos custos das intempéres no ano passado. Agência CanalEnergia: Acredita que o consumo de energia continuará puxando os resultados da empresa? Antonio Pita de Abreu: Quando comparamos o primeiro trimestre deste ano com o primeiro trimestre do ano passado, estamos a comparar o pior período do ano passado. Ao longo do ano, esse efeito vai atenuar. Eu penso que vai continuar a haver um acréscimo do consumo, que é resultado do acréscimo da atividade econômica do Brasil, em particular do consumo industrial. O consumo residencial tem subido, mas não acho que deva subir sempre muito, porque as famílias já subiram muito o consumo em relação ao ano passado. O crescimento da eletricidade tem relação com a expansão do Produto Interno Bruto. E, portanto, é natural que, quando haja crescimento do PIB, tenha aumento da eletricidade entre 1 e 1,5 ponto acima do PIB. Embora o Brasil seja, relativamente, atípico por se um país em desenvolvimento. Normalmente, essa corelação acontece. Embora haja aumento do consumo até o fim do ano, será em menor proporção do que neste trimestre. Agência CanalEnergia: O que está sendo feito no programa de transformação da companhia? Quais são os resultados? Antonio Pita de Abreu: O programa de transformação teve várias vertentes. Teve uma de restruturação empresarial na qual mudamos o organograma. Mas, a mais significativa foi a redução dos cargos de chefia, que passaram de 250 para 150. No ano passado, tivemos o custo dos desligamentos. E este ano tem o benefício que é a inexistência desses cargos. Agora, há outros efeitos resultantes. Com essa organização, aproxima-se o topo da organização da base. Há menos níveis de chefia, reduzimos de seis para três patamares. O que significa que as decisões são tomadas mais rapidamente e executadas mais depressa porque há menos canais de transmissão. Isso reduz o tempo de execução das tarefas. Esses benefícios são mensurados com tempo. Nós também revimos todos os processos operativos e, ainda, há processos sendo revistos. Assim evitamos retrabalhos.

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Agência CanalEnergia: O que podemos esperar em termos de investimentos da EDP este ano? Antonio Pita de Abreu: Nós temos, no âmbito do plano de negócios 2009-2012, a previsão de investimentos de R$ 1 bilhão este ano. Nesse primeiro trimestre, por exemplo, teve obras que gastamos menos porque houve um atraso nos pagamentos as empreiteiras. Mas, vamos executar esse plano sem grandes problemas, sendo um terço em distribuição e dois terços em geração. Agência CanalEnergia: A empresa tem algum projeto cadastrado no leilão de fontes alternativas? Qual? Antonio Pita de Abreu: A EDP Renováveis Brasil cadastrou um projeto no leilão. O projeto de Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul [o projeto tem capacidade instalada de 81 MW]. O sucesso no leilão vai depender do preço. Nosso problema é que a EDP investe em todo mundo. Por isso, há concorrência entre os projetos em todo o mundo. Em cada instante, têm projetos em concorrência com outros. Se o preço aqui no Brasil não for um que garanta rentabilidade suficiente, obviamente, vai se aplicar no outro lado. E o preço do ano passado não era favorável. No caso de Tramandaí (RS), que começamos a construir, há rentabilidade e esperamos terminá-lo até o fim do ano. Agência CanalEnergia: A empresa participará dos leilões A-5, disputando novos empreendimentos? Antonio Pita de Abreu: Uma das coisas que fizemos foi criar opções de investimentos, principalmente, em pequenas e médias hidrelétricas, eólicas e termoelétricas. Essas opções estão prontas - umas mais, outras menos - para avançar para leilões, quando tiver condições para isso, como licenças ambientais e preços. Nós estamos a observar os leilões, como sempre fizemos. Se nós tivermos projetos em que tenha garantia de rentabilidade, sem riscos operacionais ou outros obstáculos significativos, avançamos. Estamos atentos aos leilões.