entrevista agnelo

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REVISTA SEMANAL A g n e lo Q u e iro z Um médico quer diagnosticar Brasília. Reprodução da revista Brasília em Dia autorizada para a Coligação Novo Caminho. Entrevista veiculada na edição nº 703 – 24 a 30/julho/2010.

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Entrevista da candidato Agnelo Queiroz

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Page 1: Entrevista agnelo

REVISTA SEMANAL

Agnelo QueirozUm médico quer diagnosticar Brasília.

Reprodução da revista

Brasília em Dia autorizada

para a Coligação Novo Caminho.

Entrevista veiculada na edição

nº 703 – 24 a 30/julho/2010.

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Agnelo QueirozAgnelo Queiroz05www.brasiliaemdia.com.br

Por Walter Gomes,Lourival Dantas eAntônio Rocha

Pela ordem alfabética, o candidato do PT ao Governo do Distrito Federal (GDF), Agnelo Queiroz, é o primeiro – de uma série de candidatos a cargos nas eleições de outubro – a ser sabatinado por um jornalista e dois empresários, que conhecem profundamente os problemas estruturais e eco-

nômicos do DF. Médico por formação, Agnelo Queiroz, durante a entrevista, destacou sua vocação para a medicina, fa-

zendo um paralelo com a administração pública. Segundo ele, é preciso conhecer os sintomas para prescrever a receita mais correta para a cura do problema. Por exemplo, ele fala com determinação sobre a necessidade de se resolver a crise no sistema de saúde e de como a informatização integral do setor poderia auxiliar a concretização dessa meta de governo. Segundo ele, tal medida seria essencial “porque não há condições de se ter controle de outra forma, considerando-se que é uma área muito cara”, sujeita ao desperdício, ao roubo, à ineficiência, à desorganização e a todo tipo de desvio de recursos públicos.

Agnelo afirma que, se for eleito governador do DF, a educação também será uma prioridade de sua gestão. Ele manifesta o propósito de investir no setor a partir de um grande pacto que pretende estabelecer

com toda a sociedade, para que, mediante entendimentos e diálogos também com o governo federal, a educação se torne uma política de Estado, e não apenas uma

política de governo. Para isso, Agnelo tem como meta levar o DF a ser uma referência educacional no país, inclusive com uma estratégia de desenvolvimento humano, a fim de resolver os graves problemas que a ju-ventude enfrenta. Sua intenção é implantar uma escola modelo em tempo integral, para

que o aluno chegue cedo, tenha café-da-ma-nhã, estude, almoce na escola, tendo ativida-des complementares, inclusive esporte, ativi-

dades culturais, línguas e reforço escolar.Nesta entrevista, o candidato também expõe suas

ideias para gerar empregos e resolver os problemas estrutu-rais da capital da República.

ENTREVISTA

Saúde e escola serão prioridades

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raAgnelo QueirozAgnelo Queiroz05www.brasiliaemdia.com.br

Por Walter Gomes,Lourival Dantas eAntônio Rocha

Pela ordem alfabética, o candidato do PT ao Governo do Distrito Federal (GDF), Agnelo Queiroz, é o primeiro – de uma série de candidatos a cargos nas eleições de outubro – a ser sabatinado por um jornalista e dois empresários, que conhecem profundamente os problemas estruturais e eco-

nômicos do DF. Médico por formação, Agnelo Queiroz, durante a entrevista, destacou sua vocação para a medicina, fa-

zendo um paralelo com a administração pública. Segundo ele, é preciso conhecer os sintomas para prescrever a receita mais correta para a cura do problema. Por exemplo, ele fala com determinação sobre a necessidade de se resolver a crise no sistema de saúde e de como a informatização integral do setor poderia auxiliar a concretização dessa meta de governo. Segundo ele, tal medida seria essencial “porque não há condições de se ter controle de outra forma, considerando-se que é uma área muito cara”, sujeita ao desperdício, ao roubo, à ineficiência, à desorganização e a todo tipo de desvio de recursos públicos.

Agnelo afirma que, se for eleito governador do DF, a educação também será uma prioridade de sua gestão. Ele manifesta o propósito de investir no setor a partir de um grande pacto que pretende estabelecer

com toda a sociedade, para que, mediante entendimentos e diálogos também com o governo federal, a educação se torne uma política de Estado, e não apenas uma

política de governo. Para isso, Agnelo tem como meta levar o DF a ser uma referência educacional no país, inclusive com uma estratégia de desenvolvimento humano, a fim de resolver os graves problemas que a ju-ventude enfrenta. Sua intenção é implantar uma escola modelo em tempo integral, para

que o aluno chegue cedo, tenha café-da-ma-nhã, estude, almoce na escola, tendo ativida-des complementares, inclusive esporte, ativi-

dades culturais, línguas e reforço escolar.Nesta entrevista, o candidato também expõe suas

ideias para gerar empregos e resolver os problemas estrutu-rais da capital da República.

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Saúde e escola serão prioridades

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Walter Gomes – O PTdoB encami-nhou um pedido de impugnação do registro de sua candidatura. Como o senhor interpreta isso?

Agnelo Queiroz – Considero um de-sespero antecipado, porque, como existem muitas impugnações contra o meu adversário, eles devem ter pensa-do assim: “vamos fazer uma provoca-ção contra ele também. Isso já o colo-ca no nível da lama, assim como está acontecendo com a gente”. Só pode ser isso! Porque é absolutamente in-fundada, não há nenhuma comprova-ção! Eu tenho uma certidão negativa, ou seja, não tenho sequer uma cita-ção, nem pendência, processo, quanto mais uma condenação! Para ser en-quadrado na Ficha Limpa, é preciso ter uma condenação, e eu não tenho nem processo, como pode haver uma condenação?

Walter Gomes – Outro dia, pergun-taram-me como ia ser essa campa-nha, porque talvez o seu principal concorrente, Joaquim Roriz, não se-ria candidato.

Agnelo Queiroz – Eu acho que ele está fazendo um esforço para ser candidato. Não sei qual é a posição que a Justiça vai tomar, mas, da nossa parte, estamos preparados para enfrentá-lo na eleição e ganhar dele. Fizemos uma grande aliança, uma grande frente, 11 parti-dos políticos, com tempo na televisão. É o palanque da ministra Dilma aqui no Distrito Federal, o único aprovado pelo presidente Lula no DF. Essa alian-ça é apoiada por ele. Como o próprio slogan da campanha diz, trata-se de “Um Novo Caminho”, com todas as forças para trilhá-lo no DF: caminho da esperança, da cidadania, da ética, do desenvolvimento da sociedade, do planejamento, da legalidade.

Antônio Rocha – O brasiliense, de um modo geral, está precisando me-lhorar sua autoestima. Eu vejo mui-to, na mídia nacional, certa restrição contra Brasília, pelo menos é a minha impressão.

Agnelo Queiroz – A cidade ficou muito traumatizada com todos esses episódios [referindo-se à Operação Caixa de Pandora], e muitas vezes há certa má vontade com Brasília, com o Distrito Federal. É claro que cabe a nós retomar essa credibilida-

de, fazer voltar a autoestima do nosso povo e tornar Brasília um exemplo de civilidade. Assim como a cidade respeita os pedestres na faixa, o que é um exem-plo para todo o país, Brasília também tem uma importância na acessibilidade para as pessoas portadoras de deficiên-cia, porque respeita profundamente esse segmento da população. Brasília é a ci-dade das ciclovias: ela estimula o uso do pedal. Nossa cidade tem que ser o exem-plo das políticas públicas, da formação de recursos humanos de alto nível, da educação, do transporte público de qua-lidade, do desenvolvimento econômico, da sustentabilidade, preservando essa qualidade de vida de nossos cidadãos.

Sim, sabemos das dificuldades por no-tícias de jornais. É claro que é preciso avaliar essa situação para tomar provi-dências, criar saídas para poder recupe-rar as empresas. No caso das políticas públicas, a saúde, por exemplo, está em uma condição dramática. Os profissio-nais desse setor e os usuários já têm esse diagnóstico. Sou da área, conheço profundamente a situação da saúde no DF, inclusive como servidor da Secre-taria de Saúde do Distrito Federal há muitos anos.

Walter Gomes – Será uma prioridade do seu eventual governo?

Agnelo Queiroz – Claro! Tenho um exemplo que vem de Pernambuco, in-clusive já conversei com o governador Eduardo Campos, que implantou com muito sucesso uma gestão e o acom-panhamento das políticas públicas no estado. Nós temos que aproveitar os bons exemplos. Não podemos errar para depois aprender. Vamos ganhar tempo e fazer o que há de melhor no mundo para modernizar o DF, im-plantar na capital da República uma gestão com um nível que merecemos atingir, jamais em uma situação de en-calhe, de desmoralização, porque isso nós não merecemos.

Lourival Dantas – Mas o Distrito Fe-deral não depende muito dos recursos da União, do governo federal? Supo-nhamos que o próximo presidente não seja simpático com o senhor.

Agnelo Queiroz – Concretamente,depois da aprovação do Fundo Consti-tucional, temos recursos para assegurar a tranquilidade administrativa do Dis-trito Federal. Como hoje é constitucio-nal o repasse para as áreas da saúde, da educação e da segurança, como tam-bém para o pagamento de pessoal, qual-quer presidente terá que manter esse repasse. A relação do Distrito Federal com o governo federal é de muita pro-ximidade e pode potencializar as ações aqui no DF, com um entrosamento perfeito com o governador. É claro que eu vou torcer muito para que a Dilma Rousseff seja vitoriosa na disputa pelo Palácio do Planalto, porque os nos-sos programas de governo têm muita sintonia.

Antônio Rocha – Isso gera uma desi-gualdade?

Lourival Costa – Todo empresário, quando chega a uma empresa, geral-mente faz um diagnóstico de como está a situação de cada setor. Como governador, o senhor irá fazer um diagnóstico das áreas públicas?

Agnelo Queiroz – Com certeza! Tanto o empresário como o médico têm de fazer essa avaliação, para depois tratar. Eu, como médico, tenho a obrigação de fazer um diagnóstico da realidade do Distrito Federal para poder tomar as medidas adequadas. Sabemos da re-alidade de nossas empresas públicas?

06 www.brasiliaemdia.com.br06 www.brasiliaemdia.com.br

{“Nossa cidade é a mais desigual do país, título do qual não tenho orgulho. Brasília precisa ter muitos programas nas áreas de desenvolvimento econômico. Precisa gerar emprego e renda, o que leva o governo federal a ajudar muito no nosso desenvolvimento. Além disso, a cidade necessita de muitos investimentos para o serviço público, principalmente para aqueles órgãos que estão mais deteriorados, como também para a diminuição da desigualdade.”

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Agnelo QueirozAgnelo Queiroz05www.brasiliaemdia.com.br

Por Walter Gomes,Lourival Dantas eAntônio Rocha

Pela ordem alfabética, o candidato do PT ao Governo do Distrito Federal (GDF), Agnelo Queiroz, é o primeiro – de uma série de candidatos a cargos nas eleições de outubro – a ser sabatinado por um jornalista e dois empresários, que conhecem profundamente os problemas estruturais e eco-

nômicos do DF. Médico por formação, Agnelo Queiroz, durante a entrevista, destacou sua vocação para a medicina, fa-

zendo um paralelo com a administração pública. Segundo ele, é preciso conhecer os sintomas para prescrever a receita mais correta para a cura do problema. Por exemplo, ele fala com determinação sobre a necessidade de se resolver a crise no sistema de saúde e de como a informatização integral do setor poderia auxiliar a concretização dessa meta de governo. Segundo ele, tal medida seria essencial “porque não há condições de se ter controle de outra forma, considerando-se que é uma área muito cara”, sujeita ao desperdício, ao roubo, à ineficiência, à desorganização e a todo tipo de desvio de recursos públicos.

Agnelo afirma que, se for eleito governador do DF, a educação também será uma prioridade de sua gestão. Ele manifesta o propósito de investir no setor a partir de um grande pacto que pretende estabelecer

com toda a sociedade, para que, mediante entendimentos e diálogos também com o governo federal, a educação se torne uma política de Estado, e não apenas uma

política de governo. Para isso, Agnelo tem como meta levar o DF a ser uma referência educacional no país, inclusive com uma estratégia de desenvolvimento humano, a fim de resolver os graves problemas que a ju-ventude enfrenta. Sua intenção é implantar uma escola modelo em tempo integral, para

que o aluno chegue cedo, tenha café-da-ma-nhã, estude, almoce na escola, tendo ativida-des complementares, inclusive esporte, ativi-

dades culturais, línguas e reforço escolar.Nesta entrevista, o candidato também expõe suas

ideias para gerar empregos e resolver os problemas estrutu-rais da capital da República.

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sociado com o que nós temos de huma-no, que é de boa qualidade, e investindo mais em qualificação, treinamento, valo-rização dos professores e funcionários da educação. Nós vamos ter uma indús-tria que irá revolucionar. Tudo isso, cla-ro, planejado com a sociedade. Vamos fazer quantas escolas por ano? Isso não é feito só em um governo, porque tem que ser um pacto com a sociedade. Com certeza, teremos um grande apoio da sociedade para viabilizar isso.

Antônio Rocha – Sempre se discute muito sobre saúde. Não haveria a pos-sibilidade de que todas as informações da população do DF fossem inseridas em bancos de dados informatizados, para a emissão de um “cartão saúde”? Com esse cartão, quando a pessoa chegasse a uma clínica ou um hospi-tal, o funcionário poderia acessar o prontuário dela, para otimizar tudo.

Agnelo Queiroz – Boa pergunta! Primeiro, para que haja um sistema público de saúde eficaz, ele necessa-riamente tem que ser todo informati-zado. Não há condições de se ter con-trole de outra forma, porque a área da saúde é cara, mesmo com muita cor-reção, muito equilíbrio e economia. Ela já é dispendiosa por si só! Equi-pamentos e medicamentos têm preços elevados, mas para se ter eficiência, controle absoluto e combater o desper-dício, o roubo, todo tipo de desvio, é indispensável que todo o sistema seja informatizado. E aí entra a possibili-dade de ter, por exemplo, prontuários eletrônicos, que podem ser acessados por um cartão, que garante rapidez para localizar a história e a vida do paciente, imediatamente, em qualquer unidade que a pessoa procure. Esse é um ponto importante. Outra questão relevante é que a nossa área da saú-de atende a um percentual grande de usuários de fora do DF, o que nos for-ça a levar essa discussão para a alçada republicana, para o governo federal, para a resolução desse problema sério. Mas um requisito para que possamos levar essa demanda para a esfera supe-rior é o GDF ter uma gestão impecá-vel, transparente, que chegue com os dados e os números inquestionáveis para que o governo federal trate dessa questão.

Antônio Rocha – Qual é a dificul-dade?

Antonio Rocha – A gente vê esses pro-gramas ociosos sobre a cidade, a ques-tão das escolas, ficamos tristes...

Agnelo Queiroz – Esse investimento vale a pena fazer, mas esse metro qua-drado pode ser muito alto. O governo Arruda fez muitas obras, mas esse in-vestimento volta todo à sociedade, para melhorar as escolas, para que sejam atra-tivas, para que a criança durma e acorde sonhando com a escola. É preciso esti-mular a criança a aprender matemática, português, história, geografia... mas, para isso, ela precisa ter autoestima! É preciso fazer isso, de forma que esteja as-

Agnelo Queiroz – Nossa cidade é a mais desigual do país, título do qual eu não tenho orgulho. Brasília preci-sa ter muitos programas nas áreas de desenvolvimento econômico, por um lado. Precisa gerar emprego e renda, o que leva o governo federal a ajudar muito no desenvolvimento da cidade. Brasília precisa ter muitos investimen-tos no serviço público, principalmente naqueles que estão mais deteriorados, como também na diminuição da desi-gualdade. Nesse aspecto, um governo de coalizão, que tenha o presidente Lula, que tenha a ministra Dilma, aju-daria demais no enfrentamento das questões sociais no DF. Não que com outro presidente isso seja impossível de fazer, mas não tenho dúvidas de que ajuda demais.

Walter Gomes – E quanto à educação, como fica?

Agnelo Queiroz – Temos que fazer um investimento em educação como um grande pacto que pretendo esta-belecer com a sociedade, com toda a prioridade, não como uma política de governo. Devemos mobilizar todos os segmentos para que o DF seja a prin-cipal referência educacional do Brasil, apresentando uma política estratégi-ca de desenvolvimento humano, mas também uma política que resolva os problemas graves pelos quais a ju-ventude passa hoje. Temos tudo para implantar, para valer, uma escola in-tegral, para que o aluno chegue cedo, tenha café-da-manhã, estude e almoce na escola, tendo atividades comple-mentares, inclusive esporte, atividades culturais, línguas, reforço escolar. Essa é a grande saída educacional para o Brasil. Nós temos melhores condições de implantar isso aqui.

Lourival Dantas – Isso é possível?

Agnelo Queiroz – Se mobilizarmos to-dos os segmentos da sociedade, a área privada, as grandes empresas, como a Petrobras, o Banco do Brasil, a Caixa, para conseguir recursos onde for neces-sário, com agilidade, é possível. Porque precisamos fazer um investimento físico importante. Para ficar no outro turno, é preciso haver uma estrutura, não pode ser uma escola que não tenha sequer uma quadra, um colégio com ambiente absolutamente quente ou insalubre para abrigar 50 crianças...

{“Eu, como médico, tenho a obrigação de fazer um diagnóstico da realidade do Distrito Federal para poder tomar as medidas adequadas. Sabemos da realidade de nossas empresas públicas? Sim, sabemos das dificuldades pelos jornais. É claro que é preciso avaliar essa situação, criando saídas para poder recuperar as empresas. No caso das políticas públicas, a saúde está em uma situação dramática.”

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{“Eu continuo sendo um socialista, porque os princípios do socialismo continuam, aqueles que tratam de fraternidade, desenvolvimento humano, qualidade de vida, soberania e respeito aos povos. É evidente que essas experiências evoluíram muito no mundo, mas eu preservo esses princípios, que são fundamentais e devem conduzir todas as políticas públicas. É claro que isso está inserido em uma visão mais avançada.”

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Agnelo Queiroz – Dá tempo, com cer-teza. A cidade não pode perder essa oportunidade. Temos que pensar o de-senvolvimento econômico, planejar o DF para o futuro, esses equipamentos, essa infraestrutura, já fazendo parte do amanhã, de um projeto futuro, para que esse investimento não se encerre com a Copa. A estrutura de transporte já vai ficar aqui permanentemente. O estádio também tem que estar dentro de mode-los de utilização para o futuro, não pode ficar só como um “elefante branco” de-pois da Copa. Será uma oportunidade ímpar de mostrarmos a capital do Brasil para o mundo inteiro, com toda a mídia espontânea que acompanha um evento da dimensão da Copa do Mundo. Não podemos perder essa chance.

Walter Gomes – Os homens públicos têm como princípio dizer: “vou con-vocar a sociedade e a iniciativa priva-da para me ajudar”. Como seria essa relação?

Agnelo Queiroz – Será uma relação de absoluta transparência, com reto-mada dos princípios republicanos, por-que aqui é a terra das oportunidades. Com a localização centralizada do DF e agora com esse desenvolvimento que está previsto para o Brasil, com a ferro-via Norte-Sul passando aqui pelo Cen-tro-Oeste, formando uma saída para o Pacífico, será uma região de expansão econômica estratégica para o país. E nós temos que desenvolver o DF com base no projeto de desenvolvimento nacional. Isso significa que, querendo ou não, teremos aqui um grande con-glomerado urbano. Hoje, existem 2,6 milhões de habitantes somente no DF, mais um milhão e pouco de habitantes no Entorno. Em pouco tempo, seremos 10 milhões de indivíduos. Esse conglo-merado pode ser ordenado, planejado, absolutamente induzido, com qualida-de de vida, ou pode ser levado a repetir os modelos das grandes metrópoles do Brasil, como Rio e São Paulo.

Walter Gomes – Pode-se repetir o que vimos no passado, como já foi um dia?

Agnelo Queiroz – Agora, temos de re-tomar o planejamento e induzir o de-senvolvimento. Fiz esse preâmbulo para mostrar como o DF continua sendo a terra da esperança, do desenvolvimen-to e das oportunidades. O setor públi-co tem a obrigação de ter uma relação

Agnelo Queiroz – Enquanto a área da saúde não for tratada dessa forma, não adianta conversar sobre isso, porque não há controle, não se sabe qual é o percentual que o GDF gasta com usu-ários de fora. Um dia, afirmam que é de 30%; noutro, que é de 40%, 50%, 60%... O governo distrital não sabe o que gasta com usuários da saúde que vêm de outras cidades do Entorno, e não há como pedir essas informações lá, na instância superior. Primeiro, de-vemos fazer o dever de casa e depois conversar. E mais: aí vou para a segun-da etapa. Botamos a saúde de pé, faze-mos enfim que ela funcione de forma exemplar, conversamos com o governo federal, para que possamos remunerar os pacientes de fora. Só então, a partir daí, vamos fazer a limonada a partir do limão. Só assim poderemos atender qualquer brasileiro, de qualquer lugar, e fazer daqui uma referência em quali-dade de saúde para o restante do país.

Antônio Rocha – A área educacio-nal tem uma coisa interessante: você entra em um município qualquer, vê uma agência do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, um negócio bem instalado, bonito, bem feito. Mas quando entra em uma escola, é um estabelecimento de ensino totalmente deteriorado, aos pedaços...

Agnelo Queiroz – Temos que fazer uma boa escola, de alta qualidade, absolutamente limpa. Um estabeleci-mento onde os alunos tenham os seus armários, que tenha quadra de espor-tes, anfiteatro, para projeção de cinema e encenação de peças. Um lugar onde as artes plásticas possam se desenvol-ver, que tenha banda de músicos, coral, para que o aluno aprenda um instru-mento musical. Um colégio com gi-násio, para as modalidades esportivas que as crianças gostam. De preferência, também, que tenha piscina, porque isso aumenta a autoestima das crianças de uma forma fantástica. Essas escolas, claro, não têm somente a parte física, porque é indispensável a parte huma-na, que está associada à dedicação, que é isso sobre o qual falamos há pouco, quando mencionamos investimentos em recursos humanos e manutenção. Ninguém vai querer mais uma escola de madeirite, como as que encontramos no Recanto das Emas, implantando um orçamento de investimento, porque é um negócio invejável, comparado até

com o que há de melhor em São Pau-lo. Temos de construir essa boa escola e investir nos recursos humanos. Assim, não tenho dúvidas de que vamos nos transformar em uma grande referência na área da educação.

Lourival Dantas – O senhor foi mi-nistro do Esporte, sabe da importân-cia dessa área para o desenvolvimento do país e da cidadania. Na Copa do Mundo de 2014, Brasília será uma cidade-sede, mas as construções estão atrasadas: o estádio, a questão da in-fraestrutura, os hotéis... Dá tempo?

Agnelo QueirozAgnelo Queiroz05www.brasiliaemdia.com.br

Por Walter Gomes,Lourival Dantas eAntônio Rocha

Pela ordem alfabética, o candidato do PT ao Governo do Distrito Federal (GDF), Agnelo Queiroz, é o primeiro – de uma série de candidatos a cargos nas eleições de outubro – a ser sabatinado por um jornalista e dois empresários, que conhecem profundamente os problemas estruturais e eco-

nômicos do DF. Médico por formação, Agnelo Queiroz, durante a entrevista, destacou sua vocação para a medicina, fa-

zendo um paralelo com a administração pública. Segundo ele, é preciso conhecer os sintomas para prescrever a receita mais correta para a cura do problema. Por exemplo, ele fala com determinação sobre a necessidade de se resolver a crise no sistema de saúde e de como a informatização integral do setor poderia auxiliar a concretização dessa meta de governo. Segundo ele, tal medida seria essencial “porque não há condições de se ter controle de outra forma, considerando-se que é uma área muito cara”, sujeita ao desperdício, ao roubo, à ineficiência, à desorganização e a todo tipo de desvio de recursos públicos.

Agnelo afirma que, se for eleito governador do DF, a educação também será uma prioridade de sua gestão. Ele manifesta o propósito de investir no setor a partir de um grande pacto que pretende estabelecer

com toda a sociedade, para que, mediante entendimentos e diálogos também com o governo federal, a educação se torne uma política de Estado, e não apenas uma

política de governo. Para isso, Agnelo tem como meta levar o DF a ser uma referência educacional no país, inclusive com uma estratégia de desenvolvimento humano, a fim de resolver os graves problemas que a ju-ventude enfrenta. Sua intenção é implantar uma escola modelo em tempo integral, para

que o aluno chegue cedo, tenha café-da-ma-nhã, estude, almoce na escola, tendo ativida-des complementares, inclusive esporte, ativi-

dades culturais, línguas e reforço escolar.Nesta entrevista, o candidato também expõe suas

ideias para gerar empregos e resolver os problemas estrutu-rais da capital da República.

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ra Agnelo QueirozAgnelo Queiroz05www.brasiliaemdia.com.br

Por Walter Gomes,Lourival Dantas eAntônio Rocha

Pela ordem alfabética, o candidato do PT ao Governo do Distrito Federal (GDF), Agnelo Queiroz, é o primeiro – de uma série de candidatos a cargos nas eleições de outubro – a ser sabatinado por um jornalista e dois empresários, que conhecem profundamente os problemas estruturais e eco-

nômicos do DF. Médico por formação, Agnelo Queiroz, durante a entrevista, destacou sua vocação para a medicina, fa-

zendo um paralelo com a administração pública. Segundo ele, é preciso conhecer os sintomas para prescrever a receita mais correta para a cura do problema. Por exemplo, ele fala com determinação sobre a necessidade de se resolver a crise no sistema de saúde e de como a informatização integral do setor poderia auxiliar a concretização dessa meta de governo. Segundo ele, tal medida seria essencial “porque não há condições de se ter controle de outra forma, considerando-se que é uma área muito cara”, sujeita ao desperdício, ao roubo, à ineficiência, à desorganização e a todo tipo de desvio de recursos públicos.

Agnelo afirma que, se for eleito governador do DF, a educação também será uma prioridade de sua gestão. Ele manifesta o propósito de investir no setor a partir de um grande pacto que pretende estabelecer

com toda a sociedade, para que, mediante entendimentos e diálogos também com o governo federal, a educação se torne uma política de Estado, e não apenas uma

política de governo. Para isso, Agnelo tem como meta levar o DF a ser uma referência educacional no país, inclusive com uma estratégia de desenvolvimento humano, a fim de resolver os graves problemas que a ju-ventude enfrenta. Sua intenção é implantar uma escola modelo em tempo integral, para

que o aluno chegue cedo, tenha café-da-ma-nhã, estude, almoce na escola, tendo ativida-des complementares, inclusive esporte, ativi-

dades culturais, línguas e reforço escolar.Nesta entrevista, o candidato também expõe suas

ideias para gerar empregos e resolver os problemas estrutu-rais da capital da República.

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{“O DF ficou muito tempo ‘deitado em berço esplendido’, por conta dos recursos federais. Chegou o momento de a gente pensar na nossa economia e no futuro, inclusive para que tenhamos autossuficiência econômica, porque uma população desse tamanho não pode ficar à mercê de um incidente. Não podemos permitir que, por algum motivo, o DF deixe de contar com o fundo constitucional a que tem direito.”

e social; então, podemos fazer isso em conjunto, para que o Entorno se transforme em uma região também com boa qualidade de vida, para o povo que vive lá. Não devemos dei-xar que o Entorno se transforme em uma região periférica muito carente e pobre. Não podemos repetir o modelo das grandes metrópoles do Brasil.

Walter Gomes – O senhor, por obri-gação constitucional, deve cumprir a Carta Legislativa. Quando o senhor lê o que está escrito, os nomes, o que o senhor imagina?

Agnelo Queiroz – Aposto que eu farei uma renovação grande na Câmara Le-gislativa e antevejo que teremos bons quadros políticos na Casa. Por incrível que pareça, com a crise que se abateu com muita força na Câmara Legislati-va, podemos pensar que isso fez muita gente deixar de concorrer a ela, mas ocorre o contrário. Muitos estão con-correndo. Alguns são candidatos que já têm mandato, já foram deputados fede-rais, vice-governadores...

Walter Gomes – O senhor está oti-mista?

Agnelo Queiroz – Claro! Sei que ocor-rerá uma grande renovação, com no-vos quadros políticos. A população será rigorosa desta vez, e nós quere-mos ensaiar uma relação também ab-solutamente republicana na Câmara Legislativa. Primeiro, acredito que a minha aliança terá maioria sem pre-cisar negociar com ninguém. Só a minha coligação irá eleger mais de 13 deputados. Isso é muito bom, ter uma base de apoio, em cima de um projeto, para eleger o governo com responsabi-lidade, para que o governo acerte, isso ajuda demais! Eu fui deputado durante 16 anos. Tenho certeza de que iremos inaugurar uma relação bem diferente com os deputados, com a porta aberta, para discutir os temas que serão debati-dos na Câmara Legislativa, a fim de dar crédito para as iniciativas parlamenta-res. Essa tem que ser a relação: absolu-tamente republicana e de valorização. Antigamente, a cada votação, isso tinha que ser negociado, para que se pagasse por voto... Isso é uma tragédia que não pode mais ser repetida.

Antônio Rocha – Havia vários proje-tos de desenvolvimento do DF há um

transparente com o setor privado, que é o grande gerador de empregos. Por-tanto, nunca mais existirão, no DF, as relações que presenciamos no passado, como as que realizavam vendas de áre-as públicas, como aconteceu fartamente no Pró-DF, as áreas fundamentais e es-tratégicas para o desenvolvimento eco-nômico, e não para a especulação, para construir habitação, mas para pagar agentes políticos. Ninguém vai pagar mais ou vai ser pressionado a fazer isso por membros do governo. Nos nossos contratos, faremos constar uma cláusu-la, com um número, um 0800, absoluta-mente confidencial, para que se algum agente privado for abordado de forma indevida, se tentarem cobrar dele algu-ma propina, ele terá onde denunciar.

Lourival Dantas – O DF cobra uma taxa de 17% de ICMS de todos os se-tores que precisam importar um pro-duto que não seja nacional. Goiás, por exemplo, cobra alíquota zero. O que acontece? A gente não perde em competitividade?

Agnelo Queiroz – É um absurdo essa cobrança de ICMS sobre marcas da indústria gráfica, sendo que temos um bom parque nessa atividade no DF. Existe um mercado consumidor nes-sa área, e a força do governo federal é muito grande, bem como do próprio go-verno local. Isso é o chamado “tiro no pé”: possibilitar a não-competitividade das empresas aqui no DF. Uma quan-tidade enorme de empresas está saindo do DF para ir para outros estados. Com elas vão empregos, impostos... E quem vai empregar essa juventude aqui? Cui-daremos disso de forma genérica, mas serve para a indústria gráfica e outras áreas também. Vamos chamar os seg-mentos, discutir e cuidar com carinho da nossa economia. O DF ficou muito tempo “deitado em berço esplendido”, por conta dos recursos federais. Che-gou o momento de a gente pensar na nossa economia e no futuro, inclusive para que tenhamos autossuficiência econômica, porque uma população desse tamanho não pode ficar à mercê de um incidente, de um programa gra-ve. Não podemos permitir que, por al-gum motivo, o DF deixe de contar com esse fundo constitucional, que isso lhe seja totalmente inviabilizado.

Walter Gomes – Como o senhor vê o Entorno?

Agnelo Queiroz – Temos de encarar o Entorno como uma parte impor-tante das políticas do DF e fazer isso junto com o governo federal, para in-tegrar essa região e auxiliar no desen-volvimento dela. Não há outra saída: não podemos ficar no quadrilátero achando que aqui é uma ilha. Temos de integrar políticas públicas com o Entorno. Quem lidera é o DF, mas temos de pensar nessa região metro-politana com todos os municípios que fazem limites com o DF. Temos de implementar políticas de saúde, edu-cação, desenvolvimento econômico, qualificação profissional e integrar as políticas nessas áreas. O governo federal tem projetos para áreas com baixo desenvolvimento econômico

2003, o Brasil exportava aproximada-mente US$ 12 milhões. O senhor tem esse mesmo espírito do presidente?

Agnelo Queiroz – No primeiro man-dato, fui ministro do presidente Lula, acompanhei muito ele. E eu observei isso. Ele foi um grande “vendedor”: ele estimulava muito os nossos empre-sários para poder ampliar os mercados. Tanto é que melhorou as relações eco-nômicas do Brasil com a África, com o Oriente Médio, a China (que hoje já é nosso maior parceiro econômico), a Índia, a África do Sul, os próprios ir-mãos aqui da América do Sul... Tudo isso com ampliação muito favorável do mercado internacional para o Brasil. É evidente que é uma visão avançada, que o Lula é um estadista. Ele procurou mostrar que o Brasil precisa crescer e se

desenvolver, porque se não fizer isso não gera excedentes. É preciso haver desenvolvimento econômico.

Antônio Rocha – O senhor falou que existe material humano no DF. Além disso, demonstra que sua vitória é possível, porque as pesquisas revelam que o senhor é um candidato viável. O senhor fala desse provável governo, que vai ter uma responsabilidade mui-to grande, porque o senhor vai querer mudar as coisas e aprimorar o que está certo. Mas, para isso, o senhor vai precisar de alguém que esteja à altura desse projeto. Qual é o perfil desse ho-mem? O senhor vai fazer uma mistura?

Agnelo Queiroz – Sim. Existem áreas que não exigem conhecimento técnico para ser tocadas. Se você é um dirigente, é evidente que, além desse conhecimen-to, você tem que estar calçado também

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com uma visão política. Não adiantaria nada você colocar um técnico em uma função exclusivamente política. Tam-bém não posso nomear, para conduzir a saúde, alguém que não tenha conhe-cimento dessa área. São coisas que exi-gem experiência. E existem outros pro-fissionais que são de perfil claramente político, mas temos que, evidentemente, mesclar isso. É preciso reunir a experi-ência, a perspectiva técnica e a visão política e pensar em grandes objetivos. Tenho confiança total de que existem re-cursos humanos na cidade para enfren-tar isso. Temos também que regularizar os condomínios, mas antes precisamos ser rigorosos e cessar com o parcelamen-to irregular, acabar com a farra.

Walter Gomes – Enfim, como ficará a saúde?

Agnelo Queiroz – A situação dessa área é tão grave que eu tomei uma decisão: no começo do mandato, eu assumo a Secre-taria da Saúde. A população não vai co-brar do secretário, porque o governador vai tomar conta disso. Esse setor envol-ve a vida das pessoas, porque ninguém procura a saúde por brincadeira: vai para cuidar do que precisa ser tratado. Não podemos deixar uma pessoa com câncer ficar meses a fio para fazer uma interven-ção cirúrgica. Essa é uma situação com a qual nós temos que nos indignar! Está faltando tudo! Na fase inicial, eu assu-mo. É uma demonstração prática que exige muita responsabilidade, mas que estou assumindo diante da sociedade.

Lourival Dantas – O que virá mais?

Agnelo Queiroz – Além disso, essa me-dida tem um efeito prático objetivo, por-que o governo todo ficará envolvido na-quele problema, e não só um setor. Nes-ses dias, faltou medicamento para pa-cientes transplantados. Esse tipo de coi-sa não pode continuar acontecendo. Te-mos que tomar medidas emergenciais e fazer uma mudança da política de saúde pública para a área hospitalar. É preciso dar uma atenção forte para os cuidados primários, a fim de aliviar os hospitais da sobrecarga, transferindo os pacien-tes que podem ser tratados fora da rede hospitalar, deixando o hospital somente para quem realmente precisa dele. Va-mos mudar isso, não da noite para o dia, mas com persistência, ao final do nosso governo, teremos um modelo exemplar de saúde pública no DF.

tempo atrás. Eles foram perdidos pelos assentamentos. Poucas áreas restaram no DF. Mas existe um grande proje-to que se iniciou dentro da Federação das Indústrias, que é a Cidade Digital. Em seu governo, será preservada essa área? Terá um marco regulatório?

Agnelo Queiroz – Acho que esta ini-ciativa de um polo de tecnologia será uma grande oportunidade para o desen-volvimento do DF. Primeiro, porque é uma indústria limpa, de tecnologia, é uma especialidade nossa, devemos cui-dar com muito carinho desse projeto. Não podemos repetir modelos antigos que terminaram deturpando essas áre-as, com tráfico de influência e outras práticas, que vão entrando em outros segmentos naquele setor. Ou só aquela venda tradicional, de tamanho já padro-nizado de lotes. Nesse, nós temos que atrair as empresas do DF. Se possível, as grandes empresas do mundo, para abrir espaço para as nossas empresas que es-tão se desenvolvendo aqui. Devemos fa-zer a parte de software, de treinamento, qualificar e formar recursos humanos muito colados com a própria Cidade Digital, de tal forma que a gente passe a ser um centro formador de recursos humanos dessa área no Brasil.

Walter Gomes – Sua origem foi no PCdoB. Aliás, sou testemunha de sua atuação como deputado. Hoje o se-nhor é o quê? Ideologicamente falan-do, quem é Agnelo Queiroz?

Agnelo Queiroz – Eu continuo sendo um socialista, porque os princípios do socialismo continuam, aqueles que tra-tam de fraternidade, desenvolvimento humano, qualidade de vida, soberania e respeito aos povos. É evidente que essas experiências evoluíram muito no mundo, mas eu preservo muito esses princípios, que são fundamentais e de-vem conduzir todas as políticas públi-cas. É claro que tudo isso está inserido atualmente em uma visão muito mais avançada, porque essa área evoluiu muito, mas hoje toda a experiência de desenvolvimento econômico em uma economia socialista conta com uma força privada muito grande.

Antônio Rocha – Há várias lições dei-xadas pelo presidente Lula que têm sido acompanhadas em todo o mun-do. Na minha opinião, deu bons re-sultados em Brasília. Lembro que, em Agnelo QueirozAgnelo Queiroz

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Por Walter Gomes,Lourival Dantas eAntônio Rocha

Pela ordem alfabética, o candidato do PT ao Governo do Distrito Federal (GDF), Agnelo Queiroz, é o primeiro – de uma série de candidatos a cargos nas eleições de outubro – a ser sabatinado por um jornalista e dois empresários, que conhecem profundamente os problemas estruturais e eco-

nômicos do DF. Médico por formação, Agnelo Queiroz, durante a entrevista, destacou sua vocação para a medicina, fa-

zendo um paralelo com a administração pública. Segundo ele, é preciso conhecer os sintomas para prescrever a receita mais correta para a cura do problema. Por exemplo, ele fala com determinação sobre a necessidade de se resolver a crise no sistema de saúde e de como a informatização integral do setor poderia auxiliar a concretização dessa meta de governo. Segundo ele, tal medida seria essencial “porque não há condições de se ter controle de outra forma, considerando-se que é uma área muito cara”, sujeita ao desperdício, ao roubo, à ineficiência, à desorganização e a todo tipo de desvio de recursos públicos.

Agnelo afirma que, se for eleito governador do DF, a educação também será uma prioridade de sua gestão. Ele manifesta o propósito de investir no setor a partir de um grande pacto que pretende estabelecer

com toda a sociedade, para que, mediante entendimentos e diálogos também com o governo federal, a educação se torne uma política de Estado, e não apenas uma

política de governo. Para isso, Agnelo tem como meta levar o DF a ser uma referência educacional no país, inclusive com uma estratégia de desenvolvimento humano, a fim de resolver os graves problemas que a ju-ventude enfrenta. Sua intenção é implantar uma escola modelo em tempo integral, para

que o aluno chegue cedo, tenha café-da-ma-nhã, estude, almoce na escola, tendo ativida-des complementares, inclusive esporte, ativi-

dades culturais, línguas e reforço escolar.Nesta entrevista, o candidato também expõe suas

ideias para gerar empregos e resolver os problemas estrutu-rais da capital da República.

ENTREVISTA

Saúde e escola serão prioridades

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ra Agnelo QueirozAgnelo Queiroz05www.brasiliaemdia.com.br

Por Walter Gomes,Lourival Dantas eAntônio Rocha

Pela ordem alfabética, o candidato do PT ao Governo do Distrito Federal (GDF), Agnelo Queiroz, é o primeiro – de uma série de candidatos a cargos nas eleições de outubro – a ser sabatinado por um jornalista e dois empresários, que conhecem profundamente os problemas estruturais e eco-

nômicos do DF. Médico por formação, Agnelo Queiroz, durante a entrevista, destacou sua vocação para a medicina, fa-

zendo um paralelo com a administração pública. Segundo ele, é preciso conhecer os sintomas para prescrever a receita mais correta para a cura do problema. Por exemplo, ele fala com determinação sobre a necessidade de se resolver a crise no sistema de saúde e de como a informatização integral do setor poderia auxiliar a concretização dessa meta de governo. Segundo ele, tal medida seria essencial “porque não há condições de se ter controle de outra forma, considerando-se que é uma área muito cara”, sujeita ao desperdício, ao roubo, à ineficiência, à desorganização e a todo tipo de desvio de recursos públicos.

Agnelo afirma que, se for eleito governador do DF, a educação também será uma prioridade de sua gestão. Ele manifesta o propósito de investir no setor a partir de um grande pacto que pretende estabelecer

com toda a sociedade, para que, mediante entendimentos e diálogos também com o governo federal, a educação se torne uma política de Estado, e não apenas uma

política de governo. Para isso, Agnelo tem como meta levar o DF a ser uma referência educacional no país, inclusive com uma estratégia de desenvolvimento humano, a fim de resolver os graves problemas que a ju-ventude enfrenta. Sua intenção é implantar uma escola modelo em tempo integral, para

que o aluno chegue cedo, tenha café-da-ma-nhã, estude, almoce na escola, tendo ativida-des complementares, inclusive esporte, ativi-

dades culturais, línguas e reforço escolar.Nesta entrevista, o candidato também expõe suas

ideias para gerar empregos e resolver os problemas estrutu-rais da capital da República.

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Saúde e escola serão prioridades

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Page 5: Entrevista agnelo

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