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Rio de Janeiro, de 25 a 31 de julho de 2013 | ano 11 | edição 13 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato A favela virou a alma do negócio A intervenção militar nas favelas, por meio das Unidades de Polícia Paci- ficadora (UPPs) está completando cinco anos. A imposição do Estado militarizado e a entrada do mercado geram novas tensões para a favela. cidades | pág. 7 cidades | págs. 4, 5 e 6 Uma visão popular do Brasil e do mundo Edição Edição Edmar Melo/Folhapress Fernando Frazão/ABr Botafogo busca classificação Um mês vivendo no aeroporto Em paz com a torcida e curtindo a liderança do Brasileirão, o Botafo- go vai pra cima do Figueirense nes- ta quarta-feira (24), em Florianópolis, pela terceira fase da Copa do Brasil. O ex-técnico da CIA Edward Snowden completou na terça-feira (23) um mês vivendo no aeroporto de Sheremetie- vo em Moscou, e conta os dias para recuperar sua liberdade na Rússia. esporte | pág. 16 mundo | pág. 10 Entre a fé Entre a fé e a realidade e a realidade Em cena, o funk carioca Com a peça Funk Brasil – 40 anos de baile, o ritmo, que nasceu nos bailes em Rocha Miranda e Ma- dureira, ocupa os tradicionais tea- tros do centro do Rio. cultura | pág. 11 Andrea Rocha/ZBR Ricardo Sodre/Botafogo Oficial Papa Francisco desfila pelas ruas do centro do Rio. O goleiro Jefferson

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Page 1: Entre a fé e a realidade - brasildefato.com.br · para tentar reverter o desgaste. Rapidamente, as pressões desabaram sobre a presidenta. O vice-presidente Michel Te-mer reuniu-se

Rio de Janeiro, de 25 a 31 de julho de 2013 | ano 11 | edição 13 | distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefato

A favela virou a alma do negócio

A intervenção militar nas favelas, por meio das Unidades de Polícia Paci-fi cadora (UPPs) está completando cinco anos. A imposição do Estado militarizado e a entrada do mercado geram novas tensões para a favela.

cidades | pág. 7

cidades | págs. 4, 5 e 6

Uma visão popular do Brasil e do mundo Edição

Edição

Edmar Melo/Folhapress

Fernando Frazão/ABr

Botafogo buscaclassifi cação

Um mês vivendono aeroporto

Em paz com a torcida e curtindo a liderança do Brasileirão, o Botafo-go vai pra cima do Figueirense nes-ta quarta-feira (24), em Florianópolis, pela terceira fase da Copa do Brasil.

O ex-técnico da CIA Edward Snowden completou na terça-feira (23) um mês vivendo no aeroporto de Sheremetie-vo em Moscou, e conta os dias para recuperar sua liberdade na Rússia.

esporte | pág. 16

mundo | pág. 10

Entre a fé Entre a fé e a realidadee a realidade

Em cena, o funk carioca

Com a peça Funk Brasil – 40 anos de baile, o ritmo, que nasceu nos bailes em Rocha Miranda e Ma-dureira, ocupa os tradicionais tea-tros do centro do Rio.

cultura | pág. 11 Andrea Rocha/ZBR

Ricardo Sodre/Botafogo Ofi cial

Papa Francisco desfi la pelas ruas do centro do Rio.

O goleiro Jeff erson

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Rio de Janeiro, de 25 a 31 de julho de 2013 | opinião

Militar. Ou seja, o governador Sérgio Cabral.

Não adianta, portanto, pu-nir um soldado ou ofi cial e na-da acontecer com os verdadei-ros responsáveis pela ação co-varde da PM.

Hannah Arendt, a pensa-dora alemã responsável por um importante legado fi losó-fi co para a humanidade, dei-xou bem clara a refl exão sobre a responsabilidade em atroci-dades, como as cometidas pelo nazismo na II Guerra Mundial.

Ao cobrir o julgamento do criminoso nazista Adolf Ei-chmannn para um jornal esta-dunidense e editar o livro Ei-chmann em Jerusalém, Arendt

assinalou que burocratas, co-mo o que estava no banco dos réus, apenas obedeciam a voz de comando e individualmen-te não pensavam.

Pode-se estender esse ra-ciocínio aos dias atuais no Rio de Janeiro. Os soldados e ofi -ciais que cometeram atrocida-des contra a população nas di-versas manifestações de pro-testo não pensam, apenas obedecem a voz de comando do governador autorizando a truculência.

E o objetivo concreto era esvaziar a participação dos jo-vens, a maioria deles indo pe-la primeira vez às ruas para protestar.

Cabral, Beltrame e Costa Fi-lho merecem o repúdio da po-pulação, porque ao serem pres-sionados pela opinião pública transferem responsabilidades. São covardes e usam retórica para tentar reverter o desgaste.

Rapidamente, as pressões desabaram sobre a presidenta. O vice-presidente Michel Te-mer reuniu-se com ela, a por-tas fechadas, e certamente não foi para falar de Direito Consti-tucional. A grande mídia inicia seu bombardeio.

Diversos juristas são entre-vistados para falar sobre a im-possibilidade constitucional dessa proposta.

Lideranças patronais falam

do absurdo e perigo de uma “Constituinte exclusiva do sis-tema político”. Até membros conservadores do partido da presidenta se apressam em so-terrar a proposta.

O discurso é o mesmo. Constituinte do sistema polí-tico é “chavismo”, vejam o que aconteceu na Venezuela, Bolí-via e Equador.

Em menos de 48 horas, anunciam que a proposta é in-

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Editor-chefe: Nilton Viana • Editores: Aldo Gama, Marcelo Netto Rodrigues, Eduardo Sales de Lima • Repórteres: Marcio Zonta, Michelle Amaral, Patricia Benvenuti •Correspondentes nacionais: Maíra Gomes (Belo Horizonte – MG), Pedro Carrano (Curitiba – PR), Pedro Rafael Ferreira (Brasília – DF), Vivian Virissimo, Daniel Israel e CláudiaSantiago (Rio de Janeiro –RJ) • Correspondentes internacionais: Achille Lollo (Roma – Itália), Baby Siqueira Abrão (Oriente Médio), Claudia Jardim (Caracas – Venezuela)• Fotógrafos: Carlos Ruggi (Curitiba – PR), Douglas Mansur (São Paulo – SP), Flávio Cannalonga (in memoriam), João R. Ripper (Rio de Janeiro – RJ), João Zinclar (inmemoriam), Joka Madruga (Curitiba – PR), Leonardo Melgarejo (Porto Alegre – RS), Maurício Scerni (Rio de Janeiro – RJ) • Ilustrador: Latuff • Editor de Arte: Marcelo Araujo• Revisão: Marina Tavares Ferreira • Jornalista responsável: Nilton Viana – Mtb 28.466 • Administração: Valdinei Arthur Siqueira • Endereço: Al. Eduardo Prado, 676 – CamposElíseos – CEP 01218-010 – Tel. (11) 2131-0800/ Fax: (11) 3666-0753 – São Paulo/SP – [email protected] • Webmaster: marc@infofl uxo.com • Gráfi ca: Info Globo• Conselho Editorial: Alipio Freire, Altamiro Borges, Aurelio Fernandes, Bernadete Monteiro, Beto Almeida, Dora Martins, Frederico Santana Rick, Igor Fuser, José AntônioMoroni, Luiz Dallacosta, Marcelo Goulart, Maria Luísa Mendonça, Mario Augusto Jakobskind, Milton Pinheiro, Neuri Rosseto, Paulo Roberto Fier, René Vicente dos Santos,Ricardo Gebrim, Rosane Bertotti, Sergio Luiz Monteiro, Ulisses Kaniak, Vito Giannotti • Assinaturas: (11) 2131– 0800 ou [email protected]

Para anunciar:

(11) 2131 0800

Redação Rio:[email protected]

Plebiscito popular sobre a Constituinte exclusivaLOGO APÓS a presidenta Dil-ma lançar a proposta de uma Constituinte exclusiva para de-cidir o sistema político através de um Plebiscito legal, os prin-cipais porta-vozes da direita sa-íram a campo para inviabilizar a proposta.

O ministro Gilmar Mendes imediatamente alertou a classe dominante para o perigo des-ta proposta, declarando que “o Brasil dormiu como se fos-se Alemanha, Itália, Espanha, Portugal em termos de estabi-lidade institucional e amanhe-ceu parecido com a Bolívia ou a Venezuela”. Por sua vez, Aécio Neves corre para a tribuna do Senado e lança um desespera-do chamado contra os perigos desta proposta.

editorial | Brasil

Uma questão de comando

viável, que o governo federal recuou, que não mais será le-vada ao Congresso e que seria substituída por um Plebisci-to temático que pautasse uma reforma política. As forças de direita respiram aliviadas. As forças de esquerda assistem perplexas.

Mais alguns dias e o Co-légio de Líderes enterra tam-bém a proposta de um Ple-biscito, temendo que geras-se efeitos para as eleições de 2014. Atualmente, as banca-das do PT, PC do B e PDT ain-da insistem na proposta, atra-vés de um chamado Decreto Legislativo, com poucas pos-sibilidades de ser aprovado.

A questão fi cou clara. O atu-al Congresso Nacional não

permitirá que nenhuma mu-dança no sistema político alte-re as atuais regras que benefi -ciam o fi nanciamento privadodas grandes empresas, com-promissos e alianças espúrias,uso do chamado “caixa 2” e to-dos os mecanismos que dis-tanciam o parlamento dos in-teresses da nação.

As mobilizações popularesem junho deram um recadobem claro quanto à insatisfaçãocom o atual sistema político.

Se o Congresso Nacionalé incapaz de responder à vozdas ruas, realizemos um Ple-biscito Popular que consultea população sobre a convoca-ção de uma Constituinte ex-clusiva e específi ca do siste-ma político.

Realizemos um plebiscito popular que consulte a população sobre a convocação de uma constituinte exclusiva e específi ca do sistema político

O QUE É ROTINA no Rio de Janeiro, a ação truculenta da Polícia Militar (PM) em áre-as carentes, passou a ser tam-bém em bairros da classe mé-dia. Como desta vez a reação da opinião pública não poupou críticas às autoridades estadu-ais, responsáveis pela violência do Estado tiveram de vir a pú-blico com o objetivo de justifi -car o que fi zeram.

Além do Secretário de Segu-rança, José Mariano Beltrame, o comandante da PM, Coronel Erir Costa Filho informaram à opinião pública que alguns sol-dados cometeram excessos e seriam punidos.

Na verdade, as duas autori-dades foram desonestas ao ten-tarem creditar a violência aos “excessos” que não foram indi-viduais, mas sim obedeceram a voz de comando. E nesse senti-do, a autoridade maior é o co-mandante em chefe da Polícia

editorial | Rio de Janeiro

Cabral, Beltrame e Costa Filho merecem o repúdio da população

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Rio de Janeiro, de 25 a 31 de julho de 2013 opinião | 03

acesso à internet, o rádio e a tv ainda são os maiores instru-mentos de informação e entre-tenimento, e privilegiar as emis-soras comerciais é promover uma visão de mundo baseada nos interesses do mercado. Os espectadores são apenas con-sumidores. Daí a importância fundamental das emissoras que não têm na publicidade seu pa-râmetro de programação.

A voz das ruas clama por de-mocratização da comunicação. E a construção de uma mídia pública forte e independente é um dos pilares de uma comu-nicação democrática.

Claudia de Abreué jornalista, da

coordenação da Fale Rio

Wadih DamousLatuff

O sistema proporcional de dois turnosAS MANIFESTAÇÕES das últimas semanas abriramespaço para que o tema da reforma política fosse rea-presentado ao debate com possibilidade de se conver-ter em realidade concreta.

Essa expectativa positiva quanto à possibilidadeconcreta de que a reforma política se realize resultatambém do surgimento de um modelo construído demodo a superar grande parte das divergências formu-ladas contra os modelos tradicionais. Trata-se do sis-tema proporcional em dois turnos, apresentado pelaOAB e pelo MCCE (Movimento de Combate à Corrup-ção Eleitoral).

No primeiro turno, os eleitores votam nos partidos.Apura-se a proporção de cadeiras na casa parlamentara que o partido fará jus. Se a casa parlamentar é inte-grada por 40 cadeiras, e o partido obteve 10% dos vo-tos, terá elegido quatro deputados.

No primeiro turno, o sistema funciona como umsistema proporcional simples. Como a ConstituiçãoFederal exige que os deputados sejam eleitos pelo sis-tema proporcional, o primeiro turno garante a obser-vância do requisito da constitucionalidade.

No segundo turno, os eleitores não votam mais nospartidos, mas nos candidatos. Cada partido deve ne-cessariamente apresentar no segundo turno candida-tos em número correspondente ao dobro de cadeirasa que tem direito.

Na verdade, o partido já terá elaborado uma lista decandidatos antes do primeiro turno, e serão submeti-dos à votação no segundo turno os primeiros coloca-dos na lista, até o dobro do número de cadeiras a que opartido tem direito. No exemplo acima, o partido apre-sentará no segundo turno oito candidatos. Serão elei-tos os quatro mais votados. No segundo turno, o siste-ma é majoritário simples.

O sistema possui várias virtudes. A principal delasé baratear as campanhas eleitorais, e baratear muito.Na prática, o número de candidatos se reduz em 75%.

No sistema eleitoral hoje em vigor, cada partidopossui seu próprio caixa de campanha. Como o núme-ro de candidatos é muito grande, o sistema não é pas-sível de fi scalização. No sistema proporcional em doisturnos, embora o eleitor continue votando nos candi-datos, a fi scalização se torna possível.

Como o sistema é menos dependente do podereconômico, a tendência é a de que a infl uência dasempresas sobre a política também se reduza, do queresultará um sistema mais republicano, mais hones-to, mais adaptado às exigências da moralidade ad-ministrativa.

O momento é de atuar sob a perspectiva do possí-vel, aprimorando as instituições políticas nacionais.

Wadih Damousé presidente da Comissão

Nacional de Direitos Humanos da OAB

A queda de Eike

Mídia pública, pilar da democracia

O momento é de atuar sob a perspectiva do possível, aprimorando as instituições políticas nacionais

A COMUNICAÇÃO ocupa po-sição central na construção da democracia e da cidada-nia. São os meios os maiores legitimadores da realidade, agindo na difusão de valores, ideias e ideais.

Defender o Direito à Comu-nicação também signifi ca lu-tar pela efetivação dos outros direitos humanos. Esta defe-sa não é apenas a da liberda-de para as pessoas se expressa-rem, mas também a garantia de meios para isso.

É importante a existência de canais que ofereçam aos mais diversos grupos a oportunida-de para que as suas vozes se fa-çam ouvir na sociedade. E as mídias públicas são fundamen-

trolífero, nos anos 1990, subor-dinaram a exploração de nos-sos bens naturais aos humores do mercado internacional.

Assim, se perde todo e qual-quer controle público sobre o uso e/ou a preservação dos bens naturais e, como conse-quência, toda a capacidade de construir uma estratégia nacio-nal de saída da dependência do modelo primário exportador. O derretimento das ações do gru-po EBX deve servir de lição.

Carlos Bittencourté historiador,

pesquisador do Ibase

O HOMEM mais rico do Brasil saltou sem paraquedas das al-turas do ranking dos milioná-rios mundiais. A agência Stan-dard & Poor’s rebaixou a no-ta da OGX de “B” para “CCC”, o que signifi ca: à beira do calo-te. A coisa está feia para o gru-po EBX. A pergunta que revela a gravidade do derretimento de Eike Bastita é: qual a base da ri-queza das empresas X?

As empresas se dedicam à extração de bens naturais e a sua logística. Elas abocanha-ram grandes fatias do setor de mineração, especialmente pe-trolífero, e especularam com

a possibilidade de ganhos que não se verifi caram. Mesmo as-sim, na 11ª rodada de leilões do petróleo, a OGX foi a terceira maior arrematadora, adquirin-do 13 blocos.

Além disso, o BNDES em-prestou cerca de 10,4 bilhões de reais para as empresas do grupo EBX e tem participações que totalizam mais de R$ 500 milhões, através do BNDESPa-ra isso, mostra que o temerá-rio acesso das empresas X aos bens naturais brasileiros é sub-sidiado por dinheiro público.

A privatização do sistema mineral brasileiro e do setor pe-

tais para a garantia deste exer-cício de cidadania.

A Constituição fala em “complementaridade entre os sistemas público, privado e es-tatal”. Mas ainda não temos uma mídia efetivamente públi-ca. A Tv Brasil, criada no gover-no Lula, tem elementos de par-ticipação social como é o ca-so do processo de escolha dos conselheiros. Mas a palavra fi -nal é da presidência da Repú-blica. É uma emissora de cará-ter estatal, na prática.

As emissoras comunitárias promovem uma comunicação de caráter público. Mas dife-rente de outros países, não têm fonte de fi nanciamento.

Apesar do crescimento do

Carlos Bittencourt

Claudia de Abreu

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Rio de Janeiro, de 25 a 31 de julho de 2013 | entrevista

ENTREVISTA Para teólogo, papa Francisco, em contraste com seus dois últimos predecessores,pode fazer com que a juventude se engaje por transformações sociais

Ele conhece de perto esta situação da criminaliza-ção da juventude, até por-que isso também aconte-ce na Argentina, e o ce-nário é até pior do que no Brasil. Aqui, especial-mente a polícia no Rio e em São Paulo sobe o mor-ro e não prende mais, eles matam. Pesquisas mos-tram que a maioria dos jovens mortos leva tiro na cabeça, são execuções, ou seja, crimes contra a hu-manidade. O Estado não pode tolerar isso.

Sobre as recentes mani-festações populares, pa-pa Francisco comentou que são justas e que se-guem o Evangelho. Por que este discurso inova diante da antiga conjun-tura da Igreja Católica?

Os dois papas ante-riores eram centrados na disciplina, agora o cen-tro são os pobres. Isso fi -ca bem claro em seu dis-curso. Ele não se entende como papa, mas como bispo de Roma. Isso sig-nifi ca que é um bispo en-tre outros bispos. Ele pre-side na caridade e não no direito canônico. A gran-de novidade é que ele se propõe a fazer uma re-forma da Cúria, uma ins-tituição de mais de mil anos. Agora, são oito car-deais para governar jun-to com ele e fazer as re-formas necessárias.

bandido vira bandido. É a pior escola de integra-ção da sociedade. Redu-zir maioridade penal sig-nifi ca prender pobres e colocar junto com ban-didos. É dentro das car-ceragens que se tramam assaltos e se aprende a estratégia de criminali-dade. No sentido huma-nitário, precisamos criar alternativas, punindo de outras maneiras.

A Pastoral da Juventude denuncia o extermínio da juventude, sobretu-do pobre e negra. Como essa pauta pode avançar com a JMJ?

Durante a jornada, o papa vai defender a vida.

nismo comprometido e quer desafi ar a capacida-de de sonho dos jovens. Não basta ser cristão, tem que começar a refl etir, tem que ser antissistema, anticonsumista, não po-de ser vítima do marke-ting. É como o peixe de piracema que nada con-tra corrente: cristão ver-dadeiro tem que ser con-tra esse sistema.

Ao mesmo tempo em que o Brasil promove a JMJ, congressistas ava-liam a possibilidade de reduzir a maioridade penal. Qual sua opinião sobre o encarceramento de jovens na prisão?

Na prisão, quem não é

Vivian Virissimodo Rio de Janeiro (RJ)

Aos 74 anos, o teólogo da libertação Leonardo Boff está entusiasmado com as possíveis trans-formações da Igreja Ca-tólica. Segundo ele, des-de que Jorge Mario Ber-goglio virou papa Fran-cisco, muita coisa mu-dou na estrutura milenar da instituição. “Os dois papas anteriores eram centrados na disciplina, agora o centro são os po-bres”, defi ne.

Em entrevista ao Bra-sil de Fato, o teólogo não economiza elogios ao pa-pa argentino.“Ele é dife-rente. Papa Francisco vem de um cristianismo en-gajado nas transforma-ções sociais”. Em tempos de Jornada Mundial da Ju-ventude (JMJ), Boff tam-bém condenou a possi-bilidade de redução da maioridade penal, de-nunciou o extermínio da juventude pobre nas peri-ferias do país e criticou os movimentos carismáticos da Igreja Católica.

Brasil de Fato - O papa Francisco defende que a pobreza não se com-bate com fi lantropia, mas com justiça so-cial. Qual o potencial que essa visão tem de transformar a igreja?

Leonardo Boff - Essa é a tese da Teologia da Li-bertação, de Paulo Freire, e de todos que trabalham na base com o pobre. Ou seja, nenhuma solução é efi caz se não incluir os pobres. O papa entendeu isso e está seguindo a tra-dição da igreja latino-a-mericana. Isso pode mo-difi car muita coisa e sig-nifi car um desafi o para movimentos carismáticos que não seguem o Evan-gelho Social. As declara-

ções de Francisco mos-tram esse rompimento: ele disse que o verdadei-ro cristão tem que ser re-volucionário, que todos têm que atuar na políti-ca. Ele também disse que preferia uma igreja ma-chucada porque foi à rua do que uma igreja doen-te e asfi xiada que fi cou no templo. Eu estou muito entusiasmado.

O Papa disse que “Cris-to bota fé na juventu-de”. Que papel a JMJ po-de desempenhar na me-lhoria da qualidade de vida dos jovens?

Grande parte da juven-tude é conservadora por-que os movimentos ca-rismáticos trabalhavam apenas com o conceito de piedade, e nunca falavam de desempregados, das desigualdades, da ma-tança de índios, da des-truição causada pelas hi-drelétricas, por exemplo. É só “o Pai Nosso e nunca o pão nosso”. Agora com esse papa é diferente. Ele vem de um cristianismo engajado nas transforma-ções sociais. Ele tem clara mensagem para o cristia-

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Elza Fiúza/ABr

Reprodução

Elza Fiúza/ABr

O teólogo Leonardo Boff

“Não basta ser cristão, tem que começar a refl etir, tem que ser antissistema, anticonsumista, não pode ser vítima do marketing”

“Papa desafi a sonhos dos jovens”, diz Boff

Sábado (20), moradores da Vila Autódromo con-vocaram, via internet, uma manifestação pa-ra protestar contra as re-moções arbitrárias que atingem toda a cidade. Com muitos cartazes e participação das crian-ças moradoras da Vi-la, o ato que durou qua-se cindo horas, fechou a Avenida Embaixador Abelardo Bueno, reivin-dicando direito à mora-dia e à cidade, e contra a militarização da polícia.

Para investigar atos de vandalismo, um decre-to assinado pelo gover-nador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB) quer exigir que as empresas de telefonia e internet entreguem informa-ções de usuários. “As empresas operadoras de Telefonia e Prove-dores de internet terão prazo máximo de 24 horas para atendimen-to dos pedidos de infor-mações”, diz trecho do decreto publicado nes-ta segunda-feira (22) no Diário Ofi cial.

Vila Autódromo

Big Brother do Cabral

Nesse último sába-do (20), o coordena-dor do Afroreggae, Jo-sé Junior, anunciou em seu twitter que esta-riam fechando as por-tas da ONG, pois esta-vam sendo expulsos do Complexo do Alemão sob ameaça dos trafi -cantes. O grupo pos-suía três polos no Ale-mão e atuava na comu-nidade localizada na zona norte do Rio de Janeiro desde 2001.

Afro Reggae

FATOS EM FOCO

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Rio de Janeiro, de 25 a 31 de julho de 2013 cidades | 05

100 mil pessoas participam da missa de abertura ofi cial da Jornada Mundial da Juventude em Copacabana

do Rio de Janeiro (RJ)

A abertura ofi cial da Jornada Mundial da Ju-ventude (JMJ) contou com a participação de 100 mil fi éis na noite des-ta terça-feira (23), em Co-pacabana, zona sul do Rio de Janeiro.

Portando bandei-ras de diversos países, os peregrinos lotaram a praia para acompanhar a missa inaugural. Jo-vens de cinco continen-tes rezaram o Terço Mis-sionário no palco.

A missa foi presidida pelo arcebispo dom Ora-ni Tempesta que dedicou a solenidade às vitimas das chacinas da Candelá-ria e de Vigário Geral.

Das janelas, mora-dores de Copacaba-na e do Leme acompa-nham a cerimônia, úni-co ato central que não tem a presença do papa Francisco. Ele passou o dia descansando na Re-sidência Assumpção, da arquidiocese, no morro do Sumaré, Rio Compri-

do, zona norte carioca. Em sua primeira via-

gem internacional, o lí-der máximo da Igreja Ca-tólica chegou ao Brasil na segunda-feira (22), pa-ra acompanhar as ativi-dades da jornada que se estendem até o próximo domingo (28). São espe-radas mais de 1,5 milhão de pessoas.

De acordo com autori-dades, são esperados 800 mil turistas para a jorna-da. O ápice do evento de-ve ser a encenação da Via Sacra, na orla de Copaca-

bana, na sexta-feira (26), e a missa de encerramen-to do evento em Guarati-ba, no domingo (28).

Outro evento impor-tante será a Marcha Mun-dial “a juventude quer vi-ver”, atividade de encer-ramento da Tenda das Ju-ventudes. A atividade se-rá na próxima sexta-fei-ra (26) e os organizadores esperam reunir cerca de 50 mil pessoas.

A pauta principal se-rá a defesa da vida dos jo-vens. Com gritos contra a redução da maioridade penal e contra o extermí-nio da juventude, a con-centração será no Arpo-ador a partir das 13h30. De lá, a marcha segue até Copacabana.

Papa em carro fechado na Tijuca

A visita que o pa-pa Francisco fará nes-ta quarta-feira (24) ao Hospital da Venerável Ordem Terceira da Pe-nitência, na Tijuca, zo-na norte do Rio, será fei-ta em carro fechado.

As principais vias do bairro serão bloqueadas para a passagem do pa-pa, que estará no local a partir das 18h, após visi-ta ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Apare-cida, em Aparecida (SP).

As informações foram divulgadas pelo secretá-rio municipal de Trans-portes, Carlos Rober-to Osório. Ele pediu que a população evite o bair-ro, inclusive para chegar ao Alto da Boa Vista, ro-ta muito utilizada para a

Barra da Tijuca.A Avenida Heitor Bel-

trão, a Rua Conde deBonfi m e um trecho daRua Doutor Satamini se-rão interditadas a par-tir das 16h, com previsãode serem liberadas atéas 23h. A operação con-tará com 450 agentes daGuarda Municipal e ope-radores de trânsito.

Francisco vai de avião da FAB para Aparecida

Devido à previsão demau tempo para estaquarta-feira (24), a via-gem do papa Franciscoaté Aparecida, interiorpaulista, será de avião enão mais de helicóptero.

Uma aeronave da For-ça Aérea Brasileira vaitransportar o papa Fran-cisco e a comitiva da Ba-se Aérea do Galeão, noRio de Janeiro, até São Jo-sé dos Campos, no Va-le do Paraíba (SP). De lá,o pontífi ce embarca emum helicóptero com des-tino à Basílica de Apareci-da, com chegada previstapara as 10h.

Marcelo Fonseca/Folhapress

Reprodução

100 mil participam 100 mil participam da abertura da JMJda abertura da JMJ

JORNADA MUNDIAL Portando bandeiras de diversos países, os peregrinos lotaram a praia de Copacabana para acompanhar a missa inaugural

Das janelas, moradores de Copacabana e do Leme acompanham a cerimônia, único ato central que não tem a presença do papa FranciscoCom gritos

contra a redução da maioridade penal e contra o extermínio da juventude, a concentração será no Arpoador a partir das 13h30

O porta-voz do Vati-cano, padre Federico Lombardi, negou que o papa Francisco te-nha sofrido ameaça ou se exposto a riscos por ter circulado pelas ru-as do centro do Rio na segunda-feira (22) com o vidro do carro aber-to. Segundo ele, a in-tenção do pontífi ce foi estar mais próximo das pessoas. “O papa quis deixar sua marca”, res-saltou ele.

A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) tem a participação de 355 mil peregrinos inscritos de 175 países. Os dados mostram que os brasi-leiros são maioria, em um total de 220 mil pes-soas. Da mesma nacio-nalidade do papa, vêm em seguida os argenti-nos (23 mil). Norte-a-mericanos (10,8 mil), chilenos (9,2 mil) e ita-lianos (7,7 mil) apare-cem depois na lista. A Venezuela enviou 6,1 mil peregrinos. As ins-crições para a jornada da juventude católica ainda estão abertas.

Um problema no siste-ma elétrico paralisou toda a extensão do me-trô das estações da zona norte até a Cinelândia. Os trens só circulam no trecho Glória-Siquei-ra Campos. Desde ce-do, o metrô circula com trens superlotados com jovens que se dirigiam à Copacabana, onde foi celebrada a missa de abertura da JMJ.

Vaticano nega risco

355 mil peregrinos

Pane no metrô

FATOS EM FOCO

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Rio de Janeiro, de 25 a 31 de julho de 2013 | cidades06

Segunda-feira (22), du-rante os protestos no Palácio da Guanabara, a PM mostrou nova-mente sua brutalidade. Um homem foi balea-do com um tiro de fuzil e fora levado ao Hos-pital Souza Aguiar. Da mesma maneira advo-gados trataram de pe-dir uma perícia pa-ra o rapaz atingido. E em resposta através de uma postagem em seu twitter ofi cial a PM acusa a OAB de atra-palhar o seu trabalho. Em nota ofi cial a OAB/RJ repudia veemente a mensagem provocati-va da PM.

O Movimento dos Atin-gidos por Barragens (MAB), com o apoio da Conferência Nacio-nal de Bispos do Bra-sil (CNBB), entrega-rá carta ao Papa Fran-cisco, na qual relata as constantes violações aos direitos das popula-ções atingidas por bar-ragens. Em reunião en-tre o MAB e a CNBB em Brasília, o secretário geral da Conferência, Dom Leonardo Steiner, comprometeu-se em entregar uma carta dos atingidos ao Papa, em sua vinda ao país.

Durante a semana que acontece a JMJ, com-pletam-se 20 anos da chacina da Candelária. Nessa terça-feira (23) somam-se duas déca-das em que 8 crianças, moradores de rua, fo-ram brutalmente as-sassinadas enquanto dormiam em uma das mais imponentes Igre-jas do Rio.

OAB repudia acusação da PM

MAB entregará carta ao Papa

O Rio não esquece

FATOS EM FOCOO papa é BopeJORNADA MUNDIAL Música do Engenheiros do Havaí que diz que o “papa é pop” ganha versão com a operação montada para visita do papa

Rejane Hoevelerdo Rio de Janeiro (RJ)

DESDE O DIA 23 até o dia 28 de julho, ocorre no Brasil, com a presença do papa Francisco, a Jorna-da Mundial da Juventude Católica (JMJ). Partici-pam desse encontro 355 mil pessoas de 175 paí-ses. O encerramento te-rá uma missa campal no domingo, em Guaratiba, quando se espera a parti-cipação de 1,5 milhão de fi éis.

A agenda de Francis-co inclui, além de missas, visita a uma favela e uma reunião com “represen-tantes da sociedade civil”.

O evento, planejado em tempos de calmaria, ocorre, porém, num mo-mento político incendiá-rio, no Brasil todo e par-ticularmente no Rio. Ma-nifestações para pratica-mente todos os dias da visita foram programa-das com bastante ante-cedência.

No mesmo dia em que o papa desembarcou no Brasil, segunda-feira (22), a mesma mídia que apro-veitava a ocasião para ca-racterizar o “povo brasi-leiro” como um povo “or-deiro” e que mostrava o nascimento do bebê re-al inglês, silenciava sobre os 2 mil manifestantes do lado de fora do Palácio Guanabara, onde foi rea-lizada a cerimônia de re-cepção do papa.

Bastou a comitiva sair do palácio para que, do lado de fora, se desenca-deasse mais uma repres-são brutal ao protesto que ocorria nas imedia-ções, com cavalos e cães cercando manifestantes,

bombas de gás dentro de lojas, balas de borra-cha em pessoas que vol-tavam para suas casas, além de diversas deten-ções arbitrárias – dentre elas, de membros do Mí-dia Ninja, imprensa in-dependente que tem se destacado na cobertura das manifestações.

O telefone utilizado na transmissão foi apreendi-do e o policial que a rea-lizou avisou que “quem passar mensagem por ce-lular será preso”.

Operação de guerraO aparato montado

para a visita de Francis-co é simplesmente mons-truoso. Trata-se de uma verdadeira operação de guerra, com mais de 20 mil homens mobilizados.

O general José Alberto da Costa Abreu, coman-dante da 1ª Divisão do Exército e coordenador de defesa de área da JMJ, afi rmou que quem ten-tar promover “qualquer mobilização” no espaço sob o controle das For-ças Armadas será “convi-dado a se retirar”. O Exér-cito terá poderes de po-lícia, e poderá usar ar-mas letais e não letais nos acessos ao Campus Fidei, onde será realiza-da a grande missa papal.

O gigantesco aparato militar inclui 12 helicóp-teros e dois drones – ae-ronaves militares contro-ladas à distância, que fi -

caram famosas por serem usadas pelos EUA em su-as guerras imperialistas e por Israel contra o povo palestino.

O Batalhão de Choque da PM do Rio e o Bata-lhão de Guarda estão au-torizados a utilizar spray de pimenta, bala de bor-racha, granada de som e luz (que recentemen-te cegou uma publicitária no Rio de Janeiro durante uma manifestação).

Além do gás lacrimo-gêneo com potência ile-galmente redobrada, que já vem sendo utilizado no Rio desde o protesto do dia 11 de julho. Fala-se até mesmo em prender manifestantes que estive-rem simplesmente por-tando cartazes.

O AI-5 do CabralNa última terça-fei-

ra (16), o painel da Abin (Agência Brasileira de Inteligência, herdeira do SNI, da ditadura mili-tar) indicava alerta ver-melho para a “categoria” dos “fatores de ameaça” que abrange “movimen-tos espontâneos”.

Para completar, o Exército confi rmou re-centemente que monito-ra as manifestações com uma técnica de espiona-gem semelhante à utili-zada pela Agência de Se-gurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) – sim, aquela que espiona o mundo todo.

Isso foi dito à impren-sa diretamente pelo che-fe do Centro de Defe-

sa Cibernética (CDC), general José Carlos dos Santos, que explicou que com um softwa-re de fabricação nacio-nal, o CDC “fi ltrou infor-mações postadas nas re-

des sociais e serviu pa-ra identifi car os mani-festantes que assumiram a linha de comando dos protestos”, enviando da-dos à Polícia Federal e às Secretarias de Segurança Pública dos estados.

Na mesma toada, no último dia 19, o governa-dor Sérgio Cabral decre-tou a criação de uma “Co-missão Especial de Inves-tigação de Atos de Van-dalismo”, CEIV (Decre-to 44.302), que terá pode-res ilimitados para soli-citar quaisquer informa-ções de operadoras de te-lefonia, internet, empre-sas privadas e públicas, naquilo que vem sendo chamado por uns de “o AI-5 do Cabral” e por ou-tros de “Santa Inquisição”.

O vandalismo a que se refere Cabral tem a ver com “o saldo” deixa-do por um ato, no dia 17, no qual, de acordo com a Globo – sempre ela –, “vândalos” distribuíram roupas de uma loja de marca para moradores de rua, no bairro do metro quadrado mais caro do mundo, o Leblon.

À época, manifestan-tes que protestavam nas imediações do aparta-mento de Cabral se soma-ram a moradores da Roci-nha que pediam explica-ções ao governador sobre o sumiço de um trabalha-dor de nome Amarildo, morador da favela que desapareceu, um dia an-tes, após ser “conduzido” pela polícia para “prestar depoimento”.

O gigantesco aparato militar inclui 12 helicópteros e dois drones

Aniele Nascimento/Folhapress

O papa Francisco acena para o público ao passar pelas ruas do centro do Rio

A vinda do papa custou

R$ 140 milhõesaos cofres

públicos. Sendo

R$ 62milhõespagos pelo

governo federal e

R$ 56milhões

bancados em conjunto pelo

governodo estado e pela prefeitura do Rio

de Janeiro. Só para levar o papa do

Rio para o Santuário de Aparecida,

em São Paulo, foi necessário

R$ 1milhão.Com a sua

recepção no Palácio Guanabara, no dia 22, a despesa foi de

R$ 850mil.

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Rio de Janeiro, de 25 a 31 de julho de 2013 cidades | 07

Os trabalhadores dos Correios estão em cam-panha salarial. Eles es-tão lutando por au-mento de 15%, reposi-ção de perdas estima-das em 7,13% e aumen-to de R$ 200,00 para to-dos os funcionários da empresa. A data-base é 1º de agosto. As últimas negociações entre Fen-tect e Correios termina-ram sem acordo.

No próximo dia 29, tra-balhadores dos ban-cos públicos e priva-dos se reúnem em as-sembleia geral para dar início às ativida-des da campanha e de-fi nir quais reivindica-ções serão apresenta-das aos banqueiros. A 5ª Conferência Nacio-nal dos Bancários, em 21/7, apontou como principais pontos re-ajuste de 11,93%, piso salarial do Dieese (R$ 2.860,21), fi m da ter-ceirização e combate ao assédio moral.

As merendeiras das es-colas municipais do Rio de Janeiro fi zeram ato na semana passada em frente à Prefeitu-ra. O chefe de Gabinete do prefeito, Alexandre Falcão, ouviu as reivin-dicações das trabalha-doras: reconhecimen-to da função de cozi-nheira escolar; concur-so público e fi m da ter-ceirização, dentre ou-tras. No dia 8 de agos-to, os trabalhadores da educação do municí-pio podem entrar em greve por tempo inde-terminado.

Carteiros querem 15% de aumento

Bancários defi nem reivindicações

Merendeiras fazem ato na Prefeitura

SINDICAL

Manifestantes exibem faixa no Corcovado: “Onde está Amarildo?”

UPPs. Deste então, em al-gumas favelas e morros, os preços dos imóveis fo-ram valorizados em 100% ou mais.

Além do custo dos imóveis, a regulariza-ção dos serviços de luz e água, sem programas específi cos para pesso-as de baixa renda, eleva o custo da vida na fave-la e inviabiliza a perma-nência dos antigos mo-radores.

Atualmente, o tele-férico do Morro do Ale-mão recebe mais turis-tas do que o bondinho do Pão de Açúcar. Che-gando a registrar, em novembro de 2012, mais que o dobro das visitas recebidas pelo Pão de Açúcar, tradicional car-tão postal do Brasil.

SEGURANÇA PÚBLICA Estado policial militarizado e a entrada do mercado geram novas tensões para a favela

Gáucia Marinho e Katarine Flor

do Rio de Janeiro (RJ)

A política de interven-ção militar nas favelas cariocas, implementada por meio das Unidades de Polícia Pacifi cadora (UPPs), está completan-do cinco anos. Nesse pe-ríodo, um novo cenário foi criado nas áreas em-pobrecidas da cidade.

A imposição do Esta-do policial militarizado e a entrada do mercado ge-ram novas tensões para a favela. A elevação dos preços dos aluguéis, a restrição do direito ao la-zer (proibição do baile) e a criminalização do mo-do de viver provocam a saída de muitos morado-res antigos sem precisar de tratores ou tiros.

No Rio de Janeiro, mais de 20% dos habitantes vi-vem em favelas. São cer-ca de 1,3 milhão pesso-as em 763 comunidades, que movimentam R$ 13 bilhões por ano. Este va-lor supera o Produto In-terno Bruto (PIB) de di-versas capitais brasileiras como Florianópolis, Na-tal e Cuiabá.

“Com a instalação das UPPs nas favelas, o capi-tal pode se instalar nes-sas regiões com algum ní-vel de segurança jurídica e patrimonial, que antes ele não gozava”, afi rma o professor da Universida-de Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Rodrigo Castelo.

MercadoE isso vem acontecen-

do massivamente desde a instalação das primei-ras UPPs. O mercado es-tá de olho no potencial de compra dos moradores destas localidades.

“O poder econômico da favela é muito forte”, avalia Romualdo Ayres, diretor de Sustentabili-dade na Associação Bra-sileira de Franchising. To-das as franquias brasilei-ras juntas faturarão, em 2012, quase R$ 14 bi. En-quanto isso, o PIB das fa-velas é de R$ 13 bi.

“A disponibilidade de renda desse povo todo é quase a disponibilidade de renda de todas as fran-quias do Brasil. Tem toda uma alimentação econô-mica deixada pelo tráfi co que precisa ser substituí-da”, afi rma Ayres.

Sobram histórias de

A favela agora virou a alma do negócio

empreendimentos bem sucedidos em favelas, mesmo antes da imple-mentação das UPP, co-mo o curso de idiomas Yes, na Rocinha. A unida-de instalada no morro ti-nha 750 alunos matricu-lados, bem acima da mé-dia das 550 matrículas re-gistradas nas demais uni-dades da cidade.

A entrada massiva das empresas nas favelas evi-dencia um interesse fi -nanceiro por trás do dis-curso de segurança pú-blica. A SKY chegou no Jacarezinho um dia antes da entrada da polícia.

De acordo com o Sin-dicato da Habitação do Rio (Secovi/RJ), o Rio ga-nhou pelo menos mais um componente infl acio-nário com a criação das

Cadê Amarildo?A UPP não é só um

projeto econômico. Aabordagem agressiva eo controle do cotidiano,marcado por uso excessi-vo da força, tem desenca-deando muitas vezes rea-ções dos moradores queacabam criminalizadosou até mortos. Só nesteano, três casos já tiveramgrande repercussão.

Em março, o meni-no Mateus Oliveira Ca-sé, de 17 anos, foi víti-ma de uma parada car-díaca após ser eletrocu-tado por um PM da UPPde Manguinhos.

Em abril, Alielson No-gueira, de 21 anos, mor-reu com um tiro na nu-ca, enquanto comia umcachorro-quente, duran-te uma confusão entremoradores e policiais daUPP do Jacarezinho.

O caso mais atual é odo pedreiro Amarildo deSouza, de 47 anos, desa-parecido desde o domin-go (14), na Rocinha.

Amarildo havia vol-tado de uma pescariaquando foi chamado porpoliciais militares da UPPpara averiguação. Ama-rildo foi visto entrandona sede da UPP na fave-la, mas até hoje não saiu.

“A disponibilidade de renda desse povo todo é quase a disponibilidade de renda de todas as franquias do Brasil”

A primeira UPP do Rio, inaugurada em 2008, no morro Santa Marta, na Zona Sul

Pablo Vergara

Antônio Carlos Costa/#OndeEstáAmarildo?

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Rio de Janeiro, de 25 a 31 de julho de 2013 | brasil

dução da jornada de tra-balho. Na semana de 12 de agosto, teremos uma grande mobilização dos jovens estudantes, por temas relacionados com a educação. Dia 30 de agosto está marcada no-va paralisação nacional com a mesma pauta polí-tica e econômica da mo-bilização do dia 11 de ju-lho. E na semana de 7 de setembro teremos mo-bilizações contra os lei-lões do petróleo, da ener-gia elétrica, as mobiliza-ções do grito dos excluí-

Eles continuam divi-didos. Uma parte conti-nua apoiando o gover-no Dilma, embora pre-ferisse que o Lula voltas-se para dar mais seguran-ça ao pacto de classes que se estabeleceu em 2002. E outra parte da burguesia, mais ligada ao agronegó-cio e ao setor rentista do capital fi nanceiro, se arti-cula em torno de um úni-co objetivo: desgastar ao máximo o governo Dilma para colher os frutos nas eleições de 2014.

O que deve aconte-cer nas ruas daqui para frente?

É certo que as mobi-lizações vão continuar. E os setores organizados da classe trabalhadora já se programaram para di-versas mobilizações. Dia 6 de agosto teremos ma-nifestações dos setores sindicais contra o projeto de tercerização e pela re-

Nilton Vianada Redação

Em junho, no auge dos protestos que sacudiram o país, o Brasil de Fato publicou uma entrevis-ta com João Pedro Ste-dile, dirigente nacional do Movimento dos Tra-balhadores Rurais Sem Terra (MST) e membro das articulações dos mo-vimentos sociais brasi-leiros por mudanças so-ciais, para fazer um ba-lanço e entender o signi-fi cado daquele momen-to. Agora, passados um mês daquele momen-to histórico e, após a re-alização do dia nacional de paralisações convoca-do pelas centrais sindi-cais e pelos movimentos sociais, publicamos nova entrevista com Stedile.

Brasil de Fato – Passado o primeiro mês das mobilizações e da paralisação de 11 de julho, que balanço você faz?

João Pedro Stedile – O resultado das mobiliza-ções de junho é extrema-mente positivo. A juven-tude passou a limpo a po-lítica institucional e rom-peu com a pasmaceira da política de conciliação de classes. Depois, tivemos a paralisação nacional do dia 11 de julho – organi-zada pelas centrais sindi-cais e pelos setores orga-nizados da classe traba-lhadora – que apesar da manipulação da impren-sa burguesa foi realmen-te um sucesso.

E qual o signifi cado dis-so do ponto de vista programático?

Estamos assistindo a uma conjugação de dois polos: de um lado, a ju-ventude contestando a forma de fazer política, a falta de representativida-de do Congresso, do po-der Judiciário e governos. Desnudando a gravidade da crise urbana, na situ-ação dos transportes e a vida nas cidades. E fazen-do a crítica à Rede Globo e apoiando a democrati-zação dos meios de co-municação. E de outro lado, com a entrada em cena dos setores organi-zados da classe trabalha-dora, foi posto na agenda as demandas por refor-mas estruturais, relacio-nadas com as necessida-des socioeconômicas de todo o povo.

Por que a proposta da presidenta Dilma de re-alizar uma Constituin-te e um Plebiscito não prosperou?

A presidenta Dilma sentiu o barulho das ruas e num primeiro momento apresentou a proposta de realização de uma Cons-tituinte e a convocação de um Plebiscito ofi cial pa-ra consultar o povo so-bre essas mudanças. Foi uma boa iniciativa. Mas, por incrível que pareça, ela foi boicotada e derro-tada. Primeiro por sua ba-se parlamentar, que na verdade não é base do go-verno, é base das empre-sas que fi nanciaram suas campanhas. Segundo, foi boicotada pelo PMDB e por parte da própria ban-cada do PT. E assim está defi nitivamente enterra-da qualquer possibilidade de mudança política atra-vés do atual Congresso.

Como você vê o com-portamento e os objeti-vos da burguesia frente a essas mobilizações?

dos que envolvem as pas-torais das igrejas etc...

E qual é a proposta dos movimentos sociais frente a essa situação?

Achamos que deve-mos estimular todo tipo de mobilização de mas-sa nas ruas. Mas a única saída política a curto pra-zo é lutarmos pela convo-cação de uma Constituin-te exclusiva para promo-ver as reformas políticas. Cabe às forças popula-res se mobilizarem e con-vocarem por conta pró-pria um plebiscito popu-lar que pergunte ao povo uma única questão: você acha necessário uma As-sembleia Constituinte ex-clusiva para realizar as re-formas? E com esse ple-biscito colher milhões de votos, por exemplo, entre setembro e novembro, e aí fazer uma grande mar-cha a Brasília e entregar ao parlamento a propos-

ta, para que eles convo-quem a eleição dos cons-tituintes junto com a elei-ção de 2014. E aí teríamoso Congresso temporá-rio, funcionando, e outraassembleia constituin-te que teria, por exemplo,seis meses para promo-ver as reformas que as ru-as estão exigindo.

Mas você acha que essa proposta tem viabilida-de política?

Se conseguirmos or-ganizar um plebiscito po-pular e ele recolher mi-lhões de votos, isso se-rá a pressão para encon-trar uma saída política.Se não viabilizarmos umaassembleia Constituinte,entraremos numa crisepolítica prolongada cujosdesdobramentos nin-guém sabe como aconte-cerão. Até porque as elei-ções de 2014 não vão re-solver os impasses colo-cados nas ruas.

“Se não viabilizarmos uma Constituinte, entraremos numa crise política prolongada”

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Pablo Vergara

João Pedro Stedile, dirigente nacional do MST

ENTREVISTA Para João Pedro Stedile, a mobilização popular por reforma política e conquistas sociais deve continuar para arrancar uma Constituinte exclusiva que faça as reformas necessárias

“Está enterrada qualquer possibilidade de mudança política através do atual Congresso”

“Cabe às forças populares se mobilizarem e convocarem por conta própria um plebiscito popular”

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Rio de Janeiro, de 25 a 31 de julho de 2013 brasil |

bém fazia parte do esque-ma – revelou que as em-presas venciam concor-rências com preços su-perfaturados para a ma-nutenção e a aquisição de trens e para a realização das obras de expansão de linhas férreas tanto da CPTM, quanto do Metrô.

Segundo investiga-ções concluídas na Euro-pa, a teia criminosa, tam-bém vinculada a paraí-sos fi scais, teria onerado os cofres públicos paulis-tas em 50 milhões de dó-lares (o equivalente a R$ 110 milhões).

Campanhas eleitoraisAdemais, informações

recentes de um inqué-rito realizado na Fran-ça apontam que parte da verba movimentada nas fraudes seria para manter a base sólida do esquema

Nos trilhos da corrupção tucana no Metrô de SP

Márcio Zontade São Paulo

Na última semana, uma espécie de denún-cia-premiada feita pela transnacional alemã Sie-mens escancarou um es-quema de corrupção le-vado a cabo há 20 anos pelo PSDB, em São Paulo.

A transnacional alemã revelou que o esquema, iniciado no governo Má-rio Covas e mantido por Serra e Alckmin, envolve volumosas propinas pa-gas ao PSDB por um car-tel de 11 empresas trans-nacionais.

A francesa Alstom, a canadense Bombardier, a espanhola CAF e a japo-nesa Mitsui são algumas das empresas que fazem parte do esquema delata-do pela Siemens.

A Siemens – que tam-

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Segundo denúncia, esquema envolve propinas pagas há vinte anos, passando pelos governos de Covas, Alckmin e Serra

Governo SP

de São Paulo Ao expor à Justiça os

detalhes do cartel forma-do por diversas transna-cionais para avançar so-bre licitações públicas envolvendo o metrô de São Paulo e os trens da Companhia Paulista de Transportes Metropoli-tano (CPTM), a empresa alemã Siemens fi cará li-vre de possíveis proces-sos referentes ao caso.

Para o deputado fede-ral Ivan Valente, não resta

dúvida de que a Siemens agiu muito mais em bus-ca de uma situação favo-rável a ela do que por um sentimento de honesti-

“De olho nos diversos negócios futuros no Brasil, a Siemens não queria se comprometer”

PROPINODUTO Siemens diz que, há 20 anos, PSDB de São Paulo recebe propina de um cartel de 11 empresas para que elas vençam licitações com preços superfaturados

A delação da Siemens teria o interesse de levar vantagens sobre seus concorrentes para avançar em licitações públicas futuras com mais facilidade

Por que a Siemens delatou?

dade ou arrependimento por fazer parte das irregu-laridades.

“A atitude da Siemens é a tentativa de limpar a barra dela caso a situação viesse a público de outra forma, ainda mais nesse clima anticorrupção que vivemos nas ruas”, pensa o deputado.

Ademais, a Siemens teria a intenção de for-mar um clima favorável para ganhar futuras lici-tações públicas no âm-bito do transporte públi-

no Brasil, formada pelos governadores tucanos, funcionários de alto es-calão do governo, autori-dades ligadas ao PSBD e diversas empresas de fa-chadas montadas para atuar na trama.

Na tentativa de manter o esquema funcionando, as campanhas dos can-didatos ao governo do es-

CULTURA

O cantor, compositor e sanfoneiro Domin-guinhos morreu na ter-ça-feira (23), às 18h, em decorrência de com-plicações infecciosas e cardíacas, aos 72 anos, em São Paulo. Em mais de 55 anos de carreira, o principal discípulo de Luiz Gonzaga gravou 40 discos. Suas músicas mais conhecidas são Eu Só Quero um Xodó, Te-nho Sede, Isso Aqui Tá Bom Demais, De Vol-ta pro Aconchego, Abri a Porta e Lamento Ser-tanejo.

co na esteira dos grandes eventos esportivos, Copa do Mundo e Olimpíadas.

Não por acaso, as em-presas denunciadas pela Siemens – Alstom, Bom-bardier, CAF e a Mitsu – apresentaram projetos para as obras do trem-ba-la entre São Paulo e Rio de Janeiro, que será licita-do em agosto.

“Por isso, de olho nos diversos negócios futuros no Brasil, a Siemens não queria se comprometer”, conclui Valente. (MZ)

tado pelo PSDB também teriam sido fi nanciadas com esse dinheiro.

“Não dá para man-ter uma armação dessas sem uma base, um ali-cerce que garanta a con-tinuação das falcatruas. Por isso, José Serra e Al-ckmin, que se alteram no poder nos últimos anos, estão intimamente ban-

cados e ligados a essa tra-moia”, acusa Simão Pe-dro, secretário municipal de Serviços.

Um dos executivos da Siemens, que prestou de-poimentos ao Ministério Público paulista confi rma as acusações de Simão. “Durante muitos anos, a Siemens vem subordi-nando políticos, na sua

maioria do PSDB e dire-tores da CPTM”, relata.

A situação já é investi-gada e denunciada comvigor desde 2008 por pa-íses europeus.

Porém, no Brasil, al-go parece amarrar o an-damento de 15 proces-sos já abertos pelo Mi-nistério Público, só emSão Paulo.

Morre Dominguinhos, herdeiro de Gonzagão

Victor Soares/ABr

O cantor Dominguinhos

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Rio de Janeiro, de 25 a 31 de julho de 2013 | mundo

de São Paulo (SP)

O ex-técnico da CIA Edward Snowden com-pletou, na terça-feira (23), um mês vivendo no aeroporto de Sheremetie-vo em Moscou e conta os dias para recuperar sua liberdade na Rússia, on-de recebeu muitas ofer-tas de casamento, traba-lho e casa.

“Nosso povo sempre foi misericordioso com aqueles que são injus-tamente perseguidos e maltratados. Por vontade de Deus, Edward Snow-den recebeu asilo tem-porário na Rússia”, de-clarou a organização or-todoxa russa Pcholki (As Abelhas).

Esse grupo anunciou a criação de um fundo de ajuda para o estadu-nidense foragido, que pa-rece ver fi nalmente uma luz no fi m do túnel, já que, segundo seu asses-sor legal russo, Anatoli Kucherena, pode deixar seu limbo diplomático a qualquer momento.

Sem se dar conta e, apesar de ser provisó-rio, a Rússia desponta co-mo o novo lar do homem mais procurado pela Jus-tiça estadunidense por revelar uma trama de es-pionagem em massa dos serviços secretos norte-a-mericanos e que solicitou na semana passada asilo temporário às autorida-des migratórias russas.

Snowden está à espera que o SFM (Serviço Fede-ral de Migração) confor-me o recebimento de sua solicitação de asilo. Após isso, poderá deixar a zona

de trânsito do aeroporto e se deslocar livremente pelo país.

“Poderemos, se ele quiser, passear juntos por Moscou. Vou lhe mostrar a Praça Vermelha”, disse Kucherena.

De acordo com as mais recentes declara-ções da Procuradoria Ge-ral e do Ministério do In-terior, a Rússia acolherá, com quase toda a certe-za, o estadunidense fora-gido e não vai extraditá-lo aos Estados Unidos, onde é requerido por revelar a trama de espionagem.

“Os EUA se negam de forma sistemática a extra-ditar para a Rússia indiví-duos para que sejam pro-cessados, inclusive aque-les que são acusados de cometer crimes graves. Se negaram a nos entre-gar assassinos, bandidos e corruptos”, disse Sergei Gorlenko, chefe do de-partamento de extradi-ção da Procuradoria Ge-ral da Rússia.

O Ministério do Inte-rior acusa os EUA de te-rem dois pesos e duas medidas ao exigir a ex-tradição de Snowden, já que rejeitaram extradi-tar para a Rússia mais de 20 suspeitos durante a úl-tima década – entre eles, o guerrilheiro checheno Ilyas Akhmadov –, ale-gando a ausência de um acordo bilateral.

Moscou afi rma que Washington sempre se negou a assinar um acor-do de extradição, segun-do Gorlenko.

Seja como for, os Es-tados Unidos não vão re-nunciar seu pedido de extradição de Snowden e o Departamento de Es-tado voltou a pedir nes-ta semana que a Rússia “seja correta” e o extradi-te para que ele responda diante dos tribunais por revelar segredos de Esta-do. (Opera Mundi)

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Reprodução

Uni Rádio

O advogado russo Anatoli Kucherena

O subsecretário do Ministério da Saúde do Uruguai, Leonel Briozzo

Snowden completa um mês no aeroporto de MoscouESPIONAGEM Seu assessor russo diz que ele pode deixar o país a qualquer momento

No Uruguai, descriminalizar o aborto resultou em sucesso

de Porto Alegre (RS)

O subsecretário do Mi-nistério da Saúde Públi-ca do Uruguai, Leonel Briozzo, apresentou nes-ta semana os dados ofi -ciais sobre interrupções voluntárias de gravidez dos primeiros seis meses desde a sua legalização no país. Entre dezembro de 2012 e maio de 2013, não foi registrada a morte de nenhuma mulher que abortou de forma regula-mentada no Uruguai.

Foram realizados 2.550 abortos legais, aproxima-damente 426 por mês. O Uruguai é um dos países

“Por vontade de Deus, Edward Snowden recebeu asilo temporário na Rússia”

ABORTO Em seis meses, nenhuma mulher morreu ao praticar aborto no país

com taxas de aborto mais baixas do mundo. Brioz-zo explicou que, desde o novo marco legal para o aborto, o país o pratica de forma segura, com a con-solidação de serviços de saúde para este fi m.

A política pública do governo tem o objeti-vo de diminuir a prática de abortos voluntários a partir da descriminaliza-ção, da educação sexu-al e reprodutiva, do pla-nejamento familiar e uso de métodos anticoncep-cionais, assim como ser-viços de atendimento in-tegral de saúde sexual e reprodutiva.

Segundo esses dados, o Ministério da Saúde Pública atesta que 10 em cada mil mulheres en-tre 15 e 44 anos abortam no Uruguai atualmen-

te. Esses números situ-am o país entre um dosque têm menores indi-cadores, ao lado dos Es-tados da Europa Ociden-tal. (Sul21)

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Rio de Janeiro, de 25 a 31 de julho de 2013 cultura |

A peça mostra que outro duro golpe foi a infl uência da indústria fonográfi ca.

O pessoal do Bonde do Tigrão acabou per-dendo a identidade, por exemplo. Eles vira-ram sucesso pelo que eles eram e depois tive-ram que mudar, que se enquadrar. Diferente do Claudinho & Buchecha que tinham aquela iden-tidade e eram rotulados como “funk de patrici-nha”. É daí? Eu acho que tem que ter espaço para todos os tipos de funk: o engraçado, o politizado, o romântico, o melódico, o “proibidão”, o erótico.

sar na peça, senti necessi-dade de mostrar o soul, o berço disso tudo. Eu ide-alizei uma peça que não se parasse de dançar ne-nhum segundo.

O funk recentemente levou duro golpe com a proibição dos bailes. Que impacto isso pode ter?

A resolução 013 é uma coisa complicada. Foi nu-ma roda de funk na Cha-péu Mangueira que co-mecei a entender a reso-lução que permite que a polícia impeça qualquer baile. Isso traz um im-pacto que já não se faz

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Andrea Rocha/ZBR

Andrea Rocha/ZBR

Peça vai do Baile da Pesada, nos anos 1970, até o trabalho de Tati Quebra Barraco

Elenco do espetáculo “Funk Brasil – 40 anos de baile”

Vivian Virissimo do Rio de Janeiro (RJ)

O funk carioca já dei-xou há tempos de ser to-cado apenas nos bailes do subúrbio. A novidade é que agora com a peça Funk Brasil – 40 anos de baile o ritmo ocupa tra-dicionais teatros do cen-tro do Rio. Parece pouco, mas é algo extremamen-te importante para o mo-vimento que ainda é mui-to criminalizado.

O ritmo que nasceu na zona norte, nos bailes em Rocha Miranda e Ma-dureira, já passou por al-tos e baixos. Mesmo sen-do patrimônio cultural, já é cada vez mais difícil fazer bailes depois da re-solução 013 (que proíbe bailes).

Para contar toda es-sa história, a diretora Jo-ana Lebreiro relembra o Baile da Pesada nos anos 1970, passa pelo Furação 2000, e mostra o trabalho de Tati Quebra Barraco. Confi ra entrevista com a diretora.

Brasil de Fato – Quando vocês estrearam a peça?

Joana Lebreiro – Qua-

se um ano. Fizemos ques-tão de estrear de graça no subúrbio, na Penha. De-pois fomos para o teatro Miguel Falabella no Nor-te Shopping. Foi muito difícil conseguir um te-atro no centro ou na zo-nal sul. De repente, veio o convite para o teatro Car-los Gomes com uma tem-porada curtíssima, ape-nas duas semanas. E ago-ra estamos até o fi nal do mês no teatro João Ca-etano. Tenho muito or-gulho de fazer essa peça. Durante muito tempo as pessoas tiveram vergo-nha de gostar de funk.

Por que essa história está fazendo tanto sucesso?

Porque faz parte da memória coletiva de qualquer carioca, eu di-ria até de qualquer bra-sileiro. O funk extrapolou fronteiras, é um símbolo da cultura carioca. Quan-do as pessoas assistem à peça se lembram de sua própria história, da ado-lescência, da infância, de seus pais que curtiam a black music. Inclusive, quando comecei a pen-

mais baile funk para co-munidade. Não tem bai-le por R$ 2, com cerveja a R$3, que é o grande lazer da favela. Os bailes agora são caríssimos, por R$300 na quadra da Rocinha. Eu acho que pode ter es-se baile caro, mas tem que ter o outro. Tem que ter espaço para tudo. O funk é uma forma de ex-pressão autêntica, se há “excessos” no proibidão que fala de tiro, de mor-te, é porque essa é a reali-dade que o cara vive. Co-mo seria diferente? Mes-mo o funk erótico é políti-co, o “proibidão” é políti-co. O funk é lugar de falar o que se quer falar.

“Não temos patrocínio, nenhuma empresa quis associar seu nome ao funk. No máximo,é apoio de restaurante, nenhuma empresa, nenhum banco”

“O funk é uma forma de expressão autêntica, se há ‘excessos’ no ‘proibidão’ que fala de tiro, de morte, é porque essa é a realidade que o cara vive”

“Não tem baile por R$ 2, com cerveja a R$3, que é o grande lazer da favela. Os bailes agora são caríssimos, por R$300 na quadra da Rocinha”

Proibidão ou erótico, funk é culturaTEATRO Espetáculo em cartaz no Teatro João Caetano narra 40 anos de baile

Vocês têm planos de se apresentar em outros estados?

Ganhamos o prêmioMirim Muniz de circu-lação. Vamos para Goi-ás, São Paulo e EspíritoSanto em outubro e no-vembro. Eu quero mui-to pegar essa peça e ro-dar o Brasil.

Tiveram difi culdade fi nanceira para fazer essa peça?

Muita. Só consegui-mos porque consegui-mos um prêmio do go-verno do estado. Monta-mos com pouquíssimodinheiro. Não temos pa-trocínio, nenhuma em-presa quis associar seunome ao funk. No máxi-mo, é apoio de restauran-te, nenhuma empresa,nenhum banco. É umaousadia levar funk parateatro na zona sul.

SERVIÇO

FUNK BRASIL, 40 ANOS DE BAILE. UMA PEÇA PARA CURTIR, DANÇAR, NAMORAR

Classifi cação: 10 anos

Direção: Joana Lebreiro

Direção musical: Marcelo Rezende

Direção de movimento: Nathalia Mello

Texto: João Bernardo Caldeira e Pedro Monteiro

De 11 a 28 de julho, no Teatro João Caetano (2332.9166)

quinta a sábado, 20hdomingo, 19h.

Preço: R$30, R$15 (estudantes, idosos)

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Rio de Janeiro, de 25 a 31 de julho de 2013 | cultura

Localizado na Rua Mem de Sá, 47 – Lapa, tem iní-cio às 21h.

FAZ TEMPOExposição no Museu de Astronomia e Ciên-cias Afi ns (MAST) tem como tema a passagem do tempo. Dividida em dois espaços, a mostra primeiramente aborda questões ligadas à natu-reza do tempo, e já em um segundo momen-to, aborda pontos rela-cionados à sua organi-zação social. Aberta de

terça a domingo, fi -ca em cartaz até 17 de agosto. Entrada gratui-ta. Rua General Bruce, 586 – São Cristóvão.

PICOLO CHEFNas férias, o proje-to Picolo Chef ofere-ce ofi cina gastronômi-ca gratuita para crian-ças. Além de ganharem avental e chapéu de mestre-cuca, as crian-ças aprendem a fazer massas caseiras de ma-carrão. Localizado no primeiro piso do sho-pping Jardim Guada-lupe, o projeto funcio-na de segunda a sába-do, das 14h às 22h e aos domingos até às 21h. Avenida Brasil, 22.115.

BOITATÁFigura ilustre do folclo-re brasileiro inspira tra-balho de artista italiana Zoè Gruni. Mostra, que acontece na Galeria Progetti, conta com se-te desenhos feitos com carvão sobre o papel, uma escultura, vídeos e fotos, além de uma per-formance especial re-alizada pela dançarina Márcia Ferreira, com o acompanhamento mu-sical de Tek Tek Gerbe-lier & Spitz. Aberta de terça a sábado, das 12h às 18h, exposição fi cará em cartaz até o dia 24 de agosto. Entrada gra-tuita. Travessa do Co-mércio, 22, Arco do Tel-les – Centro.

FESTLIPNesta semana teve iní-cio a 5a edição do Fes-tival de Teatro da Lín-

gua Portuguesa. Carac-terizado como o primei-ro festival a promover a integração cultural en-tre países de língua por-tuguesa, o evento home-nageia, este ano, o dra-maturgo e diretor ango-lano José Mena Abran-tes. Além de reunir paí-ses de quatro continentes do planeta (Angola, Bra-sil, Cabo Verde, Moçam-bique, Guiné-Bissau e Ti-mor Leste) e uma inédita programação de espetá-culos, o evento conta ain-da com exposição, pales-tras, debates, show musi-cal, mostra gourmet, lan-çamentos literários e ofi -cinas. Com apresenta-ções diárias, a partir das 18h , o festival segue até o dia 30 de agosto em di-ferentes pontos da cida-de. Programação: www.talu.com.br/festlip

ATO BRINCANTE Muitas mães e pais no seu exercício de cida-dania vão às ruas com seus pequenos para exi-

gir saúde, educação e cultura acessível pa-ra todos. Após acom-panhar a violência dos grandes atos, essas fa-mílias resolveram criar o Ato Brincante. Visan-do estimular a cons-ciência cidadã, não só nas crianças como tam-bém em todos os par-ticipantes, o ato conta com uma agenda reche-ada de atividades que vão de um café da ma-nhã coletivo a um “ma-maço” com os bebês. Acontece segunda-feira (29), às 8h30, na Praia de Icaraí – Niterói.

JAZZ DE PORTAS ABERTAS Toda terça-feira o Levia-no Bar, na Lapa, abre su-as portas para o Festival Jazz de Portas Abertas. O evento, gratuito, traz di-ferentes nomes da mú-sica nacional e interna-cional. O festival tam-bém é transmitido ao vi-vo pela internet por meio do projeto Rádio de Rua.

SERVIÇO

Um dos grupos a se apresentar será o Negro Mendes, formado no Rio de Janeiro, em 2002, por músicos do Peru, Bra-sil e Uruguai e que tradi-cionalmente interpreta gêneros da música afro-peruana.

Outro grupo a subir no palco será o Kumbiam-ba, liderado por uma bra-sileira, um colombia-no e um venezuelano e que possui um repertó-

12

Ricardo Bartra

Reprodução

ReproduçãoReprodução

Grupo Negro Mendes: músicos do Peru, Brasil e Uruguai

Zoè Gruni, na Galeria Progetti

Espetáculo Esquizofrenia, no Festlip “Faz tempo”, no MAST

AGENDA

Mariane Matos do Rio de Janeiro (RJ)

Neste sábado (27), acontece a primeira edi-ção do Encontro Afro América del Sur, na Pedra do Sal. O evento, que se propõe lutar contra o ra-cismo por meio do resga-te das raízes afro da cul-tura latino-americana, é também uma forma de afi rmar a diversidade cul-tural da nossa região.

No sábado, tem raízes (afro) de América MÚSICA Grupos Negro Mendes e Kumbiamba se apresentam no 1º Encontro Afro América del Sur

1º Encontro Afro América del Sur

Sábado 27/07/2013 Horário: 17h00

Local: Pedra do Sal Largo João da Bahiana, s/n, Zona PortuáriaEvento Gratuito

rio recheado da mistu-ra da música indígena da região amazônica da Colômbia com tradições africanas.

Para Ricardo Bartra, organizador do evento, além de tentar fugir da relação persistente entre música em espanhol e ritmos caribenhos, o en-contro é uma tentativa de apresentar ao públi-co carioca a música his-pânica que existe fora do

circuito televisivo. “Acho importante este

evento porque apresen-ta exemplos de que a mú-

sica dos países vizinhos é muito mais rica e com-plexa do que os clichês fazem supor.”

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Rio de Janeiro, de 25 a 31 de julho de 2013 variedades | 13

HORÓSCOPO

Semana de muitas expectativas e entusiasmo sobre assuntos cotidianos. Momento especial para retomar assuntos em família. No amor, expressão de sentimentos vão se tornar mais intensas.

Áries(21/3 a 20/4)

Momento bom para refl exões e revisões em sua rotina, em especial em assuntos profi ssionais. Na vida amorosa, cuidado com as paqueras e atente-se a exageros e impulsos.

Câncer(21/6 a 22/7)

Semana exige mais disciplina com assuntos de trabalho. Momento exige mais atenção aos negócios. Na vida amorosa, mais diversões e convívios sociais. Seja mais elegante com quem ama.

Libra(23/9 a 22/10)

Momento bom favorecendo situações ligadas a parcerias em negócios. Atenção para não ser muito ousado. Período para valorizar a cortesia e a diplomacia. No amor, procure ser mais romântico, isso irá marcar momentos a dois.

Capricórnio(22/12 a 20/1)

Período o deixa mais exigente e detalhista. Assuntos familiares e ajustes domésticos tornam-se mais marcantes nesta semana. No amor, atenção a pequenos detalhes vão ajudar a surpreender quem gosta.

Touro(21/4 a 20/5)

Semana especial para consolidação de projetos antigos. Momento bom para motivações em sua vida profi ssional. No amor, aproveite mais seu tempo, seja mais prestativo.

Leão(23/7 a 22/8)

Momento bom para novos contatos e decisões em grupo. Bom para retomar vivências junto a amizades. Atenção para esclarecimentos importantes. No amor, mais nostalgia marcarão sua vida amorosa.

Escorpião(23/10 a 21/11)

Semana acentua um novo momento para relacionamentos. Período bom para esclarecer assuntos mais complexos. Na vida amorosa, algumas confi dências serão mais frequentes.

Aquário(21/1 a 19/2)

Semana é propensa para revisões em questões mais burocráticas e para lidar com assuntos de trabalho. No amor, procure empenhar mais e evite impulsos ou posturas exageradas.

Gêmeos(21/5 a 20/6)

Período bom para mediação nas relações sociais e de trabalho. Momento para rever acordos fi nanceiros e esclarecer pendências materiais. No amor, momento mais propício para o romantismo.

Virgem(23/8 a 22/9)

A semana favorece para ampliar sua iniciativa para tratar assuntos ligados à sua rotina. Mas, evite desgaste com assuntos famil-iares. No amor, sexualidade estará acentuada e o poder de conquista estará favorecido.

Sagitário (22/11 a 21/12)

Semana exige mais dedicação e cuidados com a saúde. Mudanças de algumas situações relacionadas à sociedade. No amor, momento para reorganizar planos e esclarecer assuntos pendentes.

Peixes(20/2 a 20/3)

PALAVRAS CRUZADAS DIRETASwww.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL 2013

BANCO 33

Ferro (?):é utilizadoem peçasartesanais

São con-cedidos

pelo Gênioa Aladim

Título deJuan

Carlos I

Ideologiade MikhailBakunin(Hist.)

1.050, em algarismosromanos

Principalinimiga da KGB(Hist.)

(?) a ca-beça: agircom inteli-

gência

Alain (?),ex-pilotode Fór-mula 1

Hábitat da onça-pintada

Trajetóriade umcorpo

celeste

Cidade docaso doirmãos

Naves (MG)

Técnicalivre nopoema

moderno

TomieOhtake,

escultorabrasileira

Braço, eminglês

"Eu te (?)!",frase de

enamora-dos

Museu deArte

Moderna(sigla)

Autor(abrev.)

Extinguir(o fogo)

Monogra-ma de"Rita"

Artigoindefinidofeminimo

Encoraja(a rea-lização de algo)

Formiga,em inglês

Esposa do rajá

Menor gru-po vocalRato, em

inglês

Capital de Gana

Nominal(abrev.)

Confrariaque se

reúne nocentro de

Curitiba hámais de50 anos

Faz aponta-

mentos de

Ornamenta

Azar (pop.)Primeirodia da

semana

Instrumento deobservação como

o HubbleOzzy Osbourne, cantor

Mudo, eminglês

Vínculo(fig.)

Decreta-da por umjuiz, duracinco dias,prorrogá-veis (jur.)

Praça(abrev.)

Jaquetacurta, com

ou semmangas

O materialusado em polimentos

Condiçãodo objetodo museu

Dois que-sitos quecontam ahistória

apresen-tada pelaescola desamba naavenida

Homem,em italiano

Acenos;gestos

D U O

3/ant — arm — rat. 4/mute — seca — uomo. 7/forjado — meneios. 8/abrasivo. 11/boca maldita.

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ASTROLOGIA - Semana de 25 a31 de julho - Momento de bom aspecto que rege este período favorece solidariedade e parcerias; Semana de muita infl uência capaz de ampliar iniciativas para tratar assuntos mais complexos

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Rio de Janeiro, de 25 a 31 de julho de 2013 | esporte

PARALIMPÍADA Mais dois brasileiros tiveram destaque na competição: Odair Santos foi o melhor nos 800m e Terezinha Guilhermina triunfou nos 100m.

Alan Fonteles conquista ouro

Rússia conquista título em cima do Brasil

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Comitê Paralímpico Brasileiro

COB

FIVB

Alan Fonteles disputa prova em Lyon, na França

Bloqueio russo impede ataque de Dante em derrota do Brasil

da Redação

Derrotado pela Rús-sia nas fi nais dos Jo-gos Olímpicos de Lon-dres-2012 e da Liga Mun-dial-2013, a derrota no último domingo (21), em Mar del Plata, na Argen-tina, põe em jogo a su-perioridade que o Brasil manteve durante tanto tempo [sobretudo na dé-cada de 2000] no mundo do vôlei.

Foi o primeiro re-vés do Brasil por 3 sets a 0 em uma fi nal de Liga Mundial. A seleção, que lutava por seu décimo tí-tulo, teve que se conten-

Poliana Okimoto e Ana Marcela Cunha subi-ram juntas ao pódio no Campeonato Mundial de Esportes Aquáti-cos. Elas conquistaram dobradinha inédita na prova de 10 km em Barcelona. A alemã An-gela Maurer comple-tou o pódio. Após qua-tro dias de competição, o Brasil chega a quatro medalhas [Poliana e Ana Marcela já haviam conquistado prata e bronze na maratona de 5 km, respectivamen-te.] Em Xangai-2011, a seleção conquistou o mesmo número (todas de ouro) durante toda a competição.

Em recuperação de uma cirurgia no joelho e sem contrato, o joga-dor de basquete Lean-drinho descarta a pos-sibilidade de retor-nar ao Brasil na próxi-ma temporada, como alguns acreditavam. O jogador deseja perma-necer na NBA e teria uma oferta do Dallas Mavericks.

Dobradinha aquática

Leandrinho no Brasil?

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) anun-ciou a contratação do russo Alexander Ale-xandrov como o no-vo treinador da Sele-ção Brasileira femini-na de ginástica artísti-ca. O acordo é válido até os Jogos Olímpicos do Rio-2016. A Seleção feminina não tinha um treinador fi xo desde 2008, quando o ucra-niano Oleg Ostapenko deixou o cargo.

Novo técnico

FATOS EM FOCO

da Redação

Alan Fonteles con-quistou a medalha de ou-ro no Mundial Paralímpi-co de Atletismo [categoria T43, biamputados] na ter-ça-feira (23), superando marca de Oscar Pistorius.

O brasileiro, de 20 anos, cravou 10s80 em Lyon, na França, não con-seguiu quebrar o recor-de mundial estabelecido por ele mesmo em junho, quando fez 10s77 em Ber-lin, na Alemanha, mas su-perou a melhor marca da competição.

O sul-africano Oscar Pistorius, dono de cin-co medalhas de ouro nos Jogos Paralímpicos, havia

feito o melhor tempo do Mundial Paralímpico de Atletismo em 2011 ao cra-var 11s33.

Atrás do brasilei-ro, vieram os estaduni-denses Blake Leeper e

Joshua Kennison.“Quando saí, vi que

estava liderando. Olhei e vi que não tinha nin-guém perto”, declarou à imprensa.

No último domin-

go (21), Fonteles já ha-via conquistado o primei-ro ouro em Lyon. O bra-sileiro quebrou o recor-de mundial dos 200 m, na mesma categoria, com o tempo de 20s66. A marca

anterior pertencia ao sul-africano Oscar Pistorius.

Ao lado de Alan, mais dois brasileiros tiveram destaque na competição até terça-feira (23). No quarto dia de competição, Odair Santos foi o melhor nos 800m. Horas depois, Terezinha Guilhermina triunfou nos 100m.

Com a saída de cena de Pistorius, acusado de assassinato na África do Sul, Alan Fonteles se fi r-ma como o destaque das provas paralímpicas. O brasileiro já havia vencido o sul-africano na fi nal dos 200m nos Jogos de Lon-dres de 2012.

VÔLEI A derrota, contudo, não fez o Brasil perder a liderança do ranking mundial

tar com seu quarto vice-campeonato. A Rússia le-vanta pela terceira vez o troféu da competição.

Atual tricampeão mundial e fi nalista das últimas três edições dos Jogos Olímpicos, a o time brasileiro foi derrotado pela Rússia pela segun-da vez dentro da com-petição, em uma parti-da marcada por provo-cações dos adversários. Mas os russos jogaram muito bem. Sacaram e defenderam a bola mos-trando amplo domínio da técnica.

O time comandado pelo técnico Bernardi-

O brasileiro já havia vencido o sul-africano na fi nal dos 200 m nos Jogos de Londres de 2012

“Quando saí, vi que estava liderando. Olhei e vi que não tinha ninguém perto”

nho não conquista um título desde a temporada de 2011, quando venceu os Jogos Pan-americanos e o Sul-americano.

Entretanto, a derro-

ta para a Rússia na fi nal da Liga Mundial, em Mar del Plata, na Argentina, não fez o Brasil perder a liderança do ranking mundial. A seleção co-

mandada pelo técnico Bernardinho somou 45 pontos pelo vice-campe-onato da competição, o sufi ciente para manter a liderança da lista.

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Rio de Janeiro, de 25 a 31 de julho de 2013 esporte | 15

mesmos dois gols. Na vol-ta, no Mineirão, o Atléticoconseguiu devolver o re-sultado e conquistar a va-ga na fi nal ao vencer naspenalidades.

“O titulo está próximoe depende da gente re-alizar. Então, não pode-mos medir esforços paraisso. A gente tinha que fa-zer dois contra o Newell’se não podia tomar ne-nhum, porque valia dois.Agora, temos que fazerdois e tem uma prorro-gação. Vamos trabalharbem trabalhado, entregara vida e a alma dentro docampo porque é o nossojogo”, afi rma o treinador.

apontou para as arqui-bancadas da UERJ, onde tradicionalmente fi cava a torcida que comemo-rou o primeiro título da história do Maracanã. Cobrou respeito, dizen-do: “Este lugar é nosso!”.

Chama a atenção pa-ra a evidente aberração que o novo gestor pro-vocou. O que deve pas-sar na cabeça de um vas-caíno ao ver sua história destratada pelo Consór-cio, forçado a entrar pe-lo Bellini, por conta do acordo feito com o Flu-minense?

Negócios não têm al-ma, o futebol sim. Esta contradição é um pepi-no para os engravatados descascarem.

O grande clarão nas arquibancadas per-tencentes ao Consór-cio é uma boa respos-ta. A paixão é maior que qualquer contrato, por isso o clamor de Juni-nho faz tanto sentido.

Bruno Porpetta é autor do blog

porpetta.blogspot.com

opinião | Bruno Porpetta

É INCRÍVEL a diferen-ça que um gênio como Juninho Pernambuca-no faz!

Dentro de campo, foi impressionante o sal-to de qualidade técnica no meio-campo do Vas-co, no clássico contra o Fluminense.

Juninho facilita a tarefa de Dorival, de transfor-mar o bando que o time cruzmaltino apresenta-va em um sistema efi -ciente e organizado de marcação e saída para o ataque. Tudo sob o co-mando do Reizinho.

Se as defi ciências na defesa prosseguem, dando ao Fluminense a possibilidade de chegar perto do empate, mes-mo jogando com um a menos, do meio para frente o Vasco mostrou clara evolução.

Outro aspecto que tor-na Juninho ainda mais imprescindível, não só para o Vasco, mas para o nosso futebol, é sua ca-pacidade de extrapolar os limites do campo.

Ao comemorar seu gol,

Genialidade irrestrita

brasileirão | 9ª rodada

XPonte Preta SantosSáb | 27/07 | 21h00 | Moisés Lucarelli

XPortuguesa Atlético-PRSáb | 27/07 | 18h30 | Canindé

XVasco CriciúmaSáb | 27/07 | 18h30 | São Januário

XNáutico InternacionalDom | 28/07 | 16h00 | Arena Pernambuco

XGrêmio FluminenseDom | 28/07 | 16h00 | Arena do Grêmio

XCorinthians São PauloDom | 28/07 | 16h00 | Pacaembu

XCruzeiro Atlético-MGDom | 28/07 | 16h00 | Mineirão

XCoritiba VitóriaDom | 28/07 | 18h30 | Couto Pereira

XBahia GoiásDom | 28/07 | 18h30 | Fonte Nova

XFlamengo BotafogoDom | 28/07 | 18h30 | Maracanã

Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

da Redação

“A gente tem que ter otimismo, confi ança. Já passamos por situação assim”, afi rma o técnico Cuca diante do quadro enfrentado pelo Atlético-MG na fi nal da Copa Li-bertadores de América. E o otimismo é mais que bem-vindo para a equi-pe que precisa tirar uma vantagem de dois gols conquistada pelo Olím-pia (PAR) no jogo de ida, em Assunção.

“Se falasse com o tor-cedor atleticano no co-meço do ano e dissesse que, para ser campeão, teria a fi nal em casa, mas tendo que fazer dois gols ou três, se ele aceitaria,

Galo ainda acreditana conquista do títuloLIBERTADORES Jogadores e torcedores demonstram confi ança e apostam na capacidade de superação do time

não teria um que diria não, eles iam falar: deixa conosco. E, agora, é assim mesmo que vai ser”, com-pleta o técnico.

O torcedor está fazen-do a sua parte e lotando as fi las para a compra de ingressos da partida, que acontece hoje (24), às 21h50, no Mineirão.

Jogo da vida“É o jogo mais impor-

tante da minha carreira”, diz o atacante Diego Tar-delli. “Sei o que vai repre-sentar para o clube, para o torcedor. Desde que jo-guei aqui pela primeira vez, me tornei um atleti-cano, então sei da impor-tância desse título para a torcida e quero entrar pa-ra a história do Atlético”, comenta.

Desfalque no primei-ro jogo da fi nal, no De-fensores del Chaco, em Assunção, no Paraguai, o atacante Bernard garante empenho na busca pelo título. “É como se fosse o último da minha carreira.

Quero dar tudo que pos-so, dar além de 100% por-que vai precisar”, afi rma.

O jovem talento atle-ticano também reco-nhece a importância da partida para sua carrei-ra. “Quero fazer história, tenho uma oportunida-de grande agora, quero correr atrás disso e de-pende única e exclusiva-mente da gente”, disse.

Desvantagem

Sobre a desvantagem no placar, o técnico Cuca relembra situação vivida pelo time na semifi nal da competição, quando per-deu o primeiro jogo pelos

O técnico Cuca conversa com os atacantes Bernard e Tardelli

“A gente tem que ter otimismo, confi ança. Já passamos por situação assim”

XOlimpia-PARAtlético-MG

Mineirão | Belo Horizonte (MG) | 24/07 | 21h50

FICHA TÉCNICA

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Rio de Janeiro, de 25 a 31 de julho de 2013 | esporte

co já contar com dois la-terais esquerdos, o joga-dor foi questionado pelos jornalistas se jogará na sua posição ou no meio de campo.

“Vou buscar minha melhor forma física e, depois, pensar em posi-ção. Vou acatar as ordens do Mano Menezes. Estou disposto a jogar onde ele precisar, seja na meia ou na lateral. Farei o melhor pelo Flamengo, mas mi-

nha posição de origem é a lateral esquerda”, expli-cou o jogador.

Maracanã Existe a possibilida-

de, aliás, de o lateral es-querdo, contratado jun-to ao Arsenal, da Inglater-ra, estrear já no próximo jogo do rubro-negro no Maracanã. O Flamengo vai reencontrar sua tor-cida neste domingo (28), quando enfrentará o Bo-tafogo a partir das 18h30 (de Brasília), pela nona rodada do Campeonato Brasileiro.

Na 15ª posição na ta-bela de classifi cação, o Flamengo do técnico Ma-no Menezes deve con-tar com os retornos do volante Victor Cárceres, que está se recuperando de dores na coxa direita, e do meio-campo Gabriel, que vem lutando con-tra uma lesão no múscu-lo adutor da coxa direita.

16

COPA DO BRASIL Em boa fase, Botafogo vai em busca da classifi cação em Florianópolis

FLAMENGO Lateral esquerdo retorna ao clube que defendeu nos anos de 2005 e 2006

Elias domina a bola em treino do Flamengo

O novo reforço rubro-negro André Santos

Oswaldo Oliveira comanda o treino do Fogão

Fotos: Alexandre Vidal - Fla Imagem

Botafogo Ofi cial

André Santos pode estrear no Maracanã

da Redação

O Flamengo apresen-tou ofi cialmente o late-ral esquerdo André San-tos na terça-feira (23). O jogador recebeu o man-to das mãos de Paulo Pe-laipe, diretor executivo de futebol e, em seguida, concedeu uma entrevista coletiva à imprensa. An-dré volta ao clube que de-fendeu em 2005 e 2006.

“Quero agradecer pri-meiramente a todos que confi aram em mim, es-pecialmente ao Mano, Pelaipe e presidente Ban-deira de Mello. Espero chegar e fazer história. Para isso, preciso correr e me esforçar sempre. Que-ro ver o Flamengo perto das vitórias, é onde mere-ce estar, já que é um clu-be tão grande”, disse o no-vo jogador.

Devido a sua caracte-rística de ir bastante ao ataque e ao fato do elen-

da Redação

Em paz com a torci-da e curtindo a lideran-ça do Brasileirão, o Bo-tafogo pega o Figueiren-se hoje à noite (24), às 21h50, em Florianópo-lis, pela terceira fase da Copa do Brasil.

No confronto de ida, o time da estrela solitária venceu os catarinenses por 1 a 0 em partida dis-putada no Estádio Rauli-no de Oliveira, em Volta Redonda (RJ).

Em desvantagem, o Figueirense precisa ven-cer o jogo no tempo nor-mal por dois ou mais gols de diferença. A vitó-ria por 1 a 0 leva a deci-são para os pênaltis.

Com vantagem, Bota pega o Figueirense

Fora de casa“O nosso objetivo é a

classifi cação, por tudo que estamos fazendo e demonstrando. Elimina-ção nem passa pela nos-sa cabeça”, afi rmou o za-gueiro botafoguense Bo-lívar, lembrando que o ti-me tem que pensar para frente. “Sabemos da nos-

sa qualidade e que atua-mos bem fora de casa. Es-peramos fazer um bom jogo e conseguir a vaga”, concluiu.

Para seguir na compe-tição, o Figueirense apos-ta na força de seu ata-que formado por Ricardo Bueno, Ricardinho e Ra-fael Costa.

“Farei o melhor pelo Flamengo, mas minha posição de origem é a lateral esquerda”

“Vou buscar minha melhor forma física e, depois, pensar em posição. Vou acatar as ordens do Mano Menezes”

XBotafogoFigueirense

Orlando Scarpelli | Florianópolis (SC) | 24/07 | 21h50

FICHA TÉCNICA