entomologia veterinária- parte i

Elaborado por:

1. Ph.D. Custódio Pedro Boane e

2. Eng.º Inácio Mateus Assane.

Ulónguè, Março de 2015

CONTEÚDO

1. FILO Arthropoda:

CLASSE Arachnida;

SUBCLASSE Acari;

ORDEM Parasitiformes.

11:43:56 PARASITOLOGIA 2

OBJETIVOS

1. Conhecer os principais insectos de importância agropecuária;

2. Conhecer os hospedeiros, a importância em Agropecuária e Saúde Pública, o ciclo biológico e métodos de diagnóstico e controlo de cada espécie de Artrópode.


FILO Arthropoda

Do grego, arthron=articulação + podos=pés; contém cerca de 1.000.000 de espécies conhecidas; possuem corpo metamerizado (metameria não evidente), apêndices articulados e corpo com exoesqueleto formado por quitina (polímero nitrogenado de polissacarídeos, inpregnado de camadas de cera).

Em alguns casos o exoesqueleto é reforçado pela deposição de carbonato de cálcio.


FILO Arthropoda


FILO Arthropoda


CLASSIFICAÇÃO:

Basea-se nas divisões do corpo, nº de patas e a existência de antenas e

outros apêndices (ex: pedipalpos e quelíceras).

FILO ARTHROPODA CLASSE ARACHNIDA

SUBCLASSE Acari

• Ácaros de pequeno porte;

• Quelíceras modificadas e palpos curtos;

• Cefalotórax e abdomem fusionado;

• Corpo coberto por placas dorsais e ventrais;

• Larvas com três pares de patas;

• Ninfa e adultos com três pares de patas;

• Respiração cutânea ou traqueal.


CARACTERÍSTICAS GERAIS

FILO Arthropoda CLASSE Arachnida SUBCLASSE Acari

• Possuem um par de estigmas respiratórios abrindo-se em peritremas alongados entre a coxa III e IV.

• Presença de escudo dorsal;

• Face ventral com escudos, importante para reconhecimento dos gêneros;

• Hipostômio desprovido de dentes recorrentes;

• Podem ser de vida livre, parasitas internos ou externos de répteis, aves e mamíferos;

• Podem ser vectores de agentes patogênicos e provocar reações cutâneas no hospedeiro. Alguns gêneros prduzem anemia.

• Ciclo: ovo – larva – protoninfa – deutoninfa – adultos.


ORDEM Parasitiformes SUBORDEM Mesostigmata (Gamasida)



Chamado vulgarmente de piolho/ácaro vermelho das aves.

1.1. HOSPEDEIRO: Galinhas e outras aves (canários);

1.2. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS:

Escudo dorsal arredondado;

Quelíceras que terminam em quelas;

Todas patas com garas e carúnculas;

Ânus localizado na porção terminal do escudo anal;

Escudos truncados posteriormente.



FAMÍLIA Dermanyssidae – Dermanyssus gallinae


1.3. CICLO BIOLÓGICO (7 dias):

Postura 12-24h após se alimentar de sangue (sucessivas);

Eclosão das larvas 48-72h após postura (estas não se alimentam), que em 24-48h passam à protoninfa. 24-48h: deutoninfa (se alimenta). Deutoninfa + 24 a 48h: adultos.





1.4. RELAÇÃO COM O HOSPEDEIRO:

Adultos podem sobreviver até três meses no ambiente sem alimentação;

Hábito alimentar noturno. De dia são encontrados nos ninhos em frestas dos galinheiros.

Passam a maior parte do tempo fora do hospedeiro; quando no hospedeiro, preferem parasitar a região da cloaca.





1.5. IMPORTÂNCIA EM AGROPECUÁRIA E SAÚDE PÚBLICA:

Provoca diminuição da postura, perda de peso, irritação, anemia e diminuição no desenvolvimento das aves jovens;

Pode atacar o homem, causando dermatites, porém não sobrevive no homem;

Pode ser vetor de agentes patogênicos (vírus, bactérias);

A anemia pode levar a morte dos animais.






Adultos podem sobreviver até três meses no ambiente sem alimentação;

Hábito alimentar noturno. De dia são encontrados nos ninhos em frestas dos galinheiros.

Passam a maior parte do tempo fora do hospedeiro; quando no hospedeiro, preferem parasitar a região da cloaca.





1.7. CONTROLE:

Remoção dos ninhos das aves;

Limpeza dos galinheiros e gaiolas;

Aplicação de acaricidas nas paredes e pisos das instalações;

Higiene e isolamento das aves parasitadas;

Aquisição de aves livres de ácaros.





1.1. ESPÉCIES E HOSPEDEIROS:

Ornithonyssus bursa: aves domésticas e silvestres;

O. sylviarum: aves domésticas e silvestres;

O. bacoti: ratos silvestres, podendo também parasitar ratos brancos e camundongos de laboratório.


Escudo dorsal pontiagudo;

Quelíceras finas e longas;

Ânus localizado na porção anterior do escudo anal.



FAMÍLIA Macronyssidae – GÊNERO Ornithonyssus = Liponyssus


1.3. CICLO BIOLÓGICO (7 dias):

Postura de ovos sobre o hospedeiro ou nos ninhos (em grande número no hospedeiro);

Eclosão das larvas 3 dias após postura (estas não se alimentam), que em 17h passam à protoninfas (se alimentam). 1-2 dias: deutoninfas. Deutoninfa + 2 dias: adultos.






Geralmente passam todo ciclo sobre o hospedeiro; contudo, podem sobreviver até dois meses sem alimentação.

São hematófagos.

Em aves: cloaca (fica escura). Em grandes infestações pode ser encontrada em todo corpo da ave;

E roedores: em todo corpo.






Provoca diminuição da postura, perda de peso, irritação, anemia e diminuição no desenvolvimento das aves jovens;

Pode atacar o homem, causando dermatites, porém não sobrevive no homem (existem relátos de vários casos de O. bacoti parasitando moradores de casas onde há ratos.

Pode ser vetor de agentes patogênicos (vírus, bactérias);

A anemia pode levar a morte dos animais.





1.7. CONTROLE:

Remoção dos ninhos das aves;

Limpeza dos galinheiros e gaiolas;

Aplicação de acaricidas nas paredes, pisos das instalações e nos animais;

Higiene e isolamento das aves parasitadas;

Aquisição de aves livres de ácaros.






Laelaps nuttalli: ratos;

Laelaps (Echinolaelaps) echidninus: ratos.


Primeiro par de patas em forma de S e projeta-se anteriormente;

Escudo genitoventral em forma de gota e escavado posteriormente;

Quatro pares de setas no escudo genitoventral;

Cerdas no corpo;

Escudo dorsal não dividido, cobrindo quase todo o dorso.



FAMÍLIA Laelapidae – GÊNERO Laelaps (Pronúncia: Lêlapis)


1.3. CICLO BIOLÓGICO:

Ovovivíparos. Após 10-12h da fecundação, A fêmea da nascimento a larvas que não se alimentam.

3-8 dias após nascimento- protoninfa, que em 3-8 dias passam à deutoninfa. Deutoninfa + 5-6 dias: adultos (macho ou fêmea).






Habitam os ninhos dos ratos e adquirem protozoários ao parasittarem ratos infestados, o rato ao ingerir o ácaro adquire a infecção.






Tem maior importância na pesquisa, parasitando animais de laboratório. O Echinolaelaps serve de hospedeiro definitivo de um protozoário (Hepatozoon muris).

O Echinolaelaps pode provocar dermatite no homem.





1.7. CONTROLE:

Limpeza das gaiolas e esterilização destas com calor, vapor e acaricidas;

Aplicação de acaricidas nos animais.






Macrocheles muscaedomesticae: mosca (principalmente Musca domestica) e outros insectos.


Primeiro par de patas mais fino, mais longo e sem carúnculas e garras;

Quelíceras queladas fortemente;

Escudo dorsal não dividido, cobrindo quase todo o dorso;

Escudos esternal e genitoventral separados.



FAMÍLIA Macrochelidae – GÊNERO Macrocheles (Pronúncia: Macroquéles)


1.3. CICLO BIOLÓGICO (2-3 dias):

6-10h após a postura: eclosão de larvas com 3 pares de patas, que não se alimentam. Passadas 6-11h mudam para protoninfas, que em 13-24h mudam para deutoninfa, que levam quase 24h para mudar para adultos.

As fêmeas podem ficar ovopositando por até 24 dias e cada uma coloca um total de 90 ovos.






Utilízam moscas e outros insectos para dispersão e efectuam a postura nos locais de criação dos insectos (encontrado comumente em fezes de ruminantes, equinos e aves de postura).

Os adultos são predadores dos ovos e larvas de primeiro íntar de moscas, enquanto as ninfas alimentam-se mais de nematoides (controlo biológico).






Tem maior importância na pesquisa, parasitando insectos criados em laboratório.

É usado no controle biológico de moscas (difícil uso), nematoides e artrópodes encontrados nas fezes (alimenta-se de fases imaturas)

Não parasita humanos.





1.7. CONTROLE:

Uso de telas nas janelas e portas de laboratório;

Pulverizar o ambiente (instalações) com insecticida.






Varroa jacobsoni: abelhas (Apis cerana).

V. destructor: abelhas (Apis cerana e Apis mellifera).


Escudos desenvolvidos e bastante quitinizados;

Patas bem desenvolvidas com ventosas;

Corpo mais largo do que longo.



FAMÍLIA Varroidae – GÊNERO Varroa (Pronúncia: Varrôa)


1.3. CICLO BIOLÓGICO (6-7 dias-fêmeas e 5-6 dias-machos):

Após a cópula (acasalemento, nas células da colmeia) os machos adultos morrem (quelíceras modificadas para tranferência de esperma).

As fêmeas efetuam a postura em células ainda abertas dos favos, com ovos e larvas. O seu cíclo é completado dentro das células (dura metade do ciclo da abelha) e quando sai passa a viver fixado pelas patas nas abelhas.

As fêmeas vivem em torno de 2-3 meses no verão e 5-6 meses no outono (sem hospedeiro vivem apenas 5 dias).






Alguns estudos relatam a preferência desses ácaros por zangões, pois estes têm livre acesso a outras colmeias, levando à dispersão dos artrópodes.

Células da colmeia contendo operárias são mais atacadas, sendo contudo, também atacada a célula onde está a rainha.

Parasita larvas e poupas das abelhas para sugar hemolinfa.






Ocorrem grandes prejuízos em apiários, principalmente em regiões frias pelo estresse.

Ocorre má formação dos insectos ou morte;

Diminuição da produção.





1.7. CONTROLE:

No controle da Varroa sp. são utilizados acaricidas de contato ou sistémicos, colocados através de tiras suspensa entre os quadros da colmeia.

Produtos feitos do princípio ativo timol, substância natural resultante do etrato de tomilho e naturalmente presente no mel, estão actualmente sendo utilizados com bons resultados.






Raillietia flecthmanni: búfalos e bovinos.

R. auris (17 p. cerdas): bovinos, caprinos e ovinos.

R. caprae (12 p. cerdas): caprinos e ovinos.


Escudo dorsal sem forma.

Presença de escudo anal.

Pedicelo possui garras.



FAMÍLIA Raillietidae – GÊNERO Raillietia (Pronúncia: Railiétia)


1.3. CICLO BIOLÓGICO:

Ovovivíparas, com larvas que não se alimentam.






As femeas, os machos e as larvas localizam-se no ouvido externo do animal, as proto e deutoninfas no meio ambiente.

Provoca escarificação da pele do animal, oque pode ocasionar uma otite bacteriana subclínica.






Porta de entrada para bactérias (otites bacterianas).





1.7. CONTROLE:

Limpeza e aplicação de acaricida no conduto auditivo.




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