entidades de classe

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Entidades de Classe 1. Associação Brasileira de Enfermagem – ABEn Sociedade civil sem fins lucrativos que congrega enfermeiras e técnicos em enfermagem, fundada em agosto de 1926, sob a denominação de "Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas Brasileiras". É uma entidade de direito privado, de caráter científico e assistencial regida pelas disposições do Estatuto, Regulamento Geral ou Regimento Especial em 1929, no Canadá, na Cidade de Montreal, a Associação Brasileira de Enfermagem, foi admitida no Conselho Internacional de Enfermeiras (I.C.N.). Por um espaço de tempo a associação ficou inativa. Em 1944, um grupo de enfermeiras resolveu reerguê-la com o nome Associação Brasileira de Enfermeiras Diplomadas. Seus estatutos foram aprovados em 18 de setembro de 1945. Foram criadas Seções Estaduais, Coordenadorias de Comissões. Ficou estabelecido que em qualquer Estado onde houvesse 7 (sete) enfermeiras diplomadas, poderia ser formada uma Seção. Em 1955, esse número foi elevado a 10 (dez). Em 1952, a Associação foi considerada de Utilidade Pública pelo Decreto nº 31.416/52. Em 21 de agosto de 1964, foi mudada a denominação para Associação Brasileira de Enfermagem - ABEn, com sede em Brasília, funciona através de Seções formadas nos Estados, e no Distrito Federal, as quais, por sua vez, poderão subdividir-se em Distritos formados nos Municípios das Unidades Federativas da União. 1.1. Finalidades da ABEn - Congregar os enfermeiros e técnicos em enfermagem, incentivar o espírito de união e solidariedade entre as classes; - Promover o desenvolvimento técnico, científico e profissional dos integrantes de Enfermagem do País; - Promover integração às demais entidades representativas da Enfermagem, na defesa dos interesses da profissão. 1.2. Estrutura

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Entidades de Classe

1. Associação Brasileira de Enfermagem – ABEn

Sociedade civil sem fins lucrativos que congrega enfermeiras e técnicos em enfermagem, fundada em agosto de 1926, sob a denominação de "Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas Brasileiras". É uma entidade de direito privado, de caráter científico e assistencial regida pelas disposições do Estatuto, Regulamento Geral ou Regimento Especial em 1929, no Canadá, na Cidade de Montreal, a Associação Brasileira de Enfermagem, foi admitida no Conselho Internacional de Enfermeiras (I.C.N.). Por um espaço de tempo a associação ficou inativa. Em 1944, um grupo de enfermeiras resolveu reerguê-la com o nome Associação Brasileira de Enfermeiras Diplomadas. Seus estatutos foram aprovados em 18 de setembro de 1945. Foram criadas Seções Estaduais, Coordenadorias de Comissões. Ficou estabelecido que em qualquer Estado onde houvesse 7 (sete) enfermeiras diplomadas, poderia ser formada uma Seção. Em 1955, esse número foi elevado a 10 (dez). Em 1952, a Associação foi considerada de Utilidade Pública pelo Decreto nº 31.416/52. Em 21 de agosto de 1964, foi mudada a denominação para Associação Brasileira de Enfermagem - ABEn, com sede em Brasília, funciona através de Seções formadas nos Estados, e no Distrito Federal, as quais, por sua vez, poderão subdividir-se em Distritos formados nos Municípios das Unidades Federativas da União.

1.1. Finalidades da ABEn

- Congregar os enfermeiros e técnicos em enfermagem, incentivar o espírito de união e solidariedade entre as classes;- Promover o desenvolvimento técnico, científico e profissional dos integrantes de Enfermagem do País;- Promover integração às demais entidades representativas da Enfermagem, na defesa dos interesses da profissão.

1.2. Estrutura

ABEn é constituída pelos seguintes órgãos, com jurisdição nacional:a) Assembléia de delegadosb) Conselho Nacional da ABEn (CONABEn)c) Diretoria Centrald) Conselho Fiscal

1.3. Realizações da ABEn

- Congresso Brasileiro em EnfermagemUma das formas eficazes que a ABEn utiliza para beneficiar a classe dos enfermeiros,

reunindo enfermeiros de todo o país nos Congressos para fortalecer a união entre os profissionais, aprofundar a formação profissional e incentivar o espírito de colaboração e o intercâmbio de conhecimentos.

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- Revista Brasileira de EnfermagemA Revista Brasileira de Enfermagem é Órgão Oficial, publicado bimestralmente e

constitui grande valor para a classe, pois trata de assuntos relacionados à saúde, profissão e desenvolvimento da ciência. A idéia da publicação da Revista surgiu em 1929, quando Edith Magalhães Franckel, Raquel Haddock Lobo e Zaira Cintra Vidal participaram do Congresso do I.C.N. em Montreal, Canadá. Numa das reuniões de redatoras da Revista, Miss Clayton considerou indispensável ao desenvolvimento profissional a publicação de um periódico da área. Em maio de 1932 foi publicado o 1º número com o nome de "Anais de Enfermagem", que permaneceu até 1954. No VII Congresso Brasileiro de Enfermagem foi sugerida e aceita a troca do nome para "REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM"- ABEn (REBen). Diversas publicações estão sendo levadas a efeito: Manuais, Livros didáticos, Boletim Informativo, Resumo de Teses, Jornal de Enfermagem.

2. Sistema COFEN/CORENs

2.1. Histórico

a) Criação- Em 12 de julho de 1973, através da Lei 5.905, foram criados os Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem, constituindo em seu conjunto Autarquias Federais, vinculadas ao Ministério do Trabalho e Previdência Social. O Conselho Federal e os Conselhos Regionais são Órgãos disciplinadores do exercício da Profissão de Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem. Em cada Estado existe um Conselho Regional, os quais estão subordinados ao Conselho federal, que é sediado no Rio de Janeiro e com Escritório Federal em Brasília.b) Direção- Os Conselhos Regionais são dirigidos pelos próprios inscritos, que formam uma chapa e concorrem às eleições. O mandato dos membros do COFEN/CORENs é honorífico e tem duração de três anos, com direito apenas a uma reeleição. A formação do plenário do COFEN é composta pelos profissionais que são eleitos pelos Presidentes dos CORENs.c) Receita- A manutenção do Sistema COFEN/CORENs é feita através da arrecadação de taxas emolumentos por serviços prestados, anuidades, doações, legados e outros, dos profissionais inscritos nos CORENs.d) Finalidade- O objetivo primordial é zelar pela qualidade dos profissionais de Enfermagem e cumprimento da Lei do Exercício Profissional.O Sistema COFEN/CORENs encontra-se representado em 27 Estados Brasileiros, sendo este filiado ao Conselho Internacional de Enfermeiros em Genebra.

2.2. Competências

- Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) Normatizar e expedir instruções, para uniformidade de procedimento e bom

funcionamento dos Conselhos Regionais; Esclarecer dúvidas apresentadas pelos CORENs; Apreciar Decisões dos COREns; Aprovar contas e propostas orçamentárias de Autarquia, remetendo-as aos Órgãos

competentes; Promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento profissional; Exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas por lei.

- Conselho Regional de Enfermagem (COREN) Deliberar sobre inscrições no Conselho e seu cancelamento;

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Disciplinar e fiscalizar o exercício profissional, observando as diretrizes gerais do COFEN;

Executar as instruções e resoluções do COFEN; Expedir carteira e cédula de identidade profissional, indispensável ao exercício da

profissão, a qual tem validade em todo o território nacional; Fiscalizar e decidir os assuntos referentes à Ética Profissional impondo as penalidades

cabíveis; Elaborar a proposta orçamentária anual e o projeto de seu regimento interno,

submetendo-os a aprovação do COFEN; Zelar pelo conceito da profissão e dos que a exercem; Propor ao COFEN medidas visando a melhoria do exercício profissional; Eleger sua Diretoria e seus Delegados a nível central e regional; Exercer as demais atribuições que lhe forem conferidas pela Lei 5.905/73 e pelo COFEN.

2.3.- Sistema de Disciplina e Fiscalização

O Sistema de Disciplina e Fiscalização do Exercício Profissional da Enfermagem, instituído por lei, desenvolve suas atividades segundo as normas baixadas por Resoluções do COFEN. O Sistema é constituído dos seguintes objetivos:a) Área disciplinar normativa: Estabelecendo critérios de orientação e aconselhamento para o exercício da Enfermagem, baixando normas visando o exercício da profissão, bem como atividade na área de Enfermagem nas empresas, consultórios de Enfermagem, observando as peculiaridades atinentes à Classe e a conjuntura de saúde do país.b) Área disciplinar corretiva: Instaurando processo em casos de infrações ao Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, cometidas pelos profissionais inscritos e, no caso de empresa, processos administrativos, dando prosseguimento aos respectivos julgamentos e aplicações das penalidades cabíveis; encaminhando às repartições competentes os casos de alçada destas.c) Área fiscalizatória: Realizando atos e procedimentos para prevenir a ocorrência de Infrações à legislação que regulamenta o exercício da Enfermagem; inspecionando e examinando os locais públicos e privados, onde a Enfermagem é exercida, anotando as irregularidades e infrações verificadas, orientando para sua correção e colhendo dados para a instauração dos processos de competência do COREN e encaminhando às repartições competentes, representações.

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80 ANOS DA ABEn: UMA HISTÓRIA DE COMPROMISSO COM A ENFERMAGEM BRASILEIRA

 A Associação Brasileira de Enfermagem - ABEn, fundada em 12 de agosto de 1926, sob a persolidade jurídica que congraga enfermeiros, obstetrizes, técnicos e auxiliares de enfermagem e estudantes dos cursos de graduação e de educação profissional de nível técnico que a ela se associam, individual e livremente.

 É uma Entidade de âmbito nacional, de caráter não-governamental e de direito privado, reconhecida como de utilidade pública, conforme Decreto Federal nº 31.417/52, publicado no DOU de 11 de setembro de 1952. É filiada à Federación Panamericana de Profesionales de Enfermeria - FEPPEN, desde 1970, junto à qual representa a enfermagem brasileira.

 

REVISTA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM - REBEn

 Foi criada em 20 de maio de 1932 com a denominação de Anais de Enfermagem. Em 1954 passa a ser denominada Revista Brasileira de Enfermagem - REBEn.

 É um dos órgãos oficiais de divulgação da Associação Brasileira de Enfermagem e tem por finalidade divulgar a produção das diferentes áreas do saber de interesse da enfermagem, visando o desenvolvimento técnico-científico e cultural da profissão.

 Com periodicidade trimestral, a revista publica matérias inéditas, sob a forma de artigos, de resultados de pesquisa, atualização e de opinião. Coordenada pela Diretoria de Publicações e Comunicação Social da ABEn, a revista publica trabalhos selecionados pelo seu conselho Editorial, composto por pesquisadores de renome científico, mantendo uma grande preocupação com a qualidade da revista.

 Hoje, 80% dos seus trabalhos são fruto de investigação científica. segundo Araújo, 1995, "nesses 63 anos de existencia, a história da REBEn tem sido marcada por inúmeras dificuldades, mas também pela tenacidade e esforço, não só de seus editores e colaboradores , como também das diretorias da ABEn".

 A REBEn é financiada com recursos da venda de assinaturas e do programa de Apoio a publicações científicas do CNPq.

  

DIA NACIONAL DO ENFERMEIRO

 

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Instituído o dia do Enfermeiro pelo Decreto nº 2956 de 10/11/38 pelo Presidente Getúlio Vargas, sendo estabelecido para 12 de maio, nascimento de Florence Nightingale. 

 

 SEMANA BRASILEIRA DE ENFERMAGEM

 Instituída pelo Decreto nº 48.202 de 1960 pelo Presidente Juscelino Kubitschek,no intervalo de 12 a 20 de maio. Esse decreto estabelece que "no transcurso da Semana deverá ser dada ampla divulgação às atividades da enfermagem e posta em relevo a necessidade de congraçamento da classe em suas diferentes categorias profissionais, bem como estudados os problemas de cuja solução possa resultar melhor prestação de serviço ao público".

  

LOGOMARCA DA ABEn

 

 

Criado em 1958, na Gestão da Enfª Maria Rosa de Sousa Pinheiro; em 1959 é apresentado em sessão solene de abertura do XII CBEn, passando este distintivo a constar dos documentos oficiais da ABEn.  

 

BOLETIM INFORMATIVO

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Criado em 1958, publicação de divulgação agil com as Seções e os sócios com circulação trimestral.

 

          

 

 

 

HISTÓRIAA Enfermagem é constituída em sua maioria, por mulheres que realizam um trabalho coletivo na

área de saúde, aliando a um importante movimento de luta e organização profissional. Segundo

Carvalho (1976), as discussões sobre a criação de uma associação profissional remontam a

(1925). Ela relata que, em 1926, as primeiras Enfermeiras formadas pela Escola de Enfermagem

Ana Nery, no Rio de Janeiro, criaram a Associação Nacional de Enfermeiras Diplomadas.

Manteve esse nome até 1928, quando passou a ser dominada de Associação Nacional de

Enfermeiras Diplomadas, sendo, então, registrada juridicamente. Em 1954 recebeu o nome de

Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), conservando-o até os dias atuais.

A historia da ABEn retrata as lutas e as conquistas de um grupo de mulheres que conseguiram

manter viva e atuante uma associação que é conhecida e reconhecida nacional e

internacionalmente como legitima representante da classe.

Enfrentando toda uma gama de dificuldades, a ABEn chegou até os nossos dias como uma

entidade sólida e firme e, segundo Chritófao (1955) graças à “... dedicação, disponibilidade e

sabedoria de algumas Enfermeiras que foram potencializadas pela colaboração, cooperação e

participação de outras tantas – pessoas e instituições...”

A ABEn tem sido fator importante de evolução da Enfermagem e parceria das escolas de

Enfermagem brasileiras no desenvolvimento do conhecimento técnico e científico e cultural da

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profissão. Vale ressaltar algumas de suas realizações. Por muitos anos ela definiu as questões do

ensino de Enfermagem, elaborando projetos de lei, de ensino e levado ao congresso nacional

aprova-los. Trabalhou, por três décadas, para aprovação de lei que criou o sistema Conselho

Federal de Enfermagem e conselhos regionais de Enfermagem – COFEN/CORENS (Brasil,

1973). A partir da década de 1980, coincidindo com a abertura política em nosso país, a ABEn

passou a ser parceira de organizações sociais nas lutas em defesa da saúde da população e

integrar-se a outros processos sociais, lutando pela inclusão de novas concepções de saúde na

Constituição de 1988. (Brasil. 1988). Participou efetivamente dos Conselhos Nacionais,

Estaduais e Municipais de Saúde, dos fóruns de controle social das políticas de saúde instituída

pelo governo. Na década de 1990, enviou esforços para implantação da política de

profissionalização do atendente de Enfermagem, iniciados na década de 1960, que culminou na

assunção da problemática pelo Ministério da Saúde que elaborou e implantou projeto

Profissionalização dos Trabalhadores de Enfermagem, PROFAE (Brasil, 1998). Nessa mesma

década, a Associação incluiu o no artigo IV de seu novo estatuto “articular com organizações do

setor de saúde e da sociedade em geral na defesa e na consolidação de políticas e programas que

garantam a equidade, a universalidade e a integridade da assistência à saúde a população”

(ABEn, 1998 p.6), princípios básicos do Sistema Único de Saúde – SUS.

No final da década passada com visitas a consolidação do SUS, a ABEn iniciou trabalhos junto

ao Programa de Interiorização dos Trabalhadores de Saúde – Luta que continua na presente

década. Tudo isso foi construído por trabalho conjunto, em lugares distintos, em diferentes

instituições de saúde, como no dizer de Christófaro (1995) num “... quotidiano firmado de

coragem e fragilidade medos e persistência, recuos e avanços, perdas e esperanças ”.

Enquanto organização nacional, a ABEn buscou e conseguiu sua expansão criando Seções e

Regionais nos estados da federação. Hoje, de acordo com o seu estatuto, ela se constituiu em

ABEn Nacional com sede em Brasília, uma Seção de cada capital de estado e regionais em várias

cidades do país, (ABEn 1997).

A ABEn Seção Minas Gerais – ABEn MG - , foi a quarta Seção a ser criada tendo um expressivo

papel no desenvolvimento da ABEn Nacional. Nasceu com objetivo de “... congregar as

Enfermeiras, identificar seus maiores problemas e buscar solução âmbito da cidade Belo

Horizonte” (ABEn MG, 1947). Desde então, a entidade vem desenvolvendo em Minas Gerais,

Page 8: Entidades de Classe

trabalhos que propiciam a penetração e o reconhecimento da Enfermagem das diversas estruturas

da organização política, administrativa, jurídica da sociedade civil em geral.

A ABEn MG, cuja referencia pra seu trabalho são os objetivos e as finalidades da ABEN

Nacional, tem enviado esforços para que problemas da área da saúde e de Enfermagem com

características locais, regionais e estaduais sejam reconhecidos e solucionados. Nos documentos

oficiais da entidade. Documentos e Entidade é possível identificar muitos dos feitos e a

contribuição das Enfermeiras de minas para o crescimento da Enfermagem como profissão;

entretanto, essas informações não estão organizadas e sistematizadas, deixando muitas

interrogações sem respostas imediatas. Entre muitas duvidas, algumas questões passam a

merecer a atenção das autoras deste trabalho como nasceu e evoluiu a ABEn MG? Como tem

funcionado? Qual a Contribuição da ABEn MG para o desenvolvimento da enfermagem?

Desse modo pretendem-se, aqui, descrever a origem, o desenvolvimento de alguma contribuição

da ABEn MG para a Enfermagem mineira e brasileira. Entendem-se que o momento é propicio

para, na comemoração dos 75 anos da ABEn Nacional, buscar alguma luz que ilumine as

questões propostas uma vez que, com certeza, a ABEn MG serviu, juntamente com as demais

Seções e Regionais, de ancoradouro ou mesmo de alavanca para as realizações da ABEn

Nacional. Um forte indicio dessa contribuição vem da participação de Presidentes da Seção que

posteriormente assumiram cargos em questão da ABEn Nacional.

Fonte: Revista Brasileira de Enfermagem, V. 54, n.2, Abr./Jun.2001 p.305 - 315

http://abenmg.vilabol.uol.com.br/historia.htm

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Escolhida por votação

A história da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn - diretoria nacional, seções e regionais), na defesa de princípios éticos, políticos e técnicos na implantação do Serviço Único de Saúde (SUS) está imbricada com a defesa de um novo paradigma para o setor saúde brasileiro, o da busca da saúde como resultante da qualidade do bem viver, como direito de cidadania universal. É uma história de uma dura luta cotidiana, para a anulação dos poderes que se estabeleceram ao longo dos 500 anos da história do Brasil e conformaram a oferta de serviços de saúde seletivos, excludentes, direcionados aos interesses da manutenção da indústria de medicamentos e equipamentos girando em torno da doença. O SUS não é proposta ou privilégio de nenhum partido político. É uma conquista da sociedade brasileira que tomou vulto e forma a partir do movimento de democratização do país vivido nos anos 80. Tem como marco histórico mundial a Conferência de Alma Ata em 1978, a nacional a 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986 e marco jurídico legal os artigos 196 a 200 da Constituição Federal de 1980 e as leis 8080 e 8142/90. Falar de SUS no século XXI e das responsabilidades éticas, políticas e técnicas da ABEn no processo de sua consolidação, exige uma mirada, ainda que rápida, na realidade atual do Brasil, no SUS e na enfermagem que ajudamos a construir: O PIB brasileiro hoje é o menor da história nos últimos 50 anos. Isso significa desemprego, aumento da pobreza e da desigualdade social. Só perdemos para o Haiti na pior distribuição de renda; 53,1 milhões de brasileiros vivem abaixo da linha da pobreza, com vencimentos per capta inferiores a R$ 84,00 (cerca de U$ 40,00) reais por mês. Por ano, morrem 108.000 bebês, por causas evitáveis - a morte anunciada. Todos os dias renovamos o sentimento coletivo de revolta ao tomar conhecimento de ações/atividades de representantes legislativos que nos roubam o erário público. Vivemos nas cidades sofrendo de dengue, doença tão velha quanto lampião de queresone, que corremos o risco de voltar a usar. Nos escondemos atrás de muros altos da violência urbana, fruto da impunidade e da falta de perspectiva de futuro dos nossos jovens. O SUS tem avançado no controle social, na descentralização dos serviços, especialmente na atenção básica, onde a Enfermagem brasileira mostra sua força, compromisso e competência. Disso, não há como negar. Majoritariamente, é a enfermagem brasileira que tem dado sustentação às ações de promoção à saúde e prevenção de doenças neste país, apesar das adversas condições de trabalho e do não reconhecimento oficial dos poderes oficiais e da imprensa brasileira. Aqui há que se fazer uma observação: no universo da atenção básica e do gerenciamento dos SUS, é preciso instrumentalizar e empoderar as enfermeiras e enfermeiros para os desafios gerenciais na organização do SUS, especialmente nas ações gerenciais necessárias para a implantação da NOAS/01 (Norma Operacional da Assistência à Saúde), o acompanhamento dos indicadores da Atenção Básica, da Programação Pactuada Integrada Epidemiológica e da Assistencial, o Cartão SUS, Agenda da Saúde, da Atenção Básica, entre outros instrumentos de gerência. Gerenciar, organizar serviços de saúde e de enfermagem para a atenção básica é extremamente complexo. É preciso portanto que as academias de enfermagem incorporem nos seus conteúdo curriculares de graduação conhecimentos da gerência da atenção básica, assim como, as seções da ABEn devem urgentes organizar grupos de discussão deste conteúdo, tão necessário a uma

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prática contextualizada e resolutiva no cotidiano do trabalho em saúde. Voltando ao tema, quero lembrar que há SUS e "SUS". Há exemplos, neste imenso país, de dignidade e honradez na organização de sistemas municipais voltados para a garantia do acesso, qualidade e integralidade da atenção. Mas há também, em boa parte dos municípios brasileiros, prefeitos que, além de não repassarem recursos do município para o SUS, ainda desviam o que recebem do Ministério da Saúde. Os Governos estaduais continuam, apesar da Emenda Constitucional 29 a desconhecerem suas responsabilidades financeiras com o SUS. Os gestores municipais vêm, cada vez com mais premência, vivendo o conflito de não conseguir gerenciar a rede de prestadores hospitalares e de serviços complementares, que continuam a auto-selecionar seus atendimentos e mandando ao SUS uma conta no fim do mês cada vez maior. A conta da atenção recuperativa e de exames complementares continua a levar cerca de 80% dos recursos da saúde. Agrava esta conta a incorporação de novas técnicas e procedimentos de alta complexidade, sem o devido suporte financeiro para cobrir as despesas... Com apenas 20% para a atenção básica os centros de saúde continuam sucateados, feios, desaparelhados, sem recursos humanos e infraestrutura suficiente para atender à população com resolutividade e qualidade. Neste cenário que a enfermagem exerce sua prática social, lutando para a construção da cidadania no trato a saúde ou contribuindo para a manutenção da iniquidade. A ABEn como, entidade civil, de associação voluntária e civil, deste 1986, em Porto Alegre, assumiu, no preâmbulo de seu Estatuto, o compromisso ético, político e técnico de propor e defender políticas e programas que visem a melhoria da qualidade de vida da população, maior grau de resolutividade dos seus problemas de saúde e que garantam acesso universal e equânime nos Serviços de Saúde. Cumprindo este compromisso a ABEn tem estado ao lado das instâncias de poder formal e informal, construindo e contribuindo criticamente para modificar a realidade. Para transformar a realidade é preciso se misturar nela envolvendo-se, expondo-se e ajudando a fazer. Neste sentido é preciso registrar as críticas, feitas nos bastidores da elite da enfermagem brasileira, à pretensa adesão da diretoria da ABEn nacional aos programas do Ministério da Saúde. Essas críticas são fruto da ignorância do trabalho que a ABEn tem desenvolvido, apesar de todas as dificuldades que vem do esforço voluntário e não remunerado de sua presidentes e diretoras por todo o país. Independente do partido político que assumiu o poder no Brasil em todas as instâncias, compete ao Ministério da Saúde, às Secretarias de Estado e Secretarias Municipais gerenciar o SUS. E se a ABEn não se aproximar destas instâncias, buscando defender os interesses da maioria da população excluída e os interesses da enfermagem, estará, no mínimo, abrindo mão do poder de intervir. Discursos metafísicos ou cartas de intenção não mudam a realidade. São marcos de referência ideológica. É preciso buscar poder para intervir nas decisões, em todos as instâncias, independente dos partidos políticos que democraticamente as governam, mas sem contudo romper com os compromissos éticos e políticos que norteiam a ABEn. É preciso portanto que a ABEn- nacional, seções e regionais avancem nas relações de poder e na prática política, socialmente comprometida, que se dá nos gabinetes dos Ministérios, do Congresso Nacional, nas secretarias estaduais e municipais de saúde, nas assembléias legislativas e câmaras de vereadores do país. Mas que se dá também e principalmente nos espaços de controle social, como as conferências de saúde e os conselhos de saúde, onde a presença da ABEn é

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fundamental para a construção da cidadania, não mais regulada, mas construída nas raízes da vida brasileira... Mais que atores que representam papéis precisamos ser autores da história da saúde pública brasileira. História, transformações, reformas não se fazem sem lutas, sem rompimentos, sem negociações, sem pactuações. As pessoas que assumem cargos na ABEn em todo o país não podem fugir da autoria de novos capítulos voltados para a transformação social que este país precisa. Fazer política, dentro e em nome da ABEn, não partidária, mas no estrito senso da palavra: defender democracia, igualdade, liberdade, fraternidade universal. Omitir-se, ficar de fora do processo político, é perder a oportunidade de ajudar a mudar o mundo, mesmo com todos os riscos a que se expõe. O SUS está aí, em construção... Cabe a ABEn, suas diretoras e associadas apoiar, transformar, concretizar programas e projetos que ampliem o acesso e a qualidade da atenção à saúde. Ou transformá-los, desde sua concepção e implantação. Sermos sujeitos e autores na construção mágica e ao mesmo tempo rude e crua da sociedade brasileira, que queremos voltada para a igualdade nos direitos sociais. Esta é a tarefa das associadas, diretoras e diretores da ABEn. Sermos pedreiras, lavradoras, costureiras e bordadeiras de serviços de saúde resolutivos e equânimes. Ajudar a adoçar a vida plena de todos, especialmente dos excluídos, que nos vem através do SUS. Esta é a nossa principal agenda política. E a favor dela temos de estar todos: intelectuais, docentes, enfermeiros assistenciais, estudantes, técnicos e auxiliares de enfermagem associados e diretores da ABEn. Envolver a comunidade de enfermagem nesta luta coletiva de construção da cidadania com ética e competência profissional é a tarefa da ABEn em todo o país. Ontem, hoje e sempre.

Maria Jose Moraes Antunes - Diretora de Assuntos Profissionais da ABEn Nacional-1996-1998, 1998-2001.

Page 12: Entidades de Classe

____http://www.fen.ufg.br/revista/revista3_2/aben.html

Page 13: Entidades de Classe

http://www.abennacional.org.br/centrodememoria/construcao_social_da_aben.pdf

Page 14: Entidades de Classe

História do COFEN - Conselho Federal de Enfermagem

Publicação: 30-06-2006 – Resolução nº 242 de 31 de agosto de 2000.

Um grupo de enfermeiros recebeu, em 23 de abril de 1975, o desafio de eleger e instalar, no prazo de um ano o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Enfermagem, em cumprimento a lei nº 5.905 de 12 julho de 1973.

Em 22 de abril de 1976 a missão estava cumprida, com a eleição e instalação do COFEN e de 22 Conselhos Regionais; viabilização de recursos financeiros em contas bancárias próprias, providas por sistema de arrecadação em âmbito nacional; sedes em imóveis locados sob contratos, equipamentos e materiais indispensáveis ao correto atendimento do serviço; pessoal treinado para o desempenho das tarefas afins e baixados os provimentos fundamentais necessários à autarquia para o desempenho de suas competências.

O Conselho Federal de Enfermagem (OFEN) e os seus respectivos Conselhos Regionais (COREN’s) foram criados em 12 de julho de 1973, por meio da lei 5.905. Juntos eles formam o Sistema COFEN/COREN’s. Estão subordinados ao Conselho Federal todos os 27 conselhos regionais localizados em cada estado brasileiro.

Filiado ao Conselho Internacional de Enfermeiros, em Genebra, o COFEN existe para normatizar e fiscalizar o exercício da profissão de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, zelando pela qualidade dos serviços prestados pelos participantes da classe e pelo cumprimento da lei do Exercício Profissional.

Atualmente, o órgão é presidido pelo Dr. Manoel Carlos Néri da Silva que, desde 23 de outubro de 2007, ao assumir o cargo, busca não apenas o crescimento do Conselho, mas o reconhecimento e a valorização da profissão. A sede do COFEN está situada na Rua da Glória, 190/12º, na Glória, Rio de Janeiro.

As principais atividades do COFEN são:

Normatizar e expedir de instruções para uniformidade de procedimentos e bom entrosamento dos Conselhos Regionais;

Apreciar as decisões dos COREN’s;

Aprovar as contas e propostas orçamentárias, remetendo-as aos órgãos competentes;

Promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento profissional.

Os Conselhos Federal e Regionais de Enfermagem constituem um seu conjunto autarquias federais, vinculadas ao Ministério do Trabalho e Previdência Social e tem seu escritório central em Brasília.

Os Conselhos Regionais de Enfermagem são dirigidos pelos próprios inscritos, que formam uma chapa e concorrem a eleições. O mandato dos membros do COFEN/COREN’s é honorífico e tem duração de três anos, com direito a apenas uma reeleição. A formação da plenária do COFEN é composta pelos funcionários (profissionais) que são eleitos pelos presidentes dos COREN´s dos COREN’s. A manutenção do Sistema COFEN/COREN’s, é feita através de arrecadação de taxas

Page 15: Entidades de Classe

emolumentos por serviços prestados, anuidades, doações, legados e outros, dos profissionais inscritos nos COREN’s. O sistema COFEN/COREN’s são entidades públicas de direito privado vinculadas ao Poder Executivo, na esfera da fiscalização do exercício profissional. O objetivo primordial é zelar pela qualidade dos profissionais de Enfermagem, pelo respeito ao Código de Ética dos profissionais de enfermagem e cumprimento da Lei do Exercício Profissional.

As competências do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), órgão normativo e de decisão superior são:

normatizar e expedir instruções, para uniformidade de procedimento e bom funcionamento dos Conselhos Regionais;

Esclarecer dúvidas apresentadas pelos COREN’s; apreciar decisões dos COREN’s, homologando, suprindo ou anulando atos praticados por este;

Aprovar contas e propostas orçamentárias de autarquia, remetendo-as aos órgãos competentes;

Promover estudos e campanhas para aperfeiçoamento profissional;

Exercer as demais atribuições que lhe foram conferidas por lei.

O sistema de disciplina e fiscalização do exercício profissional de enfermagem, instituído por lei, desenvolve suas atividades segundo as normas baixadas por resoluções do COFEN, o sistema é constituído dos seguintes objetivos:

Área disciplinar normativa: estabelece critérios de orientação e aconselhamento, para o exercício da Enfermagem, baixando normas, visando o exercício da profissão, bom como atividade na área de Enfermagem nas empresas, consultórios de Enfermagem, observando as peculiaridades atinentes à classe e a conjuntura de saúde no país;

Área disciplinar corretiva: instaura processos em caso de infrações ao Código de Ética do profissional de enfermagem, cometidas pelos profissionais inscritos e, no caso de empresa, processos administrativos, dando prosseguimento aos respectivos julgamentos e aplicações das penalidades cabíveis, encaminhando às repartições competentes aos casos de alçada destas;

Área de fiscalização: realiza atos e procedimentos para prevenir a ocorrência de infrações à legislação que regulamenta o exercício da enfermagem, inspecionando e examinado os locais públicos e privados, onde a enfermagem é exercida, anotando as irregularidades e infrações verificadas, orientando para sua correção e colhendo dados para instauração dos processos de competência do COREN e encaminhando às repartições, representações.

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