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N Alcanena Louriceira Vaqueiros Pernes São Vicente do Paul Vale de Figueira Santarém R i o T e j o Amiais de Baixo 0 10 km “Alviela… antes de mergulhares no Tejo, depois de saíres da serra, que maravilhas guardas?” Entidade promotora: Clube Bio-Ecológico Amigos da Vida Selvagem Com o apoio de:

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Page 1: Entidade promotora: Clube Bio-Ecológico Amigos da Vida ... · O Rio Alviela nasce no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, no Concelho de Alcanena, freguesia da Louriceira

N

Alcanena

Louriceira

Vaqueiros

Pernes

São Vicente do Paul

Vale de Figueira

Santarém

R io

Tejo

Amiais de Baixo

0 10 km

“Alviela… antes de mergulhares no Tejo, depois de saíres da serra, que maravilhas guardas?”

Entidade promotora:

Clube Bio-Ecológico

Amigos da Vida

Selvagem

Com o apoio de:

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Clube Bio-Ecológico “Amigos da Vida Selvagem”

Endereço: Rua Dr. Carlos Nunes Ferreira – Centro Cívico do Movimento Associativo – Apartado 206

C. Postal: 2380-064 Alcanena Telefone e Fax: 249 891 431 Telemóvel: 91 621 42 98 E-Mail: [email protected]

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Alviela – da serra à lezíria

AVS 2010 - 3 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

1. Descrição da Entidade Promotora

O Clube Bio-Ecológico “Amigos da Vida Selvagem” - AVS é uma Associação

de Defesa do Ambiente, sem fins lucrativos, sedeada em Alcanena desde 1989. Um dos

objectivos desta associação passa por promover os valores naturais da região através de

acções de Sensibilização e Educação Ambiental (EA), bem como de estudos de

Investigação/Conservação.

Para além das Aulas de Educação Ambiental leccionadas nos Agrupamentos de

Escolas de Alcanena, Minde, Pernes e Alcanede, durante as Actividades de

Enriquecimento Curricular, existem outros projectos de EA. Um deles é os “Jovens

Investigadores da Natureza – Monitorização do Rio Alviela”. O objectivo foi

monitorizar o Rio desde a sua Nascente até à Foz, de modo a tentar descobrir o seu

estado de conservação. Esta monitorização foi feita pelos alunos da Escola Secundária

de Alcanena e da Escola EB2,3 D. Manuel I, de Pernes, na qual foram feitas recolhas e

análises à qualidade da água e do solo. Por outro lado, foi também estudada a

diversidade biológica da fauna e flora existentes. Este projecto foi financiado pela

Ciência Viva e teve o apoio da Câmara Municipal de Alcanena, da Câmara Municipal

de Santarém e do Centro Tecnológico das Indústrias do Couro.

O Clube promove também Saídas de Campo com o objectivo de observar e

identificar a fauna e flora da região, Cursos de Iniciação (e.g., Iniciação ao Estudo das

Aves, Iniciação ao Estudo da Flora). Na Secção Aventura realizam-se cursos e

baptismos de Voo Livre em Parapente, e na Secção de Astronomia é possível observar o

mapa celeste e identificar as principais constelações, galáxias e planetas.

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Alviela – da serra à lezíria

AVS 2010 - 4 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

2. Enquadramento do Rio Alviela

O Rio Alviela nasce no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, no

Concelho de Alcanena, freguesia da Louriceira e desagua na margem direita do Rio

Tejo, perto de Vale de Figueira, no Concelho de Santarém. Ocupa uma extensão de

cerca de 40 km. A sua nascente é a mais importante nascente cársica do país, localizada

na transição entre o Maciço Calcário Estremenho e a Bacia Terciária do Baixo Tejo, na

base de uma escarpa, local conhecido por Olhos de Água, cuja bacia de alimentação está

estimada em cerca de 180 km2. “A água que brota da nascente é originária da chuva

que se precipita e se infiltra no Planalto de Santo António e é conduzida até este local

por uma complexa rede de galerias subterrâneas que constituem centenas de grutas

existentes na região” (Guia de Percursos Pedestres do PNSAC, 2006).

O Alviela foi outrora um rio de águas transparentes, de elevada biodiversidade e

fonte de trabalho e lazer para as populações ribeirinhas. Do rio tiravam o sustento

muitos pescadores, muitas lavadeiras lavavam a roupa, e constituía o orgulho das

populações da região; “Onde hoje se amontoam ruínas e lembranças pescavam homens

graúdos, nadavam nus os miúdos, vinham turistas de Lisboa comer melão e assar peixe

à beira do rio” (in Pública, 17 Julho de 2005). Ao longo do rio várias azenhas movidas

pela força da água serviram as gerações de moleiros. Também figuras ilustres como

Camões e Bocage por ali passaram, chamando-lhe este último “gárrulo Alviela”.

A partir de 1880 e durante muitas décadas, constituiu a principal fonte de

abastecimento de água para a cidade de Lisboa. Contudo, o desenvolvimento das

indústrias de curtumes no Concelho de Alcanena, que na década de 70 chegou mesmo a

atingir cerca de 80% da produção nacional de curtumes, alterou drasticamente o

ecossistema fluvial, e o Alviela transformou-se num dos rios mais poluídos de Portugal.

As descargas industriais passaram a ser diárias e directas para o rio ou seus afluentes.

Alguns anos mais tarde, e com avanços e recuos, construiu-se uma das primeiras

ETAR’s de resíduos industriais do país, na zona de Alcanena. Contudo, passados mais

de 15 anos, esta já não dá resposta às necessidades básicas de tratamento dos resíduos e

de vez em quando são feitas descargas directamente para o Rio, causando a morte de

milhares de peixes. Entretanto, ao longo do troço médio do Rio Alviela (no Concelho de

Santarém) foram-se instalando várias suiniculturas, vacarias, aviários, etc., contribuindo

imenso para a poluição e destruição deste Ecossistema. Apesar de tudo, alguns troços do

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Alviela – da serra à lezíria

AVS 2010 - 5 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

Rio encontram-se bastante bem preservados, e o Alviela apresenta um património

natural e cultural únicos, de grande importância, pelo seu enquadramento geográfico e

história de ligação às populações, que urge preservar, fazendo parte da sua memória

colectiva.

3. Património Natural

Relativamente aos valores naturais, destacam-se várias espécies como, a Garça-

real (Ardea cinerea), Garça-branca (Egretta garzetta), Goraz (Nycticorax nycticorax),

Cegonha-branca (Ciconia ciconia), Peneireiro-cinzento (Elanus caeruleus), Milhano

(Milvus milvus), Milhafre-preto (Milvis migrans), Águia-cobreira (Circaetus gallicus),

Tartaranhão-ruivo-dos-pauis (Circus aeruginosus), Águia-calçada (Hieraaetus

pennatus), Guarda-rios (Alcedo atthis), Galinha-de-água (Gallinula chloropus), entre

outras espécies de passeriformes e anatídeos (patos).

Quanto aos mamíferos, merece grande destaque a colónia de morcegos

cavernícolas perto da nascente do Alviela, onde existem 12 espécies de morcegos (das

quais 9 estão ameaçadas), como os Morcegos-de-ferradura (Rhinolophus sp.), morcego-

rato-grande (Myotis myotis), Morcego-rato-pequeno (M. blythii) e Morcego-lanudo (M.

emarginatus). Esta é aliás, a única colónia de criação conhecida em Portugal para o

Morcego-lanudo. Para além da sua grande importância ecológica, ao permitirem um

controlo eficaz das populações de insectos, os morcegos cavernícolas são

particularmente sensíveis a todos os tipos de perturbações, pelo que deve ter-se o maior

cuidado na preservação do seu habitat. Ao longo do rio e nas suas margens, podemos

encontrar outros mamíferos como a Lontra (Lutra lutra), a Geneta (genetta genetta), o

Toirão (Mustela putorius), a Raposa (Vulpes vulpes), o Saca-rabos (Herpestes

ichneumon), o Texugo (Meles meles) e o Javali (Sus scrofa) cuja presença é

fundamental para o equilíbrio deste ecossistema.

Relativamente às espécies de peixes que aqui se podem encontrar destaque para

a Carpa (Cyprinus carpio), Bordalo (Squalius alburnoides), Boga (Chondrostoma sp.),

Barbo (Barbus bocagei), Enguia (Anguilla anguilla), Fataça (Liza ramada), etc.

Quanto à estrutura da vegetação, a galeria apresenta-se muito heterogénea no seu

total, com troços bastante representativos daquilo que é um ecossistema bem

conservado, de grande importância para a fauna, alternados por outros praticamente sem

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vegetação marginal onde as chuvas e o elevado volume do caudal chegaram a arrancar

pedaços de margem.

O estrato arbóreo, apesar de algumas manchas bastante bem preservadas,

apresenta muitas interrupções e é mesmo ausente nalguns pontos, quer devido à

utilização das margens pelas populações quer devido à sua erosão. É constituído por

indivíduos das seguintes espécies: Amieiro - Alnus glutinosa (em pequenos grupos ou

indivíduos isolados), Freixo - Fraxinus angustifolia (é esta e espécie que constitui os

corredores ripícolas mais bem preservados), Choupo negro - Populus nigra e várias

espécies de Salgueiro arbóreas (Salix sp.).

Nas zonas adjacentes ao corredor fluvial ocorrem ainda manchas arbóreas de

grande importância ecológica, como vestígios de carvalhal de Carvalho-cerquinho

(Quercus faginea subsp. broteroi), e de bosques de Sobreiros (Quercus suber), relíquias

do antigo coberto arbóreo. Associada a estes resquícios de bosque encontramos

frequentemente a Gilbardeira (Ruscus aculeatus).

O estrato arbustivo acompanha nalguns pontos o freixial mais bem preservado,

onde é constituído por espécies lianóides (Smilax aspera, Tamus communis e Calystegia

sepium), Viburno (Viburnum tinus), Aroeira (Pistacia lentiscus), Loureiro (Laurus

nobilis), entre outras, enquanto que na maioria do troço do rio, quando está presente é

constituído por alguns Salgueiros, como a Borrazeira-negra (Salix atrocinerea) ou

Borrazeira-branca (Salix salviifolia subsp. australis).

Os Caniçais de Phragmites australis e Arundo donax são muito abundantes

nalguns troços do rio, onde frequentemente constituem a única vegetação ripícola

existente.

Nas margens, principalmente no estrato herbáceo, ocorre por vezes um elevado

número de espécies ruderais, geralmente associadas às culturas e usos dos terrenos

adjacentes ao rio. São muito frequentes os arrelvados de gramíneas rasteiras como o

Cynodon dactylon ou Paspalum paspalodes.

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Alviela – da serra à lezíria

AVS 2010 - 7 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

4. Património Cultural

Moinhos e Azenhas

Ao longo do Alviela encontram-se vários moinhos de água de roda vertical,

denominados de Azenhas, e alguns também de roda horizontal (rodízios), embora os

primeiros sejam os mais comuns, e também algumas ruínas de fábricas de curtumes do

início do séc. XX. A palavra moinho vem do latim molinu que designa qualquer

mecanismo destinado a moer grãos e esmagar determinadas matérias para lhes extrair o

suco, neste caso, servia para moer os grãos de cereais para se fazer farinha,

essencialmente de milho, que servia para fazer a broa que era a base de alimentação

daquela época (época medieval)

Os moinhos de água foram introduzidos em Portugal pelos Romanos, e o seu

funcionamento baseia-se no aproveitamento da força das águas, que ao entrarem em

contacto com a azenha fazem-na rodar. Esta, por sua vez, através de uma série de

engrenagens, faz movimentar as mós que moem os cereais.

Todas estas Azenhas se encontram abandonadas e em ruínas, à excepção de

uma, a antiga Azenha do Moseiro que começou a laborar em 1850, hoje denominada de

Moagens Pitorro, utilizando tecnologia mais avançada.

No séc. XV, sabe-se que existiam só em Pernes 11 moinhos e azenhas. Existe

também um Moinho Manuelino, datado do séc. XVI, e cuja tradição diz que Camões foi

visitante desse moinho. Com o desenvolvimento industrial, muitos destes moinhos

foram adaptados para serralharias, fábricas de torneados, etc., mas cujas ruínas se

amontoam hoje nas margens do Alviela. Também a poluição deste rio foi uma das

causas para o seu abandono (http://www.scmpernes.pt/01_moinho2.htm).

Assim, com o evoluir das tecnologias e a mudança de hábitos alimentares, estes

moinhos ficaram esquecidos no tempo, e onde hoje se amontoam ruínas, muitas

gerações de moleiros por ali passaram. Por isso, convém não esquecer que estes

moinhos são parte integrante da história e da vida destas gentes, e que por isso temos o

dever de preservar essa memória.

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Alviela – da serra à lezíria

AVS 2010 - 8 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

Aqueduto do Alviela

No dia 3 de Outubro de 1880 o rei D. Luís presidiu à chegada as águas do Rio

Alviela ao reservatório dos Barbadinhos, a Sta. Apolónia, após uma década de custosos

trabalhos para abertura e instalação do mais extenso aqueduto europeu de águas

canalizadas. Desde esse dia Lisboa passou a receber um caudal diário de 20.000 m3 de

águas captadas logo na nascente do rio, nos Olhos de Água. 94 túneis, 110 pontes e 51

casas de sifão davam passagem às águas do Aqueduto do Alviela, construído em

pozzolana dos Açores, encanamento de 1,30m de diâmetro, possibilitando a vazão de 40

milhões de litros/24horas, com uma extensão de 114 km (Santa Casa da Misericórdia

de Pernes – Alviela 2005 – Retrato de um rio, enquanto esgoto).

Só nos finais de séc. XX, aquando da inauguração do Sistema de Abastecimento

de Castelo de Bode, o Aqueduto do Alviela deixou de ser o principal abastecedor de

água a Lisboa.

5. Legislação dos Recursos Hídricos

As preocupações com os recursos hídricos estão incluídas no quadro legislativo

desde há muito tempo. A nível nacional as bases legislativas para a gestão dos recursos

hídricos foram estabelecidas com o conceito do Domínio Público Hídrico, consignado

no Código Civil de 1867. Posteriormente, em 1971, foram estabelecidas as noções de

leito, margem e da sua largura, e de Zona Adjacente (alterada em 1987) sendo esta

última figura aplicável à “área contígua à margem de um rio que se estenda até à linha

alcançada pela maior cheia que se produza no período de um século”. Estas zonas estão

sujeitas a restrições de utilidade pública, para um mais eficaz controlo das suas

utilizações e actuação preventiva no caso de cheias extraordinárias dos rios.

Internacionalmente, são vários os documentos que referem a necessidade de uma

gestão integrada dos recursos hídricos, valorizando a sua componente ambiental a par

da social e económica. Recentemente, com o intuito de reunir e integrar toda a

normativa europeia respeitante à gestão de recursos hídricos, a Directiva-Quadro da

Água (DQA), aprovada em 2000, pretende, em primeira instância, evitar a continuada

deterioração das águas comunitárias e exige a realização de Planos de Gestão de Bacia

Hidrográfica, centralizados em atingir o objectivo ambiental do “bom estado” das águas

comunitárias antes do ano 2015. Para as águas superficiais o “bom estado” pressupõe

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Alviela – da serra à lezíria

AVS 2010 - 9 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

que as águas atinjam um “bom estado ecológico” assim como um “bom estado

químico”. O conceito de “bom estado ecológico” concede especial importância ao papel

dos ecossistemas no ciclo hidrológico, ampliando os objectivos actuais, que se centram

na qualidade desde um ponto de vista unicamente físico e químico, a factores como a

quantidade de água, as condições do habitat e o estado das comunidades biológicas. A

DQA veio reforçar ainda mais a importância que os sistemas fluviais possuem.

6. Objectivo da actividade

A actividade tem como objectivo dar a conhecer o percurso do Rio Alviela da

nascente à foz (da serra à lezíria), os aspectos geológicos, biológicos (fauna e flora),

património cultural associado (azenhas, moinhos e aqueduto) e a relação do Homem

com o rio (agricultura, industrias vs poluição).

7. Descrição da Actividade

A actividade iniciar-se-á na Nascente do rio Alviela onde serão abordados os

aspectos Flúvio - Cársicos inerentes a esta. Far-se-á também uma breve abordagem

sobre o aqueduto das águas livres, importante abastecedor de água à cidade de Lisboa

desde 1880.

Durante o percurso far-se-ão várias paragens onde será abordada a importância

do rio como fonte de recursos de gerações passadas. Realizar-se-ão várias análises à

qualidade da água em vários pontos do Alviela para sensibilizar os participantes para a

problemática deste rio - poluição por indústrias e explorações agro-pecuárias.

Na área da biologia, serão apresentados alguns aspectos da biodiversidade (fauna

e flora) ao longo das margens do rio.

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Alviela – da serra à lezíria

AVS 2010 - 10 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

ANÁLISES DA QUALIDADE DA ÁGUA

Pretende-se com esta Actividade comparar a qualidade da água do Rio Alviela em

diferentes locais: 1) Perto da Nascente (na praia fluvial); 2) No troço médio do rio

(Pernes); 3) Foz do Alviela. Esta análise será feita através da utilização de vários Kit’s,

que permitem analisar os diferentes parâmetros biológicos e físico-químicos,

nomeadamente:

pH Temperatura Odor Cor (aparência) Turvação Oxigénio Dissolvido Nitratos Fosfatos Crómio Sulfuretos Bactérias coliformes

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Alviela – da serra à lezíria

AVS 2010 - 11 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

REGRAS BÁSICAS DE SEGURANÇA

Antes de se iniciarem as análises são necessárias algumas regras de segurança, como:

• Todas as partes da pele que possam estar em contacto com a água deverão estar

cobertas. Vista luvas e botas, se necessário.

• Evite levar as mãos aos olhos, nariz ou à boca durante a manipulação dos

reagentes e da realização dos testes

• Lave sempre as mãos após cada teste

• Não se aproximar muito das margens do rio

• Se tiver alguma dúvida, fale com um dos guias

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Alviela – da serra à lezíria

AVS 2010 - 12 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

AVALIAÇÃO DO ODOR DA ÁGUA O odor da água pode ser provocada por:

• Decaimento de plantas ou algas; • Esgotos; • Desperdícios industriais, agrícolas ou domésticos; • Solo desgastado ou com muito uso.

PROCEDIMENTO

ODOR DA ÁGUA

1. Recolha uma amostra de água num recipiente de grande capacidade.

2. Afaste o ar junto à superfície da água, com a sua mão e em direcção ao seu nariz.

3. Use a tabela de dados para descrever o odor que sentiu.

4. Registe o tipo e intensidade (fraco, distinto ou forte) do odor sentido, na tabela de dados.

ODORES POTENCIAIS POLUENTES Enxofre Pode indicar poluentes orgânicos, tais como descargas industriais ou

domésticas Almiscarado Pode indicar a presença de descargas de esgotos, decaimento de algas

ou decomposição de matéria orgânica Amargo Pode indicar a presença de poluição industrial ou de pesticidas Cloro Pode indicar a presença de efluente com excesso de cloro ou de

indústria química Desconhecido Não necessariamente a indicação de água limpa. Muitos pesticidas e

herbicidas agrícolas possuem odores próprios e pouco comuns.

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Alviela – da serra à lezíria

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ANÁLISE À TURVAÇÃO

A análise à Turvação da Água também é uma forma de saber se água está poluída ou

não. A Turvação da água é causada por partículas em suspensão, como poeiras,

bactérias e outras matérias orgânicas e inorgânicas.

A Turvação não pode ser confundida com a coloração da água, uma vez que águas

profundas são escuras mas podem estar limpas e não tem nada a ver com a turvação.

A água de um rio pode ficar turva quando por exemplo, pela acção da chuva o solo

sofre erosão e ficam em suspensão muitas partículas de solo na água, como areias,

argilas, etc. Também o rápido e invulgar desenvolvimento de algas muito pequenas e

de outras bactérias contribui para a turvação da água.

PROCEDIMENTO

1. Encha um tubo de turvação com água da amostra até à linha

2. Coloque a base do tubo na zona específica do cartão de padrões

3. Observe a partir de cima, e através do tubo, o pequeno disco de Sechi sobre o mesmo

4. Compare a aparência do disco de Sechi sobre o tubo, com os restantes discos gravados no cartão. Cada um desses pequenos discos indica o valor em JTU (Jackson Turbidity Units)

TURVAÇÃO (JTU) CLASSES DA QUALIDADE DA ÁGUA

0 Excelente > 0 a 40 Boa

> 40 a 100 Razoável > 100 Má

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Alviela – da serra à lezíria

AVS 2010 - 14 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

ANÁLISE ÀS BACTÉRIAS COLIFORMES

As Bactérias Fecais Coliformes existem naturalmente no sistema digestivo humano,

mas são raras ou até ausentes em águas não poluídas. Não se devem encontrar estas

bactérias nas águas que bebemos. A sua presença indica que essa água está contaminada

por fezes, através por exemplo de esgotos domésticos. Embora as bactérias coliformes

por si só não sejam prejudiciais à saúde, elas podem tornar-se patogénicas no sistema

intestinal humano e logo serem perigosas para a saúde.

Os rios são muitas vezes poluídos com estas bactérias, através por exemplo das

descargas dos esgotos domésticos.

Este teste indica se temos mais ou menos de 20 colónias de bactérias coliformes por 100

ml de água do rio.

BACTÉRIAS COLIFORMES FECIAS POR 100 ML DE ÁGUA

Desejável Permissível Uso da água 0 0 Potável <200 <1000 Contacto primário (piscinas) <1000 <5000 Contacto secundário (locais de pesca)

Reacção coliforme

As pastilhas coliforme contêm nutrientes que suportam o crescimento de bactérias

coliformes, uma substância gelatinosa e um indicador de pH. Se houver presença de

organismos coliformes na amostra, será formado um gás resultante do metabolismo dos

nutrientes da pastilha. O gás será absorvido pela substância gelatinosa que irá provocar

uma elevação em altura, no tubo de ensaio.

O indicador de pH poderá mudar de cor vermelho para amarelo por cada evidência de

actividade de bactérias coliformes.

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Alviela – da serra à lezíria

AVS 2010 - 15 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

NEGATIVO POSITIVO • O líquido acima do gel é claro • Formam-se muitas bolhas de gás • O gel mantém-se no fundo do tubo • O gel sobe ao longo do tubo • O indicador mantém-se vermelho

ou torna-se amarelo sem bolhas de gás

• O líquido acima do gel é turvo

• Indicação de menos de 20 colónias por 100 ml de água num só tubo ou menor que 2 colónias por 100 ml por cada 5 tubos

• Indicação superior de 20 colónias coliformes por 100 ml de água num só tubo de ensaio ou menos de 2 por cada 100 ml de água em 5 tubos de ensaio

PROCEDIMENTO

1. Encha o tubo até à marca de 100 ml

2. Coloque a tampa

3. Mantenha o tubo direito de modo a manter a pastilha no fundo do mesmo

4. Permita uma incubação do tubo (sempre em pé) à temperatura ambiente durante 48 horas. Mantenha o tubo afastado de luz directa ao sol

5. Compare o conteúdo do seu tubo com a tabela de cores de bactérias coliformes.

RESULTADO CLASSE DE QUALIDADE DA ÁGUA Negativo Boa Positivo Má

PROCEDIMENTO PARA DESCARTAR OS RESTOS DA AMOSTRA

1. Tubo a tubo, remova a tampa e adicione 1 ml de detergente doméstico à base de cloro e volte a por de novo a tampe

2. Mantenha o tubo direito durante 4 horas

3. Descarte os tubos fechados para o lixo. Nunca abra os tubos.

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Alviela – da serra à lezíria

AVS 2010 - 16 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

ANÁLISE À TEMPERATURA

A Temperatura é um parâmetro muito importante na qualidade da água. A Temperatura

afecta a quantidade de oxigénio dissolvido na água, a eficácia da fotossíntese pelas

plantas aquáticas, e a sensibilidade dos organismos aos resíduos tóxicos, parasitas e

doenças. Os resíduos industriais podem induzir alterações na temperatura que irão

afectar o equilíbrio dos ecossistemas aquáticos.

Uso do termómetro

São incluídos 2 termómetros, sendo o mais pequeno para medir temperaturas mais

baixas. O valor exacto é mostrado pela cor verde da janela de cristal líquido.

Usualmente essa cor verde está entre a azul e a vermelha esbatida.

PROCEDIMENTO

1. Meça a temperatura, colocando o termómetro um pouco abaixo da superfície da água (cerca de 10 cm), durante um minuto

2. Retire o termómetro da água e leia a Temperatura (em º C) que ele regista

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Alviela – da serra à lezíria

AVS 2010 - 17 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

ANÁLISE AO OXIGÉNIO DISSOLVIDO

A Água é composta por Oxigénio e Hidrogénio, dois elementos químicos que também

existem na atmosfera e que são importantes para a vida animal e vegetal.

O Oxigénio Dissolvido (OD) na água origina-se de duas fontes: do oxigénio da

atmosfera dissolvido diretamente e no oxigénio proveniente da fotossíntese de plantas

aquáticas.

A quantidade de oxigénio dissolvido num rio reflecte o bom estado deste ecossistema

aquático, porque tanto os peixes, como os invertebrados, plantas e bactérias aeróbicas

necessitam de oxigénio para respirar. Por isso quanto mais oxigénio dissolvido

existir num rio, maior será a capacidade de este suportar vida animal.

São vários os factores que influenciam o OD da água: Temperatura (quanto mais fria,

menor a % de OD na água); águas paradas, em açudes e lagos possuem menor

quantidade de OD na água; também as actividades humanas podem alterar estas

características e afectar negativamente a qualidade da água de um rio.

A percentagem de saturação de Oxigénio dissolvido é uma medida muito importante

para analisar a qualidade da água. Quanto maior for esse valor, melhor será a

qualidade dessa água.

PROCEDIMENTO

1. Encha o tubo com água da amostra, até transbordar.

2. Coloque 2 pastilhas para medir o Oxigénio

Dissolvido dentro do tubo

3. Tape cuidadosamente o tubo com a tampa, tendo a atenção

para não ficar bolhas de ar 4. Agite muito bem o tubo, invertendo-o e

agitando-o até que as pastilhas fiquem completamente desintegradas. Demorará cerca de 4 minutos

5. Espere mais 5 minutos até a cor começar a aparecer

6. Compare a cor da amostra com as cores presentes no cartão de controlo.

Registe o valor em ppm de Oxigénio Dissolvido

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Alviela – da serra à lezíria

AVS 2010 - 18 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

PERCENTAGEM DE SATURAÇÃO

Relacione o valor da Temperatura (ºC) calculada anteriormente com o valor do

Oxigénio Dissolvido (ppm) e a partir da tabela abaixo obterá a percentagem de

Saturação.

% DE SATURAÇÃO DE OXIGÉNIO

DISSOLVIDO CLASSES DA QUALIDADE DA ÁGUA

91 – 110 % Saturação Excelente 71 – 90% Saturação Boa 51 – 70% Saturação Razoável

< 50% Saturação Má

Temp. (ºc) 0 ppm 4 ppm 8 ppm

2 0 29 58

4 0 31 61

6 0 32 64

8 0 34 68

10 0 35 71

12 0 37 74

14 0 39 78

16 0 41 81

18 0 42 84

20 0 44 88

22 0 46 92

24 0 48 95

26 0 49 99

28 0 51 102

30 0 53 106

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Alviela – da serra à lezíria

AVS 2010 - 19 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

ANÁLISE AOS NITRATOS

Os Nitratos são nutrientes que as plantas e os animais aquáticos necessitam. A

decomposição de plantas e animais mortos, bem como as excreções (fezes) dos animais

vivos libertam nitratos para o meio aquático. Mas o excesso de nitratos num rio faz com

que as plantas, as bactérias e as algas cresçam muito, diminuindo assim a quantidade de

oxigénio disponível para os animais aquáticos.

A utilização de fertilizantes para a agricultura contribui imenso para o excesso de

nitratos num rio, e tem como consequência a diminuição do oxigénio disponível

para os animais aquáticos.

PROCEDIMENTO

1. Encha o tubo de ensaio até à linha de 5 ml

2. Adicione uma pastilha de Nitrate #1

3. Tape o tubo e agite-o até a pastilha se dissolver completamente

4. Adicione de seguida uma pastilha de Nitrate #2

5. Tape o tubo e agite-o muito bem, até a pastilha se dissolver completamente

6. Aguarde cerca de 5 minutos até a cor vermelha começar a aparecer

7. Compare a cor da amostra com as diferentes cores presentes no cartão de controlo. Registe o valor em ppm de Nitratos

NITRATOS (ppm) CLASSES DA QUALIDADE DA ÁGUA 5 Razoável 20 Má 40 Má

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Alviela – da serra à lezíria

AVS 2010 - 20 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

ANÁLISE AOS FOSFATOS

Os Fosfatos são nutrientes que as plantas e os animais necessitam para crescer. À

semelhança com os nitratos, o excesso dos fosfatos num rio faz com que as plantas e as

algas cresçam muito rapidamente, diminuindo assim o oxigénio disponível para os

animais aquáticos.

A utilização de fertilizantes para a agricultura, os resíduos das indústrias e os

detergentes utilizados pelo Homem contribui imenso para o excesso de fosfatos num

rio, e tem como consequência a diminuição do oxigénio disponível para os animais

aquáticos.

PROCEDIMENTO

1. Encha o tubo com água da amostra até à linha onde está marcado os 5 ml

2. Adicione uma pastilha para medir o nível de Fosfatos presentes na água do rio

3. Tape cuidadosamente o tubo com a tampa e de seguida agite-o muito bem, invertendo-o e agitando-o até que fiquem apenas pequenos pedaços da pastilha

4. Aguarde cerca de 5 minutos até a cor azul começar a aparecer

5. Compare a cor da amostra com as diferentes cores presentes no cartão de controlo para os Fosfatos. Registe o valor em ppm de Fosfatos

FOSFATOS (ppm) CLASSES DA QUALIDADE DA ÁGUA 1 ppm Excelente 2 ppm Boa 4 ppm Razoável

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AVS 2010 - 21 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

ANÁLISE AO pH

O pH é uma medida da actividade de iões de hidrogénio, neste caso em amostras de

água e serve para saber se a água de um rio é ácida ou básica. A escala do pH está

concentrada entre 0 (muito ácido) e 14 (muito básico), cujo pH neutro se situa nos 7. O

pH da água natural geralmente situa-se entre 5 a 8,5.

A maior parte dos organismos aquáticos estão adaptados a um determinado valor de pH

(entre 6,5 a 8,2) e podem morrer se esse valor se alterar ligeiramente. Este valor pode

alterar-se devido aos resíduos industriais, pesticidas, fertilizantes, etc.

A água para ser considerada de boa qualidade não pode ser ácida nem básica, o

ideal é ter um pH entre os 6 e os 8.

PROCEDIMENTO

1. Encha o tubo com água da amostra até à linha onde está marcado os 10 ml

2. Adicione uma pastilha para medir o pH da água do rio

3. Tape cuidadosamente o tubo com a tampa e de seguida agite-o muito bem, invertendo-o e agitando-o até que fiquem apenas pequenos pedaços da pastilha

4. Compare a cor da amostra com as várias cores que estão no cartão de controlo e verifica qual é o valor de pH

VALOR DE PH CLASSES DA QUALIDADE DA ÁGUA 4 Má 5 Má 6 Boa 7 Excelente 8 Boa 9 Má 10 Má

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AVS 2010 - 22 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

ANÁLISE AO CRÓMIO

Os químicos mais vulgares usados para o curtimento das peles nas indústrias de

curtumes são uma combinação de sais de crómio (curtimento por crómio) e extractos

vegetais prontos a usar (curtimento vegetal). O curtimento mineral, baseado

principalmente no crómio, é o processo mais popular para curtumes em grande escala

porque actua rapidamente e produz peles com as propriedades físicas e químicas

desejáveis. Acontece que, se estes efluentes das fábricas não forem devidamente

tratados e conduzidos para uma ETAR – Estação de Tratamento de Águas Residuais

para se fazer a sua recuperação, irão ser descarregados nos esgotos ou lançados para os

rios e podem levar à contaminação das águas de superfície e subterrâneas.

O Crómio é um metal pesado muito tóxico e perigoso para a saúde humana e de

todos os seres vivos. Quanto maior for o seu valor, pior será a qualidade da água.

PROCEDIMENTO

1. Encha o tubo com água da amostra até à linha onde está marcado os 10 ml

2. Adicione uma pastilha para medir o nível de Crómio presente na água do rio

3. Tape cuidadosamente o tubo com a tampa e de seguida agite-o muito bem, invertendo-o e agitando-o até que fiquem apenas pequenos pedaços da pastilha

4. Aguarde cerca de 3 minutos até a cor rosa começar a aparecer

5. Compare a cor da amostra com as diferentes cores presentes no cartão de controlo. Registe o valor em ppm de Crómio presente na amostra

CRÓMIO (ppm) CLASSES DA QUALIDADE DA ÁGUA

0 Excelente 0,2 Má 0,4 Má 0,6 Má

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AVS 2010 - 23 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

ANÁLISE AOS SULFURETOS

Os Sulfuretos são minerais, nos quais se podem agrupar vários metais, como o enxofre,

selénio ou telúrio. Estes podem ser utilizados nas indústrias, por exemplo, nas

indústrias de curtumes, durante o processo de curtimento das peles, tingimento das

peles, etc., à semelhança com o que acontece com o crómio. Acontece que, se estes

efluentes das fábricas não forem devidamente tratados e conduzidos para uma ETAR –

Estação de Tratamento de Águas Residuais para se fazer a sua recuperação, irão ser

descarregados nos esgotos ou lançados para os rios e podem levar à contaminação das

águas de superfície e subterrâneas.

Os Sulfuretos podem ser prejudiciais para a saúde humana e de todos os seres

vivos. Quanto maior for o seu valor, pior será a qualidade da água.

PROCEDIMENTO

1. Encha o tubo até à linha dos 5 ml com água da amostra

2. Adicione 15 gotas do Reagente A. Tape cuidadosamente o tubo e agite-o ATENÇÃO: O Reagente A é um ácido muito forte e por isso deve ser manuseado com muito cuidado

3. Adicione 3 gotas do Reagente B. Tape cuidadosamente o tubo e agite-o. Espere cerca de um minuto

4. Use a pipeta para adicionar 1 ml do Reagente C. Tape o tubo e agite-o. Uma cor azul indicará a presença de Sulfuretos

5. Insira o tubo no pequeno aparelho (Octa-Slide) e verifique pela janela qual a cor a que corresponde a amostra. Registe em ppm o valor de Sulfuretos na amostra

SULFURETOS (ppm) CLASSES DA QUALIDADE DA ÁGUA

0 Excelente 0,2 Má 0,5 Má

1 – 20 Má

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AVS 2010 - 24 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

TABELA DE DADOS

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TABELA DE DADOS LOCAL DE AMOSTRAGEM: NASCENTE DO ALVIELA (PRAIA FLUVIAL) DATA: ____ / _____ / _____ HORA INÍCIO: ___ : ___ HORA FIM: ___ : ___ NOME DOS INVESTIGADORES: _________________________________________

______________________________________________________________________

EXCELENTE

BOA

RAZOÁVEL

Odor da água Tipo _____________ Intensidade __________________

Aparência da água __________________

Turvação 0 JTU >0 a 40 JTU >40 a 100 JTU >100 JTU

Bactérias Coliformes Tubo único

Negativo

Positivo

Temperatura (ºC) _________________

ppm OD ____ % de Saturação de Oxigénio Dissolvido

91-110% 71-90% 51-70% <50%

Nitratos 5 ppm

20-40 ppm

Fosfatos 1 ppm 2 ppm 4 ppm

pH 7 6; 8 4; 5; 9; 10; 11

Crómio 0 0,2-0,6

Sulfuretos 0 0,2- 20

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AVS 2010 - 26 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

TABELA DE DADOS LOCAL DE AMOSTRAGEM: PERNES DATA: ____ / _____ / _____ HORA INÍCIO: ___ : ___ HORA FIM: ___ : ___ NOME DOS INVESTIGADORES: _________________________________________

______________________________________________________________________

EXCELENTE

BOA

RAZOÁVEL

Odor da água Tipo _____________ Intensidade __________________

Aparência da água __________________

Turvação 0 JTU >0 a 40 JTU >40 a 100 JTU >100 JTU

Bactérias Coliformes Tubo único

Negativo

Positivo

Temperatura (ºC) _________________

ppm OD ____ % de Saturação de Oxigénio Dissolvido

91-110% 71-90% 51-70% <50%

Nitratos 5 ppm

20-40 ppm

Fosfatos 1 ppm 2 ppm 4 ppm

pH 7 6; 8 4; 5; 9; 10; 11

Crómio 0 0,2-0,6

Sulfuretos 0 0,2- 20

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AVS 2010 - 27 - Joana Abreu, Maria João Silva & Patrícia Silva

TABELA DE DADOS LOCAL DE AMOSTRAGEM: FOZ DO ALVIELA DATA: ____ / _____ / _____ HORA INÍCIO: ___ : ___ HORA FIM: ___ : ___ NOME DOS INVESTIGADORES: _________________________________________

______________________________________________________________________

EXCELENTE

BOA

RAZOÁVEL

Odor da água Tipo _____________ Intensidade __________________

Aparência da água __________________

Turvação 0 JTU >0 a 40 JTU >40 a 100 JTU >100 JTU

Bactérias Coliformes Tubo único

Negativo

Positivo

Temperatura (ºC) _________________

ppm OD ____ % de Saturação de Oxigénio Dissolvido

91-110% 71-90% 51-70% <50%

Nitratos 5 ppm

20-40 ppm

Fosfatos 1 ppm 2 ppm 4 ppm

pH 7 6; 8 4; 5; 9; 10; 11

Crómio 0 0,2-0,6

Sulfuretos 0 0,2- 20