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ENTENDENDO A INTERNET DAS COISASComo a Internet das Coisas se tornou o sistema nervoso da humanidade Por Kevin Ashton

Direitos autorais do texto© 2017 Kevin Ashton

Todos os direitos reservados

ConteúdoPrefácio: por Aruba, uma empresa da Hewlett Packard Enterprise 7

Capítulo um: o que é Internet das Coisas? 8

Capítulo dois: quais são os melhores casos de uso da Internet das Coisas? 10

Capítulo três. Estudo de caso sobre Internet das Coisas: a cidade inteligente de Xangai 15

Capítulo Quatro: Estudo de caso sobre Internet das Coisas – 21Carros conectados da Ford

Capítulo cinco: Estudo de caso de Internet das Coisas: 25Hospital Pediátrico de Boston e e Smarter Healthcare

Capítulo seis: Como começar a usar a Internet das Coisas 31

Notas finais 40

Prefácio: por Aruba, uma empresa da Hewlett Packard EnterpriseA Internet das Coisas (IoT, da sigla em inglês) tem gerado um interesse crescente e está rapidamente conquistando o seu lugar em nossa vida pessoal e na vida profissional. Porém, ainda há certa confusão sobre o que ela pode realmente realizar.

Da perspectiva do mundo dos negócios, aqui na Aruba, uma empresa da Hewlett Packard Enterprise, nós gostaríamos de descobrir quais casos de uso, regiões geográficas e verticais da indústrias estão se beneficiando mais de uma bem executada estratégia de IoT, além de saber quais estão defasadas nessa área.

Para nos ajudar a entender isto de maneira mais profunda, conduzimos um estudo com mais de 3.000 executivos em todo o mundo e solicitamos este livro a um pioneiro na área da tecnologia, Kevin Ashton, conhecido como “o pai da IoT” e que criou o termo Internet das Coisas em 1999.

Esperamos que, ao ler este documento, líderes das áreas de negócios e tecnologia em todo o planeta possam entender melhor onde as organizações ao redor do mundo estão obtendo os maiores benefícios com a IoT e assim tomar as melhores decisiões sobre onde e quando investir.

Entendendo a internet das coisas 7

Capítulo um:

O que é Internet das Coisas?A Internet das Coisas já é bem conhecida, mas nem todo mundo sabe o que ela é. Eu criei o termo em 1999 na Procter & Gamble e utilizei depois disso no MIT (Massachusetts Institute of Technology), mas ele não se tornou popular entre os especialistas até 2010, quando as buscas no Google pelo termo cresceram rapidamente. Esse crescimento rápido tornou “a Internet das Coisas” uma palavra da moda: algo que as pessoas dizem para impressionar, mesmo que elas não saibam exatamente o que ela significa exatamente. Atualmente, apenas 1 em cada 50 executivos dizem que não sabem o que a “Internet das Coisas” significa, mas muitos dos outros 49 não estão muito certos sobre o seu significado.

O que é a Internet das Coisas? Não é conectar os objetos do dia a dia, como torradeiras e refrigeradores à Internet. Produtos como esses existem, e é difícil entender o motivo. Acionar uma torradeira pela Internet tem pouca utilidade: você ainda tem que andar e colocar o pão nela. A Internet das Coisas é algo mais abrangente — algo que ainda estará mudando o mundo após todas as torradeiras inteligentes terem enferrujado.

O que definie a Internet das Coisas são os dados coletados. No século vinte, os computadores obtinham suas informações das pessoas, geralmente por meio dos teclados. Isso era uma grande limitação: as pessoas podem inserir dados sobre sistemas simples que não mudam muito mas não podem inserir dados sobre sistemas complexos que mudam regularmente. Como o mundo é um sistema complexo que muda regularmente, a inserção de dados por humanos restringiu as funções dos primeiros computadores.

A solução era óbvia, mas não era simples: fazer com que os computadores sintam o mundo por eles mesmos. Sistemas de detecção — incluindo reconhecimento óptico de caracteres, código de barras, satélites de navegação, etiquetas de identificação de radiofrequência — apareceram no final dos anos 1900, mas eram isolados e precisavam de armazenamento de dados local. Por exemplo, os primeiros produtos para navegação em carros utilizavam os satélites unicamente como sensor e armazenavam os dados de mapa em fitas cassete. Eles eram úteis, mas não tinham como saber sobre o fechamento de estradas ou sobre o trânsito e seus mapas se tornavam ultrapassados assim que novas estradas eram abertas.

8 Entendendo a internet das coisas

Os sensores na computação não atingiram seu total potencial até o século vinte e um, quando a Internet se tornou onipresente. Por quê? Porque os sensores trabalham melhor em redes. Considerando o sistema nervorso humano: ele é uma rede que conecta sensores ao cérebro, que combina entradas em memórias e as interpreta — ou que faz com que elas tenha sentido. Seus olhos não podem ver uma torta de maçã quente. Eles apenas veem uma torta. Seu nariz sente a maçã. Seus dedos sentem o calor. É a colaboração entre esses dados coletados anteriormente com memórias de torta de maçã quente que te dizem o que está em frente de você. As coisas que pensamos como nossos sentidos — no caso do sistema nervoso, nossos olhos, ouvidos e assim por diante — têm valor limitado se não estão conectados. Ou seja, a rede é o sensor.

Esse é o significado da Internet das Coisas: sensores conectados à Internet, agindo no estilo da Internet, criando conexões ad hoc abertas, compartilhando dados com liberdade e permitindo aplicações inesperadas. Assim os computadores podem entender o mundo ao seu redor e se tornar um sistema nervoso da humanidade.

Entendendo a internet das coisas 9

Capítulo dois:

Quais são os melhores casos de uso da Internet das Coisas?Quantos executivos têm conhecimento do potencial de transformação da Internet das Coisas? Mais da metade: mundialmente, 58% dos tomadores de decisão no mundo dos negócios afirmam que seus colegas têm um bom ou excelente entendimento sobre o valor da Internet das Coisas paras os negócios. Isto varia bastante por país: os executivos indianos lideram o mundo no entendimento do valor da Internet das Coisas —79% dos executivos indianos afirmam que seus colegas entendem isso bem ou de forma excelente — enquanto os líderes de negócio no Japão e no Reino Unido têm o pior nível de compreensão do valor da Internet das Coisas — apenas 33% e 35% dos executivos nesses países afirmam que a compreensão de seus colegas é boa ou excelente.

Na maioria dos casos, esses níveis de entendimento estão relacionados aos níveis de ação. Mundialmente, 57 por cento das empresas afirmam que estão usando a Internet das Coisas agora e outros 32 por cento afirmam que planejam utilizá-la. A Índia é o país que lidera em usuários de Internet das Coisas — 77 por cento dos executivos disseram que seu negócios já implementaram a tecnologia e mais 21% afirmam que suas companhias planejam adotá-la — Reino Unido e Japão estão entre os retardatários: apenas 37% dos executivos britânicos afirmam que suas empresas já utilizam a Internet das Coisas (apenas a Noruega tem uma taxa menor de adoção, com 34 por cento); 30 por cento dos executivos japoneses também não sabem se suas empresas pretendem adotar a Internet das Coisas ou afirmam que suas companhias não têm planos de adotá-la. Há poucos países onde o nível de entendimento não corresponde ao nível de ação, porém eles já falam sobre o tema. Os gerentes na Coreia do Sul se colocaram no décimo sexto lugar em entendimento da Internet das Coisas, apesar de suas companhias aparecerem na nona posição quando o assunto é a adoção dessa tecnologia. Por sua vez, os executivos americanos surgem como os segundos no mundo como os melhores entendedores do conceito de Internet das Coisas, porém esse conhecimento não se converteu em ações. A adoção da IoT na América está abaixo da média global e abaixo da Coreia do Sul.

10 Entendendo a internet das coisas

Entendimento—% dos gerentes que disseram que o entendimento de seus colegas sobre a Internet das Coisas é bom ou excelente. Adoção—% dos gerentes que dizem que suas empresas também planejam adotar a Internet das Coisas ou já fizeram isso.

Entendimento Adopção1 79% Índia Espanha 99% 12 69% Estados Unidos Índia 98% 23 68% Espanha México 98% 34 67% Itália Itália 97% 45 66% Brasil Brasil 96% 56 65% Alemanha Alemanha 95% 67 62% México França 94% 78 61% França Cingapura 93% 89 61% Cingapura Coreia do Sul 92% 9 58% Média Estados Unidos 90% 1010 58% Holanda Holanda 89% 1111 57% China Média 89%12 55% Suécia Suécia 88% 1213 54% Emirados Árabes Unidas China 88% 1314 53% Austrália Emirados Árabes Unidas 83% 1415 45% Arábia Saudita Noruega 82% 1516 41% Coreia do Sul Austrália 80% 1617 40% Noruega Reino Unido 80% 1718 37% Turquia Arábia Saudita 75% 1819 35% Reino Unido Japão 70% 1920 33% Japão Turquia 70% 20

Entendendo a internet das coisas 11

Eras do Computador Perroal & Web

Era da Internet das Coisas

A discrepância faz parte de uma tendência geral nos Estados Unidos: a maioria dos americanos acredita que sua nação é a primeira economia no mundo em matéria de tecnologia. Porém, segundo o Banco Mundial, isso não é verdade desde 2004, quando o impacto da Internet das Coisas começou a ser sentido e e as exportações de alta tecnologia da China superaram pela primeira vez as dos Estados Unidos. A Alemanha conquistou o segundo lugar poucos anos depois e atualmente Coreia do Sul e Cingapura já desafiam os Estados Unidos pelo terceiro posto. Nações que são lentas na adoção da Internet das Coisas tornam-se menos competitivas na atual economia global de alta tecnologia.

1990

Estados Unidos

Alemanha

CingapuraCoreia do Sul

China

Os lidere mundiais na exportação de tecnologia mudaram de lugar durante a era da Internet das Coisas

150

300

450

600

1995 2000 2005 2010 2015

Para que as empresas que adotaram a Internet das Coisas estão utilizando essa tecnologia? A aplicação mais popular é o monitoramento e manutenção de equipamentos vitais, também conhecido como serviço de campo. Trinta e um por cento dos negócios que já adotaram a Internet das Coisas disseram que os serviços de campo ofereceram o melhor impacto nos negócios e 65% dos negócios apontam os serviços de campo entre os três melhores casos de uso da IoT.

Empresas que utilizam a Internet das Coisas para serviços de campo basicamente vendem produtos complexos que exigem manutenção constante — coisas como fotocopiadoras, sistemas industriais de controle de temperatura e refrigeração ou equipamentos para fabricação — e geram uma significativa parte das suas receitas com contratos de pós-

12 Entendendo a internet das coisas

Serviço de campo

Operação remota e controle

Serviços baseados em localização

Vigilância

Veículos conectados

Usuários da Internet das Coisas afirmam que este cinco casos de uso tiveram o melhor impacto em suas organizações

Arábia Saudita: 49% Média :65% China:74%

França: 37% Média: 51% China:66%

Holanda: 35% Média: 49% Coreia do Sul:66%

Turquia: 15% Média: 37% Emirados Árabes Unidos:48%

Japão: 13% Média: 32% Holanda:47%

venda. Cada história de uso de Internet das Coisas nas empresas é única, mas muitas seguem um padrão.

Inicialmente, a companhia inclui tecnologias de Internet das Coisas em seus produtos com o objetivo de detectar e reportar problemas automaticamente, com o uso de sensores e conexão à Internet; isso torna o diagnóstico de problemas mais eficiente, diminui o tempo das chamadas de clientes e significa que mais problemas podem ser resolvidos remotamente, reduzindo os custos de serviço e indisponibilidade do equipamento. Esses benefício aumentam a satisfação dos clientes e tornam o negócio de serviços mais lucrativo, o que leva a que mais sensores sejam adicionados aos produtos e mais softwares de diagnóstico sejam desenvolvidos e implementados. O que uma vez era apenas um recurso premium opcional disponível em poucos mercados, eventualmente se torna padrão em todos os produtos, disponível em todos os mercados e a integrar a estratégia da companhia.

Depois a companhia atinge um ponto de inflexão: ela tem muitos dados e muita experiência em lidar com dados, então ela começa a ver oportunidades além de consertar produtos quebrados — oportunidades como manutenção preditiva, que analisa a performance de uma máquina e identifica problemas antes que eles ocorram, ou uso de dados para ajudar clientes a operar seus equipamentos de forma mais eficiente, ou analisando dados para aprimorar produtos já existentes — algumas vezes por meio de atualizações noturnas — e desenvolver novos. Esse é um padrão típico, e não apenas um serviço de campo. A maioria das empresas que tiveram sucesso com a Internet das Coisas começa enxergando a tecnologia como um recursos opcional, mas depois descobre que é uma estratégia essencial.

Outra aplicação amplamente utilizada de Internet das Coisas é o de operações remotas — utilizando sensores conectados à Internet para controlar processos a distância; serviços baseados em localização que ajudam as empresas a saber exatamente onde seus ativos e pessoas estão; e veículos conectados ou drones que podem ser remotamente monitorados ou controlados. Vinte um por cento dos executivos disseram que operações remotas representam o caso de uso mais valioso; enquanto 19% apontam os serviços de localização e 18% destacam os veículos conectados.

Entendendo a internet das coisas 13

Capítulo três:

Estudo de caso sobre Internet das Coisas: a cidade inteligente de XangaiMuitas implementações de Internet das Coisas combinam vários casos de uso em uma única visão. Um dos melhores exemplos vem de um governo local. Prefeitos e municípios ao redor do mundo começaram a utilizar a IoT para gerenciar sua infraestrutura urbana com maior eficiência: um conceito conhecido como “Smart Cities”. As implementações de cidades inteligente são ricas e complexas como as próprias cidades: eles usam a Internet das Coisas para tudo, de transporte e segurança a energia e água. Sanjay Sarma, professor de engenharia mecânica do MIT e cofundador do Auto-ID Center, onde houve o primeiro desenvolvimento de Internet das Coisas, descreve as Smart Cities da seguinte forma:

“As cidades atualmente são bem burras: uma porção significativa do tráfego é apenas de motoristas procurando por estacionamento, as luzes nas ruas com frequência estão ligadas quando não são necessárias, sistemas de água perdem cinquenta por cento do suprimento total por conta de vazamentos e a rede elétrica é incapaz de responder de forma efetiva a novas tecnologias, como veículos elétricos e painéis solares. Medidores inteligentes para estacionamento, lâmpadas das vias conectadas, suprimentos de água organizados e redes elétricas inteligentes irão reduzir o tráfego, economizar energia e água e tornar a rede elétrica mais amigável às fontes renováveis.”

Entendendo a internet das coisas 15

A raiz do problema está na escalabilidade. No passado, as cidades “burras” eram gerenciáveis porque elas tinham poucas pessoas, mas o futuro é urbano. Em 1800, três por cento da população mundial vivia nas cidades; Em 1900, esse número havia saltado para quatorze por cento; em 2008, ele superou 50% pela primeira vez. E as Nações Unidas acreditam que dois terços da população mundial estará vivendo em cidades até 2050.

Como resultado dessa tendência, mais o aumento da população mundial e da expectativa de vida, as cidades atuais contam com dezenas, ou em alguns casos centenas, de vezes mais gente do que elas tinhas há cem anos. A área das cidades ocupadas não cresceu na mesma proporção, porém, resultando em populações urbanas jamais vistas em tamanho e densidade, com a necessidade de enfrentar problemas como o gerenciamento de recursos e dejetos, a necessidade de locomoção eficiente, segurança e como manter infraestruturas vitais, como estradas, pontes e iluminação de vias. A solução para esses problemas está em melhor informação, capturada e entregue pela Internet das Coisas.

Brasil

Arábia Saudita

China

Mundo

Coreia do Sul

Turquia

Uma parte crescente da população mundial vive en cidades

Popu

laçã

o vi

vend

o em

cid

ades

, %

1960

100

80

60

40

20

01965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2014

16 Entendendo a internet das coisas

Hoje, as maiores cidades são muito maiores do que eram em 1990População

1900 2015 Growth

Xangai 1,000,000 24,256,800 2426%

Carachi 105,000 23,500,000 22381%

Pequim 2,400,000 21,516,000 897%

São Paulo 240,000 12,038,175 5016%

Dhaka 75,000 16,970,105 22627%

Délhi 690,000 16,787,941 2433%

Lagos 41,487 16,060,303 38712%

Istambul 942,900 14,025,000 1487%

Tóquio 1,497,000 13,513,734 903%

Mumbai 812,912 12,478,447 1535%

Total 7,804,299 171,146,505 2193%

Xangai, a cidade mais populosa do mundo, é um bom exemplo. Ela tem vinte e quatro vezes mais gente do que tinha em 1900, porém ocupa apenas sete vezes mais terra. Xangai começou a usar a Internet das Coisas para gerenciar e sustentar o seu crescimento em 1999, quando o governo municipal lançou o Public Transportation Card, um bilhete eletrônico baseado na tecnologia de identificação de radiofrequência (RFID), para o seu sitema de trânsito em larga escala. O cartão podia ser usado para pagar viagens de ônibus, trens do metrô, balsas e mesmo nos táxis; podia ser recarregado com mais dinheiro quando necessário e, como tinha como base a tecnologia de rádio, não era preciso passá-lo por um leitor, inserir ou mesmo inspecioná-lo, o que tornou muito mais fácil para um grande número de pessoas passar rapidamente por catracas e outros dispositivos de verificação de massa. Gerenciar o crescente volume de passageiros para um serviço de transporte urbano, que efetivamente sabe se um passageiro está autorizado a embarcar assim que ele entra em uma estação ou veículo, é a melhor maneira de fazer isso. Londres adotou um sistema similar baseado em RFID, batizado como Oyster Card, que começou a ser operado pela Hewlett Packard Enterprise em 2003. O número de passageiros no metrô de Londres tem crescido rapidamente desde os anos 1980. O Oyster Card capacitou o corpo administrativo de Londres, a Greater London Authority, a reduzir os aglomerados gerados nas entradas de saídas e as viagens de usuários cresceram mais de quarenta por cento desde que ele foi introduzido.

Entendendo a internet das coisas 17

Bilhetes inteligente “Oyster Card” em uso

Depois que a demanda por eletricidade triplicou em Xangai entre 1990 e 2005, a National Development and Reform Commission (NDRC) da China, buscou por métodos inovadores, habilitados para a Internet das Coisas para gerenciar a eletricidade em Xangai e outras cidades chinesas. Em vez de simplesmente gerar e transmitir ainda mais energia, a NDRC procurou reduzir a demanda, especialmente nos horários de pico, especialmente entre os usuários dos setores de comércio e indústria.

Smart Cities como Xangai também têm utilizado a Internet das Coisas para gerenciar a eletricidade. Gerar energia para atender uma população em crescimento é muito difícil, e mesmo que a cidade possa continuar a ampliar a sua capacidade de aumentar sua geração de energia, acrescentar linhas de transmissão, subestações e outros equipamentos são necessários. Distribuir a eletricidade de forma confiável, da geradora até o consumidor, é difícil em uma paisagem que já está repleta de prédios.

Bilhetes inteligentes com recursos de Internet das Coisas ajudaram o metró de Londres a gerenciar 40% mais viagens

O consumo de eletricidade em Xangai triplicou entre 1990 e 2005

Viag

ens

de u

suár

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por

ano

(Mil

hões

)Consumo total de eletricidade (GWH)

1950

1990 1993 1996 1999 2002 2005

1955 1960 1965 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015

1400

1200

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800

600

400

600000

500000

400000

300000

200000

18 Entendendo a internet das coisas

Em 2015, Xangai realizou o primeiro piloto na China de “resposta à demanda”— um método de gerenciamento de energia que notifica os usuários comerciais de energia quando a demanda por energia está chegando ao pico e premia os usuários que temporariamente reduzirem o consumo. No momento, as atividades de redução são monitoradas com o uso de um medidor de rede relativamente simples e com frequência exige intervenção manual, como o desligamento dos sistemas de refrigeração por meio de um painel de controle. Mas Xangai e outras cidades chinesas planejam automatizar o processo totalmente. O gerador elétrico irá identificar se a rede elétrica está atingindo o pico de demanda, enviará um sinal pela Internet e as unidades comerciais e industriais irão ajustar o seu consumo automaticamente. Analistas da Universidade de Oxford estimam que o programa pode economizar até US$ 116 milhões ao ano apenas em Xangai ao reduzir a necessidade de construção e de alimentação de usinas, emissão de dióxido de carbono e investimentos em novas linhas de transmissão.

O Public Transportation Card e os avanços do Automatic Demand Response são apenas dois exemplos das iniciativas de Xangai voltadas para o conceito de cidade inteligente. Outros programas da iniciativa Smart City em Xangai incluem cobrança eletrônica de serviços públicos, registros de dados da área da saúde mais inteligentes e maneiras modernas de garantir a qualidade do suprimento de comida. E Xangai é uma das centenas de Smart Cities surgindo em todo o mundo. O Juniper Research destaca Cingapura, Londres, Oslo, Barcelona e São Francisco como as cinco melhores cidades inteligentes; a China almeja ter mais de 50 cidades inteligentes, além de Xangai; e a Índia pretende criar 109 Smart Cities, como parte de um programa lançado em 2015 por seu primeiro ministro, Narendra Modi.

Mark Roberti, editor do RFID Journal, escreve sobre Internet das Things desde 2000. Ele resume a oportunidade com as cidades inteligentes desta forma:

“Há muita aplicações para cidades inteligentes, do monitoramento de reciclagem à informação para passageiros sobre onde seu ônibus está e quando chegará ao ponto, à informação sobre onde há um local disponível para estacionar. Acredito que as aplicações que tornam as cidades mais sustentáveis são de vital importância.”

Todas as cidades são sistemas e cidades inteligentes são sistemas inteligentes por causa da Internet das Coisas.

Entendendo a internet das coisas 19

Capítulo Quatro:

Estudo de caso sobre Internet das Coisas – Carros conectados da FordNão são apenas os governos que utilizam a Internet das Coisas. Em janeiro de 2007, a Ford Motor Company anunciou o SYNC, um sistema para carros controlado por voz para comandar o sistema de entretenimento e os celulares, disponível como um produto opcional custando US$ 395. Ele não era nada novo: tecnologia semelhante já estava disponível em veículos da Chrysler e da Honda, entre outros. O que mais chamava a atenção era que a Ford fez uma parceria com a Microsoft, empresa que não era conhecida por tecnologias para carros.

Porém, ao longo do tempo, a Ford acrescentou novos recursos com o uso de sensores. Logo, os carros da Ford podiam entrar em contato automaticamente com serviços de emergência assim que seus airbags eram acionados ou cortar o sistema de combustível em caso de colisão; automaticamente gerar relatórios sobre os níveis de fluído, sobre a condição de seus freios e motores; usar serviços de navegação com base em GPS; e, para caminhões e para a indústria da construção, havia leitores de radiofrequência para ferramentas de rastreamento e sistema de rastreamento de veículos também baseados em GPS. A SYNC se tornou uma plataforma de Internet das Coisas. Até 2011, ela tinha mais de um milhão de unidades vendidas.

Entendendo a internet das coisas 21

Então a Ford perdeu o rumo. Talvez distraída pela ressureição da Apple, smartphones e tablets (o iPhone foi lançado seis meses após a SYNC, em junho de 2007; o iPad foi lançado em abril de 2010 e nos meses seguintes o valor da Apple se tornou maior que o da Microsoft, ela reposicionou a SYNC como “MyFord Touch”, uma tela sensível ao toque baseada na tecnologia da Microsoft que se conectava a smartphones e tocava música a partir do serviço de música “Zune”, da Microsoft. MyFord Touch recebeu análises ruins. Ele travava com frequência, a tela sensível ao toque era difícil de usar e podia distrair os motoristas e, em muito modelos, não havia botões ou dial. A Consumer Reports negou-se a recomendar carros que tivessem esse sistema, dizendo que ele “era muito ruim” e a Ford caiu do quinto para o vigésimo terceiro posto no ranking de qualidade da J.D. Powers & Associates, quase que totalmente por conta do MyFord Touch. A Ford tentou resolver o problema com atualizações e patches que precisavam ser baixados, transferidos para um drive USB e instalados pelo motorista ou pelo revendedor, mas eles representavam apenas melhorias moderadas. Para piorar as coisas, em 2012, cerca de um ano após a disponibilidade do MyFord Touch, a Microsoft descontinuou o serviço de música Zune.

Como a Ford Motor Company transformou os recursos da Internet das Coisas em uma estratégia de Internet das Coisas

Janeiro de 2008Incorpora o 911 Assist, que é ativado pela execução do airbad, e o Vehicle HEalth Report, que se conecta a

sensores do carro.

Janeiro de 2007Anúncio do SYNC.

Conexão ao entretenimento,

telefone e mensagens de

SMS.

Abril de 2009Adiciona navegação por GPS e para as

empresas, ferramente com tecnologia RFID para rastreamento de

veículos e relatórios de manutenção.

Janeiro de 20112 milhões de

unidades da SYNC vendidas.

Maio de 2015Lança o serviço de compartilhamento de carros "GoDrive" em

Londres.

Dezembro de 201610 milhões de

unidades do SYNC vendidas.

Março de 2016Cria a Ford Smart Mobility LLC para oferecer serviços de Internet das Coisas, incluindo tecnologia que mostra onge há vagas de

estacionamento disponíveis, serviço de compartilhamento

de veículos e carros autônomos.

Dezembro de 2014Relançamento do SYNC e migração para o software

QNX, da Blackberry.

Junho de 2015Parceria com a Hewlett Packard Enterprise para testar o use do big data para o gerenciamento de

frota.

Fevereiro de 2016Inicia o teste

com o sistema que diz onge há vagas de estacionamento disponíveis em

Londres.

Janeiro de 2014Atualização do 911 Assist para repotar a velocidade e o tipo de batida, além de dizer se o motorista e os passageiros estavam usando cinto de segurança.

Agosto de 2012Apesar das

atualizações, o MyFord Touch

continua a receber avaliações

negativas.

Janeiro de 2016Lançamento do Smart Mobility Plan; triplo

test com veículos autônomos para frota; toma-se a primeira empresa a testar veículos autônomos

na neve.Janeiro de 2010

1 milhão de unidades vendidas. SYNC se torna MyFord Touch, uma tela sensível ao toque com

tecnologia da Microsoft.

22 Entendendo a internet das coisas

Entendendo a internet das coisas 23

Mas a Ford respondeu fazendo mais que oferecendo patches. Em 2013 ela buscou uma nova plataforma de software e planejou o retorno aos recursos de Internet das Coisas que fizeram da SYNC um sucesso. Em 2014 ela selecionou o QNX, da Blackberry Limited, um sistema semelhante ao Unix, já utilizado em milhões de carros; atualizou o 911 Assist para fornecer aos atendentes de emergências informações essenciais sobre a velocidade e a natureza do acidente, quando impactos foram registrados e quantas pessoas provavelmente estavam no veículo; e recuperou a marca SYNC. No ano seguinte, dez milhões de unidades da SYNC tinham sido vendidas, deixando para trás seus problemas com a tela sensível ao toque e a Ford começando a investir fortemente em Internet das Coisas. Ela expandiu sua frota de veículos autônomos, desenvolveu ferramentas para prever onde os motoristas poderiam encontrar locais para estacionar, testou serviços para compartilhamentos de veículos e trabalhou com a Hewlett Packard Enterprise para o uso de big data, para aprimorar o gerenciamento de frotas corporativas. Então, em março de 2016, a Ford criou uma companhia inteiramente nova, a Ford Mobility Services LLC, para levar todos esses novos produtos ao mercado. A Ford Mobility Services se reporta diretamente ao CEO da Ford, Mark Fields, que tem uma posição muito clara sobre a nova proposta da companhia:

“Com nossos carros se tornando uma parte da Internet das Coisas e nossos consumidores optando por compartilhar seus dados conosco, nós queremos estar aptos a utilizar esses dados para ajudar a fazer suas vidas melhores. Além disso, criar alguns modelos de negócio que irão nos ajudar a receber retorno. Esse é o nosso caminho”.

Menos de dez anos após ter sido anunciada, a SYNC ajudou a tornar a Internet das Coisas o coração da estratégia da Ford para o futuro.

Capítulo cinco:

Estudo de caso de Internet das Coisas: Hospital Pediátrico de Boston e e Smarter HealthcareO setor de saúde é uma das maiores áreas de oportunidades para a Internet das Coisas. Shwetak Patel, professor de ciências da computação e engenharia na Universidade de Washington, especializado no desenvolvimento da Internet das Coisas, afirma: “a nova onda da Internet das Coisas terá um grande impacto na área da saúde. Por exemplo, o monitoramento da saúde em casa é essencial para o gerenciamento de doenças crônicas.” Uma das doenças que Patel está combatendo com a ajuda da Internet das Coisas é a doença pulmonar obstrutiva crônica (COPD, da sigla em inglês).

COPD, que já foi chamada de “bronquite crônica” ou “enfisema”, é uma condição progressiva do pulmão que causa falta de ar e tosse. Cinco por cento da população mundial sofre com a COPD e três milhões de pessoas morrem a cada ano. Nos Estados Unidos, por exemplo, a COPD responde por três quartos das cerca de um milhão de hospitalizações anuais e é a terceira maior causa de mortes. A doença é diagnosticada e tratada com o uso de equipamentos chamados espirômetros, que medem o fluxo de entrada e saída do ar dos pulmões. Os espirômetros custam milhares de dólares e estão disponíveis apenas em hospitais ou, em alguns casos, em consultórios médicos, e muitos pacientes com COPD não têm acesso a eles. Para resolver esse problema, Patel criou uma alternativa ao espirômetro baseado na Internet das Coisas, com uso dos sensores em rede mais comuns em todo o mundo: os microfones dos telefones.

Entendendo a internet das coisas 25

Havia menos de um bilhão de telefones no mundo 20 anos atrás. Atualmente, temos quase nove bilhões de aparelhos, a maior deles, celulares. A equipe de Patel desenvolveu um algoritmo que avalia a saúde dos pulmões ao analisar o som de uma pessoa soprando no microfone do telefone. Isso replica um espirômetro sem os custos e sem a necessidade de locomoção a um hospital. Tudo que um paciente de COPD precisa fazer é ligar para um número gratuito e soprar no telefone. Computadores em rede dão conta do resto, ao realizar cálculos complexos e entregando os resultados em poucos segundo, por meio de voz ou mensagem de texto. As primeiras versões do algoritmo só trabalhavam com smartphones caros, então Patel e sua equipe aprimoraram o projeto ao longo do tempo até que ele pudesse operar em qualquer telefone. Agora ele atinge 95% de precisão em todo os tipos de aparelho, incluindo telefones fixos. Diagnosticar e tratar a doença pulmonar obstrutiva crônica oferece uma amostra de como a Internet das Coisas irá aprimorar o setor de saúde no futuro. Mas a Internet já está melhorando o tratamento de pacientes hoje. Por exemplo, um dos maiores, porém menos glamoroso, problema nos modernos hospitais é saber como chegar ao local necessário, também chamado de “wayfinding”.

O Wayfinding é um grande problema nos hospitais. Quando as pessoas se perdem em um deles, isso causa a elas estresse e custa dinheiro ao hospital. Pacientes externos e pessoas visitando familiares doentes não estão familiarizados com o local, além de já estarem tensos com a situação — uma situação que torna ainda mais difícil processar a informação. Um estudo do Hospital da Universidade de Emory, uma importante unidade de tratamento em Atlanta, aponta que os problemas com deslocamentos nesse hospital custavam US$ 400.000 por ano — mais de US$ 800 por leito — o equivalente a pelo menos dois funcionário em tempo integral. A maior parte dessa despesa vem das interrupções e distrações geradas pelas pessoas ao perguntar aos funcionários do hospital como chegar a um determinado ponto. Esse problema é particularmente grave em hospitais pediátricos, nos quais os visitantes são pais preocupados e os pacientes são crianças.

O crescimento no número de celulares mostra que há atualmente cerca de nove bilhões de aparelhos no mundo

9 bilhões

Total de telefones

Celulares

Telefones fixos

6 bilhões

2000 2005 2010 2015

3 bilhões

26 Entendendo a internet das coisas

Os custos e transtornos desses problemas de localização têm recebido grande atenção na comunidade médica nas últimas décadas e, como resultado disso, novos hospitais têm sido desenvolvidos com maior facilidade de locomoção e localização. Porém, poucos hospitais são novos: na realidade, a maioria é bem antiga. Em Boston, Massachusetts, por exemplo, eles têm suas raízes no final do século dezoito ou começo do século dezenove. Alguns mudaram de endereço para novos locais recentemente, mas outros não — em vez disso, ele receberam novos prédios, incorporados a outros antigos e cresceram com pouca preocupação com os problemas de localização interna dos visitante e pacientes. Não é possível mudar o desenho desses hospitais para facilitar o deslocamento: eles precisam de outra solução.

Visitantes com freqüência perguntam aos funcionários de hospitais pediátricos como chegar aos locais

Destiono Solicitações de caminhos por semana

Unidade Pediátrica de Terapia Intensiva 223

Setor de Imagem 115

Clínica de pacientes externos 107

Cardiologia 83

Unidades de pacientes em idade escolar\crianças 70

Total 598

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Em Boston, a média de idade dos hospitais é de 101 anos

Ano de construção/Fundação Idade

Beth Israel Deaconess Medical Center 1973 44

Boston Children’s Hospital 1871 146

Boston Medical Center 1855 162

Brigham and Women’s Hospital 1980 37

Carney Hospital 1853 164

Dana-Farber Cancer Institute 1947 70

Faulkner Hospital 1900 117

Joslin Diabetes Center 1952 65

Lemuel Shattuck Hospital 1974 43

Massachusetts Eye and Ear 1824 193

Massachusetts General Hospital 1811 206

New England Baptist Hospital 1893 124

Shriners Hospitals for Children 1999 18

Spaulding Rehabilitation Hospital 2013 4

St. Elizabeth’s Medical Center 1868 149

Tufts Medical Center 1950 67

IDADE MÉDIA 101

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O Hospital Pediátrico de Boston já criou uma solução, com o uso da Internet das Coisas. Fundado em 1869 e na atual localização desde 1871, ele é conhecido como um dos principais hospitais pediátricos do mundo. Ele trata cerca de 25.000 pacientes internados e 500.000 pacientes em trânsito a cada ano, em uma área de mais de 300.000 pés quadrados, espalhados por mais de doze prédios e cinco pisos, que são acessado por meio de cinco elevadores.

Em 2012, para tornar o deslocamento simples em sua complicada estrutura de prédios, o Hospital Infantil de Boston desenvolveu um aplicativo gratuito para smartphones chamado MyWay. Ele usa o GPS para identificar onde o visitante ou paciente está e consegue guiá-lo até o seu destino. O aplicativo também mostra o caminho mais rápido para serviços como banheiros, estacionamentos e balcões de informação. Ele custou apenas alguns meses para ser desenvolvido, com uso de uma plataforma conhecida como Meridian, desenvolvida pela Aruba. Um dos recursos mais importantes do aplicativo é o fato de que o hospital pode atualizar isso instantaneamente sempre que as coisas mudam no local. Se um elevador para de funcionar ou um corredor e fechado por conta de uma obra, por exemplo, o MyWay pode automaticamente selecionar outra rota. Cerca de 4.500 pacientes do Hospital Pediátrico de Boston baixaram o aplicativo apenas nos primeiros seis meses de disponibilidade. E 65% disseram que ele melhorou sua permanência no hospital. Cinco anos depois, o aplicativo exibe quatro estrelas, tanto na Apple App Store quanto na Google Play, e continua a reduzir o estresse de pacientes e visitantes, além de evitar que os funcionários do hospital sejam interrompidos com questões sobre localização.

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Capítulo seis:

Como começar a usar a Internet das Coisas Uma das coisas mais interessantes sobre os projetos de adoção da Internet das Coisas — especialmente quando comparados a muitas outras estratégias corporativas — é o fato de eles entregarem muito mais do que o esperado. A Ford Motor Company começou seu programa de Internet das Coisas permitindo que os motoristas realizassem chamadas telefônicas e controlassem o sistema de entretenimento de seus carros com maior facilidade e ampliou de tal forma que passou a oferecer um novo leque de recursos, de localizadores de vagas de estacionamento a serviços para compartilhamento de veículos. O Hospital Infantil de Boston queria ajudar os visitantes e pacientes a encontrarem seus destinos e descobriu que poderia, de forma dinâmica, redirecionar o fluxo de pessoas, evitando elevadores quebras ou áreas em obras.

Este efeito não está restrito a essas duas organizações. Ao redor do mundo, há uma impressionante diferença entre os resultados que as empresas esperam da Internet das Coisas e os resultados que eles realmente recebem. Por exemplo, vinte e sete por cento dos executivos que estão planejando adotar a Internet das Coisas acreditam que ela promoverá uma grande melhoria na experiência do usuário, mas trinta e nove por cento dos executivos que já adotaram a IoT afirmam que ela já promoveu uma grande melhoria na experiência de usuário; dezesseis por cento dos executivos planejando adotar a Internet das Coisas esperam entregar um grande crescimento em lucratividade, mas trinta e dois por cento dos executivos que já adotaram a Internet das Coisas dizem que ela já promoveu um grande crescimento da lucratividade. Esse melhor desempenho que as expectativas parece se aplicar a todos os benefícios da Internet das Coisas e sugere que a maioria das empresas que adotaram a IoT recebem mais retorno do que o esperado.

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Há várias razões porque e elas nos fazem voltar ao que a Internet das Coisas é e porque ela importa. Primeiro, a Internet das Coisas não é apenas uma nova forma de coletar dados mas também um modo de coletar novos dados. A maioria das informações que está sendo capturada automaticamente é de dados que nunca foram capturados antes. Quando uma empresa adota a Internet das Coisas, ela ganha conhecimento onde é importante, migra da suposição para a informação e entende novas coisas. Segundo, as tecnologias da Internet das Coisas, como a Internet por si só, tendem a ser abertas, flexíveis e fáceis de serem utilizadas como base para novos produtos. Quando uma implementação inicial de Internet das Coisas mostra novas oportunidades, é relativamente fácil expandir os sistemas para tirar vantagem dela. Não há a necessidade de dizer “eu gostaria de ter pensando nisso quando ainda estava desenvolvendo isto”. Se você pretende tornar seu importante sistema de navegação baseado na Internet das Coisas uma ferramenta para ajudar clientes corporativos a gerenciar suas frotas com maior eficiência ou para localizar um local para estacionar ou para lançar um sistema de compartilhamento de carros, você provavelmente pode. As implementações de Internet das Coisas dificilmente se esgotam: a maioria dos clientes continua a pensar em novas forma de agregar valor com ela.

Segurança

Esperavam um grande crescimento: 36%

Tiveram um grande crescimento: 48%

Tiveram um grande crescimento: 48%

Tiveram um grande crescimento: 43%

Tiveram um grande crescimento: 43%

Tiveram um grande crescimento: 43%

Tiveram um grande crescimento: 39%

Tiveram um grande crescimento: 33%

Tiveram um grande crescimento: 33%

Tiveram um grande crescimento: 32%

Esperavam um grande crescimento: 28%

Esperavam um grande crescimento: 28%

Esperavam um grande crescimento: 34%

Esperavam um grande crescimento: 38%

Esperavam um grande crescimento: 27%

Esperavam um grande crescimento: 27%

Esperavam um grande crescimento: 27%

Esperavam um grande crescimento: 16%

Inovação

Eficiência do negócio

Efetividade de TI

Eficiência de TI

Experiência do cliente

Visibilidade do negócio

Redução de custos

Lucratividade

Usuários de Internet das Coisas têm maior retornoque o esperado

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O retorno do investimento da Internet das Coisas depende de muitas coisas, mas o mais importante é se a empresa possui uma estratégia ou se está investindo de forma fragmentada. Aproveitar oportunidades como uma tática gera bons retornos: a média de retorno sobre o investimento é de trinta por cento. Mas negócios que adotaram a Internet das Coisas de forma estratégica se saem muito melhor: seu retorno no investimento é, em média, de trinta e oito por cento.

O retorno médio do Investimento estratégico na Internet das Coisas é de 38%

Retorno aproximado Usuários Usuários Diferençado Investimento táticos estratégicos

Melhor que 80% 0% 1% +1%

60-80% 4% 15% +11%

40-60% 14% 19% +5%

30-40% 49% 46% -3%

Menor que 20% 8% 4% -4%

Sem retorno 11% 8% -3%

Retorno do investimento 11% 4% -7%não foi calculado

Não sabe 3% 2% -1%

Média 30% 38% +8%

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O que uma boa estratégia de Internet das Coisas inclui? “Uma das coisas mais importantes é um robusto plano para manter seu sistema seguro. Oitenta e quatro por cento dos usuários da Internet das Coisas dizem que enfrentaram pelo menos uma vulnerabilidade de segurança, com malware, spyware e falhas humanas sendo o problema mais comum. E noventa e três por cento dos executivos acreditam que brechas de segurança de IoT surgirão no futuro.

84% dos usuários de Internet das Coisas já enfrentaram uma brecha de segurança

Tiveram uma ou mais brechas de segurança 84%relacionada a Internet das Coisas

Malware 49%

Spyware 38%

Falha humana 38%

Phishing 30%

Distributed denial of service attack 26%

Roubo físico 25%

Skimming 18%

Ransomware 14%

Spear phishing 12%

Sem brechas de segurança relacionada a Internet das Coisas 13%

Não sabe 2%

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93% dos executivos esperam ter brechas de segurança relacionadas á Internet das Coisas no futuro

Há um alto risco de brechas relacionadas 93%á Internet das Coisas no futuro

Malware 56%

Spyware 50%

Distributed denial of service attack 38%

Erro humano 38%

Phishing 36%

Roubo presencial 27%

Ransomware 25%

Skimming 23%

Spear phishing 17%

Não acreditam que brechas de segurança na 4%Internet das Coisas devem acontecer no futuro

Não sabe 3%

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Matt Reynolds, professor da Universidade de Washington especializado em Internet das Coisas desde 1990 afirma:

“A promessa de mudança mundial da tecnologia de Internet das Coisas não pode ser realizada sem o foco na segurança com base forte. O ponto na IoT é que a combinação de sistemas humanos e automatizados irá torna as decisões sobre alocação de tempo e recursos baseadas em inputs de sensores e sistemas distribuídos ao longo de nosso ambiente e vidas. Se esses dados desses sensores não forem confiáveis, os sistemas humanos e autônomos irão comprometer a credibilidade desses sensores e sistemas, ou pior, os sistema humanos e automatizados gerarão más decisões. Em casos extremos, essas decisões ruins poderiam causar perdas financeiras ou mesmo danos a pessoas e seus ambientes"

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E a segurança no mundo da Internet das Coisas não é uma questão apenas de dados. Ataques nocivos à Internet das Coisas podem causar diretamente danos físicos. Por exemplo, enquanto a Ford Motor Company estava preocupada com os problemas com a tecnologia de tela da Microsoft e suas panes, seu competidor, a General Motors, que tinha implementado um sistema similar de Internet das Coisas para carros chamado “OnStar”, enfrentou um problema muito mais sério: acidentes com seus carros . Em 2010, o pesquisador Karl Koscher apresentou durante o IEEE Symposium on Security and Privacy, em Oakland, Califórnia, como ele era capaz de invadir o sistema OnStar para fazer um Chevrolet Impala virar. O Impala mais tarde apareceu no programa de TV “60 Minutes”, no qual ele era dirigido pelo jornalista Lesley Stahl. O software de Koscher permitiu desabilitar remotamente os freios do veículo enquanto Stahl gritava “Não! Não! Ai meu Deus! Eu não consigo usar o freio”. Em outro caso, pesquisadores invadiram sem o uso de fios o sistema de lâmpadas e conseguiram desligá-las, além de fazê-las piscar rápido o suficiente para causar acidentes.

A lição é simples: ao desenvolver uma estratégia de Internet das Coisas, a segurança das coisas é ainda mais importante que a segurança dos dados. Esta é uma nova forma de pensar para a maior parte dos departamentos de tecnologia. A maneira mais simples e melhor de lidar com isso é selecionar um parceiro de tecnologia com um histórico em segurança de Internet das Coisas, não apenas em segurança de dados, e contratar separadamente, de forma completamente independente, hackers com conhecimento de Internet das Coisas e incentivá-los a encontrar as vulnerabilidades do sistema.

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Além da segurança, outro aspecto essencial do desenvolvimento de uma estratégia de Internet das Coisas é entender e aprender com a experiência dos outros. Insights de empresas como Ford, cidades como Xangai e instituições como o Hospital Pediátrico de Boston podem guiá-los enquanto vocês planejam seu próximo passo na era da Internet das Coisas. Eles mostram que é importante começar pequeno e ter a possiblidade de falhar enquanto você busca o seu caminho, por exemplo. A infraestrutura de Xangai apropriada à Internet das Coisas pode ser vista como um sucesso de um dia para o outro, mas ela levou dezoito anos para que a cidade fosse de sua implementação em massa de bilhetes de transporte com tecnologia de RFID para onde estamos hoje. A estratégia corporativa da Ford agora depende de carros conectados, mas levou dez anos para que a empresa chegasse até ela, começando com três veículos que tinham sistemas de áudio controlados por voz e que podiam ler em voz alta mensagens de texto. Os parceiros são importantes também. O Hospital Pediátrico de Boston só conseguiu lançar seu aplicativo para localização de rotas em alguns meses porque escolheu o Aruba Meridian. Os cartões londrinos com suporte à Internet das Coisas Oyster Cards são um sucesso em parte por conta do fato de que o sistema de transporte de Londres se aliou à Hewlett Packard Enterprise. Por último, se você quer ter sucesso na Internet das Coisas, você precisa ser leal à sua visão, investidores, analistas, membros do conselho e colegas que colocaram em dúvida o valor de sua estratégia de Internet das Coisas, que irão aproveitar cada oportunidade para reclamar dela, principalmente durante inevitáveis decepções e atrasos. A Ford Motor Company teve que enfrentar problemas com sua iniciativa nessa área motivados por panes no software e encarar análises negativas e não desistiu, e tornou-se mais forte por isso. David Sargent, vice-presidente de pesquisa global para o setor automotivo da J.D. Powers, que foi um dos maiores críticos da Ford durante esse período de dificuldades, afirmou que “a Ford tomou, digamos, uma corajosa decisão de ser a líder”. Sargent utiliza “corajoso” como um eufemismo para “ruim”. Mas a Ford foi corajosa. Coragem e persistência na inovação são essenciais para a sobrevivência de qualquer organização. Todo caminho para a descoberta é difícil. As estradas suaves levam apenas para os lugares de sempre.

Esta última lição se aplica à Internet das Coisas como um todo. Desde o seu início em 1999, ela tem sido ridicularizada, criticada e incompreendida. Tenho ouvido ela ser chamada de vaporware (produto que promete muito mas não cumpre), um capricho, uma violação das leis da física e uma solução em busca de problemas. E aqui estamos nós, menos de duas décadas depois, em um mundo onde dezenas de milhares de empresas estão economizando e gerando centenas de milhões de dólares com a Internet das Coisas, utilizando carros que dispensam motoristas, estações de metrô que identificam os passageiros, algoritmos que diagnosticam doenças fatais com o uso de telefones e muitas outras tecnologias aparentemente impossíveis. O futuro promete muitas outras coisas fantásticas. A decisão mais importante que você pode tomar algo é como fazer parte disto.

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Notas finais Um total de 3.100 tomadores de decisões das áreas de TI e negócios foram entrevistados em novembro e dezembro de 2016. Os respondentes eram de organizações com pelo menos 500 empregados, tanto dos setores publico quanto privado, com foco nos setores de indústria, governo, varejo, saúde, educação, construção, finanças e TI/tecnologia/telecom. As entrevistas foram conduzidas tanto online como por meio de telefone, com o uso de um rigoroso processo de triagem, para garantir que apenas respondentes adequados participassem do levantamento. As entrevistas foram conduzidas no Reino Unido, Itália, Alemanha, França, Holanda, Espanha, Suécia, Noruega, Turquia, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Estados Unidos, Cingapura, Japão, Austrália, Índia, Brasil, México, China e Coreia do Sul.

Kevin Ashton criou o termo “Internet das Coisas” em 1999 e é o autor de “Como Fazer um Cavalo Voar — A História Secreta da Criação, Invenção e Descoberta”, que foi escolhido em 2015 como O Livro de Negócios do Ano pela 800-CEO-READ. Ele também é o cofundador e ex-diretor executivo do Auto-ID Center, do Massachusetts Institute of Technology (MIT); cofundador e CEO da Zensi, que desenvolveu soluções de Internet das Coisas para reduzir o consumo de água e energia; e o criador da plataforma de automação para residências Wemo.

Crédito da foto: The Hayes Brothers