ensino médio caderno do professor · pdf file2a série ensino médio...
TRANSCRIPT
2a SRIE ENSINO MDIOCaderno do ProfessorVolume 1
ARTELinguagens
MATERIAL DE APOIO AOCURRCULO DO ESTADO DE SO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR
ARTEENSINO MDIO 2a SRIE
VOLUME 1
Nova edio
2014-2017
GOVERNO DO ESTADO DE SO PAULO
SECRETARIA DA EDUCAO
So Paulo
Governo do Estado de So Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretrio da Educao
Herman Voorwald
Secretrio-Adjunto
Joo Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretria de Articulao Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formao e Aperfeioamento dos Professores EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gesto da Educao Bsica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gesto de Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informao, Monitoramento e Avaliao
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assuno
Coordenadora de Infraestrutura e Servios Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Oramento e Finanas
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundao para o Desenvolvimento da Educao FDE
Barjas Negri
Senhoras e senhores docentes,
A Secretaria da Educao do Estado de So Paulo sente-se honrada em t-los como colabo-
radores nesta nova edio do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e anlises que
permitiram consolidar a articulao do currculo proposto com aquele em ao nas salas de aula
de todo o Estado de So Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analtico e crtico da abor-
dagem dos materiais de apoio ao currculo. Essa ao, efetivada por meio do programa Educao
Compromisso de So Paulo, de fundamental importncia para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforos ao intensificar aes de avaliao e monitoramento da utilizao
dos diferentes materiais de apoio implementao do currculo e ao empregar o Caderno nas aes
de formao de professores e gestores da rede de ensino. Alm disso, firma seu dever com a busca
por uma educao paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do So Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.
Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa So Paulo Faz Escola, apresenta orien-
taes didtico-pedaggicas e traz como base o contedo do Currculo Oficial do Estado de So
Paulo, que pode ser utilizado como complemento Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessrias,
dependendo do seu planejamento e da adequao da proposta de ensino deste material realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposio de apoi-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competncias e habilidades necessrias que comportam
a construo do saber e a apropriao dos contedos das disciplinas, alm de permitir uma avalia-
o constante, por parte dos docentes, das prticas metodolgicas em sala de aula, objetivando a
diversificao do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedaggico.
Revigoram-se assim os esforos desta Secretaria no sentido de apoi-los e mobiliz-los em seu
trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofcio de ensinar
e elevar nossos discentes categoria de protagonistas de sua histria.
Contamos com nosso Magistrio para a efetiva, contnua e renovada implementao do currculo.
Bom trabalho!
Herman Voorwald
Secretrio da Educao do Estado de So Paulo
SUMRIOEncontros escritos com professores de Arte 5
O encontro entre arte e pblico 10
Proposio para sondagem O encontro entre arte e pblico 11
Situao de Aprendizagem 1 Artes visuais 14
Situao de Aprendizagem 2 Teatro 21
Situao de Aprendizagem 3 Dana 27
Situao de Aprendizagem 4 Msica 35
Situao de Aprendizagem 5 Conexes com os territrios do processo de criao e das linguagens artsticas 39
Sntese e avaliao 41
Poticas pessoais e/ou de processos colaborativos 43
Proposio para sondagem Uma conversa sobre poticas pessoais 45
Situao de Aprendizagem 6 Desdobramentos das linguagens da arte 46
Situao de Aprendizagem 7 Artes visuais 48
Situao de Aprendizagem 8 Msica 57
Situao de Aprendizagem 9 Dana 60
Situao de Aprendizagem 10 Teatro 66
Situao de Aprendizagem 11 Conexes entre os territrios de linguagens artsticas, forma-contedo e processo de criao 71
Sntese e avaliao 73
Nutrio esttica 74
Recursos para ampliar a perspectiva do professor e do aluno para a compreenso dos temas 75
Glossrio 78
Artistas e obras 79
Quadro de contedos do Ensino Mdio 88
Gabarito 89
5
Arte 2a srie Volume 1
So muitos os encontros que ajudam a ma-terializar os escritos deste Caderno do Profes-sor de Arte. So encontros de vrias naturezas: o encontro entre ns, professores autores, gerou conversas que cultivam a necessria abertura para pensar possveis processos educativos em arte; o encontro com a arte e suas linguagens; o encontro com as linguagens da arte e suas paisagens distintas com olhos que observam as artes visuais, a dana, a msica e o teatro; o encontro com o texto de Gilles Deleuze sobre o rizoma, que inspira a concepo do pensa-mento curricular em Arte imaginado para o andamento da composio deste Caderno.
Gilles Deleuze e Flix Guattaria desenvol-veram o conceito terico de rizoma como um sistema aberto de relaes semiticas, intrn-secas, cujos princpios de conexo, heteroge-neidade, multiplicidade, ruptura, cartografia e decalcomania estabelecem uma antigenealo-gia, rompendo com a estrutura de procedn-cia, com a cadncia hierrquica e com todas as ordenaes tradicionais da relao sujeito/objeto, inclusive o conhecimento.
O nome rizoma, emprestado da Botnica por se referir a ramificaes que ocorrem, por exemplo, no processo de desenvolvimento das gramneas, aplica-se construo do conhe-cimento, enquanto conceito filosfico, quan-do tal construo compreendida como um processo em que no h incio preestabelecido tampouco fim, em um constante sistema de relaes que permeia o sensvel e o cognitivo do sujeito cognoscente. Assim, em um rizoma, o conhecimento se expande em rede de liga-es contnuas entre mil platsb, entendidos como territrios elevados.
De posse do entendimento de que esse con-ceito de rizoma pertence Filosofia, importa compreender quais so as relaes possveis entre um conceito filosfico e a Educao. Para tanto, preciso ter cincia sobre o que a Fi-losofia e o que a Educao. Ento, para sim-plificar e, ao mesmo tempo, provocar reflexo, pode-se considerar que a Filosofia a busca do saber sobre a essncia das coisas e a Educao, a vida em desenvolvimento.
So afirmaes aparentemente simples, po-rm trata-se de um sistema rizomtico de en-tendimento de movimento em multiplicidade.
Nesse movimento, possvel trazer para a Educao uma transposio do pensamento filosfico, aproveitando, assim, uma parte do seu todo, no intuito de provocar reflexo sobre questes da contemporaneidade, que permeiam os processos de ensino e aprendizagem da arte.
A arte e a educao tm por natureza a condio de serem agentes promotores de processos exploratrios do saber. Tal condi-o torna possvel a relao entre o rizoma e o ensino da Arte na Educao Bsica, que cul-mina em um pensamento curricular irradiado no mapa dos territrios artsticos, compreen-dendo esses territrios como mobilidades de construo dos saberes sobre a produo do conhecimento humano em arte.
Um mapa posiciona a localizao no es-pao e no tempo, tornando-se um instru-mento imprescindvel para traar rotas que levem ao destino desejado. No caso do Mapa dos Territrios da Arte, possvel utiliz--lo para traar caminhos que permitam co-
ENCONTROS ESCRITOS COM PROFESSORES DE ARTE
a DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Flix. Mil plats capitalismo e esquizofrenia. v. 1. So Paulo: Editora 34, 1995. p. 10-37.
b Ibidem, p. 10-37.
6
nhecer outros territrios antes mesmo de se alcanar o destino a que se objetiva, pois ele tambm possibilita a mudana de rota, por outros interesses despertados, para ampliar conhecimentos de novos destinos que se jul-gar importantes.
A cada explorao nos territrios haver novas descobertas imbudas de implicaes se-miticas, estimulando o sujeito que vivencia o processo de conhecer e reconhecer os saberes estticos e sensveis da prtica artstica na Edu-cao. Assim, em um rizoma, sua condio antigenealgica propicia liberdade para partir e chegar de quaisquer territrios mapeados, como tambm para agregar descobertas de ou-tros territrios (plats).
Esse conceito se faz presente no Caderno do Professor, no para definir ou delimitar ideias, mas para provocar o professor de Arte a encontrar os prprios percursos, que o con-duziro na ampliao e no aprofundamento dos seus saberes estticos e sensveis.
Como pensamento curricular em Arte, ima-ginamos a possibilidade de pensar as lingua-gens (artes visuais, dana, msica e teatro) por meio da composio de um mapa que possusse a capacidade de criar um encontro entre elas por diferentes ngulos de viso.
Em um exerccio de pensar sobre a arte na cultura e pinar do prprio sistema de arte diferentes ngulos de viso sobre ela, que avistamos e delineamos o mapeamen-to que chamamos de Territrios da Arte, como sendo: