ensino da gramática normativa

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    O ENSINO DA NORMA PADRO X VARIA-O LINGSTICA SOB A PERSPECTIVA DASOCIOLINGSTICA INTERACIONAL

    Marcia Karlowski da Silva1

    RESUMO:Que existe uma crise no sistema educacional, todos esto cansados de saber, mas o que osprofessores, escola e sociedade tm feito para mudar este quadro? O objeto desta pesquisa consiste no papeldo professor como mediador, tendo como objetivo encontrar maneiras de se trabalhar em sala de aula anorma padro, mas sempre considerando as variaes lingsticas de seus alunos, partindo do que o

    aluno j sabe sobre a lngua, para que a partir da ele prprio possa construir novos conhecimentos. Oobjetivo principal desta pesquisa consiste na reflexo do uso da lngua e valorizao da mesma, tendo

    como vis a Lingstica Aplicada. Espera-se atravs deste estudo provocar nos professores uma reflexosobre o ensino que temos e o ensino que queremos, para que assim possa-se melhorar a prtica econsequentemente, fazer com que a aprendizagem da lngua realmente acontea, tornando-a significativapara o aluno.

    PALAVRAS-CHAVE:Variao lingstica, norma padro, ensino.

    ABSTRACT: There is an educational crisis, this all people are tired to know, but what are theteachers, the school and the society doing for change it? The object this search consist in the teacher role as

    mediator, it has by purpose meet method how to work in the classroom the standard, but alwaysconsidering the linguistics variations that the students use, starting out the knowledge that students have.The main purpose in this search consists in the reflection about the langue in use and her valuation,

    having as obliquity the Linguistic Applied. Waiting about this study provoke in the teachers a reflectionabout the teaching that there is, and the teaching that they want, thus will be possible improve the practiceand consequently, doing the understanding really occur, become it significative for the student.

    KEYWORDS:Linguistic variation, standard, teaching, context, reflection.

    PARA COMEAR: DIFICULDADES X NECESSIDADES

    As deficincias encontradas no ensino, as quais j nos habituamosem chamar de crise do sistema educacional brasileiro, ocupa baixo nvelde desenvolvimento lingstico demonstrado por estudantes na utilizaoda lngua, quer na modalidade oral quer na modalidade escrita. E paracomprovar os exemplos so abundantes: as redaes de vestibulandos, ovocabulrio da gria jovem, o baixo nvel de leitura, etc. (GERALDI, 2003,

    p.41).

    1 Especializao em Lingstica Aplicada ao Ensino de Lngua Inglesa. Campo Mouro Paran.

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    A todo momento ouvimos professores dizendo: os alunos nosabem portugus, na verdade eles sabem o portugus, j que sua lnguamaterna, e alm do mais eles conseguem se comunicar, o que eles podemno saber, ou no utilizar a norma padro da lngua. Muitos autores jpesquisaram sobre o ensino da LM, mas outros alm de pesquisaremsobre o ensino tm procurado trazer sugestes de como ensinar a LM deforma interacionista, e que faa sentido para a aprendizagem, partindo dosconhecimentos dos prprios alunos, de seus interesses. Pois quando osalunos vem para a escola j trazem uma bagagem, e ela no pode serdesprezada.

    Diante de tal problema questiona-se Como ensinar a normapadro levando em considerao as variedades lingsticas?.

    O objetivo da pesquisa consiste no processo ensino-aprendizagemda LP, propostas de como trabalhar a variao lingstica em sala de aula

    sem ignorar a presena das variantes, tendo como tema O ensino da normapadro x variao lingstica sob a perspectiva da sociolingsticainteracional.

    A necessidade desta pesquisa justifica-se por se tratar de um temade atualidade e evidente relevncia social, pois se refere ao ensino da lngua.Muitas pesquisas tm sido feitas em torno do ensino da lngua portuguesabrasileira, da gramtica normativa, como ensinar, quando ensinar, porqueensinar, etc. Mas juntamente com isto necessrio conscientizar os alunossobre as variaes lingsticas, as influencias que sofrem, seja atravs domeio familiar, social, da mdia, que no preciso abandonar suasidentidades, apenas saber quando se deve utilizar uma variante e no outra,sem estigmatizar ou menosprezar as variantes lingsticas. Pois isto queocorre, as classes dominantes, usurias das normas padres da lngua,tacham pessoas com variantes diferentes como caipiras ou at mesmocomo sem cultura, e isto no verdade, preconceito. Por isto precisorespeitar e preservar as diferentes manifestaes da linguagem utilizadapor diferentes grupos sociais, em suas esferas de socializao,

    compreendendo e usando a lngua portuguesa como Lngua Materna,geradora da organizao de mundo e da prpria identidade.O objeto desta pesquisa consiste no papel do professor como

    mediador, o qual convive e trabalha com a influncia da variao lingstica,tendo como objetivo encontrar melhores maneiras de se trabalhar em salade aula a norma padro levando em considerao a variao lingstica,sem estigmatiz-la.

    Para o desenvolvimento desta pesquisa sero colocados tais objetivos:1. Refletir sobre o uso da lngua;

    1.1 Compreender e usar a LP de acordo com as diferentessituaes;

    1.1.2 Analisar como que depois de anos de escolarizao, falantes

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    de variedades lingsticas no prestigiadas socialmentepermaneam falando a variedade de origem;

    1.1.3 Trabalhar as relaes entre linguagem, educao e classe social.

    TEORIAS SO NECESSRIASTemos que saber qual a necessidade do aluno (gramtica textual,

    normativa, descritiva), pois a gramtica normativa no a nica, e alm domais a gramtica do sistema funcional no pode ser deixada de lado. Algunsprofessores como registra Neder (p. 56, 1992, In TRAVAGLIA, 2000)ensinam a gramtica para se cumprir um programa previamenteestabelecido sem se levar em conta as dificuldades ou no dos alunos noemprego que fazem efetivamente da linguagem, nessa ou naquela ocasio,

    num processo de interao verbal.Muitos princpios tericos, tanto da sociolingstica, como da

    psicolingstica e das teorias do discurso, so hoje correntes na preparaopedaggica de professores, que nem sempre, ou quase nunca, os pemem prtica, por no terem, em geral, os respaldos prticos necessrios.Alguns dos reflexos dos avanos tericos na prtica pedaggica no ensinoda lngua que pode ser citado como exemplo a aceitao cada vez maisdifundida (no necessariamente aplicada) de que a lngua falada na sua naturalvariao deve ser o ponto de partida, base inicial, em direo ao treinamentodas variantes de dialetos Standard, socialmente exigidas e que, regra geraltambm tradicional, costumam ser a base para o ensino da escrita e daleitura; implementao da compreenso mais profunda dos mecanismospsicolgicos, motores e outros envolvidos na aquisio da capacidade deler e escrever; compreenso e explicitao da multiplicidade de formasdiscursivas que exigem formulaes lingsticas diferenciadas tanto na suamanifestao escrita como oral e no processo de decodificao de texto ede diversas formas de interao social refletidas em formas de comunicao

    distintas; enriquecimento na compreenso de que o processo dealfabetizao no um ato mecnico, mas complexo, que envolvecapacidades intelectuais, afetivas e motoras; que um embasamentopsicolingstico, semitico e fonolgico por parte dos mestres leva aresultados de muito maior sucesso para os alfabetizados.

    Desta forma questiona-se: Qual gramtica ensinar? A GT ou aInteracionista? Deve-se ensinar a interacionista, mas sempre que precisorecorrer a GT. A gramtica Tradicional dever ser ensinada, a partir domomento em que se considerar necessrio regular a fala e a escrita doaluno. (VIRGNIA, 2004)

    Geraldi (2003) mostra dois objetivos bem diferentes a que se podepropor um professor no ensino de uma lngua: o uso da lngua ou o sabera respeito da lngua.

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    Como se sabe, muito antes de a criana vir para a escola, ela operasobre a linguagem, reflete sobre os meios de expresso usados em suasdiferentes interaes, em funo dos interlocutores com que interage, emfuno de seus objetivos nesta ao. Gumperz (1986) em uma de suaspesquisas expe que existe evidncia suficiente para mostrar que todas as

    crianas normais tm domnio completo do sistema gramatical de suavariedade aos cinco anos de idade.Geraldi, (1984: 41-45):

    O professor um mediador, deve-se ensinar algo de maneira que ooutro reconhea o porqu, a necessidade daquilo que ensinamos. Alngua uma prtica social, por isso a necessidade de se ensinar lngua dentro de um contexto. A inter-ao acontece dentro dadiferena do outro, onde ir contribuir para sua formao.

    Sendo assim, se o professor tiver uma formao adequada, o queacontecer com uma minoria, ter de trabalhar com a variao da sintaxenas suas aulas e saber, na maioria das vezes de maneira intuitiva e tentativa,j que no h materiais prontos para isso, definir o que ser o uso lingsticosocialmente aceitvel para que seus alunos no fracassem no curso de suafutura vida profissional em nossa sociedade.

    Assim, entre as variantes sintticas em convvio nas falas brasileiras,o professor ter de distinguir, pelo menos, as estruturalmente mais

    salientes e socialmente mais estigmatizadas, para sem desprestigiar assegundas, selecionar ambas, a fim de treinar o uso formal falado e os usosescritos de seus alunos. A est a grande contribuio que a sociolingsticasobre o portugus brasileiro poder dar para uma efetiva virada no ensinoda lngua portuguesa no Brasil. Seria este talvez, um dever patritico: oconhecimento e o reconhecimento, na escola, da realidade do portugusbrasileiro.

    O saber metalingstico intuitivo, do mesmo modo que o saberlingstico natural, no deveria nunca estar excludo, pelo contrrio, fariaparte do processo pedaggico contnuo de enriquecimento da lngua que oindivduo j traz na sua bagagem que precede a escolarizao.

    Talvez por a o ensino da lngua materna deixasse de serestigmatizado, desde as primeiras sries escolares, pelos estudantes, pordeixar de ser um instrumento de limitao, de represso at, para vir a seruma das formas de desenvolvimento de uma capacidade natural humana epor isso criativa e criadora. (VIRGNIA, 2004)

    Dada diversidade regional, cultural e poltica existente no pas, os

    PCNs buscam parametrizar referncias nocionais para as prticas educativas,procurando fomentar a reflexo sobre os currculos estaduais e municipais,j em andamento em diversos estados e municpios. Mas a construo dosprprios currculos para o Ensino Fundamental, adequados s necessidades

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    e caractersticas culturais e polticas regionais, dever ser feita pelos rgoseducacionais de estados e municpios e pelas prprias escolas, com base nareflexo fomentada por estes referenciais, pautados essencialmente noprocesso de construo da cidadania. (ROJO, 2000)

    importante criar situaes reais de uso da lngua, o professor precisa

    provocar nos alunos a necessidade em se aprender algo. O ensino degramtica nas aulas de Portugus como lngua materna tem sem dvida,representado um problema constante para os professores de LnguaPortuguesa das escolas de 1 e 2 graus deste pas. Estes, principalmentedepois das constantes e reiteradas crticas ao ensino de gramtica nessenvel e tambm prpria teoria da gramtica tradicional e gramticanormativa, sentem-se angustiados sobre o que fazer em sala de aula. Muitasvezes o desnorteio tal que professores acabam no fazendo nada que sejasignificante para a vida dos alunos. (TRAVAGLIA, 2000)

    O professor como mediador no processo ensino/aprendizagem deveconsiderar os possveis conhecimentos partilhados e no partilhados pelosinterlocutores e as necessidades reais do grupo. O desafio que se coloca,portanto, de que de um lado o professor deve exigir esforo, dedicao,disciplina dos alunos e de outro, deve exigir-se de maneira a construir umaadequada proposta de trabalho. Em sntese, para exigir disciplina, oprofessor precisa ter moral... Deve, portanto, rever a proposta de trabalho,tanto do ponto de vista do contedo, como a metodologia (criana motivadano problema de indisciplina). (TURRA In Klein, 2003).

    a escola o primeiro lugar pblico em que o aluno se expe (oudeveria se expor) como locutor. Admitindo-se que a escola, de uma formaou outra, tem possibilitado a seus alunos interlocues nesta instnciapblica de uso da linguagem, e como estas exigem o dialeto culto, comoexplicar que depois de anos de escolarizao, falantes de variedadeslingsticas no prestigiadas socialmente permaneam falando a variedadede origem?

    Nos resultados destes estudos podemos detectar sistematizaes

    que fazem corresponder determinadas variedades a determinadas variveissociais (classes, sexos, faixas etrias etc.) (ROJO, p. 56- 57, 2000) importante o respeito s variedades lingsticas, mas o aluno precisa

    acrescentar ao seu conhecimento, para uniformizao, se no fosse assim,ele no precisaria ir para a escola, mas isso no quer dizer que ele nopoder usar sua variante.

    Precisa-se ensinar ao aluno o uso da reflexo. A lngua culta tem queser preservada, pois ns nos expomos em diferentes instncias pblicas.

    Porm a escola age como se a lngua culta fosse esttica, pronta,inabalavelmente infensa a seu uso nos processos interlocutores. (ROJO,p. 59, 2000)

    Um dos objetivos gerais assumidos pelos PCNs -(...) necessidade

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    de se construir uma escola voltada para a formao de cidados. (PAULORENATO SOUZA, p.5, PCNs) (p.151)

    Alguns estudos lingsticos e psicolingsticos acabaram porpromover uma fragmentao do objeto linguagem verbal ainda maior entre modalidade oral e modalidade escrita. Se de um lado, a escola no

    to decisiva para o aprendizado do oral, por outro, as prticas de ensinotradicionais desconsideram a presena, a fora e a constncia do oral navida dos alunos. As variantes lingsticas no so erros, mas diferenas. Asoluo no consiste apenas em respeitar as variedades dialetais, mas ir,alm disso, partindo de uma concepo de linguagem mais abrangente,que englobe, inclusive, a modalidade padro.

    A sensibilidade lingstica um dado real, concreto, cabendo escolaaprofundar essa habilidade pela explorao do fenmeno da variao. Enfim,faz parte do papel do professor e da escola ensinar/aprender a jogar o jogo

    lingstico. (Rossi-Landi 1985), (In Suassuna,1995)Maria Helena de Moura Neves, em seu livro Gramtica na Escola

    (1994) fez alguns questionamentos sobre o ensino da gramtica, eis alguns: O para qu do ensino da gramtica.1- Para que se ensina a gramtica? Para se ter um bom

    desempenho, melhor expresso, melhor comunicao, melhorcompreenso.

    2- Para que se usa a gramtica que ensinada? Especificamentepara falar e escrever melhor, quanto finalidade de ensino para simplescumprimento do programa, sua utilizao vem ligada ao sucesso na prpriasala de aula, o que significa no se apontar necessidade real para o ensinoda gramtica.

    O que ensinado.As aulas de gramtica consistem numa simples transmisso de

    contedos expostos no livro didtico em uso. Essa foi a primeira verificaoque Neves fez ao pesquisar a natureza do ensino da gramtica nas escolas.

    O difcil no ensino da gramtica.

    A grande maioria dos professores que fizeram parte da pesquisa deNeves (60%) atribui as dificuldades a problemas dos alunos: falta de esforo,falta de interesse, falta de vontade de pensar, falta de maturidade, falta decapacidade de percepo da utilidade da gramtica. Outros 7%, atriburamas dificuldades escola (mtodos ultrapassados, alfabetizao deficiente,exercitao entediante) e cerca de 3% consideraram que a prpria matriaque se ligam as dificuldades.

    As respostas dadas pergunta: Para que voc ensina gramtica?permitem analisar os conceitos que os professores de 1 e 2 graus tm degramtica:

    1- Gramtica como um conjunto de regras de bom uso (= gramticanormativa).

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    2- Gramtica como descrio das entidades da lngua e suas funes(gramtica descritiva).

    Durante o desenvolvimento da pesquisa foi constatado que osprofessores usam o texto como pretexto, e os mesmos consideram queseus trabalhos/ estudos esto modernizados, simplesmente por partirem

    de textos. Dificuldades e problemas.As dificuldades dizem respeito a uma incapacidade de avaliar a lngua

    em uso nas suas diversas dimenses, e ainda existe um descaso generalizadopela disciplina Lngua Portuguesa.

    Para Suassuna, (op. Cit.):

    A prpria prtica de ensino em todos os nveis, torna evidente acrise na linguagem. comum vermos professores insatisfeitos com

    seu trabalho, frustrados e tomados de uma sensao insupervel dederrota, o que d lugar a uma certa nostalgia do ensino deantigamente. Espalham-se as queixas: os alunos se caracterizam porum baixo desempenho lingstico; desprezam a lngua; no entendemo que lem; abusam, na produo textual, de lugares comuns; soincapazes de pensar e se expressar (!)...

    Para a autora citada acima as origens do problema dessa crise emtermos de causa, ela diz que muitos poderiam ser os motivos, mas que no

    momento importa situar o problema da escolarizao da lngua, traduzidonum princpio pedaggico excludente, que o do ensino do certo emdetrimento do errado.

    Alguns pontos ficam claros na discusso do problema do ensino dagramtica de acordo com Neves (op. Cit.)

    1- Os professores em geral acreditam que a funo do ensino dagramtica levar a escrever melhor.

    2- Os professores foram despertados para uma crtica dos valoresda gramtica tradicional.

    3- Os professores tm procurado dar aulas de gramtica no-normativa.4- Os professores verificam que essa gramtica no est servindo

    para nada.5- Apesar disso, os professores mantm as aulas sistemticas de

    gramtica como um ritual imprescindvel legitimao de seu papel.Sabe-se que o ensino da gramtica cobrado pelos pais, e que o

    mau desempenho da maioria dos alunos mais facilmente atribudo aum mau desempenho do professor se ele no fez registrar nos cadernos

    dos alunos uma teorizao das regras gramaticais.Como a viso funcionalista pode permitir uma melhoroperacionalizao da anlise lingstica em nvel escolar? Neves estabeleceu,nesse sentido, trs postulados:

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    - O texto tem de ser visto como organizao da informao.- O texto tem de ser visto como organizao da interao lingstica.- O texto tem de ser visto como organizao semntica.Se a gramtica ensinada deve servir a que os alunos se expressem

    melhor, ela deve ser tal que sirva a esse fim.O objetivo da Lingstica Aplicada o estudo da linguagem em uso,

    na interao face a face ou distncia, de um lado, um dos interesses daLingstica Aplicada tem sido o estudo das interaes ocorridas emcontextos institucionais pblicos; de outro lado, d-se tambm importnciaao estudo de eventos que envolvam textos orais e/ou escritos, na dimensoda produo e/ou da recepo, e em contextos pblicos e/ou privados.

    Assumindo esse ponto de vista na pesquisa em Lingstica Aplicada,d-se prioridade ao estudo de eventos de interao. Como afirma Kleiman(1996) a respeito da prtica em sala de aula, se a interao se d entre

    sujeitos sociais e cognitivos, as diferentes disciplinas que se encarregamde estud-la confluem e se transformam na pesquisa Lingstica Aplicada. de conhecimento de todos que, desde o perodo colonial, por

    alguns sculos predominou no Brasil o mtodo de ensino tradicional, queconsistia em transmitir aos alunos conhecimentos que deveriam ser poreles memorizados e depois repetidos para o professor para que estepudesse verificar o que eles haviam aprendido.

    Piaget e Vygotsky defendiam propostas de que o aluno, ao chegar escola, j possuiria conhecimentos prvios, e que a partir dessesconhecimentos, aplicar uma nova metodologia que viria renovar o ensino,era o movimento construtivista que iniciava. Nos ltimos anos as idiaspiagetianas foram complementadas com outras, como a de que precisoensinar o aluno a pensar e a refletir sobre as coisas do mundo de maneirainteligente, pela anlise crtica e criativa e no apenas pelo que lhe impostoou por aquilo em que o fazem acreditar, como acontecia na chamadaaprendizagem das superficialidades.

    Comeou-se ento a pensar e a acreditar no verdadeiro sentido de

    aprender, cuja significao adquirir conhecimentos, desenvolverhabilidades, mudar comportamentos, descobrir o sentido das coisas e dosfatos, alm disso as atividades pedaggicas devem ter como foco o aluno esuas capacidades, tornando-o agente e participante ativo de suaaprendizagem.

    A diferena do ensino tradicional do ensino renovado, que noprimeiro se d tudo pronto e acabado para o aluno, na segunda se instiga abusca pelos prprios alunos, o professor deixa de ser o centro.

    A abordagem sociolingstica interacional foca na interao dos

    pressupostos lingsticos, contextuais e sociais, os quais se complementampara criar as condies apropriadas para o aprendizado em sala de aula.

    A tarefa do sociolingsta interacional em cenrios modernos de

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    educao mapear o processo pelo qual o que ensinado diariamente posto em prtica e desvendar a teoria implcita de aprendizagem quedireciona a nossa escolha do modelo certo.

    O trabalho dos sociolingstas sobre as bases gramaticais e histricasda diversidade dialetal nas instituies de ensino traz implicaesimportantes. Um exemplo pode ser visto quando uma criana perde ointeresse pela aula e se recusa a cooperar porque sente que sua maneira defalar desvalorizada ou desrespeitada pelo professor ou colegas da turma.As escolas que no compreendem a verdadeira natureza das diferentesvariedades lingsticas das crianas provavelmente subestimam asdificuldades que elas enfrentam para se adaptar realidade escolar. Issonos remete questo inicial sobre o porqu de crianas pobres e dediferentes grupos minoritrios tirarem notas baixas depois de alguns anosde educao formal. O que precisamos de uma melhor compreenso de

    como a linguagem entra no contexto social de uma escola e suas implicaesa partir da.Diante desta situao, qual poderia ser a atitude do professor de

    LP? Qual postura a ser adotada? Como aponta Magda Soares (1983), InGeraldi (1984):

    De um lado h os que pretendem que a escola deva respeitar apreservar a variedade lingstica das classes populares, e sua peculiar relaocom a linguagem, considerada to vlida e eficiente, para comunicao.Neste caso, a escola deveria assumir a variedade lingstica das classespopulares como instrumento legtimo do discurso escolar (dos professores,dos alunos e do material didtico). Por outro lado, h os que afirmam anecessidade de que as classes populares aprendam a usar a variedadelingstica socialmente privilegiada, prpria das classes dominantes, eaprendam a manter, com a linguagem, a relao que as classes dominantescom ela mantm, porque a posse dessa variedade e dessa forma especficade relao com a linguagem instrumento fundamental e indispensvel na

    luta pela superao das desigualdades sociais. (SOARES, Magda,1983 InGERALDI,1984, P.45)

    ALGUNS MTODOS SO INDISPENSVEIS

    A pesquisa ser desenvolvida atravs da pesquisa bibliogrfica,momento este em que a literatura ser a ferramenta bsica parafundamentar o assunto em questo. Nesta etapa sero levados em

    considerao os postulados tericos de Geraldi (1984,2003), Rojo (2000),Suassuna (1995), Virgnia (2004), entre outros. De posse de informaestericas, a segunda etapa fazer-se atravs da pesquisa etnogrfica,

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    caractersticas importantes na pesquisa etnogrfica a descrio e a induo.O pesquisador faz uso de uma grande quantidade de dados descritivos:situaes, pessoas, ambientes, depoimentos, dilogos, que so por elereconstrudos em forma de palavras ou transcries literais. O que essetipo de pesquisa visa a descoberta de novos conceitos, novas relaes,

    novas formas de entendimento da realidade. (ANDR, 2003)Erikson (1993) defende uma postura cooperativa, de dilogo aberto,de modo que o objetivo da pesquisa no se limite a mostrar o que e comoalgo est ocorrendo, mas tambm como seria possvel mudar a situao, tornando-a melhor. Se queremos mudar a escola, tornando-a fundamentalmentemelhor, no sentido emancipatrio, diz ele, temos que mudar as relaesde poder. Temos que estabelecer relaes de parceria entre pesquisador eagentes escolares. A etnografia tenta diminuir a distncia entre pesquisadore grupo pesquisado e busca-se tornar o trabalho cada vez mais pblico.

    Enfatiza-se a necessidade de justificativa clara e objetiva das opes e dasinterpretaes do investigador e defendem-se formas de colaborao eparceria entre pesquisador e pesquisado, expondo a crticas. (ERIKSONIn Andr, 2003).

    Os estudos etnogrficos, que se estruturam sobre observaes decenrios naturais de interao, trouxeram uma nova perspectiva na anlisedo estudo do uso da linguagem. A noo de competncia comunicativa central nesses estudos. Ou seja, no bastam conhecimentos de fonologia,lxico e sintaxe. A fala dirigida pelas normas da cultura, e no plural docontexto especfico, o que limita as opes de comunicao e interpretaodo que dito. O que se diz vai alm dacompetncia e daperformance propostaspor Chomsky. Enquanto os mtodos generativistas so basicamentededutivos e os lingistas usam seus prprios conhecimentos sobre agramtica de uma lngua, os etngrafos da comunicao usam umaabordagem emprica e indutiva vendo a parte gramatical como umconhecimento compartilhado pelos diferentes falantes de uma comunidadelingstica. A variabilidade lingstica se torna ento um fenmeno

    comunicativo a ser explicado atravs de uma anlise sociolingstica. Umdos objetivos determinar o nvel das regras e normas de uma comunidadeas quais determinam ou limitam que variantes so usadas, quando, porquem, e em que circunstncias. Atravs desta pesquisa etnogrfica, serofeitas observaes, anotaes de campo e roteiros de pesquisa, baseadosnos modelos sociolingsticos de Labov.

    Aps unir a teoria com as anotaes de campo e com os roteiros depesquisa, momento da aplicao das propostas sugeridas nafundamentao terica, para a verificao das contribuies esperadas.

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    CONSIDERAES FINAIS: O INCIO DE NOVAS PRTICAS

    Os professores devem dedicar-se a encontrar formas de refletir sobreo portugus brasileiro e de mostrar que se pode utilizar as variaeslingsticas em sala de aula e fora dela, pois preciso possibilitar aos alunos

    das classes sociais desfavorecidas o acesso cultura com os mesmosinstrumentos disponveis para os falantes j pertencentes s camadas sociaisprivilegiadas, pois a escola no pode ser reprodutora das desigualdadessociais e de preconceitos. Desta forma necessrio que professores deixemde acreditar em algo que no existe (o erro de portugus) e passar acontemplar os fenmenos de variao e mudana lingstica, para que sepossa transformar a educao em Lngua Materna num compromisso coma formao plena do cidado e contra toda forma de excluso social pelalinguagem.

    Zanini, 1999:

    Sentimos que hoje, utilizar a lngua corretamente alm do domnioda forma de modo aceitvel, usa-la adequadamente ao contexto eao usurio a que se destina a mensagem veiculada. o momento, pois,de reconhecermos que no h como ensinar e aprender palavras semaprender os seus sentidos, de que a simples e vazia forma de repetirmodelos no significa compreenso, e de que a formao no sesimplifica em habilidades no manuseio de mquinas e de

    instrumentos, a fim de que entendamos a necessidade de redefinir osobjetivos do ensino/aprendizagem de lngua materna. S assim, oprofessor encontrar o seu caminho e por ele trilhar com conscincia,um lugar que seu neste processo. (Zanini, p.80-83)

    Mas, no adianta s sabermos que o problema existe e que o fracassoda escola algo que no podemos negar, precisamos questionar buscarsolues, refletir sobre o ensino que temos e o ensino que queremos.Sobre o ensino que temos, podemos dizer que ele se constri por

    determinantes externos aos limites da ao da /na prpria escola.Dessa forma, o trabalho do professor, em sala de aula, de acordocom Zanini (1999) pressupe:

    - a associao da variedade lingstica modalidade escrita;- a associao da variedade lingstica tradio gramatical;- a dicionarizao dos signos da variedade lingstica;- a considerao dessa variedade.

    O ensino da gramtica deve partir do conhecimento terico de seuobjeto, mostrando a relao entre lngua e pensamento para efeito dareflexo e subsdio tcnico aos professores, mas no que tange aos alunos,estas reflexes devem resultar em atividades prticas, a fim de que estes

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    possam adquirir uma segurana lingstica necessria s diversas situaesde interao comunicativa. (RIBEIRO, 1999)

    Sendo assim, esta pesquisa visa conscientizar os professores sobre aimportncia e at mesmo da necessidade de partir dos conhecimentos queos alunos tm da lngua, para ensinar novos, contextualizando-os a sua

    realidade, pois desta forma o ensino deixa de ser artificial, passando a fazersentido real para os alunos, pois tudo que se aprende para a vida, para ouso, internaliza-se, assim motiva os alunos a estudarem, a buscarem novosconhecimentos, j que vem uma necessidade prtica para a aprendizagem.

    Para Chomsky todo falante sabe instintivamente sua lngua e sprecisa ser ajudado a desenvolver-se por meio de prtica e de exercciosagradveis.

    Ao estigmatizar as variantes lingsticas no prejudiciais comunicao, valorizadas e utilizadas majoritariamente por comunidades

    populares, a escola enseja dificuldades de aprendizagem e contribui para aperda da auto-estima e a insegurana lingstica dos alunos. A repressolingstica igualmente caminho para a represso social e cidad. Elacontribui para a reproduo das desigualdades sociais. A funo da escola, sobretudo, ajudar a criana a compreender a realidade material, social eespiritual, com suas contradies e sua variedade, para que possa atingirsua emancipao individual e coletiva. O ensino da lngua materna deve,sobretudo, ensejar que as crianas compreendam a estrutura, ofuncionamento, as funes da lngua como instrumento de comunicao,com todas as suas variedades, sociais, regionais e situacionais.

    REFERNCIAS

    BORTONI-RICARDO, Stella Maris.Educao em Lngua Materna. A sociolingsticana sala de aula. So Paulo: Parbola, 2004.

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    Colegiado do Curso de Letras Campus de Mal. Cndido Rondon

    REVISTA TRAMA

    Verso eletrnica disponvel na internet:

    www.unioeste.br/saber