ensino a distância, e-learning, b-learning
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Pretende-se com este trabalho distinguir os conceitos de Ensino a Distância, E-Learning, B-Learning.TRANSCRIPT
+ ENSINO A DISTÂNCIA | E‐LEARNING | BLENDED LEARNING Ana Búzio [[email protected]], Mestrado em ECM, 1º Ano Disciplina: Aplicações Informáticas
+ ENSINO A DISTÂNCIA | E‐LEARNING | BLENDED LEARNING Ana Búzio, Mestrado em ECM, 1º Ano
Os conceitos de e‐learning e ensino a distância são muitas vezes confundidos, pelo facto das suas
definições se tocarem em diversos aspectos.
Assim sendo, e para compreender melhor a distinção que existe entre um e outro conceito, vamos reflectir
um pouco sobre a relevância das TIC na educação.
De facto, as tecnologias são cada vez mais utilizadas em contexto educacional, nomeadamente em
apresentações ao professor/estudantes, pesquisas na internet, entre outros exemplos. Segundo Maria João
Gomes, este é um caso de uso de tecnologias em contexto de ensino presencial. Todavia, podemos
igualmente falar da utilização destas tecnologias em “ (…) extensão virtual da sala de aula presencial (…)”1.
Podemos apontar como exemplos a colocação dos programas das disciplinas online, bem como, sumários
das aulas e textos de apoio.
Após esta breve introdução, é fácil compreender a importância das tecnologias no ensino a distância, já que
estas são fundamentais para a comunicação entre professor/aluno e aluno/aluno, mas também para a
disponibilização dos conteúdos das disciplinas.
Posto isto, avançamos para as definições de E‐Learning e Educação/Ensino a Distância.
O conceito de ensino a distância implica que o professor e aluno estejam em locais diferentes e a
aprendizagem se processe à distância. Este conceito engloba o de e‐learning, ou seja, este último é uma
modalidade do primeiro. Pode haver ensino a distância sem haver e‐learning.
No ensino a distância as tecnologias de informação são fundamentais para a transmissão de conteúdos e
também para a relação entre professor/aluno, uma vez que as barreiras espácio‐temporais têm de ser
ultrapassadas.
Podemos ainda falar em quatro fases distintas na educação a distância, estruturadas por Bottentuit e
Coutinho2:
1 GOMES, Maria João (2005). E‐Learning: reflexões em torno do conceito. In Paulo Dias e Varela de Freitas (orgs.), Actas da IV Conferência Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação – Challenges’05, Braga: Centro de Competência da Universidade do Minho, pp. 229‐236, ISBN 972‐87‐46‐13‐05 [CD‐ROM]. 2 BOTTENTUIT JUNIOR, J. B., COUTINHO, C. P. (2008). Do E‐Learning tradicional para o e‐learning 2.0. Revista Paideí@. Unimes Virtual. Volume 1, n.º2, Acedido em 26 de Outubro de 2009 em http://revistapaideia.unimesvirtual.com.br
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‐ Primeira fase: O ensino a distância era baseado na correspondência por correio;
‐ Segunda fase: Com o aparecimento da televisão educativa, cassetes de vídeo, entre outros, o ensino a
distância passou a ser efectuado através da Tele‐Escola ou Tele‐Educação;
‐ Terceira fase: Surge a internet e com ela o aparecimento de novos espaços de aprendizagem que
possibilitam a comunicação síncrona3 e assíncrona4:
‐ Quarta fase: Os materiais de aprendizagem escritos são substituídos por materiais de aprendizagem
digitais, podendo estes ser acedidos através das plataformas de ensino. É nesta fase, que surge o conceito
de e‐learning e toda a revolução que este trouxe na educação.
É precisamente com o aparecimento destas novas plataformas de ensino que surge a possibilidade de
integração de ferramentas como os chats, fóruns, exercícios, e materiais de apoio, num único espaço de
aprendizagem.
Dentro deste conceito mais abrangente que é o ensino a distância, encontramos o e‐learning.
Segundo Maria João Gomes, o “ (…) e‐learning pode ser considerado um modelo de formação a distância
que designamos por «interactivo» para melhor evidenciar as mais‐valias que o e‐learning trouxe aos
modelos clássicos de formação a distância.”5 Ainda a mesma autora afirma que não podemos considerar e‐
learning qualquer tipo de utilização de tecnologias na aprendizagem.
A nível tecnológico o e‐learning tem como suporte a internet, e a nível pedagógico implica que haja uma
interacção entre professor/aluno e aluno/aluno. É precisamente nesta interactividade/colaboração que
reside o maior potencial do e‐learning, através da “ (…) criação de situações de aprendizagem baseadas na
Exploração (…) partilha de Experiências entre todos os participantes, no Envolvimento decorrente da
participação (…) numa perspectiva Empreendorista do papel do aluno (…)”.6 A autora Maria João Gomes
apresenta‐nos um esquema baseado no estudo de Peterson, Morastica e Callanhan em 1999, o qual cito
aqui:7
3 Existe simultaneidade na comunicação, isto é, os intervenientes têm de estar num dado sítio a uma dada hora para poderem comunicar. Podem ser exemplos, os Chats ou a videoconferência. 4 Os intervenientes não precisam estar sincronizados nem no espaço nem no tempo. São exemplos, o correio electrónico, fóruns de discussão, entre outros. 5 GOMES, Maria João (2005). E‐Learning: reflexões em torno do conceito. In Paulo Dias e Varela de Freitas (orgs.), Actas da IV Conferência Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação – Challenges’05, Braga: Centro de Competência da Universidade do Minho, pp. 229‐236, ISBN 972‐87‐46‐13‐05 [CD‐ROM]. 6 GOMES, Maria João (2005). Desafios do E‐Learning: Do Conceito às Práticas. In Bento D. Silva & Leandro S. Almeida (coords.), Actas do VIII Congresso GalaicoPortuguês de PsicoPedagogia, Braga: CIEd / IEP / UM, 66‐76. [ISBN: 972‐8746‐36‐9, CD‐Rom] 7 GOMES, Maria João (2005). E‐Learning: reflexões em torno do conceito. In Paulo Dias e Varela de Freitas (orgs.), Actas da IV Conferência Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação – Challenges’05, Braga: Centro de Competência da Universidade do Minho, pp. 229‐236, ISBN 972‐87‐46‐13‐05 [CD‐ROM].
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Compreende também a disponibilização de materiais de apoio por parte do professor, delineando assim
uma “ (…) vertente de tutoria ‘electrónica’ (…)”.8
Podemos apontar ainda uma outra definição mais sintetizada de Leal e Amaral da Universidade do Minho:
“O processo pelo qual, o aluno aprende através de conteúdos colocados no computador e/ou Internet e em
que o professor, se existir, está à distância utilizando a internet como meio de comunicação (síncrono ou
assíncrono), podendo existir sessões presenciais intermédias.”9
Com o advento da Web 2.0 começou‐se igualmente e falar de um e‐learning 2.0. De facto a Web 2.0
permitiu que o usuário deixasse de ter uma atitude passiva, para ter um papel activo na construção do
saber virtual. Para acompanhar esta evolução, o e‐learning pode‐se munir de outras plataformas de
aprendizagem, para além das tradicionais plataformas LMS (exemplo: Moodle).
Para Downes citado por Bottentuit e Coutinho, para a implementação do modelo de e‐learning 2.0 é
necessário:
‐ Integrar novas plataformas de aprendizagem;
‐ Criar redes sociais que promovam a interacção/integração entre os indivíduos;
‐ Alargar a comunidade de aprendizagem a outras comunidades que tenham os mesmos interesses e
necessidades.
Como ferramentas do e‐learning 2.0, podemos apontar:
8 Gomes, Maria João (2005). Desafios do E‐Learning: Do Conceito às Práticas. In Bento D. Silva & Leandro S. Almeida (coords.), Actas do VIII Congresso GalaicoPortuguês de PsicoPedagogia, Braga: CIEd / IEP / UM, 66‐76. [ISBN: 972‐8746‐36‐9, CD‐Rom] 9 AMARAL, L.,LEAL, D. (2006). Do ensino em sala ao e‐learning. Acedido em 11 de Novembro de 2009, em http://www.sapia.uminho.pt/Default.aspx?tabid=7&pageid=137&lang=pt‐PT
E‐LEARNING
EMPATIA DE USO
EXPERIÊNCIA EMPREENDORISMO
EXPLORAÇÃO ENVOLVIMENTO
ELECTRÓNICA
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‐ Blogue: É uma excelente plataforma de troca de ideias, mas também de criação de portfólios digitais;
‐ Wikis: Os wikis são sítios na Internet onde qualquer um de nós pode criar conhecimento, editá‐lo ou até
eliminá‐lo. Temos como exemplo a Wikipédia. Estes são instrumentos para a concepção de trabalhos
colaborativos entre alunos e professores;
‐ Podcast: Permite a gravação áudio de aulas, entrevistas, entre outros, e podem ser ouvidos em qualquer
altura e em qualquer local;
Estes são apenas alguns exemplos de ferramentas que podem ser colocadas ao serviço do e‐learning, pois
existem muitas outras como o Docs & Spreadsheets, o Delicious, Messenger, Skype e Google Talk. Para
Bottentuit e Coutinho “ (…) o grande desafio que se coloca aos professores e formadores é saber utilizar
estas ferramentas por forma a criar plataformas (…)”10
O e‐learning pode também estar associado ao blended‐learning ou b‐learning, modelo que incorpora uma
componente de formação presencial e uma componente online. Tal como no e‐learning, o b‐learning pode
ser organizado em acções síncronas e assíncronas, onde cada um pode completar as suas tarefas de acordo
com a sua disponibilidade. Este paradigma possibilita igualmente uma maior troca de ideias e integração
entre os estudantes e professores, desenvolvendo assim dinâmicas colaborativas. Como é composto por
aulas presenciais, permite ao professor fazer uma melhor avaliação dos alunos, bem como uma
aprendizagem mais consolidada. Tal como refere DeLacey and Leonard em 2002: “Students not only
learned more when online sessions were added to traditional courses, but student interaction and
satisfacion improved as well”.11
Concluindo, todas as noções aqui apresentadas estão relacionadas. Parece‐nos que o conceito aglutinador
será o de educação a distância, sendo este precedido pelo e‐learning e consequentemente pelo b‐learning.
Podemos sintetizar esta afirmação no subsequente esquema:
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
ENVOLVIMENTO
E‐LEARNING
B‐LEARNING
10 BOTTENTUIT JUNIOR, J. B., COUTINHO, C. P. (2008). Do E‐Learning tradicional para o e‐learning 2.0. Revista Paideí@. Unimes Virtual. Volume 1,
n.º2, Acedido em 26 de Outubro de 2009 em http://revistapaideia.unimesvirtual.com.br 11 HARRIMAN, Gray. (2009). Blended Learning. Acedido em 24 de Novembro de 2009 em http://www.grayharriman.com/blended_learning.htm
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+ BIBLIOGRAFIA
AMARAL, L.,LEAL, D. (2006). Do ensino em sala ao e‐learning. Acedido em 11 de Novembro de 2009, em
http://www.sapia.uminho.pt/Default.aspx?tabid=7&pageid=137&lang=pt‐PT
BOTTENTUIT JUNIOR, J. B., COUTINHO, C. P. (2008). Do E‐Learning tradicional para o e‐learning 2.0. Revista Paideí@. Unimes
Virtual. Volume 1, n.º2, Acedido em 26 de Outubro de 2009 em http://revistapaideia.unimesvirtual.com.br
GOMES, Maria João (2005). Desafios do E‐Learning: Do Conceito às Práticas. In Bento D. Silva & Leandro S. Almeida (coords.), Actas
do VIII Congresso GalaicoPortuguês de PsicoPedagogia, Braga: CIEd / IEP / UM, 66‐76. [ISBN: 972‐8746‐36‐9, CD‐Rom]
GOMES, Maria João (2005). E‐Learning: reflexões em torno do conceito. In Paulo Dias e Varela de Freitas (orgs.), Actas da IV
Conferência Internacional de Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação – Challenges’05, Braga: Centro de
Competência da Universidade do Minho, pp. 229‐236, ISBN 972‐87‐46‐13‐05 [CD‐ROM].
HARRIMAN, Gray. (2009). Blended Learning. Acedido em 24 de Novembro de 2009 em
http://www.grayharriman.com/blended_learning.htm