ensaios acelerados de corrosão atmosférica - parte 2 · 2017-09-18 · no procedimento “a” os...

3

Click here to load reader

Upload: lythu

Post on 13-Nov-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Ensaios Acelerados de Corrosão Atmosférica - Parte 2 · 2017-09-18 · No procedimento “A” os corpos de pro-va são submetidos a névoa salina conforme ASTM B 117 de 4 a 24

A ação de radiações UV tem um papel importante em tintas, devi-do estas provocarem modificações químicas que levam a propagar acorrosão com facilidade.

O ensaio consiste em ciclos com fases de uma semana conformeASTM G 85, com outra semana conforme ASTM G 154 (Light andwater exposure apparatus). O número de ciclos varia de 6 a 12 depen-dendo da resistência do material.

CORROSÃO FILIFORMED 2803 - Standard Practice for Testing Filiform CorrosionResistance.

Possui três tipos de ciclos. No procedimento “A” os corpos de pro-va são submetidos a névoa salina conforme ASTM B 117 de 4 a 24horas. Após limpeza são colocados em câmara de umidade não satu-rada 85% UR a 25ºC. No procedimento “B” (baseado na ISO 4623)não há limpeza dos corpos de prova. O procedimento “C” é idênticoao “A”, porém a câmara úmida é operada a 40ºC.

G 60 - Standard Test Method for conducting Cyclic HumidityTests.

Consiste em submeter os corpos de prova a ciclos de umidadevariável de 8 horas com imersão em solução a base de NaCl, CaCl2 eH2SO4.

A variação cíclica de umidade é obtida por duas torres; uma delasde umidificação e a outra de secagem. Na torre de umidificação, o arborbulha numa coluna de água cuja temperatura é controlada termos-taticamente. A torre de secagem contém sulfato de cálcio anidro pararetirada da umidade.

A maior desvantagem deste ensaio esta nos casos em que é testadoum componente composto de mais de um tipo de metal.

Após diversos ciclos existe a contaminação da solução provocandoa corrosão galvánica que a peça não é submetida durante o ensaio.

SAE J 1563 - Guidelines for Laboratory Cyclic Test.Apresenta definições gerais de como programar e realizar testes cí-

clicos, bem como diversas relações bibliográficas. Dos testes estudados,inclui aqueles que conduziram a melhores resultados até o momento.

PARTICULARES:Muitas empresas desenvolveram a partir de pesquisas internas,

ensaios próprios para atender suas necessidades específicas. Devido aimportância destas empresas e a representatividade, muitos destesensaios tem se propagado na indústria de sub-fornecedores.

Tabela de alguns exemplos de Ensaios Cíclicos particulares:• GM 9540 P/GM 4465 P • Volkswagen PV 1210• Renault D 17 2020/—B • Peugeot D 23 1461

(ECC1) e D 17 1686/—D • Volvo STD 1027• Nissan M 007 CCT 1/CCT 4 • BMW CCT

Artigo Ensaios

Um breve resumo histórico do início até as últimas tendências mundias

Ensaios Acelerados de Corrosão Atmosférica - Parte 2

UTROS EXEMPLOSTRADICIONAIS DEENSAIOS CÍCLICOS:

PROHESION(ASTMG 85 - Standard Prac-tice for Modified Salt Spray(Fog) Testing/Anexo 5).

Conhecido como PROHE-SION, este ensaio foi desenvolvi-do por Harrisons and Timmonsentre 1960 e 1970, e tem sidobem sucedido para correlação deintemperismo de tintas de manu-tenção industrial.

Consiste em ciclos de 1 horade Névoa Salina a 24ºC com 1hora de secagem (dry off) a 35ºC.A solução do eletrólito utilizadaé mais diluída (0,05% NaCl) po-rém inclui outros eletrólitos(0,35% sulfato amônio).

À medida que se repetem osciclos, a concentração dos eletró-litos nos corpos de prova aumen-ta, sujeitando a uma ação em di-versas concentrações, e as peçasensaiadas alternam condições deumidade saturada e não saturada.

INTEMPERISMO ACELERADO(D 5894 - Cyclic Salt Fog/UV).

Esta norma vem ao encontrode necessidades da indústria detintas.

Por Carlos

Alberto Maciel

Fig. 1 –Exemplo decâmara intem-perismo (enve-lhecimento)por ciclos deultra viole-ta/condensação.

1

00 C & P • Março/Abril • 2007

Page 2: Ensaios Acelerados de Corrosão Atmosférica - Parte 2 · 2017-09-18 · No procedimento “A” os corpos de pro-va são submetidos a névoa salina conforme ASTM B 117 de 4 a 24

Outro ítem que causa confu-são de interpretação é o da umi-dade relativa. Água em forma denévoa ou gotas (líquida) numambiente não é uma certeza deambiente saturado (98% - 100%UR). Umidade relativa é umamedida da porcentagem da quan-tidade de vapor da água com rela-ção ao máximo da saturação paraaquela temperatura. O mais cor-reto seria utilizar medidas de umi-dade absoluta.

Tempos de Transição:O tempo de transição entre os

ambientes indicados pelo ensaio,tanto para procedimentos ma-nuais ou automáticos, pode serum fator que cause divergêncianos resultados.

Um sistema automático pos-sui a vantagem de padronizar comexatidão os tempos de transição.

Muitas normas não especifi-cam este tempo de transição sen-do que, o que pode ser aceitávelpara ensaios cíclicos com longosperíodos (de dias), pode não seraceitável em casos em que os pe-ríodos são curtos (horas).

9. Conclusão:Deve-se salientar que os en-

saios acelerados de corrosão e res-pectivos equipamentos utilizadosnão são “máquinas do tempo”, eque e sempre é possível observaras condições de uso do produtopara introduzir alterações noensaio a fim de reproduzir a per-formace do produto durante avida útil (porém perde-se na nor-malização do ensaio).

Volkswagen PV 1210.Combina Ciclos de Névoa Salina, Repouso e umidade saturada.Os tempos de transição são considerados dentro do próprio perío-

do de cada evento.

7. Execução dos Ensaios:Procedimentos de ensaio podem ser manuais, em que o operador

utiliza diversos aparelhos e realiza em tempos determinados a tranfe-rência dos corpos de prova entre as diferentes condições; ou automáti-co, em que um mesmo equipamento é programado para automatica-mente variar as condições internas.

A vantagem de automatizar o processo, está em reduzir o trabalhodo operador (e os custos) e de evitar diferenças no resultado do ensaiodevido ao modo de efetuar as transferências entre os aparelhos.

Conforme verificação das principais normas de ensaios, os ambien-tes mais comuns de serem utilizados em testes cíclicos são névoa sali-na, umidade saturada, secagem e condição ambiente (23 ± 5ºC). Ostempos de cada fase variam de algumas horas a dias.

A fim de permitir abranger a possibilidade de um maior númerode tipos de testes num mesmo equipamento, um modelo de equipa-mento cíclico automático, que seja programável pelo próprio opera-dor, é mais útil.

8. Principais Cuidados em Testes Cíclicos:

Correta interpretação dos ambientes solicitados.Como os testes cíclicos envolvem diferentes condições variáveis, é

preciso verificar com segurança que o equipamento utilizado consigareproduzir todas as condições solicitadas.

Por exemplo, muitos ensaios cíclicos solicitam um período em con-dições de repouso (laboratório). Estas condições são geralmente en-contradas em países de clima temperado. No caso do Brasil, para aten-der este requisito, o equipamento deve possuir climatizador ou os cor-pos em teste devem permanecer em laboratório com temperatura eumidade controladas.

Fig. 2 – Exemplos de câmaras de corrosão contínuas e cíclicas.

2

TABELA - CICLO ENSAIO CONFORME PV 1210

Ciclo VW PV 1210

Período Evento Descrição conforme4 horas Névoa Salina DIN 50021-SS4 horas Repouso ( 23 +/- % C ) DIN 5001416 horas Umidade Saturada DIN 50017-KK

Fig. 3 –Exemplo de carta

psicométrica.

3

C & P • Março/Abril • 2007 00

Page 3: Ensaios Acelerados de Corrosão Atmosférica - Parte 2 · 2017-09-18 · No procedimento “A” os corpos de pro-va são submetidos a névoa salina conforme ASTM B 117 de 4 a 24

Bibliografia:“ASTM Standardization News”.ROBERT BABOIAN, “Corrosion Test and Standards- Application and

Interpretation”, ASTM book, June 1995.GARDNER S. HAYNES , “ Cyclic Cabinet Corrosion Testing”, ASTM STP

1238, November 1995.KETOLA, GROSSMAN, “Accelerated and Outdoor Durability Testing of Organic

Materials”, ASTM STP 1202, June 1994.“P 228 Automotive Corrosion and Prevention Conference Proceedings”, Dearborn,

MI, December 1989.“P 250 - 5 th Automotive Corrosion and Prevention Conference Proceedings”,

October 1991. •

É inegável a importância e asvantagens conseguidas pela com-plementação dos ensaios tradi-cionais, entre eles o de nêvoa sali-na com os cíclicos.

Cada vez mais, através de no-vos ensaios de campo e desen-volvimentos em laboratórios,será possível publicar métodosde ensaios muito mais represen-tativos que o de névoa salina neu-tra. Sua normalização será ampla-mente utilizada para compararqualidade de componentes ouacabamentos com relação a cor-rosão atmosférica.

Também é conveniente ob-servar que o ambiente terrestreestá sujeito a alterações climato-lógicas, o que pode levar a futu-ramente ser necessário modificaralguns parâmetros do ensaio(entre eles podemos citar a chuvaácida cuja potencialidade temaumentado nos últimos anos).

Carlos Alberto MacielEngenheiro Químico – Escola Politécncia da Universidade São Paulo, Diretor - BASSEquipamentos Ltda – Brasil / Thermotron Ind, Inc. - U.S.A. Vice-Presidente da CâmaraSetorial de Controle de Qualidade do CB 04 da ABNT. [email protected] Fax: 11 4161 2176

00 C & P • Março/Abril • 2007