ensaio final aluno cassius valter

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Page 1: Ensaio final aluno cassius valter

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: HISTÓRIA DA ESCOLARIZAÇÃO BRASILEIRA E

PROCESSOS PEDAGÓGICOS

PROF.: Simone Valdete

ALUNO: Cassius Valter

TURMA: H

ENSAIO FINAL

TEMA: A EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL

POLÍTICAS

O primeiro programa civil de um curso de educação física de que se têm

notícia é o do curso da Escola de Educação Física do Estado de São Paulo,

criado em 1931, mas que só começou a funcionar em 1934. (NETO, ET AL.,

2004)

A Constituição de 1937 vai tornar a educação física obrigatória nas

escolas, fazendo surgir outras reivindicações especialmente relacionadas à

profissão, como, por exemplo, a exigência de um currículo mínimo para a

graduação. Essa conquista deu-se em 1939, por meio do decreto-lei n. 1.212

que criou a Escola Nacional de Educação Física e Desportos e estabeleceu as

diretrizes para a formação profissional. Entretanto, para além do discurso de

determinado grupo, tem início um processo de organização e regulamentação

que irá contribuir para a constituição do campo da educação física, pois se

organizou e se regulamentou a profissão entre leigos e não-leigos na

constituição do seu “campo”. (NETO, ET AL., 2004)

Com exceção do curso para formar professores com duração de dois

anos, os demais eram desenvolvidos no período de um ano. Da mesma forma

pode-se dizer que a formação do professor é a de um técnico generalista, mas

carregada no compromisso de ser um educador. Paralelo a esse decreto-lei,

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passa-se a exigir também o diploma de graduação, para o exercício

profissional. (NETO, ET AL., 2004)

Entre 1945 e 1968, a formação do professor ganhou uma atenção

especial, o que se pode observar de maneira nítida na Lei de Diretrizes e

Bases – LDB – n. 4.024/61 A partir de então, a formação do professor passou a

exigir um currículo mínimo e um núcleo de matérias que procurasse garantir

formação cultural e profissional adequadas. Outra exigência que os cursos

deveriam atender era a de um percentual de 1/8 da carga horária do curso

para a formação pedagógica, visando fortalecer a formação do professor e

fazer dele um educador. Até então, a formação do professor de educação física

ocorria de forma totalmente independente dos cursos de licenciatura para as

demais áreas do conhecimento (matemática, geografia, história etc.). Dos

professores dessas outras matérias do ensino de 1o e 2o graus era exigido o

curso de didática (1939) e para a formação do licenciado na educação física

não se exigia esse curso. Porém, em função dessa LDB, o Conselho Federal

Educação (CFE) vai apresentar os pareceres n. 292/62 e n. 627/69, visando

estabelecer os currículos mínimos dos cursos de licenciatura sublinhando que

“o que ensinar” preexiste ao “como ensinar” e estabelecer um núcleo de

matérias pedagógicas. (NETO, ET AL., 2004)

Em 1987, com a promulgação do parecer CFE n. 215/87 e da resolução

CFE n. 03/87, foi estabelecida a criação do bacharelado em educação física.

Nessa proposta, os saberes anteriormente divididos entre as matérias básicas

e profissionalizantes – localizadas dentro dos núcleos de fundamentação

biológica, gímnico-desportivo e pedagógica – assumem uma nova

configuração, tendo como fundamento da distribuição dos saberes na estrutura

curricular duas grandes áreas. Formação Geral – humanística e técnica – e

Aprofundamento de Conhecimentos (NETO, ET AL., 2004)

ORIGENS

A Educação Física tal como a concebemos hoje têm suas raízes na

Europa de fins do século XVIII e início do século XIX. Com a criação dos

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chamados Sistemas Nacionais de Ensino, a Ginástica, nome primeiro dado à

Educação Física e com caráter bastante abrangente. (SOARES, 1996)

A Ginástica compreendia marchas, corridas, lançamentos, esgrima,

natação, equitação, jogos e danças. Surgiu na sociedade ocidental moderna

como um movimento de caráter popular e sem qualquer relação com a

instituição escolar. Este movimento, bastante vigoroso em todo o século XIX,

teve sua denominação definida a partir do país de origem e ficou também

conhecido como "escolas" ou "métodos de ginástica". Os mais conhecidos no

Brasil foram o Método francês, alemão e sueco, sendo o mais divulgado e que

serviu de modelo para um método nacional de ginástica em nosso país, o

Método francês. (SOARES, 1996)

A ginástica francesa deveria abranger a prática de todos os exercícios

que tornam o homem mais corajoso, mais intrépido, mais inteligente, mais

sensível, mais forte, mais habilidoso, mais adestrado, mais veloz, mais flexível

e mais ágil, predispondo-o a resistir a todas as intempéries das estações, a

todas as variações do clima, a suportar todas as privações e de todos os

obstáculos que encontre a prestar, enfim, serviços assinalados ao Estado e a

humanidade. (ALBUQUERQUE, 2008)

Para as mulheres seguia-se com o pensamento de uma ginástica suave,

onde não se perdesse a feminilidade, e que preparasse o corpo da mulher para

ser mãe. E para os homens a ginástica deveria salientar a virilidade, força,

disciplina e competitividade. (ALBUQUERQUE, 2008)

Por ser capaz de colaborar para o controle, disciplina e submissão,por

incutir a ordem e o fortalecimento da raça frente ao seu rigor anatomo-

fisiologico, a ginástica francesa foi eleita pelos governantes como aquela que

uniformizaria a educação física que era, muitas vezes, dirigida segundo o livre

arbítrio dos professores. (GOELLNER, 1992)

O método de ginástica francesa desempenhou um papel quase que

ideológico ao longo de sua vigência, e por sua vez, marcou profundamente a

educação física escolar brasileira. (GOELLNER, 1992)

Uma curiosidade é que o Método Francês nunca foi adaptado pelo

Ministério da Educação. Pois o Regulamento da Educação Física, em 1932, foi

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assinado pelo presidente da época e pelo ministro da Guerra. Como os

militares se tornaram instrutores e professores civis que orientaram Escolas de

Educação Física, a Divisão de Educação Física do Ministério da Educação

adotou o Método Francês. Mas não há nenhum decreto que obrigue a isso.

(MARTINI, et al., 2010)

O método francês se manteve hegemônico nas escolas durante todo o

período da ditadura militar, principalmente por influência dos próprios militares,

a fim de acentuar o nacionalismo através de marchas, desfiles e apresentações

de ginástica enaltecendo a identidade do povo brasileiro.

Além deste aspecto do nacionalismo, trazido pelos militares, se tinha

também a ideia da higienização do povo, com muitos ideais da medicina, com o

objetivo de “homogeneizar” o povo brasileiro.

Com o fim da ditadura, a abertura política e a conquista da democracia,

a educação física no Brasil começa a passar por um período de esportivização.

Neste período, os esportes, principalmente os coletivos, passam ser o foco

principal das aulas de educação física, e é através dos esportes em que se

trabalha todos os aspectos do desenvolvimento motor, cognitivo e sócio/afetivo

dos escolares.

Hoje em dia, o que se vê é uma desvalorização da educação física como

um agente importante na formação escolar. Portanto, cabe a nós, futuros

educadores, professores de educação física, com muito trabalho e a partir de

todo o conhecimento adquirido, comprovar a importância social, cognitiva e

biológica da educação física, tanto nas escolas quanto nas vidas cotidianas das

pessoas.

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REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, Luis Rogério de. Concepção e saberes da formação de

professores em educação física, no período de 1970 a 1990, e a relação

entre saber e poder. 2008. 188f. Trabalho de Conclusão de Curso

(dissertação de mestrado). Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

Curitiba, 2008.

GOELLNER, Silvana Vilodre. O método francês e a educação física no

brasil da caserna a escola. 1992. 225f. Trabalho de Conclusão de Curso

(dissertação de mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto

Alegre, 1992.

MARTINI, Sérgio ; MAZO, Janice ; LYRA, Vanessa ; SILVA, Alvaro . A

Fundação da Associação dos Profissionais de Educação Física do Rio Grande

do Sul – APEF/RS: Recortes do cotidiano. Novo Hamburgo/RS: FEEVALE,

2010. v. 1. 80p.

NETO, Samuel de Souza, ALEGRE, Atílio de Nardi, HUNGER, Dagmar,

PEREIRA, Juliana Martins. A formação do profissional de educação física no

Brasil: uma história sob a perspectiva da legislação federal no século XX.

Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 25, n. 2, p. 113-128.

Jan. 2004.

SOARES, Carmem Lúcia. Educação física escolar: conhecimento e

especificidade. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo,

n. 2, p. 6-12, 1996.