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“ENQUANTO PUDER” Susana Leão, 12ºD2 Trabalho elaborado para a disciplina de Projecto e Tecnologias Vídeo, leccionada pela prof. Marta Albuquerque ESCOLA SOARES DOS REIS – PORTO – ANO LECTIVO 2014/2015

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“ENQUANTO PUDER”

Susana Leão, 12ºD2

Trabalho elaborado para a disciplina

de Projecto e Tecnologias – Vídeo,

leccionada pela prof. Marta

Albuquerque

ESCOLA SOARES DOS REIS – PORTO – ANO LECTIVO 2014/2015

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD2

RESUMO: Apresentação descritiva de todo o processo de pré-produção, produção e pós-produção do Documentário

“Enquanto Puder”, realizada no âmbito da Especialização Vídeo da disciplina de Projecto e Tecnologias (12º Ano)

ÍNDICE

1.  Introdução 2.  Pré-Produção – CELTX 2.1.  Do Tema ao Conceito 2.2.  Nota de intenções 2.3.  Descrição por cenas 2.4.  Caracterização

2.4.1.  Locais de filmagem 2.4.2.  Ator 2.4.3.  Câmara 2.4.4.  Som 2.4.5. Equipa Técnica

2.5.  Mapa de rodagem 2.6.  Repérage 3.  Produção 3.1.  Gestão de meios 3.2.  Rodagem 3.2.1.   1º Dia 3.2.2.   2º Dia 3.2.3.   3º Dia 3.2.4. 4º Dia 3.3.  Desempenho da equipa técnica 4.  Pós-Produção 4.1.  Seleção de planos e Montagem 4.2.  Efeitos e filtros utilizados 4.3.  Áudio e Voz-Off 4.4.  Ficha Técnica 5. Conclusão

Susana Leão, Nº22, D2

Escola Artística Soares dos Reis – Disciplina de Projecto e Tecnologias-Vídeo 12ºD2

1.INTRODUÇÃO

No âmbito da disciplina de Projeto e Tecnologias, especialização de Cine-Vídeo do

Curso de Comunicação Audiovisual, a proposta de trabalho consistiu na conceção de um

Documentário com o tempo limite de dez minutos, cujo tema se trata da “Cidade do Porto”.

Pretendeu-se assim que fosse escrito um dossiê que abordasse as diferentes etapas do

trabalho, respetivamente a fase de pré-produção, produção, pós-produção e todos os

respetivos subtemas explorados.

No final, encontrar-se-à uma pequena reflexão acerca de todo o processo deste

documentário, as dificuldades encontradas e ultrapassadas e uma pequena auto-avaliação não

só do trabalho como do meu desempenho.

.

Susana Leão, Nº22, D2

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2.PRÉ-PRODUÇÃO

2.1. Do Tema ao Conceito

Como sempre acontece no 12º ano do Curso de Audiovisual na especialização de vídeo

na Escola Artística de Soares dos Reis, é feita uma Prova de Aptidão Artística que consiste na

criação de uma curta-metragem com um tema escolhido pela escola. Esta é apresentada a um

público e um grupo de júris que nos avalia em variados aspetos.

Assim sendo, todos os anos o tema da curta-metragem é mudado. O tema deste ano

letivo de 2014/2015 foi decidido no final do ano anterior, tendo-nos sido dito que seria acerca

da cidade do Porto, um documentário Neo-Realista Italiano. Posto isto, comecei por criar as

primeiras ideias.

A minha primeira ideia consistia nos sem-abrigo do Porto, tendo já pensado nisso muito

antes de saber o tema principal da curta-metragem. Dentro disso, retrataria a vida e as

dificuldades de um sem-abrigo e o contraste do seu ponto de vista e o dos habitantes que por

ele passam. Quando apresentei esta ideia, foi-me dito para a abandonar visto ser um tema

“cliché” e pouco original. Apesar de me encontrar presa à ideia, concordei e avancei para a

seguinte.

Embora não a tendo apresentado aos professores, pensei em representar a típica

família da cidade do Porto. Por não possuir ideias suficientes nem me atrair tanto quanto

devia, decidi abandonar esta breve ideia.

Foi então que durante uma viagem realizada à cidade do Porto me deparei com os

senhores de sempre. Senhores estes que sempre vi sentados nos seus bancos em plena

Avenida dos Aliados a engraxar sapatos de outros senhores. Apercebi-me, então, que este se

tratava de um tema que me atraía definitivamente, não só pela curiosidade pelas histórias

daqueles engraxadores, mas também por estes serem um marco da cidade, trabalhando

naquele mesmo local há décadas. Posto isto, decidi optar por este tema, tornando-o o final.

Num primeiro momento, tinha em mente contar a história de apenas um engraxador de

maneira a este englobar a sua experiência com os demais com quem partilha a rua. Pensei, na

altura, que este seria capaz de me responder algo completo, interessante e cativante o

suficiente numa só resposta, pelo que foi isso mesmo que apresentei como ideia inicial não só

para a minha professora e colegas, como também para as restantes turmas e respetivos

professores. Na altura, foram-me colocadas bastantes questões que me levaram a repensar

todo o meu conceito e tema.

Após várias entrevistas a engraxadores, apercebi-me que estes são senhores bastante

simples, com um vocabulário básico e de respostas curtas. Este foi um problema com que me

deparei quase até ao final do trabalho, acabando por, no fim, redigir um texto acerca dos

engraxadores de sapatos para que alguém o lesse e assim acompanhasse a curta-metragem em

voz-off.

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2.2. Nota de Intenções

Após a chegada à decisão final do tema do documentário, coube-me explorá-lo mais

ainda, definir o que iria contar e mostrar na curta-metragem e qual a intenção deste tema.

Tendo em conta o tema se tratar dos engraxadores de sapatos da cidade do Porto,

pretendi, inicialmente, explorar o facto de estes senhores trabalharem no centro da cidade há

imensas décadas, observando, com o passar dos anos, as mudanças na cidade e nos seus

habitantes. Apesar de todas essas mudanças definitivamente significativas, estes continuam a

manter a tradição de engraxar os sapatos.

Seria então, a partir disso, que o mostraria através de depoimentos completos desses

engraxadores. Pretendia mostrar as suas opiniões sobre todo este abandono dos sapatos para

as sapatilhas, o encerramento dos locais próprios onde exerciam o seu ofício e o

desaparecimento e extinção da profissão.

O abandono dos sapatos para as sapatilhas, seria mostrado através de planos de

diferentes e imensos “pés” de pessoas da cidade do porto utilizando sapatilhas que seriam

comparados a muitos poucos planos de sapatos. O encerramento e a extinção da profissão

seria apenas através das histórias contadas por aqueles que as viveram e experienciaram.

De maneira a todos esses depoimentos não tornarem o documentário tedioso, seriam

colocados aleatoriamente - ainda assim fazendo sentido - ao longo da curta-metragem. Estes

serviriam para acompanhar imagens que mostrassem toda esta vida de um engraxador, a arte

e o processo de engraxar, o abandono dos sapatos e o esquecimento da existência destes

senhores.

Com o avanço do tempo e o avanço das entrevistas, foi necessária uma mudança de

planos que, no final de todo o projeto, resultou numa curta-metragem sem depoimentos e sim

com voz-of.

Em suma, a minha intenção com este documentário era simplesmente dar relevo e

relembrar as pessoas da existência desta profissão e daqueles que a exercem.

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2.3. Descrição por cenas

SEQUÊNCIA Nº1/ EXTERIOR/ PONTE DE D. LUÍS E AVENIDA DOS ALIADOS

Ao longo desta sequência de planos, são apresentados planos das nuvens vistas da

Ponte de D. Luís tal como a vista para o Rio Douro. Para além disso, são também apresentados

planos médios e pormenor da Avenida dos Aliados.

Esta sequência apresenta como função contextualizar a ação no espaço, de maneira a

que a sequência dos engraxadores não seja apresentada de forma tão direta e sim de forma

mais subentendida.

SEQUÊNCIA Nº2/ EXTERIOR/ ENGRAXADORES DE SAPATOS

É em seguida à sequência da contextualização que é apresentada uma sequência de

engraxadores. Nela, serão visíveis planos dos rostos dos engraxadores e pormenores das suas

faces, mãos e sapatos. Planos das escovas e das latas de graxa no chão e também cenas

destas a serem postas em uso. Nesta sequência serão apresentados diferentes tipos de

clientes a usufruírem dos serviços dos engraxadores e diversas pessoas com diversos exemplos

de calçado.

Com esta segunda sequência, pretendo mostrar o lado por muitos esquecido e

ignorado. A tradição que se mantém ao longo dos anos na cidade do Porto.

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CARACTERIZAÇÕES DIVERSAS (A CTORES/ENTREVISTADOS , O BJECTOS , LOCAIS DE F ILMAGEM,

EQUIPA DE RODAGEM, EQUIPAMENTO A UDIOVISUAL UTILIZADO)

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2.4. Caracterização

2.4.1. Locais de filmagem

2.4.2. Atores

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2.4.3.  Câmara

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2.4.4.  Som

2.4.5. Equipa Técnica

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2.5.  Mapa de rodagem

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2.6.  Répèrage

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3.PRODUÇÃO

3.1. Gestão de Meios

Para dar início às gravações da curta-metragem foi necessário estabelecer contacto

com engraxadores de sapatos de maneira a decidir qual deles seria o personagem principal

que, de certa forma, englobaria todos os engraxadores da cidade. Tendo em conta que

sempre os avistava ao longo da Avenida dos Aliados, comecei por entrevistar os que lá se

encontravam.

O primeiro dia de entrevistas não foi tão bem sucedido como pretendia, sendo que o

engraxador não era capaz de responder a nenhuma das perguntas colocadas. Quando o

questionei sobre há quanto tempo exercia a profissão respondeu que não sabia. O mesmo

respondeu para todas as restantes perguntas, pelo que agradeci e fui embora. Fi-lo pois

compreendi que não iria conseguir obter nenhuma história desse engraxador, sendo assim

desnecessário perguntar se poderia filmá-lo.

Foi então, alguns dias após a primeira tentativa, que decidi voltar ao local. Procurei

por um engraxador de sapatos diferente e foi então que encontrei o Sr. Mário. Relativamente

a este senhor, falava bastante baixo e isso dificultou um pouco a compreensão das suas

respostas. Porém, após todas as perguntas feitas e uma hora de conversa, pude concluir que

este senhor possui bastantes anos de trabalho e afirma, até, ter sido considerado o melhor

engraxador de sapatos da cidade pelo antigo presidente da Câmara Municipal do Porto,

embora não saiba se é verídico. Perguntei se poderia entrevistá-lo, pelo que me respondeu

que sim, embora um pouco tímido. Apesar de ter sido o que mais informação me ofereceu,

não foi a suficiente para criar uma curta-metragem sobre a sua história e experiência como

engraxador de sapatos do Porto visto esta não se destacar em nenhum ponto.

Por não me encontrar satisfeita e não ter ainda entrevistado todos os engraxadores da

Avenida dos Aliados, dirigi-me a um senhor relativamente mais novo em comparação a todos

os outros que lá se encontravam. Como sempre, perguntei o seu nome e disse-me que se

chamava, também, Mário. Expliquei-lhe todo o conceito deste trabalho, tal como o fiz com os

demais engraxadores, e aceitou ser entrevistado. Mais uma vez, não obtive respostas

completas, concretas ou interessantes o suficiente que me permitissem contá-las. Então,

pensei em juntar, de certa forma, um pouco das respostas destes senhores, criando assim uma

história com diferentes pontos de vista. No entanto, no dia em que finalmente iria entrevistar

o engraxador, mudou de ideias sobre ser entrevistado, tendo-me dito já não aceitar por ter

medo de perder clientela.

Achando não existir mais nenhum engraxador para entrevistar, foi então que me

deparei com um senhor bastante peculiar. O seu rosto e o seu olhar transmitiam um imenso

cansaço e uma aparência triste. Tanto eu como os meus colegas e professora tentámos

comunicar com ele e foi então que nos apercebemos que este engraxador de sapatos era

surdo e mudo. No entanto, foi impossível obter informação deste senhor por esses mesmos

motivos, visto não conseguirmos comunicar com ele.

Posto isto, decidi optar por uma curta-metragem sobre os engraxadores de sapatos do

Porto no geral e aplicar uma voz-off que declamaria um pequeno texto sobre estes senhores.

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3.2. Rodagem

3.2.1. 1º Dia

NESTE PRIMEIRO DIA DE FILMAGENS, DECIDI GRAVAR CENAS QUE SERIAM UTILIZADAS PARA CONTEXTUALIZAR O TEMA

DOS ENGRAXADORES À CIDADE DO PORTO. QUEM ME ACOMPANHOU NESTE DIA DE GRAVAÇÕES FOI A MINHA COLEGA RENATA

MOTTIRONI, QUE TEVE COMO FUNÇÃO A GRAVAÇÃO DO SOM AMBIENTE E ME AJUDOU A CARREGAR O MATERIAL NECESSÁRIO.

COMECEI, ENTÃO, POR GRAVAR NO PONTO MAIS ALTO DA PONTE DE D. LUÍS. FOI NESSE LOCAL QUE CAPTEI CENAS

DAS NUVENS EM MOVIMENTO, TAL COMO OS BARCOS QUE FAZIAM PASSAGEM PELO RIO E AS PESSOAS QUE CAMINHAM PELA

RIBEIRA DO PORTO. FILMEI, TAMBÉM, ALGUMAS DAS CASAS QUE SE ENCONTRAVAM MAIS PERTO, NÃO SÓ ABANDONADAS OU

VELHAS COMO RESTAURADAS.

DE SEGUIDA, SEGUIMOS PARA A SÉ DO PORTO ONDE CAPTEI PLANOS GERAIS DA MESMA E DAS CASAS EM SEU REDOR.

MAIS TARDE, DIRIGIMO-NOS PARA O MERCADO DO BOLHÃO ONDE GRAVEI APENAS UM CORREDOR E BANCADAS DE

FRUTA. EMBORA ESSES PLANOS NÃO TENHAM SIDO UTILIZADOS NO PRODUTO FINAL, NA ALTURA NÃO ESTAVA AINDA DEFINIDO. E

DEI ASSIM POR TERMINADO O PRIMEIRO DIA DE FILMAGENS.

3.2.2. 2º Dia

O SEGUNDO DIA DE FILMAGENS CONSISTIU NA GRAVAÇÃO DO SOM DA ENTREVISTA AO SR. MÁRIO E NA FILMAGEM

DO SEU ROSTO E DETALHES NÃO SÓ DISSO MAS TAMBÉM DAS SUAS MÃOS E DO SEU CALÇADO. FILMEI TAMBÉM PORMENORES DAS

SUAS ESCOVAS E LATAS DE GRAXA.

FOI NESTE SEGUNDO DIA DE FILMAGENS QUE ENCONTREI O ENGRAXADOR SURDO E MUDO. PEDI-LHE AUTORIZAÇÃO

PARA O FILMAR E ESTE CONCEBEU-MA. TAL COMO FIZ COM O PRIMEIRO ENGRAXADOR, GRAVEI O SEU ROSTO, PORMENORES DAS

MÃOS GASTAS E SUJAS E DOS SAPATOS ENGRAXADOS. POR COINCIDÊNCIA, UM SENHOR USUFRUIU DOS SEUS SERVIÇOS E

PERMITIU-ME GRAVÁ-LO ENQUANTO LHE FAZIA UMAS PERGUNTAS E ENGRAXAVA OS SEUS SAPATOS. ISSO RESUMIU AS FILMAGENS

DO SEGUNDO DIA.

3.2.3. 3º Dia

NO TERCEIRO DIA DE FILMAGENS FOI GRAVADA UMA APENAS UMA PEQUENA ENTREVISTA A UM ALEMÃO QUE USUFRUIA

DOS SERVIÇOS DO ENGRAXADOR SURDO E MUDO. EXPLIQUEI PORQUE NECESSITAVA DO SEU DEPOIMENTO E CONCORDOU EM SER

FILMADO. CONTOU QUE NO SEU PAÍS NÃO EXISTIAM PESSOAS COM ESTA PROFISSÃO NAS RUAS, MAS QUE PENSA QUE DEVERIAM

EXISTIR POIS, PARECENDO QUE NÃO, É ESSENCIAL.

POR NÃO APARECEREM MAIS PESSOAS PARA ENGRAXAREM OS SEUS SAPATOS, FILMEI DIFERENTES PESSOAS EM

MOVIMENTO UTILIZANDO DIFERENTES TIPOS DE CALÇADO E TERMINEI POR AÍ ESTE DIA DE FILMAGENS.

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3.2.4. 4º Dia

NO DIA FINAL DE FILMAGENS, CONTINUEI COM A GRAVAÇÃO DE CENAS PARA CONTEXTUALIZAR A HISTÓRIA NA CIDADE

DO PORTO. DESTA VEZ, A GRAVAÇÃO DAS CENAS FOI NA AVENIDA DOS ALIADOS, ONDE FILMEI EDIFÍCIOS, ÁRVORES E O CHÃO.

PARA ALÉM DISSO, FILMEI, DE NOVO, O ENGRAXADOR SURDO E MUDO E UM PLANO GERAL DOS RESTANTES TRÊS

ENGRAXADORES QUE SE ENCONTRAVAM NA AVENIDA. O MAIS NOVO ENGRAXADOR QUE, ANTERIORMENTE, ME TINHA PERMITIDO

FILMÁ-LO, NÃO MO PERMITIU AGORA.

TERMINARAM, ENTÃO, OS MEUS DIAS DE FILMAGENS.

3.3.  Desempenho da equipa técnica

No texto que se segue, irei avaliar com a maior honestidade a qualidade do desempenho técnico de cada elemento da equipa que me acompanhou e ajudou ao longo das filmagens da minha curta-metragem. Terei em conta a responsabilidade de cada um, o seu interesse e empenho na sua função, a postura e a preocupação em executar o melhor possível a sua função.

Ao longo dos meus dias de filmagem, pude contar com a ajuda dos meus colegas Renata Mottironi, Renato Freitas e Mariana Santiago, cada um desempenhando a sua função.

Relativamente ao desempenho da minha colega Renata Mottironi, posso afirmar que em tudo foi bastante bom. Não só se disponibilizou para me ajudar num momento que também ela precisava de trabalhar, como também o fez de bom grande e sempre demonstrando uma enorme simpatia para comigo, o que demonstra o seu interesse e preocupação em ajudar-me. Esta estava encarregada do som e, embora esse não tenha sido o papel atribuído inicialmente, notei, claramente, o seu empenho ao fazê-lo. Ajudou-me, também, na montagem e transporte dos materiais necessários e, sem esta ajuda, ter-me-ia sido impossível realizar todas as filmagens desse dia.

Acerca do desempenho do meu colega Renato Freitas, no geral, foi bom. Sempre que necessitei de alguém para me acompanhar nas filmagens este disponibilizou-se para tal. No entanto, apesar de demonstrar interesse no meu projeto e sempre sugerir agradáveis ideias, senti que, ao mesmo tempo, não se interessava tanto assim. Penso-o pois, durante uma das gravações, pediu-me para tomar um café com um conhecido seu e que demoraria muito pouco tempo, de maneira que o permiti. Porém, fiquei sozinha durante algum tempo com todo o material e precisava da sua ajuda para o mover para outro local. Apesar de tudo, sempre desempenhou bem as tarefas atribuídas, neste caso, a gravação do som ao invés da iluminação como anteriormente tinha sido atribuído.

Embora a minha colega Mariana Santiago tenha apenas participado uma vez durante um curto espaço de tempo, executou tarefas por vontade própria. Isso

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demonstra o seu interesse e empenho por uma função que não lhe tinha sido atribuída, deixando-me bastante agradecida e impressionada.

Em suma, o desempenho da minha equipa técnica foi muito bom, tendo todos me surpreendido positivamente.

4.PÓS-PRODUÇÃO

4.1. Seleção de planos e Montagem

Após toda a produção, passa-se agora para a pós-produção, onde faço uma seleção de

planos inicial que, mais tarde, monto e componho.

Embora inicialmente tenha gravado cenas que mais tarde viriam a ser desnecessárias

por não se encaixarem na curta-metragem, como por exemplo, gravadas no Mercado do

Bolhão, todas as restantes foram necessárias e igualmente essenciais e importantes para a

compreensão da mesma.

Para a realização da montagem da minha curta-metragem, inspirei-me na montagem

métrica e rítmica, tentando obter uma junção de ambas. Ao longo do trabalho, esta sofreu

bastantes alterações, encontrando-se completamente diferente do que inicialmente

planeado.

Penso que a montagem se tornou difícil para mim devido à enorme escassez de

planos, o que se revelou notório no resultado final da mesma.

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4.2. Efeitos e Filtros Utilizados

Ao longo da minha curta-metragem, em alguns planos, utilizei a correção de cor, de

luz e de contraste. Não foram utilizados filtros nem efeitos de transição.

4.3. Áudio e Voz-off

Para o acompanhamento da minha curta-metragem, decidi utilizar uma banda sonora

calma, suave e um pouco emocional de certa forma. A banda sonora escolhida foi a do jogo

“The Last of Us”, mais especificamente as faixas “The Last of Us (Goodnight)” e “The Last of

Us (You and Me)”. Com estas faixas, pretendo adicionar à minha curta-metragem e ao tema

um caráter relaxante e emocional, visto ser o que este representa.

A acompanhar a banda sonora, estão os sons ambiente gravados na Avenida dos

Aliados e na Ponte de D. Luís, também eles calmos como a banda sonora. Devido a não possuir

sons longos da cidade o suficiente, foi necessário recorrer à utilização de sons de outras

cidades.

Finalmente, para uma melhor compreensão das cenas e da curta-metragem, está o

áudio da voz-off com a voz do professor António Rodrigues que leu o seguinte texto,escrito

por mim e por Bárbara Baltarejo, uma amiga:

“O céu está azul e carrega brancas nuvens de todos os tamanhos e formas. O cigarro

deixa-se fumar enquanto o tempo passa. Senhores - cujas mãos sujas do ofício que se

entranham nas rugas trazidas pelos anos e seguram o cigarro - contemplam o céu. Os seus

rostos transparecem melancolia. Talvez seja da ausência. Os seus olhares são distantes.

Talvez fixados nos tempos idos. Ainda assim, veja-se a firmeza destes homens. Recebem os

pés de quem os procura, e dão uma nova vida aos sapatos que carregam. Solta-se indiferença,

desdém e repulsa por quem se baixa para lhes limpar os sapatos.

Apesar de tudo, “tradição é tradição” e “quem corre por gosto não cansa” - por isso

se espera que os sapatos dos nossos habitantes continuem engraxados, sendo isso sinónimo de

que a felicidade dos engraxadores se possa prolongar no tempo, pois o gosto pela profissão

não se apaga. Mantém-se vivo. Porém com batimentos mais lentos, menos sonoros.”

Este texto não serve, de todo, para contar uma história. Apenas complementa e

auxilia a compreensão dos planos e da curta-metragem em si.

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4.4. Ficha Técnica

Realizador:

Susana Leão

Câmara:

Susana Leão

Som:

Renato Freitas

Renata Mottironi

Texto:

Bárbara Baltarejo

Susana Leão

Soundtrack:

“The Last of Us (Goodnight)”

“The Last of Us (You and Me)”

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5.CONCLUSÃO

Chegando ao fim de todo este processo e de toda esta evolução de trabalho, é-me

possível afirmar de que foi bastante trabalhoso. Muito mais do que esperava inicialmente

Comparando com todo o início de este projeto, comecei-o de forma bastante

ambiciosa não sabendo ainda se seria possível concretizar todo isso e com a máxima

qualidade. Toda a minha mentalidade era ingénua, no início, e o meu desempenho muito

fraco. Com o passar do tempo, a minha mentalidade amadureceu e isso refletiu-se no

trabalho realizado ao longo do ano letivo. Melhorei, notóriamente, desde o 1º Período,

esforçando-me muito mais e trabalhando seriamente.

O mais complicado e que mais me prejudicou neste trabalho foi decidir que rumo

teria toda a minha ideia acerca dos engraxadores de sapatos da cidade do Porto, tendo ao

longo do ano cambiado a minha ideia inicial inúmeras vezes. Após ter definido que rumo este

documentário iria tomar, foi-me muito mais fácil trabalhar, não só na produção como na

pós-produção. Para além disso, a montagem, apesar de simples, é fraca devido á escassez de

variedade de planos que apenas aí me apercebi desse problema.

As fraquezas deste projeto são fruto do meu pouco esforço e fraco desempenho

inicial, que se refletiu bastante, penso eu, no projeto final. Porém, encontro-me bastante

agradada, visto em certos momentos pensei não conseguir terminá-lo, chegando mesmo a

pensar desistir dele.

Em suma, acredito que o meu trabalho me represente de certa forma e penso ter

conseguido mostrar parte do que pretendia por muito diferente que seja da ideia inicial.

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