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1 1 - OBJECTIVOS GERAIS Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia regional de desenvolvimento rural Na sucessão de ciclos que têm marcado, ao longo do tempo, a economia dos Açores, pode assumir-se que a opção estratégica para o desenvolvimento rural e agrícola da Região tem, nos últimos anos, assentado prioritariamente na aposta no sector leiteiro. Porém, esta aposta não atingiu por igual todas as ilhas, sendo mais evidente a sua incidência na agricultura de S. Miguel e da Terceira e em menor proporção na de S. Jorge. Efectivamente, esta opção estratégica contribuiu para um acentuar de contrastes entre os diversos territórios dos Açores, marginalizando, nomeadamente, as ilhas onde as oportunidades não agrícolas são menos promissoras e onde as fragilidades económicas e sociais são mais evidentes. A situação actual evidencia, por conseguinte, uma acentuada heterogeneidade regional com marcados contrastes de níveis de desenvolvimento e de modernização entre ilhas. Para conferir sustentabilidade ao modelo seguido, torna-se assim necessário a passagem de uma estratégia sectorial para uma estratégia territorial que privilegie a diversificação de actividades. É neste quadro que, tendo em conta o trabalho já realizado durante o período de execução do Programa LEADER II, se deve procurar aprofundar, de forma sustentável, o contributo do LEADER para uma maior coesão do território e para a diversificação das actividades económicas na Região. Esta estratégia passará por fazer emergir novas abordagens que viabilizem a valorização do património natural e cultural, o reforço do ambiente económico- empresarial em meio rural, com a promoção de um padrão de emprego de qualidade, e o assegurar de uma maior capacidade organizacional, reforçando a cooperação a diferentes níveis.

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Page 1: Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia ... · Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia regional de desenvolvimento rural Na sucessão de ciclos que têm

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1 - OBJECTIVOS GERAIS

Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia regional de desenvolvimento rural

Na sucessão de ciclos que têm marcado, ao longo do tempo, a economia dos

Açores, pode assumir-se que a opção estratégica para o desenvolvimento rural e

agrícola da Região tem, nos últimos anos, assentado prioritariamente na aposta no

sector leiteiro. Porém, esta aposta não atingiu por igual todas as ilhas, sendo mais

evidente a sua incidência na agricultura de S. Miguel e da Terceira e em menor

proporção na de S. Jorge. Efectivamente, esta opção estratégica contribuiu para um

acentuar de contrastes entre os diversos territórios dos Açores, marginalizando,

nomeadamente, as ilhas onde as oportunidades não agrícolas são menos

promissoras e onde as fragilidades económicas e sociais são mais evidentes. A

situação actual evidencia, por conseguinte, uma acentuada heterogeneidade

regional com marcados contrastes de níveis de desenvolvimento e de modernização

entre ilhas.

Para conferir sustentabilidade ao modelo seguido, torna-se assim necessário a

passagem de uma estratégia sectorial para uma estratégia territorial que privilegie

a diversificação de actividades.

É neste quadro que, tendo em conta o trabalho já realizado durante o período de

execução do Programa LEADER II, se deve procurar aprofundar, de forma

sustentável, o contributo do LEADER para uma maior coesão do território e para a

diversificação das actividades económicas na Região.

Esta estratégia passará por fazer emergir novas abordagens que viabilizem a

valorização do património natural e cultural, o reforço do ambiente económico-

empresarial em meio rural, com a promoção de um padrão de emprego de

qualidade, e o assegurar de uma maior capacidade organizacional, reforçando a

cooperação a diferentes níveis.

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2 - COMPATIBILIDADE COM AS OUTRAS POLÍTICAS COMUNITÁRIAS

Caracterização dos diversos instrumentos financeiros previstos na Região que poderão ter impacte

directo ou indirecto no desenvolvimento rural 1111

2.1 - PRODESA - Programa Operacional para o Desenvolvimento Económico e Social

dos Açores

O PRODESA agrupa, mas não esgota, a comparticipação dos fundos estruturais na

Região Autónoma dos Açores (RAA) no período 2000-2006 e desenvolve-se de

acordo com 4 orientações estratégicas em matéria de política de desenvolvimento:

A primeira visa potenciar a dinâmica de desenvolvimento económico através de

mecanismos de enquadramento e apoio aos agentes económicos que permitam

conseguir níveis mais elevados de competitividade e parceria e que fomentem a

diversificação do sistema produtivo da Região.

A segunda destina-se a promover a qualificação dos recursos humanos e a

estabilização do mercado de emprego, apostando fortemente, por um lado na

formação profissional e na criação de mecanismos de escolaridade de segunda

oportunidade e, por outro, em acções junto dos sectores mais sensíveis, tais como

os desempregados e os trabalhadores inseridos em segmentos de actividade em

forte restruturação, tendo ainda em atenção os fenómenos relativos à crescente

entrada do sector feminino no mercado de trabalho.

A terceira prende-se com o fomento das redes de estruturação do território e com o

reforço da posição geoestratégica dos Açores, aos níveis das redes de transportes

aéreos marítimos e terrestres, da energia e do acesso às redes internacionais de

telecomunicações. Paralelamente fomentar-se-á a afirmação da Região na

investigação oceânica e dos recursos marinhos e na sismovulcanologia.

A última visa promover o equilíbrio sustentado do território e das condições de vida

das populações através da valorização e protecção de ecossistemas e da melhoria –

1 Apresenta-se no Anexo I a descrição pormenorizada das várias medidas.

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grau de cobertura, eficiência e funcionalidade – das redes de equipamentos e

serviços de natureza social e de apoio à comunidade.

Estas orientações agrupam-se em torno de 3 objectivos de desenvolvimento:

1. Modernização e diversificação do sistema produtivo, assente no

estabelecimento de uma parceria estratégica de investimento entre o

sector empresarial e as autoridades públicas;

2. Reforço da qualificação do capital humano, incidente sobre as escolas, a

formação profissional e a área da ciência e tecnologia;

3. Desenvolvimento das redes regionais de infra-estruturas e equipamentos e

da qualidade de vida, com intervenções ao nível das acessibilidades, do

abastecimento energético e da rede de saúde pública e, paralelamente, ao

nível da animação cultural e desportiva.

A prossecução destes objectivos deverá permitir um crescimento diferencial do PIB

regional relativamente ao nacional entre 0.75% e 1.5%, proporcionando assim

alguma convergência real, e a criação de 840 novos postos de trabalho em cada

ano, de modo a manter estabilizada a taxa de desemprego em valores próximos de

5%.

As intervenções serão levadas a cabo de acordo com 5 eixos prioritários de

intervenção:

Eixo prioritário 1: Garantir as condições básicas para a melhoria da competitividade

regional, que engloba medidas relativas à modernização das infra-estruturas e

equipamentos, nos domínios das acessibilidades, da educação, da saúde e da

protecção civil. As medidas são co-financiadas pelo FEDER, cabendo a sua

implementação ao Governo Regional.

Eixo prioritário 2: Incrementar a modernização da base produtiva tradicional, com

intervenções dirigidas ao sector primário e às áreas da transformação e

comercialização a este associadas. No sector agro-florestal a prioridade vai

para a sustentabilidade (viabilidade e duração) e para a redução de

disparidades no rendimento e no acesso aos factores de produção, ao passo

que nas pescas os esforços estarão orientados para o desenvolvimento dos

recursos aquáticos e da aquicultura, para o equipamento dos portos de

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pescas, para a transformação e comercialização e para o ajustamento do

esforço de pesca. As medidas serão financiadas pelo FEOGA-O, para o sector

agro-florestal, e pelo IFOP, para o sector das pescas, e compreendem

intervenções das autoridades públicas e apoios ao investimento privado.

Eixo prioritário 3: Promover a dinamização do desenvolvimento sustentado, que

inclui medidas dirigidas à diversificação da economia e à sustentabilidade do

desenvolvimento, sendo dirigidas a sectores estratégicos fora do sector

primário: o turismo, o comércio, indústria e serviços, a ciência e tecnologia, a

sociedade da informação, o emprego e formação profissional e o ambiente. As

medidas previstas são financiadas pelo FEDER, com excepção do emprego e

formação profissional que é financiada pelo FSE, e não incluem apoios ao

sistema empresarial, integrando intervenções das autoridades públicas em

parceria com organizações da sociedade civil.

Eixo prioritário 4: Apoiar o desenvolvimento local do potencial endógeno, que

integra apoios às autoridades municipais para intervenções nas áreas do

saneamento básico, das acessibilidades físicas locais, das infra-estruturas e

equipamentos escolares e desportivos, do turismo, cultura e animação local e

do apoio à actividade produtiva local. As medidas são co-financiadas pelo

FEDER e têm como destinatários as autarquias locais.

Eixo prioritário 5: Dinamizar e fortalecer o tecido empresarial regional, que agrupa

os apoios ao investimento de iniciativa privada e das empresas públicas –

traduzidos por apoios financeiros a receber no quadro legislativo regional –

nas áreas do turismo, da indústria, comércio e serviços, da produção e

transporte de energia eléctrica e dos transportes. Com excepção do sector do

turismo – em que vigora o Sistema de Incentivos ao Turismo na Região

Autónoma dos Açores (SITRAA) –, os sistemas de incentivos estão ainda em

fase de elaboração. As medidas, que na sua maioria correspondem à

aplicação de regimes de ajuda de base regional ao investimento privado, são

co-financiadas pelo FEDER.

Além do PRODESA, os promotores de projectos de investimento terão ainda acesso

a Programas Operacionais (PO) de natureza sectorial, a Iniciativas Comunitárias e

ao Fundo de Coesão:

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PO Educação: as intervenções serão essencialmente dirigidas para o desenvolvi-

mento do ensino universitário nos Açores;

PO Ciência, Tecnologia e Inovação e PO Sociedade da Informação: abarcarão

projectos cuja dimensão e complexidade não permita a sua integração no

PRODESA;

PO Economia: abrangerá investimentos superiores a 30 000 contos, bem como

projectos nos domínios da energia, do urbanismo comercial e do turismo,

entre outros;

Fundo de Coesão: financiará projectos nas áreas do ambiente – aterros sanitários

de S. Miguel, Terceira e Pico – e dos transportes – infra-estruturas marítima

em S. Roque do Pico.

Está a ser preparada a aplicação da Iniciativa Comunitária INTERRREG, que

integrará a cooperação com outras regiões ultraperiféricas.

2.2 - PDRu - Plano de Desenvolvimento Rural

O PDRu agrupa as medidas de desenvolvimento rural cujo financiamento é, em

Portugal, assegurado pelo FEOGA-Garantia. A estratégia nele delineada parte do

reconhecimento dos pontos fracos da Região, nomeadamente a excessiva

especialização das explorações, o agravamento da dependência da Região

relativamente ao exterior e a predominância dos apoios sectoriais sobre os

territoriais, que tem agudizado as desigualdades entre ilhas. Esta estratégia é

condicionada pelas actuais e futuras exigências – nomeadamente a necessidade de

melhoria da competitividade e as crescentes exigências ambientais –, procurando

viabilizar e tornar durável a produção agrícola, pecuária e florestal da Região, bem

como reduzir disparidades intra-regionais, com uma «aposta clara nos aspectos

qualitativos do desenvolvimento».

Nesta perspectiva, o PDRu procura alcançar 6 objectivos globais:

1. Aumento da competitividade e do valor acrescentado da produção agrícola;

2. Compatibilidade dos processos produtivos com a salvaguarda do ambiente

e dos recursos naturais;

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3. Redução das diferenças de rendimento e de acesso aos factores de

produção, relativamente às restantes regiões da Europa;

4. Redução das assimetrias sociais, económicas e estruturais e melhoria da

qualidade de vida;

5. Rejuvenescimento do tecido produtivo, com melhoria da estrutura fundiária

e da qualidade de vida;

6. Aumento da contribuição da floresta para a economia regional e para a

melhoria do ambiente.

Para a sua consecução, o PDRu integra as medidas agro-ambientais, a florestação

de terras agrícolas, a reforma antecipada e as indemnizações compensatórias.

As medidas agro-ambientais visam essencialmente remunerar a prestação de

serviços de carácter agro-ambiental e/ou compensar perdas de rendimento

resultantes de restrições à actividade agrícola.

A florestação de terras agrícolas incentivará a utilização de terras marginais ou

inadequadas para a agricultura, através da sua arborização com espécies suporte

das principais fileiras florestais (eucalipto excluído) ou com espécies fundamentais

na recuperação dos solos e na luta contra a desertificação.

A reforma antecipada incentivará a cessação da actividade agrícola dos agricultores

com mais de 55 anos, nos casos em que daí resultem melhores condições de

viabilidade para a exploração.

As indemnizações compensatórias visam a manutenção de explorações agrícolas

em regiões com desvantagens naturais de diversa ordem, pretendendo ainda,

através da redução de desigualdades e assimetrias de rendimento entre

agricultores, contribuir para a coesão social.

2.3 - POSEIMA - Programa de opções específicas para fazer face ao afastamento e à

insularidade da Madeira e dos Açores

O POSEIMA tem como objectivo global a criação de um benefício económico a favor

da Região, que se repercuta efectivamente até ao estádio do utilizador final. Para

tal inclui um conjunto de medidas específicas, relativas a determinados produtos

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agrícolas, destinadas a compensar o afastamento e a insularidade da Região e que

compreendem essencialmente um regime específico de abastecimento e várias

medidas a favor das produções do arquipélago, incluindo ainda apoios à criação de

um símbolo gráfico e uma medida específica, de carácter fitossanitário.

O regime específico de abastecimento materializa-se, para os produtos agrícolas

essenciais para consumo humano e transformação no arquipélago, pela isenção de

direitos aduaneiros sobre as importações e pelo fornecimento de produtos

comunitários em existência pública em condições equivalentes – para o utilizador

final – ao benefício resultante da isenção de direitos aduaneiros supramencionada.

São ainda atribuídas ajudas ao abastecimento do arquipélago relativamente a um

conjunto de produtos – reprodutores de raça pura das espécies bovina, suína e

caprina, pintos de multiplicação e ovos de incubação destinados à produção de

pintos de multiplicação – com vista a permitir o melhoramento genético.

As medidas a favor das produções do arquipélago incluem um conjunto de apoios

complementares às ajudas e prémios previstos no âmbito de várias OCM – bovinos

machos, vacas aleitantes, vacas leiteiras, vinha e tabaco em folha –, ajudas

dirigidas a certas culturas e produções específicas – beterraba sacarina e indústria

açucareira local, armazenagem privada de queijo de fabrico local tradicional, batata

de semente, chicória, ananás e outros produtos tropicais – e ainda apoios à

celebração de contratos de campanha com vista à comercialização de produtos

tropicais e de batata.

A medida específica de carácter fitossanitário destina-se a facilitar a aplicação de

programas de luta contra organismos nocivos, através da comparticipação

financeira da Comunidade nas despesas decorrentes da sua aplicação.

2.4 - OCM - Organizações Comuns de Mercado

As OCM consistem em conjuntos de regras e de instrumentos destinados a

controlar os mercados dos produtos que delas sejam objecto. São pois mecanismos

essencialmente sectoriais, ligados a actividades produtivas e a volumes de

produção, gerando muitas vezes assimetrias e polarizações do tecido produtivo.

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As disposições contidas nas OCM são, regra geral, aplicadas de modo uniforme em

todo o território comunitário e incluem, de forma muito resumida, mecanismos de

controle dos mercados (intervenção, ajudas à armazenagem privada, etc.), de

controlo nas fronteiras (direitos niveladores, etc.), de controlo da oferta (quotas,

efectivos de referência, superfícies de base, etc.) e de compensação dos

produtores, entre outras.

Dadas as características do sector agro-pecuário dos Açores, as OCM que mais

condicionam/influenciam a Região são as do sector do leite e produtos lácteos, do

sector da carne de bovino (77% do total pago no âmbito das OCM), do sector das

culturas arvenses (13% do total pago no âmbito das OCM), do sector da banana

(4.5% do total pago no âmbito das OCM) e do tabaco (4.1% do total pago no

âmbito das OCM).

3 - ZONAS DE APLICAÇÃO E CRITÉRIOS DE SELECÇÃO/DELIMITAÇÃO

Definição de Zonas homogéneas sub-regionais, critérios que conduziram à sua delimitação

Conhecidos os fortes contrastes entre ilhas e a grande heterogeneidade da Região,

pode procurar-se a definição de zonas homogéneas sub-regionais recorrendo a

critérios que evidenciem padrões de desenvolvimento diferenciados. Na perspectiva

do desenvolvimento rural podem, nomeadamente, tomar-se como factores

condicionadores do potencial de desenvolvimento de cada território o peso do

sector não agrícola de cada ilha (medido pelo grau de independência das famílias

residentes face à actividade agrícola) e o dinamismo do seu sector agrícola (medido

pela % da SAU concentrada numa agricultura “profissional”, assente em

explorações relativamente bem dimensionadas, cujo rendimento provém

essencialmente da exploração agrícola, cumprindo uma função produtiva e com

uma forte articulação com os mercados). Com base nestes dois critérios, desenha-

se a divisão das ilhas em quatro grupos, a que correspondem quatro padrões de

desenvolvimento diferenciados2:

2 Jorge, R. (coord.) et al. (1998), Açores – Territórios e Agriculturas, Instituto Superior de Agronomia.

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� S. Miguel e Terceira, com um modelo de desenvolvimento baseado numa

agricultura profissional e num sector não agrícola dinâmico.

� A agricultura profissional é especializada na produção de leite mas existe um

potencial agro-ecológico de diversificação cultural, valorizado sobretudo pelos

agricultores pluriactivos, que dominam em termos numéricos e que estão

especializados na fruticultura, na bovinicultura de carne e em culturas agrícolas

diversas;

� S. Jorge, com um modelo igualmente baseado numa agricultura profissional

especializada mas a que falta um sector não agrícola dinâmico.

� A agricultura profissional, igualmente especializada na produção de leite,

apresenta ainda a potencialidade de poder tirar partido de um produto de

qualidade, com tradição e já implantado no mercado, o “queijo de S. Jorge”.

Existe ainda um sector de agricultura “não profissional” com expressão que

apresenta fragilidades devidas à escassez de emprego não agrícola. Por outro

lado, apesar das possibilidades agro-ecológicas de especialização agrícola

serem reduzidas, existe algum potencial de diferenciação económica assente

num rico património natural e cultural.

� S. Maria e Faial, com um modelo a que falta uma agricultura profissional

especializada mas com um suporte não agrícola.

� A importância do emprego não agrícola e a forte presença da agricultura

pluriactiva são de facto os traços estruturais mais característicos do actual

padrão de desenvolvimento. Este padece, no entanto, de algumas fragilidades

associadas à sua dependência de um reduzido número de unidades e sectores

de actividade económica.

� Pico, Graciosa, Flores e Corvo, a que faltam os dois pilares de

desenvolvimento: o agrícola e o não agrícola.

� Apesar de serem reduzidas as possibilidades de diversificação agrícola, existem

algumas possibilidades de diversificação económica, assente, nomeadamente,

nos conhecimentos agrícolas herdados do passado e no rico e diversificado

património natural e cultural.

Na óptica do Programa LEADER devem contudo sobrepor-se outros três critérios de

delimitação das Zonas de Intervenção: um critério demográfico, um critério

geográfico e um critério de eficácia. Do ponto de vista demográfico, a população do

território de cada Zona de Intervenção deve garantir o carácter local e rural do

programa, devendo situar-se, segundo as orientações da Comissão, entre os

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100 mil e os 10 mil habitantes. Em segundo lugar, a especificidade do território dos

Açores e as limitações à mobilidade das populações aconselham a delimitação de

Zonas de Intervenção que privilegie o critério da proximidade geográfica.

Finalmente, a procura de eficácia para a actuação dos ADL/GAL, no sentido de

promover de forma estruturante a coesão territorial e a diversificação de

actividades, pode levar a que seja aconselhável a integração numa mesma Zona de

ilhas com diferentes graus de especialização produtiva e diferentes níveis de

desenvolvimento.

À implantação do LEADER II presidiram os critérios demográfico, geográfico e de

eficácia levando a que se desenhassem as seguintes Zonas de Intervenção:

� S. Maria e S. Miguel (Concelho de Ponta Delgada) — ZI da ARDE, que integra

áreas com diferente presença da agricultura “profissional” especializada mas

com um generalizado suporte não agrícola;

� S. Miguel (Concelhos de Lagoa, Nordeste, Povoação, Ribeira Grande e Vila

Franca do Campo) — ZI da ASDEPR, que corresponde a um território contínuo e

relativamente homogéneo;

� Graciosa e Terceira — ZI da GRATER, que integra áreas/ilhas diferenciadas,

quer no que diz respeito à presença de uma agricultura “profissional”

especializada, quer quanto à presença de um suporte não agrícola;

� Corvo, Faial, Flores, Pico e S. Jorge — ZI da ADELIAÇOR, em que predominam

áreas/ilhas em que faltam os dois pilares de desenvolvimento, verificando-se a

presença de uma agricultura “profissional” em S. Jorge e de um expressivo

sector não agrícola no Faial;

As zonas delimitadas são portanto zonas não homogéneas no que diz respeito ao

modelo de desenvolvimento. Por outro lado, em regra, esta divisão não teve como

base a existência de dinâmicas locais. No entanto, a actuação das ADL/GAL na fase

de implantação e execução do LEADER II parece ter vindo a procurar ultrapassar

estas limitações, podendo fazer-se um balanço que aponta para uma actuação

positiva.

Nestas circunstâncias, e privilegiando os critérios demográfico, geográfico e de

eficácia acima referidos, é de aconselhar, embora não de forma imperativa, manter

a actual zonagem e não introduzir rupturas e descontinuidades que poderiam vir a

descredibilizar o Programa e a comprometer os objectivos que se pretendem

alcançar com o LEADER+.

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4 - ANÁLISE DAS SITUAÇÕES DAS ZONAS DE INTERVENÇÃO

4.1 - Caracterização geográfica e demográfica

Faremos, no que se segue, a caracterização da RAA no que se refere a alguns

indicadores demográficos e a sua comparação com os do Continente3:

� A taxa de natalidade na RAA tem sido maior do que no Continente, tendo

diminuído bastante nos últimos anos (de 18‰ em 1988 para 14‰ em 1998);

� A taxa de mortalidade continua ligeiramente maior do que no Continente,

apesar de ter diminuído neste período;

� A taxa de mortalidade infantil diminuiu substancialmente, de 15,5‰ em 1988

passou para 4,5‰ em 1998, abaixo da taxa para o Continente (5,9‰);

� A taxa de crescimento natural na RAA foi sempre superior à do Continente entre

1988 e 1998;

� A taxa de crescimento efectivo, com valores positivos a partir de 1992, e

superior à do Continente desde aí;

� A relação de masculinidade tem vindo a diminuir na Região, sendo superior à do

Continente;

� A taxa de emigração foi elevada até 1992, diminuindo desde esse ano para

valores inferiores aos valores médios para o país;

� O índice de envelhecimento na RAA tem vindo a aumentar, sendo no entanto

muito menor do que no Continente (52% nos Açores e 91% no Continente, em

1997);

� O índice de dependência de jovens tem vindo a reduzir-se na RAA, mas situava-

se, ainda, em 1997, bastante acima do valor para o Continente (37% nos

Açores e 25% no Continente);

� O índice de dependência de idosos tem vindo a reduzir-se na RAA nos últimos

anos, enquanto aumentava no Continente, sendo em 1997 de 18,6% nos

Açores e 22,4% no Continente;

� Finalmente, a diminuição do índice de dependência demográfica também na

RAA se ficou a dever sobretudo à diminuição do índice de dependência de

jovens.

Da apreciação da situação demográfica das várias Zonas de Intervenção, que se

segue, é de reter um baixo nível de dependência de idosos na ZI da ARDE, uma 3Quadro A.1.1. (Anexo II).

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acentuada dependência de jovens na ZI da ASDERP, uma baixa dependência de

jovens na ZI da GRATER e na ZI da ADELIAÇOR, esta também fortemente marcada

pelo envelhecimento da sua população.

S. Maria e S. Miguel (Concelho de Ponta Delgada) — ZI da ARDE

Esta Zona inclui a ilha mais oriental da RAA, Santa Maria, e o concelho de Ponta

Delgada da ilha de S. Miguel. A ilha de Santa Maria tem uma área de 97,07 km² e o

concelho de Ponta Delgada é o maior concelho da ilha de S. Miguel, com

231,92 km² de área.

A ilha de Santa Maria tem 86% da sua superfície territorial abaixo dos 300 m de

altitude, mas apenas 9% constituem reserva agrícola regional, enquanto, a ilha de

S. Miguel tem 53% da sua superfície territorial abaixo dos 300 m de altitude e 21%

constituem reserva agrícola regional4.

A população residente nesta Zona passou de 67,4 mil habitantes, em 1988, para

69,9 mil em 1998, registando um acréscimo de 3,7%, nesse período, o qual foi

devido sobretudo ao crescimento da população no concelho de Ponta Delgada,

4,1% no mesmo período, se bem que desde 1993 a população em Santa Maria

tenha também aumentado5.

Em 1998, a densidade demográfica em Santa Maria foi de 63 habitantes/km²,

abaixo da densidade para o conjunto da RAA (105 habitantes/km²), e em Ponta

Delgada foi de 275 habitantes/km²6.

Relativamente à estrutura etária nesta Zona7, refira-se que em 1998, a população

jovem (0 aos 14 anos) era de 24%, superior à do conjunto da Região, e a idosa

(65 ou mais anos) de 10%, inferior à da RAA. Desde 1990 a 1998, verificou-se um

decréscimo da população jovem, um aumento da população em idade activa e

manteve-se a população idosa, factos que se reflectem na evolução, quer dos

índices de dependência demográfica, de jovens e de idosos, quer do índice de

envelhecimento8.

4 IROA (1992) Reserva Agrícola Regional.5 Quadro A.1.2. (Anexo II).6 Quadro A.1.3. (Anexo II).7 Quadro A.1.4. (Anexo II).8 Quadros A.1.5 a A.1.8. (Anexo II).

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Em 1998, nesta Zona, o índice de dependência de jovens foi de 36%, muito

semelhante da RAA (35%), e o de idosos foi de 14%, bastante abaixo do valor para

a Região (18%).

O índice de envelhecimento em 1998 foi de 53% em Santa Maria e de 39% em

Ponta Delgada, sendo este último valor bastante inferior ao da RAA (52%).

S. Miguel (Concelhos de Lagoa, Nordeste, Povoação, Ribeira Grande e Vila Franca

do Campo) — ZI da ASDEPR

Esta Zona inclui todos os concelhos da ilha de S. Miguel, à excepção do concelho

de Ponta Delgada (Lagoa, Nordeste, Povoação, Ribeira Grande e Vila Franca do

Campo). A superfície territorial varia entre os 45,56 km² do concelho de Lagoa e os

179,5 km² do concelho de Ribeira Grande.

Na Zona a população residente passou de 66,6 mil habitantes, em 1988 para

68,3 mil, em 1998, tendo atingido um valor mínimo em 1992. No entanto, nesse

período, três concelhos viram a sua população reduzida: Lagoa (4%), Nordeste

(8,5%) e Povoação (7,5%); apenas os concelhos de Vila Franca e Ribeira Grande

aumentaram a sua população residente de 3% e 11%, respectivamente9.

A densidade demográfica é também substancialmente diferente nos vários

concelhos, em 1998: desde o Nordeste com 53 habitantes/km², até ao concelho de

Lagoa com 319 habitantes/km², sendo este o concelho mais densamente habitado

da RAA10.

A proporção de jovens nesta Zona era em 1998 a mais elevada da Região (26%),

sendo, no entanto, a estrutura etária nos cinco concelhos muito diferente11. Vale a

pena referir que, cerca de 29% da população residente no concelho da Ribeira

Grande tem menos de 15 anos, enquanto no Nordeste apenas 21% se encontra

neste escalão etário. É também neste concelho que se verifica a proporção mais

elevada de idosos desta Zona (17%).

O índice de dependência de jovens nesta Zona tem sido o mais elevado da RAA, foi

de 53% em 1990 e de 41% em 1998. A Ribeira Grande é o concelho com o valor

deste índice mais elevado, 46% em 1998. Exceptuam-se os concelhos de Povoação

9 Quadro A.1.2. (Anexo II).10 Quadro A.1.3. (Anexo II).11 Quadro A.1.4. (Anexo II).

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14

e Nordeste que apresentaram em 1998 valores para este índice inferiores à da

RAA12.

O índice de dependência de idosos desta Zona foi em 1998 de 16%, ligeiramente

inferior ao da RAA. Vale a pena registar os valores elevados deste índice na

Povoação (21%) e sobretudo no Nordeste (27%)13.

É também neste concelhos que o índice de envelhecimento toma valores elevados

(62% e 81%, respectivamente), constituindo excepções dentro desta Zona, a qual

apresentou um valor do índice bastante baixo (39% em 1998)14.

Graciosa e Terceira — ZI da GRATER

Esta Zona inclui as ilhas Terceira e Graciosa, ambas pertencentes ao grupo central.

A ilha Terceira tem uma superfície de 399,81 km², sendo composta por dois

concelhos, Angra de Heroísmo e Praia da Vitória. A ilha Graciosa tem uma área de

60,94 km², a menor do grupo central, e é composta apenas por um concelho,

Santa Cruz da Graciosa. A Terceira tem 56% da sua superfície territorial abaixo dos

300 m de altitude e 38% constituem reserva agrícola regional. A Graciosa tem 94%

da sua superfície territorial abaixo dos 300 m de altitude e 30% constituem reserva

agrícola regional15.

A população residente nesta Zona passou de 59,4 mil habitantes, em 1988, para

62,1 mil em 1998, registando um acréscimo de 4,5%, sendo que a população

residente na Terceira aumentou nesse período de 5,7%, enquanto que na Graciosa

diminuiu de 7,5%16.

Em 1998, a densidade demográfica na Terceira era de 143 habitantes/km², a mais

elevada do grupo central, e na Graciosa era de 80 habitantes/km², abaixo,

portanto, do valor médio para a RAA (105 habitantes/km²)17.

Nas duas ilhas, entre 1988 e 1998, diminuiu a proporção de jovens até aos

15 anos, aumentou a proporção da população em idade activa e manteve-se a

proporção de idosos (65 ou mais anos). Em 1998, a proporção de jovens foi apenas

12 Quadro A.1.5. (Anexo II).13 Quadro A.1.6. (Anexo II).14 Quadro A.1.8. (Anexo II).15 IROA (1992) Reserva Agrícola Regional.16 Quadro A.1.2. (Anexo II).17 Quadro A.1.3. (Anexo II).

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15

de 21% na Terceira e 18% na Graciosa, a proporção da população em idade activa

foi de 66% na Terceira e 62% na Graciosa, caracterizando-se esta ilha por ter uma

proporção de idosos bastante elevada (20%)18.

O índice de dependência de jovens nesta Zona tem sido baixo relativamente ao

conjunto da RAA, foi de 38% em 1990 e de 32% em 199819.

O índice de dependência de idosos desta Zona apresentou-se em 1998 (21%),

ligeiramente superior ao da RAA, mas vale a pena registar o valor elevado deste

índice na Graciosa (32%), apenas ultrapassado pela ilha do Corvo20.

Esta Zona caracteriza-se ainda por um elevado índice de envelhecimento,

sobretudo na Graciosa, ultrapassando mesmo os 100% em 199821.

Corvo, Faial, Flores, Pico e S. Jorge — ZI da ADELIAÇOR

Esta Zona inclui três ilhas do grupo central, S. Jorge, Pico e Faial, e as duas ilhas do

grupo ocidental, Flores e Corvo.

A ilha do Pico é a maior do grupo central, com uma superfície de 450,75 km²,

sendo composta por três concelhos, Lajes do Pico, Madalena e S. Roque. S. Jorge,

com uma área de 245,59 km², inclui dois concelhos, Calheta e Velas. A ilha do

Faial, apenas com o concelho da Horta, tem uma superfície de 169,94 km². A ilha

das Flores tem uma área de 141,7 km² e dois concelhos, Lajes das Flores e Santa

Cruz das Flores. Finalmente, a ilha do Corvo com apenas 17,12 km² e um concelho.

O Faial é a ilha desta Zona com maiores percentagens da superfície territorial

abaixo dos 300 m de altitude (54%) e de reserva agrícola regional (27%). As

restantes ilhas da Zona apresentam valores baixos para as percentagens da

superfície territorial abaixo dos 300 m de altitude que variam entre 30% (S. Jorge)

e 45% (Corvo), e de reserva agrícola regional que variam entre 2% (Corvo) e 8%

(S. Jorge)22.

A população residente na Zona passou de 46,1 mil habitantes, em 1988, para

44,6 mil em 1998, traduzindo-se num decréscimo de 3,3%. As únicas ilhas desta

18 Quadro A.1.4. (Anexo II).19 Quadro A.1.5. (Anexo II).20 Quadro A.1.6. (Anexo II).21 Quadro A.1.8. (Anexo II).22 IROA (op. cit.).

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16

Zona em que a população aumentou, neste período, foi S. Jorge (cerca de 1%) e

Flores (3,7%), tendo sido na ilha do Corvo que se verificou a redução mais drástica,

33%23.

Em 1998, a densidade populacional nesta Zona era menos de metade da densidade

para o conjunto da RAA, variando entre os 15 habitantes/km² no Corvo e

87 habitantes/km² no Faial24.

Se, em 1990, apenas 22% da população residente nesta Zona tinha menos de

15 anos (com valores ainda menores nas ilhas do Pico e Corvo), em 1998, a

situação agrava-se passando a ter apenas 19% (Corvo com apenas 12%)25.

A proporção da população idosa nesta Zona manteve-se em cerca de 17% entre

1990 e 1998, sendo no entanto diferente a evolução nas 5 ilhas: em S. Jorge, Pico

e sobretudo no Corvo aumentou essa proporção, enquanto que nas Flores e

principalmente no Faial diminuiu.

A Zona caracteriza-se, ainda, por um baixo índice de dependência de jovens, era

em 1990 de 36% passando para 28% em 1998, com valores menores no Pico e

sobretudo no Corvo (21%)26.

O índice de dependência de idosos desta Zona era, em 1990, de 28%, tendo o

Corvo um valor de 52% e o Pico e as Flores de 31%. Em 1998, era ainda de 26% o

valor deste índice para o conjunto da Zona, bastante superior portanto ao conjunto

da RAA. Em 1998, o valor deste índice tinha diminuído ligeiramente no Pico e nas

Flores, mas tinha-se agravado ainda mais no Corvo (64%)27.

Esta Zona caracteriza-se ainda por um elevadíssimo índice de envelhecimento,

sobretudo nas ilhas do Pico e Flores, rondando os 100%, e no Corvo com 300%28.

23 Quadro A.1.2. (Anexo II).24 Quadro A.1.3. (Anexo II).25 Quadro A.1.4. (Anexo II).26 Quadro A.1.5. (Anexo II).27 Quadro A.1.6. (Anexo II).28 Quadro A.1.8. (Anexo II).

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17

4.2 - Acessibilidades, infra-estruturas e equipamentos29

A insularidade da Região dificulta a sua acessibilidade interna e externa,

traduzindo-se numa forte dependência da rede de transportes aéreos e marítimos,

de certo modo colmatada pela existência de aeroportos e portos marítimos em

todas as ilhas, e origina elevados custos de deslocação. Limita ainda a

acessibilidade a redes de energia, exigindo sistemas independentes de produção,

de transporte e distribuição de energia a todas as ilhas. Estas limitações são ainda

agravadas pela pequena dimensão das ilhas, nalguns casos com graus extremos de

isolamento.

S. Maria e S. Miguel (Concelho de Ponta Delgada) — ZI da ARDE

Na Zona existe um aeroporto internacional em Ponta Delgada, onde se estabelecem

as ligações entre a RAA e o exterior e as ligações com as outras ilhas, e um

aeroporto de grandes dimensões em Vila do Porto, apenas com ligações com outras

ilhas.

O movimento no aeroporto de Ponta Delgada foi, em 1998, de 531,7 mil

passageiros, correspondendo a cerca de 46% do total dos Açores, e dos quais 36%

domésticos. O movimento de mercadorias em 1998 foi de 4951 toneladas

descarregadas e 2748 toneladas carregadas.

O aeroporto de Santa Maria teve apenas 4% do movimento total de passageiros da

Região em 1998.

Um porto marítimo de grandes dimensões em Ponta Delgada, e um pequeno em

Vila do Porto, constituem as infra-estruturas portuárias desta Zona.

Em 1997, o movimento de passageiros nestes portos correspondeu apenas a 10%

do total dos portos dos Açores, evidenciando a escassez deste movimento na Zona.

No entanto, o porto de Ponta Delgada tem uma grande importância no transporte

de mercadorias, representando em 1997 cerca de 65% do total da Região.

29 Baseado na informação contida em:DREPA (1997), Plano de médio prazo 1997-2000. Proposta, Sec. Reg. da Presidência para as Finanças ePlaneamento da RAA;DREPA (1999), Plano 2000, Sec. Reg. da Presidência para as Finanças e Planeamento da RAA;SREA (s/data), Séries Estatísticas 1988-1998, Serviço Regional de Estatística dos Açores.

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18

A rede viária é na Zona satisfatória, mas a rede de transportes colectivos é

deficiente.

A produção de energia, térmica, geotérmica e hídrica, em S. Miguel representou,

em 1998, 54% da produção total da Região. Existe produção de energia eólica em

Santa Maria.

S. Miguel (Concelhos de Lagoa, Nordeste, Povoação, Ribeira Grande e Vila Franca

do Campo) — ZI da ASDEPR

A Zona beneficia pela proximidade das infra-estruturas referidas para Ponta

Delgada na Zona anterior, nomeadamente, o aeroporto internacional e o porto

comercial.

Para além disso refira-se a existência de um parque industrial no concelho da

Ribeira Grande.

Graciosa e Terceira — ZI da GRATER

Nesta Zona existe um aeroporto internacional, nas Lajes, Terceira e um pequeno

aeroporto na Graciosa.

O movimento no aeroporto das Lajes foi, em 1998, de 323,9 mil passageiros,

correspondendo a cerca de 28% do total dos Açores, e o aeroporto da Graciosa

teve apenas 2% do movimento total de passageiros da Região em 1998.

Em 1997, o movimento de passageiros nestes portos correspondeu a 27% do total

dos portos dos Açores, evidenciando a importância deste transporte no grupo

central. No entanto, o movimento de mercadorias representou apenas 17% do

transporte de mercadorias na RAA.

A rede viária é na Zona satisfatória, mas a rede de transportes colectivos é

deficiente.

Existe ainda um parque industrial na Praia da Vitória, Terceira.

A produção de energia, térmica e hídrica, na Terceira, representou em 1998, 24%

da produção total da Região. Existe produção de energia eólica na Graciosa.

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19

Corvo, Faial, Flores, Pico e S. Jorge — ZI da ADELIAÇOR

Esta Zona caracteriza-se por uma forte dependência das ligações aéreas e

marítimas, quer entre as ilhas quer com o exterior.

Em cada ilha existe um aeroporto, sendo o aeroporto da Horta o mais importante,

estabelecendo as ligações inter-ilhas e com o Continente, não existindo no entanto

ligações directas com o estrangeiro. Os outros aeroportos apenas fazem ligações

inter-ilhas.

O transporte aéreo de passageiros é muito importante nesta Zona, tendo sido em

1998 de cerca de 20% do movimento total dos Açores.

Cada uma das ilhas possui pelo menos um porto de ligação às outras ilhas ou ao

Continente. O transporte marítimo de passageiros assume também uma enorme

importância, principalmente entre as ilhas que fazem parte do grupo central, mas a

oferta é escassa e irregular. Por outro lado, as estruturas portuárias são nalgumas

ilhas deficitárias. O porto de recreio da Horta é uma das infra-estruturas mais

importantes em termos turísticos desta Zona.

A rede viária é na Zona satisfatória, mas a rede de transportes colectivos é

deficiente.

Em todas as ilhas existe produção de energia térmica, havendo ainda em S. Jorge a

produção de energia eólica, e no Faial e nas Flores a de energia hídrica.

4.3 - Condições sociais e empregabilidade

No que diz respeito à repartição do emprego por sectores de actividade a RAA

caracteriza-se por um elevado peso do sector primário no emprego total, 18% em

1998. É no entanto o sector dos serviços que mais contribui para o emprego nesta

Região com 58% do total30, e particularmente para o emprego da população

feminina31.

30 Quadro A.2.1. (Anexo II).31 Em 1997, da população empregada total, 35,4% eram mulheres, das quais 82,9% estavam afectas aosector dos serviços (DREPA, 1999 (op. cit.)).

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20

No sector primário a agricultura representa mais de 95% do emprego e no sector

secundário é a construção civil e obras públicas que mais contribuem para o

emprego, seguidas da indústria alimentar e da electricidade. No sector dos

serviços, as maiores contribuições para o emprego vêm, por ordem decrescente do

comércio, da administração pública, da educação e da saúde32.

A taxa de desemprego33 registou, no período entre 1988 e 1998, valores

compreendidos entre um mínimo de 3,5% (1988) e um máximo de 7,9% em 1995.

Em 1998 esta taxa atingiu o nível mais baixo dos últimos seis anos, 4,4%.

A taxa de actividade era, na Região, em 1991, de cerca de 37%, mas mais baixa na

população feminina (21%), e nos jovens (29%). Também no que diz respeito ao

desemprego a situação era na mesma data, mais desfavorável para as mulheres e

os jovens, com taxas de desemprego de, respectivamente 8,6% e 7%, para uma

média regional de 4,2%34.

As mulheres representavam na mesma altura, 29%35 da população com actividade

económica.

Relativamente ao sector da educação36 é de assinalar, para o conjunto da RAA uma

progressão significativa do número de estabelecimentos, de professores e de alunos

na educação infantil que registaram acréscimos de 132%, 41% e 78%

respectivamente, no período de 1987/88 a 1997/98. A educação pré-escolar da

rede pública estende-se actualmente a todas as ilhas e concelhos à excepção do

Corvo, cobrindo cerca de 90% das freguesias da Região. Esta evolução positiva

reflecte-se no aumento da taxa de escolarização do grupo etário dos 3 aos 5 anos

que de 42,7% na década de 80 passou para 61,5% no final dos anos 9037.

Também no ensino secundário e superior se observou neste período um

crescimento do número de alunos (74% e 135% respectivamente) e de professores

(21% e 71%).

32 DREPA, 1999 (op. cit.).33 Quadro A.2.2. (Anexo II).34 Quadro A.2.3. (Anexo II).35 Quadro A.2.4. (Anexo II).36 Quadro A.2.5. (Anexo II).37 DREPA, 1999 (op. cit.).

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21

Dado que o crescimento do número de alunos foi, em todos os graus de ensino à

excepção do primário38, superior ao crescimento do número de professores, o

número de alunos por professor subiu no período considerado.

No início da década de noventa a taxa de analfabetismo era de 10% e o nível de

escolaridade fraca (60% da população apenas com ensino primário), tendo a

situação melhorado nos anos recentes. No entanto o sistema educativo regional

apresenta ainda diversas insuficiências, quer ao nível das infra-estruturas, quer ao

nível da disponibilidade e qualificação dos recursos humanos, o que aliado a

problemas sociais como a pobreza, o alcoolismo e a droga, dificulta o sucesso

educativo e ameaça o desenvolvimento da Região39.

No que respeita ao Serviço Regional de Saúde este compreende três unidades

hospitalares, localizadas nas ilhas de S. Miguel, Terceira e Faial dispondo todas as

outras ilhas de Centros de Saúde com internamento.

O número de camas por mil habitantes manteve-se praticamente inalterado (7,5)

de 1988 a 199840, sendo o número de médicos por mil habitantes (1,5) ainda muito

baixo, cerca de metade do registado no Continente.

Algumas insuficiências ao nível das infra-estruturas, a descontinuidade territorial e

principalmente a dificuldade de fixação de recursos humanos qualificados, em

particular de médicos, constituem os principais obstáculos à melhoria dos cuidados

de saúde na Região.

S. Maria e S. Miguel (Concelho de Ponta Delgada) — ZI da ARDE

Em 199141 a taxa de desemprego era de 4,28%, ligeiramente inferior à do conjunto

da RAA. O desemprego era igualmente superior entre as mulheres (7,5%) e os

jovens (7,1%). A situação mais desfavorável destes dois grupos é igualmente

revelada por taxas de actividade inferiores, respectivamente 27% e 30,6%, para

uma taxa média de actividade que nesta Zona atingia os 40%.

38 No ensino primário observou-se uma redução do número de estabelecimentos, de professores eparticularmente de alunos (-30%).39 DREPA, 1999 (op. cit.).40 Quadro A.2.6. (Anexo II).41 A caracterização das diferentes Zonas no que diz respeito a taxas de actividade e de desemprego foifeita com base na informação à data disponível (Recenseamento 91) embora se saiba que está parabreve a publicação de informação mais actual relativa ao novo Recenseamento da População.

Page 22: Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia ... · Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia regional de desenvolvimento rural Na sucessão de ciclos que têm

22

As mulheres representavam nesta Zona 34,5% da população com actividade

económica, valor superior à média da RAA.

No que diz respeito ao sector da educação não sendo possível obter a desagregação

da informação acima comentada, convém referir que a Universidade dos Açores

tem nesta Zona o seu pólo mais importante e que também em S. Miguel se

localizam algumas das escolas profissionais da Região.

Quanto ao sector da saúde há a referir que esta Zona dispõe de unidade hospitalar,

e que o número de camas e de médicos ao serviço de hospitais por mil habitantes,

não registaram alteração significativa entre 1988 e 1998 na ilha de S. Miguel.

Em S. Maria observou-se no entanto uma redução do número de médicos por

habitante que sendo já baixo em 1988, passou para 0,49 em 1998.

S. Miguel (Concelhos de Lagoa, Nordeste, Povoação, Ribeira Grande e Vila Franca

do Campo) — ZI da ASDEPR

A taxa de desemprego era nesta Zona, em 1991, superior à taxa média da RAA,

particularmente para o grupo das mulheres (14,2%) e dos jovens (8%). Trata-se

efectivamente da Zona com maior peso do desemprego e menores taxas de

actividade para aqueles grupos (respectivamente 14,8 e 28,5%), no conjunto das

quatro Zonas. Era também a Zona com menor participação feminina na população

com actividade económica.

No que diz respeito à educação as limitações da informação disponível, acima

referidas, levam-nos apenas a destacar a proximidade desta Zona, relativamente

ao pólo mais importante da Universidade dos Açores.

No que diz respeito aos cuidados de saúde e dada a impossibilidade de obtenção de

indicadores ao nível do concelho poderá apenas referir-se que a população desta

Zona poderá beneficiar da proximidade de uma unidade hospitalar, embora

condicionada pelas difíceis acessibilidades de algumas zonas rurais.

Graciosa e Terceira — ZI da GRATER

Esta Zona apresentava taxas de actividade e de desemprego muito semelhantes às

do conjunto da RAA, quer para a população total, quer para os dois grupos

Page 23: Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia ... · Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia regional de desenvolvimento rural Na sucessão de ciclos que têm

23

considerados. Também o peso das mulheres na população com actividade

económica (28,1%) era semelhante à média regional.

Embora o desemprego fosse relativamente baixo nesta Zona (4,1%), ele

continuava a afectar de forma mais significativa as mulheres (8%) e os jovens

(7,1%).

Quanto ao sector da educação há assinalar a localização na Zona de um dos pólos

(Ciências Agrárias) da Universidade dos Açores.

No que diz respeito ao sector da saúde esta Zona apresentava em 1998 o valor

mais elevado a nível regional, do indicador número de camas por mil habitantes

(9,9) e um número de médicos ao serviço dos hospitais por mil habitantes (0,97)

semelhante ao da RAA. De qualquer modo ambos os indicadores registaram

diminuição entre 1988 e 1998.

Importa igualmente destacar que a situação no que diz respeito aos cuidados de

saúde é completamente diferente nas duas ilhas reflectindo os indicadores

apontados essencialmente a situação da ilha da Terceira, a qual dispõe de unidade

hospitalar.

Corvo, Faial, Flores, Pico e S. Jorge — ZI da ADELIAÇOR

Esta Zona era a que apresentava em 1991 as mais baixas taxas de desemprego,

apenas 2,6% no total, 6% para a população feminina e 4,7% para os jovens. As

mulheres representavam cerca de 30% da população com actividade económica.

Existiam no entanto situações diferenciadas entre ilhas, no que respeita ao

desemprego, sendo de destacar a situação relativamente mais favorável de

S. Jorge e a pior situação do Corvo, com elevado desemprego feminino (10%).

Localiza-se nesta Zona (Faial) outro pólo (Oceanografia) da Universidade dos

Açores.

Relativamente ao sector da saúde observou-se algum crescimento do número de

camas por mil habitantes entre 1988 e 1998 (ilhas de Faial e Flores), mas este

indicador é ainda inferior (6,3) ao do conjunto da Região (7,5). Esta Zona de

grande descontinuidade territorial, e baixa densidade populacional, dispõe de uma

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unidade hospitalar no Faial, mas registou também uma diminuição do número de

médicos ao serviço dos hospitais por mil habitantes.

4.4 - Agricultura e pescas

O sector primário (agricultura, silvicultura e pescas) correspondia em 1997 a 11%

do VAB na RAA, bastante acima do valor para o país, 4%.

Também em termos do emprego, o sector primário tem maior expressão na RAA

(18% da população empregada).

Apesar de ao longo das três últimas décadas se ter assistido nos Açores a uma

concentração da superfície agrícola útil (SAU), com redução do número de

explorações mais pequenas e aumento do número de explorações maiores42, a

estrutura fundiária da Região caracteriza-se ainda pela pequena dimensão e

elevada fragmentação das explorações e portanto por uma área média por bloco

muito baixa. No entanto, existem marcadas diferenças entre as ilhas, que adiante

referiremos.

A agricultura da Região caracteriza-se pelo forte peso da produção animal na

produção final total que, entre 1986 e 1997, se situou sempre acima dos 80%43.

Dentro da produção animal destaca-se claramente o sector do leite e lacticínios,

cujo peso passou de cerca de 50%, média do triénio 1986/88 para 65%, média do

triénio 1995/97. Segue-se a produção de carne de bovino, embora com peso

decrescente no mesmo período (cerca de 31%, média do triénio 1986/88 para

20%, média do triénio 1995/97).

A produção de leite aumentou substancialmente, 67% entre 1987 e 1996 (médias

trienais)44. Por seu lado, a produção de carne de bovino aumentou de 15% no

mesmo período45.

O sector das pescas viu ligeiramente aumentado o seu peso no VAB do sector

primário, de 10,5% em 1990 para 14,8% em 199546. No entanto, entre 1988 e

42 Jorge, R. (coord.) et al. (op. cit.).43 Quadro A.3.1 e A.3.2. (Anexo II).44 Quadro 2.12 (Jorge, R. (coord.) et al. (op. cit.)).45 Quadro 2.16 (idem).46 Quadro 16.02, SREA (op.cit.).

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25

1998 o número de pescadores na Região decresceu 19%, sendo de 4101 em

199847. O volume de pesca descarregada na Região, no mesmo período (médias

trienais), também diminui de cerca de 14%48, assim como o de atum descarregado

(cerca de 21%)49, a espécie mais capturada.

O sector das pescas embora contribuindo relativamente pouco para o emprego

(1,1% do emprego total), constitui um complemento de rendimento de muitas

famílias. O seu desenvolvimento tem estado condicionado por deficiências,

nomeadamente ao nível das estruturas portuárias, da frota pesqueira e da

formação profissional dos pescadores.

S. Maria e S. Miguel (Concelho de Ponta Delgada) — ZI da ARDE

Esta Zona caracteriza-se por ter uma menor fragmentação da exploração e

melhores condições de acessibilidade aos blocos, quando comparada com o

conjunto da Região50. A SAU média por exploração nas duas ilhas é semelhante à

média para a Região.

Enquanto em S. Miguel predomina, em termos de SAU, uma agricultura

profissional, em explorações familiares, em Santa Maria, é a agricultura pluriactiva

que tem maior expressão51. A agricultura de idosos tem nesta ilha maior

importância, em termos de SAU.

O padrão de especialização produtiva é também muito diferente entre as duas

ilhas: em S. Miguel predomina a OTE “bovinos de leite”, seguida de “culturas

agrícolas diversas” e “bovinos para carne”, enquanto em Santa Maria predominam

os “sistemas policulturais” e de “produção de carne”52.

O sector da pesca em S. Miguel tem alguma expressão em termos do conjunto da

Região: a informação disponível permite apenas confirmar que esta ilha

representou em 1998 cerca de 21% do volume total de atum descarregado nos

portos dos Açores53.

47 Quadro A.3.3. (Anexo II).48 Quadro A.3.4. (Anexo II).49 Quadro A.3.5. (Anexo II).50 Quadro 2.2 (Jorge, R. (coord.) et al. (op. cit.)).51 Quadro 2.7 (idem).52 Quadro 2.10 (idem).53 Quadro A.3.5. (Anexo II).

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26

S. Miguel (Concelhos de Lagoa, Nordeste, Povoação, Ribeira Grande e Vila Franca

do Campo) — ZI da ASDEPR

No que diz respeito à estrutura agrária, tipos de agricultura e padrão de

especialização produtiva, é válido o que foi referido para a ZI da ARDE, para a ilha

de S. Miguel.

Como foi referido o sector da pesca em S. Miguel tem alguma expressão em termos

do conjunto da Região.

Graciosa e Terceira — ZI da GRATER

A Terceira caracteriza-se por ter uma SAU média por exploração semelhante à

média e por ser uma das ilhas com menor fragmentação da exploração e melhor

acessibilidade aos blocos. A Graciosa, pelo contrário, tem área média por

exploração inferior, maior número de blocos por exploração e pior acessibilidade

aos blocos54.

Em ambas as ilhas a agricultura profissional em explorações familiares predomina

em termos da ocupação de SAU, seguindo-se a agricultura pluriactiva. Na Graciosa

temos ainda que referir que é, de todas as ilhas da Região, aquela em que a

agricultura de idosos tem maior peso, em termos do número de explorações. A

Terceira caracteriza-se ainda por um peso elevado da agricultura pluriactiva, em

termos do número de explorações55.

O padrão de especialização produtiva é bastante diferente nas duas ilhas: na

Terceira assumem particular importância os “sistemas policulturais”, seguidos das

OTEs “bovinos de leite” e “bovinos para carne”, enquanto na Graciosa predominam

claramente os “sistemas policulturais”, não tendo estas últimas OTEs qualquer

expressão56.

Nesta Zona o sector da pesca teve uma reduzida expressão no período de 1988 a

1996, em termos do conjunto da Região, mas registou a partir deste ano um forte

crescimento, principalmente na Terceira, representando em 1998 cerca de 7% do

volume total de atum descarregado nos portos dos Açores57.

54 Quadro 2.2 (Jorge, R. (coord.) et al. (op. cit.)).55 Quadro 2.7 (idem).56 Quadro 2.10 (idem).57 Quadro A.3.5. (Anexo II).

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27

Corvo, Faial, Flores, Pico e S. Jorge — ZI da ADELIAÇOR

Nas ilhas S. Jorge, Pico e Faial a SAU média por exploração pouco difere da média

para a RAA, nas ilhas das Flores e Corvo esta é consideravelmente superior à média

da Região, embora se trate de ilhas altas e com solos pobres.

No que diz respeito à fragmentação da exploração a pior situação verifica-se no

Corvo, seguida das Flores e Faial. Também em termos de acessibilidades, a ilha do

Corvo surge destacada, com menor percentagem de blocos com acesso58.

Em S. Jorge, Faial e Pico é a agricultura profissional em exploração familiar que

ocupa maior percentagem de SAU. No Faial e no Pico a agricultura pluriactiva

representa mais de 50% do número total de explorações.

Em termos do número de explorações, enquanto no Pico predomina a agricultura

pluriactiva, no Corvo é a agricultura profissional em exploração familiar59.

Em todas as ilhas desta Zona dominam os “sistemas policulturais”, seguidos das

OTEs “bovinos de leite” e “bovinos para carne”, em S. Jorge e no Faial, da OTE

“viticultura e culturas permanentes”, no Pico e da OTE “bovinos para carne”, nas

Flores. No Corvo, as OTEs “sistemas policulturais” e “bovinos para carne” têm pesos

quase iguais60.

O sector das pescas assume particular relevo nesta Zona, onde, a pesca de atum e

similares representou, em 1998, 67% do volume e 51% do valor total da RAA.

4.5 - Tecido económico

Em 1997, o sector secundário representou 20,5% do VAB e 21,9% da população

activa na RAA.

No que se refere à indústria transformadora, os sectores agro-industriais com maior

peso no VAB foram, em 1995, o dos lacticínios, com 21%, e o do tabaco, com 18%.

Os sectores da conservação de peixe e do abate e conservas de carne

corresponderam apenas a 7% e 2%, respectivamente, do VAB da indústria

transformadora nesse ano.

58 Quadro 2.2 (Jorge, R. (coord.) et al. (op. cit.)).59 Quadro 2.7 (idem).60 Quadro 2.10 (idem).

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28

O VAB do sector terciário atingiu, em 1997, 68,7%, e a população activa empregue

no sector foi de 57,7%, em 1998.

Ao comércio e turismo corresponderam 19% do VAB do sector terciário em 1995,

sendo que ao turismo coube apenas 3%.

A evolução do comércio externo da RAA caracterizou-se, entre 1988 e 1998, por

um aumento do valor das importações de 109%, enquanto que as exportações

aumentaram apenas 22%, tendo pois a taxa de cobertura baixado de 37% em

1988 para 22% em 199861.

As principais importações, em 1998, foram os “cereais” e os “resíduos das

indústrias alimentares e alimentos para animais”, correspondendo no conjunto a

mais de um quarto do valor total das importações, “máquinas, aparelhos e material

eléctrico” (19%) e “peixes, crustáceos e moluscos” (13%)62. Neste ano, esta

rubrica teve um peso de 14% no valor total das exportações, sendo a mais

importante a “preparação de carnes, peixes, crustáceos e moluscos” que quase

atingiu metade do valor das exportações. O peso das exportações do sector do leite

e lacticínios tem vindo a decrescer, foi apenas de 5%, em 199863, quando em 1995

tinha sido de 10%. Dos produtos transformados expedidos da RAA para o

Continente e Madeira, em 1995, 66% referiam-se a leite e derivados, não se

sabendo contudo qual a evolução ocorrida desde essa data, uma vez que não foi

possível recolher informação mais recente.

O sector do turismo merece uma atenção especial por se tratar de um vector

fundamental na estratégia de desenvolvimento dos Açores, se integrado no espaço

rural e valorizando o património natural e o ambiente.

A oferta de alojamento nos Açores foi, em 1998, de cerca de 70 estabelecimentos

hoteleiros, com uma capacidade de aproximadamente 4 000 camas, tendo crescido,

desde 1989 a 1998, de 37%64. A oferta de turismo de habitação, turismo rural e

agro-turismo tem crescido também na RAA. As receitas deste tipo de alojamento

complementar quase triplicaram entre 1995 e 1998, se bem que ainda

61 Durante o período considerado, a taxa de cobertura para Portugal esteve sempre acima dos 60%(quadro A.4.1.Anexo II).62 Quadro A.4.2. (Anexo II).63 Quadro A.4.3. (Anexo II)64 Quadro A.4.4. (Anexo II).

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correspondam apenas a 4% da totalidade das receitas dos estabelecimentos

hoteleiros da Região65.

A oferta turística tem-se caracterizado pela forte concentração das unidades de

alojamento em determinados centros urbanos, pela sua pequena dimensão e ainda

pela falta de competitividade quando comparada com outros destinos turísticos66.

Será ainda de destacar o papel extremamente importante da formação dos

profissionais de turismo no desenvolvimento do sector.

Os hóspedes residentes em Portugal têm constituído o segmento mais expressivo

da procura turística nos Açores, 74% em 1998. Nesse ano a taxa de ocupação

média anual foi de cerca de 32%.

A evolução da procura tem sido positiva desde 1989 até 1998: aumentou, quer o

número de hóspedes (63%), quer o número de dormidas (39%), mas diminuiu a

duração média da estadia. O crescimento observado no número de hóspedes na

RAA foi sobretudo devido ao crescimento do número de hóspedes residentes em

Portugal (cerca de 70%).

O carácter sazonal da procura turística, que induz alguns desequilíbrios no sector,

está possivelmente relacionado com o elevado peso da procura interna, na medida

em que traduz os hábitos e preferências quanto à época de férias dos portugueses.

Apesar do sector do turismo não ter ainda um lugar de destaque na economia da

Região, evidencia no entanto um forte potencial de desenvolvimento, sobretudo em

modalidades de turismo em espaço rural que sejam capazes de valorizar o

património natural e cultural de Região. Assim, a promoção do destino turístico dos

Açores nos circuitos internacionais de turismo parece ser fundamental para a

valorização das potencialidades regionais.

S. Maria e S. Miguel (Concelho de Ponta Delgada) — ZI da ARDE

A ilha de S. Miguel tinha em 1998 cerca de metade dos estabelecimentos hoteleiros

e da capacidade de alojamento da Região. No entanto, a oferta turística não é

65 SREA (op.cit.).66 DREPA,1997 (op.cit).

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homogénea em toda a ilha, existindo uma forte concentração da capacidade

hoteleira no concelho de Ponta Delgada (cerca de ¾ da capacidade total da ilha)67.

A ilha de S. Miguel foi a que mostrou um crescimento mais acentuado da oferta,

desde 1989 a 1998, o número de estabelecimentos duplicou e a capacidade de

alojamento cresceu 50%.

Também a procura turística na ilha evoluiu de uma forma muito positiva, o

crescimento do número de hóspedes quase atinge 80%, entre 1988 e 1998, sendo

fundamentalmente devido ao crescimento dos hóspedes residentes em Portugal

(93%). Neste último ano, S. Miguel foi responsável por 57% das dormidas da

Região e teve uma taxa de ocupação média anual de 40%, a maior da RAA.

A ilha de Santa Maria apesar de ter, no sector do turismo, um peso relativamente

pequeno na RAA, evoluiu de forma muito positiva nos últimos anos, registando-se

um acréscimo de quase 90% das dormidas entre 1988 e 1998.

S. Miguel (Concelhos de Lagoa, Nordeste, Povoação, Ribeira Grande e Vila Franca

do Campo) — ZI da ASDEPR

Como foi referido os concelhos que constituem esta Zona de Intervenção apenas

detinham em 1998 um quarto da capacidade hoteleira da ilha de S. Miguel. No

entanto, a boa qualidade da rede viária e a pequena dimensão de S. Miguel,

facilitam a mobilidade entre os vários pontos turísticos da ilha. Assim, é natural que

exista uma concentração da oferta de alojamento em Ponta Delgada, beneficiando

no entanto esta Zona da sua proximidade do maior centro urbano da Região.

Graciosa e Terceira — ZI da GRATER

Nas ilhas Terceira e Graciosa existiam mais de um quarto dos estabelecimentos

hoteleiros dos Açores, a maior parte concentrada na ilha Terceira, correspondendo,

no entanto, a menos de 20% da capacidade de alojamento da Região.

Houve uma estagnação da oferta de alojamento nestas ilhas, entre 1989 e 1998.

Neste período houve uma diminuição do número de dormidas (10%), mas

verificou-se um crescimento do número de hóspedes (50%), devido também aqui

fundamentalmente ao crescimento dos hóspedes residentes em Portugal (57%).

67 Quadro A.4.5. (Anexo II).

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Aliás, foi a Zona com maior percentagem de clientes portugueses em 1998 (83%) e

com menor duração média da estadia (1,8).

Corvo, Faial, Flores, Pico e S. Jorge — ZI da ADELIAÇOR

A capacidade de alojamento das ilhas que constituem esta Zona de Intervenção

correspondeu em 1998 a mais de 30% da capacidade de alojamento total dos

Açores, cabendo às ilhas do Faial e do Pico a maior fatia. Se bem que não tenha

havido alteração no número de estabelecimentos, entre 1989 e 1998, a capacidade

de alojamento aumentou 45% neste período. A procura, medida em termos dos

hóspedes na Zona, acompanhou este crescimento (44%), valendo a pena referir,

no entanto, que é a Zona com menor taxa de ocupação média anual (22%).

4.6 - Recursos naturais, cultura e património

Os Açores enquadram-se na região da Macaronésia, de que constituem o extremo

Noroeste, com características atlânticas mais vincadas.

“O território açoriano compreende três pisos bioclimáticos, a que correspondem

tipos de vegetação natural e semi-natural, bem definidos: o andar da laurissilva

húmida (do nível do mar até 300 m de altitude), o andar da laurissilva hiper-

húmida (dos 300 até 900/1000 m de altitude) e o andar superior da montanha do

Pico (acima de 1000m).68”

É o piso da laurissilva hiper-húmida que concentra a maior parte das 56 espécies e

subespécies de plantas vasculares endémicas, as quais, para além do seu interesse

científico e botânico conferem à paisagem características muito particulares.

A laurissilva e as espécies a ela associadas encontram-se fortemente ameaçadas

pela expansão das pastagens em altitude, daí que a “importância das manchas

restantes e o interesse de conservação seja maior nas ilhas mais altas, de maior

dimensão e onde a expansão e intensificação agro-pecuária foram menos longe69“.

Dada a sua localização geográfica, os Açores são paragem obrigatória para muitas

aves migratórias, e para a nidificação de algumas espécies marinhas, que usam

68 Jorge, R. (coord.) et al. (op. cit.).69 Idem.

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para tal as escarpas e ilhéus da costa. Assim, são várias as Zonas de Protecção

Especial da avifauna criadas na Região70.

A origem vulcânica das ilhas reflecte-se na paisagem açoriana, conferindo-lhe

atributos naturais de grande beleza e que constituem um potencial turístico desta

Região (lagoas, furnas, fumarolas, caldeiras, etc.).

“Outros atributos paisagísticos devem no entanto a sua existência à actividade

humana que deixou assim inscritas na paisagem marcas de modos de viver e de

produzir passados71”, e constituem igualmente uma mais-valia do território.

Do que acabámos de referir se compreende que o turismo cultural e de observação

da natureza tenha sido uma das áreas em maior expansão nos últimos anos, na

Região. As características das ilhas conferem condições ímpares para a exploração

de percursos pedestres (trilhos pedestres, passeios guiados, etc.), permitindo um

contacto profundo com a natureza.

A extensa orla marítima constitui igualmente recurso da Região, quer como suporte

de actividades ligadas à pesca, quer como suporte de actividades turísticas

(desportos náuticos, pesca desportiva, observação da fauna marinha, etc.).

A pesca é também uma fonte de inspiração para o artesanato regional (trabalhos

em escama de peixe, e em dente e osso de baleia), o qual é marcado pela

variedade, simplicidade e pela repetição de antigos padrões e formas, sabendo

aproveitar a matéria-prima oferecida pela natureza (trabalhos em folha de milho,

vime, etc.).

Toda a Região é ainda marcada por uma cultura popular organizada em torno de

manifestações de grande religiosidade, numa tradição antiga, onde o sagrado e o

profano se misturam e se completam.

S. Maria e S. Miguel (Concelho de Ponta Delgada) — ZI da ARDE

Em S. Miguel, a paisagem caracteriza-se por uma grande diversidade e beleza

natural e por um património arquitectónico muito particular, responsáveis em

grande parte pela imagem da Região. Localiza-se nesta zona um dos principais

70 Quadro 2.18 (Jorge, R. (coord.) et al. (op. cit.)).71 Idem.

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cartazes turísticos dos Açores, a lagoa das Sete Cidades, bem como o mais

importante centro urbano da Região.

A riqueza arquitectónica de Ponta Delgada, a maior cidade dos Açores, manifesta-

se através de diversos monumentos de valor histórico, ligados à vida política,

administrativa, religiosa e cultural, não só de S. Miguel, mas de toda a Região

açoriana. Localiza-se também nesta cidade o mais importante porto marítimo da

Região, bem como uma marina, que permite a prática de variadas actividades

ligadas ao mar.

Na ilha de Santa Maria, o tipo de povoamento disperso e a arquitectura das suas

casas, onde se destacam as chaminés que evocam a origem dos primeiros

povoadores, definem uma paisagem inconfundível.

A costa recortada, formando baías e praias, confere a esta ilha condições propícias

à prática dos desportos náuticos.

S. Miguel (Concelhos de Lagoa, Nordeste, Povoação, Ribeira Grande e Vila Franca

do Campo) — ZI da ASDEPR

A origem vulcânica da zona reflecte-se aqui também na paisagem, conferindo-lhe

atributos naturais de grande beleza, de que são exemplos mais conhecidos a lagoa

do Fogo e a das Furnas.

A topografia acidentada e a intensa arborização de algumas zonas, contrasta com a

planura dos campos cultivados, ladeados por sebes naturais.

As caldeiras, zonas de manifestação de vulcanismo activo, as diversas fontes de

águas minerais de diferentes sabores e temperaturas, e o aproveitamento de lamas

e águas termais, constituem igualmente um potencial turístico.

Esta zona caracteriza-se ainda por um património arquitectónico de elevado valor

histórico, fundamentalmente de cariz religioso.

Graciosa e Terceira — ZI da GRATER

Nesta zona a paisagem natural de origem vulcânica (lagoas, piscinas naturais,

nascentes, cavernas, picos, etc.) contrasta com os campos de cultivo

Page 34: Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia ... · Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia regional de desenvolvimento rural Na sucessão de ciclos que têm

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cuidadosamente ordenados (vinhas em “currais”, muros de pedra solta e sebes de

hortenses).

Mas é fundamentalmente no campo histórico e cultural que reside grande parte do

potencial da ilha Terceira. Destaca-se aqui a cidade de Angra do Heroísmo, cujo

centro histórico está classificado de interesse público e incluído no património

mundial da UNESCO.

O diversificado património arquitectónico desta Zona de Intervenção está também

patente nas igrejas, impérios, moinhos de origem flamenga e casas típicas, que

retratam a sua cultura.

Corvo, Faial, Flores, Pico e S. Jorge — ZI da ADELIAÇOR

Esta zona caracteriza-se por uma acentuada diversidade paisagística, quer em

termos naturais – como as manifestações vulcânicas (cone vulcânico do Pico, o

vulcão dos Capelinhos, caldeiras, piscinas naturais, etc.), quer em resultado da

intervenção humana – como o espaço rural e urbano ordenado e preservado (as

sebes de hortenses, as vinhas em “curraletas”, as igrejas, as casas típicas, os

moinhos de origem flamenga, etc.). O contraste das elevações montanhosas com

as costas recortadas, por vezes salpicadas por fajãs, marca a paisagem destas

ilhas.

Encontra-se ainda nesta zona a maior variedade de plantas vasculares endémicas

da Região (ilha do Pico), bem como diversas reservas naturais e parques florestais.

A extensa orla marítima, a tradição baleeira e o porto de recreio da Horta fazem

desta zona, uma zona privilegiada para a observação de cetáceos e para a prática

de diversos desportos náuticos.

4.7 - Situação económica e social

Em 1997 a RAA representava 2,4% da população total do país, sendo o Produto

Interno Bruto (PIB) da Região cerca de 1,7% do valor do mesmo agregado para

Portugal72.

72 Quadro A. 5.1. (Anexo II).

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35

A economia açoriana caracteriza-se por uma estrutura do Valor Acrescentado Bruto

(VAB) e da População Empregada por sectores diferente da do país como um todo,

destacando-se em ambos os casos, o maior contributo do sector agrícola e do

sector dos serviços.

Tanto o PIB per capita, como o Índice de Poder de Compra eram na Região em

1997, consideravelmente mais baixos do que no conjunto do país (cerca de 70% e

60% do respectivo indicador nacional)73. O Rendimento Disponível Bruto das

Famílias per capita, embora também inferior ao do país situava-se em cerca de

81% (em 1995) o que poderá traduzir indirectamente o maior peso das

transferências do Estado e do Exterior na formação do rendimento das famílias

açorianas.

No que respeita à evolução do índice de preços no consumidor esta caracterizou-se

nos anos noventa por ritmos de crescimento anual dos preços praticamente

idênticos aos observados no espaço nacional74.

Atendendo ao que se acabou de comentar não é pois de estranhar que a estrutura

das despesas médias de consumo das famílias seja igualmente distinta na RAA e

em Portugal75. Destaca-se na Região o maior peso das despesas em produtos

alimentares, bebidas e tabaco, ainda com valor próximo dos 30% e os pesos

inferiores das despesas com Transportes e Comunicações e com Lazer, Instrução e

Cultura.

Já no que diz respeito aos indicadores de conforto76 a situação da Região

relativamente ao país aparece como bastante equivalente, quer no que se refere às

condições de alojamento, quer relativamente à posse de bens de equipamento

domésticos. A única excepção relativamente a este último aspecto diz respeito à

percentagem de famílias com computador pessoal que é ainda um pouco mais

baixa na Região. De qualquer forma tendo em conta que em 1990 aquela

percentagem era na Região menos de metade da observada no país, o crescimento

do número de famílias que dispõem deste equipamento terá sido muito mais rápido

na RAA.

73 Note-se ainda que em 1996, o PIB per capita da RAA era apenas cerca de metade do valor médio domesmo agregado na União Europeia (DREPA,1999 (op.cit.)).74 Quadro A.5.2. (Anexo II).75 Quadro A:5.3. (Anexo II).76 Quadro A.5.4. (Anexo II).

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No que diz respeito à percentagem de famílias que dispõem de meios de transporte

próprio a situação inverteu-se entre 1990 e 1997 sendo neste último ano superior

na RAA.

Desta apreciação sucinta da situação económica e social da RAA, que por limitações

da informação disponível não pôde ser desenvolvida por Zona de Intervenção, será

talvez de reter numa perspectiva de desenvolvimento da Região, os baixos níveis

de Produto e Rendimento per capita, quando comparados com a situação nacional,

que a continuam a caracterizar no final dos anos noventa.

4.8 - Pontos fortes e fracos, potencialidades e ameaças

Apresentam-se em seguida os pontos fortes/potencialidades e os pontos fracos/

/ameaças de cada uma das Zonas de Intervenção.

4.8.1 - S. Maria e S. Miguel (Concelho de Ponta Delgada) — ZI da ARDE

Infra-estruturas, acessibilidades

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Aeroportos de Santa Maria e internacionalde Ponta Delgada;

� Principal centro urbano da Região;

� Mais importante porto marítimo da Região;

� Rede viária;

� Pólo mais importante da Universidade dosAçores;

� Unidade hospitalar (Ponta Delgada);

� Aproveitamento de recursos térmicos,hídricos, geotérmicos e eólicos.

� Insularidade;

� Elevados custos de deslocação;

� Rede de transportes marítimos insuficiente;

� Dispersão geográfica da população(S. Maria);

� Infra-estruturas de apoio à cultura, lazer edesporto insuficientes;

� Heterogeneidade das subzonas;

� Inexistência de instalações de tratamento deresíduos sólidos.

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Sistemas de produção e de comercialização dos vários sectores

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Significativa expressão de solos férteis a baixaaltitude e capacidade de diversificação cultural;

� Forte expressão duma agricultura profissional(produção de leite) como suporte do rendimentoda população e de outras actividadeseconómicas: agro-indústrias e serviços;

� Relativa diversificação das actividades agrícolas –fruticultura, culturas industriais;

� Sector agro-industrial significativo ligado àprodução de leite;

� Estruturas de transformação para culturasindustriais;

� Especificidade da produção de carne e leite pelotipo de alimentação e maneio;

� Condições ecológicas para a produção deculturas subtropicais;

� Produtos regionais de qualidade;

� Riqueza de espécies piscícolas e indústriatransformadora da pesca;

� Existência de mercado de trabalho não agrícola;

� Articulação da agricultura com o turismo.

� Reduzida dimensão do mercado edispersão geográfica;

� Elevada dependência do exterior (bensde primeira necessidade);

� Estrutura empresarial caracterizada porpequena dimensão das empresas edeficiente capacidade financeira, degestão e de inovação;

� Deficientes estruturas de abate etransformação de carne de bovino(S. Maria);

� Impacte da intensificação leiteira sobrea qualidade da água, ciclo hidrológico,vegetação natural, biodiversidade epaisagem natural (Concelho de PontaDelgada);

� Limitadas iniciativas comerciaisinovadores.

Sistemas de formação, educação, investigação, assistência técnica e informação

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Universidade dos Açores (pólo mais importante);

� Sede dos órgãos de comunicação socialregionais.

� Baixo nível de qualificação profissional;

� Insuficiente formação profissional nas áreasda educação, saúde, turismo, ambiente enovas tecnologias;

� Dificuldade de fixação de recursos humanosqualificados.

Sector de serviços em geral

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Turismo no espaço rural;

� Infra-estruturas de apoio ao desporto e lazercom interesse turístico.

� Reduzida dimensão do mercado e dispersãogeográfica;

� Insuficiente promoção e divulgação daspotencialidades turísticas;

� Fraca capacidade organizativa do sector doartesanato e deficiente promoção dosprodutos;

� Deficientes circuitos comerciais dos produtosartesanais.

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Organização da sociedade civil

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Estruturas associativas e públicas deenquadramento do desenvolvimento rural.

� Limitada consciencialização da sociedadepara as questões do ambiente e preservaçãodos recursos naturais;

� Fraca receptividade para iniciativasintegradas com o turismo;

� Elevado peso do sector público.

Recursos mobilizados e resultados obtidos nos períodos de programação anteriores

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Boa imagem do programa junto daspopulações;

� Estímulo a dinâmicas locais;

� Quebra do isolamento das zonas rurais;

� Apoio técnico, aconselhamento eenquadramento dos promotores;

� Alargamento da actividade da ADL para alémdo programa Leader.

� Falta de inserção numa estratégia global /Pulverização de iniciativas individuais, nãointegradas numa estratégia dedesenvolvimento regional;

� Reduzidos efeitos estruturantes, peladebilidade das iniciativas e falta de carácterpiloto e inovador;

� Complementaridade com outros programasinsuficientemente explorada;

� Dificuldade de constituição e fixação do corpotécnico eficaz;

� Insuficiência das instalações próprias para aADL;

� Participação limitada das associaçõesprivadas na ADL;

� Heterogeneidade de divulgação / implantaçãonas diferentes freguesias;

� Ausência de parcerias transnacionais;

� Descontinuidade de disponibilização dasverbas;

� Insuficiente funcionamento da ComissãoLocal de Acompanhamento.

4.8.2 - S. Miguel (Concelhos de Lagoa, Nordeste, Povoação, Ribeira Grande e Vila Franca

do Campo) — ZI da ASDEPR

Infra-estruturas, acessibilidades

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Território contínuo;

� Proximidade do principal centro urbano;

� Proximidade do Aeroporto internacional dePonta Delgada;

� Proximidade do pólo mais importante daUniversidade dos Açores;

� Aproveitamento de recursos hídricos, dasondas e geotérmicos;

� Existência de um parque industrial.

� Insularidade;

� Elevados custos de deslocação;

� Fraca acessibilidade a algumas subzonas(Nordeste);

� Insuficientes infra-estruturas portuárias;

� Inexistência de instalações de tratamento deresíduos sólidos;

� Heterogeneidade das subzonas.

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Sistemas de produção e de comercialização dos vários sectores

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Significativa expressão de solos férteis a baixaaltitude e capacidade de diversificaçãocultural;

� Forte expressão duma agricultura profissional(produção de leite) como suporte dorendimento da população e de outrasactividades económicas: agro-indústrias eserviços;

� Relativa diversificação das actividadesagrícolas – fruticultura, culturas industriais;

� Sector agro-industrial significativo ligado àprodução de leite;

� Estruturas de transformação para culturasindustriais;

� Especificidade da produção de carne e leitepelo tipo de alimentação e maneio;

� Condições ecológicas para a produção deculturas subtropicais;

� Produtos regionais de qualidade (chá, tabaco,etc.);

� Riqueza de espécies piscícolas e indústriatransformadora da pesca;

� Articulação do turismo e agricultura.

� Reduzida dimensão do mercado;

� Elevada dependência do exterior (bens deprimeira necessidade);

� Estrutura empresarial caracterizada porpequena dimensão das empresas e deficientecapacidade financeira, de gestão e deinovação;

� Impacte da intensificação leiteira sobre aqualidade da água, ciclo hidrológico,vegetação natural, biodiversidade epaisagem natural;

� Limitadas iniciativas comerciais inovadores.

Sistemas de formação, educação, investigação, assistência técnica e informação

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Proximidade do pólo mais importante daUniversidade dos Açores.

� Baixo nível de qualificação profissional;

� Insuficiente formação profissional nas áreasda educação, saúde, turismo, ambiente enovas tecnologias;

� Dificuldade de fixação de recursos humanosqualificados.

Sector de serviços em geral

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Turismo no espaço rural;

� Infra-estruturas de apoio ao desporto e lazer,com interesse turístico.

� Reduzida dimensão do mercado;

� Insuficiente promoção e divulgação daspotencialidades turísticas;

� Fraca capacidade organizativa do sector doartesanato e deficiente promoção dosprodutos;

� Deficientes circuitos comerciais de produtosartesanais.

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40

Organização da sociedade civil

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Estruturas associativas e públicas deenquadramento do desenvolvimento rural.

� Limitada consciencialização da sociedade paraas questões do ambiente e preservação dosrecursos naturais;

� Fraca receptividade para iniciativasintegradas com o turismo;

� Elevado peso do sector público.

Recursos mobilizados e resultados obtidos nos períodos de programação anteriores

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Boa imagem do programa junto daspopulações;

� Estímulo a dinâmicas locais;

� Quebra do isolamento das zonas rurais;

� Cooperação interterritoriais e transnacionais;

� Apoio técnico, aconselhamento eenquadramento dos promotores;

� Alargamento da actividade da ADL para alémdo programa Leader.

� Falta de inserção numa estratégia global /Pulverização de iniciativas individuais, nãointegradas numa estratégia dedesenvolvimento regional;

� Reduzidos efeitos estruturantes, peladebilidade das iniciativas e falta de carácterpiloto e inovador;

� Complementaridade com outros programasinsuficientemente explorada;

� Dificuldade de constituição e fixação docorpo técnico eficaz;

� Inexistência de delegações nos váriosconcelhos;

� Participação limitada das associaçõesprivadas na ADL;

� Heterogeneidade de divulgação /implantação nas diferentes freguesias;

� Descontinuidade de disponibilização dasverbas;

� Insuficiente funcionamento da ComissãoLocal de Acompanhamento.

4.8.3 - Graciosa e Terceira — ZI da GRATER

Infra-estruturas, acessibilidades

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Localização central na RAA;

� Aeroportos da Graciosa e internacional daTerceira;

� Importante centro urbano da Região (Angra);

� Pólo da Universidade dos Açores (Terceira);

� Unidade hospitalar (Angra);

� Rede viária;

� Portos marítimos;

� Aproveitamento da energia térmica, hídrica eeólica.

� Insularidade;

� Elevados custos de deslocação;

� Rede de transportes marítimos insuficiente;

� Pequena dimensão das ilhas;

� Heterogeneidade das ilhas;

� Inexistência de instalações de tratamentode resíduos sólidos.

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Sistemas de produção e de comercialização dos vários sectores

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Significativa expressão de solos férteis a baixaaltitude e capacidade de diversificaçãocultural;

� Forte expressão de uma agriculturaprofissional (produção de leite) como suportedo rendimento da população e de outrasactividades económicas: agro-indústrias eserviços (Terceira);

� Sector agro-industrial significativo ligado àprodução de leite;

� Especificidade da produção de carne e leitepelo tipo de alimentação e maneio;

� Existência de património vitivinícola;

� Articulação do turismo e agricultura;

� Produtos regionais de qualidade;

� Pesca como complemento de outrasactividades.

� Reduzida dimensão do mercado edispersão geográfica;

� Elevada dependência do exterior (bens deprimeira necessidade);

� Estrutura empresarial caracterizada porpequena dimensão das empresas edeficiente capacidade financeira, de gestãoe de inovação;

� Reduzida diversificação das actividadeseconómicas - dependência muitoacentuada da economia da zona nossectores da carne e leite;

� Impacte da intensificação leiteira sobre aqualidade da água, ciclo hidrológico,vegetação natural, biodiversidade epaisagem natural;

� Limitadas iniciativas comerciais inovadores.

Sistemas de formação, educação, investigação, assistência técnica e informação

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Pólo da Universidade dos Açores naTerceira.

� Baixo nível de qualificação profissional;

� Insuficiente formação profissional nas áreasda educação, saúde, turismo, ambiente enovas tecnologias;

� Dificuldade de fixação de recursos humanosqualificados.

Sector de serviços em geral

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Turismo no espaço rural;

� Infra-estruturas de apoio ao desporto e lazer,com interesse turístico.

� Reduzida dimensão do mercado e dispersãogeográfica;

� Insuficiente promoção e divulgação daspotencialidades turísticas;

� Fraca capacidade organizativa do sector doartesanato e deficiente promoção dosprodutos;

� Deficientes circuitos comerciais dos produtosartesanais;

� Falta de promotores para o turismo noespaço rural.

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Organização da sociedade civil

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Estruturas associativas e públicas deenquadramento do desenvolvimento rural.

� Limitada consciencialização da sociedadepara as questões do ambiente e preservaçãodos recursos naturais;

� Fraca receptividade para iniciativasintegradas com o turismo;

� Elevado peso do sector público.

Recursos mobilizados e resultados obtidos nos períodos de programação anteriores

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Boa imagem do programa junto daspopulações;

� Estímulo a dinâmicas locais;

� Quebra do isolamento das zonas rurais;

� Participação significativa de parceiros privadosna ADL;

� Apoio técnico, aconselhamento eenquadramento dos promotores;

� Alargamento da actividade da ADL para alémdo programa Leader.

� Falta de inserção numa estratégia global /Pulverização de iniciativas individuais, nãointegradas numa estratégia dedesenvolvimento regional;

� Reduzidos efeitos estruturantes, peladebilidade das iniciativas e falta de carácterpiloto e inovador;

� Complementaridade com outros programasinsuficientemente explorada;

� Dificuldade de constituição e fixação docorpo técnico eficaz;

� Ausência de instalações próprias para a ADL;

� Heterogeneidade de divulgação /implantação nas diferentes freguesias;

� Ausência de parcerias transnacionais;

� Descontinuidade de disponibilização dasverbas;

� Insuficiente funcionamento da ComissãoLocal de Acompanhamento.

4.8.4 - Corvo, Faial, Flores, Pico e S. Jorge — ZI da ADELIAÇOR

Infra-estruturas, acessibilidades

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Aeroportos em todas as ilhas;

� Portos marítimos em todas as ilhas;

� Porto de recreio da Horta;

� Pólo da Universidade dos Açores (Faial);

� Unidade hospitalar (Faial);

� Aproveitamento da energia térmica, hídrica eeólica.

� Insularidade acrescida (reduzida dimensãoeconómica das ilhas e graus extremos deisolamento);

� Descontinuidade territorial;

� Elevados custos e dificuldade de transporte;

� Deficientes ligações marítimas inter-ilhas;

� Carência de infra-estruturas de saúde;

� Insuficiente rede de tratamento de águasresiduais e de resíduos sólidos;

� Heterogeneidade das ilhas.

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Sistemas de produção e de comercialização dos vários sectores

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Predomínio de solos férteis, localizados abaixa altitude (Faial);

� Forte expressão duma agricultura profissional(produção de leite) como suporte dorendimento da população e de outrasactividades económicas (S. Jorge);

� Produção de queijo certificado de S. Jorge edo Pico;

� Estruturas organizadas de transformação ecomercialização para o sector do leite (Faial);

� Produção de carne de qualidade (Faial);

� Património vitivinícola (Pico);

� Produtos regionais de qualidade;

� Riqueza de espécies piscícolas e indústriatransformadora da pesca;

� Articulação do turismo com a agricultura;

� Oportunidades de emprego não agrícola(Faial).

� Reduzida dimensão do mercado e dispersãogeográfica;

� Elevada dependência do exterior;

� Estrutura empresarial caracterizada porpequena dimensão das empresas e deficientecapacidade financeira, de gestão e deinovação;

� Reduzida diversificação das actividadeseconómicas – dependência muito acentuadada economia da zona nos sectores da carne eleite;

� Predomínio de solos pouco férteis,localizados a altitude (excepto Faial);

� Deficientes estruturas de abate etransformação de carne de bovino (exceptoCorvo, Flores e Faial);

� Insuficiente formação profissional no sectordas pescas;

� Reduzida dimensão da frota pesqueira;

� Limitadas iniciativas comerciais inovadores;

� Escassez de empregos não agrícolas(excepto no Faial).

Sistemas de formação, educação, investigação, assistência técnica e informação

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Pólo da Universidade dos Açores no Faial. � Baixo nível de qualificação profissional;

� Insuficiente formação profissional nas áreasda educação, saúde, turismo, ambiente enovas tecnologias;

� Dificuldade de fixação de recursos humanosqualificados.

Sector de serviços em geral

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Turismo náutico associado à orla marítima;

� Turismo no espaço rural.

� Reduzida dimensão do mercado e dispersãogeográfica;

� Insuficiente promoção e divulgação daspotencialidades turísticas;

� Fraca capacidade organizativa do sector doartesanato e deficiente promoção dosprodutos;

� Deficientes circuitos comerciais de produtosartesanais;

� Falta de promotores para o turismo noespaço rural.

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Organização da sociedade civil

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Estruturas associativas e públicas deenquadramento do desenvolvimento rural.

� Limitada consciencialização da sociedade paraas questões do ambiente e preservação dosrecursos naturais;

� Fraca receptividade para iniciativasintegradas com o turismo;

� Fragilidade do padrão de povoamento: baixadensidade demográfica e envelhecimentoacentuado da população.

Recursos mobilizados e resultados obtidos nos períodos de programação anteriores

Pontos fortes / Potencialidades Pontos fracos / Ameaças

� Boa imagem do programa junto daspopulações;

� Estímulo a dinâmicas locais;

� Relativa quebra do isolamento das zonasrurais;

� Participação significativa de parceiros privadosna ADL;

� Apoio técnico, aconselhamento eenquadramento dos promotores;

� Alargamento da actividade da ADL para alémdo programa Leader.

� Falta de inserção numa estratégia global /Pulverização de iniciativas individuais, nãointegradas numa estratégia dedesenvolvimento regional;

� Reduzidos efeitos estruturantes, peladebilidade das iniciativas e falta de carácterpiloto e inovador;

� Complementaridade com outros programasinsuficientemente explorada;

� Dificuldade de constituição e fixação docorpo técnico eficaz;

� Heterogeneidade de divulgação /implantação nas diferentes freguesias;

� Insuficientes parcerias transnacionais;

� Descontinuidade de disponibilização dasverbas;

� Insuficiente funcionamento da ComissãoLocal de Acompanhamento.

4.9 - A aplicação do programa Leader II nos Açores

A aplicação do Leader II na RAA envolveu um montante total de investimento de

cerca de 3,3 milhões de contos, correspondentes a 875 projectos. Do montante

total do investimento cerca de 1,7 milhões de contos constituíram a contribuição

comunitária, cerca de 0,7 milhões de contos de comparticipação nacional e

0,9 milhões de contos de financiamento privado.

Do montante total de investimento 42,5% diz respeito ao apoio à diversificação das

actividades económicas, sobretudo para projectos de turismo em meio rural, e

20,5% à preservação e valorização do ambiente natural e qualidade de vida.

Page 45: Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia ... · Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia regional de desenvolvimento rural Na sucessão de ciclos que têm

45

As áreas de apoio à diversificação das actividades económicas e à preservação e

valorização do ambiente natural e qualidade de vida foram também as que tiveram

maior número de projectos, respectivamente 32,3% e 19% do total de projectos.

Em termos do número de empregos criados no âmbito do programa Leader II

destacam-se as áreas de apoio à diversificação das actividades económicas com

58,3%, de apoio técnico ao desenvolvimento rural com 17,8% e da valorização e

comercialização das produções agrícolas, silvícolas e da pesca local com 13,4%.

Refira-se o fraco impacte da área da preservação e valorização do ambiente natural

e qualidade de vida na criação de emprego.

A área da valorização e comercialização das produções agrícolas, silvícolas e da

pesca local acabou por ter pequena expressão quer em termos de investimento,

quer em termos de número de projectos, o que poderá atribuir-se à existência de

alternativas de financiamento mais favoráveis.

Uma vez que os critérios utilizados no apuramento do número de empregos criados

e na classificação dos projectos por área e subárea não foram uniformes nas

diferentes Zonas de Intervenção a sua comparação merece algum cuidado.

Não queremos, no entanto, deixar de caracterizar de forma sintética as áreas, que

em cada Zona, apresentaram diferenças significativas para o conjunto da Região,

quer em termos do número de projectos, quer no que se refere ao montante de

investimento.

Caracterização das Zonas de Intervenção por áreas do programa Leader II

Número de projectos Montante

Área 1 2 3 4 5 6 1 2 3 4 5 6

ZI da ARDE � � � � � �

ZI da ASDEPR ♦ ♦ � � ♦ � ♦

ZI da GRATER ♦ � � ♦ ♦ � ♦

ZI da ADELIAÇOR ♦ � ♦ ♦ � ♦ � ♦ ♦ �

Áreas: 1 – Apoio técnico ao desenvolvimento rural; 2 – Formação profissional específica e ajudas à

contratação; 3 – Apoio à diversificação das actividades económicas; 4 – Valorização e comercialização

das produções agrícolas, silvícolas, pesca local; 5 – Preservação e valorização do ambiente natural e

qualidade de vida; 6 – Acções em cooperação.

� peso significativamente maior na Zona ♦ peso significativamente menor na Zona

Page 46: Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia ... · Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia regional de desenvolvimento rural Na sucessão de ciclos que têm

46

5 - OBJECTIVOS VISADOS E ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS

Considerando o objectivo geral do LEADER+ de “incitar e apoiar os agentes rurais a

reflectir sobre o potencial dos respectivos territórios numa perspectiva de mais

longo prazo” e o diagnóstico de potencialidades e riscos das diferentes Zonas de

Intervenção, emerge como tema forte em que se deverá fundamentar a estratégia

do LEADER para a Região o desenvolvimento de modalidades de turismo/serviços

em espaço rural capazes de valorizar o ambiente e o património cultural como

verdadeiras mais valias regionais.

No âmbito do Programa LEADER a estratégia regional tem ainda que traduzir-se

necessariamente em acções e medidas com carácter estruturante de vias

inovadoras para o desenvolvimento e a coesão do território, promotoras de padrões

de emprego qualificado e sustentável, quer estejam ou não directamente

relacionadas com o tema forte turismo/serviços/ambiente. Não se trata assim de

criar oportunidades precárias de ocupação de mão-de-obra nem de promover

iniciativas não integradas que se esgotem em objectivos imediatos ou de curto

prazo. Impõe-se assim uma abordagem territorial, integrada e participativa que, no

quadro das potencialidades e fragilidades regionais, assente na diversificação de

actividades e favoreça o papel das diferentes agriculturas da Região no

desenvolvimento local.

O viabilizar desta estratégia pressupõe a valorização dos recursos humanos e a

melhoria da capacidade de organização dos diferentes actores intervenientes no

processo.

Em síntese, propõem-se as seguintes grandes orientações estratégicas:

� Ganhar o espaço rural para o turismo.

� Favorecer o papel das agriculturas no desenvolvimento local.

� Promover a diversificação integrada de actividades.

� Promover um padrão de emprego qualificado e sustentável.

� Aprofundar e consolidar a abordagem territorial, integrada e participativa.

� Assegurar o carácter estruturante e sustentável das acções do Programa.

Page 47: Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia ... · Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia regional de desenvolvimento rural Na sucessão de ciclos que têm

47

O quadro apresentado traduz um conjunto de orientações estratégicas válido para

toda a Região. O diagnóstico de potencialidades e riscos anteriormente efectuado

para cada uma das ZI’s permite identificar potencialidades que podem suportar as

estratégias do Programa LEADER, bem como fragilidades que poderão ser

ultrapassadas com o seu contributo.

Orientação estratégica I – Ganhar o espaço rural para o turismo

A Região dispõe de uma paisagem natural diversificada, de um rico património

histórico e cultural e de um conjunto de espaços rurais e urbanos ordenados e

preservados.

Como pontos fracos que o programa poderá ajudar a ultrapassar, são de sublinhar

a fraca receptividade para iniciativas integráveis no turismo e a insuficiente

promoção e divulgação das referidas potencialidades turísticas. É ainda de sublinhar

uma limitada tomada de consciência para o ambiente enquanto mais valia regional,

a fraca capacidade organizativa do sector do artesanato, a deficiente promoção dos

seus produtos e a fragilidade dos respectivos circuitos comerciais.

Orientação estratégica II – Favorecer o papel das agriculturas no desenvolvimento local

A agricultura profissional na Região é especializada na produção de leite e carne e

existem ilhas com um potencial agro-ecológico de diversificação cultural, valorizado

sobretudo pelos agricultores pluriactivos.

Orientação estratégica III – Promover a diversificação integrada de actividades

Para uma estratégia de diversificação de actividades, para além da agricultura e da

pesca e das indústrias com elas relacionadas, impõe-se criar condições que

permitam ultrapassar a actual fragilidade da estrutura empresarial existente que se

pode caracterizar pela deficiente capacidade financeira de um conjunto de

pequenas empresas, com dificuldades ao nível da gestão, da promoção dos

produtos no exterior e sua apresentação, e da capacidade de inovação.

Page 48: Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia ... · Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia regional de desenvolvimento rural Na sucessão de ciclos que têm

48

Orientação estratégica IV – Promover um padrão de emprego qualificado e sustentável

Para promover um padrão de emprego qualificado e sustentável, impõe-se

ultrapassar o baixo nível de qualificação profissional visando, nomeadamente, os

grupos alvo das mulheres e dos jovens.

Orientação estratégica V – Aprofundar e consolidar a abordagem territorial, integrada e participativa

Para promover iniciativas que estimulem a participação das populações, importa, na

maior parte dos casos, encontrar novos equilíbrios entre o sector público e privado

reforçando a participação de entidades privadas de carácter local nas ADL/GAL.

Por outro lado, para ultrapassar a heterogeneidade e o afastamento geográfico das

subzonas que constituem a maior parte das ZI’s, devem privilegiar-se iniciativas

que promovam a integração do território, nomeadamente através da aproximação

das respectivas populações e da sua participação em projectos comuns ou

integrados.

Orientação estratégica VI – Assegurar o carácter estruturante e sustentável das acções do Programa

O balanço que, de uma forma sintética, se pode fazer do período de programação

do LEADER II, deixa transparecer ter-se conseguido uma boa imagem do Programa

junto das populações, o que de certa forma estimulou dinâmicas locais e a relativa

quebra de isolamento de algumas zonas rurais mais marginalizadas.

A estes aspectos positivos há que contrapor a percepção generalizada de uma falta

de inserção das acções empreendidas numa estratégia global. Daqui resultou uma

pulverização de iniciativas individuais, com dificuldade de encontrar uma

complementaridade com outros programas, e que acabaram por ter reduzidos

efeitos estruturantes pelo sua precariedade e pela falta de carácter piloto e

inovador das acções empreendidas.

Como recomendação estratégica aponta-se o reforçar do desempenho de todas as

entidades que compõem a Comissão Local de Acompanhamento.

Page 49: Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia ... · Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia regional de desenvolvimento rural Na sucessão de ciclos que têm

49

Enunciados os pontos fortes e fracos relativos a cada orientação estratégica ao

nível da Região, passa a sublinhar-se o que se consideram ser as especificidades

das diferentes ZI’s.

5.1 - S. Maria e S. Miguel (Concelho de Ponta Delgada) — ZI da ARDE

Orientação estratégica I – Ganhar o espaço rural para o turismo

É de registar nesta Zona a existência de um turismo orientado com base na

exploração dos recursos naturais e do ambiente e de experiências positivas de

articulação da agricultura com o turismo, nomeadamente em unidades de turismo

em espaço rural.

Orientação estratégica II – Favorecer o papel das agriculturas no desenvolvimento local

Para além da especificidade da produção de carne e de leite decorrente do tipo de

alimentação e maneio do gado bovino, a Zona apresenta uma relativa diversificação

de actividades agrícolas e condições ecológicas para a produção de culturas

subtropicais.

Orientação estratégica III – Promover a diversificação integrada de actividades

Esta Zona dispõe já de uma indústria transformadora de pescado assente na

riqueza dos recursos que pode contribuir para uma estratégia de diversificação de

actividades.

Orientação estratégica IV – Promover um padrão de emprego qualificado e sustentável

Esta Zona apresenta a vantagem da existência de um mercado de trabalho não

agrícola.

Orientação estratégica V – Aprofundar e consolidar a abordagem territorial, integrada e participativa

Esta Zona apresenta como ponto fraco a heterogeneidade e o afastamento

geográfico das duas subzonas que constituem esta ZI.

Page 50: Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia ... · Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia regional de desenvolvimento rural Na sucessão de ciclos que têm

50

Orientação estratégica VI – Assegurar o carácter estruturante e sustentável das acções do Programa

Relativamente a esta ZI, não há pontos relevantes a acrescentar aos que foram

enunciados para Região como um todo.

5.2 - S. Miguel (Concelhos de Lagoa, Nordeste, Povoação, Ribeira Grande e Vila

Franca do Campo) — ZI da ASDEPR

Orientação estratégica I – Ganhar o espaço rural para o turismo

É também de registar nesta Zona a existência de um turismo orientado com base

na exploração dos recursos naturais e do ambiente e de experiências positivas de

articulação da agricultura com o turismo, nomeadamente em unidades de turismo

em espaço rural.

Orientação estratégica II – Favorecer o papel das agriculturas no desenvolvimento local

Para além da especificidade da produção de carne e de leite decorrente do tipo de

alimentação e maneio do gado bovino, a Zona apresenta uma relativa diversificação

de actividades agrícolas e condições ecológicas para a produção de culturas

subtropicais.

Orientação estratégica III – Promover a diversificação integrada de actividades

Esta Zona dispõe igualmente de uma indústria transformadora de pescado assente

na riqueza dos recursos que pode contribuir para uma estratégia de diversificação

de actividades.

Orientação estratégica IV – Promover um padrão de emprego qualificado e sustentável

Esta Zona apresenta a vantagem da existência de um mercado de trabalho não

agrícola.

Page 51: Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia ... · Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia regional de desenvolvimento rural Na sucessão de ciclos que têm

51

Orientação estratégica V – Aprofundar e consolidar a abordagem territorial, integrada e participativa

Esta Zona é a única assente num território contínuo. Apesar disso são manifestas

tanto a sua heterogeneidade como as dificuldades de acessibilidade a algumas das

áreas.

Orientação estratégica VI – Assegurar o carácter estruturante e sustentável das acções do Programa

Relativamente a esta ZI, não há pontos relevantes a acrescentar aos que foram

enunciados para Região como um todo.

5.3 - Graciosa e Terceira — ZI da GRATER

Orientação estratégica I – Ganhar o espaço rural para o turismo

No rico património histórico e cultural desta Zona, destaca-se a cidade de Angra do

Heroísmo classificada como património mundial. É de registar ainda a existência de

potencialidades para um turismo orientado com base na exploração dos recursos

naturais e do ambiente e de experiências positivas de articulação da agricultura

com o turismo, nomeadamente em unidades de turismo em espaço rural.

Orientação estratégica II – Favorecer o papel das agriculturas no desenvolvimento local

Para além da especificidade da produção de carne e de leite decorrente do tipo de

alimentação e maneio do gado bovino, a Zona dispõe ainda de um sector

vitivinícola com expressão.

Orientação estratégica III – Promover a diversificação integrada de actividades

Relativamente a esta ZI, não há pontos relevantes a acrescentar aos que foram

enunciados para Região como um todo.

Page 52: Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia ... · Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia regional de desenvolvimento rural Na sucessão de ciclos que têm

52

Orientação estratégica IV – Promover um padrão de emprego qualificado e sustentável

Em certas áreas desta ZI verifica-se a inexistência de oportunidades de trabalho

não agrícola.

Orientação estratégica V – Aprofundar e consolidar a abordagem territorial, integrada e participativa

Esta Zona apresenta como ponto fraco a heterogeneidade e o afastamento

geográfico das duas subzonas que constituem esta ZI. Como ponto forte desta ZI é

de referir uma forte representação de entidades privadas ao nível da ADL/GAL.

Orientação estratégica VI – Assegurar o carácter estruturante e sustentável das acções do Programa

Relativamente a esta ZI, não há pontos relevantes a acrescentar aos que foram

enunciados para Região como um todo.

5.4 - Corvo, Faial, Flores, Pico e S. Jorge — ZI da ADELIAÇOR

Orientação estratégica I – Ganhar o espaço rural para o turismo

Relativamente a esta ZI, não há pontos relevantes a acrescentar aos que foram

enunciados para Região como um todo.

Orientação estratégica II – Favorecer o papel das agriculturas no desenvolvimento local

Para além da especificidade da produção de carne e de leite decorrente do tipo de

alimentação e maneio do gado bovino, a Zona dispõe ainda de um sector

vitivinícola com expressão.

Orientação estratégica III – Promover a diversificação integrada de actividades

Esta Zona dispõe também de uma indústria transformadora de pescado assente na

riqueza dos recursos que pode contribuir para uma estratégia de diversificação de

actividades.

Page 53: Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia ... · Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia regional de desenvolvimento rural Na sucessão de ciclos que têm

53

Orientação estratégica IV – Promover um padrão de emprego qualificado e sustentável

Em certas áreas desta ZI (Faial) verifica-se a existência de oportunidades de

trabalho não agrícola.

Orientação estratégica V – Aprofundar e consolidar a abordagem territorial, integrada e participativa

Como ponto forte desta ZI é de referir uma forte representação de entidades

privadas ao nível da ADL/GAL, o que tem permitido enfrentar uma situação

particularmente desfavorável de dispersão por muitas ilhas.

Orientação estratégica VI – Assegurar o carácter estruturante e sustentável das acções do Programa

Relativamente a esta ZI, não há pontos relevantes a acrescentar aos que foram

enunciados para Região como um todo.

6 - EIXOS PRIORITÁRIOS, ACÇÕES E MEDIDAS

Os eixos prioritários de desenvolvimento das grandes orientações estratégicas

apresentadas traduzem-se nos seguintes objectivos operacionais:

� Valorizar o ambiente e o património cultural enquanto mais valias regionais.

� Apoiar as agriculturas da Região, quer na sua vertente competitiva quer como

suporte da pluriactividade.

� Reforçar o ambiente económico-empresarial em meio rural.

� Valorizar os recursos humanos, com particular incidência nos grupos alvo

(mulheres e jovens).

� Promover a cooperação entre territórios e o estabelecimento de parcerias.

� Alargar a área de influência e o campo de actuação das ADL/GAL.

Indicam-se, nos quadros seguintes, as relações entre estes objectivos operacionais

e as orientações estratégicas, bem como as acções e medidas relativas a cada

objectivo operacional.

Page 54: Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia ... · Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia regional de desenvolvimento rural Na sucessão de ciclos que têm

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Orientações estratégicas

Objectivosoperacionais Ganhar o

espaçorural parao turismo

Favorecer opapel dasagriculturasno desen-volvimento

local

Promover adiversificaçãointegrada deactividades

Promover umpadrão deemprego

qualificado esustentável

Aprofundar econsolidar aabordagemterritorial,integrada eparticipativa

Assegurar ocarácter

estruturantee sustentáveldas acções doPrograma

Valorizar oambiente e opatrimónio

cultural, enquantomais valiasregionais

� ♦ � �

Apoiar asagriculturas daRegião, quer nasua vertente

competitiva quercomo suporte dapluriactividade

� � ♦

Reforçar oambienteeconómico-

empresarial emmeio rural

♦ � � � �

Valorizar osrecursos humanos,com particularincidência nosgrupos alvo(mulheres ejovens)

� ♦ � � � ♦

Promover acooperação entreterritórios e o

estabelecimentode parcerias

♦ � � �

Alargar a área deinfluência e o

campo de actuaçãodas ADL/GAL

♦ � �

� contribuição importante ♦ contribuição complementar

Page 55: Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia ... · Enquadramento geral do Programa LEADER+ na estratégia regional de desenvolvimento rural Na sucessão de ciclos que têm

55

Objectivosoperacionais Acções Medidas

Promoção do turismoem espaço rural,nomeadamente oturismo cultural e oturismo de natureza

� Criação de percursos pedestres e equestres marcados,passeios guiados e infraestruturas de interpretação,incluindo, nomeadamente, manchas integradas em Sítiosde Interesse Comunitário e Áreas Protegidas Regionais

� Criação de infraestruturas para a observação de faunamarítima

� Recuperação de transportes tradicionais

� Apoio ao aumento e melhoria da capacidade dealojamento em meio rural

� Restauro e valorização de conjuntos arquitectónicos deinteresse turístico

� Sensibilização da população rural para o patrimónionatural e cultural

� Promoção turística do património natural e cultural

� Apoio a iniciativas de animação da cultura tradicional

� Promoção do destino turístico Açores nos circuitosinternacionais de turismo cultural e de natureza

Promoção do artesanatoe de prestação de

serviços em meio rural

� Apoiar a criação e modernização de oficinas de artesanato

� Apoiar a criação de estruturas para prestação de serviçosem meio rural

� Apoiar a diversificação do artesanato, nomeadamenteatravés do aproveitamento de plantas ornamentais,aromáticas e medicinais espontâneas

� Apoiar a criação e/ou viabilização de espaços decomercialização de produtos de artesanato

� Apoiar a promoção do artesanato dos Açores

Valorizar o ambientee o património

cultural, enquantomais valias regionais

Conservação,recuperação e

ampliação de atributospaisagísticostradicionais

� Apoio à conservação de sebes e cortinas de abrigo deespécies tradicionais

� Apoio à conservação e recuperação de muros tradicionaisde pedra solta

� Apoio à conservação e recuperação das tradicionaisestufas de ananás;

� Apoio à conservação de curraletas em áreas de elevadovalor paisagístico (Biscoitos, S. Lourenço, Graciosa eLagidos do Pico)

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Apoio ao fomento dosector do leite e carne

de bovino

� Apoio à criação e/ou viabilização de pequenas estruturasde transformação

� Apoio à criação e/ou viabilização de espaços decomercialização de produtos de qualidade (queijos deS. Jorge, Pico e Ilha e carne dos Açores)

� Apoio à promoção / diferenciação da imagem de qualidade(queijos de S. Jorge, Pico e Ilha e carne dos Açores)

� Apoio à conservação da raça bovina Ramo Grande(Terceira, S. Jorge e Sta. Maria)Apoiar as agriculturas

da Região, quer nasua vertente

competitiva quercomo suporte dapluriactividade

Apoio à diversificaçãoda produção agro-pecuária regional

� Apoio à criação e/ou reforço das estruturas detransformação e armazenamento dos produtos da horto-fruti-floricultura, apicultura e viticultura

� Apoio à criação e/ou viabilização de espaços decomercialização de produtos da horto-fruti-floricultura,apicultura e viticultura

� Apoio à conservação e/ou recuperação de variedades defruteiras tradicionais

� Apoio à produção e comercialização dos produtos deagricultura biológica

� Apoio à promoção / diferenciação da imagem de qualidadede produtos com valor cultural/histórico

Reforçar acompetitividade doambiente económico-empresarial em meio

rural

Modernização e criaçãode PME’s em meio rural

� Constituição de gabinetes técnicos de apoio a projectos

� Promoção de novas tecnologias

� Apoio à concretização de projectos promotores daarticulação entre diferentes sectores da economia

Promoção da formaçãoprofissional específica

� Apoio à formação de guias de turismo cultural e deturismo de natureza

� Apoio à formação para prestação de serviços de turismoem meio rural

� Apoio à formação de agentes de animação da culturatradicional

� Apoio à formação para renovar e modernizar a produção ecomercialização de produtos agro-alimentares dequalidade

� Apoio à formação para renovar e modernizar a produção ecomercialização de produtos artesanais

� Apoio à formação para reforço da capacidade técnica combase na utilização de novas tecnologias

Valorizar os recursoshumanos, com

particular incidêncianos grupos alvo

(mulheres e jovens)

Intercâmbio daspopulações

� Apoio à realização e à participação das populações ruraisda Zona de Intervenção em festivais, feiras, mostras, etc.

� Apoio à participação das populações rurais em festivais,feiras e mostras a nível regional, nacional e internacional

� Apoio à participação em encontros e jornadas a nívelregional, nacional e internacional

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Promoção de acções decooperação de âmbito

regional

� Apoio e incentivo a iniciativas e projectos assentes nacomplementaridade dos recursos naturais e humanos dasdiferentes ilhas, nomeadamente a programas turísticosflexíveis articulando múltiplos destinos e alojamentosalternativos ao nível da Região

� Apoio à criação de uma estrutura interprofissional para apromoção e comercialização de produtos Açores

Promoção de acções decooperação de âmbito

nacional

� Apoio e incentivo a iniciativas e projectos envolvendoentidades de diferentes regiões do País

Promoção de acções decooperação de âmbito

transnacional

� Apoio e incentivo a iniciativas e projectos envolvendoentidades de regiões de diferentes países

Promover acooperação entreterritórios e o

estabelecimento deparcerias

Promoção doestabelecimento de

redes

� Apoio e incentivo ao estabelecimento de redes paraintercâmbio de resultados, experiências e repositórios desaber-fazer

� Apoio e incentivo à integração em redes de âmbitonacional e transnacional

Aprofundar aproximidade com osdestinatários do

Programa e promover aparticipação dos actores

locais

� Estruturar equipas técnicas (GAL) estáveis

� Dotar toda a Zona de Intervenção de equipas deanimadores locais

� Promover a formação de agentes dos GALAlargar a área de

influência e o campode actuação das

ADL/GAL Explorar acomplementaridade e aarticulação com outros

Programas

� Intensificar o intercâmbio institucional de informaçãosobre os conteúdos, destinatários e procedimentos dediferentes Programas

� Operacionalizar o funcionamento da Comissão Local deAcompanhamento

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ANEXOS

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ANEXO I

Descrição pormenorizada das medidas dos diversos instrumentos

financeiros com impacte no desenvolvimento rural

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ANEXO I.1

PRODESA

� Objectivos operacionais/metas

� Medidas

EIXO PRIORITÁRIO 1: Garantir as condições básicas para a melhoria da competitividade

regional

Objectivos operacionais/metas:

MetasObjectivos operacionais

Situação de partida 2006

Aumento das cargas movimentadas nos portos regionais 1 600 000 t/ano 2 000 000 t/ano

Aumento dos movimentos de passageiros nos aeroportos/aeródromos regionais 1 100 000 1 270 000

Aumento da extensão de pavimentos adequados da rede viária regional 460 km

Aumento da taxa de escolarização do ensino secundário 61.5% 90%

Aumento do número de consultas no serviço regional de saúde(Hospitais + Centros de Saúde)

70 000

Medidas:

Medida 1.1 Infra-estruturas e equipamentos portuários e aeroportuários;

Medida 1.2 Infra-estruturas e equipamentos rodoviários;

Medida 1.3 Infra-estruturas e equipamentos de educação e cultura;

Medida 1.4 Infra-estruturas e equipamentos de saúde;

Medida 1.5Protecção Civil.

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EIXO PRIORITÁRIO 2: Incrementar a modernização da base produtiva tradicional

Objectivos operacionais/metas:

MetasObjectivos operacionais

Situação de partida 2006

Aumento da dimensão média das explorações (crescimento médio da SAU/expl.) 20%

Crescimento da produtividade da terra (VABpm/ha) e do trabalho (VALpm/UTA) 15%

Aumento do abate de gado nos matadouros regionais 11 400 t/ano 15 000 t/ano

Aumento do valor da produção vegetal na produção agrícola 11% 16%

Aumento do valor acrescentado do sector agro-industrial 20%

Aumento do valor da pesca descarregada nos portos regionais (preços constantes) 5.0 x 106 contos 8.5 x 106 contos

Aumento do volume de peixe transformado em unidades conserveiras 16 000 t/ano 23 000 t/ano

Aumento do emprego criado no sector da pesca 5%

Medidas:

Medida 2.1Promoção do desenvolvimento sustentado em zonas rurais;

Medida 2.2 Incentivos à modernização e diversificação do sector agro-florestal;

Medida 2.3Apoio ao desenvolvimento das pescas;

Medida 2.4Ajustamento do esforço de pesca.

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EIXO PRIORITÁRIO 3: Promover a dinamização do desenvolvimento sustentado

Objectivos operacionais/metas:

MetasObjectivos operacionais

Situação de partida 2006

Aumento do número de dormidas na hotelaria regional 450 000/ano 580 000/ano

Aumento do peso relativo do emprego nos serviços mercantis 34% 39%

Criação de centros de investigação tecnológica e de desenvolvimento empresarial 0 3

Aumento do peso relativo de escolas do 1º ciclo com equipamento informático 5% 100%

Aumento da percentagem da população com acesso a equipamentos informáticos 10% 50%

Aumento da actividade de investigação científica (n.º de investigadores/1000activos)

3.2% 5.0%

Aumento da percentagem de estabelecimentos de saúde abrangidos por redes detelemedicina

Fase experimental 100%

Acções de integração profissional de desempregados inscritos nos Centros deEmprego

100%

Aumento da qualificação do emprego no sector privado (% de activos formados/ano) 7%

Aumento de acções de requalificação de bacias hídricas 3/10 10/10

Implementação de planos de ordenamento da orla costeira 0 8

Número de áreas protegidas e classificadas com planos de ordenamento e gestão 2 23

Medidas:

Medida 3.1Desenvolvimento do turismo;

Medida 3.2Desenvolvimento do sistema industrial, comercial e de serviços;

Medida 3.3Desenvolvimento da ciência, tecnologia e da sociedade da informação;

Medida 3.4Desenvolvimento do emprego e da formação profissional;

Medida 3.5Desenvolvimento do sistema ambiental e do ordenamento.

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EIXO PRIORITÁRIO 4: Apoiar o desenvolvimento local do potencial endógeno

Objectivos operacionais/metas:

MetasObjectivos operacionais

Situação de partida 2006

Diminuição do nível de perdas de água potável no sistema de abastecimento 50%

Aumento do número de concelhos abrangidos por sistemas de recolha e destino final deresíduos sólidos urbanos 5/19 19/19

Aumento da drenagem de águas residuais 50% 70%

Aumento da taxa de escolarização de crianças com 3 anos 33% 44%

Medidas:

Medida 4.1 Infra-estruturas de saneamento básico;

Medida 4.2Rede viária municipal;

Medida 4.3Educação e desporto;

Medida 4.4Valorização do potencial endógeno;

EIXO PRIORITÁRIO 5: Dinamizar e fortalecer o tecido empresarial

Objectivos operacionais/metas:

MetasObjectivos operacionais

Situação de partida 2006

Aumento das receitas da hotelaria (preços constantes) 4 000 000 contos 5 600 000 contos

Aumento do emprego directo criado no sector hoteleiro 500

Aumento do consumo de energia eléctrica 390 Gw/h 490 Gw/h

Aumento do peso relativo das energias renováveis no total da produção deelectricidade

10%

Medidas:

Medida 5.1Turismo;

Medida 5.2 Indústria, comércio e serviços;

Medida 5.3Energia;

Medida 5.4Transportes e comunicações;

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ANEXO I.2

PDRu

� Objectivos gerais

� Objectivos específicos

� Medidas

MEDIDAS AGRO-AMBIENTAIS

Objectivos gerais:

� promover formas de exploração das terras agrícolas compatíveis com a protecção e a

melhoria do ambiente, da paisagem, dos recursos naturais, dos solos e da diversidade

genética;

� promover a extensificação das explorações e a manutenção dos sistemas de pastagens

extensivas favoráveis ao ambiente;

� conservar os espaços cultivados de grande valor natural que se encontrem ameaçados;

� preservar a paisagem e as características históricas e tradicionais nas terras agrícolas;

� utilizar o planeamento ambiental nas terras agrícolas.

Objectivos específicos:

� aumento do número de beneficiários para 15% do número total de agricultores;

� aumento da área abrangida para 35% da SAU;

� redução de 10% na densidade pecuária das áreas abrangidas;

� redução da actividade agro-pecuária nas zonas de protecção das lagoas.

Medidas:

� recuperação de currais e lagidos da cultura da vinha;

� protecção da raça Ramo Grande;

� manutenção da paisagem endémica;

� retirada de terras para protecção de lagoas;

� manutenção da extensificação da produção pecuária;

� conservação de sebes vivas para protecção de culturas perenes;

� promoção da agricultura biológica.

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FLORESTAÇÃO DE TERRAS AGRÍCOLAS

Objectivos gerais:

� contribuir para a manutenção e desenvolvimento das funções económicas, ecológicas e

sociais da floresta nas zonas rurais.

Objectivos específicos:

� manter um ritmo de florestação próximo do actual, de forma a que a superfície florestal

do arquipélago atinja 3.5% da SAU.

Medidas:

� comparticipação dos custos de investimentos em plantação;

� comparticipação dos custos de investimentos em infra-estruturas;

� prémios de manutenção dos povoamentos;

� prémios anuais por perda de rendimento.

REFORMA ANTECIPADA

Objectivos gerais:

� proporcionar um rendimento aos agricultores e aos trabalhadores rurais idosos que

decidam cessar as suas actividades agrícolas;

� favorecer a substituição desses agricultores por agricultores que possam melhorar a

viabilidade económica das explorações resultantes;

� reafectar terras agrícolas a utilizações não agrícolas quando a sua afectação a fins

agrícolas não seja possível em condições satisfatórias de viabilidade económica.

Objectivos específicos:

� reformar antecipadamente 20% dos actuais ATP com mais de 55 anos;

� aumentar em 10% a área média das explorações;

� atingir 50% de cessionários jovens agricultores.

Medidas:

� ajudas aos agricultores cedentes;

� ajudas aos familiares dos agricultores e aos trabalhadores agrícolas;

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INDEMNIZAÇÕES COMPENSATÓRIAS

Objectivos gerais:

♦ compensar as zonas afectadas por condições naturais desfavoráveis

� garantir a continuidade da utilização de terras agrícolas e, em consequência,

contribuir para a manutenção de uma comunidade rural viável;

� manter o espaço rural;

� manter e promover métodos de exploração sustentáveis que respeitem

especialmente as exigências de protecção do ambiente

♦ compensar as regiões com condicionantes ambientais

� assegurar o respeito pelas exigências ambientais e garantir a exploração de terras

ambientalmente condicionadas.

Objectivos específicos:

� aumentar o número de beneficiários para 80% dos ATP

� abranger 75% da SAU

� reduzir as diferenças de rendimentos entre ilhas

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ANEXO I.3

POSEIMA

� Regime específico de abastecimento

� Medidas a favor das produções dos Açores

REGIME ESPECÍFICO DE ABASTECIMENTO

♦ isenção de direitos aduaneiros para produtos originários de países terceiros;♦ fornecimento de produtos comunitários, em existência pública, em condiçõesequivalentes ao benefício resultante da isenção de direitos aduaneiros;

♦ concessão de ajudas ao abastecimento da Região nos seguintes produtos:

� reprodutores de raça pura das espécies bovina, suína, ovina e caprina� pintos de multiplicação ou de selecção e ovos de incubação destinados à produção depintos de multiplicação ou de selecção

MEDIDAS A FAVOR DAS PRODUÇÕES DOS AÇORES

♦ concessão de uma ajuda por hectare aos produtores ou suas organizações, que realizemum programa destinado ao desenvolvimento e diversificação da produção e/ou àmelhoria da qualidade dos frutos, produtos hortícolas, plantas vivas e produtos dafloricultura;

♦ concessão de uma ajuda comunitária à celebração de contratos de campanha que tenhampor objecto a comercialização de alguns produtos tropicais;

♦ concessão de ajudas destinadas a apoiar os sectores leiteiro e da carne de bovino:

� complemento ao prémio especial aos bovinos machos;

� complemento ao prémio à manutenção de vacas em aleitamento;� prémio aos bovinos machos que saiam da Região antes dos 8 meses;� prémio especial à manutenção do efectivo de vacas leiteiras;� ajuda à armazenagem privada de queijo de fabrico tradicional;

♦ concessão de uma ajuda por hectare ao desenvolvimento da produção de beterrabasacarina e de uma ajuda à transformação em açúcar branco das beterrabas colhidas noAçores;

♦ concessão de uma ajuda complementar ao prémio para a colheita de tabaco em folha,paga aos compradores;

♦ concessão de ajudas à produção de batata de semente e de chicória;♦ concessão de ajudas à celebração de contratos de campanha com vista à comercializaçãode batata;

♦ concessão de uma ajuda à manutenção da cultura da vinha orientada para a produção devqprd, nas zonas de produção tradicional;

♦ concessão de uma ajuda à produção de ananás

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ANEXO II

Elementos para a caracterização das Zonas de Intervenção77

77 Nos quadros deste Anexo as ZI’s foram referidas da seguinte forma: Zona 1 – ZI da ARDE;Zona 2 – ZI da ASDEPR; Zona 3 – ZI da GRATER; Zona 4 – ZI da ADELIAÇOR.