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Engenharia Ambiental: Atualidades e Tendências. Anais. Guarapuava/Irati, UNICENTRO, 2007 ISBN 978-85-89346-65-8 ÁGUAS URBANAS: uma abordagem integrada. URBAN WATER: an integrate approach. Rodrigo Braga Moruzzi 1 Professor Assistente com Doutorado do Departamento de Planejamento Territorial e Geoprocessamento do Instituto de Geociências e Ciências Exatas – Universidade Estadual Paulista (UNESP). Engenheiro Civil, Mestre e Doutor em Hidráulica e Saneamento. 1 Endereço: Departamento de Planejamento Territorial e Geoprocessamento, Instituto de Geociências e Ciências Exatas (UNESP – campus de Rio Claro), Rua 10, nº 2527, Santana, Rio Claro-SP. Tel.: (19) 35262411 ramal 214 e-mail: [email protected] Homepage: http://www.rc.unesp.br/igce/planejamento/Pag_Rodrigo_Moruzzi_Internet.htm RESUMO Este texto procurou sintetizar as discussões apresentadas pelo autor no mini-curso ministrado durante a IV Semana de Estudos da Engenharia Ambiental da Universidade do Centro Oeste (UNICENTRO) localizada na cidade de Irati-PR. Foram tratados diferentes tópicos relacionados com o tema águas urbanas: qualidade e usos da água; ciclo da água nas cidades; ciclo do saneamento nas cidades; uso e ocupação do solo e sua relação com os mananciais; inundações; soluções tradicionais; alternativas tecnológicas; medidas não-estruturais; plano diretor de drenagem urbana e suas dimensões. Finalmente, foram mencionados alguns aspectos referentes às medidas não-convencionais em drenagem urbana com controle na geração fazendo alusão ao aproveitamento da água de pluvial. Obviamente, a extensão e a complexidade do tema não permitiram sua abordagem completa, entretanto acredita-se que as informações fornecidas possam fomentar o interesse dos futuros profissionais na busca de soluções integradas para os problemas oriundos do manejo inadequado do meio ambiente e seu conseqüente impacto nas águas urbanas. Palavras-chave: água, cidade, meio ambiente, inundação, usos da água, impacto. ABSTRACT This paper focus the synthesis of the discussion presented by the author during the IV Environmental Engineering Weekly Studies promoted by the Centro-Oeste University (UNICENTRO) located at Irati –PR – Brazil. There were discussed different topics referring to urban water such as: water uses and quality; water cycle in cities; sanitation cycle in cities; uses and land arrangement and it’s relation to water sources; inundations; traditional solutions; technologic alternatives; non structural actions; urban drainage director plans and it’s dimensions. Finally, non conventional actions on the lookout for the rain water use were mentioned. Obviously, the theme’s extension and complexity did not permit the complete view however, it was believed that the presented information can stimulate the future professionals interesting in search integrated solutions to the problems from environmental inadequate use it’s consequent urban waters impact. Key words: water, city, environmental, flood, water uses, impact. INTRODUÇÃO Fonte essencial à vida e às diferentes atividades humanas, a água possui vários usos: abastecimento público, industrial, irrigação, geração de energia, navegação, aqüicultura, recreação, preservação da fauna e flora natural são alguns exemplos. Cada uso demanda uma qualidade e o conceito de poluição esta associado ao uso exercido. O crescimento da população mundial nas últimas décadas (Figura 1), especialmente em áreas urbanas agravou os problemas associados aos usos da água.

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Engenharia Ambiental: Atualidades e Tendências. Anais. Guarapuava/Irati, UNICENTRO, 2007 ISBN 978-85-89346-65-8

ÁGUAS URBANAS: uma abordagem integrada.

URBAN WATER: an integrate approach.

Rodrigo Braga Moruzzi1

Professor Assistente com Doutorado do Departamento de Planejamento Territorial e Geoprocessamento do Instituto de

Geociências e Ciências Exatas – Universidade Estadual Paulista (UNESP). Engenheiro Civil, Mestre e Doutor em

Hidráulica e Saneamento.

1 Endereço: Departamento de Planejamento Territorial e Geoprocessamento, Instituto de Geociências e Ciências Exatas (UNESP – campus de Rio Claro), Rua 10, nº 2527, Santana, Rio Claro-SP. Tel.: (19) 35262411 ramal 214 e-mail: [email protected] Homepage: http://www.rc.unesp.br/igce/planejamento/Pag_Rodrigo_Moruzzi_Internet.htm RESUMO Este texto procurou sintetizar as discussões apresentadas pelo autor no mini-curso ministrado durante a IV Semana de Estudos da Engenharia Ambiental da Universidade do Centro Oeste (UNICENTRO) localizada na cidade de Irati-PR. Foram tratados diferentes tópicos relacionados com o tema águas urbanas: qualidade e usos da água; ciclo da água nas cidades; ciclo do saneamento nas cidades; uso e ocupação do solo e sua relação com os mananciais; inundações; soluções tradicionais; alternativas tecnológicas; medidas não-estruturais; plano diretor de drenagem urbana e suas dimensões. Finalmente, foram mencionados alguns aspectos referentes às medidas não-convencionais em drenagem urbana com controle na geração fazendo alusão ao aproveitamento da água de pluvial. Obviamente, a extensão e a complexidade do tema não permitiram sua abordagem completa, entretanto acredita-se que as informações fornecidas possam fomentar o interesse dos futuros profissionais na busca de soluções integradas para os problemas oriundos do manejo inadequado do meio ambiente e seu conseqüente impacto nas águas urbanas. Palavras-chave: água, cidade, meio ambiente, inundação, usos da água, impacto. ABSTRACT This paper focus the synthesis of the discussion presented by the author during the IV Environmental Engineering Weekly Studies promoted by the Centro-Oeste University (UNICENTRO) located at Irati –PR – Brazil. There were discussed different topics referring to urban water such as: water uses and quality; water cycle in cities; sanitation cycle in cities; uses and land arrangement and it’s relation to water sources; inundations; traditional solutions; technologic alternatives; non structural actions; urban drainage director plans and it’s dimensions. Finally, non conventional actions on the lookout for the rain water use were mentioned. Obviously, the theme’s extension and complexity did not permit the complete view however, it was believed that the presented information can stimulate the future professionals interesting in search integrated solutions to the problems from environmental inadequate use it’s consequent urban waters impact. Key words: water, city, environmental, flood, water uses, impact. INTRODUÇÃO Fonte essencial à vida e às diferentes atividades humanas, a água possui vários usos: abastecimento público, industrial, irrigação, geração de energia, navegação, aqüicultura, recreação, preservação da fauna e flora natural são alguns exemplos. Cada uso demanda uma qualidade e o conceito de poluição esta associado ao uso exercido. O crescimento da população mundial nas últimas décadas (Figura 1), especialmente em áreas urbanas agravou os problemas associados aos usos da água.

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a) b) Figura 1- a) Evolução da urbanização no Brasil e no Mundo b) Crescimento da população brasileira e taxa de urbanização. Fontes: a) Mega-cities appud Folha de São Paulo 4/2/1996 Adaptado de Tucci (2002).

b) TUCCI; HESPANHOL; NETTO, 2001 Adaptado de IBGE (1996) apud FGV (1998). No Brasil, a visão da abundância conduz a uma cultura do desperdício da água e a escassez passou a ser uma realidade em diferentes regiões seja por razões qualitativas (agravadas pela constante poluição das fontes naturais) seja por razões quantitativas (agravadas em regiões de baixa razão disponibilidade/habitante). A Organização das Nações Unidas (ONU) classifica como crítica a disponibilidade relativa de água para valores abaixo de 1500m3/hab.ano. No Brasil as regiões áridas e de alta concentração demográfica apresentam valores abaixo deste limite. Em Pernambuco a disponibilidade relativa está em torno de 1.188 m³/hab.ano. Na região sudeste a Bacia do Piracicaba apresenta valor em torno de 408 m³/hab.ano enquanto a Bacia do Alto Tietê tem valor em torno de 201 m³/hab.ano. O mau uso dos recursos hídricos e a irregular disponibilidade hídrica no Brasil somada a ausência de estratégias de reuso justifica as situações apresentadas. Segundo Hespanhol (2002) as regiões mais industrializadas, com elevado grau de urbanização e com alta densidade demográfica sofrem de situações de escassez. Ainda segundo o mesmo autor:

“(...) nestas regiões a água se tornou um fator limitante para o desenvolvimento urbano, industrial e agrícola. Mesmo áreas com recursos hídricos abundantes, mas insuficientes para atender as demandas elevadas, experimentam conflitos de uso e sofrem restrições de consumo que afetam o desenvolvimento econômico e a qualidade de vida (HESPANHOL, 2002)”.

Adicionalmente, a World Comission on Water, suportada pela ONU e Banco Mundial, estima que o crescimento da população nos próximos 25 anos requererá 17% de aumento da disponibilidade de água para irrigação e 70% para abastecimento urbano, o que associado aos demais usos, deverá representar um acréscimo de 40% na demanda total. Aquela comissão avalia também que será necessária a duplicação dos investimentos em água e saneamento, passando dos cerca de US$70-80 bilhões anuais para US$180 bilhões, a fim de atender a demanda crescente e reduzir o número de pessoas sem água limpa (1 bilhão) e sem saneamento (3 bilhões) em todo o mundo – para cerca de 330 milhões até 2025 (Santos, 2002). Contraditoriamente às situações de escassez, diversas cidades brasileiras sofrem de problemas decorrentes do excesso de água manifestado pelas inundações urbanas. A ocorrência freqüente de inundações aliada as situações de racionamento de água potável constitui uma das grandes equívocos do paradigma de desenvolvimento das cidades brasileiras. Na Figura 2 pode ser observado, com pontos marcados em vermelho, os municípios brasileiros atingidos por inundações entre 1998 e 2000, segundo dados da Agência Nacional de Águas (ANA). Em 2004, de acordo com a Figura 3 (publicada no jornal Folha de São Paulo em 10 de maio de 2004), 1.224 municípios brasileiros foram atingidos, sendo 64 localizados no estado de São Paulo. O balanço total dos prejuízos, conforme a Figura 3, foi de 17.510 casas destruídas, 95.523 casas danificadas e 376.987 pessoas atingidas (Mendes et al.,2004). Segundo o Ministério da Ciência e

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Engenharia Ambiental: Atualidades e Tendências. Anais. Guarapuava/Irati, UNICENTRO, 2007 ISBN 978-85-89346-65-8 Tecnologia, as inundações causam prejuízos anuais de aproximadamente US$ 1 bilhão no Brasil (MCT/CGE, 2002).

Figura 2- Municípios atingidos por inundações (1998-1999) Fonte: ANA - Agência Nacional de Águas. Extraído de (Mendes et al., 2004)

Figura 3 - Balanço da chuva de janeiro a março de 2004. Extraído de (Mendes et al., 2004). Fonte: Folha de São Paulo, 10 de maio de 2004.

Mas, como reverter este quadro alarmante de escassez de água de boa qualidade e inundações urbanas? Estamos fadados a este destino? Obviamente, um problema complexo como este não pode ser abordado de maneira simplista. O tema das águas urbanas deve ser tratado de maneira integrada onde as alternativas tecnológicas tradicionais, ou recentes, sob o ponto de vista da engenharia devem ser tratadas conjuntamente com ações de planejamento do espaço urbano e com a participação da comunidade. Este artigo apresenta, sem nenhuma pretensão de cobrir todo assunto, as principais causas e algumas alternativas para o problema das águas urbanas baseadas em pesquisas e projetos desenvolvidos por diversos pesquisadores e profissionais da área. Os tópicos foram organizados sob a óptica das cidades e tendo como pressuposto que não há alternativa sustentável para o problema das águas urbanas, que no fundo é um problema da relação do homem com o meio, sem que haja desenvolvimento social da população. Assim, o texto seguiu um desenvolvimento coerente com o processo de ocupação e (des)organização do espaço urbano, impactos causados na água e suas conseqüências ao saneamento básico e ao meio e as principais alternativas para o problema. AS CIDADES: ALTERAÇÃO NO COMPORTAMENTO HIDROLÓGICO E SOLUÇÕES TRADICIONAIS A cidade pode ser entendida como a intervenção mais radical do homem no ambiente natural. Pode ser compreendida como a síntese da civilização, cujo modo de vida permeia não apenas sua estrutura, mas toda a sua região de influência, moldando um mundo urbano além das suas fronteiras (BRAGA; CARVALHO, 2004). Sob o ponto de vista do ciclo hidrológico, a desconstrução do ambiente natural, representada pela organização das cidades, altera demasiadamente as condições originais. De uma maneira geral, as parcelas da precipitação retidas na vegetação, infiltrada, evapo-transpiradas e escoadas, sub ou superficialmente, são modificadas conforme ilustra a Figura 4.

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Figura 4- Exemplo ilustrativo das alterações no ciclo hidrológico decorrentes da modificação da ocupação do espaço. Fonte OECD (1986) apud TUCCI, PORTO E BARROS (1995). O principal problema decorrente da alteração do uso e ocupação do solo é o aumento do escoamento superficial direto. Este parâmetro reflete a parcela da vazão que escoa sobre a superfície. A solução tradicional consiste em abordar o problema por meio de obras (medidas estruturais), dimensionadas em dois níveis principais: macrodrenagem e microdrenagem. A microdrenagem pode ser descrita sucintamente como a parcela da drenagem urbana definida pelos sistemas de condutos pluviais em nível de loteamento ou de rede primária urbana. A macrodrenagem é formada por estruturas as quais destinam-se à condução final das águas captadas pela drenagem primária, dando prosseguimento aos deflúvios oriundos das ruas, sarjetas, sarjetões, bocas-de-lobo, caixas de ligação, valas e galerias que são os elementos anteriormente englobados como estruturas de microdrenagem. De acordo com Tucci (2002), a filosofia destes projetos é de escoar a água precipitada o mais rápido possível da área projetada. Desta forma, a funcionalidade dos sistemas de drenagem esta relacionada a aspectos que afetam as fases de projeto, execução e manutenção, pois o desenvolvimento de projeto criterioso e bem elaborado, a execução cuidadosa e a constante manutenção (corretiva e preventiva) do sistema são indispensáveis para garantir a captação de águas que escorrem pelas vias. Da mesma forma, as ações de intervenção nos leitos dos rios visam garantir a funcionalidade dos sistemas de drenagem. Entre elas podemos citar: diques, ampliação da seção do rio (dragagem e aprofundamento da calha), corte em meandros e redução da rugosidade entre outras. Todavia, a freqüente ocorrência de inundações em diferentes municípios brasileiros deixa evidente a ineficiência destas ações, quando aplicadas de forma descontextualizada, sem considerar a dinâmica do modelo de crescimento das cidades no contexto da bacia hidrográfica. AS CIDADES: O CICLO DO SANEAMENTO O espaço na cidade é disputado por uma série de concorrentes: sistema viário, transportes, telefone, cabos, comércio, indústria, habitação, especulação imobiliária, etc. Adicionalmente, o ciclo do saneamento nas cidades deve contar com sistema de abastecimento de água, coleta e transporte de esgoto, sistema de drenagem urbana, tratamento de água e de efluentes e resíduos sólidos. De acordo com Larsen e Gujer (1997), a gestão das águas urbanas envolve as áreas de tratamento e abastecimento de água, drenagem urbana, tratamento de efluentes e manejo dos lodos gerados. A integração desses sistemas é fundamental para o funcionamento adequado e manutenção da saúde da população. A visão setorizada do saneamento conduz a uma postura equivocada no tratamento dos problemas e leva à profundas distorções de ordem administrativa. É comum as cidades contarem com diferentes departamentos responsáveis por partes distintas do sistema de saneamento de uma cidade. A gestão das águas urbanas deve ser encarada de maneira sistêmica onde todos os componentes do ciclo do saneamento possam ser articulados integralmente. Por exemplo, as obras de coleta e transporte de esgoto sanitário interferem nos sistemas de abastecimento de água e drenagem urbana tanto na locação dos espaços quanto por uma eventual manutenção ou problema de estanqueidade. A qualidade da água de um manancial, que determina o nível de tratamento para adequação ao padrão de potabilidade, pode ser alterada devido a

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Engenharia Ambiental: Atualidades e Tendências. Anais. Guarapuava/Irati, UNICENTRO, 2007 ISBN 978-85-89346-65-8 descargas de efluentes cloacais ou mesmo do sistema de drenagem. As ligações clandestinas de esgoto podem contaminar o sistema de drenagem pluvial e, por ocasião de uma enchente, expor a população às doenças de origem e veiculação hídrica. Vazamentos nas redes de abastecimento de água podem levar, em horários de pico de consumo, à contaminação em regiões de sub-pressão sujeitas a vazamentos do sistema de coleta e transporte de esgoto.

A visão moderna da gestão das águas urbanas envolve o planejamento integrado, incorporado ao plano de desenvolvimento das cidades os componentes de manancial, esgotamento sanitário, resíduo sólido, drenagem urbana, abastecimento de água e tratamento de água e efluentes, vistos dentro de um mesmo conjunto e relacionados com a causa principal que é a ocupação do solo urbano (TUCCI, 2003; PÔMPEU, 2000).

Figura 7- a) O ciclo do saneamento nas cidades e b) o ciclo de contaminação. Fontes: a) Adaptado de Seckler (sem data) e b) TUCCI; HESPANHOL; NETTO (2001) AS CIDADES: O PROBLEMA DAS INUNDAÇÕES Segundo Tucci (2003), o escoamento pluvial pode produzir inundações e impactos por meio de Inundações de áreas ribeirinhas e Inundações devido à urbanização. Estes dois processos podem ocorrer isoladamente ou combinados. Ainda segundo o autor, geralmente os rios apresentam dois leitos: o leito menor, onde a água escoa a maior parte do tempo, e o leito maior, que é inundado com risco geralmente entre 1,5 e 2 anos. As inundações de áreas ribeirinhas ocorrem pelo processo natural no qual o rio escoa pelo seu leito maior, sendo uma decorrência do processo natural do ciclo hidrológico. Com a ocupação urbana do leito maior, local caracterizado como área de risco, os impactos de inundações tornam-se freqüentes. Nesse momento o desenho das águas urbanas começa a ser analisado sob a óptica do uso e ocupação do solo urbano. Ou seja, o processo de urbanização desordenado pode influenciar no aumento da freqüência e magnitude das inundações naturais devido a impermeabilização excessiva do solo, desorganização na implantação da infra-estrutura urbana (como pontes que podem obstruir o escoamento), aumento da deposição de sedimentos em função da desproteção das superfícies e deposição de resíduos sólidos obstruindo rios e canais (estes determinados pela freqüência e cobertura da coleta de lixo, freqüência da limpeza das ruas, forma de disposição do lixo pela população), ocupação urbana em áreas com risco de inundação, além do processo de formação de ilhas de calor em áreas urbanas (produzindo precipitações intensas em área urbana e agravando a situação das inundações), entre outros.

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Engenharia Ambiental: Atualidades e Tendências. Anais. Guarapuava/Irati, UNICENTRO, 2007 ISBN 978-85-89346-65-8 Além da ocupação informal das áreas alagáveis, a implantação de avenidas marginais aos rios urbanos, intervenção bastante recorrente nas cidades brasileiras, subjugou os sistemas das águas a um padrão de ocupação pré-determinado pelo homem, sem considerar sua compatibilidade com o meio, como um reflexo do pensamento positivista no processo de ocupação do território, de sobreposição do homem ao meio. A maioria destes problemas é conseqüência de uma visão distorcida do controle por parte da comunidade de profissionais que ainda prioriza projetos localizados sem uma visão da bacia hidrográfica e dos aspectos sociais e institucionais das cidades.

Figura 5- a) Ilustração dos leitos de inundação b) Ocupação da área de várzea na cidade de Rio Claro-SP. c) Pressão de ocupação urbana na várzea de inundação do Rio Corumbataí em Rio Claro- SP. d) Ocupação ao longo de um trecho do Rio Tietê em São Paulo – SP. Fonte da ilustração: TUCCI (2002). Fonte das fotografias: b) e c) CARVALHO (2005) e d) SECKLER (sem data).

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Figura 6- a) Ilustração a respeito da evolução das inundações com obras de drenagem e ocupação do solo. b) Imagens de inundações em área urbanas. Fonte da ilustração : TUCCI (2002). Fonte da fotografia: Desconhecida. Segundo TUCCI; HESPANHOL; NETTO (2001), a queda de qualidade de vida nas cidades de países em desenvolvimento e, mesmo em países desenvolvidos é um processo dominante no final do século vinte e início do século vinte e um. Nos aspectos da água no meio urbano estes impacto são, principalmente: - contaminação dos mananciais superficiais e subterrâneos com os efluentes urbanos como o esgoto cloacal, pluvial e os resíduos sólidos; - disposição inadequada dos esgotos cloacais, pluviais e resíduos sólidos nas cidades; - inundações nas áreas urbanas devido a urbanização; - erosão e sedimentação gerando áreas degradadas; - ocupação de áreas ribeirinhas com risco de inundações e de grandes inclinações como morros urbanos sujeitos a deslizamento após período chuvoso. Ainda segundo os autores, grande parte dos problemas destacados acima foram gerados por um ou mais dos aspectos destacados a seguir:

- falta de conhecimento generalizado da população sobre o assunto: Os profissionais de diferentes áreas não possuem informações adequadas sobre os problemas e suas causas. A tomada de decisão resulta em custos altos, onde algumas empresas se apoiam para aumentar seus lucros. Por exemplo, o uso de canalização para drenagem é uma prática generalizada no Brasil, representando custos muito altos e tendem a aumentar o problema que pretendiam resolver. A própria população, quando possui algum problema de inundação, por falta de conhecimento solicita a execução de um canal para o controle da inundação. Neste cenário a inundação é transferida para jusante e as obras chegam a custos 10 vezes a alternativa de controle local; - concepção inadequada dos profissionais de engenharia para o planejamento e controle dos sistemas: uma parcela importante dos engenheiros que atuam no meio urbano, estão desatualizados quanto a visão ambiental e geralmente buscam soluções estruturais, que alteram o ambiente, com excesso de áreas impermeáveis e conseqüente aumento de temperatura, inundações, poluição, entre outros; - visão setorizada do planejamento urbano: o planejamento e o desenvolvimento das áreas urbanas é realizado sem incorporar os aspectos relacionados com os diferentes componentes da infra-estrutura de água (que não é somente abastecimento e saneamento);

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Engenharia Ambiental: Atualidades e Tendências. Anais. Guarapuava/Irati, UNICENTRO, 2007 ISBN 978-85-89346-65-8 - falta de capacidade gerencial: os municípios não possuem estrutura para o planejamento e gerenciamento adequado dos diferentes aspectos da água no meio urbano. Para um sistema sustentável, as ações em drenagem urbana devem ser adotadas em função das seguintes posturas:

- controle do escoamento superficial direto; - captação e afastamento da água de superfície nas vias públicas; - controle e manejo nas fontes geradoras (lotes).

- o controle do escoamento superficial direto deve ser realizado através da organização do uso e ocupação do solo urbano mantendo-se as condições estabelecidas na legislação pertinente. Esta visa limitar a geração do escoamento superficial através da diminuição/controle das áreas impermeabilizadas na micro-bacia de drenagem. - a captação e afastamento da água de superfície nas vias públicas consiste em obras de engenharia no âmbito da micro e macrodrenagem. Esta intervenção visa retirar a água oriunda da precipitação das vias públicas proporcionando condições adequadas para o tráfego de veículos e pedestres e diminuindo o transtorno ocasionado pelas inundações. Ressalta-se que a capacidade de drenar as vias urbanas depende além do porte das instalações de microdrenagem (que por sua vez definem o custo do sistema), da manutenção do sistema e do controle adequado do escoamento gerado a cada intervenção urbanística. adequadas de financiamento, o que constitui obstáculo de primeira ordem à realização de investimentos privados e à retomada do crescimento - o controle e manejo nas fontes geradoras pode ser denominado como medida não-convencional em drenagem. Algumas experiências demonstraram que a adoção de “piscininhas”, valas de infiltração ou mesmo telhados verdes, com o devido incentivo fiscal, constitui-se alternativa complementar ao controle do escoamento superficial direto “aliviando” o sistema de micro e macrodrenagem das vazões de pico geradoras das inundações urbanas. Salienta-se que todas as intervenções descritas acima constituem-se em etapas necessárias entretanto, não suficientes quando aplicadas isoladamente. A aplicação/controle em conjunto de todas as intervenções citadas é fundamental para a eficiência do sistema de drenagem urbana. Neste contexto cita-se a seguir algumas alternativas tecnológicas, no âmbito da engenharia e do planejamento do espaço urbano, para sistemas de drenagem urbana: - Reservatório de amortecimento de cheias - Parque linear ribeirinho - Parque isolado associado a reservatório de amortecimento de cheias ou área para infiltração de águas pluviais - Restauração de áreas úmidas (várzeas) - Banhados construídos (“wetlands”) - Restauração de margens - Recomposição de vegetação ciliar - Renaturalização de rios ou córregos - Contenção de encostas instáveis - Bacias de contenção de sedimentos - Dissipadores de energia - Adequação de canais para retardamento do escoamento - Desassoreamento de rios e canais - Sistema de galerias de águas pluviais quando associadas a obras ou ações não-estruturais que priorizem a retenção, o retardamento e a infiltração das águas pluviais - Canalização de córregos quando associada a obras e ações não-estruturais que priorizem a retenção, o retardamento e a infiltração das águas pluviais - Sistemas de aproveitamento das águas pluviais - Obras de microdrenagem Canaletas gramadas ou ajardinadas Valas de infiltração

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Engenharia Ambiental: Atualidades e Tendências. Anais. Guarapuava/Irati, UNICENTRO, 2007 ISBN 978-85-89346-65-8 Trincheiras de infiltração Poços de infiltração Microrreservatórios Coberturas ajardinadas de edifícios A adoção da alternativa mais adequada deve ser precedida de estudo de viabilidade técnica, econômica, social e ambiental que se justifica para cada caso em específico. Não existem soluções simplistas em drenagem urbana! AS CIDADES: O PLANO DIRETOR DE DRENAGEM URBANA E SUAS DIMENSÕES O Plano Diretor (PD) é o instrumento básico da política de desenvolvimento urbano e obrigatório, por força da Constituição Federal e do Estatuto da Cidade (Lei Federal 10.257/2001), para as cidades com mais de 20 mil habitantes, que tem por objetivo definir as diretrizes básicas para expansão urbana, uso e ocupação do solo urbano, parcelamento e implantação de infra-estrutura urbana, entre outras coisas (MORUZZI, LUPINACCI, BRAGA, 2007 no prelo). De acordo com a Secretaria Nacional de Programas Urbanos, na primeira quinzena de outubro de 2006 cerca de 68% dos municípios com obrigatoriedade de elaboração do PD até 10 de outubro já haviam encaminhado seus projetos de lei às Câmaras de Vereadores, sendo que somente 3,6% não foram iniciados. Este resultado é muito positivo e aponta na direção de uma melhora na gestão municipal, possibilitada através do conhecimento e da sistematização dos problemas urbanos seguida de proposição de soluções específicas. A evolução na gestão das águas urbanas no Brasil e em países desenvolvidos podem ser observadas no Quadro 1. Pelo Quadro 1, verifica-se que o Plano Diretor surge como instrumento da gestão dos recursos hídricos e das águas urbanas no Brasil somente em meados da década de 1990. O plano diretor de drenagem urbana constitui um instrumento específico, com diagnósticos e prognósticos de situações e cenários. Este documento deve estar subordinado as diretrizes delineadas no PD, permeando os objetivos traçados. Trata-se de um documento técnico que, todavia extrapola esta dimensão e possibilita um avanço na gestão das águas urbanas. Um sistema de Drenagem Urbana Sustentável pressupõe a elaboração de um Plano Diretor de Drenagem Urbana (PDDrU) nas bacias hidrográficas pertencentes ao município. O Plano permitirá o planejamento atual e futuro da cidade fazendo com que os investimentos públicos sejam utilizados de forma ordenada e eficaz, uma vez que define as diretrizes dos projetos e obras de micro e macrodrenagem, a curto, médio e longo prazo. Trata-se de um instrumento de orientação para o poder público e para a comunidade, servindo também como importante subsídio para captação de recursos financeiros. O plano de drenagem deve ser articulado com as outras atividades urbanas (abastecimento de água e de esgoto, transporte público, planos viários, instalações elétricas, etc.) de forma a possibilitar o desenvolvimento da forma mais harmoniosa possível. Do plano deve também constar a elaboração de campanhas educativas que visem a informar a população sobre a natureza e a origem do problema das enchentes, sua magnitude e conseqüências. Quadro 1: Evolução da gestão dos recursos hídricos e das águas urbanas.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS A tendência da urbanização das cidades brasileiras tem provocado impactos significativos na população e no meio ambiente. Estes impactos têm deteriorado a qualidade de vida da população, através do aumento da freqüência e do nível das inundações, redução da qualidade de água e aumento de materiais sólidos no escoamento pluvial (TUCCI, 2002). As principais causas das inundações urbanas são: impermeabilização do solo, ocupação das várzeas, desmatamento e desenvolvimento indisciplinado, redes de esgoto deficientes, lixo e as próprias obras de drenagem a montante. Como efeitos diretos podemos citar: maiores picos de vazões, maiores custos de utilidades públicas e prejuízos, maior erosão do solo e assoreamento dos rios canais e galerias,

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Engenharia Ambiental: Atualidades e Tendências. Anais. Guarapuava/Irati, UNICENTRO, 2007 ISBN 978-85-89346-65-8 degradação da qualidade da água, moléstias de veiculação hídrica, entupimentos de bueiros e galerias e maiores picos de vazões a jusante. Como efeito direto da ocupação altera-se o regime de escoamento da água ocasionando um aumento da parcela escoada em detrimento das demais. O aumento da parcela escoada demanda ações no campo da drenagem urbana. A cultura tradicional consiste em abordar o problema sob o ponto de vista exclusivo da engenharia hidráulica dando ênfase aos sistemas de micro e macro-drenagem sem uma abordagem sistêmica no âmbito da bacia hidrográfica. Nesta abordagem o principal objetivo do sistema de drenagem urbana é afastar a água decorrente do escoamento superficial oriunda de eventos pluviométricos ocorrida na(s) bacia(s) hidrográfica(s) contemplada pelo limite territorial do município visando: - reduzir a exposição da população e das propriedades ao risco de inundações; - reduzir sistematicamente o nível de danos causados pelas inundações; Entretanto, o bom funcionamento do sistema de drenagem depende de vários fatores alheios à concepção e ao projeto hidráulico dos elementos. Sendo assim, um sistema de gestão das águas urbanas deve considerar outros objetivos para o Sistema de Drenagem Urbana: - gerenciar e controlar de forma integrada a drenagem urbana, tendo como enfoque o planejamento na totalidade da bacia hidrográfica; - adotar critérios e métodos de dimensionamento das obras de drenagem; - verificar os aspectos relacionados à qualidade das águas e à produção de sedimentos em áreas urbanas; - compatibilizar as condições naturais de drenagem de águas pluviais aos elementos construídos; - garantir o funcionamento previsto em projeto no que se refere ao equilíbrio entre absorção, retenção e escoamento de águas pluviais; - controlar a impermeabilização do solo urbano; - conscientizar a população quanto à importância do escoamento das águas pluviais; - integrar o sistema a malha viária e aos demais equipamentos urbanísticos; - controlar o transporte de sedimentos decorrentes da cobertura do solo e da disposição inadequada de resíduos sólidos urbanos; - criar e manter atualizado cadastro da rede e instalações de drenagem; - disciplinar e fiscalizar a ocupação das várzeas e áreas de proteção permanente; - fomentar áreas de interesse público; - recuperar áreas de interesse para drenagem tais como às várzeas e fundos de vale; - desassorear, limpar e manter os cursos d água, canais e galerias do sistema de drenagem; - fomentar a adoção de pavimentos alternativos tais como pisos drenantes; - fomentar a adoção de medidas de controle do escoamento na geração (lote ou loteamento); entre outras. O planejamento integrado da água na cidade, incorporado ao Plano de Desenvolvimento Urbano, deve considerar os componentes de manancial, esgotamento sanitário, resíduo sólido, drenagem urbana, disponibilidade hídrica etc vistos dentro de um mesmo conjunto e relacionados com a causa principal que é a ocupação do solo urbano (POMPÊO, 2000). No que se refere as diretrizes técnicas para projeto de sistemas, ou de elementos, de drenagem urbana, a literatura concernente tem apontado que as medidas de drenagem urbana/controle de inundações para planos sustentáveis baseiam-se (grosso modo), principalmente, no conceito de não ampliação da vazão de pré-ocupação (para áreas ainda não urbanizadas) e na implantação, pelo poder público, de dispositivos de controle de escoamento nas regiões cuja urbanização já está consolidada. Nesse sentido, uma série de medidas (estruturais ou não-estruturais) pode ser adotada.

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Engenharia Ambiental: Atualidades e Tendências. Anais. Guarapuava/Irati, UNICENTRO, 2007 ISBN 978-85-89346-65-8 Em termos gerais pode-se lançar dos seguintes princípios norteadores para Drenagem Urbana: a) O sistema de drenagem é parte do sistema ambiental urbano; b) As várzeas são áreas de armazenamento natural; c) Drenagem é um problema de destinação de espaço; d) As medidas de controle de poluição são parte essencial num plano de drenagem; e) O escoamento superficial não pode ser ampliado pela ocupação da bacia; f) As obras não podem reduzir os impactos de uma área em detrimento de outra; CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÃO Conforme exposto inicialmente, este texto não pretendeu esgotar o tema relativo as águas urbanas. Ao contrário, visou apresentar uma visão geral com enfoque na complexidade e nas diversas abordagens sobre o tema. Para tal, tomou-se como ponto de partida a síntese das discussões apresentadas pelo autor no mini-curso ministrado durante a IV Semana de Estudos da Engenharia Ambiental da Universidade do Centro Oeste (UNICENTRO) localizada na cidade de Irati-PR. Neste contexto, foram apresentados alguns dos diferentes tópicos relacionados ao tema águas

urbana.

As informações fornecidas podem provocar o interesse dos futuros profissionais na busca de soluções integradas para os problemas oriundos do manejo inadequado do meio ambiente e seu conseqüente impacto nas águas urbanas. Por fim, acredita-se que o material tenha sintetizado os principais tópicos concernentes às águas urbanas e recomenda-se a consulta de materiais específicos para aprofundamento do tema. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRAGA, B.; TUCCI, C.E.M. e TOZZI, M., org. (1998). Drenagem Urbana – Gerenciamento Simulação e Controle, ABRH, editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 203 p. BRAGA, R.; CARVALHO, P.F. CIDADE: ESPAÇO DA CIDADANIA. Texto publicado originalmente em: GIOMETTI, Analúcia B. R e BRAGA, Roberto (orgs.). Pedagogia Cidadã: Cadernos de Formação: Ensino de Geografia. São Paulo: UNESP -PROPP, 2004 (páginas 105 a 120). GENS, F. e TUCCI, C.E.M. Controle do escoamento em um lote urbano. Revista Brasileira de Engenharia, Caderno de Recursos Hídricos, 13 (1):129-152, Rio de Janeiro, RJ, 1995. LARSEN, T.A. e GUJER, W. The concept of sustainable urban water manegement. Water Science and technology. Vol.35, n.9, pp. 3-10, 1997. MORUZZI, R.B.; CUNHA, C.M.L. da; BRAGA, R. Proposta de roteiro para diagnóstico da drenagem urbana em plano diretor: o caso da cidade de Rio Claro – SP. In: 24 Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. 2007. Anais...no prelo. PÔMPEU, C.A. Drenagem urbana sustentável. Revista brasileira de recursos hídricos (RBRH). Vol.5, n.1, pp.15-23. jan/mar, 2000. SECKLER, S. Notas de aula da disciplina Saneamento oferecida na Escola Politécnica (POLI) da Universidade de São Paulo (USP), s.d TUCCI, C.E.; PORTO, R.L.L.; BARROS, M.T.de. Drenagem Urbana. Porto Alegre: ABRH/Editora da Universidade/UFRGS, 1995. ISBN85-7025-364-8. TUCCI, C. E. M.; HESPANHOL, I.; CORDEIRO F. O. A gestão da água no Brasil: uma primeira avaliação da situação atual e das perspectivas para 2025. Brasília, GWP, 2000. 165 p. TUCCI, C.E.M. Drenagem Urbana in: Gestão das Águas. Revista da sociedade brasileira para o progresso da ciência. Ano 55, n.4- outubro/novembro/dezembro, 2003 TUCCI, C.E.M.; HESPANHOL, I.; NETTO, O.M.C. Gestão da Água no Brasil. – Brasília156 P. : UNESCO, 2001. ISBN: 85-87853-26-0