engenhari antiga

22
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA DISCIPLINA DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA MECÂNICA Engenharia Mecânica: Uma análise histórica e sua relação com a Ciência dos Materiais.

Upload: danielmaxwell

Post on 24-Jun-2015

418 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Engenhari antiga

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCOCURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

DISCIPLINA DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA MECÂNICA

Engenharia Mecânica: Uma análise histórica e sua relação com a Ciência dos Materiais.

Juazeiro, 28 de setembro de 2010.

Page 2: Engenhari antiga

TÍTULO: Engenharia Mecânica: Uma análise histórica e sua relação com a Ciência dos Materiais.

TURMA: Primeiro Período de Engenharia Mecânica 2010.2

PROFESSORA: Edna Santiago

GRUPO:

Isabella Aguiar

Daniel Maxwell

Iuri Custódio

Tomázio Miranda

Evilácio Neto

Patrick Miranda

Leonardo Victor

Breno Madeira

Victor Figueiredo

Thiago Michell

Page 3: Engenhari antiga

Introdução.

É de extrema importância iniciar este trabalho analisando o ponto-influência que proporcionou o pontapé inicial da Engenharia geral. Em uma breve análise, perceber-se-á que o ser humano sempre apresentou uma descontrolada vontade de dominar a natureza e seu meio. Assim, foi possível dar os primeiros passos em direção a tecnologia e à aquisição dos benefícios que esta proporciona. Ao final deste trabalho, o leitor estará apto para compreender os fatores que propiciaram o nascimento do conhecimento tecnológico-científico e suas causas principais. Este por sua vez, tem suas marcas fortemente evidenciadas ao longo da história, com auxílio da Engenharia Mecânica, como será possível perceber na leitura das próximas páginas.

Ressaltar-se-á ainda a contribuição e aplicabilidade dos materiais na Engenharia Mecânica. Os materiais são algo intrínseco à civilização. Prova disso são as designações dadas aos períodos históricos - Idade da Pedra, Idade dos Metais, etc -que têm uma relação estreita com os materiais utilizados pelo homem na confecção de uma imensa gama de objetos.

Nos primórdios da civilização, o homem só tinha acesso a materiais de caráter natural, como ossos, peles e madeira, por exemplo. Estes eram fundamentais na produção de armamentos e utensílios. Após o domínio do fogo, tomou-se conhecimento das propriedades que os materiais possuíam em relação à temperatura, tais como inflamabilidade e as transformações decorrentes dessa variação de temperatura. Os tratamentos térmicos tiveram extrema importância no desenvolvimento da Ciência dos Materiais. E esse desenvolvimento tornou-se ainda maior com a expansão do conhecimento técnico-científico, alcançando, por exemplo, os polímeros e a nanotecnologia.

Naturalmente, a Ciência dos Materiais está diretamente ligada à Engenharia, em especial à Engenharia Mecânica. O desenvolvimento de máquinas, que é o principal foco dessa área da Engenharia, seria impossível sem que existissem materiais apropriados para essa finalidade.

A gama de materiais utilizados na Engenharia Mecânica é vastíssima. De um modo geral, pode-se restringir esses materiais aos mais utilizados atualmente na Engenharia Mecânica, como os metais e os polímeros, e às áreas relativas a materiais que ainda são alvo de pesquisas e têm-se mostrado extremamente promissoras: a supercondutividade e a nanotecnologia.

Page 4: Engenhari antiga

Uma evolução pitorescaQual o motivo de se fazer tecnologia?

Inicialmente, o ser humano não via as diversas possibilidades de se conhecer seu mundo. A vida se resumia a simplesmente caçar para se alimentar, se proteger do frio e dos perigos a sua volta e procriar. Uma comparação como esta, acaba dando uma imagem muito obtusa ao homem primitivo. De fato, em uma análise biológica de sua capacidade cerebral, isto se evidenciará, mas não podemos limitar a descrição dos antigos a esta medíocre compreensão. O diferencial da espécie humana é a capacidade de raciocinar e buscar um entendimento de mundo que está além do seu papel primário natural de nascer, crescer, reproduzir e morrer. Ainda que não possuindo um cérebro tão desenvolvido como hoje, o homem apresentava uma capacidade explícita de colaborar com a tecnologia, ainda que não pudesse entender o sentido ou existência da mesma.A capacidade humana de dar forma aos elementos da natureza, utilizando-os para fins diversos marcou o nascimento da Engenharia, ainda que, de início, paupérrima. Há ferramentas na Tanzânia que datam 1.750.000 anos aproximadamente, o que mostra claramente a habilidade humana de criar ferramentas e desenvolvê-las buscando obter tudo de forma mais eficiente. A partir disto, se mostra o desenvolvimento e o motivo de se fazer tecnologia. A Engenharia se divide na história em Engenharia Antiga e Engenharia Moderna. O quadro fig.1 mostra os aspectos principais de cada uma delas.

Com início a 7 milhões de anos, a história da En-genharia Mecânica, portanto, está intrinsecamente ligada à história da humanidade. Os primeiros hominídeos começaram a fabricar ferramentas com polimentos de pedras por não possuírem dentes. Estas eram inicialmente pedaços de pedras lascadas com ponta afiada para possibilitar o corte da carne.

Acredita-se ainda que a partir da observação dos vulcões, ou de incêndios causados por raios, o homo erectus tenha adquirido a habilidade de lidar com o fogo pela fricção de pedras a 800.000 anos atrás. O fogo possibilitou cozer alimentos, tornando-os mais paláteis, a proteção do frio e, portanto, a habitação em ambientes de menor temperatura. O espaço habitável expandiu-se.

Pela necessidade de caçar à distância de forma segura, cerca de 50.000 anos depois, iniciou-se a produção de artefatos elaborados; arpões, lanças, arco e fecha. Isto permitiu a caçada de animais de grande porte e alimentação de grupos mais numerosos. Com a descoberta da alavanca no paleolítico, o homem tornava-se capaz de erguer objetos mais pesados. A forma de vida dos primeiros hominídeos é ilustrada na fig.2.

Engenharia Antiga

Engenharia Moderna

Baseada no empirismo e experiências acumuladas.

Construção de pontes, armamento, fortificações, estradas, canais.

Baseada na aplicação de conhecimentos científicos para a solução de problemas.

Construções baseadas na estrutura da matéria, matemática e física.

Fig. 1 – Aspectos da Engenharia Antiga e Moderna.

Fig. 2 – Ilustração do modo de vida dos primeiros hominídeos.

Page 5: Engenhari antiga

A partir da roda, a tecnologia teve seu salto maior. Ela acarretou numa das tecnologias mais famosas e úteis do mundo na época e hoje ainda é a base de muitas outras. Tempos depois, nascia a agricultura, interrompendo o modo de vida nômade dos homens, criando-se assim os vilarejos, o mais desenvolvido foi o de Tell es-Sultan (Jericó), no oriente próximo. A Engenharia Mecânica contribuiu no desenvolvimento da agricultura e vilarejos tanto quanto pode. Seus instrumentos foram utilizados para um melhor aproveitamento dos solos, domesticação de animais; aproveitamento de leite, coleta de ovos, ainda que não fossem tantos. Pode-se afirmar que a Engenharia portanto, sempre esteve presente durante a história. Não se analisa o seu advento em uma data específica, mas sim, desde que se buscou aprimorar o modo de aproveitamento dos recursos naturais.

Com a descoberta do metal, deu-se uma mudança na sociedade tão significativa quanto na descoberta da agricultura. O cobre, há 10.000 anos (ou 6.000 a.C) foi aplicado em ornamentos, armas e ferramentas. O Ferro, por sua vez, passou a ser utilizado no oriente, cerca de 1500 a.C. e só foi divulgado a partir de 1.000 a.C. A cronologia e as descobertas mecânicas na linha do tempo, estão presentes na Fig. 3.

Linha do Tempo

Há 800.000 anos

Há 100.000

anos

Há 11.000 anos

Há 10.000 anos

Há 6.000 anos

Há 5.300 anos

Há 3.500 anos

Há 2310 anos

Há 2014 anos

Fogo Ferramentas Arco. Funda.

Cobre.Agricultur

a

Roda Bronze Ferro Ferradura Catapulta

Fig. 3 – Linha do tempo e as descobertas no campo da Engenharia Mecânica Antiga.

Page 6: Engenhari antiga

A Mecânica das Civilizações Antigas

Entre 3.500 e 500 a.C, as primeiras civilizações surgiram. As maiores contribuições no campo da Engenharia legadas por ela foram a prática da irrigação e a construção. Os Egípcios, por exemplo, tinham domínio na técnica de construção de barcos com junco, trabalho com pedras, moldagem do cobre e irrigação. Grandes obras públicas foram feitas. Na Mesopotâmia (região entre os rios Tigre e Eufrates), onde atualmente é o Iraque, se tem o primeiro registro de esteira sobre troncos.

Vestígios que datam de 2000 a.C registraram a utilização do astrolábio, um instrumento astronômico, Fig. 4. Este consistia em uma haste deslizante e um círculo graduado com 60 segmentos, base do sistema numérico vigente na época. Este fato serviu de base para o nosso vigente sistema de 360º.

O Egito também tinha conhecimento da construção de diques e transporte através de rios, uma vez que não conheciam cavalos e a roda ainda não tinha sido descoberta. Uma das maiores evidências do domínio Egípcio da Engenharia são as grandes fortificações, as pirâmides.

Não obstante, os gregos também se mostraram grandes construtores de portos, devido a sua posição geográfica. Um grande túnel foi construído em Samos de quase 1km em uma montanha de 270. Ainda que não possuíssem ferramentais especializados para isto, fizeram uso do que podiam adquirir conforme o desenvolvimento da época, mas já era evidente o raciocínio engenhoso dominante.

O primeiro registro da utilização do vapor data 130 a.C, em Eolípia, criada por Héron ;de Alexandria, por diversão. Apesar de não ter utilidade, ali se começava a conhecer o vapor e a reutilização de energia (calor). Na Alexandria viveu Euclides, o homem que sistematizou a geometria (base matemática fundamental para a Engenharia).

Ao longo do tempo, tornou-se possível através da escrita, repassar conhecimento da colheita, irrigação e armazenagem para futuras gerações com mais precisão. Os romanos por sua vez, passaram a utilizar a hidráulica e o cimento em suas obras, baseando-se mais na prática do que na teoria.

Idade das Trevas à Luz da Tecnologia.

Fig. 4. - Astrolábio

Page 7: Engenhari antiga

No período chamado Idade Média, o conhecimento era limitado ao círculo da Igreja Católica, o que impedia evidentemente o crescimento da ciência. Apesar de apresentar pouca produtividade tecnológica, nesta época, a Engenharia Mecânica trouxe grande contribuições para a o desenvolvimento científico, principalmente nas áreas de aprimoramento de tração animal e maquinário para construção civil. O artesanato foi notório, assim como a manufatura de artigos têxteis. As Guildas (ordens, clãs) eram grupos de construtores e artesãos que estabeleciam os critérios de estética e segurança do trabalho.

Neste mesmo período, a China criou a pólvora como artigo de guerra e o papel. Tais descobertas vieram acompanhadas do surgimento do moinho e vento.

Progressos da Ciência Um salto para o futuro.

A ciência alcançou grande avanço nos séculos XVI e XVII, os homens passaram a procurar ainda mais conhecer e manipular o meio ambiente e a natureza. Quando se deu a transição da economia agrária para o a economia industrial, as máquinas passaram a substituir o trabalho braçal, acarretando a crise do trabalho.

As máquinas começavam a entrar no cenário da humanidade. Surgiram carros, bondes e bicicletas e nas fábricas, viam-se os teares, os tornos e as furadeiras, logo apareceriam máquinas registradoras. A diversidade de profissões tornava-se ainda maior. O engenheiro mecânico se efetivava mais no mercado e sociedade, assim como outras profissões.

Enfim o vapor passava a ser utilizado como energia para máquinas e diversos países sugeriram implantação de ensino e instrução de engenharia, sendo esta então implantada nas universidades. No entanto, o objetivo destas na época, era o de adestramento do aluno para as técnicas e não o de educá-lo.

Muitos foram os subsídios oferecidos ao longo do tempo, pela Engenharia Mecânica para a tecnologia. A tabela cronológica Fig. 5 evidencia isto.

A partir do desenvolvimento matemático e do entendimento dos fenômenos da física, nasce a Engenharia Moderna no sec

Fig. 5 – Tabela CronológicaCronologia

1637 Tratado da Geometria Analítica. Leis da Refração, por Descartes.

1642 Máquina de Calcular, por Pascal.

1660 Lei de Hooke para Resistência de Materiais.

1674 Cálculo Infinitesimal, por Newton e Leibniz.

1745 Surge o Capacitor, por Kleist.

1752 Surge o Pára-Raios, por Franklin.

1768 Geometria Descritiva, por Monge.

1789 Lei da Conservação das Massas, por Laviosier.

1800 Bateria elétrica, por Alessandro Volta.

1802 Lei da Dilatação dos Gases, por Gay Lussac.

1805 Séries de Fourier. 1831 Indução

eletromagnética, por Faraday.

1834 Máquina elétrica, por Babbage.

1837 Telégrafo, por Morse. 1878 Lâmpada Elétrica, por

Tomas Edison. 1891 Primeira Linha de

Transmissão Alternada.

Page 8: Engenhari antiga

XVIII. Grandes nomes auxiliaram através de pesquisas científicas, deixando um grande legado tecnológico, como mostrado na Fig. 6.

Newton Newcomen Cartwright PixiiFormulou suas 3 leis e a lei da gravitação universal, inventou o cálculo e descobriu o segredo da luz e das

cores.

Criou as primeiras máquinas a vapor.

Criou o Tear Mecânico, um dos responsáveis pela

Revolução Industrial.

Criou o primeiro gerador elérico.

Fig. 6 – Grandes nomes da Engenharia e suas respectivas contribuições.

Vale salientar que como em todo processo de desenvolvimento, nem todas as pesquisas e projetos mecânicos obtiveram êxito ao longo da história da Engenharia, mas todos eles foram de extrema importância para que se pudesse compreender cientificamente o mundo ao redor e de certa forma manipulá-lo com a finalidade de facilitar atividades humanas. Dois exemplos claros desses infortúnios são o fracasso de Leibniz ao tentar usar água de bombas de moinhos de ventos em minas e de Huydghens com seu motor à explosão baseado em pólvora.

Engenharia brasileira.Como nasceu a engenhosidade verde e amarela.

Page 9: Engenhari antiga

Os profissionais especializados começaram a exercer suas atividades no Brasil ainda no descobrimento. A utilização das engenharias naval, astronomia e matemática foram necessárias para conduzir as naus até o país. O atual conceito do que é engenharia é recente, e data do Sec. XVIII.

O berço da engenharia foi a Academia Real Militar, criada em 1810 por determinação de D. João VI. A partir da vinda da família real em 1808, deu-se a criação das primeiras escolas técnicas na colônia. Alguns anos depois, o governo elaborou legislações para exercer controle sobre determinadas atividades profissionais para limitar seu exercício ilegal.

Como a economia brasileira era baseada na escravidão, a Engenharia não propiciava criação de indústrias. Ainda assim, o conhecimento era repassado. O primeiro registro de ensino na área de Engenharia, data de 1648, pelo holandês Miguel Timermans. A primeira escola criada foi a Real Academia Artilharia, Fortificações e Desenho, em 1792, mais tarde Escola Politécnica do Rio de Janeiro.

Page 10: Engenhari antiga

Materiais e Aplicabilidade na Engenharia Mecânica

Metais

Page 11: Engenhari antiga

São inúmeros os metais utilizados na Engenharia Mecânica. Eles são selecionados a partir de qualidades que são necessárias para a fabricação de componentes que sofrerão variações de temperatura, pressão etc. Esses materiais precisam passar por testes devidamente determinados por órgãos regulamentadores, que vão verificar se as caracteríticas mecânicas desses materiais são adequadas para o que se quer realizar, garantindo que a performance do material seja segura e eficiente.

As propriedades dos metais a serem testadas são, basicamente:

Força: é determinada pela carga que o metal pode suportar sem que este sofra uma fratura; quanto maior a carga suportada, mais forte é o metal.

Ductibilidade: essa propriedade permite que o metal seja modelado em uma determinada forma (mais especificamente, fios) sem que este sofra uma fratura.

Dureza: mede a resistência do metal à corrosão, erosão e desgaste. Resistência a impactos: mede a resistência do metal a impactos depois de

tratamento térmico, usinagem ou fundição. Elasticidade: um metal possui caráter elástico se retorna a sua condição

original depois de ter sido submetido a alguma força externa que lhe causou deformação

Tenacidade: determina a força ou quantidade de energia que um metal pode absorver antes de sofrer uma fratura

Os metais (ou ligas metálicas) mais utilizados são o latão, aço, aço inox, bronze e alumínio.

O latão é a denominação genérica das ligas que têm como principais componentes o zinco e o cobre, estando o zinco em menor proporção. Apresenta coloração amarelada, semelhante à do ouro, e é utilizado para as mais diversas finalidades, desde armamentos até ornamentação, passando por tubos condensadores e terminais elétricos. Seu uso doméstico é bastante abrangente, sendo o latão utilizado na confecção de tachos, baciais, instrumentos musicais de sopro e jóias.

O aço é uma liga composta por vários elementos, essencialmente ferro e carbono. Pela sua ductibilidade, é facilmente deformável por forja, laminação e extrusão.

Já o aço inoxidável, ou aço inox, apresenta, em geral, uma maior resistência à corrosão quando é submetido a um meio ou agente agressivo. É resistente também à oxidação e a altas temperaturas, quando comparado a outras classes de aços.

Essa resistência peculiar do aço inox deve-se à presença do cromo, que, a partir de um determinado valor e em contato com oxigênio, permite a formação de uma película de óxido de cromo, que reveste a superfície do aço e é impermeável e insolúvel nos meios corrosivos comuns. Desta forma, pode-se definir o aço inox como o grupo de ligas ferrosas que contêm, no mínimo, 12% de cromo e são resistentes à oxidação e à corrosão.

Page 12: Engenhari antiga

O alumínio é um metal prateado extremamente leve, maleável e barato, que pode ser fundido puro ou em liga com outros metais. Outra característica desse metal é sua alta resistência à corrosão.

Quando pulverizado, o alumínio é utilizado como combustível sólido para foguetes e na produção de explosivos, devido à sua grande reatividade química. Além disso, ainda que a condutibilidade elétrica do alumínio seja 60% menor que a do cobre, o seu uso em redes de transmissão elétricas é compensado pelo seu menor custo e densidade, permitindo maior distância entre as torres de transmissão.

O bronze consiste em ligas metálicas que têm como base, essencialmente, o cobre e o estanho, além de proporções variáveis de outros elementos, tais como zinco, alumínio, antimônio, níquel, fófosforo, chumbo, entre outros.

Devido à sua resistência à corrosão e à facilidade que se tem na sua fundição, o bronze é largamente utilizado na produção de esculturas. Possui também características acústicas que o tornam ideal para fabricação de instrumentos musicais como sinos, sinetas, trompetes e saxofones.

Polímeros:

Page 13: Engenhari antiga

Os polímeros podem ser definidos como materiais compostos por longas cadeias formadas por unidades moleculares que se repetem. Esse tipo de material é largamente utilizado tanto no âmbito doméstico quanto nas aplicações industriais. A maioria dos polímeros são fáceis de serem produzidos e apresentam, em geral, um baixo custo. Na Engenharia, especialmente Mecânica, os polímeros são utilizados para substituir outros tipos de materiais sempre que possível, devido ao seu baixo custo.

Esses materiais são divididos em três grupos, sendo esta divisão baseada nas propriedades dos polímeros: termofixos, termoplásticos e elastômeros.

Quando os polímeros termofixos são aquecidos, ganham uma forma rígida e uma estrutura que não pode ser revertida se este polímero for reaquecido. Os termoplásticos amolecem quando aquecidos e retornam a sua forma original depois de resfriados. Já os elastômeros não são fusíveis, mas apresentam uma altíssima elasticidade. A borracha é um elastômero que pode ser forçado a assumir uma forma diferente facilmente e por várias vezes.

Um dos polímeros de maior destaque é o Kevlar, registrado pela DuPont. Trata-se de uma fibra sintética extremamente resistente e leve. É também resistente ao calor e sete vezes mais resistente que o aço, por unidade de peso. O Kevlar é usado na fabricação de cintos de segurança, construções aeronáuticas (ramo diretamente ligado à Engenharia Mecânica), cordas e coletes à prova de balas.

Outro polímero notável é o policarbonato, um tipo particular de poliéster (polímero de cadeia longa, formados por um grupos funcionais unidos por carbonatos). Trata-se de um polímero termoplástico, já que pode ser moldável ao ser aquecido. É semelhante ao vidro, com alta resistência a impactos, tem uma estabilidade dimensional, boas propriedades elétricas e boa resistência ao escoamento sob carga. Por esses motivos, o policarbonato é largamente utilizado na manufatura industrial.

De uma maneira geral, os polímeros são bastante importantes tanto na vida diária quanto na atividade industrial. Por causa das possíveis ameaças que podem causar ao meio ambiente, existem hoje inúmeros debates acerca do uso dos polímeros. No entanto, por conta do caráter versátil desse material, sua posição de destaque não poderá ser tomada por outro material nem tão cedo.

Supercondutores

Page 14: Engenhari antiga

A supercondutividade foi descoberta em 1911 por Kamerling Onnes. Esse fenômeno se estabelece a partir de uma temperatura crítica, que varia de acordo com o material em questão, e é caracterizado pela resistência elétrica nula desse material em temperaturas abaixo da temperatura crítica. Outra característica desse estado é a repulsão do supercondutor por um campo magnético. A temperatura crítica mais elevada que se tem notícia atualmente é apresentada por um composto cerâmico de mercúrio-cobre, que é de 138 K, ou -131º C.

O fim do caráter supercondutor se dá pela ocorrência de um ou mais dos seguintes fatores: aplicação de campo externo, elevação da temperatura na região experimental (ou seja, temperatura superior à temperatura crítica) e aplicação de correntes de transporte. Curiosamente, quando estão acima da temperatura crítica, os supercondutores não são bons condutores. O inverso também ocorre; materiais como cobre, prata e ouro não apresentam o fenômeno da supercondutividade.

As aplicações dos supercondutores são bastante amplas; esses materiais atuam na construção de bobinas com fios supercondutores, o que possibilita a geração de campos magnéticos extremamente intensos (o que seria impraticável se fossem utilizados fios comuns, como, por exemplo, fios de cobre). Essas bobinas podem ser usadas na construção de trens que levitam, os Maglev. Além disso, o fenômeno da supercondutividade é explorado em aparelhos de ressonância magnética nuclear, já que assim é possível gerar um campo magnético homogêneo na região onde o paciente é colocado, o que permite a realização de medidas magnéticas extremamente sensíveis.

Atualmente, a supercondutividade continua sendo objeto de estudo no âmbito do comportamento dos sólidos. O interesse neste fenômeno foi revigorado em 1987, com a descoberta dos "supercondutores de alta temperatura", que possuem temperatura crítica da ordem de 100 K.

Nanotecnologia

Nanotecnologia é a ciência que lida com a escala nanométrica (de ordem de 10 -9

metros). Por vezes, os especialistas divergem sobre o que constitui a nanoescala. Mas em geral, estabelece-se que a nanotecnologia lida com quaisquer medidas entre 1 nm e 100 nm. Maior que isso é micro-escala, e menor que isso é escala atômica.

A nanotecnologia está rapidamente se tornando um campo intermultidisciplinar. Biólogos, químicos, físicos e engenheiros estão envolvidos no estudo de substâncias à escala nanométrica.

Pelo fato de as substâncias que se encontram na escala nanométrica estarem sujeitas aos princípios da Mecânica Quântica, ainda há um longo caminho a

Page 15: Engenhari antiga

percorrer até que suas características sejam completamente compreendidas. Isso significa que os cientistas estão experimentando com substâncias à nanoescala para aprender sobre suas propriedades e sobre como será possível tirar vantagem delas em várias aplicações.

Atualmente, os cientistas descobriram duas estruturas nanométricas especialmente interessantes: os nanofios e os nanotubos de carbono.

Os nanofios são fios com diâmetro extremamente reduzido, que pode chegar a 1 nm. Espera-se que eles possam ser utilizados na construção de transistores minúsculos para chips de computador e outros dispositivos eletrônicos.

Já os nanotubos de carbono são cilindros de átomos de carbono de tamanho nanométrico. As propriedades dos nanotubos de carbono dependem do arranjo dos átomos desse elemento. Em outras palavras, embora os nanotubos sejam compostos por cabono, eles podem diferir muito entre si, dependendo de como estão alinhados os átomos individuais.

Se a organização dos átomos estiver correta, pode-se criar um nanotubo que é centena de vezes mais forte que o aço, mas seis vezes mais leve que o mesmo. Planeja-se a confecção de materiais de construção a partir de nanotubos de carbono, especialmente no que diz repeito a carros e aviões, já que veículos mais leves implicariam em melhor eficiência de combustível e aumento da segurança do passageiro.

Além disso, os nanotubos podem ser semicondutores eficazes, caso seus átomos possuam um arranjo específico. Atualmente, pesquisadores buscam formas de tranformar os nanotubos de carbono em uma opção viável para transistores em microprocessadores e outros dispositivos de caráter eletrônico.

Alguns produtos que já fazem uso da nanotecnologia são: protetores solares que contêm nanopartículas de óxido de zinco ou de óxido de titânio, o que evita a cor esbranquiçada do produto; tecidos que possuem uma fina camada de nanopartículas de óxido de zinco, o que garante uma maior proteção contra a radiação ultra violeta; além disso, o cientista Robert Burrell criou um processo para fabricar curativos antibacterianos usando nanopartículas de prata. Os íons da prata bloqueiam a respiração celular dos micróbios, o que aniquila as células prejudiciais.

Referências Bibliográficas:

Page 16: Engenhari antiga

História da Engenharia Naval, Instituto Histórico e Geográfico BrasileiroDa Academia Nacional de Engenharia. Silva Telles, Pedro Carlos . Disponível em : http://www.transportes.gov.br/bit/estudos/Eng-naval/historia.htm. Acesso em: 25 de setembro de 2010

História da Engenharia, Webartigos. Gomes, Larissa. Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/14948/1/Importancia-da-Historia-da-Engenharia-na-Sociedade-Contemporanea/pagina1.html#ixzz10T8lFxg4. Acesso em: 25 de setembro de 2010.

Para Conhecimento – História da Engenharia, Alexronaldblog. Afonso, Ariston Alves. Fleury, Nélio. Disponível em: http://alexronald.wordpress.com/2007/06/30/para-conhecimento-historia-da-engenharia/. Acesso em: 25 de setembro de 2010.

S, Willie. Testing of Metals Used in Mechanical Engineering Components. Bright Hub, disponível em http://www.brighthub.com/engineering/mechanical/articles/64859.aspx. Acesso em: 25 de setembro de 2010.

Ciência dos Materiais. Wikipédia, a enciclopédia livre, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ciência_dos_materiais. Acesso em 25 de setembro de 2010.

JAYAKODY, Senadheera. What is a Polymer?. Bright Hub, disponível em http://www.brighthub.com/engineering/mechanical/articles/56406.aspx. Acesso em: 25 de setembro de 2010.

Latão. Wikipédia, a enciclopédia livre, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Latão. Acesso em: 26 de setembro de 2010.

Alumínio. Wikipédia, a enciclopédia livre, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Alumínio. Acesso em 26 de setembro de 2010

Bronze. Wikipédia, a enciclopédia livre, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Bronze. Acesso em 26 de setembro de 2010.

Policarbonato. Wikipédia, a enciclopédia livre, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Policarbonato. Acesso em 26 de setembro de 2010.

Kevlar. Wikipédia, a enciclopédia livre, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Kevlar. Acesso em: 26 de setembro de 2010.

Supercondutor. Wikipédia, a enciclopédia livre, disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Supercondutor. Acesso em 26 de setembro de 2010.

KOILLER, Bellita. A arquitetura da matéria. Instituto de Física da Universidade

Page 17: Engenhari antiga

Federal do Rio de Janeiro. 54 p. Física na Escola, 6 v. 2005.

TEBECHERANI, Ciro de Toledo Piza. Aços Inoxidáveis. Pipe System, disponível em: http://www.pipesystem.com.br/Artigos_Tecnicos/Aco_Inox/body_aco_inox.html. Acesso em: 26 de setembro de 2010.

BONSOR, Kevin. STRICKLAND, Jonathan. Como funciona a nanotecnologia. How Stuff Works: como tudo funciona, disponível em: http://ciencia.hsw.uol.com.br/nanotecnologia.htm. Acesso em 26 de setembro de 2010.

Histórico da Engenharia, Ebah. Macário Barros, André. Disponível em: http://www.ebah.com.br/historia-da-engenharia-pdf-a44118.html. Acesso em: 25 de setembro de 2010.