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ARTIGO DE ATUAL IZAÇÃO AVAL I AÇÃO DO DESEMP E NH O DO P R OF ISSI ONAL E NFE R M E I RO EM UNIDADES DE INTERNAÇÃO Hildete Bahia da Luz 1, Neiva Lun ardi 2 LUZ, H. B. & LUNARDI, N. Avaliação do desempenho do profissional enfermeiro em unidade de int ernação. Rev. Bras. Enf., Brasília, 39 ( 2/3 ) : 81-85, abr. / set'., 1986. RESUMO. Com base nos conceitos de KATZ 2 , elabora-se um instrumento de avaliação profissional para enfe rmeiros, subdividido em três etapas: habilidade conitual, humana e técn i ca. Discriminam-se qualidades desejáveis aos e nfermeiros, conceituação das mes- mas, e um cál culo mate mático para atribuição dos graus. Justifica-se o present e estudo com o interesse dos autores em despea r, nos administradores do Se rviço de Enfermagem, a imrtância da p roblemática da avaliação profissional, pois se entende que, a pa rt i r da mensuração da qualidade do desempenho, pode-se predizer a qualidade da assistência prestada à cliente la. O instrumento a se r ap resentado não será ba seado nos bons enfermei- ros e sim naquilo que fazem, nos tipos de habilitações que demo nstram ter na execução eficiente do seu trabalho. Habilidade entendida como uma capacidade que pode ser desen- volvida e que se manife sta no de sempenho das funções. ABSTRACT. Base on KATZ's 2 concepts, the authors developed an instrument to evalua- te nurses' p rofessi onal achievement. T his instrument consists of three pa rtS measuring respectively. The abi lity to conceptualize, to express humaneness a nd tech nical skills. Conceps about nurse's desirable qualities and mathe matic calcula tions used to measure and score them are defined and described. The present study is justified by the need of awakeni ng Nursi ng Services Admi nistradors' awareness of the sig nifica nce of professional evaluation's problems, consid ering that t he qual ity of assistance dei ivered to clien ts can be predicted through, achievement quality measure ment. The pres ent i nstrumen t is based, not o nly in good nurses achievement, but al so on their activ ities and k ind of ab i- lities they display during the efficient perfo rmance of their work. Ab ility, here, is cons i- dered as skills which can be developped and demonst rated th rough -, unctio ns ful fil lment. CONSIDERAÇÕES GERAIS Seiço de Enfermem, para JOUGLAS l upo de pessoas, formalmente organizado e m direção à obtenção de um objetivo comum: prestar assistênci a de enfeem ao indivíduo, e nglobando sua famla e a comunidade". Atentando-se para expressões chaves deste conceito - "grupo de pessoas orgizado", entende- que se necessita criar indicadores que poss ava- o desempenho dos membros deste grupo e, talvez por alogi a, inferir a atenção prestada ao indivíduo, fia e comunidade . Anisando-se o processo ensi no-aprendizagem , de-se dete o grau em que as m udaç de compoamento estão ocoendo, o que só será poss í- vel após a identificação dos objetivos do trabao e construída uma lista de sit uações que facilite a ex- pressão do comortamento desejado. RAPOSO , comentando a avaliação do desem- penho do empregado, diz que deverá ser realizada através de questionários que indicarão, quantitativa- mente, o au de discrepância ou não, entre a atuação ideal do empregado segundo o perfil do seu cargo e a atuação real do avaliado. Os fatores a serem medi- dos vari na razão da funç ão do cargo ocupado. go , devem exist ir quest ionários por conjuntos se- meantes de classes e cargos. No momento atual do desenvolvimento da en- fermagem, os pes de cargos do enf ermeiro encon- tram-se de scritos claramente nos mauai s e regimen- 1. Pro fe ssor Assistente da Universida de Federal de Pelot as - RS. Especialista em Administração Hospitalar da Facu ldade Por- toalegrense, RS. 2. Professor Assistente da Universidade Federal de Pelotas - RS. Mestre em Enfermagem Fundamental da Universi dade Fede- ral do Rio de Janeiro. R ev. Br. Enf. , Bras mo, 39 (2j3), abr.jmaioj iull. jiul. jo. jset. 1 986 - 81

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Page 1: ENFERMEIRO EM UNIDADES DE INTERNAÇÃO Hildete Bahia … · dos variam na razão da função do cargo ocupado. ... encara-se o supervisor como ... provindas do subsistema de recursos

A R T I G O D E ATU A L I ZAÇÃO

AVALI AÇÃO DO DESEMP E NH O DO P R OFISSIONAL E NFE RMEIRO E M UNI DADES DE IN TE R N AÇÃO

H i l dete Bah ia da Luz 1 , Neiva Lu n ard i2

LUZ , H . B . & LUNARDI, N. Avali ação do desempenho do profissional enfermeiro em unidade de internação . R ev. Bras. Enf. , Bras íl ia, 39 (2/3 ) : 8 1 -85 , abr ./set'., 1 9 86 .

R ESU MO. Co m base n os conce i tos d e KATZ2, e l abora -se um i n strum ento de ava l i ação profi ss iona l para enfe rmei ros, subd iv id ido em três eta pas : hab i l idade co nceitua l , humana e técn ica . D iscr i m inam-se qua l idades desejáve i s aos e nfermei ros, conce itu ação das mes­mas, e u m cálc u l o matemático para at r i b u i ção dos grau s . J u st if ica-se o presente estudo com o i nteresse dos auto res em despe rtar, nos ad m i n i stradores do Serv iço de E nfermagem , a i m po rtânc ia da prob lemát ica da ava l i ação prof i ss i ona l , po i s se entende que , a pa rt i r da mensuração da qua l idade do dese m penho , pode-se pred i zer a qua l idade d a assi stênc ia prestada à c l i ente l a . O i n strumento a se r apresentado não se rá baseado nos bons e nfe rm e i­ros e s im naqu i l o que fazem , nos t i pos de hab i l itações que demonstram ter n a execução efi c ie nte do seu traba l ho . Hab i l idade e ntend ida como u m a capacidade que pode se r desen ­vo lv ida e q u e s e man ifesta no desempenho das fu nções .

ABST RACT. Base o n KATZ's2 concepts, the authors devel oped an i n strument to eva l u a ­t e nu rses' p rofess iona l ach ievement . T h i s i nstru m ent con s i st s of th ree partS measu r i ng respect ive l y . The ab i l ity to conceptua l ize , to ex p ress hum aneness and tech n ica l sk i l l s . Conceps about n u rse's des i rab le q u a l i t ies and mathemat ic ca lcu lat ions used to measu re and score them a re def i ned and descr i bed . The present study is j u st if ied by the need of awa ken ing N u rs ing Serv ices Ad m in i stradors' awareness of the s ign if icance of profess iona l eva l u at ion ' s prob lems, cons ide r i n g t h at the qua l i ty of ass i stance de i ivered to c l ients can be pred icted thro u g h , ach ievem ent qua l ity measurem ent . The p resent i n stru ment i s based , not on ly in good n urses ach ievement, but a l so on the i r act i v i t ies and k ind of ab i ­l it i es they d i sp l ay du r ing the eff i c ient perform ance of t h e i r wor k . A b i l ity , he re , i s con s i ­dered as s k i l l s w h ich c a n b e deve lopped a nd dem onst rated through -, u nct ions fu l f i l l ment .

CO NSI D E R AÇÕ ES G E RAIS Serviço de Enfermagem , para JOUGLAS l "é

um grupo de pessoas , formalmente organizado em direção à obtenção de um objetivo comum : prestar assistência de enfermagem ao indivíduo, englobando sua faml1ia e a comunidade" .

Atentando-se para as expressões chaves deste conceito - "grupo de pessoas organizado" , entende ­se que se nece ssita criar indicadores que possam ava­liar o desempenho dos membros deste grupo e , talvez por analogia, inferir a atenção prestada ao indiv íduo, faml1ia e comunidade .

Analisando-se o processo ensino-aprendizagem , pode-se determinar o grau em que as mudarlças de comportamento estão ocorrendo , o que só se rá possí-

vel após a identificação dos objetivos do trabalho e constru ída uma lista de situações que facilite a ex­pressão do com�ortamento desejado .

RAPOSO , comentando a avaliação do desem­penho do empregado , diz que deverá ser realizada através de questionários que indicarão, quantitativa­mente , o grau de discrepância ou não , entre a atuação ideal do empregado segundo o perfil do seu cargo e a atuação real do avaliado . Os fatores a serem medi­dos variam na razão da função do cargo ocupado . Logo , devem existir questionários por conjuntos se ­melhantes de classes e cargos .

No momento atual do desenvolvimento da en­fermagem , os perfis de cargos do enfermeiro encon­tram -se descritos claramente nos marluais e regimen -

1 . Pro fe ssor Assistente da Universida de Federal de Pelotas - RS. Especial i sta em Administração Hospitalar da Facu ldade Por­toalegrense , RS.

2 . Professor A ssistente da Universidade F ede ral de Pelotas - RS. Mestre em Enfe rmagem F undamental da Universidade F ede­ral do Rio de Janeiro .

R ev. Bras. Enf. , Brasmo , 39 (2j3) , abr. jmaiojiull. jiul. jago. jset. 1 986 - 81

Page 2: ENFERMEIRO EM UNIDADES DE INTERNAÇÃO Hildete Bahia … · dos variam na razão da função do cargo ocupado. ... encara-se o supervisor como ... provindas do subsistema de recursos

tos dos vários serviços . Não se pretende estabelecer um perfil único para as várias posições hierárquicas do enfermeiro , mas sim apresentar algumas idéias que sir­vam de estímulos aos estudiosos de enfermagem na busca de soluções para o problema.

Entende -se por desempenho o conjunto de ações do enfermeiro em dado período , segundo as descrições de suas tarefas , previamente estabelecidas pelo serviço , e do conhecimento pleno dos superviso­res e supervisionados .

Em enfermagem , encara-se o supervisor como um homem de meio , onde funciona como elo entre a e,quipe operacional e o comando central do serviço . E um elemento educador e orientador das ações as­sistenciais desenvolvidas pela sua equipe . Como edu­cador , deve entender que a avaliação do desempenho é um dos elementos componentes do processo de aprendizagem .

Administrativamente , KOONTZ & O'DON­NELL3 dizem que "avaliação significa fazer uma apreciação ou estimativa" . Essa estimativa poderá ser em termos de conceitos ou graus numéricos desde que (sejam estabelecidos os critérios para a mesma.

Geralmente , e com uma certa naturalidade , a avaliação não é desejada pelos homens , a não ser que saibam com antecedência que a estimativa será favo­rável para aumentar o prest ígio próprio .

Todo processo de avaliação requer um referen­cial ; deve haver algum tipo de padrão em relação ao qual se faz a avaliação . Esse referencial é muito em­baraçante porque existem poucas bases confiáveis pa­ra medir a atividade humana social .

Quando se avaliam chefes ádministradores , isto é , a cúpula dos serviços, esse procedimento de estimar refere-se à eficiência potencial que um homem tem na consecução de certos resultados através da utilização de recursos humanos e outros.

Os homens que desempenham papéis de coman­do são avaliados por sua imagem , pelo modo de lidar com pessoas , pelos resultados produzidos , pelo esfor­ço cooperativo dos seus subordinados e pelo "moral" do grupo .

Geralmente os diretores do serviço de enferma­gem e chefes de unidade de internação consideram desconfortáveis as avaliações formais , provindas do subsistema de recursos humanos hospitalar e prefe­rem as avaliações informais e cont ínuas realizadas por seus companheiros de função .

Avaliação cont ínua pode ser considerada aque­la realizada no dia-a-dia pelo supervisor de enferma­gem . Ás funções , ocupações e tarefas são conferidas , os problemas são discutidos, são dadas orientações , é reavaliada a amplitude do trabalho e a iniciativa do subordinado .

A avaliação contínua, apesar de oferecer opor ­tunidade do supervisor de enfermagem observar o progresso e sua equipe , corre o risco dos enfermeiros , em funç&o do cem an do , sentirem-se atarefados e , por vezes , darem pouca atenção às solicitações do su­bordinado . As falhas inevitavelmente são percebidas , enquanto o êxito não é valorizado . A avaliação cont í­nua carece de sistematização e objetividade .

Muitos sistemas hospitalares preferem realizar avaliações periódicas sistemáticas e formais , que po­dem ser anuais e semestrais . Esta deverá ter como fi­nalidade fornecer subsídios aos homens de comando para um julgamento das habilidades profissionais de seus subordinados.

Muitas vezes , as avaliações formais apresentam formulários contendo questões sobre personalidade , espírito cooperativo , capacidade de liderança, conhe ­cimento do trabalho , capacidade de produção e nível de satisfação . A verdade é que não se encontra na li­teratura específica um parâmetro para formulação de avaliação do desempenho do enfermeiro . Cada servi­ço cria seu próprio formulário , a partir de um pa­drão desejado e das finalidades e objetivos do seu ser­viço .

O presente trabalho pretende servir de subsídios aos diretores e supervisores do serviço de enfermagem e tem como Jase os conceitos de KA TZ2 sobre ha­bilitações de um:! Administradora Eficiente .

I NST R UMENTO D E AVA LlAÇAo DO DESEMPE NHO D O E N FE RM E I RO

O instrumento visa apresentar subsídios para a avaliação do desempenho do enfermeiro em função assistencial , em unidade de internação .

O enfermeiro assistencial é entendido como aquele que tem função de execução profissional , que consiste em exercer atividade de planejamento , orga­nização , coordenação , supervisão , orientação e execu­ção de planejamento de enfermagem , visando promo­ver e preservar , recuperar e reabilitar a saúde indivi­dual e coletiva.

Observa-se que os instrumentos buscam avaliar aquilo que o enfermeiro faz , os tipos de habilitações que demonstram ter na execução eficiente de seu tra­balho .

82 - Rev. Bras. Ellf , Bras(/ia, 39 (213), abr. lmaioliulI .liul. lago . lset. 1 986

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I nstru mento de Aval iação do E nfermei ro a N ível Assistencial

Grau N? Fatores de Avaliação Habilitação Conceituação

O M B B R I

01 Colabora no planejamento , Conceitual Refere-se a ser capaz de ofere -execução e avaliação dos cer subsídios necessários ao programas de e ducação planejamento e estar disponível para a saúde . na execução nas outras fases . . c_

02 Tem espírito de iniciativa Conceitual Refere -se à qualidaàe de saber agir quando em dificuldade .

03 Ser organizado . Conceitual Refere-se à ser capaz de traba-lhar em seqüência mantendo o ambiente organizado .

04 Participação em reuniões . Conceitual Refere-se à capacidade de cola-borar através de perguntas e su-gestões para o crescimento do grupo .

05 Capacidade de elaborar Conceitual Refere -se a ser capaz de obser-relatórios . var a coerência e qualidade das

anotações e uso correto da ter-- minologia cient ífica, compatí-

vel com o objetivo da Inst itui-ção .

Grau N<? Fatores de Avaliação Habilitação Conceituação

O MB B R I

0 1 Assiduidade e pontualidade . Humana Refere -se a estar presente no horário predeterminado e exe -cutando atividades de enferma-gem previstas.

02 Espírito de equipe. Humana Refere-se a ser capaz de traba-lhar em grupo delegando ativi-dades compat íveis com a capa-:itação das categorias ocupa-cionais .

0 3 Capacidade de aceitar Humana Refere -se à capacidade de ace i-sugestões e auto-crítica . tar sugestões e avaliar o s "por-

quês" de suas ações .

04 Responsabilidade . Humana Refere -se a se r capaz de respon-der pelos próprios atos e/ou de outrem, membros de sua equi-pe .

05 Capacidade de decisão . Humana Refere -se a ser capaz de deci-dir , medindo as conseqüências de seus atos ou proVor alter-nativas de ação .

Rev. Bras. EI/I. , Brasl1io, 39 (2/3), abr. /maio/iul/ . /iul. /ago ./set. 1 986 - 83

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N? Grau

Fatores de Avaliação Habilitação Conce ituação O MB B R I

06 Atendimento ao público e Hum ana Refe re-se à capacidade de ma-visitas . nejar com as ansiedades e de -

sinformação do público .

07 Apre sentação pessoal . Human a Refere-se à proprieda de no ves-t ir , em situações do trabalho .

08 Estabilidade emocional . Humana Refere -se à capacidade do en-fe rmeiro de se r ponde rado e não sugestionável a situações vivenciadas .

09 Atitude profissional . Hum ana Refere-se à propriedade : do tom de voz , das críticas aos elementos da e quipe mult i-profissional , do s coment ários aos problemas vivenciados na unidade e ade quação dos locais a se r p restada a informação .

Grau N? Fatores de Avaliação Habilitação Conceituação

O MB B R I

0 1 Supe rvisiona ativi dades de Técnica Refere-se a educar e orientar o auxiliares e atendentes de funcionário na exe cução dos enfe rmage m . proce dimentos d e enfe rm agem .

02 Assegura a utilização Técnica Refe re -se a ser capaz de revisar corre ta do e quipamento os e quipamentos e p romove r a e mate rial . manutenção , bem como , uso e

solicitação ade quada do mate-rial necessário .

03 Demonst ra interesse Técnica Refere -se m anter-se atualizado , técnico-cien t ífico . questiona os colegas quanto às

dúvidas da sua atuação na assis-tência e buscar comple menta-ção . Participa com interesse em pesquisa cient ífic a .

04 Participa na admissão , alta Técnica Refere -se a estar f; resente no e transferência do cliente . momento da admissão , transfe -

rência e alta do cliente , promo-vendo adaptação , reforçando as informações para (i manuten -ção da saúde .

05 Presta assistência a Técnica Refere -se à capacidade de iden -clientes graves . tificar as prioridades na assis-

tência optando pelo atendi-mentc\ dos mais urgentes .

06 Elabora plano diário de Técnica Refe re-se à quantidade de ob-atendimento a cliente . servações , das necessidade s afe -

tadas, do cliente e problemas de enfermagem prescrevendo coerente .

84 - Rev. Bras. Enl , Brasllia, 39 (2/3), abr. jmaio/jun. /jul. /ago. jset . 1 986

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Legenda: • Ótimo • Muito Bom • Bom • Regular • Insuficiente

(O) 5 (cinco) (MB) - 4 (quatro) (B) 3 (três) (R) 2 (dois) (I) 1 (um)

Cálcu lo do I nstru mento A atribuição do grau ao enfermeiro avaliado de ­

verá ser obtida através da soma total dos pontos al ­cançados pelo mesmo em cada habilitação .

No segundQ momento , somam-se os totais par­ciais de cada habilitação e o resultado divide -se por 10 (dez) obtendo-se assim o grau final .

Sugere -se que o instrumento seja preenchido conjuntamente entre o enfermeiro supervisor e o en­fermeiro assistencial . Eventualmente , poderá ser reali­zada auto-avaliação pelo enfe rmeiro assistencial e he ­tero-avaliação pelo supervisor , para posterior confron ­tamento e discussão dos fatores , chegando-se a um consenso sobre o grau a ser obtido .

R ECOM E N DAÇOES Aos diretores dos Serviços de Enfermagem , re ­

comenda-se que : 1 . Divulguem amplamente o sistema de avalia­

ção determinando o lapso de tempo que será aplicado , os critérios a serem adotados , as conceituações dos tempos , componentes de impressos de avaliação com objetivo de mi­nimizar os medos e ansiedades que a avalia­ção desperta nos subordinados , e analisan ­do que a avaliação serve como vetor de cres­cimento da e quipe e não como elemento pu­nitivo .

2 . Que sejam formulados outros impressos , po­rém que sejam baseados nos perfis dos vários cargos que o enfe rmeiro ocupa .

3 . Que os Administrad9res do Serviço de Enfer­magem aprofundem os seus estudos sobre Habilitações do Administrador Eficiente , de Robert Katz , que busquem identificar quais as habilidades devem estar desenvolvidas nos enfermeiros ocupando os vários cargos .

4 . Que a avaliação do desempenho do mesmo grupo de enfermeiros seja feita ao mesmo tempo , evitando interpretações errôneas .

5 . Que os resultados do desempenho da avalia­ção sejam divulgados de forma gráfica.

6. Que sejam feitas correções dos aspectos fa­lhos , encontrados na avaliação , através de en­contros científicos , reuniões e seminários e outros .

LUZ, H . B . & LUNARDI, N. Evaluat ion of the performance of professional nurse in internment unit y . Rev. Bras. En , .j: Bras l ha , 39 (2( 3 ) . 8 1 - 85 , Apr.(Sept . , 1 9 86 .

R E F E R � NC I AS B I B L l O G RA F ICAS

1 . J OUCLAS, V. M. G. Os manuais na organização do servi­ço de enfermagem. Rev. Enf Novas Dimens. , São Paulo , 4(1 ) :47-5 2 , jan .ffev. , 1 97 8 .

2 . KATZ , R . A s habilitações de u m administrador eficiente . Expansão,

3 . KOONTZ , H. & O'DONNELL, C. Princlpios de adminis­tração; uma análise das funções administrativas. 1 3 . ed . São Paulo , Pioneira , 1 9 8 2 . 2v.

4. R APOSO, G. Um e studo sobre avaliação . I n : ___ . A dministração de pessoal. Porto Alegre , Fundação Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde , 1 979 .

R ev. Bras. Enf, Bras{üa, 39 (2/3), abr. /maio/jun , /jul./ago . /set. 1 986 - 85