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Energia Hídrica e Eólica O Fundamental Projeto FEUP 2016/2017 -- Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Manuel Firmino / Sara Ferreira Teresa Duarte Equipa 1M01_1: Supervisor: Teresa Duarte Monitor: Daniel Almeida Estudantes: Ana de Assis Duarte [email protected] Daniela Ferreira Fernandes [email protected] Mariana Resende Pereira Coimbra Soares [email protected] Patrícia Margarida Corvo Carvalheira [email protected] Rui Manuel Corveiro Rodrigues [email protected] Energia hídrica e eólica: o fundamental 1/26

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Energia Hídrica e Eólica

O Fundamental

Projeto FEUP 2016/2017 -- Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica

Manuel Firmino / Sara Ferreira Teresa Duarte

Equipa 1M01_1:

Supervisor: Teresa Duarte Monitor: Daniel Almeida

Estudantes:

Ana de Assis Duarte [email protected]

Daniela Ferreira Fernandes [email protected]

Mariana Resende Pereira Coimbra Soares [email protected]

Patrícia Margarida Corvo Carvalheira [email protected]

Rui Manuel Corveiro Rodrigues [email protected]

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Resumo

O presente trabalho foi realizado no âmbito da unidade curricular: Projeto Feup, tendo o objetivo de fomentar a sinergia no trabalho em grupo e melhorar as capacidades na realização de documentos e apresentações de caráter formal.

Por outro lado, este relatório permite dar a conhecer as fontes de energia renováveis, contextualizando-as na história, assim como explicar o seu funcionamento, dando especial atenção à energia hídrica e eólica e por fim elucidar sobre o uso das mesmas em Portugal e na Europa. Os gráficos, bem como imagens e texto expostos neste trabalho transmitem uma ideia mais clara sobre o modo como surgiram e evoluíram ao longo dos tempos de modo a atingirem a situação atual de rentabilidade; tal como os mecanismos de funcionamento das estruturas principais de conversão de energia, como geradores hidroelétricos e aerogeradores; e, por fim, através de uma contextualização estatística, a situação atual das fontes de energia renováveis (também relacionando a produção das energias hídrica e eólica) em Portugal e na Europa.

A partir deste trabalho é possível concluir que cada vez mais as energias renováveis são cruciais na construção de um futuro mais sustentável e verde.

Palavras-Chave

➔ Energias renováveis;

➔ Energia hídrica;

➔ Energia hidroelétrica;

➔ Energia eólica;

➔ Aerogerador;

➔ Revolução industrial;

➔ Crise de petróleo.

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Agradecimentos

Agradecemos a oportunidade que nos foi dada através da unidade curricular Projeto

FEUP de desenvolver certas áreas como a comunicação e de nos integrarmos e conhecermos melhor.

A nossa equipa agradece também à professora Teresa Margarida Duarte e ao monitor Daniel Almeida pelo auxílio na realização deste projeto, bem como pela orientação e supervisão.

Agradecemos ainda aos professores que, através de palestras, nos transmitiram informações úteis não só para realizar este relatório mas para aplicarmos nas nossas futuras vidas como engenheiros e seres humanos.

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Índice

Lista de figuras e de gráficos 5

1. Introdução 6

2. Contexto Histórico das Fontes de Energia Renováveis 7 2.1 Evolução da Oferta e da Procura das Energias Renováveis 8

3. Energia hídrica 8 3.1 Obtenção de energia hidroelétrica 9 3.2. Potência obtida 9 3.3. Barragens 10 3.4. Grande hídrica e PCH 10 3.5. A importância do desenvolvimento da energia hidroelétrica 11

4. Energia Eólica 12 4.1 Aerogeradores 12

5. Vantagens dos Recursos Renováveis 16 5.1 Vantagens e Desvantagens: Energia Hídrica 16 5.2 Vantagens e Desvantagens: Energia Eólica 17

6. Dados e Estatísticas sobre o uso de Energias Renováveis 18 6.1. Em Portugal 18

6.1.1 Curiosidade 20 6.2 Na Europa 21 6.3 No mundo 23

7. Conclusões 24

Referências bibliográficas 25

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LISTA DE FIGURAS E DE GRÁFICOS

Lista de figuras

Figura 1- Constituição de um gerador hidrelétrico……………………………….…....10

Figura 2- Exemplo de um aerogerador de eixo vertical…………………...…...….…...12

Figura 3- Funcionamento de um aerogerador de eixo vertical…………………..….….13

Figura 4- Constituição de um aerogerador de eixo horizontal…………………..….….13

Lista de gráficos

Gráfico 1- Distribuição das energias renováveis em Portugal……………………...….16

Gráfico 2- Evolução da potência instalada em Portugal……………………………….17

Gráfico 3- Evolução da potência instalada em Portugal no caso da energia eólica…....17

Gráfico 4- Evolução da potência instalada em Portugal no caso da energia hídrica…...18

Gráfico 5- Crescimento da energia eólica instalada em países da Europa………..........19

Gráfico 6- Contribuição de energias renováveis para a procura de energia de países da

Europa……………………………………………………………………………………....20

Gráfico 7- Contribuição de energias renováveis para a produção de eletricidade em países

da Europa…………………………………………………………………………………...20

Gráfico 8- Capacidade mundial de Energia Hídrica, 2015……………………………..21

Gráfico 9- Capacidade mundial de Energia Eólica, 2015………………………………21

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1. INTRODUÇÃO

Vive-se, atualmente, um crescimento exponencial da degradação do meio ambiente em

grande parte devido ao consumo de combustíveis fósseis. Como alternativa existem fontes de

energia ditas “limpas”, como a hídrica e a eólica, sobre as quais este trabalho se debruça.

Recorrendo a variados métodos de pesquisa foi possível verificar que este tipo de energias são

cada vez mais rentáveis e que num futuro não muito longínquo poderão até ser as mais

utilizadas em todo o mundo.

Este trabalho apresentará, então, uma visão geral sobre a história de ambas as energias

bem como dados e factos sobre a sua situação atual. Será ainda explicado o funcionamento

dos mecanismos de obtenção da energia hídrica, que resulta do movimento das águas,

podendo ser hidroelétrica; e da energia eólica, resultante da energia do vento.

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2. CONTEXTO HISTÓRICO DAS FONTES DE ENERGIA RENOVÁVEIS

Com a evolução tecnológica e o desenvolvimento da civilização surge a necessidade

de procurar novas fontes de energia, e por isso, também novas formas de as explorar.

Antes da Revolução Industrial, séc. XVIII, existam já energias renováveis, contudo

estas eram exploradas com recurso a tecnologias rudimentares. Assim, com a 1ª Revolução

Industrial, o carvão passa a ser a fonte de energia primordial, associado à máquina a vapor.

Mais tarde, já na 2ª Revolução Industrial, são descobertos os princípios da termodinâmica, o

uso de petróleo e gás natural é proliferado devido à sua abundância e ao seu baixo custo e

ocorre uma dramática evolução no ramo dos transportes. Em meados do séc. XX, com a 2ª

Guerra Mundial, inicia-se a exploração da energia atómica e, posteriormente, nas últimas

décadas do séc. XX, tanto os avanços na informática como na robótica dão origem à 3ª

Revolução Industrial.

Nos dias de hoje, a importância das fontes de energia renováveis que são exploradas

com recurso a tecnologias sofisticadas faz prever uma reestruturação da exploração

energética, tornando-a mais sustentável [1].

Nesta nota é importante referir o conceito de sustentabilidade. Apesar de este ser um

conceito abrangente, é possível definir duas linhas guias para o seu significado, no contexto

do trabalho em questão:

1. uso sustentável de recursos que resultam da exploração de pessoas e ecossistemas;

2. desenvolvimento económico sustentável, sem comprometer a disponibilidade dos

recursos existentes para gerações futuras [15].

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2.1 Evolução da Oferta e da Procura das Energias Renováveis

A procura das energias renováveis evoluiu ao longo do tempo, acompanhando a evolução

tecnológica da civilização.

Na última década, as fontes de energia renováveis adquiriram um papel de grande

relevância a nível nacional, maioritariamente graças ao aumento do número de centrais

eólicas e de pequenas centrais hídricas em território português.

Em Portugal, desde 2000, tem-se verificado um desenvolvimento contínuo da

tecnologia eólica, graças a uma aposta estratégica da política europeia e nacional. Estas

políticas têm por objectivo a valorização da exploração dos recursos endógenos e renováveis

com uma maior diversificação das fontes, assim como uma melhoria da segurança de

abastecimento, redução da dependência energética e redução do impacte ambiental do sistema

electroprodutor.

Em 2015, a energia eólica transforma-se num recurso essencial no contexto das várias

fontes de produção de energia elétrica, com o propósito de tornar a produção de energia

elétrica a partir de fontes de energia renovável preponderante face à mesma produção a partir

de combustíveis fósseis. Assim, passados 15 anos, a eletricidade gerada à custa de uma fonte

eólica correspondeu a 23% da procura do país [1].

3. ENERGIA HÍDRICA

A energia hídrica é a energia obtida a partir da energia potencial de uma massa de água. O

aproveitamento deste tipo de energia é uma prática já muito antiga, utilizada, por exemplo,

nos moinhos de água, nos quais a energia hídrica era convertida em energia mecânica.

Foi no séc. XX que a energia hídrica começou a ser usada para a produção de energia

eléctrica [2].

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3.1 Obtenção de energia hidroelétrica

Para obter energia hidroelétrica, a energia das partículas de água tem de ser convertida em

energia eléctrica.

Esta conversão é feita em centrais hidroelétricas onde a água passa por turbinas,

movimentando as pás e criando um movimento rotativo no eixo da turbina.

Este movimento provoca a rotação dos ímans no extremo oposto do eixo que, colocados

dentro de uma bobina, geram, por indução eletromagnética, uma corrente elétrica (figura 1).

Figura 1- constituição de um gerador hidroelétrico.

( http://www.infoescola.com/energia/usina-hidreletrica/ )

3.2. Potência obtida

A quantidade de energia produzida depende da energia cinética da água que movimenta

as turbinas. Como a energia potencial da água em repouso é convertida em energia cinética

quando esta se encontra em movimento, quanto maior for a altura e quantidade de água a

montante da central hidroelétrica, maior vai ser a sua capacidade para produzir energia [3].

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3.3. Barragens

De forma a possibilitar uma maior produção de energia, a maioria das centrais elétricas

possui uma barragem, que provoca a acumulação da água no reservatório.

Para produzir eletricidade, as comportas da barragem são abertas e a água é conduzida

por um circuito hidráulico até à central. Devido à força da gravidade, a água adquire

velocidade e a energia potencial que continha armazenada em repouso é convertida em

energia cinética. O movimento da água faz girar as turbinas produzindo eletricidade através

de geradores.

Existem, contudo, centrais que não possuem albufeira – as centrais a fio de água. Estas

centrais aproveitam o fluxo natural do rio, quando este corre [4].

3.4. Grande hídrica e PCH

As centrais hidroelétricas podem também ser classificadas conforme a sua potência

instalada. Uma central hidroeléctrica com uma potência instalada de até 10 MW é

considerada uma pequena central hídrica (PCH), enquanto as grandes centrais hídricas

ultrapassam sempre esse valor.

Geralmente, as PCHs são centrais a fio de água. Este tipo de aproveitamento de energia

hídrica, apesar de ser mais caro, resulta num menor impacto ambiental em relação à grande

hídrica [5].

Por outro lado, a construção de barragens associada à grande hídrica permite a

regularização do caudal do rio e o abastecimento de água. A obtenção de energia nas grandes

centrais não só é mais rentável, como permite um controlo facilitado dos níveis de produção

de energia.

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3.5. A importância do desenvolvimento da energia hidroelétrica

De um modo geral, o aproveitamento da energia hídrica, nomeadamente com o recurso a

barragens, é um método de obtenção de energia elétrica que apresenta grande rentabilidade e

fiabilidade. E, apesar de apresentar inúmeras vantagens, também é possui algumas

desvantagens, destacando-se o impacto a nível ambiental.

Contudo, é importante referir que o recente avanço tecnológico e científico permitiu o

desenvolvimento de novos modelos de turbinas e centrais elétricas mais rentáveis e menos

prejudiciais para o ambiente.

Ainda assim, é importante que este processo de obtenção de energia continue a ser

estudado e aperfeiçoado de modo a diminuir os impactos ainda existentes e a aumentar o

aproveitamento e rendimento desta fonte de energia.

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4. ENERGIA EÓLICA A energia eólica consiste na transformação da energia cinética do vento em energia útil,

como energia mecânica (utilizando moinhos) ou elétrica (utilizando aerogeradores).

4.1 Aerogeradores

O que é um aerogerador? Um aerogerador é um equipamento que utiliza a energia cinética do vento, convertendo-a

em energia elétrica. Tipos de aerogerador e tipo de rotor Existem diversos tipos de aerogeradores, sendo que o tipo de aerogerador depende do tipo

de rotor que este possui. Assim sendo, existem dois tipos básicos de rotores eólicos: · de eixo vertical · de eixo horizontal

Aerogeradores com Rotor de eixo vertical: Nos aerogeradores com rotor de eixo vertical o gerador não gira de acordo com a direção

do vento. Neste tipo de aerogeradores, o rotor gira enquanto o gerador fica fixo. No entanto, o seu desempenho é inferior ao dos aerogeradores de eixo horizontal (ver figura 2).

Figura 2- exemplo de um aerogerador de eixo vertical

( https://pt.wikipedia.org/wiki/Aerogerador )

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Figura 3- exemplo de um aerogerador de eixo vertical

( http://www.wikiwand.com/es/Rotor_Savonius )

No aerogerador de eixo vertical, o vento exerce força nas pás curvilíneas criando uma

rotação. A direção da força do vento não afeta o funcionamento deste tipo de turbina, ao

contrário das de eixo horizontal.Contudo, estes dois tipos de aerogeradores partilham o

sistema de transformação da energia mecânica em energia elétrica.

Aerogeradores com Rotor de eixo horizontal

Os aerogeradores com rotor de eixo horizontal são os mais conhecidos e também os mais

utilizados graças à sua elevada eficiência, sendo, contudo, mais caros.

Os rotores de 3 pás são os mais utilizados para geração de energia elétrica em grande

escala, visto serem mais eficientes.

Estes apresentam também maior eficácia pela sua menor resistência ao ar. A gama de

potências dos aerogeradores estende-se desde os 100 W (comprimento das pás da ordem de 1

metro) até cerca de 8 MW (comprimento das pás superior a 80 metros).

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Como é constituído um aerogerador de eixo horizontal?

A composição deste equipamento consiste em diversas partes, nomeadamente: pás, rotor,

nacelle, caixa multiplicadora, torre, gerador e anemómetro (ver figura 3).

Figura 4- constituição de um aerogerador de eixo horizontal (ver legenda)

( http://www.neosun.com.br/?page_id=988 )

Pás: captam o vento, transmitindo a sua potência ao centro do rotor.

Rotor: transmite o movimento de rotação das pás para o eixo de movimento lento

(contém o sistema hidráulico que altera o movimento das pás para diferentes posições,

melhorando o aproveitamento da força do vento).

Nacelle: composto pela caixa multiplicadora, chassis, sistema de yaw, sistema de controlo

eletrónico e sistema hidráulico.

Caixa multiplicadora: tem a função de transformar as rotações que as pás transmitem ao

eixo de baixa rotação, de modo a transmitir ao eixo de alta rotação a velocidade que o gerador

precisa.

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Torre: elemento em que estão apoiados o rotor e a nacelle à altura a que funcionam de

forma mais eficaz.

Gerador: converte a energia mecânica do eixo em energia eléctrica.

Anemómetro: mede a intensidade, a velocidade e a direção do vento. Estes dados são

importantes para o posicionamento da turbina.

Como funciona um aerogerador?

As pás recebem a energia cinética do vento que as faz girar. Ao girarem, fazem rodar o

rotor que por sua vez transmite a rotação (multiplicada pela caixa multiplicadora) ao gerador.

O gerador converte a energia mecânica recebida em energia elétrica [6].

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5. VANTAGENS DOS RECURSOS RENOVÁVEIS

É sabido que os recursos renováveis são, em termos ecológicos, mais vantajosos do que

os não renováveis. Sendo utilizados de forma sustentável, isto é, de forma a conservar o

recurso utilizado e assegurar a subsistência de futuras gerações, são quase infinitos. Por outro

lado, os recursos não renováveis esgotam-se rapidamente, uma vez que a sua velocidade de

renovação é lenta em comparação com o uso que lhe é dado.

O conceito de desenvolvimento sustentável teve início em 1987, no Relatório Brundtland,

que tem por base o princípio de que o ser humano deve gastar os recursos naturais de acordo

com a sua capacidade de renovação. Como tal, tanto a energia hídrica como a eólica têm

inúmeras vantagens face a outras alternativas, como os combustíveis fósseis (não renováveis),

nomeadamente graças ao facto de terem uma elevada velocidade de renovação [7].

5.1 Vantagens e Desvantagens: Energia Hídrica

Qual o impacto ambiental da exploração de fontes de energia hídrica? Uma vez que a

fonte utilizada para produzir energia é a água, os níveis de poluição são reduzidos, podendo

ser, portanto, classificada como uma fonte de energia limpa. No entanto, a construção de

barragens tem também as suas desvantagens, nomeadamente o facto de provocar alterações

no ecossistema. As barragens propiciam a acumulação de sedimentos a montante e ainda a

erosão dos solos a jusante devido aos sedimentos que saem das turbinas. Também a vida

aquática é afetada, uma vez as que barragens se impõem como uma barreira física aos seres

aquáticos e a água que sai das turbinas tem uma temperatura elevada .

E a nível económico? Por um lado mais positivo, o custo de manutenção de barragens é

reduzido e o seu rendimento elevado. A sua existência traz uma diminuição da dependência

de importações de combustíveis. Mas por outro lado, a sua construção é muito dispendiosa,

sendo necessárias enormes quantidades de água para o seu funcionamento.

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Por fim, socialmente, estes locais de aproveitamento de água para produção de energia

têm as suas vantagens, entre elas a captação de água para abastecimentos urbanos, os fins

lúdicos, comerciais e turísticos e a criação de postos de emprego; mas também apresenta as

suas desvantagens, como a necessidade de recolocação de pessoas devido à perda de território

[8].

5.2 Vantagens e Desvantagens: Energia Eólica

Tal como a energia hídrica, a energia eólica é uma energia limpa, pois a sua fonte é o

vento. No entanto, também esta provoca alterações no ambiente, como a destruição de

paisagens, produção de poluição sonora e ainda o impacto sobre as aves locais.

Do mesmo modo que a energia hídrica, este tipo de energia diminui a dependência de

combustíveis fósseis, sendo reduzido o custo de manutenção e elevado o rendimento. No

entanto a exploração deste recurso pressupõe uma certa imprevisibilidade, uma vez que o

vento não é constante, mas a procura de energia sim [9].

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6. DADOS E ESTATÍSTICAS SOBRE O USO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS

Em 1973, após a crise do petróleo, tornou-se necessário encontrar alternativas

económicas para produção de energia. Assim, pela primeira vez, as energias renováveis

começaram a ser realmente exploradas, tendo apenas sido introduzidas no mercado de forma

notável em 1985.

Prevê-se um crescimento na aposta nestas energias. Mas porquê?

São diversos os motivos que levaram a Europa a apostar nas energias renováveis. E são

estes mesmos motivos que levam a crer que no futuro estas serão desenvolvidas ainda mais.

Por exemplo, a preocupação quanto à segurança na exploração de energia nuclear, os

benefícios sociais e económicos (criação de novas indústrias, novos postos de trabalho…) e

ainda a necessidade de nos tornarmos menos dependentes de fontes de energia fósseis, que

por virem do estrangeiro são menos económicas [10].

6.1. Em Portugal

A nível nacional, as fontes de energia renovável de maior destaque são a hídrica e a

eólica. Sendo a percentagem de potência instalada para utilização em todos os setores de

Portugal de 50,7% e de 38,6%, respetivamente [11] (ver gráfico 1).

Gráfico 1- distribuição das energias renováveis em Portugal

( http://e2p.inegi.up.pt/index.asp )

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Apesar de a energia hídrica ser a de maior potência, aquela que tem vindo a evoluir mais

drasticamente ao longo dos últimos anos é a energia eólica, devido ao recente investimento

que tem em conta o custo e rentabilidade desta área [11] (ver gráficos 2, 3 e 4).

Gráfico 2- Evolução da potência instalada em Portugal

( http://e2p.inegi.up.pt/index.asp )

Gráfico 3- Evolução da potência instalada em Portugal no caso da energia eólica

( http://e2p.inegi.up.pt/index.asp )

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Gráfico 4- Evolução da potência instalada em Portugal no caso da energia hídrica

( http://e2p.inegi.up.pt/index.asp )

No entanto, estas fontes de energia podem servir o seu propósito em conjunto. Nas

alturas em que o consumo é menor e existe uma elevada produção de energia eólica, esta

pode ser usada para bombear a água nas albufeiras. Assim, esta energia não é desperdiçada,

contribuindo ainda para a produção de energia hídrica. Este projeto torna a produção dessas

energias mais rentável [12].

6.1.1 Curiosidade

Este ano, Portugal foi totalmente abastecido por energias renováveis durante quatro

dias (de 7 a 11 de maio).

Segundo a Associação Sistema Terrestre Sustentável, “Não foi preciso recorrer a

nenhuma fonte de produção de eletricidade não renovável, em particular à produção em

centrais térmicas a carvão ou a gás natural”.

É notável a capacidade de produção de energias renováveis por parte do nosso país,

não só para nós, mas também para toda a Europa [13].

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6.2 Na Europa

Também na Europa as fontes de energia hídrica são as dominantes. Antes da

industrialização eram já a base de fornecimento e mantiveram a sua importância mesmo

depois do início da exploração de fontes de energia fósseis e nucleares.

Em 1970, a energia hídrica representava 30% da procura de eletricidade da Europa.

Atualmente, 31% da energia produzida na Europa é hídrica e 3% é eólica.

Embora a energia eólica tenha uma contribuição pequena, nos últimos 6 a 8 anos tem

vindo a aumentar drasticamente. A sua taxa de crescimento, desde 1992 é de 35%/ano e

prevê-se que terá uma enorme importância no futuro.

Alguns países que se destacam na produção deste tipo de energia são a Alemanha, a

Espanha e a Dinamarca (pioneira nesta área) [10] (ver gráfico 5).

Gráfico 5- Crescimento da energia eólica instalada em países da Europa

( http://www.dlr.de/tt/Portaldata/41/Resources/dokumente/institut/system/publications/Europe.pdf )

Seguem-se alguns gráficos nos quais são comparados vários países da Europa. Aqueles em cujo desempenho na exploração de fontes de energia renováveis é melhor são a Noruega e Islândia, seguidos da Suécia [10] (ver gráficos 6 e 7).

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Gráfico 6- Contribuição de energias renováveis para a procura de energia de países da Europa

( http://www.dlr.de/tt/Portaldata/41/Resources/dokumente/institut/system/publications/Europe.pdf )

Gráfico 7- Contribuição de energias renováveis para a produção de eletricidade em países da Europa

( http://www.dlr.de/tt/Portaldata/41/Resources/dokumente/institut/system/publications/Europe.pdf )

6.3 No mundo

A nível mundial, o país que mais se destaca em termos de capacidade hídrica é a China,

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seguindo-se o Brasil, tal como pode ser observado no gráfico abaixo (ver gráfico 8) [14].

Gráfico 8- Capacidade mundial de Energia Hídrica, 2015

( http://www.ren21.net/wp-content/uploads/2016/06/GSR_2016_Full_Report_REN21.pdf )

No gráfico disposto de seguida, é possível observar que, mais uma vez, a China lidera, a

nível mundial, a capacidade energética produzida a partir do vento. No gráfico apresentam-se

informações sobre 2014, e a adição dada em 2015 (ver gráfico 9) [14].

Gráfico 9- Capacidade mundial de Energia Eólica, 2015

( http://www.ren21.net/wp-content/uploads/2016/06/GSR_2016_Full_Report_REN21.pdf )

7. CONCLUSÕES

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Num mundo onde a demanda por energia é cada vez maior, as energias de fonte

renovável surgem como uma alternativa mais sustentável e limpa.

Actualmente, cerca de 23% da energia produzida a nível mundial provém de fontes

renováveis e, sendo os combustíveis fósseis tão poluentes e limitados, a obtenção de energia

através da queima dos mesmos, a longo prazo, não é viável.

Deste modo, é necessário evoluir no sentido de substituir estes métodos de obtenção de

energia por energias renováveis. De facto, com a pesquisa realizada podemos observar alguns

progressos neste aspecto. E, com os desenvolvimentos tecnológicos, prevê-se que as energias

renováveis, nomeadamente a hídrica e a eólica, se tornem mais rentáveis e, assim, tornem

possível um futuro mais verde, limpo e livre de fontes de energia poluidoras.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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http://e2p.inegi.up.pt/#Tec3

http://e2p.inegi.up.pt/relatorios/Portugal_Parques_Eolicos_201512.pdf

http://www.minerva.uevora.pt/odimeteosol/energias.htm#topo_menu

2. Acedido a 9 de outubro de 2016

http://energiasalternativas.webnode.com.pt/energia-hidrica/

3. Acedido a 22 de outubro de 2016

http://castelodebode.blogspot.pt/2010/02/como-funciona-barragem.html

4. APREN. “Energia hídrica”. Acedido a 22 de outubro de 2016

http://www.apren.pt/pt/energias-renovaveis/hidrica/

5. Portal PHC. Acedido a 22 de outubro de 2016

http://www.portalpch.com.br/saiba-mais/o-que-e-uma-pch.html

6. Portal Energia. “Funcionamento de um aerogerador”. Acedido a 10 de outubro de 2016

http://www.portal-energia.com/funcionamento-de-um-aerogerador/

7. Motta, Lucinda Viana, Maria dos Anjos. 2007. Bioterra - Sustentabilidade na Terra .

Porto Editora.

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8. Gomes, Filipa Sucena Figueiredo, João Nuno Pereira, Maria Leonor Ribeiro, Ricardo

Nuno Barbosa, Tomás Batista, Vasco. “O papel da Engenharia Mecânica nas Energias

Renováveis”. (2014/2015). Porto: FEUP. Acedido a 22 de outubro de 2016.

https://paginas.fe.up.pt/~projfeup/submit_14_15/uploads/relat_1M01_3.pdf

9. Acedido a 22 de outubro de 2016

http://www.portal-energia.com/vantagens-desvantagens-da-energia-eolica/

10. Renewable Energy in Europe- Joachim Nitsch, Wolfram Krewitt, Ole Langniss. Acedido

a 6 de outubro de 2016

http://www.dlr.de/tt/Portaldata/41/Resources/dokumente/institut/system/publications/Europe.

pdf

11. Acedido a 7 de outubro de 2016 http://e2p.inegi.up.pt/index.asp. 12. Acedido a 7 de outubro de 2016

http://www.a-nossa-energia.edp.pt/centros_produtores/complementariedade_hidroeolica_

pe.php.

13. Acedido a 7 de outubro de 2016

http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2016-05-18-Quatro-dias-so-com-energia-renovavel-em-Por

tugal-e-noticia-na-Europa.

14. Renewables 2016 - Global Status Report - REN21

15. Gatto, M., 1995, Sustainability: is it a well Defined Concept?, Vol. 5, No. 4, New York:

John Wiley & Sons, Inc.

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