encontros para alÉm da histÓria caos e ritmo · carmona e costa, entre outros. em 2015 participou...

3
ENCONTROS PARA ALÉM DA HISTÓRIA CAOS E RITMO (ar sopro palavra) para Mumtazz A partir da obra de José Gil: uma curadoria-coreografia que cruza pensamento, palavra e performance num movimento coletivo, contínuo e síncrono. Com António Poppe, Alexandra Lucas Coelho, Catarina Santiago Costa, Eglantina Monteiro, Francisco Janes, Hugo Canoilas, Luís Quintais, Francisco Adão da Fonseca e Pedro Jervell (Skrei), Tomás Cunha Ferreira e Domenico Lancellotti. E com palavras de José Gil, Meret Oppenheim, Antonin Artaud, Robert Anton Wilson, Terence McKenna, Artaud, Harry Smith, Michel Foucault, Mercè Rodoreda, Davi Kopenawa, Lawrence Ferlinghetti, Orpingalik, Ancião NetsilingMiut, Vasko Popa, Octavio Paz, Andrei Tarkovski, Herberto Helder . SÁB 18 JAN, 15H00 — 19H00 #BLACK BOX “A luz é cada vez mais clara e a treva cada vez mais negra” Teixeira de Pascoaes

Upload: others

Post on 07-Jul-2020

0 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ENCONTROS PARA ALÉM DA HISTÓRIA CAOS E RITMO · Carmona e Costa, entre outros. Em 2015 participou em “Oracular Spectacular - Desenho e Animismo” no Centro de Artes José de

ENCONTROS PARA ALÉM DA HISTÓRIACAOS E RITMO (ar sopro palavra) para Mumtazz

A partir da obra de José Gil: uma curadoria-coreografia que cruza pensamento, palavra e performance num movimento coletivo, contínuo e síncrono.

Com António Poppe, Alexandra Lucas Coelho, Catarina Santiago Costa, Eglantina Monteiro, Francisco Janes, Hugo Canoilas, Luís Quintais, Francisco Adão da Fonseca e Pedro Jervell (Skrei), Tomás Cunha Ferreira e Domenico Lancellotti.

E com palavras de José Gil, Meret Oppenheim, Antonin Artaud, Robert Anton Wilson, Terence McKenna, Artaud, Harry Smith, Michel Foucault, Mercè Rodoreda, Davi Kopenawa, Lawrence Ferlinghetti, Orpingalik, Ancião NetsilingMiut, Vasko Popa, Octavio Paz, Andrei Tarkovski, Herberto Helder.

SÁB 18 JAN, 15H00 — 19H00

#BLACK BOX

“A luz é cada vez mais clara e a treva cada vez mais negra”Teixeira de Pascoaes

Page 2: ENCONTROS PARA ALÉM DA HISTÓRIA CAOS E RITMO · Carmona e Costa, entre outros. Em 2015 participou em “Oracular Spectacular - Desenho e Animismo” no Centro de Artes José de

Eis-nos chegados à sétima edição dos Encontros para Além da História.Depois de abordar os universos criativos de Herberto Helder (2017) e Georges Bataille (2018) e de propor uma reflexão sobre a fratura em que se constituiu o museu no contexto do projeto colonialista europeu (2019) – tendo como horizonte e metáfora o incêndio que destruiu o Museu Nacional do Rio de Janeiro –, visitamos a extraordinária obra do filósofo José Gil, Caos e Ritmo, para pensar os sortilégios e as tensões da criação num mundo ameaçado pelo fantasma da extinção. Nesta edição, acompanhada por registos sonoros pré--gravados e engendrados ao vivo, a palavra dita será (e)levada até ao lugar da escuridão, da sombra, da dobra, da fratura. Poetas, músicos, artistas, fazedores-pensadores, unem-se numa polifonia de vozes, gerando e comungando (d)o ar que, não saberemos por quanto tempo, nos é dado a respirar.Os Encontros evocam, ainda, a memória e o trabalho de Mumtazz, desaparecida em 2019, que nos ofereceu uma obra tão potente quanto inspiradora, tão serena quanto perturbadora.

CATARINA SANTIAGO COSTA

Tártaro

(Douda Correria, 2016) é um poema-itinerário com diversas paisagens e ancoragens. Entre outros paradoxos, intimidade e política confrontam-se através do sujeito poético. Catarina Santiago Costa nasceu em Lisboa, em 1975. Frequentou o curso de Comunicação Social na Universidade da Beira Interior (Covilhã) e licenciou-se em Filosofia pela Universidade Católica Portuguesa (Lisboa). Em 2003, trabalhou com o jornalista Cáceres Monteiro na elaboração do seu livro Hotel Babilónia. Os seus livros, Estufa (2015), Tártaro (2016) e Filha Febril (2017), foram publicados pela editora Douda Correria. Participou em edições da Enfermaria 6, Diversos Afins (Brasil), Flanzine, Cidade Nua, Revista Gerador, Luvina - Revista Literaria de la Universidad de Guadalajara (México) e Suroeste, Revista de Literaturas Ibéricas.

EGLANTINA MONTEIRO

A gestação de uma tragédia

A estância despótica que instituiu a distância substantiva entre o Homem e a Natureza extinguiu os agricultores da terra no séc. XXI

Eglantina Monteiro, antropóloga, curadora, ativista, vive e trabalha em Castro Marim onde dirige a Companhia das Culturas. Entre 1984 e 2000, foi professora de antropologia da arte na Faculdade de Belas-Artes do Porto. Tem atividade na área da antropologia da arte com trabalho de campo na Amazónia brasileira, Bijagós, Guiné Bissau e Serra do Caldeirão, Algarve.

FRANCISCO JANES

Condição

O nome tem sentido dúplice: da atmosfera própria de um ser envolto em forças que o agitam, e do fechamento definidor, que o incorpora no mundo. Com imagens encontradas ou recolhidas, sons e música de diferentes fontes, lembramos o que dizia José Gil sobre a posição marginal do ser artístico, e o arco de forças que o liga à vida.

Francisco Janes (Lisboa, 1981) é um artista e realizador independente português cujo trabalho cresce em torno da experiência e do som. Colabora de forma diversa em áreas interdisciplinares, como publicidade, cinema, performance, ensino e arte contemporânea. Estudou na FLUL.e fez o CAF no Ar.Co, em Lisboa. Foi bolseiro Ernesto de Sousa em 2008 em Nova Iorque. Em 2012 concluiu o mestrado em Filme da CalArts, em Los Angeles. Hoje trabalha e vive a partir da Lituânia, onde tem família.

ANTÓNIO POPPE

O agitador e a corrente

É um poema escrito a duas mãos através de décadas de cumplicidade entre António Poppe e Mumtazz, é uma imagem para contemplar o som que nunca pára a revelação da natureza.

António Poppe (1968, Lisboa).Artista visual, poeta, performer, vive e trabalha em Lisboa. Estudou no Ar.Co (Centro de Arte e Comunicação Visual), no Royal College of Arts em Londres e na School of the Art Institute of Chicago como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento, onde realizou um Mestrado em Arte Performativa e Cinema. Tem trabalho híbrido de poesia artes visuais e performance, editado pela Assírio & Alvim (“Torre de Juan Abad”, 2001), Documenta (“Livro da Luz”, 2012) e Douda Correria (“medicin.” em 2015 e “come coral” em 2017). Já atuou e/ou expôs em espaços como o Museu de Serralves, Galeria ZDB, Galeria 111, Culturgest, Fundação Carmona e Costa, entre outros. Em 2015 participou em “Oracular Spectacular - Desenho e Animismo” no Centro de Artes José de Guimarães (CIAJG); em 2017 expôs “Watercourse” na Galeria 111, com Joana Fervença, e participou em “Encontros para Além da História”, sob o tema “As Magias” (CIAJG). No ano seguinte colaborou com Mumtazz na 6ª edição dos “Encontros para Além da História”, desta feita sob o tema “O Nascimento da Arte” (d’après Georges Bataille), também no CIAJG; colaborou com “musa paradisiaca” em “Collaboration”, curadoria de Filipa Oliveira no Quetzal Art Centre em Jachthuis Schijf, Holanda; e desenvolveu uma residência artística e seminário na Porta 33, na ilha da Madeira, enquadrado no ciclo “Mais importante do que desenhar é afiar o lápis”, com curadoria de Nuno Faria. Em 2019, realiza uma exposição individual na galeria ZDB em Lisboa, com a curadoria de Natxo Tcheca.

ALEXANDRA LUCAS COELHO

Mumtazz

(...) retomo o que comecei a escrever para Mumtazz como a passagem de uma vida a muitas. Um lugar que seja nosso, mais do que um quarto — um hammam — um harém. Mil e uma noites and counting:

“START AGAIN”

Alexandra Lucas Coelho tem 12 livros publicados, entre não-ficção, romance e infanto-juvenis. Até deixar as redações, trabalhou como jornalista, editora e repórter, cobrindo conflitos em diversas partes do mundo. Foi correspondente em Jerusalém e no Rio de Janeiro. Ganhou vários prémios de jornalismo e literatura. Mantém uma crónica semanal na Antena 1.

HUGO CANOILAS

Low, 2014 - 2015

Low é um poema feito a partir de Howl de Allen Ginsberg (1956).

O poema surge como deriva pelo poema original, feito no sentido inverso (da parte final do poema para o seu princípio). Low, na forma de projeção de 80 slides, exige do espectador um determinando tempo de leitura. A ampliação das palavras sublinham a caligrafia, que é pessoal, elevando-a para uma relação com o corpo, do outro; daquele que vê. Esta qualidade é exponenciada pela música desenvolvida ao vivo por um baterista, que ajuda a lavrar o estômago, a preparar o corpo para que as palavras entrem, com o intuito de uma transformação dos sentidos.

Hugo Canoilas vive atualmente em Viena, Áustria. As apresentações individuais do seu trabalho incluem Museu do Chiado, Lisboa; Centro de Arte Contemporanea Huarte, Huarte, Franfurter Kunstverein, Francoforte, e Cooper Gallery em Dundee. Canoilas tem vindo a contribuir com a sua obra em exposições institucionais como Kunsthalle Wien, em Viena, De Appel em Amesterdão, e Bienal de São Paulo, em São Paulo. A sua obra tem recebido recensões críticas nas revistas Mousse, ArtReview, Observer, Frieze, Metropolis M, FlashArt e nos jornais The Guardian, Público e Expresso.

Page 3: ENCONTROS PARA ALÉM DA HISTÓRIA CAOS E RITMO · Carmona e Costa, entre outros. Em 2015 participou em “Oracular Spectacular - Desenho e Animismo” no Centro de Artes José de

Centro Internacional das Artes José de Guimarães Av. Conde Margaride, 175, 4810-535 GuimarãesTelf. + 351 253 424 715 www.ciajg.pt

Organização Financiamento Cofinanciamento

LUÍS QUINTAIS

Kakania, Budapeste. Vestígios: Sobre a minha poesia

Trata-se de um conjunto de fragmentos em que procuro pensar as razões, e talvez, as desrazões, da minha poesia.

Luís Quintais nasceu em 1968. Poeta, ensaísta, antropólogo e professor da Universidade de Coimbra. Publicou treze livros de poesia: A imprecisa melancolia (1995), Lamento (1999), Umbria (1999), Verso antigo (2001), Angst (2002), Duelo (2004), Canto onde (2006), Mais espesso que a água (2008), Riscava a palavra dor no quadro negro (2010), Depois da música (2013), O vidro (2014), Arrancar penas a um canto de cisne. Poesia 20015-1995 (2015), A noite imóvel (2017) e Agon (2018). É ainda autor de um livro de fotografia, Deus é um lugar ameaçado (2018). Foi distinguido com os prémios Aula de Poesia de Barcelona, PEN Clube Português, Prémio Fundação Luís Miguel Nava, Prémio Fundação Inês de Castro, Prémio António Ramos Rosa, Prémio Associação Portuguesa de Escritores (Teixeira de Pascoaes) e o prémio Correntes de Escrita Casino da Póvoa de 2019. A sua página pessoal na web pode ser encontrada em: luisquintaisweb.wordpress.com

SKREI

Elevação

É uma peça carbonizada que surge na penumbra do espaço e do tempo, que nos remete para uma reflexão sobre os momentos de metamorfose, sobre o futuro como limiar.

A Skrei foi fundada em 2009 por Francisco Adão da Fonseca e Pedro Jervell, no Porto. É uma oficina multidisciplinar que atua na interceção entre arquitetura, construção civil e investigação aplicada de materiais. O seu trabalho é caracterizado por obras de pequena escala com uma forte componente de inovação e desenvolvimento artístico, tendo colaborado de forma continuada com a indústria vitivinícola, reabilitação e instituições culturais.O trabalho da oficina Skrei foi exibido em diversas instituições incluindo o museu da Fundação Gulbenkian (Lisboa, 2016), Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT, Lisboa, 2017), Centro Cultural de Belém (Lisboa, 2018), Cité du Vin (Bordéus, 2018), Building Stories - CCB - Garagem Sul (2018), Museu da Cidade (Porto, 2019), Forum da Maia (2019), Centro Internacional das Artes José de Guimarães (Guimarães, 2019), Matadero (Madrid, 2019), Royal Academy of Arts (Londes, 2019), Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado (2019). A Skrei tem apresentado o seu trabalho e lecionado em diversas instituições de ensino incluindo a Royal Academy of British Architects (Londres, 2017), Bienal de Veneza (British Pavillion, 2017), Swiss Architecture Museum (Basel, 2018), Columbia University (Nova Iorque, 2019), The Royal Danish Academy of Fine Arts (Copenhaga 2019).

TOMÁS CUNHA FERREIRA E DOMENICO LANCELLOTTI

com(1)

vcs nunca nos viram. o Caos é um banquete sob estrelas.a via láctea se despenteia ao som das palavras, máquinas de ritmo, naves sonoras.

O trabalho de Tomás Cunha Ferreira (Lisboa, 1973) combina vários suportes, numa prática em circuito aberto e transfronteiriça - cada trabalho assume-se como protótipo que pode tomas diversas formas, funcionando como possível partitura, notação, poema visual, emblema, padrão, pintura, etc. Nessa medida, cada trabalho resulta numa figura híbrida condensada, cuja leitura está em constante transição entre elementos visuais e elementos rítmicos ou sonoros. Num texto de 1965, “Between Poetry And Painting”, o monge beneditino e poeta Dom Sylvester Houédard utiliza, para se referir de um modo mais amplo à palavra e à pintura, os termos logos e ícone. Percorrendo uma cronologia histórica das relações entre logos e ícone, desde os artefactos primitivos até aos anos de 1960, Dom Sylvester Houédard propõe termos como “quasepintura”, “quasepalavra”, ou mesmo “quaseletra”, que servem como ganchos programáticos abertos e em permanente redefinição. A proposição destes termos compósitos é programática, e as suas premissas procuram abalar a natureza e a existência das palavras e da pintura enquanto matérias estanques, propondo zonas de circulação livre e de não-separação entre texto e imagem, entre poesia e pintura, entre logos e ícone.Tomás Cunha Ferreira vive e trabalha em Lisboa.

Domenico Lancellotti nasceu em Niterói no início dos anos 70. É músico, compositor e artista plástico. Juntamente com Moreno Veloso e Kassin, formou o projeto “+2” (com 5 discos lançados). Fundador da “Orquestra Imperial” (com 2 discos, 1 single e 1 DVD lançados). Lançou 2 discos solo “Cine Privê” 2013, “Serra dos órgãos” 2017. Lançou 2 livros de poesia “Cavalo de três pernas” 1998, “Essa noite nunca” 2001. Colaborou com Adriana Calcanhotto, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chrissie Hynd, Marisa Monte, Gal Costa, Jorge Mautner, Arto Lindsay, entre outros.

NUNO FARIA

coreografia-curadoria

Entre 1997-2003 e 2003-2009 trabalhou no Instituto de Arte Contemporânea e na Fundação Calouste Gulbenkian, respetivamente. Viveu e trabalhou no Algarve entre 2007 e 2012 onde, entre outros projetos, fundou (em Loulé, em 2009) o projeto Mobilehome - Escola de Arte Nómada, Experimental e Independente. Entre 2012 e 2019 foi diretor artístico do CIAJG - Centro Internacional das Artes José de Guimarães. É professor auxiliar convidado na ESAD - Escola de Artes e Design das Caldas da Rainha. É, atualmente, diretor artístico do Museu da Cidade do Porto.