encontro nacional de bh: sucesso total no ano que vem, manaus

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Revista PEA Unesco 1 PEA-UNESCO REVISTA DO PROGRAMA DE ESCOLAS ASSOCIADAS DA UNESCO NO BRASIL Ano 2 - número 2 - fevereiro 2010 F Encontro Nacional de BH: sucesso total F No ano que vem, Manaus! F A hora da escola pública no PEA F Escolas produzem cada vez mais

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Revista PEA Unesco 1

PEA-UNESCOREVISTA DO PROGRAMA DE ESCOLAS ASSOCIADAS DA UNESCO NO BRASIL

Ano 2 - número 2 - fevereiro 2010F Encontro Nacional de BH: sucesso totalF No ano que vem, Manaus!F A hora da escola pública no PEAF Escolas produzem cada vez mais

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Índice

Carta ao leitorÉ tempo de fazer mais ............................................................................................ 3

Encontro NacionalBelo Horizonte recebe o PEA .............................................................................. 5Coordenadores fizeram a diferença .............................................................11

A vez da Terra2010: Ano Internacional da Biodiversidade ............................................ 12

ProjetoGigaPan: um olhar multicultural ..................................................................... 14

InternacionalO dia em que o PEA foi à Sibéria .................................................................. 15

O PEA em açãoProjetos das escolas associadas .................................................................. 17

GestãoCom a Unesco estampada no peito ...........................................................19

Entrevista – Myriam TricateUma rede de escolas cada vez mais ativa ..............................................20

Time completoRelação das escolas associadas ..................................................................22

Artigo O ABC dos bons projetos pedagógicos ....................................................26

ParceriaLEGO: fazer é aprender .......................................................................................28

PesquisaO impacto de se tornar uma escola associada ...................................32

Expediente ................................................................................................................34

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Revista PEA Unesco 3

Caro educador

Com alegria, chega agora às suas mãos a segunda edição da revista do PEA. Nas suas páginas, você encontrará informações que podem subsidiar futuros projetos, e também conhecerá mais sobre as escolas do programa, dispersas pelo imenso território nacional. Mas, sobretudo, a revista embute uma mensagem que gostaria de focar especialmente neste editorial: a importância de fazer mais.

Colocar em pé uma revista como esta não é nada fácil, pois bem sabe que o PEA não tem recursos próprios. Dependemos de parceria e do esforço de pessoas que se envolvem pelo desafio de fazer avançar um projeto no qual acreditam. Isso não se dá apenas com a revista, obviamente, mas em cada uma das ações desenvolvidas em cada escola, e também em grandes iniciativas, como o Encontro Nacional que recentemente realizamos.

Se fôssemos nos contentar com o que é possível fazer, não haveria revista, nem participação em projetos internacionais, muito menos encontros nacionais de alto nível. O PEA se tornaria rapidamente uma rede apenas formal, e possivelmente sem relevância.

Mas não é isso que vem acontecendo. Desde o ano passado, conseguimos enormes avanços, que estão retratados no grande número de projetos que temos recebido, caracterizados pela diversidade e pela qualidade pedagógica. O PEA precisa introjetar - e está introjetando - a cultura do ousar, do querer e do poder fazer mais.

Esse princípio não se aplica apenas ao fortalecimento de PEA, mas diz respeito ao objetivo final de tudo o que fazemos em nossas escolas.

No Ano Internacional da Biodiversidade, as escolas do PEA têm o dever de mostrar que é pela educação que temos de construir uma terceira via para o planeta em que vivemos. O desafio da sustentabilidade não é um ideal etéreo e retórico, mas um problema concreto, que requer inteligência, sensibilidade, determinação e visão de longo prazo. Trata-se de um pacto a ser construído em cada escola, em cada comunidade, pelos indivíduos, empresas e organizações.

É tempo de cada um de nós fazer mais. E o PEA pode ser nosso GPS nesse caminho.

Myriam TricateCoordenadora Nacional do Programa das Escolas Associadas da Unesco

É tempo de fazer mais

Carta ao leitor

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Belo Horizonterecebe o PEA

15º Encontro Nacional

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Por três dias, a hospitaleira Belo Horizonte foi a capital brasileira da educação em valores: nos dias 22, 23 e 24 de outubro, Minas Gerais recebeu o 15o Encontro Nacional do Programa das Escolas Associadas da Unesco .

Cerca de 130 diretores, coordenadores e professores de 70 escolas cruzaram os céus do País para realizar o principal evento nacional do programa - que não deixou nada a desejar.

Biodiversidade, gestão, pedagogia de projetos, avaliação... foram dias intensos não apenas de aprendizagem e troca de experiências, mas também de vivências culturais.

O 15o Encontro foi, sobretudo, uma prova de amadurecimento do PEA. Como disse a coordenadora nacional, Myriam Tricate, diante de inúmeras dificuldades encontradas - num ano marcado pela crise mundial -, o evento que poderia ser um passo atrás na caminhada do programa tornou-se o melhor símbolo de sua vitalidade.

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Uma abertura nota 10O Encontro do PEA começou em

alto estilo, no ritmo que marcaria todas as atividades. Com uma solenidade viva, à altura da importância do encontro, seguiu-se uma conferência daquele que é hoje um dos mais requisitados especialistas na área de Educação, o economista Claudio de Moura Castro.

Foi uma abertura prestigiada, que contou com a presença do secretário de Educação adjunto de Belo Horizonte, Afonso Celso Renan Barbosa; o presidente do Sinepe-MG, Ulysses Panisset; Mário Luís França, diretor do Fenem; Mônica Ferreira, diretora-geral da Rede Pitágoras; Cristina Durzi, diretora do Colégio Pitá-goras Cidade Jardim; e Myriam Tricate, da coordenação nacional do PEA.

O hino nacional foi interpretado por artistas convidados e crianças do Pitágoras enriqueceram a noite com uma apresenta-ção de balé.

Por fim, todos puderam assistir à uma polêmica apresentação de Cláudio de Moura Castro, que abordou o tema da avaliação. Para o especialista, o tempo da avaliação chegou para ficar, o que é positivo para a educação do País. Para ele, ainda que existam interpretações equivocadas - como as que comparam os resultados do Enem de um ano para o outro (já que não são comparáveis entre si) ou as que se restrin-gem aos rankings -, as escolas precisam se adaptar aos novos tempos e trabalhar permanentemente pela qualidade de ensino.

Ao final, um coquetel delicioso, ofere-cido pela anfitriã Pitágoras, com quitutes típicos de Minas Gerais.

22 de outubro

Começando com o pé direito, na conferência de Claudio de Moura Castro

A mesa da solenidade de abertura (esq. para dir.): Afonso Celso Renan Barbosa, Mônica Ferreira, Myriam Tricate, Cristina Durzi e Ulysses Panisset.

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No Encontro Nacional do PEA, vieram pessoas de todas as partes do país: diretores, coordenadores, professores de escolas públicas e particulares, num ambiente de confraternização, estudo e trabalho. Foi uma oportunidade de fazer novos amigos, iniciar parcerias e consolidar novos projetos para o presente e para o futuro.

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23 de outubro

Dia 23, um dia intenso de formação. Dentro da concepção da grade pedagógica, afinal, é fun-damental que o Encontro Nacional seja um polo de formação dos gestores das escolas públicas e privadas participantes.

Assim, o desenho do evento procurou apresentar uma visão ampla sobre o PEA e sobre seus objetivos, oferecer instrumental de trabalho para que os educa-dores preparem bons projetos para 2010 e, também, envolver todas as escolas na valorização do programa para fortalecer a instituição, em todos os sentidos.

A primeira palestra foi realizada pela pesquisa-dora Lynette Shultz, da Universidade de Alberta. Lynette apresentou os resultados de uma pesquisa feita sobre as escolas do PEA no Brasil, em parceria com outra autora, a brasileira Ranilce Guimaraes-Iosif (veja matéria na página 32).

Em seguida, o público recebeu um especialista em projetos pedagógicos, Nilbo Nogueira, justamente para oferecer às escolas parâmetros para aprimorar os projetos apresentados à Unesco, tornando-os mais completos.

Nilbo retomou conceitos pedagógicos funda-mentais, como a própria noção de projeto, apresen-tando quase um passo a passo do trabalhao com essa estratégia didática.

O dia de palestras terminou com apresentação do especialista em gestão educacional Renato Casagran-de, que mostrou às escolas a importância de valorizar a participação no PEA e estar ao lado da Unesco, no mundo contemporâneo. Acima de tudo, sua palestra motivou os educadores e os deixou orgulhosos de pertencer ao PEA.

Casagrande ofereceu às escolas, como cortesia, um programa de comunicação para tornar o PEA mais conhecido nas comunidades e nas regiões onde estão localizadas as escolas, tema de matéria na página 19.

Formação de alto nível...

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...e a convivência também!Se as palestras pegaram todos os participantes pelas idéias, os momentos de confra-

ternização promoveram a união pelo coração e pelo estômago. Que o digam todos os que estiveram no restaurante Xapuri, no jantar de confraternização oferecido pela Coordenação Nacional do PEA no noite do dia 23.

O cardápio foi encomendado meses antes. Afinal, o Xapuri é um restaurante disputado, reeleito como a melhor cozinha regional do Brasil, Mas, o jantar não foi idealizado pelo aspecto gastronômico - embora isso seja parte integrante da riquíssima cultura mineira.

O objetivo, na verdade, é que todos se sentissem à vontade, felizes e recompensados por participar do Encontro Nacional e do PEA. E foi isso o que aconteceu, Aqui, mais do que nunca, as fotos valem por mil palavras.

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Um dia dedicado àsustentabilidade

Sustentabilidade - e todas as suas relações com a educação, com a cultura, com a vida. Essa foi a tônica do último dia de atividades do Encontro Nacional do PEA. Para dar ao evento um caráter mais pragmático, foi planejada uma oficina relativa ao tema da Unesco para 2010 - Ano Internacional da Biodiversidade.

Para isso, foi convidada uma especialista no tema, a australiana radicada no Brasil Lucy Legan. Lucy é uma pesquisadora no campo da permacultura, ou seja, de métodos para viabilizar sistemas (de jardins a comuni-dades humanas) de forma ambiental e economicamente sustentáveis. Lucy reside em Goiás, mas lançou pela Imprensa Oficinal do Estado de São Paulo o livro A escola sustentável. Ela oferecer aos participantes do Encontro uma oficina rica em exemplos e ideias, que foi muito produtiva.

Depois da oficina, os interessados foram conhecer um dos mais renomados museus brasileiros da atualidade, o Inhotim.

24 de outubro

Trata-se de um complexo museológico original, constituído por uma sequência de pavilhões em meio a um parque ambiental.

Suas ações incluem, além da arte contemporânea e do meio ambiente, iniciativas nas áreas de pesquisa e de edu-cação. É um lugar de produção de conhecimento, gerado a partir do acervo botânico e artístico, que possui pinturas, esculturas, desenhos, fotografias, vídeos e instalações de artistas brasileiros e internacionais.

Criado em 2005, Inhotim fica em Brumadinho, a 60 quilômetros da capital mineira, e possui um im-portante acervo de arte contemporânea e uma extensa coleção botânica.

Em Inhotim, o meio ambiente convive em interação com a arte, que são o ponto de partida para o desen-volvimento de ações de caráter socioeducativo nas mais diversas áreas.

O Parque Tropical possui áreas que seguiram con-ceitos sugeridos pelo paisagista Roberto Burle Marx. A enorme variedade de plantas faz de Inhotim um local onde se encontra uma das maiores coleções botânicas do mundo, com espécies tropicais raras e uma reserva florestal que faz parte do bioma da Mata Atlântica. Ou seja, um espaço privilegiado para promover o debate sobre o Ano Internacional da Biodiversidade, tema principal do Encontro da Unesco.

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A preparação do Encontro Na-cional do PEA em 2009 não foi fácil, pela natural dificuldade de encontrar recursos em um ano marcado por uma crise internacional. Contudo, dois fatores permitiram a plena realização do evento: a intensa mobilização das escolas, que garantiu um público signi-ficativo, e a participação do Pitágoras como escola-anfitriã.

A organização de um evento nacional não é nada simples, pois requer a previsão de inúmeros detalhes - como acomo-dações, logística, alimentação - que são decididos a distância.

Entre os muitos aspectos positivos do 15º Encontro Nacional do PEA esteve a participação maciça de praticamente todos os coordenadores regionais.

Vindos de Fortaleza, Rio de Janeiro, Maranhão, Paraná, entre tantas outras regiões do País, os coordenadores mostra-

Além disso, o exemplo dado encorajou as escolas a participarem mais.

A coordenadora regional do Rio de Janeiro, Maria Cecília Ani Cury, por exemplo, além de se comunicar frequente-mente com as escolas associadas, divulgou seus horários de voo para que todos vies-sem juntos do Rio - trazendo, por assim dizer, pela mão seus convidados.

Para a coordenadora nacional, Myriam Tricate, esse é o espírito que caracteriza um representante regional. “O Brasil é um país imenso. Quem tem a possibilidade de falar diretamente com cada escola, motivar os seus educadores e fazê-los participar é o coordenador regional. Agora, temos o time ideal para o PEA”, acrescentou.

Coordenadoresfizeram a diferença

ram sobretudo a firmeza de seus vínculos com a Unesco.

Isso foi extremamente importante. Em primeiro lugar, porque permitiu que a comunicação com a Coordenação Nacio-nal e as demais escolas fosse fortalecida.

Além disso, a própria execução do evento exige uma logística importante, como os locais de apresentação, sistema de credenciamento, cafés nos intervalos, enfim, são centenas de detalhes, a maior parte deles assumida pela coordenação nacional diretamente, desde São Paulo. Isso, porém, não é suficiente para dar conta de todas as demandas da realização de um um bom evento. Assim, as escolas-anfitriãs do Encon-tro precisam necessariamente ser pró-ativas.

Em 2009, além de colaborar muito para a organização, buscando fornecedo-res e cedendo pessoal, salas e equipamen-tos, o Pitágoras possibilitou uma redução

dos custos globais, ao assumir o coquetel e o almoço do dia 23. O Colégio também se preocupou em enriquecer o evento com apresentações dos alunos e cuidou para que todos se sentissem em casa.

Anfitriã colaborou para viabilizar evento

Encontro Nacional

Marinélia Fonseca da Hora (Bahia)

Maria Cecília Ani Cury (RJ) e Eliana Baptista Pereira Aun (SP)

Adriana Karam (Paraná)

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A vez da Terra

2010: o Ano Internacional da Biodiversidade

Entre os muitos motivos que há para acreditar que 2010 será um ano especial para o PEA brasileiro está a própria definição da Unesco para o tema central das comemora-ções: será o Ano Internacional da Biodiversidade. Esse é um tema central para o mundo contemporâneo e diz respeito diretamente ao Brasil.

O Brasil é considerado o país com maior biodiversidade do planeta, reunindo 20% das espécies vivas. Ao mesmo tempo, é um dos locais onde a natureza está mais ameaçada, com a rápida degradação do Cerrado e da Amazônia, por exemplo.

Assim, as escolas associadas terão temas incrivelmente ricos para os projetos educativos a serem desenvolvidos. Além disso, não faltarão oportunidades de mobilização. É dever do PEA chamar a atenção da sociedade civil para os riscos que corre a biodiversidade planetária - essenciais, inclusive, para as condições da vida humana na Terra.

Veja, por exemplo, alguns dados publicados em documento recente da Unesco, denomi-nado Panorama da Biodiversidade Global.

• estima-se que a perda de florestas primárias desde 2000 foi de 6 milhões de hectares por ano.

• os oceanos sofrem. Apenas no Caribe, a área de corais duros caiu de 50% para 10% nas últimas três décadas. No Atlântico Norte, o número de grandes peixes caiu em dois terços apenas nos últimos 50 anos.

• cerca de 3 mil populações selvagens de espécies mostram tendência de declínio, em média, de 40% a 50%.

• cresce o número de espécies ameaçadas de extinção.“As ameaças à biodiversidade estão, em geral, aumentando em todos os níveis e escalas

geográficas”, afirma o documento da Unesco.

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Mal terminou o 15º Encontro Nacional e a coordenação nacional do PEA já começa a trabalhar no evento de 2010. Será um ano especialmente importante. Afinal, o Ano In-ternacional da Biodiversidade é estrategicamente importante para o País - que é o guardião de patrimônios ambientais como a Amazônia, o Pantanal, o Cerrado e a Mata Atlântica.

Por isso mesmo, o próximo Encontro Nacional deverá acontecer, com grande probabilidade, em Manaus, na Amazô-nia, parcialmente na capital, mas com previsão de um ou dois dias em um hotel de floresta (como o Hotel Ariaú, na foto).

O PEA está atualmente estudando as condições de lo-gística para a realização do evento na capital da Amazônia, o que inclui firmar de parcerias com escolas interessadas em participar do Programa. Ao mesmo tempo, a Unesco em Paris sinalizou positivamente para a proposta.

Tudo aponta, assim, para a realização do maior evento já promovido pelo PEA no Brasil com impacto internacional.

No entanto, a realização do 16º Encontro exigirá a máxima mobilização das escolas, já prevendo no calendário a viagem e buscando, desde já, a programação dos investi-mentos necessários.

Como sempre, a Coordenação vai trabalhar para que a programação seja a mais interessante possível - inclusive com locação de parte do evento nos hotéis de floresta -, mas dentro da realidade das escolas do PEA, do ponto de vista econômico.

Próximo evento do PEA pode acontecer em Manaus

Em 2009, a Presidência da Convenção sobre Diversidade Biológica lançou o logotipo do Ano Internacional na semana passada, por ocasião da reunião da União Europeia deno-minada “Visões para a Biodiversidade para além de 2010 - Pessoas, Serviços dos Ecossistemas e a Crise Climática”, acontecida na Suécia.

O logotipo foi concebido para transmitir o conceito de descoberta e realização. Uma série de elementos iconográ-ficos simbólicos está incluída no projeto para descrever o âmbito da biodiversidade, que inclui aspectos da marinha, flora e fauna.

Juntos, eles demonstram como a biodiversidade é vida e como nós, seres humanos, estamos estabelecendo o nosso lugar dentro desta viagem.

O logo consiste de três componentes principais:• o ano de “2010”, que emoldura a campanha, e os

elementos do logotipo;• os elementos iconográficos que simbolizam a biodiver-

sidade. Estes incluem peixes, ondas, um flamingo, um adulto, uma criança e uma árvore;

• o título da campanha “2010 Ano Internacional da Biodiversidade”.

A versão eletrônica do logotipo nas seis línguas oficiais das Nações Unidas pode ser encontrada no site da CBD: Árabe, Chinês, Inglês, Francês, Russo e Espanhol.

É importante que as Escolas do PEA utilizem em seus projetos a logomarca do Ano Internacional da Biodiversidade, como forma de fortalecer essa ação de âmbito mundial. Isso só pode ser feito, contudo, dentro dos parâmetros gerais para os usos do logo da Unesco.

Logotipo transmite conceito de descoberta e realização

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Um dos mais inovadores projetos internacionais do PEA deste ano vai de vento em popa no Brasil. É o GigaPan: Diversidade e inclusão na Comunidade, que vem sendo realizado pela Escola Farias Brito, em Fortaleza, e tende a crescer, incluindo outras instituições brasileiras.

O GiagaPan envolve intercâmbio que promove o encontro de alunos e professores de diversos países por meio de videoconfe-rências, valorizando a multiculturalidade.

O projeto começou em 2008, envolvendo a Carnegie Mello University (CMU), Unesco ASPNet e o IBE. Até agora o projeto foi implementado em vários locais da África do Sul, Trinidade-Tobago e nos Estados Unidos. Em sua nova fase, o projeto se expande para mais países.

A inclusão de uma escola brasileira foi sugerida pelo repre-sentante da Unesco do Brasil, Vicente Defourny. Para atender aos pré-requisitos do programa, foi indicada uma escola no Nordeste, a Farias Brito.

O projeto GigaPan tem como objetivo encorajar as escolas e as comunidades para fortalecer educação inclusiva e a diversidade por meio de atividades curriculares e extracurriculares, estimulando práticas participativas.

Nesse processo, o uso da tecnologia é fundamental, especial-

GigaPan: um olhar multicultural mente da internet e de uma câmera robótica diferente, denominada GigaPan. A câmera permite uma alta resolução panorâmica, ima-gens que também podem ser exploradas em detalhes.

Por meio do GigaPan, alunos e professores podem explo-rar diferentes tópicos relacionados à inclusão e à diversidade em suas comunidades no contexto do projeto pedagógico de cada escola.

Treinamento no ExteriorPara viabilizar o projeto, um dos primeiros passos é a realiza-

ção de uma capacitação nos Estados Unidos. Recentemente, um representante do colégio brasileiro viajou para Pittsburgh para realizar o curso, durante o mês de julho.

As escolas participantes também recebem profissionais do IBE/CMU para introduzir o projeto nas escolas, capacitar pro-fessores e alunos e para a definição do projeto a ser desenvolvido.

Ao longo do projeto, alunos e professores podem confrontar as experiências de escolas de diferentes culturas e comunidades, sempre com o acompanhamento dos gestores internacionais do projeto.

No início de 2010, virão dos Estados Unidos membros da equipe internacional da Unesco, e mais escolas e educadores brasileiros poderão participar. Aguardem informações.

O Encontro Nacional do PEA em Manaus tem múltiplos significados. Entre eles, a proposta sedimenta um esforço que já vem sendo realizado, de aumentar a presença da rede pública e diversificar a natureza das escolas participantes.

Uma das possibilidades, por exemplo, é a incorporação de escolas indígenas e de instituições públicas do Norte do País. Durante 2010, certamente haverá novidades.

Hoje, aproximadamente 25% das escolas da rede pertencem às redes municipais e estaduais. Escolas importantes, como a Pedro

Participação da rede pública deve crescerII e a Anísio Teixeira, do Rio, fazem parte e marcam presença. No evento de Belo Horizonte, por exemplo, representaram a Escola Estadual Anísio Teixeira as diretoras Celi Conceição Araújo e Neusa de Souza Micelli.

À medida em que forem sendo aceitas novas certificações, a proporção deve crescer.

Há pelo menos duas dificuldades que, historicamente, limita-ram a inserção da escola pública no PEA. Uma delas é o grande tamanho da rede brasileira, outra é a pequena autonomia das escolas públicas. Contudo, o cenário está mudando, o que favorece o aumento da presença das escolas mantidas pelos municípios e Estados brasileiros.

O PEA está intensificando seu trabalho de relações institu-cionais, aproximando-se de órgãos de governo e abrindo diálogo com as redes públicas. O apoio às políticas públicas, o aporte e compartilhamento de inovações educacionais, o estímulo à for-mação de parcerias entre escolas associadas e instituições públicas e privadas certamente contribuirão para a melhoria qualitativa das ações do Programa PEA-Unesco no Brasil.Representantes da Escola Anísio Teixeira

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O PEA-Brasil foi muito longe em 2009. Literalmente. Re-presentando a Unesco, a coordenadora nacional Myriam Tricate enfrentou muitas horas de voo para chegar à pequena cidade de Khanty-Mansiysk, na Sibéria. Lá aconteceu, em maio, a Conferência Internacional das Escolas Associadas da Unesco, que se dedicou a discutir a preservação natural e cultural nas regiões de grandes rios.

O evento, promovido pelo PEA da Rússia, reuniu representan-tes de diversas partes do mundo. Todos os participantes ficaram encantados por contar com a presença brasileira - e mais um laço com a comunidade internacional foi construído. Myriam realizou uma concorrida apresentação, na qual contextualizou o trabalhou da rede brasileira e seus desafios atuais.

Na Rússia, o PEA vem participando ativamente na imple-mentação de projetos da Unesco no campo ambiental, como os que visam a preservar o Rio Volga.

O PEA brasileiro está participando de um documentário internacional produzido pela Unesco sobre Direitos Humanos, O material foi gravado em São Paulo, no mês de julho, e foi enviado à sede da Unesco em Paris, onde será editado juntamente com imagens e depoimentos captados em várias partes do mundo, como a Indonésia e países do Caribe. No final, será gerado um filme intitulado Direitos Humanos na Educação Através do Olhar das Crianças.

De acordo com os organizadores, o objetivo das filmagens é resgatar a visão dos adolescentes sobre questões centrais ligadas aos direitos humanos, bem como mostrar o trabalho realizado em escolas sobre o tema. “Preferencialmente, o vídeo permitirá ao espectador compreender melhor como a questão se liga à educação e como o tema é compreendido pelos jovens”, diz o documento que orientou as filmagens.

No Brasil, participaram meninos e meninas do 8º ano do Ensino Fundamental, que gravaram depoimentos sobre a igualdade entre homens e mulheres, bullying e outros temas, sempre de uma forma conectada com o seu próprio cotidiano.

O vídeo será um complemento à primeira parte do documentário, exibido em dezembro de 2008 para as celebrações dos 60º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

O dia em que o PEA foi à Sibéria

Entre os objetivos principais dessses projetos está a criação de novas parcerias, formando uma network de especialistas dos diferentes países.

O projeto World Great Rivers foi, segundo os organizadores, uma sequência natural do trabalho realizado no Rio Volga, cha-mando a atenção da opinião pública mundial para a necessidade de se ter propostas de desenvolvimento sustentável específicas para as regiões atravessadas pelos grandes rios. Daí a importância da participação das escolas associadas e do envolvimento das comunidades de pais, alunos e professores.

Os participantes ficaram empolgados com a possiblidade de in-cluir no projeto grandes rios brasileiros, em especial o Rio Amazonas.

Internacional

Documento de participação recebido pela coordenadora Myriam Tricate

Brasil participa devídeo internacional

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Reaja - Reflexão, Equilíbrio e Ação junto ao Ambiente: com este nome expressivo, um grande projeto foi realizado pelo Colégio Rio Branco no contexto das atividades do PEA-Unesco.

O projeto envolveu alunos da Educação Infantil ao Ensino Médio em atividades de desenvolvimento sustentável.

Como resultados, segundo a Escola apontou no relatório, estão conquistas como a conscientização sobre o uso de copos plásticos e a manutenção da limpeza na sala de aula. No âmbito externo, os alunos também trabalharam com uma escola infantil da rede municipal e apresentaram, na Assembleia Legislativa do Estado, um projeto de lei sobre reciclagem de garrafas PET. Os alunos também foram a empresários da região para incentivá-los a dar prioridade ao uso de material reciclado.

O Reaja buscou tornar concreta a ideia do Pensar globalmente e agir localmente. A escola constituiu uma equipe, que cunhou

Colégio Rio Branco leva proposta de sustentabilidade à Assembleia Legislativa

PEA em ação

o nome do projeto, criaram um logotipo, alinharam objetivos e produziram um documentário. “O objetivo era apresentar propos-tas para incentivar mudanças de atitude, de participação pessoal e coletiva em atividades que envolvem posicionamentos diante de situações relacionadas ao ambiente, conservação e manutenção da escola e do espaço vivido”, explica o projeto.

Um dos pontos altos do Reaja foi a apresentação de um projeto de lei levado à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que motivou intensa cobertura da mídia. O projeto de lei, inscrito no Partido da Natureza, foi selecionado para votação no Parlamento Jovem, um programa da Assembleia. Em cerimônia realizada no dia 6 de novembro, a aluna Paloma ocupou uma das 94 cadeiras do Parlamento para apresentação do projeto, que entre outras determinações, obrigaria os comer-ciantes de produtos de embalagens plásticas e afins a manter, em seus estabelecimentos, locais próprios para recebimento e descarte das embalagens.

Um dos principais desafios do Programa das Escolas Associadas vem sendo vencido: tornar a produção das escolas proporcional ao tamanho do PEA no Brasil. O País detém o maior número de escolas no programa, mas sofria com a falta de participação mais efetiva no desen-volvimento de projetos de educação em valores.

Em 2009, contudo, houve um salto na participação, gerado tanto pela conscientização das escolas como pela presença mais efetiva dos coordenadores regionais.

Vale notar, também, que os projetos não cresceram apenas em quantidade, mas sobretudo em qualidade.

Veja, nas próximas páginas, alguns dos trabalhos enviados à Coordenação Nacional.

Produção pedagógica das escolas do PEA cresceu muito em 2009

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Revista PEA Unesco 17

Uma das instituições educativas públicas mais atuantes do PEA, a Escola Municipal Cora Coralina, de Mauá, traz o tema da cultura da paz no coração de seu projeto político-pedagógico. Basta saber que a Escola compareceu em peso ao evento de Belo Horizonte, representada pelos educadores Antonio Donizete de Lima, Débora Ferrari Silva, Geraldina Ferreira Canuto e Sandra Regina Nascimento. Por isso, os projetos ligados ao PEA sempre têm um caráter amplo, in-terdisciplinar e geram produções que envolvem professores, alunos e comunidade.

Em 2009, a escola desenvolveu atividades no eixo da As-tronomia, do Meio Ambiente, da Cultura, da Comunicação e dos Direitos Humanos, entre outros.

No campo da Astronomia, os alunos do 8º ano apren-deram a construir um astrolábio, como parte dos estudos no campo da Matemática.

As turmas de 2º e 3º ano do Ensino Fundamental trabalharam sobre os veículos que se movimentam no céu. No 4º ano, os pontos cardeais, as variações de dia e noite, as estações do ano, as constelações e o movimento da Terra deram oportunidade para novas investigações e descobertas. Já os alunos do Ensino Fundamental II visitaram o Planetário, no projeto Eu, parte do Universo?

Em cada área, novos trabalhos foram desenvolvidos, até mesmo no aprendizado da língua. As turmas estudaram sobre os mitos relativos aos astros, os diferentes tipos de registro do movimento celeste e os calendários, as relações entre mitologias e nomes dos planetas. Os trabalhos também incluíram aprendizagens sobre os climas, os fusos horários, energia e os satélites.

Entre os projetos mais interessantes esteve a realização do Telejornal Espacial. Direcionado aos alunos do 6º ao 8º ano do Ensino Fundamental, o telejornal teve como tema o Ano Internacional da Astronomia e levou ao público as reflexões sobre a inserção do Brasil no mercado espacial, bem como a utilização de pesquisas espaciais mostrando as novas tecnologias utilizadas no dia a dia, segundo o relatório enviado à Unesco.

Ao longo de todo o ano, o Colégio Sidarta, na região da Granja Viana, em São Paulo, desenvolveu inúmeras atividades e projetos ligados aos temas propostos pela Unesco.

A Escola é um exemplo do bom aproveitamento para o calendário da ONU como uma referência para discussões em sala de aula e realização de projetos.

No Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, por exemplo, os alunos foram estimulados a pensar, nas aulas de Geografia, na situação de miséria que atinge populações de todos os continentes. Do mesmo modo, o Dia Internacional para a Prevenção de Desastres Naturais foi a ocasião para se discutir sobre terremotos, furacões e tsunamis. Assim, ao longo de todo o ano, os alunos e professores mantiveram pre-sentes os objetivos pedagógicos ligados à formação de valores, a busca da sustentabilidade ambiental e à cultura da paz.

Contudo, o projeto mais amplamente trabalhado pelo Sidarta relacionou-se ao Ano Internacional da Astronomia. Envolvendo todos os professores da Educação Infantil ao Ensino Médio, em todas as disciplinas, foram desenvolvidas propostas inovadoras e envolventes, sob diferentes perspec-tivas - a do astrônomo, do físico, do filósofo e de um lama budista. Segundo o Colégio descreve em seu relatório, os alunos participaram de visitas a locais temáticos, como o Planetário de São Paulo e o Centro de Estudos do Universo, em Brotas (SP). Por fim, no dia 5 de dezembro, foi realizada uma exposição com o produto final de todos os projetos, nas diferentes áreas. Foi a Mostra Cultural Eu e o Universo.

Escola municipal Cora Coralina: presente!

Sidarta: o PEA no cotidiano da Escola

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Os alunos do 2ª ano do Ensino Fun-damental da OPET, em Curitiba, desco-briram que os índios brasileiras também entendiam de astronomia, e identificaram no céu as suas constelações. No 3º ano, viram como a lua inspirou muitos poetas. Na etapa seguinte, aprenderam sobre Ga-lileu e especularam sobre o conhecimento científico e a capacidade do homem de explorar as galáxias. E assim, em cada uma das séries da Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, as turmas da escola partiram do Ano Internacional da Astronomia para uma viagem de apren-dizado e de vida, no projeto Os 8 jeitos de preservar o Universo.

De acordo com o relatório enviado à Unesco, o objetivo dos trabalhos foi sensibilizar os alunos para que promovam ações concretas e se tornem multiplicado-res dessas mudanças. A idéia foi provocar

Os 8 jeitos de preservar o Universo

PEA em ação

Em estudos, vivências e outras es-tratégias, foram desenvolvidos diversos projetos, dentro dos subtemas elencados, que incluíram atividades de leitura e escrita, estudos interdisciplinares, expe-riências, arte e música, entre outras áreas do conhecimento e estratégias didáticas.

A socialização dos conhecimentos, uma das etapas obrigatórios dos projetos, representou a culminância dos traba-lhos. Na Educação Infantil e no Ensino Fundamental I, aconteceu a Mostra de Conhecimento, realizado no terceiro bimestre. No Ensino Fundamental II e no Ensino Médio, as atividades geraram seminários – denominados Seminar – ao final dos dois semestres do ano.

um grito de alerta para os cidadãos que cuidarão do mundo no futuro próximo – ou seja, os próprios alunos.

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Revista PEA Unesco 19

A pergunta é, ao mesmo tempo, simples, mas difícil de respon-der. Por que grandes corporações, como a TV Globo, mostram com tanto destaque suas parcerias com a Unesco e muitas escolas associadas trabalham praticamente no anonimato, sem que sequer seus pais e alunos saibam que integram o PEA?

A partir dessa indagação inicial, o especialista em gestão Rena-to Casagrande concebeu e realizou uma das mais belas exposições do Encontro Nacional, não por acaso intitulada Unesco: um ótimo motivo para sua escola fazer e acontecer.

Casagrande partiu de um diagnóstico óbvio. Apesar da enorme relevância do PEA, o braço da Unesco no mundo das escolas e da Educação, o programa é bastante desconhecido em toda a sociedade.

Essa desinformação não se dá apenas fora dos muros das escolas: professores, alunos e pais da maior parte das instituições ignoram que muitas das atividades das quais participam se inserem no âmbito do PEA, o que é uma pena, lembra a coordenadora nacional, Myriam Tricate.

Na verdade, explica ela, o que precisaria estar acontecendo é justamente ao contrário: as escolas deveriam fazer um grande esforço de comunicação interna para mostrar à sua comunidade o grande valor, o diferencial de participar de um programa in-ternacional voltado para uma educação em valores cada vez mais decisivos para o futuro da humanidade.

Por isso, em sua intervenção, Renato recuperou vários conceitos da área de gestão, como posicionamento, marca e marketing. Tudo com o objetivo de levar as escolas a compreender o valor de pertencer à Unesco, um privilégio de poucas instituições brasileiras. Esse é, segundo explicou, o sentido de marketing educacional: a arte de criar um valor genuíno para os alunos e para a comunidade escolar.

Isso não pode ser confundido com ações de publicidade e com o uso indiscriminado do logo, em situações inadequadas. É justamente o contrário: trata-se de valorizar e utilizar com critério a marca da Unesco para fortalecer o PEA e as escolas associadas.

CampanhaRenato Casagrande foi mais longe para auxiliar os gestores de

escolas públicas e privadas: pediu a uma agência de marketing, com a

Com a Unesco estampada no peito da escola

qual trabalha, a Practice, para desenvolver um planejamento de comu-nicação para o PEA, no sentido de tornar essa marca mais conhecida.

O plano foi oferecido como uma contribuição de Renato para a comunidade de escolas do PEA, com orientações estéticas de uso do logo, projetos de banners para sites, entre outras peças de comunicação. A agência ainda sugeriu um melhor aproveitamento das datas comemorativas sempre no sentido de tornar o PEA mais conhecido interna e externamente.

A proposta de Renato foi ao encontro do esforço que a co-ordenação nacional vem fazendo especialmente nos dois últimos anos: já temos um site, que será paulatinamente aprimorado, e uma revista. Ao mesmo tempo, a coordenação nacional vem tra-balhando para unir as escolas em eventos comuns, como o Dia do Livro, entre outras oportunidades.

Recentemente, também, a Coordenação Nacional ofereceu a todas as escolas associadas o layout de uma placa de identificação para ser colocada no hall de entrada das instituições. “Temos de nos esforçar muito para tornar o PEA conhecido, e o primeiro passo é assumindo com orgulho essa parceria com a Unesco, em todos os momentos”, reitera Myriam.

Veja sugestões de Renato Casagrande para o PEA• Valorize a marca do PEA-Unesco. É um grande diferencial

para a escola.

• Faça sua comunidade saber que sua escola participa. É funda-

mental que a mensagem chegue aos pais, alunos e professores,

inclusive com uma cartilha explicativa.

• Inclua o logo do PEA-Unesco na sinalização de sua escola, em

áreas nobres, como a recepção.

• Comunique-se constantemente com a imprensa local, fazendo

seus projetos serem conhecidos.

• Aproveite as datas comemorativas para o desenvolvimento de

projetos de impacto na comunidade.

Gestão

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Uma rede de escolas cada vez mais ativa

Há dois anos, o Programa das Escolas Associadas à Unesco no Brasil começou a implementar um programa cujos principais objetivos era reordenar a rede de escolas associadas no Brasil, tornando-a mais coesa e ativa, fazer o PEA mais ser conhecido na sociedade brasileira e fortalecer os vínculos com a Unesco e com a rede de outros países. Nesta entrevista, a coordenadora nacional do PEA, Myriam Tricate, faz um balanço do que vem sendo feito e aponta os novos caminhos a serem percorridos.

Revista do PEA - Como a senhora apresentaria, no Brasil, o PEA hoje para quem que não conhece a Unesco?

Myriam Tricate - Eu diria que se trata de uma rede de 300 escolas públicas e privadas muito ativa, que desenvolve projetos pedagógicos inovadores e interessantes, sempre comprometidos com os objetivos globais que justificam a existência da Unesco. Não são apenas escolas inscritas, que cumprem burocraticamente esse papel. Trata-se de um time, que vem aprendendo a jogar junto e mostra um entrosamento cada vez maior.

Revista do PEA - O que a leva a pensar isso?Myriam Tricate - Muitas coisas. Tenho recebido os projetos das

escolas associadas, que são relatos formais das atividades desenvol-vidas ao longo do ano. E estou muito agradavelmente surpresa ao perceber que, de fato, estamos conseguindo uma transformação qualitativa na rede. Primeiro, temos recebido uma quantidade muito grande de projetos. Além disso, vejo que as escolas estão preocupadas em fazer dos objetivos da Unesco o núcleo central de propostas educativas realmente interessantes.

Revista do PEA - Isso não acontecia antes? O que mudou?Myriam Tricate - Não é que não acontecia antes. Mas tínhamos

uma rede com um envolvimento muito desigual. Escolas que con-tribuíam, faziam, aconteciam, ao lado de outras para quem estar na Unesco era algo pouco relevante, pelas mais diversas razões. O resultado é que havia um número grande de instituições que não

Entrevista Myriam Tricate

relatavam seus anteprojetos, no início do ano, nem a conclusão, no final – as duas únicas obrigações formais que a Unesco requer. Isso me incomodava muito, especialmente porque tínhamos um número grande de escolas interessadas em participar, mas sem direito à certificação, já que o PEA não estava autorizado a aceitar novas filiadas. A grande mudança, logo que assumi a gestão do programa no Brasil, veio de uma iniciativa simples: contatar as escolas uma a uma para saber o que estava acontecendo e pedir que se posicionassem: ou participavam efetivamente ou abdicas-sem. Isso fez com que quase um terço das escolas perdessem a certificação; ao mesmo tempo, pudemos incluir novas escolas, muito ativas e motivadas.

Revista do PEA - Por que esse passo era importante?Myriam Tricate - Embora seja a maior rede do mundo, o PEA

brasileiro ainda não é o mais ativo. Em alguns países, como o Chile e a Espanha, o PEA é um programa parceiro dos próprios ministérios da educação. Embora o Brasil tenha sido um dos países signatários da criação da ONU e da Unesco, a rede PEA só começou a crescer há pouco tempo, com a professora Vera Gissoni, a quem sucedi. Queremos que o PEA seja um programa vivo, influente e nacionalmente respeitado, ou seja, que faça a diferença. Para isso, estamos trabalhando em todas as frentes: estamos estimulando as escolas a participarem cada vez mais, intensificamos nossa rede de relações institucionais, participamos de projetos internacionais e planejamos novas ações, por exemplo, junto ao poder público.

Revista do PEA - O Encontro Nacional é uma delas? Onde será este ano?

Myriam Tricate - O Encontro Nacional é um momento-chave para as escolas do PEA. Esse é o único momento em que escolas deste imenso país podem trocar ideias e experiências, seus edu-cadores podem se conhecer pessoalmente e podemos apresentar em detalhes os temas propostos pela Unesco. Além disso, é uma ocasião de abertura para a sociedade, quando podemos nos comunicar com outros especialistas, escolas não-associadas, auto-ridades, jornalistas. Por tudo isso, temos procurado montar uma

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Revista PEA Unesco 21Revista PEA Unesco 21

programação muito especial, que motive as pessoas a cruzarem os céus do Brasil. No ano passado, em Florianópolis, reunimos mais de uma centena de escolas. Neste ano, o Encontro aconteceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, e foi um verdadeiro ponto de honra. Remamos contra a maré, mas o evento saiu e foi excelente.

Revista do PEA – Onde será o próximo? Myriam Tricate – Ah, este é o nosso sonho para 2010. Como

estamos no Ano Internacional da Biodiversidade, vivemos toda a problemática do clima, queremos crescer pelo interior do Brasil, incorporando mais escolas públicas – quem sabe, indígenas –, estamos trabalhando para realizar o evento em plena Amazônia. Não será fácil. Dependemos de parceiros fortes, o que se torna mais possível agora que conseguimos tornar o PEA uma Oscip. Isso possibilita captarmos recursos e ganhar mobilidade para que o PEA vá ainda mais longe.

Revista do PEA – Qualquer escola poderá participar? Myriam Tricate – Sem dúvida. Embora as escolas do PEA sem-

pre tenham, como seria de esperar, algumas condições especiais, fazemos muita força para que o evento seja aberto a todas as escolas interessadas. Por isso, convidamos um número grande de instituições, autoridades, jornalistas. Como o PEA não tem fontes próprias de recursos, as inscrições são pagas, mas dentro de um patamar muito razoável. É importante lembrar que o PEA vem se fortalecendo não apenas pelo empenho das associadas, mas também pelo interesse reiterado ano a ano pelas escolas candidatas. Temos muitas escolas que seguem o programa, cumprindo suas

formalidades e participando dos projetos, até porque esse é um pré-requisito para o credenciamento definitivo.

Revista do PEA - Para quem não conhece o PEA, a senhora pode falar um pouco mais sobre o programa?

Myriam Tricate - A Rede PEA, ou Programa das Escolas As-sociadas da Unesco, é o braço da Unesco no campo da educação formal. Trata-se de um dos mais bem-sucedidos programas do Sistema das Nações Unidas no campo educativo, criado em meados do século passado. São 8 mil escolas, em 177 países, de todos os continentes. As escolas associadas têm como caracte-rística comum o fato de priorizar, em seus projetos pedagógicos, os princípios defendidos pela Unesco no campo educativo: a formação de valores humanistas e a construção da cultura de paz. Ou seja, são escolas dispostas a serem verdadeiras embaixadoras da Unesco. Agora, isso não ocorre apenas no plano do idealismo. Falar da educação em valores implica, por exemplo, promover a qualidade de ensino, respeitar a multiculturalidade, utilizar os re-cursos tecnológicos para diminuir distâncias, desenvolver projetos entre escolas no território nacional e, em particular, com outros países. Todas as escolas-candidatas ficam inscritas por dois anos no programa, antes de receber a certificação da Unesco, que não tem custos, mas não dá direito a qualquer subvenção. Todos os anos, as escolas da rede reportam à Unesco os seus planejamentos e a descrição dos projetos realizados.

Revista do PEA - Que valores pautam os trabalhos desen-volvidos pela Rede PEA?

Myriam Tricate - Podemos pensar sob dois prismas. Os va-lores fundamentais são aqueles que fazem parte das premissas do trabalho da Unesco: trata-se de trabalhar pela promoção da educação de qualidade para todos, da valorização das diferenças culturais, da eliminação do preconceito, da sustentabilidade, da preservação ambiental, enfim, de uma grande variedade de temas. Um eixo que norteia o trabalho pedagógico - e esse é o segundo prisma - é o dos anos internacionais da Unesco. Todos os países que integram as Nações Unidas indicam, nas assembleias gerais, os temas fundamentais a serem trabalhados. Assim, tivemos o Ano Internacional do Planeta Terra, em 2008, e o Ano Internacional da Astronomia, em 2009. Além disso, a Unesco tem um calendário de datas internacionalmente celebradas, como o Dia Mundial da Diversidade Cultural ou o Dia Internacional para a Abolição da Escravatura, que também são incorporados no planejamento das escolas. Essas propostas acabam por se tornar um eixo em torno do qual se delineia todo um projeto de educação em valores. É a soma desses projetos que nos fortalece e permite amplificar os ideais da Unesco – e, por que não, de toda a humanidade.

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Relação das escolas associadasAlagoas

• Colégio Maria Montessori

Bahia

• Campus de Educação Integrada

(coordenação - BA)

Marinélia Fonseca da Hora

[email protected]

• Colégio Estadual Kleber Pacheco

de Oliveira

• Colégio Estadual Prof. Carlos Sant’anna

• Colégio Municipal Cleriston Andrade

• Colégio Pitágoras Teofilândia

• Colégio Polivalente da Vitória da Conquista

• CPM – Luiz Tarquínio

• EM Professora Zulmira Torres

• Escola Almirante Ernesto de Mourão Sá

• Escola Oficina de Salvador

• Escola Villa Lobos

• Facsa - Faculdade e Colégio

Santo Agostinho

• Instituto Nossa Senhora da Piedade

• Instituto São Tarcísio

Ceará

• Organização Educacional Farias Brito

(coordenação - CE)

Tales Montano de Sá Cavalcante

[email protected]

• Colégio Estadual Liceu do Ceará

• Colégio Máster

• EE de Ens. Fund. e Médio CE. Prof. José

Aurélio Câmara

• EE de Ens. Fund. e Médio Jonhson

• EE de Ens. Fund. e Médio Matias Beck

• EEFM Bárbara de Alencar

• EEFM Paróquia da Paz

• EEF General Murilo Borges Moreira

Distrito Federal

• Instituto de Educação Guiness

(coordenação - DF)

• Conceição das Graças Moreira Araujo

[email protected]

• CAIC Unesco – São Sebastião

• Creche Casa do Sol/Univ.

Holística Inter.-Unipaz

• Escola Classe 14 do Gama

• Escola das Nações

Espírito Santo

• Escola Crescer (coordenação - ES)

• Vera Lúcia Zanol Santos Neves

[email protected]

• Centro Municipal de Educação Infantil

“Laurentina Mendonça Corrêa”

• Centro Municipal de Educação Infantil

“Maria Goretti Coutinho Cosme”

• Colégio Ateneu do Espírito Santo

• Colégio Estadual Prof. Carlos Sant Anna

• Colégio Porta do Sol

• EE de Ensino Médio do Espírito Santo

• EM Professora Zulmira Torres

• EEFM Francelina Carneiro Setúbal

• EMEF – Samuel Batista Cruz

• EMEF Antônio Fernandes de Almeida

• EMEF Antônio Valesini

• EMEF Edna de Mattos Siqueira Gáudio

• EMEIEF Sebastião José Pivetta

• EMEF Otto Ewald Júnior

• Escola Crescer

• Escola da Ciência - Física

• Escola Juscelino Kubitschek de Oliveira

Goiás

• E M Prof. Deushaydes R. de Oliveira

(coordenação - GO)

• Erislene Martins da Silveira

[email protected]

• Colégio Estadual Honestino M. Guimarães

• Colégio Lyceu de Goiânia

• EE Benedito Pinheiro

• EE Maria Olinda de Almeida

• EM Antônio Fidelis

• EM Dep. José de Assis

• EM Manoel Caetano do Nascimento

• EM Nadal Sfredo

• EM Profa. Marília C. Azevedo Dias

• EM São Benedito

• Educandário Ev. Durval Rosa Pires

Maranhão

• C E Montessoriano Reino Infantil

(coordenação - MA)

Maria do Socorro Campos Naufel

[email protected]

• Centro de Ensino Upaon-açu

• Centro Educacional Colméia

• Colégio Atual

• Colégio Santa Tereza

• Sistema Educacional Master

Mato Grosso do Sul

• Instituto Montessoriano de Campo Grande

Minas Gerais

• Rede Pitágoras (coordenação - MG)

Marina Acúrsio

[email protected]

• Centro de Educação Cidadãos do Futuro

• Centro Educacional Gênesis

• Colégio Batista Mineiro

• Colégio Padre Eustáquio

• Colégio Santa Marcelina

• EE Abílio Caixeta de Queiroz

• EE Dom Velloso

• EE Dr. Agostinho da S. Silveira

• EE Presidente Costa e Silva

• EE Prof. José Ignácio de Sousa

Pará

• CESEP - Centro de Serviços Educacionais

do Pará (coordenação - PA)

Édson Raymundo Pinheiro de Souza Franco

[email protected]

Paraíba

• Colégio Motiva

Paraná

• Colégio OPET (coordenação - PR)

Adriana Karam Kolesk

[email protected]

• Assoc. Franciscana de Ensino Sr. Bom Jesus

• CCI - Centro Cultural Infantil

• Centro de Ensino Integrado New Life

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Revista PEA Unesco 23

• Colégio Bastos Maia

• Colégio Integral

• Colégio Mater Dei

• Colégio Nossa Senhora de Sion - Sede

• Colégio Nossa Senhora de Sion - Subsede

• Colégio Opet – Rebouças

• Colégio Saint Germain

• Escola Arte Manha

• Faculdade Metropolitana de

Curitiba – Famec

• Organização Educacional Expoente

• Sociedade Educacional Positivo

• St. James American School

Rio de Janeiro

• Creche Escola Criança e Cia

(coordenação - RJ)

Maria Cecília Ani Cury

[email protected]

• Aldeia Montessori – Unidade Freguesia

• Aldeia Montessori – Unidade Méier

• ALEF Centro Educacional

• Amanhecendo Escola para Bebês e Crianças

• Assoc. Brasileira Ensino

Universitário – ABEU

• Assoc. Educ. Cultural e Assist. Miesperanza

• Atchim Jardim Escola Ltda

• Baby Garden MCM Movimento Cultural

• Centro de Formação de Prof. Bezerra

de Araújo

• Centro Educacional 29 de Maio

• Centro Educacional da Lagoa

• Centro Educacional de Realengo

• Centro Educacional Elpídio da Silva

• Centro Educacional Miraflores

• Centro Educacional Santa Mônica

• Centro Universitário da Barra Mansa

• CIEP Almir Cabral

• CIEP Marechal Henrique Teixeira Lott

• CIEP Municipalizado Honório Peçanha

• Colégio Anglo-Americano

• Colégio Constructor Sui

• Colégio Cidade

• Colégio de Apl.Dr. Paulo Gissoni/

Castelo Branco

• Colégio de Aplicação Dom Helder Câmara

• Colégio Eduardo Guimarães/Inst. Educ.

Solange Guimarães Mussi

• Colégio Flama

• Colégio Gama Filho – Piedade

• Colégio Hélio Alonso – Meyer

• Colégio Hélio Alonso/Faculdade

Hélio Alonso

• Colégio Israelita Bras. A. Liessin – Botafogo

• Colégio Israelita Bras. A. Liessin – Tijuca

• Colégio Metropolitano

• Colégio Pedro II

• Colégio Rio de Janeiro

• Colégio Senhora da Pena

• Creche Bambini

• Creche Criançando

• Creche Escola Favinho de Mel

• Creche Escola Sonho Encantado

• Creche Therezinha Amorim do ESt. do RJ

• Creche Tic Tic Tac

• Curiosa Idade Centro Educacional

• EE Hervalina Diniz Pires

• EE Maria Veralba Ferraz

• EM Anísio Teixeira

• EM de E. Supletivo Pequeno Jornaleiro

• EM Embaixador João Neves da Fontoura

• EM Frei Orlando

• EM Gustavo Campos da Silveira

• EM Ismênia de Barros Barroso

• EM José do Patrocínio

• EM Maria Lúcia

• EM Raul Francisco Ryff

• EM Yolanda Costa dos Santos

• Eco-Escola de Educação Comunitária

• Educandário Santa Cecília

• Educandário Silva

• EEL PM Flávio Martins Albuquerque

• Escola Municipal Tenente Valmor

Lynch Valença

• Escola A Chave do Tamanho

• Escola Dínamis

• Escola Parque

• Esil Sociedade Educacional

• Ginásio Público 241 – Nação Mangueirense

• Instituto Gaylussac

• Jardim Escola Stockler

• Les Petits Creche Escola

• Meimei Escola Montessoriana

• Mopi Moderna Org. Pedagógica Infantil

Ltda – Cochrane

• Mopi Moderna Org. Pedagógica Infantil

Ltda – Valença

• Our Lady Of Mercy School

• Petra – Espaço de Educação Infantil –

Casa Escola Montessoriana

• Piuii Creche Escola Ltda

• Sabec – Assoc. Barramanense de

Ensino e Cultura

• Sistema Educacional Momento – MVI Total

• Unidade Integrada Garriga de Menezes

• Universidade Castelo Branco – UCB

Rio Grande Do Sul

• EEE Básica Borges de Medeiros

• EEE Básica Pedro Nunes de Oliveira

• EEE Básica Poncho Verde

• EEEF Amaral Lisboa

• EEEF Nossa Senhora de Fátima

• EEEF Prof. José Wilke

• EEEF Santo Carniel

• EEEF Tenente José Jerônimo

• EEEM Alexandrino de Alencar

• EEEM Crescer

• EEEM Cristo Rei

• EEEM Curupaiti

• EEEM Emílio Alves Nunes

• EEEM Eugênio Franciosi

• EEEM Frederico Kops

• EEEM Gastão Bragatti Lepage

• EEEM Guilherme Fischer

• EEEM José Luchese

• EEEM Margit Kliemann

• Escola Estadual Dr. Augusto do

Nascimento Silva

Santa Catarina

• Centro Educacional Menino Jesus

(coordenação - SC)

Irmã Marli Catarina Schlindwein

[email protected]

Page 24: Encontro Nacional de BH: sucesso total No ano que vem, Manaus

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• Caic – Centro Integrado da Criança

e do Adolescente

• CAIC – Nossa Senhora dos Prazeres

• Colégio Sigma

• Escola de Educação Básica Frei Nicodemos

São Paulo

• Colégio Guilherme Dumont Villares

(coordenação - SP)

Eliana Baptista Pereira Aun

[email protected]

• Anima Núcleo de Desenv. Infantil ltda.

• Apmit - Casa da Criança

• Ass. de Proteção e Assist. a Infância

• Associação Escola Graduada de São Paulo

• Assoc.Limeirense de Educ.Col. Acadêmico

• Associação de Ensino de Botucatu

• C.R.D.C. Balão Mágico

• Carmo Complexo Educacional

• Materna Centro de Cuidados e

Desenvolvimento Infantil

• Centro de Treinamento Escola Assertiva

• Centro Educ. Prof. Reinaldo Anderlini

• Centro Educacional Paineiras

• Centro Int.Mun. Prof. Alcina Dantas Feijão

• Colégio Acei - Assoc. Cultural e Aduc.

De Ilha Bela

• Colégio Afonso Pena

• Colégio Albert Sabin

• Colégio Albert Einstein

• Colégio Albert Einstein de Osasco

• Colégio Alma Mater

• Colégio Arbos

• Colégio Augusto Laranja

• Colégio Brasília de São Paulo

• Colégio Cermac

• Colégio Companhia de Maria

• Colégio Costa Zavagli

• Colégio Integral

• Colégio Laly

• Colégio Magister

• Colégio Mater Amabilis

• Colégio Miranda

• Colégio Nomelini - Cirandinha

• Colégio Palestra

• Colégio Passo Seguro

• Colégio Polílogos

• Colégio Raízes

• Colégio Rio Branco - Higienópolis

• Colégio São José

• Colégio Sidarta

• Criem - Centro recreação e educação infantil

• Colégio Benjamin Constant

• Colégio Cidade de São Paulo

• Colégio Conde Domingos /

Colégio Gato Xadrez

• Colégio Radial

• Colégio EAG - Tec

• Colégio Elvira Brandão

• Colégio Emece

• Colégio Ementa Objetivo Itapira

• Colégio Experimental Integrado

• Colégio Friburgo - Casinha Pequenina

• Colégio Guilherme Dumont Villares

• Colégio Ideal

• Colégio Jardim das Nações

• Colégio Jardim França

• Colégio Mackenzie

• Colégio Mackenzie - Tamaboré

• Colégio Magno / Jardim Esc. Magico de

Oz (coordenação Nacional)

• Colégio Mater Dei - SBC

• Colégio Ofélia Fonseca

• Colégio Paulo de Tarso

• Colégio Petrópolis /

Aquarela Educ.Infantil

• Colégio Prígule

• Colégio Rainha da Paz

• Colégio Saint Hilaire

• Colégio Sapiens

• Colégio Stella Rodrigues

• Colégio Uirapuru

• Colégios Integrados Oswaldo Cruz

• Diko Pataka Escola de Educ.Infantil

• Educati - Educação Infantil

• EEPG Professora Maria Dulce Mendes

• EMEF Caic Ayrton Senna da Silva

• EMEF Prefeito Jonas Rodrigues

• EM Prof. Lauro Bittencourt

• Elo Escola de Educação Infantil

• Escola de Educ.Infantil Guetti Reis

• Escola da Vila

• Escola Jardim dos Pequenitos

• Escola Sathya Sai

• Escola Tarsila do Amaral

• Escola Turminha do Vaga Lume - Araras

• Escola Turminha do Vaga Lume - Limeira

• Escola Waldorf Aitiara

• Escola de Educação Infantil Bem Querer

• Escola de Educação Infantil Primi Passi

• Escola Doce Viver

• Escola Infantil Céu Azul

• Escola Monteiro Lobato

• Escola Moppe Ed. Infantil e

Ensino Fundamental

• Escola Municipal Cora Coralina

• Escola Paulista de Educação Especial

• Escola Terra Mater

• Esfera - Escola Internacional

• Espaço Aberto Educação Infantil

• Evolução Centro de Dese. e

Recr. Infantil

• Instituto de Ensino Barão de Mauá

• Iep - Instituto Educacional Portinari

• Lar Anália Franco

• Núcleo Terapêutico Crerser

• Pequenitos Núcleo de Educação Infantil

• Prima Escola Montessori de São Paulo

• Pueri Domus Escola Experimental

• Somai Tecnologia e Educação

• Sistema Coc de Ensino Unid. Portugal

• Tininha Unidade de

Desenvolvimento Infantil

• Unidade Jardim Pueri Domus

Esfera - Escola Internacional

Sergipe

• Univ. Tiradentes- Unit (coordenação - SE)

• Colégio Estadual Poeta José Sampaio

Relação das escolas associadas

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Revista PEA Unesco 25

Dias e Semanas Internacionaisobservados pelas Nações Unidas

JANEIRO

27 - Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto (ONU)

FEVEREIRO

21 - Dia Internacional da Língua Materna (Unesco)

MARÇO

8 - Dia Internacional da Mulher

21 - Dia Mundial da Poesia (Unesco)

22 - Dia Mundial da Água

21 a 28 - Semana de Solidariedade com os Povos em Luta contra

o Racismo e a Discriminação Racial

ABRIL

7 - Dia Mundial da Saúde (OMS)

23 - Dia Mundial do Livro e dos Direitos Autorais

21 a 28 - Semana da Ação Mundial de Educação para Todos

MAIO

3 - Dia Mundial da Liberdade de Imprensa (Unesco)

15 - Dia Internacional das Famílias

JUNHO

4 - Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão

5 - Dia Mundial do Meio Ambiente

8 - Dia Mundial dos Oceanos

17 - Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca

23 - Dia da Língua Portuguesa

26 - Dia Internacional da Luta contra o Uso e o Tráfico de Drogas

AGOSTO

9 - Dia Internacional dos Povos lndígenas

12 - Dia Internacional da Juventude

23 - Dia Internacional para Relembrar o Tráfico de Escravos

e sua Abolição (Unesco)

SETEMBRO

8 - Dia Internacional da Alfabetização (Unesco)

16 - Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio

21 - Dia lnternacional da Paz

OUTUBRO

1º - Dia Internacional das Pessoas Idosas

4 a 10 - Semana Mundial do Espaço Sideral

5 - Dia Mundial dos Professores (Unesco)

2ª - quarta-feira de outubro

Dia Internacional para a Preservação de Desastres Naturais

21 - Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o

Desenvolvimento (Unesco)

22 - Dia Internacional para a Diversidade Biológica

31 - Dia Mundial de Combate ao Fumo (OMS)

NOVEMBRO

10 - Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento (Unesco)

11 a 18 - Semana Internacional da Ciência e da Paz

16 - Dia Internacional para a Tolerância (Unesco)

19 - Dia em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito e seus Familiares

20 - Dia Universal da Criança (UNICEF)

21 - Dia Mundial da Televisão

25 - Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra a Mulher

DEZEMBRO

1º - Dia Mundial da Aids (OMS)

2 - Dia Internacional para a Abolição da Escravatura

3 - Dia Internacional dos Deficientes

Especial

Os dias estabelecidos pela ONU para a comemoração de datas importantes

ou para marcar temas fundamentais podem ser uma oportunidade para a

realização de projetos ou para motivar a comunidade. Veja, aqui, algumas datas

importantes. As escolas associadas receberam um CD com o calendário completo.

Revista PEA Unesco 25

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26

A palavra projeto originou-se do latim projectu, “lançado para diante”. Isto significa dizer que um projeto é sempre algo que vai ser realizado (futuro) e se refere a um plano ou intento. Ao pensarmos desta forma, podemos entender os motivos de não existirem “receitas” que possam ser reproduzidas, pois assim que ele for realizado não será mais um projeto.

Outro fator importante a ser tratado quanto ao seu signifi-cado é entender que um projeto sempre rompe com um presente e sonha/projeta um futuro.

No âmbito dos projetos temáticos educacionais é importante destacar que sua função é propiciar meios, ambiente e situações que auxiliem na resolução de um determinado problema que seja significativo ao aluno. Assim, podemos entender que a projeção ou sonho deverá emergir de uma necessidade, desejo ou problema dos alunos e não do professor ou dos gestores.

Projetos impostos pelos professores e gestores podem não representar as necessidades dos alunos e por consequência podem não alcançar resultados satisfatórios, já que os alunos serão meros executores de atividades e ações sonhadas por outras pessoas.

Então significa dizer que professores e gestores nunca podem opinar sobre a temática de um projeto?

Não é bem assim, pois o que não é aconselhável é a impo-sição dos sonhos (projeções) dos gestores para outras pessoas (alunos) executarem. É preciso que o sonho seja de todos os envolvidos, portanto professores e gestores podem “vender” a ideia da temática e/ou problematização para os alunos, que passam a sentir necessidades e todos juntos realizam o projeto em questão.

Esta realização do projeto se dá por meio de diferentes per-sonagens, que são: os alunos, os professores e os gestores. Cada um com seu papel bem determinado e definido.

Especificamente no caso dos gestores, que é o foco deste texto, podemos mencionar que por terem a visão macro, possuem a faci-lidade de analisar a viabilidade do projeto por todos os ângulos, verificando as questões estratégicas, pedagógicas, os recursos etc.

Após esta análise de viabilidade, o gestor coordena a orga-nização do projeto e solicita aos professores a sua estruturação, que deve conter os seguintes itens:

• Tema• Apresentação/Introdução • Justificativa• Objetivos• Público-Alvo e Participantes• Recursos• Resultados• Avaliação É importante destacar que o gestor coordena esta estruturação

de tal modo a facilitar a redação dos itens mencionados para que estes sejam claros e concisos, evitando a superficialidade ou os textos prolixos.

Dos tópicos que compõem a estruturação do projeto, o gestor deverá solicitar maior ênfase e cuidado na redação dos itens:• Justificativa - eliminar é composto pelo diagnóstico (que trata

dos motivos, necessidades e opções), pelos benefícios (o que se espera) e a relevância (social, institucional, pessoal ou científica).

• Objetivos - definem-se o problema e sua delimitação para se estabelecer os objetivos (para que serve este projeto e princi-palmente o que esperamos alcançar com ele).

• Resultados - relato do processo e de todas as etapas do projeto e não apenas as fotografias tiradas no dia da exposição do projeto, já que estas retratam apenas os produtos e não o processo.

• Avaliação - que deverá ser necessariamente embasada nos objetivos estabelecidos.

Realizada a fase de estruturação do projeto, ele inicia em termos práticos, ou seja, o planejamento, a execução, a depuração, a apresentação e a avaliação.

Todas estas etapas práticas são trabalhadas pelos professores e alunos envolvidos, porém sob constante acompanhamento dos gestores, que além de orientar devem promover e “provocar”

O ABC dos bonsprojetos pedagógicos

Artigo Nilbo Nogueira

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Nilbo Ribeiro Nogueira é doutor pela PUC-SP e pós-graduado em psicopedagogia.

um olhar para a interdisciplinaridade, de tal modo que ocorram relações de integração e complementação entra as disciplinas, não ficando restrito apenas aos meros trabalhos isolados e fragmenta-dos, realizados pelos diferentes professores/disciplinas.

Como podemos notar, os bons projetos pedagógicos não dependem apenas do tema, da problemática e do empenho dos professores e alunos, mas sem dúvida da gestão em cada uma das etapas, desde a sua origem até a avaliação final, sempre com o olhar pedagógico e também estratégico que normalmente são habilidades mais desenvolvidas pelos gestores.

Saiba mais (livros publicados)

• Pedagogia dos Projetos - uma jornada interdisciplinar rumo ao

desenvolvimento das múltiplas inteligências. 6ª. ed. São paulo:

Editora Érica, 2004.

• Interdisciplinaridade Aplicada. 4ª. ed. São Paulo: Editora Érica, 2003.

• Como trabalhar com a educação emocional de nossos filhos e

alunos. 1ª. ed. São Paulo: Editora Érica, 2002.

• Temas Transversais - Reflexões e práticas rumo a uma noca

educação. 1ª. ed. São Paulo: Editora Érica, 2002.

• O professor atuando no ciberespaço - Reflexões sobre a utilização

da Internet com fins pedagógicos. 1ª. ed. São Paulo: Editora

Érica, 2002.

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Não há adulto que não tenha, um dia, passado horas entretido com peças de um LEGO ou, ao menos, presenteado uma criança com esse brinquedo sempre associado à noção de estímulo à criatividade e ao raciocínio. Mas, nos últimos 25 anos, o termo Lego ganhou novas acepções: pergunte a uma criança o que lhe vem à mente quando ouve esse nome - e não se surpreenda se a resposta for tecnologia e educação.

Essa guinada é bem conhecida no mundo do ensino. A Lego nasceu no período pós-depressão de 1929, quando um fabricante de móveis começou a fazer brinquedos de madeira com peças que sobravam. O sucesso foi tanto que a LEGO se tornou uma das mar-cas mais fortes de todo o mundo, em todos os setores. Em 2000, os lojistas norte-americanos o elegeram como o brinquedo do século.

Mas a LEGO foi bem além disso. Ainda em princípios da década de 1980, tornou-se uma das primeiras empresas a apoiar o laboratório do Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde o pesquisador Seymour Pappert erigia pontes teóricas entre o construtivismo, a pedagogia e a tecnologia aplicada ao ensino.

O envolvimento da empresa - que criou uma divisão própria para atuar no mundo educacional, a LEGO Education - originou a famosa tartaruguinha, um dos primeiros artefatos robóticos idealizados para a sala de aula.

Embora marcante e com um lugar de honra na história da tecnologia aplicada ao ensino, a proposta também foi superada pela própria evolução dos tempos e pela demanda por propostas mais replicáveis em diferentes contextos pedagógicos.

Assim, na década de 1990, começaram a ser produzidos os kits de robótica, que chegaram ao Brasil em 1998, repre-

sentados por uma empresa rigorosamente selecionada pela LEGO, a Zoom Brasil.

Os kits se disseminaram pelas escolas, que viram, nos pro-jetos de Robótica, um caminho rico a ser explorado. Porém, a dependência de instituições e grupos altamente interessados em tecnologia também era um limitador para o projeto - e aí entrou em cena a criatividade brasileira.

Projeto inovadorPercebendo a profundidade dos princípios pedagógicos que

estão por trás do LEGO, o presidente da empresa no Brasil, Mar-cos Wesley, propôs uma mudança de olhar: agora, em vez de estar centrado no produto tecnológico, o foco estaria naquilo que se pode aprender a partir do projeto e desenvolvimento dos robôs.

Foi assim que, a partir de 2002, os kits passaram a integrar projetos mais amplos, organizados em publicações e associados a uma intensa programação de educação continuada para os profes-sores. Nascia a ZOOM Brasil, com uma proposta metodológica de trabalho com a Robótica, em que a tecnologia representa apenas um elemento de atração para um universo mais amplo de experiências e aprendizagens.

Hoje, uma escola parceira não compra kits, mas procura pro-jetos sistematizados, com metodologia bem definida e aplicável em qualquer lugar do país, em escolas públicas ou particulares, da Educação Infantil ao Ensino Médio.

LEGO: fazer é aprenderMuito mais do que kits de robótica, a ZOOM Brasil, apoiada pela LEGO Education, leva a mais de um milhão de alunos e professores brasileiros o prazer de criar, fazer e aprender, a partir de uma nova metodologia de trabalho pedagógico

Parceria

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Revista PEA Unesco 29Revista PEA Unesco 29

Os projetos da ZOOM Brasil, transversais e interdiscipli-nares, buscam levar os alunos a desenvolver conteúdos, valores e competências cognitivas e sociorrelacionais vitais na educação contemporânea - por exemplo, a capacidade de transpor con-ceitos entre diferentes áreas, de elaborar projetos consistentes, de trabalhar em grupo, de integrar conhecimentos, de ter uma visão sistêmica do mundo e da natureza, necessariamente ligada à ideia de sustentabilidade.

Para dar esse salto qualitativo, foi convocado um time de peso, do qual fizeram parte os autores Celso Antunes, Lino de Macedo e Léa Fagundes. Pesquisadores de diferentes áreas foram convidados a construir um olhar multidisciplinar e integrado que servisse como um fio condutor para o trabalho pedagógico da Escola.

Toda a temática contemporânea da educação foi contemplada: o papel do professor como um mediador de processos de cons-trução do conhecimento, o aprender fazendo, a aprendizagem significativa, protagonismo, desenvolvimento de habilidades e competências, formação de atitudes e valores, a resolução de problemas, entre outros. Tudo sem perder de vista a importância do lúdico e do brincar, inerentes à proposta da LEGO.

Evidentemente, em um modelo com essa dimensão, a forma-ção do professor é essencial. Por isso, todas as escolas que aderem ao projeto recebem 128 horas de formação presencial. “Vamos à escola, participamos do planejamento pedagógico, fazemos as costuras necessárias para que nosso material de fato contribua para o trabalho do professor e depois fazemos o acompanhamento, até abrindo o kit com o professor”, conta Wesley, com orgulho.

“Deixamos de ser uma empresa de kits para nos tornar uma empresa de soluções inovadoras e criativas de aprendizagem”, resume o presidente. Para ele, isso só é possível porque a LEGO reverte todos os recursos para o projeto. “Se fôssemos vendedores, ganharíamos mais dinheiro, mas o objetivo é contribuir para a Educação”, assegura.

Assim, ao integrar o kit ao trabalho pedagógico cotidiano e curricular, a ZOOM Brasil, por meio de uma joint venture criada com o GRUPO LEGO da Dinamarca, tornou-se um modelo para o mundo - que acaba de chegar à China. No Brasil, o projeto ultrapassa 1 milhão de alunos, sendo que 74% da rede pública. “Estamos realizando nosso sonho de trabalhar pelo aprimora-mento da qualidade de ensino em todo o Brasil”, finaliza Wesley.

A ZOOM Brasil, apoiada pela LEGO Education, esteve presente no 15º Encontro Nacional do PEA, em BH

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“Os dados da pesquisa apontam para a necessidade de maior conhecimento do projeto por alunos, pais, professores, diretores, secretários de Educação e até mesmo por parte de alguns gestores do programa no Brasil. Apesar de a maioria reconhecer que o PEA pode contribuir significativamente para o trabalho com valores e com a melhoria da qualidade da educação na escola, percebe-se que o discurso e a prática pedagógica em relação à filosofia, pilares e temáticas a serem reforçados por uma escola associada da Unesco ainda são limitados na maior parte das escolas investigadas. Essa situação compromete significativamente a implantação dos pilares e temáticas do programa na política e currículo escolar e reduz o impacto educacional e social das escolas associadas da Unesco no Brasil, tanto na comunidade local como global. Por outro lado, verificamos que apesar de consideráveis limitações em relação à compreensão e cumpri-mento dos objetivos do programa, constatamos que duas das escolas públicas investigadas realizam um trabalho educativo de

O impacto de se tornar uma escola associada da Unesco no Brasil

Pesquisa

Ao longo do último ano, as pesquisadoras Lynette Shultz e a Ranilce Guimaraes-Iosif, esta brasileira, ambas da Universidade de Alberta, no Canadá, dedicaram-se a compreender melhor o funcionamento das escolas associadas da Unesco no Brasil. Foi, provavelmente, o primeiro trabalho acadêmico de fôlego sobre o programa – e deve abrir portas para a continuidade das pesquisas, o que é muito positivo.

Os resultados do trabalho foram apresentados no Encontro Nacional de Belo Horizonte, em outubro do ano passado, pela dra. Lynette Shultz. Infelizmente, Ranilce não esteve presente em função do nascimento de seu filho. Foi um dos pontos altos do evento.

A pesquisa teve caráter qualitativo, e partiu de informações levantadas em cinco escolas PEA de Educação Básica no Brasil, três localizadas no Estado de São Paulo e duas no Distrito Federal. O objetivo foi investigar o impacto social e educacional de se tornar uma escola associada da Unesco no Brasil e que tipo de cidadão essa escola pretende educar, priorizando a participação de escolas da rede pública.

Ao todo, foram entrevistadas 35 pessoas, incluindo diretores, vice-diretores, coordenadores e/ou assistentes pedagó-gicos, orientadores educacionais, professores e pais, bem como a ex e a atual coordenadora nacional do programa, as coordenadoras regionais de São Paulo e do DF e uma funcionária da Unesco na sede de Brasília. Para complementar o estudo, as autoras analisaram o site do PEA-Unesco Brasil, o portal oficial da Unesco e todos os projetos pedagógicos das escolas associadas participantes. Também foi analisada a literatura atual disponibilizada no portal oficial da Unesco.

O estudo gerou um documento que pode ser acessado na íntegra no site do PEA – o que não é possível na revista, em função do espaço restrito. Identificou, por exemplo, dificuldades de atuação do programa, entre eles a falta de apoio institucional da Unesco e dos órgãos públicos, como o Ministério da Educação e as secretarias estaduais e municipais.

Veja, nestas duas páginas, a parte final do trabalho.

qualidade, ainda que a filosofia do PEA não esteja amplamente implantada no seu currículo escolar.

Percebe-se que há grande potencial para o desenvolvimento do programa na escola pública desde que tanto gestores da escola, como do PEA e Secretaria de Educação ofereçam o suporte ne-cessário para a realização de atividades vinculadas ao programa. O impacto do programa depende não apenas dos gestores, mas também da participação de professores, alunos e comunidade. Porém, caberá aos gestores da escola garantir o espaço dialógico e democrático necessário para que professores, alunos e pais possam pensar criticamente, ter voz ativa e participar de todos os proces-sos de decisão e implantação dos projetos adotados pela escola.

As coordenações regionais do PEA precisam manter contato mais próximo com as escolas associadas e promover mais atividades de intercâmbios regionais, nacionais e internacionais com as escolas associadas. O envolvimento demonstrado pela atual coordenação nacional e pela coordenação regional de São Paulo é um sinal posi-

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tivo de que o PEA pode ser fortalecido no Brasil e trazer benefícios para todos. A coordenação do DF precisa descobrir alternativas mais viáveis para alcançar as escolas associadas. Ficou claro que os gestores do PEA Brasil precisam acreditar e investir mais nas escolas públicas associadas, além de criar espaço para que mais escolas públicas de todo o País também possam participar do programa.

Os gestores e a comunidade das escolas públicas associadas devem buscar meios de criar parcerias locais, mas também preci-sam cobrar mais iniciativa tanto da Unesco como da Secretaria de Educação em relação à formação de parceiras regionais, nacionais e internacionais que possam oferecer o suporte financeiro e pe-dagógico necessário para a manutenção e sucesso do programa. Uma gestão e uma coordenação pedagógica que conhecem e acreditam no projeto e na sua importância para a melhoria da qualidade da educação na escola pública podem ser fundamentais nesse processo. A sugestão é que a direção da escola, em parceira com os coordenadores pedagógicos, assistentes, supervisores e/ou orientadores educacionais, promova um processo de divulgação do PEA junto à comunidade escolar e a membros da Secretaria de Educação e da comunidade. O Conselho Escolar também precisa participar ativamente desse processo, contribuindo para que a prática educativa seja mais democrática e inclusiva.

A escola pública no Brasil sofreu e vem sofrendo uma modi-ficação até mesmo conceitual nos últimos anos e vem perdendo sua qualidade de modo geral, principalmente pelo fator político. Talvez esse programa da Unesco possa nos ajudar a mudar isso (Escola D, gestor/coordenador, DF).

A concepção de educação para a cidadania apresentada pela maioria dos participantes mostra que a escola associada precisa discutir coletivamente sobre o tipo de cidadão que pretende for-mar e as concepções adotadas nesse sentido, assim como discutir coletivamente que modelo de justiça social e de democracia a escola pretende promover. É importante questionar até que ponto a escola associada se compromete efetivamente com a promoção dos direitos humanos, da justiça social, da inclusão, da paz, da democracia, do respeito à diversidade cultural e da conservação do meio ambiente. Uma escola PEA precisa educar um cidadão consciente de sua responsabilidade social diante dos problemas sociais das comunidades local, regional, nacional e global.

Em relação à criação de parcerias para o fortalecimento do PEA-Unesco no Brasil, acreditamos que os gestores do PEA no Brasil podem aprender com exemplos de outros países que fazem parte do programa da Unesco. Podemos citar o caso do Canadá, onde o programa em cada província se mantém por meio de par-cerias com o Ministério de Educação (Província de Manitoba) ou com a Associação de Professores (Província de Alberta). A possibilidade de troca e aprendizagem do PEA deve ser estendida aos coordenadores do programa tanto na esfera regional como internacional. Mas o PEA Brasil também tem muito para contri-

buir. Sua experiência como o país com o maior número de escolas associadas no mundo pode ajudar outros países a ampliar sua rede e a desenvolver projetos inovadores. Os encontros nacionais das escolas PEA e a revista anual do programa são exemplos de boas práticas que devem ser socializadas e de espaços importantes para trocas de experiências nacionais e internacionais.

Uma vez que o PEA-Unesco pode trazer benefícios educacio-nais e sociais e que as escolas públicas brasileiras precisam resgatar a qualidade de sua educação e valorização social, o grande desafio do programa no País é tornar-se mais democrático e inclusivo, contribuindo para que a educação pública colabore efetivamente para a promoção da democracia e da justiça e transformação social no Brasil. Nesse sentido, é fundamental questionar por que o número de escolas públicas associadas é tão reduzido. Por que mais de 80% das escolas PEA no Brasil se concentram nas regiões Sudeste e Sul? Por que todos os coordenadores do PEA são oriundos das escolas privadas? Mas, além de questionar, devemos deixar claro o potencial de muitas escolas públicas em promover uma educação de qualidade para todos. Essa pesquisa evidencia que uma das escolas investigadas de São Paulo é exemplo positivo do potencial transformador da escola pública brasileira desde que receba o investimento e a valorização necessários por parte de seus governantes, gestores e sociedade.

Como vejo que esse projeto está dando certo na nossa escola, minha sugestão seria que fosse ampliado para as demais escolas públicas. Nossa escola poderia funcionar como multiplicadora de ideias. Quanto mais escolas estiverem envolvidas, maior será a possibilidade de formarmos cidadãos participativos. Esse é um desafio, pois não é fácil manter projetos como esse vivos na escola pública. (Escola C, professor/pai, SP).

Apesar de esse estudo ter se limitado à análise de cinco escolas públicas associadas e de os dados terem sido coletados em um curto período de tempo, acreditamos que as informações aqui apresentadas podem servir de base para se repensar o modo como o PEA-Unesco é entendido e colocado em prática nas escolas públicas brasileiras. Porém, recomendamos a realização de mais estudos na área, incluindo a participação de alunos e pais. O uso de técnicas da pesquisa-ação ou da crítica hermenêutica pode ajudar a compreender essa problemática em maior profundidade e contribuir para o alcance de alternativas possíveis. É importante também investigar o impacto do programa nas escolas privadas, assim como seu impacto em escolas das demais regiões do País. Uma das recomendações é que estudos futuros possam avaliar como esse programa da Unesco pode ajudar na redução de pre-conceitos e desigualdades presentes nas escolas e na sociedade brasileira e que processos de inclusão e/ou exclusão estão sendo adotados diante de comunidades historicamente marginalizadas no País, tais como as comunidades indígenas, ciganas ou predo-minantemente afro-descendentes.

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RealizaçãoPalavra Prima Comunicação Ltda.11 5685-0087

EdiçãoPaulo de Camargo

Projeto GráficoEdson Fogaça

Produção GráficaFernando Neves de Andrade

Apoio GráficoImprensa Oficial do Estado de São Paulo

Crédito FotosFotos de Belo Horizonte: Alexandre SallesCapa: Montagem com fotos dos projetos apresentados pelas escolas Augusto Laranja, Esfera Escola Internacional, Expoente, Monteiro Lobato e OPET.Páginas internas: fotos cedidas pelos Colégios OPET, Rio Branco, Sidarta.Foto divulgação: Hotel Ariaú.

CTP, Impressão e AcabamentoImprensa Oficial do Estado de São Paulo

Cartas devem ser enviadas para: Rua Duque Costa, 164 Jardim Marajoara, São Paulo, SPCEP 04671-160 - Brasil

COORDENAÇÃO BRASILMyriam Tricate

Coordenação regional - BahiaCampus de Educação IntegradaMarinélia Fonseca da Hora

Coordenação regional - CearáOrganização Educacional Farias BritoTales Montano de Sá Cavalcante

Coordenação regional - Distrito FederalInstituto de Educação GuinessConceição das Graças Moreira Araújo

Coordenação regional - Espírito SantoEscola CrescerVera Lúcia Zanol Santos Neves

Coordenação regional - GoiásE M Prof. Deushaydes R. de OliveiraErislene Martins da Silveira

Coordenação regional - MaranhãoC E Montessoriano Reino InfantilMaria do Socorro Campos Naufel Coordenação regional - Minas GeraisColégio PitágorasMarina Acúrsio

Coordenação regional - ParáCESEP - Centro de Serviços Educacionais do Pará Édson Raymundo Pinheiro de Souza Franco

Coordenação regional - ParanáColégio OPETAdriana Karam Kolesk

Coordenação regional - Rio de JaneiroCreche Escola Criança e Cia Maria Cecília Ani Cury

Coordenação regional - Rio Grande do SulCentro Educacional Menino JesusRoberta Veras Lago

Coordenação regional - São PauloColégio Guilherme Dumont VillaresEliana Baptista Pereira Aun

Coordenação regional - Santa CatarinaCentro Educacional Menino JesusIrmã Marli Catarina Schlindwein

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