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Encontro discute "A Democracia que queremos" Qua, 19 de Abril de 2017 09:57 Quais os desafios que estão colocados para a construção de uma nova proposta de reforma política que inclua as dimensões do processo de desigualdade no Brasil? Como construir formas de participação em novas institucionalidades? Como tornar o conteúdo da proposta da Reforma Política mais ampla? Essas foram as preocupações que norteiam o seguindo dia do encontro "A democracia que queremos", organizado pela Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma Política. 1 / 3

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Encontro discute "A Democracia que queremos"Qua, 19 de Abril de 2017 09:57

Quais os desafios que estão colocados para a construção de uma novaproposta de reforma política que inclua as dimensões do processo dedesigualdade no Brasil?Como construir formas de participação em novas institucionalidades?Como tornar o conteúdo da proposta da Reforma Política mais ampla?Essas foram as preocupações que norteiam o seguindo dia do encontro "Ademocracia que queremos", organizado pela Plataforma dos MovimentosSociais pela Reforma Política.

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Encontro discute "A Democracia que queremos"Qua, 19 de Abril de 2017 09:57

Em clima de balanço e retomada de ação, o encontro expõe a estratégia da Plataforma dosMovimentos Sociais pela Reforma Política em ampliar a construção de uma proposta dereforma do sistema político, englobando diversas expressões de resistência que se firmam nocotidiano, sejam eles de cor, raça, gênero e de classe. Para José Moroni, membro do colegiadodo Inesc e da Plataforma, "o nosso papel é articular, através da bandeira de uma reformapolítica ampla, as dimensões das desigualdades sociais do Brasil".

Retratos e paisagem

A Mesa formada pelas representações da Escola de Governo, Instituto Polis, ABONG, JUSDH,Intervozes  e Inesc, todas organizações ativas na Plataforma dos Movimentos Sociais,destacaram os eixos que foram a síntese do projeto da organização para  a proposta dereforma política; a democracia direta, participativa e representativa, a democratização dojudiciário e da comunicação.

Na reflexão da mesa, a importância de fazer com que a expressão "soberania popular" sesobressaia nas decisões políticas. Para Maurício Jorge (Xixo), da Escola de Governo, "o Brasilé fechado para  instrumentos de democracia direta  e a classe política de blinda da soberaniapopular, burocratizando processos como os critérios de contagem das leis de iniciativa popular.Precisamos radicalizar a democracia direta no Brasil".

A representante do Instituto Pólis , Anna Luzia Salles alerta para as fragilidades da democraciaparticipativa em espaços estratégicos do governo, em que a discussão sobre soberania érelegada pelos interesses do capital.

"Existe um filtro dos assuntos que podem ou não passar pelo crivo popular. Existem um sériede assuntos como economia, infraestrutura e desenvolvimento que estão sob a égide doexecutivo influenciado pelos interesses do grande capital", afirma Anna Luiza Salles.

Quando a questão se trata de representatividade, para Carmela Zigorni, representante doINESC, "fica visível a urgência de pensarmos uma nova institucionalidade que abrigue adiversidade d povo brasileira, pouco representada nos espaços de poder e decisão. Temosrecortes, como o segmento índigena, que não representam 2% na Câmara dos Deputados,assim como os 10% de mulheres, destas 2% somente de mulheres negras, e assim com acomunidade LGBTI, da juventude...", relata Carmela.

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Na perspectiva da democratização  da comunicação, Bia Barbosa, do Intervozes, relaciona afragilidade na democracia brasileira quanto a pluralidade de vozes

"Uma das mais gritantes fragilidades da nossa democracia é a falta de pluralidade de vozes, de ideias na nossa mídia de massa. A centralização do poder exercido pelas famíliasconcessionárias de rádio e tv no Brasil, tantas delas também com tradição política e presentesno Congresso Nacional, é um dos maiores impedimentos para as mudanças estruturais que osistema político precisa passar", defende, Bia.

Para Edélia Lauris, representante do JusDH, aponta o Poder Judiciário como um dos espaçosmais refratários a qualquer mudança, principalmente no que tange ao controle social.

"Temos um judiciário cada vez mais elitizado, distante dos problemas sociais, fechado para aparticipação popular e avesso a qualquer mudança que o democratize", denuncia Edélia.

Após a mesa, foram feitos trabalhos em Grupo no sentido de, a partir dos retratos feitos dosistema político, se construam paisagens de soberania popular e resistência, ampliando osconteúdos que estão propostos nos cinco eixos da Plataforma e expostas as propostas noPlenário para debate.

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