encontro de formação de professores coordenadores agosto, 2012
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Encontro de Formação de Professores CoordenadoresAgosto, 2012
CARLOS DRUMMOND DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE:ANDRADE:
“Se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados, (...) com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem”.
PROPOSTA CURRICULAR, PROPOSTA CURRICULAR, DOCUMENTO BÁSICODOCUMENTO BÁSICO
A educação precisa estar a serviço do
desenvolvimento pessoal, cuja construção
coincide com a construção da própria identidade,
autonomia e liberdade. Não há liberdade sem
possibilidade de escolhas. Estas pressupõem um
quadro de referências, um repertório, que só o
acesso ao conhecimento amplo que uma
educação geral, articuladora, que transite entre o
local e o mundial pode e deve oferecer. (texto
adaptado)
(FERREIRA, 2004, P. 306-307)(FERREIRA, 2004, P. 306-307)
Atender, viver e produzir a existência, por meio do trabalho, no mundo que se impõe com todas as suas transformações e, concomitantemente com toda a violência, por meio da mídia em suas diversificadas evoluídas e aceleradas formas, constitui-se uma exigência que a educação e sua gestão necessitam assumir construindo e reconstruindo coletivamente uma política educacional viva que priorize o humano em todas as pessoas do mundo e no conjunto da humanidade.
(FERREIRA, 2004, P. 306-307)(FERREIRA, 2004, P. 306-307)
“Gestão significa tomada de decisões, organização, direção. [...] Gestão da educação significa ser responsável por garantir a qualidade de uma “mediação no seio da prática social global” (Saviani, 1980, p. 120), que se constitui no único mecanismo de hominização do ser humano, que é a educação, a formação humana de cidadãos. Seus princípios são os princípios da educação que a gestão assegura serem cumpridos – uma educação comprometida com a “sabedoria” de viver junto respeitando as diferenças, comprometida com a construção de um mundo mais humano e justo para todos os que nele habitam, independentemente de raça, cor, credo ou opção de vida”.
Fraternidade, solidariedade, justiça social,
respeito, bondade e emancipação humana,
mais do que nunca, precisam ser
assimilados e incorporados como
consciência e compromisso da gestão
democrática da educação – princípios que
necessitam nortear as decisões a serem
tomadas no sentido da humanização e da
formação de todas as pessoas que vivem
neste planeta.
1. A democratização do ensino passa pelos currículos direcionados para o essencial, visando a objetivos de formação explícitos e sensatos. É importante que os critérios de sucesso sejam coerentes e sobretudo que dêem prioridade às aprendizagens essenciais e duráveis, opondo-se à incorporação de desempenhos facilmente mensuráveis, que resultariam de uma aprendizagem decorada, de uma forma de repetição, ou seja, de uma pedagogia bancária que consideraria os saberes e as competências como aquisições isoladas, a serem trabalhadas e avaliadas uma após a outra. A abordagem por competências deveria estimular a ir nessa direção (Perrenoud, 2000; Roegiers, 2000).
2. Privilegiar didáticas construtivistas e
dispositivos pedagógicos capazes de criar situações de aprendizagem fecundas não é compatível com critérios de sucesso que dão prioridade a tarefas simples, fechadas, individuais. Por que aprenderíamos a refletir, a formular hipóteses, a afrontar a complexidade do real no momento da aprendizagem se devemos responder corretamente a uma questão de múltipla escolha no momento da avaliação?
3. Desenvolver uma organização do trabalho
escolar colocada prioritariamente a serviço de
uma pedagogia diferenciada é sobretudo
afastar as urgências avaliativas, trabalhar em
ciclos de aprendizagem plurianuais
(Perrenoud, 2000a, 2002). É preciso que a
avaliação seja formativa ao longo do ciclo e
leve, ao final do ciclo de aprendizagem, a
aquisições essenciais e duráveis.
Coordenar a organização pedagógica de uma
escola que atenda as demandas da sociedade
atual implica que a equipe escolar tenha
clareza de qual é a função social da educação
básica hoje, distinguindo entre democratização
e massificação do ensino. Democratizar é
garantir o melhor para todos. A massificação
limita-se a oferecer qualquer ensino a todos.
O primeiro passo, portanto, é fazer com que toda a escola tenha um só foco: as situações de aprendizagem, que aqui chamamos aula, ou sala de aula. É aí que a finalidade primeira da educação formal – a aprendizagem e o sucesso do aluno – pode (ou não) ocorrer. A aula deve ocupar o lugar central na cabeça, no coração e nas mãos de todos os que trabalham na escola. Isso é tarefa para toda a comunidade escolar, que precisa construir um acordo coletivo sobre como os processos de ensino-aprendizagem deverão ser conduzidos.
ATPCSATPCS Lembre-se:Lembre-se:
A escola é o espaço por excelência da formação
continuada.
O trabalho coletivo é condição fundamental de
desenvolvimento da ação educativa.
A formação exige construir espaço para a escuta e
para o exercício da palavra.
A formação requer orientar-se por instrumentos
metodológicos que possibilitem a problematização da
experiência.
A formação deve permitir compreensão aprofundada
dos problemas e apontar caminhos para sua superação
“O currículo é sempre o resultado de uma seleção: de
um universo mais amplo de conhecimentos e saberes
seleciona-se aquela parte que vai constituir,
precisamente, o currículo. [...] Nas discussões
cotidianas, quando pensamos em currículo, pensamos
apenas em conhecimento, esquecendo-nos de que o
conhecimento que constitui o currículo está
inextricavelmente, centralmente, vitalmente,
envolvido naquilo que somos, naquilo que nos
tornamos: nossa identidade, nossa subjetividade”.
(SILVA, 2003, p. 16). Tomaz Tadeu da Silva, educador considerado um dos maiores
pesquisadores do currículo
GESTÃO DA SALA DE AULAGESTÃO DA SALA DE AULA
A parábola da caixinha Autor desconhecido: Um sitiante pediu certa vez a um sábio que o ajudasse a melhorar seu sítio, que tinha baixo rendimento. O sábio escreveu algo em um pedaço de papel e colocou em uma caixa, fechou e entregou ao sitiante, dizendo: “Leva esta caixa por todos os lados de seu sítio, três vezes ao dia, durante um ano”. Assim fez o sitiante. Pela manhã, ao ir ao campo segurando a caixa, encontrou um empregado dormindo, quando deveria estar trabalhando. Acordou-o e chamou sua atenção. Ao meio-dia, quando foi ao estábulo, encontrou o gado sujo e os cavalos sem alimentar. E à noite, indo à cozinha com a caixa, deu-se conta de que o cozinheiro estava desperdiçando os gêneros. A partir daí, todos os dias ao percorrer seu sítio, de um lado para outro, com seu amuleto, encontrava coisas que deveriam ser corrigidas. Ao final do ano, voltou a encontrar o sábio e lhe disse: “Deixa esta caixa comigo por mais um ano; meu sítio melhorou o rendimento desde que estou com o amuleto”. O sábio riu e, abrindo a caixa, disse: “Podes ter este amuleto pelo resto da sua vida” No papel havia escrito a seguinte frase: Se queres que as coisas melhorem, deves acompanhá-las constantemente.