encontro de estudos e pesquisas em histÓria, … · encontro de estudos e pesquisas em histÓria,...

76
ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR 1 GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL” HISTEDBR ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO: possibilidades e perspectivas para a investigação De 3 a 5 de setembro de 2007 Faculdade de Educação Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP Campinas - SP- Brasil

Upload: duongdien

Post on 07-Feb-2019

222 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

1

GRUPO DE ESTUDOS E PESQUISAS “HISTÓRIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO NO BRASIL” HISTEDBR

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS

EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO

HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO: possibilidades e perspectivas para a investigação

De 3 a 5 de setembro de 2007

Faculdade de Educação Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

Campinas - SP- Brasil

Page 2: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

2

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO

CADERNO de RESUMOS

Page 3: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

3

© by organizadores, 2007

Organizadores Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” HISTEDBR - Faculdade de Educação - UNICAMP Tiragem 200 exemplares Catalogação na Publicação (CIP) elaborada por Gildenir Carolino Santos – CRB-8ª/5447

1. Educação : Brasil : História 370.981 2. Escolas públicas : Brasil : História 371.01 3. Sociedade e educação : Brasil : História 370.1930981 4. Educação : Historiografia 370.9 4. Documentos : Fontes de informação 025.54

Impresso no Brasil 2007

ISBN 978-85-7713-050-4

© Nenhuma parte desta obra poderá ser reproduzida por meios impressos ou eletrônicos, sem a devida permissão escrita da autora. Todos direitos reservados e protegidos por lei.

Encontro de Estudos e Pesquisas em História, Trabalho e Educação - HISTEDBR (2007: Campinas, SP).

J769c Anais do Encontro de Estudos e Pesquisas em História,Trabalho e Educação realizado de 03 a 05 de setembro de 2007/ José Claudinei Lombardi, Marcos Cassin e Manoel Nelito M. Nascimento (Organizadores). -- Campinas, SP:Graf. FE : HISTEDBR, 2007.

1. Tema central: HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO: possibilidades e perspectivas para a investigação

ISBN: 978-85-7713-050-4

1. Educação – Brasil - História. 2. Trabalho – Brasil - História. 3. Sociedade e educação – Brasil - História. 4. Educação - Historiografia. 5. Fontes documentais. I Lombardi, José Claudinei; II. Marcos Cassin; III. Nascimento, Manoel Nelito M. IV. Título.

05-0162-BFE 20a CDD - 370.981

Page 4: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

4

COMISSÃO ORGANIZADORA

Coordenação Geral José Claudinei Lombardi - UNICAMP Marcos Cassin – USP- Rib. Preto Manoel Nelito M. Nascimento - UNICAMP

Comissão Executiva Carlos Lucena Ismênia Lopes Oliveira Jussara Gallindo Mariano de Carvalho Lalo Watanabe Minto Lidiany Cristina de Oliveira Godoi Maria Isabel Moura Nascimento Paulo César de Souza Ignácio Romeu Adriano da Silva Vera Lúcia Martiniak

Comitê Científico Profª. Drª. Ana Elizabeth Santos Alves – UESB Profa. Dra. Angela Maria Souza - UNIRIO Prof. Dr. Carlos Lucena – UFU Prof. Dr. Dermeval Saviani - UNICAMP Profª. Drª. Fabiane Santana Previtalli – UFU Prof. Dr. Francisco Máuri de Carvalho Freitas - UFES Prof. Dr. Geraldo Inácio Filho – UFU Prof. Dr. Gilberto Luiz Alves - UNIDERP Prof. Dr. Jefferson Carriello do Carmo – UNISO Prof. Dr. Jorge Cammarano Gonzalez - UNISO Prof. Dr. José Carlos de Araújo – UFU Prof. Dr. José Claudinei Lombardi - UNICAMP Prof. Dr. José Luis Sanfelice – UNICAMP/UNISO Prof. Dr. Luiz Bezerra Neto - UFSCar Profª. Drª. Mara Regina Martins Jacomeli - UNISAL/UNICAMP Prof. Dr. Marcos Cassin – USP Profª. Drª. Maria Cristina Gomes Machado - UEM Profª. Drª. Maria de Fátima Rodrigues Pereira - UNC Profª. Drª. Maria Isabel Moura Nascimento – UEPG Profa. Dra. Marisa Bittar - UFSCAR Profª. Drª. Olinda Maria Noronha - UNICAMP Prof. Dr. Paulo de Tarso Gomes – UNISAL Prof. Dr. Robson Luiz de França – UFU Prof. Dr. Sérgio E. M. Castanho – UNICAMP Prof. Dr. Wilson Sandano – UNISO

Apoio Técnico - Faculdade de Educação - UNICAMP Cármen Lúcia Rodrigues Arruda - Relações Públicas Edgar da Rocha - Informática Fernando César Leme da Silva - Multimeios Gilberto Oliani - Videoconferência Gildenir Carolino Santos - Biblioteca Jórgias Alves Ferreira - Publicações Luciana Rodrigues - Eventos Roberta Possuto - Comunicação Eletrônica Sivaldo Luis Martinelli - Informática

Page 5: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

5

INSTITUIÇÃO PROMOTORA

Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP - Faculdade de Educação

INSTITUIÇÕES PARTICIPANTES Centro Universitário Una - UNA Fundação Oswaldo Cruz Universidade de São Paulo - USP/RP Universidade Estadual de Londrina - UEL Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul - UEMS Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF Universidade Federal de Minas Gerais -UFMG Universidade Federal de São Carlos - UFSCar Universidade Federal de Uberlândia - UFU Universidade Federal do Paraná - UFPR Universidade Federal Fluminense - UFF

INSTITUIÇÕES DE APOIO

Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES

Fundo de Apoio ao Ensino, à Pesquisa e à Extensão – FAEPEX/UNICAMP

Page 6: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

6

ÍNDICE DE AUTORES

A

Ada Maria de Almeida............................................... 11

Adriene Santanna ....................................................... 12

Ana Elizabeth Santos Alves ....................................... 13

Ana Lucia Tomaz Cardoso......................................... 14

Aracely Mehl Gonçalves............................................ 15

B

Bruno Adriano Rodrigues da Silva ............................ 16

C

Carla Rezende Gomes................................................ 17

Carlos Alberto Lucena ............................................... 37

Carlos Lucena ...................................................... 18, 19

Carlos Roberto Alexandre.......................................... 78

Carolina Pasquini Ribeiro .......................................... 20

Cássia Funes .............................................................. 21

D

Daniel Basso Polezi ................................................... 22

Dhênis Rosina ............................................................ 23

Dirce Nei Teixeira de Freitas ..................................... 58

Douglas Eduardo da Conceição Diógenes ................. 24

E

Edson Caetano ........................................................... 25

Elessandra Karen Carneiro Silva................................ 26

Elza Margarida de Mendonça Peixoto ................. 27, 39

Eraldo Leme Batista................................................... 28

Erika Bueno de Camargo Ferreira.............................. 29

Evelcy Monteiro Machado......................................... 30

F

Fabiane Santana Previtalli.................................... 19, 31

Fernando Antonio Peres............................................. 32

Francisco Máuri de Carvalho Fre itas ........................ 33

G

Giane Maria de Souza ................................................ 34

H

Hormindo Pereira de Souza Júnior............................. 35

I

Inaya Maria Sampaio ................................................. 36

J

Jane Maria dos Santos................................................ 37

Jefferson Carriello do Carmo..................................... 38

Jorge Luis Cammarano González .............................. 21

José Claudinei Lombardi ........................................... 39

José Damiro de Moraes.............................................. 40

José Joaquim Pereira Melo ........................................ 23

José Luis Sanfelice .................................................... 77

José Luis Vieira de Almeida ...................................... 41

K

Kátia Oliver de Sá...................................................... 39

L

Lívia da Rosa Souza .................................................. 78

Lúcia Aparecida Valadares Sartório .......................... 42

Luciene Maria de Souza ............................................ 44

Luiz Bezerra Neto...................................................... 45

M

Manoel Nelito M. Nascimento................................... 46

Marcelo Soares P. da Silva ........................................ 26

Márcia Beatriz Velludo Araújo Fugeiro .................... 47

Marcos Cassin............................................................ 70

Marcos Francisco Martins.......................................... 22

Maria Aparecida da Silva..................................... 48, 71

Maria de Fátima Matos de Sousa............................... 51

Maria de Fátima Rodrigues Pereira ..................... 39, 49

Maria Elisabeth Blanck Miguel ................................. 75

Maria Iolanda Fontana ............................................... 50

Maria Isabel M. Nascimento...................................... 77

Maria José Aviz do Rosário....................................... 51

Maria Lúcia de Góis .................................................. 52

Maria Lúcia Machado Aranha ................................... 68

Maria Luiza Costa...................................................... 53

Maria Vieira Silva...................................................... 19

Marisa Brandão.......................................................... 54

Meire Terezinha Muller ............................................. 55

Monica Fernanda Botiglieri ....................................... 56

N

Neuza Severo Ribeiro Dias........................................ 57

Nilce Aparecida da Silva Freitas Fedatto................... 58

Nilo Silva Pereira Netto ............................................. 59

Nilton Ferreira Bittencourt Junior.............................. 60

P

Patrícia Vieira Trópia................................................. 61

Paulo César de Souza Ignácio.................................... 62

Polyana Imolesi Silveira de França............................ 63

Page 7: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

7

R

Rachel Aguiar Estevam do Carmo ............................. 64

Raquel de Almeida Moraes........................................ 65

Rejane Aurora Mion................................................... 76

Rita de Cássia Ribeiro Barbosa.................................. 66

Rita Filomena Andrade Januário Betini ..................... 12

Robson Luiz de França .................................. 19, 36, 67

Roger Carlos Ferreira Alves Santos ........................... 68

Ronaldo dos Santos Travassos ................................... 69

S

Samila Bernardi do Vale ............................................ 70

Sara Rios Bambirra Santos......................................... 71

Silvani Aparecida Ribeiro de Paiva ........................... 72

Sirlene Cristina de Souza........................................... 44

Sonia Silva Barreto .................................................... 73

T

Teresa Maria Grubisich ............................................. 41

V

Valeria Bolognini Ferreira Machado ......................... 74

Vanessa Melo do Nascimento.................................... 75

Vania Cristina Pauluk de Jesus .................................. 76

Vera Lucia Martiniak................................................. 77

Vera Maria de Almeida Corrêa.................................. 78

Page 8: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

8

RESUMOS

Os autores são responsáveis pela correção gramatical e conteúdo dos seus textos.

Page 9: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

9

O INGRESSO DO ESTUDANTE DE NÍVEL MÉDIO E DA ESCOLA TÉCNICA NO MERCADO DE TRABALHO POR MEIO DE ESTÁGIOS NÃO-OBRIGATÓRIOS:

PERCEPÇÃO E ADAPTAÇÃO DOS JOVENS À OCUPAÇÃO PRECÁRIA

Ada Maria de Almeida Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

[email protected]

Este trabalho, tese de doutorado da autora em fase de qualificação, visa analisar como vem ocorrendo a inserção do estudante de ensino méd io e técnico no mercado de trabalho por meio de estágios remunerados não-obrigatórios para a obtenção do diploma. O estudo empírico, que se caracteriza como estudo de caso, foi realizado tendo como objeto de análise duas escola públicas estaduais do município de Araraquara-SP a partir da quais pôde-se apreender qual a percepção a gestão escolar e os estudantes - os sujeitos de análise - estão fazendo de uma forma de trabalho precário que vem sendo justificado e legitimado, tanto na sociedade como um todo quanto no espaço escolar, como uma alternativa contra o brutal desemprego que assola a juventude brasileira na atualidade. No processo de inserção do jovem de ensino médio e da escola técnica no mercado de trabalho por meio de estágios constata-se que a instituição escolar, ao lado da legislação, vem cumprindo, ao ser a principal responsável pela gestão dos estágios junto às empresas, uma função essencial de eximir os empregadores das obrigações relativas ao uso e exploração da força de trabalho juvenil, num movimento que começa pela abertura do espaço escolar, público, à iniciativa privada capitalista para que esta recrute estudantes que sirvam de mão-de-obra barata e escolarizada disposta a realizar com a mais completa dedicação as mais diversas atividades do setor da indústria, do comércio, da prestação de serviços e de órgãos públicos, até o ponto em que, a própria direção escolar se encarrega de fazer para as empresas e/ou agências de empregos (estas últimas muitas vezes operando sob a denominação de Organizações Não-Governamentais – Ongs) a seleção e indicação dos “melhores” alunos para estagiar. Para conseguir uma vaga de estágio o estudante deve se destacar, na visão da gestão escolar, por suas “virtudes” em relação a atitudes e comportamentos como “assiduidade”, “pontualidade”, “disciplina”, “boas notas”, “respeito para com os agentes escolares”, etc. E o aluno, tanto da escola de ensino médio quanto da escola de nível técnico, vítima de um profundo processo de alienação e reprodução social capitalistas herdados da escola e da sociedade, vem percebendo os estágios remunerados não-obrigatórios como uma das formas mais legítimas de ingresso e manutenção da juventude no mercado de trabalho. E essa percepção está presente ainda que as condições materiais de existência dos estudantes denunciem a fragilidade, a instabilidade, a ausência de direitos sociais e trabalhistas, os baixos salários, as extensas jornadas de trabalho e o peso da conciliação diária entre trabalho e estudos que, normalmente, regem os contratos de estágios das mais diversas naturezas. O que se detecta, portanto, por meio das entrevistas realizadas e analisadas de forma qualitativa, é a adaptação do jovem - o trabalhador adulto de amanhã - à ocupação precária e à instabilidade da vida. Tem-se, nos estágios, o jovem estudante “adaptado” a trabalhar e a viver sem direitos ou com poucos direitos, embora, todos sonhem com um futuro próspero, com os bens de consumo divulgados na mídia, com altos níveis de escolaridade e de salários que colocam a educação e a formação como um valor a ser seguido e perseguido a qualquer custo e pela vida inteira. Palavras-chave: Estágios; Precariedade; Juventude

Page 10: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

10

ALGUMAS CONSIDERAÇOES SOBRE OS CONTOS DE CHARLES PERRAULT: IDEOLOGIA VERSUS CONTOS DE FADAS

Adriene Santanna e Rita Filomena Andrade Januário Betini

FCT UNESP Campus de Presidente Prudente - [email protected]

Inúmeras histórias infantis contêm, em suas estruturas, elementos que refletem a organização social das quais advêm, cujas sociedades elaboram e inserem valores pertencentes a uma única classe e tidos, de tal modo, como valores justos e apropriados a cerca da realidade, e portanto, articulam-se como concepções socialmente aceitas. Deste modo, compreender a ideologia que se encontra subjacente aos contos, em particular, aos contos do autor francês Charles Perrault, configura-se imprescindível, visto que, os ideários presentes nestes contos, vinculados à época de sua criação, articulam-se à realidade objetiva do leitor, comprometendo a apreensão do todo social, bem como, a sua efetiva participação na sociedade. Assim, os contos de Perrault, datados como o início na Literatura Infantil no século XVII exprime os elementos socialmente aceitos, isto é, a ideologia burguesa, a qual reflete os marcos característicos de uma classe que, desejava o poderio político pertencente, até então, nas mãos dos monarcas. Para a realização do objetivo proposto, isto é, desvelar os discursos ocultos, utilizaremos o método histórico-dialético que fundamenta e justifica as hipóteses que aqui pretendemos esclarecer, deste modo, empregamo-lo para analisar, as considerações referentes às categorias teórico-metodológicos necessárias para desconstruir o discurso subjacente aos textos de Perrault. Esse método examina a totalidade à luz de uma perspectiva antropológica, pois, a sociedade é vista como construída por sujeitos históricos, participantes e atuantes nos processos sociais que, produzem seus bens de subsistência, segundo a economia vigente. Em outras palavras, os homens são determinados para produzirem, sobreviverem e se relacionarem conforme o modo de produção presente na sociedade em que estão inseridos, que neste caso, o sistema capitalista. Pode-se constatar que neste sistema as relações estabelecidas entre as classes priorizam a classe hegemônica que manipula a organização objetiva da sociedade, incutindo sua perspectiva social sobre a classe trabalhadora, ocultando desta forma, as relações conflituosas existentes na sociedade capitalista. Deste modo, é essencial à compreensão, nas obras de Perrault, - e não somente nestas - das questões relativas aos processos decorrentes entre as classes compostas pelo novo modo de produção, isto é, capitalista. Em outras palavras, é de suma importância distinguir os elementos utilizados pela classe burguesa, através dos contos, que têm por finalidade ratificar e perpetuar a dominação social e econômica sobre a classe oprimida, ocultado a luta que se trava entre as classes antagônicas. Palavras-chave: Ideologia, Literatura Infantil, Filosofia

Page 11: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

11

TRABALHO E QUALIFICAÇÃO NA AGROINDÚSTRIA DE LEITE – LATICÍNIOS: UM ESTUDO NA REGIÃO SUDOESTE DA BAHIA

Ana Elizabeth Santos Alves

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB [email protected]

Esta comunicação corresponde a uma parte da pesquisa que está sendo desenvolvida pelo Grupo de Estudos e Pesquisas Trabalho e Educação do Museu Pedagógico da UESB sobre “O Trabalho e a História da Qualificação Profissional na Indústria de Laticínios na Região Sudoeste da Bahia” . O objetivo deste texto é apresentar algumas considerações a respeito das diferentes maneiras de organização da produção nas fabriquetas de queijo e requeijão e nas indústrias de laticínios na Região Sudoeste da Bahia e, também, descrever o modo como os trabalhadores são qualificados nesses espaços. A redefinição das formas regulatórias mundiais na produção de alimentos, em conseqüência das transformações estruturais do capitalismo, implica em consequências para os processos de trabalho no ramo de laticínios. As reflexões deste texto, que procuram investigar se essas mudanças ocorreram no contexto estudado, baseiam-se em pesquisa de campo, realizada no ano de 2006 e primeiro semestre de 2007, em cinco indústrias de laticínios e três fabriquetas de queijo e requeijão, situadas na zona rural, tendo sido utilizada s observações nos locais de trabalho e entrevistas com proprietários, gerentes e alguns funcionários e técnicos da vigilância sanitária. Concluímos que, nas fabriquetas, os trabalhadores são analfabetos, o processo de trabalho é precarizante e essencialmente artesanal. Nas indústrias, em que pesem os diferentes níveis tecnológicos das empresas, a composição dos trabalhadores possui baixo nível de escolaridade, a aprendizagem do ofício acontece na prática e é incomum a participação deles em qualquer curso de treinamento. Palavras-chave: Qualificação profissional, Trabalho e Agroindústria

Page 12: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

12

TRABALHO E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL

Ana Lucia Tomaz Cardoso Universidade Estadual de Maringá - UEM

[email protected]

O presente trabalho tem como objeto de estudo a Educação de Jovens e Adultos, que se configurou, a partir dos anos 90, no Brasil, como resultado da reforma educacional ocorrida no país na última década do século XX, sob a coordenação do Ministério da Educação e influenciada pelos organismos multilaterais e a nova reconfiguração do capital no mundo do trabalho. O objetivo é contribuir no debate sobre a relação Educação e Trabalho, centrando a discussão na modalidade de educação de jovens e adultos, no período delimitado, tendo como fio condutor a questão escolarização versus in(ex)clusão do mundo do trabalho, no contexto da globalização do capital. Considera-se tal procedimento necessário porque se parte do pressuposto de que as questões tratadas nesta pesquisa devem ser contextualizadas no tempo e no espação histórico em que foram produzidas para que a análise possa ser realizada por mediações entre as esferas do particular e da totalidade. Para dar conta do proposto buscou-se estabelecer um dialógo crítico com as fontes primárias e secundárias, buscando apreender os fundamentos teóricos e ideológicos nelas enunciadas para ao final, traçar o perfil da educação da educação de jovens e adultos no Brasil, v isando apreender o controle social que o capital exerce no mercado de trabalho. Palavras-chave: Trabalho - Educação de Jovens e Adultos

Page 13: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

13

TRABALHO E EDUCAÇÃO NA IMPRENSA ANARCO-SINDICALISTA – JORNAL “A PLEBE” (1917- 1919)

Aracely Mehl Gonçalves

Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG [email protected]

Frente à constatação de que a Pedagogia Libertária foi sufocada pela ideologia dominante burguesa, através principalmente da ação do Estado, que dava amplos poderes à polícia política e à polícia secreta, que fez uma limpeza de tudo o que lembrasse ou simplesmente mencionasse a organização operária anarquista no começo do século XX, com teor socialista e anti-capitalista no Brasil, fez-se necessário o desenvolvimento de estudos que contemplem tal pensamento pedagógico que indiretamente veio a modificar muito da história educacional do Brasil. A pesquisa: FRANCISCO FERRER Y GUARDIA: Educação e a imprensa anarco-sindicalista A PLEBE (1917- 1919)., parte de uma concepção de história onde se busca expor o processo real de produção, partindo da produção material da vida dos anarquistas, também conhecidos como libertários, a fim de compreender a forma de intercâmbio trazido por eles ao modo de produção engendrada nesta sociedade no período histórico analisado. Ao se eleger o “A Plebe” como fonte histórica para a pesquisa desenvolvida pela autora no programa de mestrado em educação pela UEPG, apresenta-se a necessidade do estudo do processo histórico de sua formação bem como da constituição do movimento social em que ele está inserido. O que está sendo apresentado neste momento, constituiu resultado de uma das fases da pesquisa, onde se objetivava levantar e analisar a formação do movimento anarco-sindicalista em São Paulo bem como o jornal “A Plebe”. Como referencial teórico metodológico foi utilizado o materialismo histórico uma vez que se entende que o modo de produção da vida material condiciona o processo de vida social, política e intelectual, enfim a concepção estabelecida pela sociedade é norteada pelas suas práticas. Os resultados alcançados demonstram que, apesar da dificuldade de organização do movimento anarco-sindicalista, este se tornou o porta voz da classe operária no período da Primeira República e o jornal “A Plebe” contribui tanto para a disseminação do sindicalismo quanto para desvelar as ideologias colocadas pela classe dominante. Palavras-chave: Pedagogia Libertária, Anarco-sindicalismo, Ideologia, Trabalho.

Page 14: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

14

A TERCEIRA VIA E AS POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO INTEGRAL: SOBRE A ORGANIZAÇÃO ESCOLA/COMUNIDADE NO PROGRAMA BAIRRO-ESCOLA.

Bruno Adriano Rodrigues da Silva

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO [email protected]

Este resumo é resultado de inferências iniciais desenvolvidas no c onjunto de elaboração da pesquisa “Relação Escola / Comunidade: pensando sobre uma educação integral realizada em tempo integral” integrada ao projeto “Tempo Integral e Educação Integral no Ensino Fundamental” realizado na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro sob responsabilidade do Núcleo de Estudos de Escolas Públicas de Horário Integral (NEEPHI). Nesta fase, apreciaremos de forma ainda incipiente, algumas aproximações entre a política pública desenvolvida na cidade de Nova Iguaçu no estado do Rio de Janeiro - Bairro-Escola – com os padrões de desenvolvimento contemporâneos das políticas no âmbito da educação no Brasil. Falamos sobre uma tendência na ordem societária que busca ampliar a participação da sociedade no que diz respeito à aplicação das políticas públicas, ou seja, busca-se para além da ampliação do debate uma maior intervenção/responsabilidade por parte da população, algo que transfira e viabilize o desenvolvimento das atividades no cotidiano da vid a escolar. Nesse sentido, especificaremos, primeiramente sobre como se dá na face atual do modo de produção capitalista o ordenamento do estado ampliado, o provimento do estado frente aos direitos sociais e a participação da população neste contexto, o que para Anthony Guiddens se codifica como o papel da nova social democracia mundial (Neves e Sant’Anna, 2005), ou o capitalismo de terceira via. Em um segundo momento procuraremos expor um breve histórico sobre o desenvolvimento das políticas públicas de educação integral no Brasil, salientando a importância destas na elaboração e construção de um novo contexto social no Brasil. Finalizando procuraremos evidenciar, através do programa Bairro-Escola, as modificações existentes na natureza destas políticas - principalmente na participação social - na esfera educacional, apontando paralelamente as modificações contextuais ocorridas na sociedade brasileira. Para isso, iremos dialogar com as formulações de Antonio Gramsci, marxista italiano, notadamente no que diz respeito as suas categorias de organização do estado buscando trabalhá-las dentro da configuração de um novo modelo de produção, ou melhor, de uma transição no modo de produção capitalista no Brasil, de uma tendência agrário-exportadora para um modelo industrial-financeiro. E nesse sentido expor o prosseguimento de uma tendência que busca notabilizar um alinhamento entre classes sociais, e “mumificar” os conflitos de classe existentes no âmbito da sociedade civil, constituindo assim uma nova forma de condução do bloco histórico, notadamente através do papel educador assumido pelo estado, e da própria configuração da hegemonia do bloco no poder. Palavras-chave: Estado Educador, Escola/comunidade; Programa Bairro-Escola

Page 15: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

15

A PROFESSORA E A QUESTÃO DE GÊNERO. UM ESTUDO DE CASO EM SERGIPE

Carla Rezende Gomes Universidade Federal de Sergipe - UFS

[email protected]

O estudo discute, á luz das categorias analíticas gênero e identidade, a influência da prática pedagógica da professora ligada às diferenças de gênero em sala de aula, no processo de construção das identidades de gênero em seus alunos e alunas. Faz uma análise histórica da formação profissional da professora e o quanto esta era (é) carregada de estereótipos de gênero. Trata-se de um recorte das questões levantadas pelo trabalho “A prática da professora e a construção das identidades de gênero em escola da rede municipal de ensino de Aracaju”.A pesquisa qualitativa é realizada por meio do Estudo de caso. Foram privilegiados para a coleta de dados: observação participante e entrevistas semi-estruturadas. A amostra da pesquisa é composta por 06 professoras (es). Estão sendo realizados seis turnos de observação de duas horas cada, totalizando, ao final, doze horas de observação participante em sala de aula para cada docente. O estudo acontece numa unidade de ensino do município d e Aracaju que possui 1294 alunos e alunas matriculados (as), sendo 434 deles (as) distribuídos em 14 turmas de 1a. a 4a serie no turno da manhã. Palavras-chave: Educação, Gênero, formação profissional

Page 16: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

16

CIÊNCIA, EDUCAÇÃO E PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO

Carlos Lucena Universidade Federal de Uberlândia - UFU

[email protected]

Este trabalho analisa as transformações do capitalismo monopolista e seus impactos na formação dos trabalhadores. Aponta as articulações entre o trabalho, a ciência e a tecnologia, problematizando a sua produção e os interesses sociais envolvidos. O que demonstramos é a contradição entre o avanço tecnológico e a precarização das condições de vida da sociedade mundializada. O que se verifica é um processo de divisão internacional do trabalho que possibilita a circulação de tecnologias obsoletas, impulsionando a alienação do e pelo trabalho e as diferenças radicais de regiões para com outras regiões no planeta. Palavras-chave: trabalho, ciência, precarização, tecnologia Texto apresentado na Mesa de Debate: "Trabalho como categoria central de análise e como princípio educativo".

Page 17: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

17

HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO: UM ESTUDO SOBRE A FORMAÇÃO

PROFISSIONAL NA REGIÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO (1960 – 2004)

Carlos Lucena; Fabiane Santana Previtalli;

Robson Luiz de França e Maria Vieira Silva

Universidade Federal de Uberlândia - UFU [email protected]

Esta pesquisa, vinculado ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlândia, tem como objetivo historiar os impactos das crises econômicas na precarização do trabalho e na educação profissional dos trabalhadores d a região do Triângulo Mineiro no estado de Minas Gerais. Utiliza como fonte de investigação documentos empresariais e sindicais, currículos de cursos de formação profissional oferecidos na região, tabelas com índices de desemprego, entre outras. O recorte histórico utilizado correspondente ao período entre 1960 a 2004, que se justifica pela adoção de mudanças na produção oriundas da crise do Welfare State. Dialoga com os princípios do materialismo histórico e dialético que problematiza a história enquanto um processo social em que se desenvolvem continuidades e descontinuidades. Partimos do princípio que o capitalismo pro picia crises cíclicas e estruturais que se manifestam pela superprodução de mercadorias e a tendência à redução da taxa de lucro. Essas tendências apresentam contradições relativas à produção que aparecem, resolvem-se e retornam novamente nas crises, pois são ligadas dialeticamente à produção. Marx problematiza em o “livro III de O Capital” que a teoria da tendência decrescente da taxa de lucro materializa uma contradição. Quanto maior o desenvolvimento do capitalismo, maior o decréscimo da taxa média de lucro do capital. Esse processo se consolida em virtude da existência do excedente de capital. O crescimento de capital acumulado, em virtude do aumento da mais-valia, encontra uma redução de possibilidades de investimento, provocando uma redução dos empregos e dos salários dos trabalhadores. O processo de crise do capitalismo aponta alternativas tanto estatais, como privadas para a exploração máxima das capacidades laborais. A busca dos homens de negócios por tecnologias el eva o investimento em capital constante e reduz no capital variável, intensificando a exploração da força de trabalho. Essa pesquisa demonstra que a região do Triângulo Mineiro ocorre um processo crescente de precarização da formação e das condições de trabalho expressos no crescimento do setor de serviços, na redução dos salários e na demissão em massa de professores titulados nas Faculdades e Centro Universitários, questionando as teses otimistas que apontam o crescimento intelectual dos trabalhadores. Palavras-chave: Trabalho, precarizaç ão, formação profissional, história do trabalho

Page 18: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

18

EDUCAÇÃO: UTOPIA DA ATUALIDADE BRASILEIRA Carolina Pasquini Ribeiro

Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal - [email protected]

A Constituição Federal em vigor no país, determina que a educação é direito de todos e dever do Estado e da família e que a mesma deve visar o pleno desenvolvimento da pessoa, o preparo para a cidadania e sua qualificação para o trabalho. Cientes que nossa sociedade enfrenta uma grave crise de valores e de capital, vemos que nossa realidade ora nos impossibilita do cumprimento desses direitos por completo, ora buscando qualificar apenas para o mercado de trabalho, norteando-se assim numa visão n eoliberal. Visão que nos faz crer que o único fator que pode transformar a catástrofe social a que nos encontramos imersos, seja a educação camuflando assim o verdadeiro objeto deste sistema que é o fator econômico. Esta pesquisa objetivou dialogar sobre o que é Educação e qual sua finalidade. Será Educação saber ler, escrever, ser cidadão, alcançar lucro? Os resultados evidenciaram que não temos se quer um objetivo coletivo quanto a finalidade educacional. Fator este que podemos considerar de origem histórica, já que sempre existiu uma educação para a classe dominante e outra para os dominados. Infelizmente, hoje encontramo-nos todos dominados por ações neoliberais que o mais que fazem é alcançar metas, ou tentar, com assistencialismos banais, enquanto a verdadeira transformação permanece apenas na utopia de muitos que ainda não perderam a esperança e que vêem que nada se faz só com a educação, mas que sem ela se faz menos ainda. Palavras-chave: Educação, Neoliberalismo, Utopia, Atualidade.

Page 19: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

19

POLÍTICAS PARA O TRABALHO DO PROFESSOR:UMA ANÁLISE DO RELATÓRIO DELORS

Cássia Funes e

Jorge Luis Cammarano González Universidade de Sorocaba - UNISO

[email protected]

O escrito aqui apresentado parte do suposto de que a investigação das políticas que gravitam em torno do trabalho do professor articula-se a um processo que tem nas reformas educacionais uma de suas principais estratégias postas pelo desenvolvimento das relações entre Capital, Trabalho assalariado e Propriedade Privada na perspectiva de perpetuar a sociabilidade intrínseca a este processo de produção e reprodução da vida em sociedade. Com base nesse suposto busca-se discernir que concepção de trabalho docente é fomentada no âmbito das políticas reformistas para a educação escolar articuladas pelo Estado brasileiro a partir dos anos noventa do Século passado? A produção de uma possível resposta a essa indagação requer abordar (a) o entendimento dos possíveis determinantes das reformas educacionais brasileiras ocorridas nos anos 90 do Século passado, ou seja, trata-se de caracterizar, minimamente, o contexto histórico e político em que essas reformas foram se materializando; (b ) examinar um dos documentos norteadores desse processo: O Relatório Delors produzido pela UNESCO nos anos noventa do Século XX, na perspectiva de apreender a concepção de trabalho docente que o referido documento defende e (c) buscar possíveis filiações dessa concepção de trabalho do professor com as propostas construtivistas de formação de professores vinculadas ao lema do “aprender a aprender”. A reflexão aqui registrada alinha-se na perspectiva teórica metodológica da Linha de Pesquisa: Trabalho Docente alocada no Programa de Mestrado em Educação da Universidade de Sorocaba. Palavras-chave: Trabalho do professor; política educacional; educação escolar

Page 20: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

20

COOPERATIVISMO E EDUCAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO DA COOPERCRIS

Daniel Basso Polezi e Marcos Francisco Martins

UNISAL Americana - [email protected]

Partindo da historicidade que nos leva à compreensão das mudanças no modo de organi zação da sociedade, nossa pesquisa tem o intuito de auxiliar na compreensão do cooperativismo como estrutura alternativa para a realização da educação para a vida e formação para o trabalho no ambiente capitalista contemporâneo. Mesmo com as limitações impostas por esse contexto político-social, a hipótese é a de que as cooperativas têm potencial de ser um instrumento promotor da emancipação humana. No mundo da hegemonia liberal, os trabalhadores para viver são submetidos a explorações de muitas espécies, com destaque para os salários sub-valorizados e a alienação. Enquanto isso, as classes dominantes economicamente conseguem manter a direção da coletividade social. Nesse jogo entre dominantes e dominados, a alternativa que sobra aos trabalhadores é conjuntamente lutar por uma sociedade mais igualitária. E é neste cenário que se apresenta o cooperativismo: por um lado servindo como instrumento a serviço do capital e, por outro, com potencial para ser uma opção de sobrevivência mais digna dos trabalhadores na realidade dominada pela burguesia. A metodologia do trabalho se dá pela pesquisa bibliográfica e de campo. Inicialmente nos preocupamos em conhecer a história do cooperativismo e a questão sócio – política respectiva ao seu desenvolvimento. Autores como Marx, Hobsbawm e Huberman nos indicam o macro caminho enquanto outros como Pinho e Noronha nos colocam em proximidade com o eixo central de nossa temática. Buscando a proximidade com uma cooperativa de confecção, oferecemos voluntariamente um curso de modelagem básica do vestuário aos cooperados da COOPER-CRIS, localizada na cidade de Hortolândia-SP. A experiência possibilitou-nos desenvolver, através de entrevistas, uma análise da rotina do dia-a-dia de trabalho dos cooperados, sobretudo focando seu aprendizado dentro do grupo, suas necessidades e suas potencialidades. Essa vivência como voluntário possibilitou-me perceber dentro de cada mente uma história e em sua interioridade o infinito abarcamento de sonhos, pulsões e desejos, possivelmente frustrados pelos impedimentos impostos pela desfavorecida condição social. A vontade dos cooperados pela modificação de sua condição de vida vem nos mostrar a necessidade da revisão do modelo societário neoliberal destes tempos, bem como a força social transformadora que há por ser despertada. Palavras-chave: Educação, Cooperativismo, Trabalho

Page 21: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

21

PARA O ENTENDIMENTO E A CRÍTICA DO INDIVIDUALISMO EM KARL MARX

Dhênis Rosina e José Joaquim Pereira Melo

Universidade Estadual de Maringá - UEM dhenisrosina@hotmai

O processo de gestação de uma nova ordem social desenvolve-se no interior da velha organização social e eclode no momento que ela não corresponde mais ao desenvolvimento das forças produtivas até então desenvolvidas. Nesse contexto, são pensadas novas concepções de mundo, de homem e de educação. Assim, a transição do modo de produção feudal para o modo de produção capitalista marca a nova condição do homem burguês caracterizado pelo interesse privado, pela individualidade e pelo egoísmo; frente ao seu contexto social conduzido pelas leis do mercado e pela liv re concorrência. Estes são os ordenadores propostos por Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) em suas reflexões acerca do entendimento da formação do homem e a crítica dos princípios da sociedade capitalista, a exemplo: “A Questão Judaica” e o “Manifesto do Partido Comunista”. Nesses escritos são salientados a “alienação” do homem dos meios de produção bem como do processo de transformação social, em tese para Marx e Engels o homem foi destituído de seu sentido histórico e da produção do trabalho. Sendo assim, toda produção torna-se estranha ao homem sendo explicada por fatos naturais, evolutivos, espontâneos e por leis imutáveis característicos das ciências biológicas, exonerando o homem como força motriz do processo histórico. A educação assume, neste aspecto, o papel de manutenção do status quo político, econômico e social capitalista restringindo seu conteúdo ao ler, escrever, contar e principalmente na educação moral. O processo educativo para Marx deve e star a cargo do estado, porém, o conteúdo deve estar dissociado dele. Desse modo, a educação proporcionaria a formação integral do indivíduo, para isso, a instrução estaria composta do ensino tecnológico aliado ao ensino da ginástica e das humanidades, com o intuito de romper com os conceitos naturais e espontâneos, proporcionando o entendimento das contradições da sociedade capitalista levando a dissolução destas forças produtivas para o estabelecimento de uma nova ordem social. Palavras-chave: Homem, Capitalismo, Educação

Page 22: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

22

EDUCAÇÃO INTEGRAL - UMA PROPOSTA PARA QUAL DEMOCRACIA?

Douglas Eduardo da Conceição Diógenes Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO

[email protected]

Desde quando comecei minha militância no movimento estudantil, sempre estive interessado em estudar as concepções e práticas educacionais voltado para as classes populares implement adas na educação como um todo e, na experiência brasileira, em particular. Como aluno da graduação, no curso de Pedagogia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO – verifiquei que no NEEPHI - Núcleo de Estudos de Escola Pública de Horário Integral – estudava-se sobre o tema Educação Integral e Tempo Integral. Optei por realizar uma investigação dentro dessa temática, para construir meu trabalho final de conclusão de curso. Nesse sentido, este estudo monográfico tem, como objeto, as concepções de Educação Integral, partindo do pressuposto de que essas concepções se inserem no rol das discussões que envolvem a relação educação e sociedade. Partindo da premissa que as forças detentoras do grande capital oprimem e exploram os povos pobres, por meio da manutenção da ordem social vigente, a relação entre a educação e o trabalho vistos pelo prisma da concepção dialética da educação busca, desta forma, o combate contra a alienação do modo de produção material da nossa vida social. Esse combate trás de volta ao seio da sociedade à participação do homem em seus ditames. A Pedagogia Dialética da educação é científica, uma pedagogia voltada para a construção do homem coletivo. Sendo assim, caminhando mais aprofundadamente sobre aquele objeto trouxe, como problema, o estudo de uma concepção de Educação Integral que estivesse voltada para a emancipação das classes populares, empregando um caráter formativo à produção material da nossa vida social. Assim, o trabalho constitui um valioso instrumento na formação moral e física, além de servir de motivação para a formação técnico – científica e cultural. Optei por empreender, metodologicamente, uma pesquisa firmada na Dialética Marxista, visando obter dados e trabalhar com fontes de caráter teórico e de levantamento bibliográfico que tenham, como suporte, a leitura de referencial teórico específico do marxismo, coletado em fontes primárias e secundárias. Ao iniciar a pesquisa, observo que a E ducação Integral independe do tempo que o educando passa em uma instituição de ensino. Desta forma, empreendo em algumas das obras de Karl Marx e Frederich Engels uma análise acerca da estrutura social regida pelo capital para observar com mais clareza os embates de classes na área educacional. Como resultados preliminares, além da análise crítica do contexto sócio-histórico e político-educacional, apresento e discuto trabalhos de teóricos no campo educacional, tais como Moacir Gadotti, Mário Manacorda e Aníbal Ponce, para desenvolver minha reflexão sobre a criação de potencialidades humanas por meio do trabalho, explorando assim, o conceito trabalhado por esses autores de omnilateralidade. Esta pesquisa tem trazido novas indagações, discussões e reflexões sobre a concepção dialética da educação e pode contribuir na construção de maiores conhecimentos acerca da concepção de Educação Integral em Tempo Integral no Brasil. Palavras-chave: Educação Integral; Marxismo; Produção

Page 23: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

23

REESTRUTURAÇÃO NO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL: POSSÍVEIS IMPLICAÇÕES DA TERCEIRIZAÇÃO E DA ALFABETIZAÇÃO

Edson Caetano

Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT [email protected]

Este artigo faz uma reflexão sobre o binômio educação e trabalho, tendo como referência a estratégia de reestruturação do processo produtivo e os programas educacionais implementados pela indústria da construção. O processo de reestruturação produtiva na construção civil se origina na crise que assolou este setor a partir de 1983, onde as empresas de edificações foram compelidas a promover alterações na organização do processo de trabalho, quer pelo colapso do Sistema Financeiro da Habitação, quer pelas novas exigências do mercado consumidor associadas à pressão dos operários da construção. É dentro deste cenário de instabilidade e de busca por um novo modelo de processo de trabalho, que se inserem tanto a estratégia da terceirização, como a alfabetização/qualificação profissional. Portanto, nosso foco de análise incidirá sobre estes dois tipos distintos de iniciativas, que correspondem a dois momentos diferentes na história recente da empresa pesquisada. Para tanto procuramo s compreender as mudanças e as implicações nas condições de trabalho, na organização e no conteúdo do trabalho decorrentes da adoção da terceirização, visando o aumento da competitividade através da minimização dos custos. Esta análise se ocupou também dos projetos de alfabetização criados/mantidos nos canteiros de obras, através do confronto entre a visão expressa pelo setor administrativo da construtora pesquisada e pelos trabalhadores que freqüentaram a escola acerca do significado, da importância e do papel atribuído à educação. A terceirização como sendo um fator primordial da intensificação da precarização das condições de trabalho e a existência de uma concepção que procura instrumentalizar a educação e uma outra que a valoriza enquanto uma possibilidade de construção da cidadania foram os principais resultados discutidos neste trabalho. Palavras-chave: educação e trabalho, alfabetização de adultos, terceirização

Page 24: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

24

RESIGNIFICAÇÃO DO CONCEITO EDUCAÇÃO NO CONTEXTO DA REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA NO MUNDO DO TRABALHO: A EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL

Elessandra Karen Carneiro Silva e Marcelo Soares P. da Silva

Universidade Federal de Uberlândia - UFU [email protected]

Esse trabalho objetiva descrever as principais mudanças ocorridas no setor educacional brasileiro a partir da nova configuração no mundo do trabalho na década de 90; verificar o conceito de qualificação profissional no contexto da educação profissional e; determinar o papel da política de qualificação profissional no Brasil. A justificativa desta pesquisa compreende que a educação vive um profundo dilema no contexto atual que parece buscar a desumanização do homem. Levanta-se, então, questões quanto ao papel da educação na formação do trabalhador requerido nessa sociedade. Desta forma, a metodologia considera a pesquisa bibliográfica para a identificação dos conceitos de educação e trabalho; a pesquisa documental e, a pesquisa de campo. Os resultados parciais apontam para uma nova roupagem que a escola assume redefinindo suas funções tradicionais ideológicas e socializadoras e passa a ter como finalidade principal à formação técnica e comportamental de um novo tipo de homem capaz de decifrar os novos códigos culturais de uma civilização técnico-científica. Palavras-chave: educação profissional, trabalho, qualificação profissional

Page 25: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

25

OS ESTUDOS DO LAZER NO BRASIL:

APROPRIAÇÃO DA OBRA DE MARX E ENGELS

Elza Margarida de Mendonça Peixoto Universidade Estadual de Londrina - UEL

[email protected]

Relato parcial de balanço do estado da arte da produção do conhecimento referente aos estudos do lazer no Brasil, correspondente à análise dos estudos que apropriam a obra de Marx e Engels. Destacam-se os diferentes modos como a obra de Marx e Engels será referida e interpretada, concentrando-se, neste artigo, no debate dos estudos do lazer que afirmam que Marx elege o trabalho como necessidade e obrigação suprema do indivíduo. Demonstram-se os estudos e estudiosos que repetem esta afirmação para, em seguida, debater, com o a poio da citação de passagens das obras de Marx e Engels, e comprovar a inverdade desta afirmativa. Destacam-se os desafios que os estudiosos devem enfrentar para promover o avanço da produção do conhecimento acerca da problemática do lazer. Palavras-chave: lazer; estudos do lazer; estado da arte; Marx e Engels; marxismo

Page 26: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

26

A IDEOLOGIA DO TRABALHO E DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA: ANÁLISE DOS ANOS 90

Eraldo Leme Batista Ação Educacional Claretiano -

[email protected]

Este texto tem como objetivo analisar a ideologia do trabalho e da educação profissional em período histórico recente, denominado de neoliberalismo, principalmente sob os governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), analise em que pretendo apontar as mudanças na educação sob lógica do mercado e suas implicações para a educação brasileira, bem como para o conjunto dos trabalhadores docentes. Entendemos que a ideologia burguesa no Brasil, com relação a educação para o mercado de trabalho não é recente, porém consideramos que neste período histórico é que se difundiu com maior intensidade e profundidade a concepção ideológica da educação para o mercado, para a equidade social, como garantidora da empregabilidade. A partir destas observações, é que aponto como hipótese, que estas ideologias representam os interesses da classe dominante desde a primeira República, como estratégia de defender, justificar a exploração da força de trabalho, sempre com objetivo de concentrar e acumular capital, principalmente em período de mundialização de capital. Palavras-chave: Ideologia, Reforma Educacional, Neoliberalismo

Page 27: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

27

PROJETOS ESCOLARES: EMANCIPAÇÃO OU ALIENAÇÃO

Erika Bueno de Camargo Ferreira Universidade de Sorocaba - UNISO

[email protected]

A pesquisa discute os Projetos Pedagógicos como Forma de Reorganização do Cotidiano Escolar. Apresento uma síntese do terceiro capítulo, quanto à emancipação ou alienação dos projetos escolares. Neste aspecto faço referências quanto à implantação das políticas governamentais no que tange a adaptação às regras do mercado mundializado que, desregulamentando o mercado interno, deixa o caminho livre para os ditames do capital, principalmente no plano das relações internacionais. Atrelado à lógica do capital, a prática educacional vincula-se nesse campo coercitivo de modo controlado, conflituoso e subordinado ao Estado, o qual comporta um jogo de forças que permite o reconhecimento do trabalho, de forma a impetrar estratégias de dominação hegemônica dos dominantes, conferindo um poder singular à burocracia do Estado com mecanismos de filtragem das políticas públicas. Neste processo metabólico, a educação articula-se diretamente no processo dinâmico por meio de uma educação em mudança, em movimento, em ação como sujeitos de inovação, de forma a vislumbrar a emancipação. Sendo assim, o ser humano, conforme Castoriadis (1982) não é um reduto compartimentado, fechado, mas que ele existe como um conjunto de necessidades que ultrapassa significados simplistas, no sentido de que a sociedade se transformou em sociedade econômica a tal ponto que se possa esquecer outras relações sociais. Para Paulo Freire (2001) e Castoriadis (1982) a transformação da realidade se dá pela transformação da consciência. É neste sentido que os projetos escolares poderão ser uma possibilidade de emancipação de forma a transgredir a linearidade, as imposições, criando um espaço aberto, de maneira não adaptativa no mundo, mas de maneira de quem nele se insere não apenas como objeto, mas como ator da História. Palavras-chave: Políticas Públicas, Projeto Emancipatório, Alienação

Page 28: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

28

FORMAÇÃO E TRABALHO DE PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO: POLÍTICAS E DEMANDAS SOCIAIS

Evelcy Monteiro Machado e

Maria Ignez Mancini De Boni Universidade Tuiuti do Paraná -

[email protected]

Este trabalho discute resultados da pesquisa sobre Formação e trabalho de profissionais da educação: políticas, demandas sociais e práticas pedagógicas. O estudo objetiva discutir a formação de profissionais da educação expressas nas políticas públicas educacionais brasileiras em vigor e suas relações com demandas sociais por educação e com a inserção desses profissionais no mundo do trabalho. Na sua fase inicial a investigação se delimitou à discussão da formação e do trabalho relacionados ao Curso de Pedagogia e aos egressos desse curso. No decorrer do processo o campo de pesquisa se ampliou para as demais licenciaturas e profissionais da educação com o ingresso de docentes e discentes de graduação e do Mestrado em Educação da UTP. Assim o estudo se especifica na práxis e na diversidade da investigação de campo e se articula entorno das categorias de análise: formação e trabalho. Parte-se da construção de um referencial teórico para análise das categorias; da discussão so bre políticas públicas educacionais nacionais no contexto de globalização apoiada em sua historicidade; da discussão sobre o trabalho de profissionais da educação relacionado a necessidades e demandas sociais por educação formal e não formal em diferentes ambientes e organizações educativas. Considera a LDB de 1996; as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação do Professor da Educação Básica, as Diretrizes Curriculares do Curso de Pedagogia, bem como documentos oficiais emanados pelo CNE e as discussões sobre formação e trabalho expressas por educadores representados pelas entidades ANFOPE, ANPEd, CEDES e FORUMDIR Enfatiza-se a formação dos profissionais da educação e as relações de trabalho em diferentes campos de atuação. No aspecto metodológico as discussões aproximam Marx de Foulcaut discutindo relações de poder, análise do contexto e de discurso. Com esses aportes teóricos que subsidiam o eixo do estudo, complementa-se com as diferentes partes específicas refere ntes à políticas de formação e políticas públicas para o trabalho dos profissionais da educação relacionados à docência e Gestão na Educação Infantil, na Educação Inclusiva, no Ensino Fundamental, na Educação de Jovens e Adultos, na Escola Normal do Ensino Médio e Superior, nas Escolas profissionalizantes, na Educação Superior, na Educação Não-formal discutidos a partir de suas raízes históricas mas situando as políticas atuais. Resultados preliminares: além das discussões sobre formação e trabalho e suas relações com as políticas educacionais o estudo revela que as transformações no mundo do trabalho exigem pesquisas e educação continuada; que as demandas sociais contemporâneas implicam desafios à educação formal e não-formal; que a área da educação não-formal permanece pouco explorada nas pesquisas educacionais e nos referenciais teóricos; que as políticas em vigor propiciam diversidade de possibilidades de formação para a docência em todos os níveis; que persistem desafio s à formação e ao trabalho dos profissionais da educação em todos os níveis; que o Curso de Pedagogia qualifica docentes e gestores para atuar prioritariamente no início da escolarização, mas que a abrangência das possibilidades de atuação do pedagogo se amplia com novas demandas sócio-educacionais. Palavras-chave: Formação do educador; Trabalho; Politica Educacional

Page 29: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

29

HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO: A FORMAÇÃO DO TRABALHADOR NO ÂMBITO DA ACUMULAÇÃO DO CAPITAL

Fabiane Santana Previtalli

Universidade Federal de Uberlândia - UFU [email protected]

O objetivo dessa exposição é discutir em uma perspectiva histórica, tomando como referência a via de acumulação taylorista-fordista do capital e a via da acumulação flexível, a relação trabalho e educação, problematizando as diferentes dimensões entre organização e controle do trabalho, capacitação e qualificação profissional. Entende-se que historicamente o capital se apropria dos saberes da classe-que-vive-do-trabalho, aplicando-o, enquanto técnica, à produção de mercadorias. Nesse sentido, buscar-se-á analisar quais são e até que ponto um conjunto de novas qualificações e habilidades demandadas pelas empresas estão implicando em maior autonomia do trabalhador no chão de fábrica e revertendo a extrema divisão entre concepção e execução do trabalho, pilar do padrão de acumulação taylorista-fordista ou se, ao contrário, potencializam, através de novos mecanismos, o controle do capital sobre o trabalho. A escolha desse recorte histórico se dá em virtude da concretização da crise econômica estrutural do capitalismo monopolista que teve início na década de 1960 e seus desdobramentos são sentidos até então no mundo do trabalho. Palavras-chave: História, Trabalho e Educação; Formação do Trabalhador; Capitalismo

Page 30: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

30

ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE O ENSINO COMERCIAL NO BRASIL

Fernando Antonio Peres Faculdade de Educação - USP -

[email protected]

Alguns apontamentos sobre o ensino comercial no Brasil. Fernando Antonio Peres Doutorando do Programa de Pós-graduação da Faculdade de Educação – USP E-mail: [email protected] O ensino comercial no Brasil é um fenômeno do século XX, foi promovido pela iniciativa particular e esteve sob controle governamental, através da ação normatizadora do Estado brasileiro. Escolas de comércio foram criadas e mantidas pelos protestantes, pelas ordens religiosas católicas, pelas elites intelectuais e políticas brasileiras – representadas por Cândido Mendes de Almeida – e pelas novas gerações de imigrantes, que têm na figura Horácio Berlinck sua expressão. E a Academia de Comércio Saldanha Marinho foi criada no bairro paulistano do Belenzinho por João Penteado, o mesmo diretor da Escola Moderna N.º 1, a mais duradoura experiência de educação escolar anarquista em São Paulo, fechada em 1919 pelo governo paulista. Estas iniciativas, a cargo de segmentos tão distintos da sociedade, por si só já justificariam um olhar mais atento sobre o ensino comercial. Neste texto, procuro compreender a constituição de uma política educacional, através da análise da legislação refe rente ao ensino comercial entre 1905 e 1971, que expressa as intenções do governo federal e a percepção da importância desta modalidade de ensino para a expansão econômica do Brasil no século XX. Utilizo-me de textos legais federais aprovados em 1905, 1923, 1926, 1931 e 1943, além da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1961) e da 5.692/71, para tentar compreender como o governo federal assumiu gradualmente o controle das iniciativas particulares no ensino técnico comercial. O governo da União definiu um padrão federal e as bases para a regulamentação do ensino comercial, entendendo-o como segmento estratégico para o desenvolvimento da economia nacional, estabelecendo normas legais para a organização desta modalidade de ensino, ao definir cursos e programas, o regime escolar e a estrutura de fiscalização federal. Palavras-chave: ensino comercial; legislação federal; Brasil; século XX

Page 31: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

31

EDUCAÇÃO, TRABALHO E ESPORTE: GLOSAS MARGINAIS

Francisco Máuri de Carvalho Fre itas Universidade Federal do Espírito Santo - UFES

[email protected]

Entre 1964 e 1985 as atividades esportivas foram utilizadas nas indústrias como mecanismo para afastar os trabalhadores (Olimpíadas dos Trabalhadores, Jogos Inter-Empresas etc.) dos movimentos sindicais e políticos partidários de resistência ao avanço do capitalismo no Brasil, e como artifício para incrementar a produtividade da força de trabalho e conseqüentemente aumento de extorsão de mais valia. Aqueles que acreditam ser possível libertar os trabalhadores da miséria a chutar bolas (adrede fazendo uso dos mitos da mobilidade social e do desenvolvimento da cidadania por intermédio dos esportes), desconhecem minimamente as raízes do desemprego, da miséria, da penúria, da opressão, da violência e da fome sob as quais está condenada a imensa massa dos trabalhadores no modo de produção capitalista em andamento neste país. No Brasil, na cidade e no campo, um contingente de pessoas que encontra emprego e, como último recurso à sua sobrevida, acaba se atirando com malas e cuia par a o crime organizado. No campo, trabalhadores sem terra sofrem fome, perseguições, torturas e, na melhor das hipóteses, são expulsos de suas terras, nas cidades aumentam as estatísticas oficiais de desocupados, moradores de rua e “criminosos” sobrevivendo amontoados como animais em cubículos nos arrabaldes ou em “sótãos” de tugúrios espantosos. O objetivo deste estudo, mantidas as atuais condições objetivas da sociedade brasileira e o Estado gerenciado como aparato repressivo tocado por governos servis à burguesia, é demonstrar que os trabalhadores são enganados quando conclamados à praticar ginástica e atividades esportivas. Ainda hoje, nos países onde o capitalismo cresce sem peias, a miséria assume proporções massivas inimagináveis. Como diria Lenin, “não se trata apenas de miséria social, senão da mais terrível miséria física, chegando inclusive à fome e à morte por inanição”. Nossas primeiras conclusões: (1) os intelectuais da educação física tecem a teia para enredar o s trabalhadores, mantendo-os atrelados ao lixo institucional organizado; (2) a escola oficial pelos esportes se ensina às crianças e aos adolescentes a hierarquia fascista, a fidelidade ao capital, a submissão ao tirano, o gosto pelo sacrossanto trabalho, o respeito pela família autoritária, o amor pela pátria que já não mais existe, e o apego pelo moderno partido político onde a aristocracia operária cooptada ensaia um coro de gralhas em homenagem ao último justo e probo operário! Unitermos: História, Esportes, Mais-Valia. Palavras-chave: História, Esportes, Mais-Valia

Page 32: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

32

EDUCAÇÃO PARA O TRABALHO: OS SINDICATOS AMARELOS E A PEDAGOGIA ESTADONOVISTA.

Giane Maria de Souza

Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP [email protected]

Esta pesquisa é o resultado da dissertação de mestrado defendida na Universidade Estadual de Campinas, na Faculdade de Educação – área de concentração em História e Filosofia da Educação, sob a orientação do professor José Claudinei Lombardi. A dissertação analisou a concatenação histórica entre surgimento do Sindicato dos Têxteis (1939) e o reconhecimento do Sindicato dos Mecânicos e Metalúrgicos (1942), no período do Estado Novo (1937-1945) em Joinville – SC, como uma vertente do sindicalismo amarelo para a promoção da aquiescência social e educação dos trabalhadores. O trabalho evidenciou como se processou a cooptação ideológica dos trabalhadores, conduzida pelos sindicatos oficialmente coordenados e monitorados pelo Ministério da Indústria e Comércio (1931). Dentro de uma perspectiva materialista-histórica, pretendeu-se analisar os conceitos de educação e trabalho a partir das obras de Marx, Gramsci e Mészáros, buscando na apreensão ontológica da categoria trabalho o eixo central para a compreensão das relações sociais e práticas educativas que, em movimentos de representatividade dos trabalhadores nas organizações sindicais, possuem múltiplas determinações que constituem historicamente estruturas fundamentais para a manutenção ou superação das lutas de classes e da divisão social do trabalho. A investigação histórica remeteu-se ao levantamento documental das entidades sindicais para análise e demonstração das estratégias estadonovistas utilizadas para a inserção e propagação dos desígnios autoritários. Ao contrapor as fontes documentais com a implementação de políticas trabalhistas, constatou-se que o Estado Novo objetivava, sobretudo, a educação dos trabalhadores para o controle e domínio do Estado a serviço do capital, consolidando a industrialização no Brasil. O Departamento Nacional de Propaganda e o Departamento de Imprensa e Propaganda visavam instrumentalizar os intelectuais do movimento operário para a difusão das políticas autoritá rias e a defesa do trabalho ordeiro e do capital honesto. Destarte, em Joinville, as entidades sindicais e seus representantes mostraram-se eficientes na manutenção da superestrutura proposta pelo Estado Novo, mantendo uma relação com a classe trabalhadora marcadamente educativa, ideológica e reformista-reacionária para a consolidação da ordem e a legitimação do Estado autoritário. Palavras-chave: Educação; Sindicato; Estado Novo

Page 33: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

33

O CONTEÚDO E A ESSÊNCIA DA RECENTE POLÍTICA VOLTADA PARA A FORMAÇÃO DOS TRABALHADORES NO BRASIL.

Hormindo Pereira de Souza Júnior

Universidade Federal de Minas Gerais - Faculdade de Educação - UFMG [email protected]

Esta comunicação é decorrente de pesquisa já em fase final de conclusão que trata de compreender, analisar e produzir conhecimento acerca da política voltada para a educação profissional no Brasil. Ao mesmo tempo, procuramos compreender como esta foi implementada no município de Contagem, Minas Gerais. Esta pesquisa encontra-se em seu último estágio e já nos trouxe elementos que nos permite visualizar a necessidade de que além de conhecer a política e sua implementação, torna-se necessário conhecer, compreender e analisar a produção de conhecimento científico sobre esta ação e implementação. Portanto, iniciamos uma reflexão teórico-analítica e metodológica acerca do conhecimento produzido sobre a Educação Profissional no Brasil. A discussão apresentada é, ainda, parte integrante de uma pesquisa bem mais ampla e em andamento que procura analisar os atuais marcos teórico-analíticos dos processos de produção e reprodução social dos conhecimentos tendo em vista desenvolver o campo da Ontologia Social fundada na teoria social marxiana para o estudo dos fenômenos educacionais. Palavras-chave: Trabalho e Política Educacional, Ontologia Marxiana.

Page 34: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

34

FORMAÇÃO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL: UM BREVE HISTÓRICO DAS AMBIGÜIDADES E SEMELHANÇAS NO PERÍODO DE 1970 -2005.

Inaya Maria Sampaio e Robson Luiz de França

Universidade Federal de Uberlândia - UFU [email protected]

O presente artigo é parte de uma pesquisa de Mestrado, que tem por objeto a formação do trabalhador perante o processo de reestruturação e mundialização do capital, que se destaca na flexibilização da produção, na exploração intensificada da força produtiva, na reprodução social, no fetichismo da mercadoria e na assunção da sociedade organizada. Buscando compreender o impacto que estas transformações exercem sobre a educação e sobre o trabalho, tendo a intenção de desvelar as nuances e os desdobramentos que estes fenômenos provocam na educação e mais especificamente na formação do trabalhador Assim, faz-se necessário que problematizemos o que se tem pensado sobre a formação e sobre a qualificação profissional no período de 1970-2005, suas ambigüidades e semelhanças , associado ao ideário de que sujeitos pretendem-se formar e qualificar num modelo cada vez mais intensificado de precarização do trabalho em que há o controle do capital sobre a subjetividade do individuo, que aca ba por se sentir responsável pelo estado de desemprego ou pelo estado de se manter empregado. A formação do trabalhador passa a escamotear as barreiras que o capital constitui para a sua elevação, através da roupagem de novas categorias como a empregabilidade e o modelo de competências . Entretanto o último deve ser repensado de forma a englobar valores que proporcionem a utilização das subjetividades para atender a coletividade e não ao capital , neste aspecto o desenvolvimento de competências que busquem a visão crítica do indivíduo sobre a realidade vivida e sua prática cotidiana. Presente numa formação que procure o desenvolvimento ominilateral do trabalhador. Palavras-chave: Formação, Qualificação e Mundialização do capital.

Page 35: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

35

A FORMAÇÃO EDUCATIVA DO EMPRESARIADO MINEIRO: CONFIGURAÇÃO ECONÔMICA, POLÍTICA E HISTÓRICA DA FIEMG NO NACIONAL

DESENVOLVIMENTISMO

Jane Maria dos Santos e Carlos Alberto Lucena

Universidade Federal de Uberlândia - UFU [email protected]

Esta pesquisa em andamento objetiva problematizar a formação educativa, atuação e representatividade do empresariado industrial mineiro associado à FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), no auge do processo de industrialização no Brasil, principalmente entre 1956 e 1961 – período no qual Juscelino Kubitschek governou o país de modo a suscitar diversas mudanças cujos desdobramentos se fazem presentes, embora com novas configurações, até os dias atuais. Em um contexto de intensa transformação econômica de cunho nacional desenvolvimentista e de consolidação do capitalismo tardio e dependente no Brasil, por meio de um pacto conservador juntamente com o Estado e o capital internacional, o empresariado industrial teve um importante papel na efetivação da industrialização pesada em Minas Gerais e no Brasil. Tanto que em virtude dos fenômenos de âmbito nacional estarem dialeticamente articulados com a conjuntura internacional, foi possível designar a década de 1950 no estado mineiro de “década de ouro” da industrialização. A FIEMG, em consonância com o próprio processo de industrialização, também atingiu o auge de sua atuação enquanto entidade representativa da classe empresarial, a partir de 1950. Nesse sentido, tornou-se necessário recorrer aos dados biográficos dos principais empresários que se mobilizaram a favor do desenvolvimento institucional da FIEMG, enquanto entidade que estava à frente de seus interesses. No que tange aos aspectos educacionais, tomando como fontes primárias os arquivos da FIEMG, os projetos e as atas escritas por seus dirigentes, desenvolve- se uma análise do quadro de formação do empresariado mineiro, em relação à sua origem social e qualificação profissional, pois foi daí que emergiram os idealizadores e promotores do desenvolvimento industrial e grande parte dos componentes do quadro político regional e nacional. Para isso, tornou-se necessário analisar as relações entre a economia, o Estado e a educação, por meio de um movimento dialético entre os marcos e acontecimentos históricos regionais, nacionais e mundiais essenciais para o entendimento do nosso objeto de estudo em sua totalidade. Logo, problematiza-se a relevância do empresariado mineiro para a industrialização de Minas gerais, muitas vezes polêmica e até mesmo subestimada nos debates acadêmicos. Até a presente etapa, na qual a pesquisa se encontra, foi possível depreender que tanto as economias brasileira e mineira, quanto a articulação dos empresários e a própria fundação da FIEMG estiveram em consonância com o movimento de expansão do capitalismo vigente desde 1930. E que apesar de ter sido fundada em 1933, a formação, atuação e organização da FIEMG somente atingiu seu auge a partir de 1950 – período no qual o capitalismo e os respectivos processos que ele acarretou (industrialização, urbanização, etc), também foram efetivamente se consolidando no estado brasileiro. Palavras-chave: empresariado industrial, FIEMG, industrialização

Page 36: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

36

INDUSTRIALIZAÇÃO SOROCABANA: CLASSE OPERÁRIA, TRABALHO, ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO E EDUCAÇÃO INÍCIO DO SÉCULO XX

Jefferson Carriello do Carmo

Universidade de Sorocaba - UNISO [email protected] - [email protected]

Esse tema é um recorte da pesquisa a industrialização Sorocabana: formação e a organização da classe operária (1882-1920) desenvolvida na Universidade de Campinas - UNICAMP -, como Pesquisador Colaborador Voluntário e como integrante do grupo de pesquisa História e Educação no Brasil - HISTEDBR - da Universidade de Sorocaba. Neste recorte a preocupação foi examinar através do advento da indústria têxtil em Sorocaba o crescimento do movimento operário, sua organização e a formação da classe operária na cidade dando destaque para a organização do trabalho e a educação. Num primeiro momento verificou a passagem da atividade manufatureira para as indústrias têxteis. Articulada a essa passagem foi examinado a questão da organização do trabalho e como a imprensa operária local foi fundamental na defesa dos direitos dos trabalhadores quanto às condições de trabalho e os interesses de classes. Por fim, o exame da educação que para o operariado sorocabano, nas primeiras décadas do Século XX, foi uma luta que não só restringia as questões educacionais, como também a própria organização de classe. A organização era fator preponderante para que os trabalhadores pudessem freqüentar as escolas noturnas o que não ocorria devido à forma como estava organizado o trabalho, nas gêneses da industrialização sorocabana. Palavras-chave: historiografia, Sorocaba, classe trabalhadora

Page 37: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

37

A CATEGORIA MODO DE PRODUÇÃO NA OBRA “A IDEOLOGIA ALEMÔ: IMPLICAÇÕES PARA A EDUCAÇÃO E OS ESTUDOS SOBRE O LAZER

José Claudinei Lombardi,

Maria de Fátima Rodrigues Pereira, Elza Margarida de Mendonça Peixoto e

Kátia Oliver de Sá - UNICAMP, UnC, UEL e UCSAL

Este texto debruça-se sobre a categoria Modo de Produção e resultou de debates no e a partir do I Encontro do Grupo de Estudos Marxismo e Educação Física, que foram centrados na obra de Marx e Engels – A ideologia alemã. Seus autores têm como objetivo contribuir com os estudos teóricos marxistas e suas implicações para os estudos sobre o lazer e a educação. Encontra-se estruturado em três aspectos: o primeiro está focado no esclarecimento de como Marx e Engels chegaram à elaboração da teoria na qual Modo de Produção é central; o segundo é dedicado à explicitação do porquê de a categoria Modo de Produção ser central na teoria marxista, o que exigiu a explicitação dos fundamentos ontológicos, gnosiológicos e axiológicos com os quais Marx e Engels trabalharam. Efetivamente, a teoria marxista decorre de uma ontologia, uma gnosiologia e uma axiologia própria, superadora das concepções filosóficas e científicas que estavam postas no tempo e na ordem social que possibilitou tal elaboração teórica e que, portanto, constituiu-se numa perspectiva também comprometida com a transformação profunda e revolucionária do modo burguês de produzir a existência; o terceiro aspecto aponta que da teoria marxista e da categoria central - Modo de Produção - decorrem entendimentos para os estudos sobre o lazer e a educação para os quais a história ciência, enquanto totalidade e contradição, é o nexo que, ao mesmo tempo, explica o modo de produção e as formações sociais que lhe correspondem, e aponta para sua superação, e onde se inscrevem as ações de ensino aprendizagem, as pesquisas educativas e os estudos sobre o lazer. Palavras-chave: Marxismo, Modo de produção, Ideologia Alemã, estudos de lazer, educação.

Page 38: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

38

NOEMI RUDOLFER E A ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA E DO MUNDO DO TRABALHO NOS ANOS 1920/1930

José Damiro de Moraes

[email protected]

O trabalho é um recorte da tese de doutorado que, a partir da investigação em arquivos localizados em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, teve como objetivo analisar as trajetórias e os dilemas das signatárias do Manifesto dos Pioneiros: Armanda Álvaro Alberto, Cecília Meireles e Noemi Rudolfer. O desenvolvimento da pesquisa convergiu para a análise de fontes primárias e secundárias que foram tratadas dentro de uma perspectiva dialética, buscando compreender a conjuntura histórica complexa dos anos 1920/1930. Nessa comunicação apresentamos o pensamento e as ações de Noemi Marques da Silveira Rudolfer no campo educacional e no mundo do trabalho. Destacamos, na atuação da educadora, o pioneirismo na divulgação e aplicação da Psicologia Educacional e da Orientação Profissional no país. Assim, buscamos desvelar a colaboração de Noemi Rudolfer com a construção de um pensamento conservador que se configurou no Brasil durante os anos 1920/1930. Palavras-chave: Psicologia Educacional, Modernização Conservadora, Noemi Rudolfer.

Page 39: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

39

A MEDIAÇÃO COMO FUNDAMENTO DO TRABALHO E DO PROCESSO EDUCATIVO

José Luis Vieira de Almeida e Teresa Maria Grubisich

Universidade Estadual Paulista - UNESP [email protected]

Neste texto, discute-se, em primeiro lugar, o trabalho compreendendo-o como categoria ontológica fundamental no pensamento de Marx e como mediação. Em seguida, examina-se a mediação com base nas filosofias de Hegel, Marx, Lukács e Mészáros, destacando-se o seu cunho ontológico. Inicia-se o exame da categoria em Hegel que a desenvolveu, passando-se, em seguida, a discuti-la em Marx que a compreendeu na perspectiva da Ontologia do Ser Social. Com os outros dois autores, aprofunda-se essa discussão. O texto prossegue com a abordagem da mediação como princípio educativo e, com base nela, desenvolve-se a crítica das expressões professor mediador e professor facilitador que são bastante difundidas entre os educadores brasileiros. Mostra-se que essas expressões, ao contrário de esclarecerem, dificultam a compreensão do que é a educação e de quais são os seus princípios numa perspectiva marxista. Após isso, retoma-se a categoria mediação expressa no trabalho e no processo educativo. Assim, a mediação, como categoria ontológica é o ponto de partida e de chegada da discussão proposta. Palavras-chave: mediação; trabalho; processo educativo

Page 40: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

40

A REESTRUTURAÇÃO DO ESTADO: DIREITO E

RELAÇÕES DE TRABALHO NA EDUCAÇÃO

Lúcia Aparecida Valadares Sartório Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

[email protected]

A presente comunicação objetiva discorrer algumas reflexões sobre os problemas que a estruturação do Estado trouxe aos professores vinculados ao ensino público, e de modo particular o municipal, no que diz respeito às relações de trabalho e algumas modificações sutis no âmbito do Direito. Diferentes governos sob o discurso da gestão democrática e participativa, reestruturam o ensino e introduziram mecanismos disfarçados de controle sobre o trabalho do educador através de modelos de produção usando como justificativa o aprimoramento da qualidade de ensino estabelecendo como meta o aumento dos índices de produtividade. Objeto de estudo: O processo de transformação na relação de trabalho entre o Estado e os profissionais da educação através da modificação de alguns dispositivos de lei e da incorporação do modelo de administração educacional pautada pelo toyotismo no atual patamar de acumulação capitalista e suas conseqüências para a educação. Referencial teórico metodológico: Esse estudo toma como referência análise sócio-histórica e dialética, a qual busca apreender as tramas e contradições presentes no movimento da realidade com o objetivo de desvelar as aparências sociais, as ilusões ideológicas e compreender as múltiplas determinações do real. Periodização: Análise das modificações estruturais na educação entre as décadas de 1980 e 1990 através do levantamento de fontes primárias e secundárias estabelecendo comparação com medidas adotadas no governo militar. Fontes utilizadas: Estatuto do Magistério, planos de ensino, fichas de avaliação de alunos, fichas de avaliação de professores, textos de formação para professores das redes públicas de ensino dos municípios de São Bernardo do Campo e Diadema, Jornais da APEOESP, publicações e artigos que tratam do tema pesquisado, revisão bibliográfica. Resultados finais: Diferentes governos no decorrer das últimas décadas reestruturaram paulatinamente a administração e organização da educação pública acompanhada de redução de investimento, redução de salários e modificações no regime trabalhista. A despeito das lutas concretizadas pelos professores, em âmbito federal ou e stadual, foram realizadas reformas dos mais variados tipos, que resultaram no afunilamento dos níveis de salário, aumento significativo da jornada de trabalho e rebaixamento da qualidade de ensino. Esses resultados são mais agravantes nas redes municipais de ensino, pois o processo de municipalização trouxe aos educadores um engessamento do trabalho educativo, agora submetido ao excesso de tarefas burocráticas e relatórios de diversos tipos. A educação assumiu o ritmo da produção em série e o controle de qualidade como normas para o aproveitamento escolar, centrado no processo de letramento, relegando à segundo plano a formação sócio-emocional, político-cultural e crítica dos indivíduos. Palavras-chave: Trabalho, Direito e Educação

Page 41: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

41

AS MEDIDAS ADOTADAS NO CEFET-RS PARA A IMPLANTAÇÃO DA REFORMA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL (1997-2004)

Luciana Neves Loponte

Pontificia Universidade Catolica de São Paulo - PUCSP [email protected]

Esse trabalho é resultado de uma pesquisa documental realizada no Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas (CEFET-RS), que teve por objetivo verificar quais foram às medidas da reforma da educação profissional adotadas no CEFET-RS e quais os seus impactos em relação: ao currículo e ao cumprimento de sua função institucional. Para investigar a implantação da reforma foram analisados dois cursos técnicos, um em cada unidade da instituição, com o objetivo de mostrar o impacto que sofreram em seus currículos e como ocorreu o processo de implantação da reforma em cada um desses cursos. A pesquisa documental é parte integrante da dissertação intitulada: Educação Profissional: um estudo do impacto da Lei e implantação da Reforma do Ensino Técnico e suas decorrências no CEFET-RS (1997-2004) que investigou o processo de implantação e os movimentos de resistência à Reforma da Educação Profissional implantada pelo DL 2.208 de 1997. O estudo teve como base a experiência do CEFET-RS, entre 1997 e 2004, ano em que foi publicado o DL 5.154, med iante análise de documentos oficiais, escolares, publicações do sindicato da categoria e resultados de um questionário de pesquisa aplicado a professores de seus cursos técnicos. Para analisar o que pensam os professores sobre a reforma foi realizada pesquisa de campo, que apresenta os resultados da opinião dos professores sobre ambos os decretos, em relação aos temas: sistema integral, desvinculação dos ensinos, tempo dos cursos, avaliação, sistema modular, custos, PROEP, currículo, formação e perfil do aluno e educação profissional X mercado de trabalho. Foram utilizados para a análise os conceitos de reforma, paradigma, autonomia, competências e habilidades, escola politécnica e escola unitária. A pesquisa apoiou-se nos estudos dos autores: Azanha (1995), Barroso (1996), Bueno, M. S. (2000), Coraggio (1998), Cunha L. A. (2002), Gimeno Sacristán (1998), Machado L. S. (1991), Ramos M. (2002) e Gramsci (1995). Palavras-chave: Educação Profissional / Ensino Técnico / Centro Federal de Educação Tecnológica de Pelotas

Page 42: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

42

OS IMPACTOS DAS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO NO PROCESSO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL DOS OPERADORES DE

TELEMARKETING NA CIDADE DE UBERLANDIA, MG. (1999 - 2006).

Luciene Maria de Souza e Sirlene Cristina de Souza

Universidade Federal de Uberlândia - UFU [email protected] m.br

Este estudo tem como objeto de análise as relações existentes entre trabalho e educação diante das transformações do processo produtivo e seus reflexos no processo de qualificação profissional dos operadores de telemarketing em uma empresa pesquisada na cidade de Uberlândia, MG. O setor de serviços nos últimos anos tem apresentando um crescimento considerável no Brasil e particularmente na cidade de Uberlândia. Todavia, esse crescimento se materializa num contexto de reestruturação produtiva do capital que tem como conseqüências a flexibilibização, precarização e fragmentação da classe trabalhadora. Assim, para o desenvolvimento da pesquisa foi feito um intenso levantamento bibliográfico para se compreender o estado da arte em torno do objeto proposto. A entrevista foi selecionada como técnica de investigação do universo empírico. Debatendo dentro dos princípios do materialismo histórico-dialético que tem entre seus pressupostos a crítica do trabalho no modo de produção capi talista, demonstramos que ao contrário dos discursos otimistas do capital que apontam a consolidação de trabalhadores dotados de maior conteúdo intelectual no final do século XX e início do XXI, o que se verifica é a permanência de formas de trabalho alienadas e precárias. Palavras-chave: Educação; Trabalho; Operadores de telemarketing; qualificação profissional

Page 43: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

43

O TRABALHO COMO FUNÇÃO EDUCATIVA

Luiz Bezerra Neto Universidade Federal de São Carlos - UFSCar

[email protected]

Este texto visa discutir o problema do trabalho como mecanismo educativo. Parte-se do princípio de que esta é sempre uma questão controversa, sobretudo quando envolve pessoas com uma idade inferior àquela que a sociedade determina como sendo a maioridade, dado que a idade em que a pessoa deixa de ser criança ou adolescente para se transformar em adulto muda de acordo com a sociedade em que a pessoa está inserida. A passagem da adolescência ou juventude para a idade adulta depende, via de regra, das necessidades de ingresso no mercado de trabalho ou das lutas e conquistas de cada sociedade com vistas a melhorias na qualidade de vida e, do desenvolvimento tecnológico alcançado por essa sociedade. Nas sociedades mais desenvolvidas a educação tem servido para retardar a entrada no mercado de trabalho. Nas menos desenvolvidas, sobretudo as sociedades que tem por base a agricultura, esse ingresso tem se dado muito mais cedo. Nas sociedades capitalistas mais pobres a necessidade da força de trabalho aliada a ausência de um projeto educacional em condições de atender a todos os cidadãos tem levado as crianças ainda muito cedo para a roça ou para o trabalho doméstico em condições, quase sempre, de super-exploração dessa força de trabalho sem a necessária formação para tal. Nesse trabalho, estas questões serão discutidas, levando-se em conta a proposta de educação presente no Movimento dos trabalhadores rurais sem terra (MST), aliada ao trabalho por eles desenvolvido como componentes de um mesmo processo, bem como as atividades desenvolvidas pelas crianças no setor de folheados no município de Limeira-SP, um trabalho desregulamentado, cuja exploração compromete a educação das crianças aí envolvidas. Palavras-chave: Trabalho; Princípio Educativo; MST Texto apresentado na Mesa de Debate: "Trabalho como categoria central de análise e como princípio educativo".

Page 44: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

44

A PRODUÇÃO DO HISTEDBR NA TEMÁTICA

“HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO”

Manoel Nelito M. Nascimento Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP

[email protected]

Este trabalho analisa o estado do conhecimento na temática “história, trabalho e educação” com base nos trabalhos apresentados nos sete seminários e seis Jornadas realizados pelo HISTEDBR desde 1991. A análise dos trabalhos tem por objetivo caracterizar a produção do HISTEDBR na temática trabalho e educação, identificando os principais temas abordados, para que possamos elaborar uma ementa para os eixos temáticos. Nos anais dos eventos foram identificados 148 trabalhos na temática em foco, que representam aproximadamente 10% do total das comunicações. Foi realizada uma análise empírica, sem a pretensão de traçar um perfil teórico-metodológico dos trabalhos selecionados. Os trabalhos foram classificados pelos eixos temáticos do Encontro de Estudos e Pesquisas em História, Trabalho e Educação, que são: “Instituições de Ensino Profissional”; “Trabalho e Políticas educacionais”; “Transformações no mundo do trabalho e Educação” e “Trabalho e Educação: Historiografia e questões teórico-metodológicas.” Dessa forma, espera-se contribuir para a delimitação do escopo dos estudos e pesquisas desenvolvidos no interior do Grupo Temático: História, trabalho e educação. Palavras-chave: Histedbr, História da Educação, Trabalho e Educação Texto apresentado na Mesa de Debate: Referenciais Teórico-Metodológicos da temática “História, Trabalho e Educação”

Page 45: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

45

A QUESTÃO DA QUALIFICAÇÃO DIANTE DOS DESAFIOS E IMPACTOS DA REESTRUTURAÇÃO PRODUTIVA: ANÁLISE DE UM CURSO DE ENGENHARIA DE

ALIMENTOS DA CIDADE DE UBERABA

Márcia Beatriz Velludo Araújo Fugeiro Universidade Federal de Uberlândia - UFU

[email protected]

Esta pesquisa parte da premissa que o capitalismo contemporâneo trouxe à tona questões que têm impactado diretamente a vida do homem, principalmente nos aspectos de educação e trabalho. Considera que a reestruturação produtiva provocou desdobramentos significativos na questão do trabalho e a qualificação requerida para tal. Utilizamos as seguintes categorias de análise: educação, qualificação, trabalho e reestruturação produtiva. Para a compreensão dos conceitos de trabalho, qualificação e competências, bem como as mudanças advindas da inconstância do mundo do trabalho e do mercado, que ditam as regras para a vida em sociedade, utilizamos a pesquisa bibliográfica. Analisamos o Projeto Pedagógico do curso de ensino superior escolhido para a pesquisa empírica, curso de Engenharia de Alimentos da FAZU – Faculdades Associadas de Uberaba, instituído no ano de 2000, tendo aproximadamente sete anos de existência, o qual foi elaborado atendendo às diretrizes curriculares estabelecida s pelos órgãos certificadores. As questões que nortearam a análise do Projeto Pedagógico e a representação dos alunos egressos do Curso e dos coordenadores entrevistados foram: como os docentes egressos e coordenador desse curso vêem e percebem os impactos desse movimento no mundo do trabalho? Em que grau a formação adquirida possibilita o exercício da profissão? Como esses segmentos entendem sua formação a partir da questão do sistema de competências? As análises foram feitas sob as matrizes teórico-conceituais desse sistema, estabelecendo comparações em relação ao documento analisado e pesquisa feita através de questionário. Por fim, provocamos uma reflexão que nos leva a pensar o tipo de sociedade na qual pretendemos viver, que padrões ideais podemos requerer da escola e do mercado, para a promoção da igualdade social e da autonomia, que gerem a emancipação do homem. Os principais resultados da pesquisa permitiram conhecer que, tanto no nível de políticas educacionais pa ra cursos de ensino superior, materializadas por meio das Diretrizes Curriculares Nacionais, como na visão das propostas evidenciadas no Projeto Pedagógico, que há um uso inadequado dos termos competência e qualificação, demonstrando um estreitamento na formação dos profissionais do curso analisado. Por outro lado, verificamos também que os conceitos de qualificação, competência e formação profissional são polissêmicos e, por isso, são geralmente usados de forma inadequada na literatura. Palavras-chave: Trabalho, qualificação, educação

Page 46: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

46

TRABALHO E EDUCAÇÃO NAS POLÍTICAS PÚBLICAS DOS ANOS 80 E 90, E INÍCIO DO SÉCULO XXI

Maria Aparecida da Silva

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET-MG [email protected] ; [email protected]

Discute-se a concepção de trabalho educação no discurso educacional dos anos 80 e 90 e do início do século XXI. Colocam-se como pressupostos que: um Projeto de Escola não se torna hegemônico através de decretos; (ii) só o debate público pode implementar uma ação política consentida; (iii) as leis devem ser resultados de construção coletiva, em movimento contraditório;(iv) a idéia de escola única e politécnica da lut a dos setores populares esteve presente na tramitação da LDB. Analisou-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), que prevê a oferta da educação profissional em “articulação” com o ensino médio; o Decreto nº 2.208/97, que separou a oferta do curso técnico do ensino médio, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para a Educação Profissional de Nível Técnico; o Parecer CNE/CEB nº 16/99, a Resolução CNE/CEB nº 4/99 e o Decreto nº 5.154/2004, que propõe a oferta da educação profissional por meio da flexibilização. O Decreto 5154/2004 (i) acomoda diversos interesses presentes na sociedade civil organizada; (ii) apresenta proposta pedagógica que não institucionaliza nova concepção de trabalho e educação; (iii) não traduz mudanças substanciais da ação pública, envolvendo a oferta do ensino médio integrado com o ensino técnico. O dissenso refletido pela flexibilidade da legislação não garante o desenvolvimento de currículo único para o ensino médio, c om integração curricular ou avanços em direção à politecnia. Analisa-se a relação entre trabalho educação nos debates do Projeto de LDB (no.1603/96), verificando o embate entre os porta-vozes das posições conflitantes. A Proposta curricular na legislação atual e expressa nas DCNs para o Ensino Médio, no Parecer CNE/CEB Nº 15/98 e na Resolução CNE/CEB Nº 3/98 separa a forma e o conteúdo. A incongruência é visível, pois, com o Decreto nº 5.154/2004, a proposta de escola única deixa de existir, voltando a dualidade da década de 80 – Lei nº 7.044 de 1982 - que eliminava o caráter compulsório e universal da profissionalização da Lei nº 5.692/71. O Parecer CNE/CEB nº 39/2004 e Resolução CNE/CEB nº 1/2005, ao dispor sobre a aplicação do Decreto nº 5.154/2004 afirmam que as Diretrizes Curriculares são mantidas ao regulamentarem a LDB. O Conselho Nacional de Educação, ao validar as DCNs para o Ensino Médio e para a Educação Profissional de Nível Técnico, garantiu o desenvolvimento d e ensino justaposto e não de escola única. A justificativa do CNE de que as DCNs regulamentam dispositivos da LDB relacionados à “articulação” entre o ensino médio e o ensino técnico, não são convincentes quanto à construção histórica da legislação. As forças políticas defensoras do ensino médio integrado, para garantir a escola única, não assumiram posição hegemônica exigindo a revisão, pelo Congresso Nacional, da Lei nº 9.394/96, artigos 35 e 36, quanto à “articulação” entre ensino médio e técnico. A proposta de escola única nos documentos preliminares da LDB, norteava-se por visão utópica de sociedade (metanarrativa). O Decreto nº 5.154/2004 é compatível com a fragmentação das narrativas pós-modernas, valorizando a escola, como célula autônoma. Ao acomodar diversos interesses da sociedade, sua proposta pedagógica não é hegemônica nem institucionaliza novo paradigma. Na prática, os trabalhadores da educação , em suas relações sociais de produção, questionam esta legislação , interpretam-na conforme suas circunstâncias e desenvolvem novas experiências, atitudes e habilidades. Palavras-chave: Trabalho; Educação; Currículo, Ensino Médio, Ensino Técnico, Politecnia, Escola Única

Page 47: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

47

CONTRIBUIÇÕES DO MARXISMO AO ESTUDO SOBRE COMUNITARISMO

Maria de Fátima Rodrigues Pereira Universidade do Contestado - UnC

[email protected]

O termo comunitarismo está ligado ao de comunidade e aparece fortemente na década de 1970 ganhando espaço no vocabulário político e, especialmente, no educacional. Dizia-se que a escola deveria est ar voltada para a comunidade, que a gestão da escola deveria ser comunitária, que somente com a participação da comunidade seria possível uma escola democrática, que a escola comunitária é que seria a verdadeira escola pública. Escolas e Fundações Educacionais foram formadas tendo em suas justificativas de existência que eram comunitárias e reivindicaram por conta disto o estatuto de filantrópicas. Neste trabalho apresento como pela perspectiva do materialismo dialético vemos este tema e decorre de outro que realizamos quando da elaboração da tese de doutorado intitulada Formação de Professores em Nível Superior no Estado de Santa Catarina (1960-2002): Controle e Desoneração do Estado. Então apontamos que uma das ideologias fundamentadoras da presença das Fundações Educacionais que compõe o sistema ACAFE (Sistema Catarinense das Fundações Educacionais) e responsáveis por 70% do ensino superior no Estado de SC é a do comunitarismo. Ali, esboçamos a origem histórica e a que cl asse social e fração de classe se prende esta ideologia e buscamos analisar como a sua presença se mantém mesmo em tempos de capital monopólico e o que entendemos com decorrente para a formação de professores. O estudo que agora empreendemos é o de vermos o comunitarismo à luz do marxismo e, portanto, podermos contribuir, assim, para os debates educacionais e políticos quando está em causa a avocação deste termo tão usado para justificar, defender, remover resistências e congregar esforços em torno das ações educativas, nem sempre de forma crítica de maneira a concorrer para os trabalhos investigativos no campo da educação. Palavras-chave: comunitarismo, educação, ideologia.

Page 48: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

48

A PESQUISA NA HISTÓRIA DA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO NO BRASIL: DESAFIOS POLÍTICOS E PEDAGÓGICOS

Maria Iolanda Fontana

Universidade Tuiuti do Paraná - [email protected]

O presente trabalho é a síntese de um capítulo da dissertação de mestrado realizada pela autora, o qual aborda os condicionantes, políticos e socioeducacionais, presentes na história das regulamentações do curso de Pedagogia no Brasil, com o objetivo de investigar, nessa trajetória, as relações entre a concepção da pesquisa no currículo desse curso e o trabalho do p edagogo. Ao analisar as categorias formação e trabalho do pedagogo, numa perspectiva socio-histórica, verifica-se que as mudanças e adaptações curriculares do Curso de Pedagogia ocorreram, principalmente, em função do campo de atuação desse profissional, mais do que pela preocupação com o campo epistemológico da Pedagogia como ciência da prática pedagógica. Foi possível reconhecer que, em sua origem, o curso de Pedagogia teve como ênfase curricular a preparação do pedagogo para a invetigação educacional, dada a necessidade de implementar políticas públicas, em face às demandas de instrução da população e o atendimento aos novos modos de produção capitalista. Evidencia-se que uma nova abordagem da pesquisa na formação desse profissional, em contraposição ao tecnicismo na educação, surge na década de 80, a partir das proposições do movimento de educadores e entidades representativas ( CEDES, ANPED, ANFOPE). O que se propõe para a formação do pedagogo é superar a racionalid ade técnica ou instrumental e avançar para uma racionalidade de práxis, comprometida com a justiça social. A pesquisa nessa perspectiva objetiva iniciar o pedagogo na atividade de pesquisa científica, como também , instrumentalizá-lo para a invetigação da própria prática. Cabe ressaltar, que os recentes documentos oficiais do CNE/CP, pertinentes ao curso de Pedagogia indicam a preparação do pedagogo para realizar práticas investigativas e a iniciação em atividades de pesquisa. Tal indicação demanda pesquisas para verificar como as IES irão efetivar esta proposta e, como a aprendizagem de procedimentos e de atitudes de pesquisa repercutirão na prática desse profissional. A investigação realizada permitiu confrontar teoria e a realidade e compreender o quanto à proposição da pesquisa no currículo do curso de Pedagogia, apesar de tão defendida, ainda requer reflexões e encaminhamentos coerentes na direção de sua efetivação. Palavras-chave: pesquisa, políticas educacionais, formação e trabalho do pedagogo

Page 49: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

49

FONTES DO ENSINO PRIMÁRIO DE BELÉM DO PARÁ, DE 1937 - 1945: LIMITES E AÇÕES.

Maria José Aviz do Rosário e

Maria de Fátima Matos de Sousa Centro de Educação-Universidade Federal do Pará - UFPA

[email protected]

Este artigo reúne e discute fontes do ensino primário de Belém do Pará, no período compreendido entre 1937 e 1945 – Estado Novo, articula-se ao projeto “Guia de fontes do ensino público de Belém do Pará, no Século XX: da instrução primária ao ensino fundamental”, vinculado ao Grupo de Estudos e Pesquisa em História e Educação - GEPHE, do Centro de Educação, da Universidade Federal do Pará - UFPA. É uma primeira aproximação com a organização e sistematização de fontes primárias que registram parte da história educacional de Belém do Pará, no Século XX, configura-se como um exercício de delineamento, de uma longa e intensa jornada de movimentação em torno da sedimentação da pesquisa em história da educação. Parte da tese de que a educação de Belém do Pará, durante o Estado Novo, esteve ligada às diretrizes traçadas nos Regimentos do Ensino Primário de 1931 e 1944, leis que reformaram o ensino primário no Estado do Pará. Desse modo o ensino primário sofreu forte influência da Se cretaria Estadual de Educação paraense que retirava os encaminhamentos educacionais dos regimentos citados. Objetiva disponibilizar documentação referente à história da educação de Belém do Pará, no período, visando minimizar os problemas de acesso às informações, particularmente na questão de dispersão, destruição e alienação documental. Sua estruturação situa o estudo apresentando a temática e o objeto de estudo, evidencia as principais mediações quando da articulação, elaboração e efetivação do ensino primário, bem como discute as relações existentes entre os poderes políticos instituídos e as reivindicações sociais. Os procedimentos metodológicos se detiveram sobre a organização, catalogação e sistematização das fontes já levantadas e que incidem na produção educacional de Belém do Pará, onde se procurou organizar a história do ensino primário a partir de documentos oficiais e não oficiais e de matérias jornalísticas sobre a temática. Os resultados preliminares apontam o ensino primário de Belém, no período, como um instrumento importante de barganha política e que ao mesmo tempo passava por um processo de redirecionamento histórico-político-social no qual os poderes políticos estadual e municipal figuravam como atores principais no papel de mediadores e elaboradores das propostas pertinentes à educação. Palavras-chave: Ensino Primário-Poder Político instituído-Estado

Page 50: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

50

A POLÍTICA PÚBLICA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL EM SERGIPE COM A PROMULGAÇÃO DA NOVA LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO

NACIONAL – 9.394/96

Maria Lúcia de Góis Faculdade Amadeus - FAMA

[email protected]

A formação para o trabalho passa por diversas transformações, em que políticas públicas de Educação Profissional são implementadas segundo um discurso voltado para as necessidades do setor produtivo, a partir de uma relação mecânica com o mercado de trabalho. Com a reestruturação produtiva, instaurada nas três últimas décadas do século XX, a formação/qualificação do trabalhador é redirecionada e o foco de exploração ultrapassa o componente muscular, antes priorizado, recaindo fortemente no componente intelectual, em função do uso das tecnologias de base microeletrônica. Exigem-se do trabalhador novas competências e atributos para facilitar a aquisição de novas habilidades. São disseminados conceitos como o de empregabilidade e eqüidade, via educação, conforme a lógica da nova etapa do capitalismo que tem no ideário neoliberal sua sustentação político-institucional. A flexibilidade produtiva e a financeirização da economia dão o tom da acumulação. Nesse quadro, no Brasil, são elaboradas políticas de educação e de educação profissional para atender às determinações/recomendações dos organismos internacionais como o Banco Mundial – BIRD, o Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID e o Fundo Monetário Internacional – FMI. Acompanhando a dinâmica nacional, o estado de Sergipe segue a mesma tendência. Diante dessas considerações, esse trabalho tem como objetivo apresentar algumas reflexões sobre a Política de Educação Profissional no Brasil e no estado de Sergipe, a partir da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, Lei nº. 9.394/96. Para tanto, buscou-se identificar os principais eixos norteadores da Política Pública de Educação Profissional no Brasil e em Sergipe e sua relação com os condicionamentos sócio-históricos a eles subjacentes. Ainda em conformidade com a LDB, verificaram-se também os aspectos de renovação e manutenção na proposta do poder público do estado de Sergipe com relação à Educação Profissional e sua real efetivação desde a promulgação da LDB até 2005. Palavras-chave: Trabalho, Política Educacional, Educação Profissional

Page 51: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

51

A INFLUÊNCIA DO MERCADO DE TRABALHO NO ENSINO TÉCNICO PROFISSIONAL E AS MUDANÇAS CURRICULARES OCORRIDAS EM UMA ESCOLA

TÉCNICA NO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO

Maria Luiza Costa Centro Universitário Moura Lacerda - CUML

[email protected]

Este trabalho é parte de uma dissertação de Mestrado em Educação,que se propõe a analisar a criação de uma Escola Técnica em uma cidade do interior do Estado de São Paulo,no ano de 1991, e a questão das mudanças curriculares ocorridas por influência do mercado de trabalho,objetivando o oferecimento de maiores oportunidades aos jovens moradores da região.O presente artigo tem como objetivo apresentar alguns elementos que evidenciam esta influência nas mudanças curriculares da referida Escola,analisando-a também no contexto político e econômico,sem a pretensão de esgotá-las.Fizemos um recorte na mudança implementada no início de 2007,que consistiu na criação de um módulo curricular opcional,com duração semestral ,destinado aos alunos que já concluíram o curso técnico, e desejarem uma especialização, que atenderá as necessidades de mão de obra de uma grande empresa da cidade.O referencial teórico abrange estudos realizados por: Acácia Kuenzer (1998),Ricardo Antunes (1997,2000,20 04,2006),Gaudêncio Frigotto (1986,1995,1996,1997,1998),Sacristan (1991,1996)Gentili (1995,1996,1997,1998),Tomas Tadeu da Silva (1994), Solange Aparecida Zotti (2004)e Demerval Saviani (2002,2004). A linha de investigação para construção do nosso objeto de estudo levou a adoção de uma metodologia qualitativa de pesquisa,configurada como um estudo de caso.Ao pesquisarmos os documentos existentes no arquivo da Escola,encontramos uma carta datada de 16 de janeiro de 1991,originada em uma das grandes empresas da cidade,endereçada ao Prefeito Municipal ,na qual era formalizada a sugestão para a implantação da Escola Técnica,com oferecimento de cursos que atendessem a necessidade específica de profissionais qualificados para a determinada empresa, recém instalada na localidade, com a promessa quanto ao futuro aproveitamento dos alunos,como futuros funcionários.O avanço tecnológico, característica básica do mundo atual, faz com que o mercado de trabalho se torne a cada dia, mais exi gente e competitivo com relação a qualificação dos trabalhadores.A análise da realidade nacional articulada ao contexto do capitalismo mundial torna-se primordial,pois as relações políticos sociais estão mediadas na ideologia neoliberal.Para compreender as estratégias que o projeto neoliberal no Brasil tem reservadas para a educação,é importante também compreender que esse processo numa era de globalização ,é parte de uma dinâmica internacional mais ampla.Nas considerações parciais da pesquisa,fica evidenciado que os currículos oficiais foram sendo construídos ao longo da história da educação brasileira de acordo com o modelo econômico vigente e demandas do mercado de trabalho. Palavras-chave: mudança curricular,modelo economico,ensino técnico

Page 52: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

52

O CURSO DE ENGENHARIA DE OPERAÇÃO (ANOS 1960/1970) E SUA RELAÇÃO HISTÓRICA COM A CONCEPÇÃO DE INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO

(PROFISSIONAL) TECNOLÓGICA NO BRASIL

Marisa Brandão CEFET-CSF/RJ e UFF -

[email protected]

Tendo como pano de fundo a busca da compreensão e da crítica de qual tem sido a educação historicamente reservada à clas se trabalhadora, este trabalho apresenta – levando em conta o contexto do desenvolvimento capitalista – um pouco da história do curso de Engenharia de Operação no Brasil. A discussão em torno desses cursos surge nos primeiros anos da década de 1960. Seu currículo mínimo foi fixado pelo CFE em 1965 e, pouco mais de uma década depois, já seriam extintos. Considerando que tais cursos são uma das pontas de uma política maior de cursos superiores diferenciados, procuramos mostrar como se relacionam com a concepção de um novo tipo de instituição de ensino superior que, iniciando se com a idéia de Centros de Engenharia de Operação culminará, no final da década de 1970, com a criação dos primeiros Centros Federais de Educação Tecnológica. Desde os primeiros anos da década de 1960 existia a formulação de uma política de expansão do ensino superior com base em cursos de curta duração. Essa política foi colocada em prática, em parte, com os cursos de Engenharia de Operação que, devido a pressões contrárias, acabou esgotando se, mas, ao mesmo tempo, foi o embrião de um projeto mais amplo, na década de 1970, visando à difusão do que, a partir de 1973, seria reconhecido como Curso Superior de Tecnologia (Curso de Formação de Tecnólogos). Veremos que a política de cursos de curta duração de grau superior representada pela Engenharia de Operação, desde seu início, esteve referenciada em experiências internacionais, principalmente dos EUA. Esse trabalho mostra as especificidades dos cursos, para além do fato de serem de duração reduzida. Seus defensores explicitam que se trata de uma formação voltada para a prática das indústrias, para a tecnologia, o dia a dia da produção, para a manutenção e a supervisão da operação de máquinas; em contraposição, ter-se-ia a formação dos engenheiros plenos, mais longa e de base científica. No processo de implantação da Engenharia de Operação pode se observar uma disputa de modelos – mas não de concepção – que envolve diferentes setores do capital privado da educação e do poder executivo, passando por organismos de financiamento internacional. Neste contexto, verifica se a tendência dos cursos mais curtos de engenharia se tornarem uma preferência do setor privado. Demonstra se ainda que esta política de expansão do ensino superior, já em meados da década de 1960, começa a se configurar como uma política não universitária, isto é, tendo como pressuposto para sua difusão a criação de instituições específicas para esses cursos. A rede federal de Educação Profissional, através de seus dirigentes nacionais e de algumas Escolas Técnicas Federais, teve então um importante papel nas décadas de 1960 e 1970 na busca da consolidação, tanto dos cursos, quanto do projeto de instituição. Ambos – curso e instituição – indicam caminhos que ainda hoje vêm sendo percorridos para a educação (profissional) tecnológica. Palavras-chave: Educação profissional – Educação Tecnológica – Engenharia de Operação

Page 53: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

53

O SENAI E A EDUCAÇÃO PROFISSIONALIZANTE DO BRASIL

Meire Terezinha Muller Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP

Universidade São Marcos – Campus Paulínia [email protected]

A Educação Profissionalizante tem sido uma das principais preocupações governamentais desde o início do século XIX. Vista inicialmente como uma ação estatal de cunho assistencialista, necessária para diminuir a mendicância e a ociosidade, passa, após os anos 40 do século XX, a representar uma preocupação conjunta dos setores educacionais/empresariais. Assim, nesse período, foi criado o SENAI, com o objetivo de aproximar a profissionalização - através da educação - à realidade requerida pelas empresas que se estabeleciam em todo o país. Ao assumir a responsabilidade pela criação e manutenção de cursos profissionalizantes, o SENAI, em concordância com as indústrias que o mantêm, se constitui como elo preparador da mão-de-obra a ser absorvida pelas empresas. A escola, num papel secundário, oferece os subsídios necessários para a formação adequada de operários para aquele fim. Nesse artigo procuramos analisar o surgimento do SENAI no Brasil, para tentar compreender como a educaçã o profissionalizante oferecida através do SENAI realmente se efetivou. A formação profissional, desde sua origem, sempre foi entendida como uma modalidade reservada às classes menos favorecidas, aos desafortunados, órfãos e pobres, havendo uma nítida distinção entre a escolarização oferecida às elites que detinham o saber e o poder (a quem eram destinados cursos regulares, propedêuticos ao ensino superior) e às massas, que executavam serviços braçais (a quem eram ofertados os cursos de “educação para o trabalho”, esperando, com isso, facilitar-lhes a empregabilidade e a manutenção da economia capitalista). As modalidades de cursos "regulares" e "profissionalizantes" assim, acabam se tornando antagônicas e paradoxais, na medida em que, ao trabalhador, não era necessário oferecer escolaridade formal e regular, desvinculando-o do processo educativo, reservado às elites que, em contrapartida, deveriam manter-se longe das ocupações laborais braçais, inadequadas a seu status social. Criado em 22 de janeiro de 1942, pelo decreto-lei 4.048 do então presidente Getúlio Vargas, o SENAI surgiu com o objetivo principal de atender a uma necessidade premente: a formação de mão-de-obra para a indústria de base. Considerado um órgão “híbrido”, já que está ligado à iniciativa privada mas recebe subsídios financeiros do Estado, o SENAI tem despertado, desde sua criação, a admiração de alguns e as críticas de outros tantos. A institucionalização do SENAI foi rápida. Apenas um ano depois do decreto de criação, foram oferecidos cursos emergenciais no SENAI-SP, para formação de operários necessários às indústrias surgidas em decorrência da Segunda Guerra Mundial, então em curso. Ao longo de seis décadas de atuação o SENAI se consolidou como uma das principais agências de formação para o trabalho no Brasil, atendendo hoje a cerca de 2 milhões de matrículas anuais, totalizando 37 milhões de matrículas desde 1942. As primeiras escolas deram origem a uma rede de 765 unidades, distribuídas por todo o país, onde são oferecidos mais de 1.800 cursos e prestados serviços de assessoria técnica-tecnológica e laboratorial às empresas. Nosso objetivo, portanto, é refletir sobre a educação profissionalizante proposta pelo SENAI bem como analisar o modo pelo qual essa educação transita pela escola pública nesse mesmo âmbito. Pretendemos também analisar as relações existentes entre as mudanças nos processos de produção, no trabalho, nas relações sócio-profissionais e no próprio capitalismo, que influenciaram a criação de cursos profissionalizantes e a necessidade da criação do SENAI. Palavras-chave: educação profissionalizante, SENAI

Page 54: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

54

O PAPEL DA EMBRAPA NA QUALIFICAÇÃO, FORMAÇÃO E EMPREGABILIDADE DOS PEQUENOS PRODUTORES

Monica Fernanda Botiglieri

Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto/USP - [email protected]

A pequena propriedade rural, a agroindústria e os grandes produtores correspondem a elementos de uma totalidade, uma mesma problemática, ou seja, a questão agrária no país, que vem sofrendo alterações devido ao impacto das modernas tecnologias e uma nova organização do trabalho para atender as exigências do capital globalizado e os interesses do projeto político neoliberal. Com relação à problemática da questão agrária no país, este trabalho terá como foco os pequenos produtores rurais e o papel que estes cumprem na organização do meio rural brasileiro, tomando como ponto de partida as seguintes questões: 1ª - Qual é o acesso dos trabalhadores rurais às novas tecnologias partindo que a agricultura familiar tem poucas condições de adquirir tecnologia que possibilite aumentar sua produtividade e possa concorrer no mercado consumidor, pois tem pouco, ou nenhum capital de investimento em novos equipamentos, fertilizantes, pesticidas, métodos de produção e outros insumos? 2ª - O pequeno agricultor em determinado momento de safra se constitui em trabalhador assalariado temporário. Esta condição o coloca em contato com novas tecnologias e novas formas de organização do trabalho, o que o faz assimilar novos métodos e conhecimentos. Ao retornar a sua pequena propriedade, os incorpora segundo seus recursos, na produção familiar, aumentando sua produtividade.Partindo do referencial acima, este trabalho buscou compreender o papel da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária na formação, qualificação e empregabilidade do trabalhador rural e na aplicação de tecnologia e sua transferência ao pequeno produtor. Como também analisar seus processos pedagógicos e materiais didáticos. Palavras-chave: Formação, Embrapa, Transferência de tecnologia

Page 55: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

55

TRABALHO E EDUCAÇÃO: A MEDIAÇÃO DA UNIVERSIDADE CORPORATIVA NA QUALIFICAÇÃO DO TRABALHADOR DO BANCO DO BRASIL EM ARACAJU/SE

Neuza Severo Ribeiro Dias

Faculdade Amadeus - FAMA [email protected]

A educação corporativa, a educação do trabalhador, a formação profissional, vinculadas às novas formas de gestão organizacional da produção e reestruturação do trabalho se intensificam na década de 90 e início do século XXI. As políticas educacionais e a crise da educação só podem ser entendidas no campo da crise do próprio sistema capitalista. Nesse cenário surgem as Universidades Corporativas, sistemas educacionais implantados no âmbito de uma organização para atendimento de seus trabalhadores, como uma alternativa para garantir uma “educação sob medida”, pragmática, utilitária, voltada para a ambiência empresarial. Este trabalho tem como objetivo analisar o papel da mesma enquanto proposta de educação voltada para formação/qualificação dos seus trabalhadores, buscando uma interpretação dinâmica e totalizante da realidade, assim como refletir sobre a Educação Corporativa no sentido de sua caracterização e ampliação nos marcos do neoliberalismo, em que as empresas vêm assumindo crescentemente o papel de agências educativas tendo em vista uma articulação direta com o mercado. A formação profissional e o desenvolvimento humano são eixos estratégicos das políticas de qualificação dos trabalhadores diante das transformações operadas no processo produtivo. A crescente busca pelo conhecimento, pela rapidez de informações, pela inovação tecnológica e por novos modelos de gestão da força de trabalho tem ampliado cada vez mais o grau de competitividade empresarial e profissional. Assim, requisitam-se da educação, novos conhecimentos sobre o trabalho e, por conseguinte, uma formação profissional que deve se adequar às demandas mercadológicas e à emergência do trabalhador “competente” e “instrumentalizado”. Diante desse requerimento, a educação corporativa tem se colocado como uma alternativa que vem se ampliando no sentido de qualificar conforme o perfil hoje demandado pelas empresas. O modelo de educação corporativa que trabalhamos nesse estudo foi o desenvolvido pela Universidade Corporativa do Banco do Brasil. Os resultados demonstraram que os trabalhadores identificam as contribuições da Universidade Corporativa para a sua formação/qualificação, principalmente em articulação com o trabalho. Consideram importantes suas ações para o desenvolvimento pessoal e profissional, ao tempo em que, majoritariamente, reconhecem a pouca disponibilidade de tempo para o melhor aproveitamento das possibilidades oferecidas pela Universidade Corporativa, como a principal dificuldade. Palavras-chave: Educação; Trabalho; Educação Corporativa; Qualificação; Universidade Corporativa.

Page 56: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

56

A EFETIVAÇÃO DO DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO À EDUCAÇÃO: DIMENSIONAMENTO DA RELAÇÃO EDUCAÇÃO E TRABALHO

Nilce Aparecida da Silva Freitas Fedatto e

Dirce Nei Teixeira de Freitas Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD

[email protected]

O texto resulta de estudos realizados no contexto da pesquisa sobre a “efetivação do direito à educação básica” no estado de Mato Grosso do Sul (período 1992-2004). Propõe-se a analisar a relação entre educação e trabalho que se revela na efetivação do direito público subjetivo à educação escolar (ensino fundamental), enquanto obra do Estado e sociedade brasileiros. A abordagem histórica do tema é complementada com considerações avaliativas acerca do atual cenário educacional no País. A visão que resulta dessa abordagem auxilia na busca de compreensão do que vem ocorrendo no tocante à efetivação do direito à educação na unidade federativa selecionada para a pesquisa. Observa-se que a reforma constitucional dos anos 1990 (em especial a expressa na Emenda Constitucional nº. 14, de 1996) e a legislação infraconstitucional dela decorrente explicitaram os limites dentro do qual o Estado brasileiro viabilizaria o direito à educação para todos os seus cidadãos. Somente o ensino fundamental acabou garantido como direito público subjetivo, uma vez que apenas para ele se fixou o estatuto da obrigatoriedade vinculado ao da gratuidade. O mesmo não se verificou na educação infantil e no ensino médio, embora tenha sido estabelecido o dever do Estado de oferecê-los com gratuidade em estabelecimentos oficiais e com padrão de qualidade. Reduzida ao mínimo e, ainda, admitindo formas precárias de atendimento, a garantia do direito à educação é, sem dúvida, uma das inacabadas realizações da sociedade brasileira, no século XX e o grande desafio para esse início de século. A LDB/1996, ao retirar a educação profissional do âmbito da educação básica, consagra a separação trabalho manual/trabalho intelectual. Constata-se que a sociedade brasileira não só não tem assegurado à população em idade propícia o acesso ao básico (fundamental) da educação básica, como até mesmo o “elementar” desse básico não tem sido assegurado. O direito não-efetivado subtrai de parcelas da população a experiência de trabalho que se dá por meio da educação (neste caso, especificamente a escolarização fundamental). Em outras palavras, pessoas são privadas da legítima vivência da educação como trabalho singular. Nesse contexto excludente, o trabalho de professores e estudantes deixa de se constituir princípio educativo, assim como a educação se nega enquanto tal, na medida em que não opera, para muitos, como prática de humanização. Conclusivamente é possível afirmar que, até o momento, o ensino reconhecido e garantido como direito público subjetivo não logrou ser realizado plenamente no país, mesmo que a garantia vigore há quase duas décadas. Tanto as normas jurídicas e político-administrativas como os indicadores estatísticos e avaliativos oficiais são reveladores da parcial e precária garantia e realização do direito à educação no Brasil. A efetivação e a não-efetivação desse direito dimensionam a relação entre educação e trabalho na escolarização dos brasileiros. Palavras-chave: história da educação, educação e trabalho, ensino fundamental

Page 57: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

57

TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO, GÊNERO, EDUCAÇÃO E EDUCAÇÃO FÍSICA: POSSÍVEIS ARTICULAÇÕES.

Nilo Silva Pereira Netto

Prefeitura Municipal de Campo Largo (PR) - nilon [email protected]

O presente trabalho apresenta articulações teóricas entre as transformações no mundo do trabalho, levando em consideração o desdobramento generificado das relações humanas nesse contexto. Busca-se articular a investigação do papel da Educação e especialmente da Educação Física e sua especificidade nesse processo histórico. Compreende-se a Educação Física como disciplina que historicamente desempenhou papel central na formação dos trabalhadores na fase de implementação capitalista e que passa a transformar-se paulatinamente em acordo com as transformações do mundo do trabalho, perdendo sob o ponto de vista imediato, sua centralidade na composição do projeto educacional dominante. Ressaltamos nesse bojo as demandas postas à formação humana na especificidade da divisão sexual, ou de gênero, do trabalho, face particular contemporânea da Educação e Educação Física. Palavras-chave: mundo do trabalho, gênero, educação física

Page 58: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

58

OS GINÁSIOS POLIVALENTES DA DÉCADA DE 70 UMA EXPERIÊNCIA INOVADORA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Nilton Ferreira Bittencourt Junior

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET-MG [email protected]

O presente trabalho pretende contextualizar a criação e implantação dos Ginásios Polivalentes fazendo um resgate histórico – a partir de 1930, quando Anízio Teixeira, no Distrito Federal, criou as ‘Escolas Técnicas Secundárias’ que, segundo Clarice Nunes, serão consideradas fonte de inspiração para os Ginásios Polivalentes. Os Ginásios Polivalentes foram criados na década de 70, em plena ditadura militar, nos moldes dos Ginásios Orientados para o Trabalho – GOT e financiados pelo convênio MEC/USAID através do PREMEM onde se utilizava o binômio Educação/Trabalho na continuidade da escola primária. Essa proposta consistia num projeto de escola de tempo integral com o objetivo de fornecer educação básica e vocacional. Para isso, foram construídas escolas em todo país (cerca de 300) e foram ainda qualificados aproximadamente 12.000 professores (as) (9.770 novos professores e o aperfeiçoamento de 2.447 já graduados) e treinamento de técnicos e administradores num investim ento de 13,5 bilhões de cruzeiros(cr$13.473.100.000,00). Entretanto o projeto parece ter durado pouco tempo, pois dados iniciais indicam que em 1980 o projeto já estava descaracterizado. Na literatura da área existem poucos dados, muito fragmentados, deixando uma lacuna na história da educação profissional no Brasil. Este trabalho buscará mostrar uma síntese da produção sobre o tema incluindo sua gênese, além de uma pesquisa documental, de forma elaborar uma abordagem exploratória do processo de implantação desta escolas, especificamente em Minas Gerais. O interesse maior dessa pesquisa encontra-se no fato de terem sido escolas que ofereceram condições materiais bastante especiais: a já mencionada formação de docentes e funcionários, as instalações construídas, o regime de horário integral, o currículo inovador, com muitas aulas em laboratórios e oficinas. Por serem escolas públicas, ofereceram uma oportunidade única a milhares de crianças e jovens das classes trabalhadoras, de terem acesso a uma trajetória formativa de qualidade. Cabe, nesse primeiro momento, resgatar essa interessante e única proposta em seus pressupostos e em sua concretização, com foco especial para o currículo oferecido aos alunos. Este Trabalho é parte de uma monografia de pós graduação em Educação Tecnológica. Palavras-chave: História da educação; Políticas Públicas em Educação; Educação Profissional.

Page 59: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

59

A INSERÇÃO DE CLASSE DOS ASSALARIADOS NÃO-MANUAIS:

UM DEBATE COM A BIBLIOGRAFIA MARXISTA SOBRE A CLASSE MÉDIA

Patrícia Vieira Trópia Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC-Campinas

[email protected]

No interior do vasto campo de pesquisas em torno da temática trabalho e educação, situa-se o debate sobre a inserção de classe dos trabalhadores em educação. Deve-se reconhecer que a importância desta discussão não tem sido proporcionalmente acompanhad a por estudos que busquem analisar a própria condição de trabalho dos educadores a partir de uma perspectiva de classe. Esta lacuna não é improcedente, afinal o debate sobre a inserção de classe dos trabalhadores em educação é bastante recente, sobretudo se considerarmos a história da organização sindical docente, a busca de uma identidade profissional como trabalhadores e a tentativa de superar a, ainda, forte influência da ideologia dos dons e do sacerdócio, tão presentes nas representações sociais e dos próprios professores acerca de seu trabalho. Por sua vez, tal temática é polêmica e complexa. Nosso objetivo com a apresentação deste trabalho é discutir como o debate em torno da inserção de classe dos trabalhadores não-manuais - vale dizer dos trabalhadores assalariados que realizam um trabalho investido de constrúctos simbólicos, rituais e de elementos culturais que os distinguem da classe operária - tem sido travado dentro do campo marxista . Entendemos que há, para al ém das indicações presentes na obra de Marx sobre trabalhadores produtivos/improdutivos, uma longa e profícua discussão travada pela tradição marxista que tem sido, senão desconhecida ao menos, desconsiderada por grande parte dos pesquisadores. Entendemos também que esta discussão é condição necessária para que os estudos e pesquisas sobre a inserção de classe dos professores, no interior do campo crítico e marxista, se desenvolvam e expliquem, de forma eficaz, os conflitos e contradições presentes no interior da luta social dos trabalhadores em educação pela transformação da educação e da própria sociedade. Palavras-chave: classe média, trabalho não manual, marxismo

Page 60: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

60

OS ESTUDOS E PESQUISAS DA RELAÇÃO TRABALHO-EDUCAÇÃO

NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA

Paulo César de Souza Ignácio UNICAMP/UFJF -

[email protected]

Este trabalho se propõe a realizar uma breve análise da possibilidade de confluência entre os campos que se propõem investigar a relação trabalho-educação e a história da educação no Brasil, de onde emerge, sem dúvida, a importância da abordagem histórica da relação trabalho e educação. Tendo como parâmetros dois momentos em que esses campos se propuseram a realizar um balanço crítico de sua produção científica e em que reafirmaram o compromisso de investigar a educação no Brasil, tomando-a como uma síntese de múltiplas determinações históricas, analisamos alguns fundamentos que orientam o campo trabalho-educação e mostramos sua interface com o campo da história. Em seguida, articulamos esse primeiro ponto ao processo de constituição do Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” – HISTEDBR – da Faculdade de Educação da UNICAMP, mostrando também como este se articula ao campo trabalho-educação, a partir das preocupações que são comuns e da importância da abordagem histórica das problemáticas inerentes à relação trabalho-educação. Nesse sentido, a categoria trabalho, em sua dimensão ontológica, é apresentada, num contraponto à forma como é vista sob a ótica do capital, como a relação social fundamental que define o modo humano de existência. Já a formação humana, de uma maneira geral, e a educação, particularmente, são apresentadas como fenômenos sociais, historicamente determinados, de produção de conhecimento e de realização individual e que se expressam socialmente e ultrapassam a dimensão do agir unicamente determinado pela necessidade de subsistência. Olhando sob esta perspectiva, vemos a importância do enfoque histórico nas investigações sobre a relação trabalho-educação como forma de compreender a história da educação a partir da compreensão dos movimentos do capital, ou a partir da compreensão de como os homens se organizam para produzir a sua existência. Palavras-chave: Relação trabalho-educação; História da educação; Metodologias da história Texto apresentado na Mesa de Debate: "Abordagem histórica da relação trabalho e educação".

Page 61: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

61

A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE E A SUBORDINAÇÃO

DA EDUCAÇÃO AO MERCADO: A EXPANSÃO DO ENSINO SUPERIOR

NO PERÍODO DE 1994 A 2006

Polyana Imolesi Silveira de França Universidade Federal de Uberlândia - UFU

[email protected]

Esta pesquisa foi desenvolvida como parte do Projeto de Pesquisa do Núcleo de Educação, Trabalho e Sociedade da linha de Política e Gestão em Educação do Programa de Mestrado em Educação da Universidade Federal de Uberlândia - UFU - localiza no debate histórico-político brasileiro, no período de 1994 a 2004 considerando o Governo de FHC e a discussão da questão da precarização do trabalho do docente no ensino superior a partir da reestruturação produtiva no mundo do trabalho que impactou desde a forma de pensar à própria execução do ato pedagógico no contexto educacional. Utiliza-se da Pesquisa Bibliográfica para a busca de conceituação de trabalho e educação a partir da construção do materialismo histórico dialético. Na Análise de documental verificou-se como são estabelecidas as bases das relações de trabalho no ensino superior no que se refere aos aspectos de perfil profissional, escolarização, representação sobre a função docente e percepção dos mesmos sobre o exercício profissional. Este trabalho se localiza dentro do debate político tendo em vista que a discussão proposta está relacionada com a questão da precarização do trabalho do docente no ensino superior a partir da reestruturação produtiva no mundo do trabalho que impactou desde a forma de pensar como de atuar no contexto educacional. Sinaliza também para a mudança nas relações e papéis exercidos que parecem se caracterizar pela subordinação ao mercado segundo as reorientações e políticas educacionais implementadas que por sua vez quer apresentar uma finalidade educacional voltada ao atendimento das necessidades de formação de um individuo flexível, competitivo e adaptável às diversas mudanças introduzidas no contexto da organização produtiva ao qual se insere. Os principais resultados demonstram que as reformas empreendidas nos últimos anos no Brasil têm impacto nos trabalhadores docentes principalmente na natureza do trabalho docente. Palavras-chave: Trabalho, Educação, Trabalho Docente

Page 62: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

62

O ENSINO POLITÉCNICO COMO ALTENATIVA AO SISTEMA EDUCACIONAL BRASILEIRO

Rachel Aguiar Estevam do Carmo

Universidade Federal Fluminense. - UFF [email protected]

Estudar a perspectiva politécnica de ensino é pensar em outro tipo de sociedade. Isso porque as demandas por recursos pedagógicos transformadores necessita, a priori, de práticas transformadoras. As escolas precisam repensar a sua prática não para moldar-se à lógica do capital, mas sim para organizar-se politicamente a fim de construir projetos críticos e consistente.A articulação entre a teoria e a realidade objetiva deve ser feita a todo o momento do trabalho pedagógico. A eleboração de novas propostas precisa estar em consônancia com o currículo. O currículo enquanto práxis, defendida por José Gimeno Sacristán, é uma tarefa que o ensino politecnico tem que abraçar como uma alternativa socialista de ensino. Dentro das dificuldades postas fruto das contradições pelas quais sutenta o Modo de Produção Capitalista, podemos constriur, junto com o corpo que compõe a escola ou outros espaços educativos, uma proposta que contemple a classe trabalhadora, proporcionando a sua formação plena, isto é, a sua formação onilateral. Por isso, retomar este debate fomenta toda uma discussão do vigor das teorias socialistas no início desse século, atividade fundamental para reorganizarmos a 'classe-que-vive-do-trabalho'. Propiciar alternativas pedagógicas é antes de tudo dar ao trabalhador o direito de escolha, ou seja, qual o tipo de sociedade que ele deseja. Palavras-chave: politecnia, ensino médio, ensino profissionalizante, socialismo, capitalismo

Page 63: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

63

TRABALHO E POLÍTICA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA BRASILEIRA. UMA ANÁLISE DO MODELO EDUCACIONAL DO PROFORMAÇÃO, NO GOVERNO FERNANDO

HENRIQUE CARDOSO.

Raquel de Almeida Moraes Universidade de Brasília - UnB

[email protected] ou [email protected]

O debate em torno dos paradigmas ou modelos teóricos da relação entre Trabalho e Educação são oriundos da Economia e Sociologia Industrial e tem influenciado as políticas e práticas de Educação e Educação a Distância, EaD. A EaD foi formalizada como uma das políticas educacionais brasileiras a partir da criação da secretaria de Educação A Distância, SEED, na estrutura administrativa do Ministério da Educação, MEC, em 1996 pelo então ministro da educação Paulo Renato de Souza, do Governo Fernando Henrique Cardoso, do Partido da Social Democracia Brasileira, PSDB. Dentro do SEED/MEC destaca-se o Programa de Formação de Professores Leigos, Proformação, que foi criado, segundo os documentos oficiais, em 1999 como curso de nível médio, com habilitação em magistério, na modalidade de educação a distância, para formar docentes que exercem a profissão sem habilitação legal nas escolas públicas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O curso tem duração de dois anos (3.200 horas) e utiliza material impresso e video. O objetivo deste trabalho é fazer uma análise crítica do modelo teórico utilizado nesse programa de formação para o trabalho docente. Para isso, dividiremos o texto em três partes. Na primeira parte, definiremos o conceito de trabalho e sua relação com osconceitos de ser humano e educação a partir da perspectiva marxista. A seguir, abordaremos os conceitos e tipos de Formação e Qualificação destacando o Fordismo, Pós-fordismo, Toytismo, Politecnia, Omnilateral e sua relação com a Educação e a EaD. Na segunda parte, focaremos o Proformação entre 1999-2002. Como fontes primárias utilizaremos os documentos, materiais e videos obtidos em pesquisa de campo no SEED/MEC e fontes secundárias, como livros, dissertações e artigos científicos e jornalísticos relacionados à temática. À luz das categorias do materialismo histórico e dialético de Totalidade, Contradição e Movimento, na terceira parte analisaremos o programa em tela no sentido de apreender o modelo de qualificação norteador, examinando criticamanente suas potencialidades e limites na sociedade brasileira contemporânea. Palavras-chave: Trabalho, Educação, Política Educacional de Educação a Distância.

Page 64: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

64

INDUSTRIALIZAÇÃO, TRABALHO E EDUCAÇÃO NO BRASIL (1956-1985)

Rita de Cássia Ribeiro Barbosa Universidade São Marcos - UNIMARCOS

[email protected]

O presente trabalho realiza uma análise sobre as relações estabelecidas entre educação e desenvolvimento no âmbito oficial, compreendendo o período entre o mandato do Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira e o último governo militar. Utilizamos como fontes primárias, principalmente, os planos globais e setoriais de educação elaborados à época em questão. Após a criação da CEPAL, em 1948, presenciamos o rompimento com a tese das vantagens comparativas, que atribuía aos países periféricos o papel de exportadores de matéria-prima e importadores de produtos manufaturados. Desse modo, intensificou-se a busca de meios para promover a industrialização do mundo "subdesenvolvido", considerando-se prioritária a intervenção do Estado na economia pela utilização do mecanismo do planejamento, a fim de administrar e dinamizar a alocação de recursos escassos. No cenário da Guerra Fria, que opunha o Ocidente cristão ao comunismo ateu, a ideologia do desenvolvimento foi largame nte disseminada. A partir de 1955, os teóricos do ISEB reforçaram as bases de sustentação da doutrina desenvolvimentista no Brasil, pretendendo acelerar a expansão econômica do país. A industrialização brasileira foi efetuada, em grande parte, por intermédio da transferência de tecnologias poupadoras de mão-de-obra e de um aumento do endividamento externo. Valorizavam-se os investimentos em capital físico em detrimento às políticas sociais, uma vez que estas eram tidas como excessivamente dispendiosas. Divulgava-se a idéia de que, no futuro, os benefícios da prosperidade atingiriam a população de forma geral. Entretanto, as políticas econômicas adotadas implicaram em um processo crescente de concentração de renda. Para justificá-lo, incorporou-se, gradativamente, aos planos de governo o discurso do valor econômico da educação para o desenvolvimento, no que se refere à formação de recursos humanos devidamente capacitados para lidar com novas tecnologias; dessa forma, os indiv íduos contribuiriam para atingir os “objetivos nacionais” estipulados nesses documentos e, ao mesmo tempo, adquiririam mobilidade social, ou seja, os mais talentosos poderiam ascender socialmente. Assim, o mito da “escola redentora” legitimou a exclusão social gerada no seio do sistema capitalista, ao ocultar a baixa capacidade da estrutura produtiva existente para absorver trabalhadores qualificados. Palavras-chave: Industrialização; Trabalho; Política Educacional

Page 65: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

65

TRABALHO, ESCOLA E CIDADANIA: UM ESTUDO SOBRE A FORMAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL NO PERÍODO DE 1996 A 2006

Robson Luiz de França

Universidade Federal de Uberlândia - UFU [email protected]

Esta pesquisa está insere-se no Grupo de Pesquisa História, Trabalho e Sociedade vinculada à Linha de Pesquisa História e Historiografia da Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia. O objetivo geral é analisar as propostas do PROEP segundo suas concepções e mecanismos de implementação, e identificar o significado de dimensão ontológica de fenômeno educação e trabalho. Ao enfocar as questões referentes à cidadania e suas contradições na sociedade brasileira, numa perspectiva dialética, necessita-se discutir as relações sociais e analisá-las, não apenas em parte, mas na sua totalidade relação à questão do trabalho e da Educação. Contradições estas que vão emergindo a partir de relações macro e micro-estruturais, num movimento dinâmico e de troca interrupta. As contradições se tornam evidentes na relação Estado/Indivíduo, pelas políticas sociais desenvolvidas ou pelos movimentos sociais originados do cotidiano que agem e propiciam as transformações sociais. Este estudo busca discutir as questões referentes à cidadania e suas contradições na sociedade brasileira, numa perspectiva dialética, na qual as relações sociais são analisadas, não apenas em partes, mas na sua totalidade considerando à questão do trabalho e da Educação. Contradições estas que vão emergindo a partir de relações macro e micro-estruturais, num movimento dinâmico e de troca ininterrupta. Neste sentido, destaca-se a necessidade de verificar como se dá a relação entre as mudanças no mundo do trabalho e as lógicas exigidas pelo mercado de trabalho para o setor educacional a partir das reformas educacionais implementadas nos últimos anos e a questão da cidadania. O estudo se desenvolve a partir da pesquisa bibliográfica para a identificação dos conceitos de cidadania, educação e trabalho na nova configuração da reestruturação produtiva do mundo do trabalho, utiliza também da pesquisa de campo e pesquisa documental com o objetivo de verificar os projetos em desenvolvimento do PROEP bem como os alunos e instituições envolvidas. As análises apontam que a nova educação profissional e seu nível básico se orientam pelo conceito de empregabilidade. Desta forma, observa-se a criação do PROEP como o ápice de um processo que vem se consolidando no país e, para o Programa de Expansão a Educação Profissional, o problema da educação é tratado de forma minimalista e propõe, mesmo sem inaugurar tal política, separar a educação formal da escolarizada. Palavras-chave: educação, trabalho, cidadania.

Page 66: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

66

GINÁSTICA LABORAL E EDUCAÇÃO FÍSICA: A EDUCAÇÃO CORPORAL NO PROCESSO DE QUALIFICAÇÃO DO CORPO DO TRABALHADOR

Roger Carlos Ferreira Alves Santos e

Maria Lúcia Machado Aranha Universidade Federal de Sergipe - UFS

[email protected]

A relação trabalho/educação constitui-se numa temática candente no que concerne às possibilidades de realizar o esforço da consciência para a compreensão do capitalismo na contemporaneidade, e os seus reflexos em todas as esferas do ser social. Mudanças significativas delinearam um novo quadro em nível mundial a partir da década de 1970, no bojo de mais uma crise estrutural do capital. Com efeito, o trabalho passou a ter sua centralidade questionada no processo de produção/reprodução da existência humana. Partindo-se da assertiva do trabalho como princípio educativo, o mundo globalizado do trabalho hoje, exige atributos qualificacionais que requerem cada vez menos o componente manual do trabalho. Porém, as exigências cada vez mais crescentes do componente intelectual impõem a necessidade de um novo tratamento à dimensão corporal. Dessa forma, empresas cujos processos de gestão atendem a princípios modernos e universais, adotam programas de Ginástica Laboral, a fim de fazer a mediação adequada ao uso do intelecto e do corpo no trabalho. A implantação desses programas demonstra uma preocupação com a diminuição dos males ocasionados pelo trabalho, mas também faz emergir duas questões: a) no que se refere à educação formal, a disciplina curricular Educação Física parece não dar conta da formação/preparação corporal dos sujeitos que mais cedo ou mais tarde tornar-se-ão trabalhadores. Então, para compensar essa deficiência da escola as empresas realizam o seu próprio investimento relacionado ao corpo; b) quais os verdadeiros interesses subjacentes a esse investimento na dimensão corpórea do trabalhador, pois ainda que prevaleça o componente intelectual, o proprietário da força de trabalho não vai para a sua respectiva atividade laborativa somente com o seu cérebro. Assim, o presente artigo teve como objetivo o desenvolvimento de algumas reflexões sobre o trabalho na contemporaneidade, visando situar a relação entre componente intelectual e componente manual do trabalho, onde a emergência do primeiro demanda ao segundo um novo sentido, expresso na atividade Ginástica Laboral. Além de refletir também sobre alguns aspectos da Educação Física escolar no que tange o seu papel na qualificação do componente corporal do trabalhador. Palavras-chave: Trabalho/Educação, Ginástica Laboral, Educação Física.

Page 67: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

67

A NATUREZA DO FETICHE NA FORMAÇÃO DO TRABALHADOR:

Do tecnicismo à empregabilidade

Ronaldo dos Santos Travassos Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio - FIOCRUZ

[email protected] - [email protected]

As mudanças ocorridas no mundo do trabalho e suas implicações nas relações sociais, no final do século XX, colocaram novas demandas para a educação, configurando novas formas de relação pedagógica na escola. Nesse caso, a formação dos trabalhadores corresponde às configurações estabelecidas por estas mudanças. Nas diversas reformas do sistema educacional no país, verifica-se uma relação estreita dos projetos pedagógicos com o desenvolvimento econômico e social, que, por sua vez, traçam perfis diversos de trabalhadores em toda modalidade de ensino, de modo a atender às demandas do sistema produtivo. Este estudo busca identificar as relações entre Educação-Saúde-Trabalho como um conjunto de campos de práticas sociais articulados na dinâmica da sociedade, numa reflexão histórico-materialista. Há de se compreender essa dinâmica da sociedade de maneira geral, com implicações em toda a regulação do processo de trabalho em saúde e na formação dos trabalhadores, que tem o fetichismo da individualidade como forma de mobilidade social e crescimento profissional. A recomendação da política oficial de educação profissional é que, para atender às necessidades da área de Saúde, as instituições educativas devem preparar os trabalhadores para o pleno exercício de suas funções mentais, cognitivas e socioafetivas. Devem desenvolver a capacidade de aprender com autonomia e assimilar o crescente número de informações, adquirir novos conhecimentos e habilidades para enfrentar situações adversas, com criatividade e flexibilidade, compreendendo suas bases sociais, econômicas, técnicas, tecnológicas e científicas. Também recomenda que as instituições de educação profissional estejam atentas às novidades e exigências do processo produtivo e ofertem cursos técnicos que preparem os profissionais que, dependendo de sua atividade, sejam capazes de dirigir seu próprio negócio e, do mesmo modo, os trabalhadores devem buscar uma especialização técnica que levem à ampliação de seus horizontes. O estudo apresentado é uma proposta de pesquisa que será realizada no projeto de doutoramento para ser desenvolvida no âmbito da educação profissional técnica de nível médio em saúde, com a finalidade de contribuir com intensos debates sobre formação dos trabalhadores, incrementados pelas mudanças que vêm ocorrendo no processo de trabalho em saúde, com a introdução de novas tecnologias em todo o setor produtivo, onde o conhecimento e a informação tornam-se forças produtivas, passando a compor o capital, o que favorece a sua acumulação e reprodução. Palavras-chave: formação profissional- fetiche - trabalho

Page 68: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

68

TRABALHO RURAL E EDUCAÇÃO NO ASSENTAMENTO

BELA VISTA – SÃO PAULO

Samila Bernardi do Vale e Marcos Cassin

Universidade de São Paulo - USP [email protected]

Esse trabalho é a primeira sistematização da pesquisa que estamos realizando no assentamento Bela Vista situado no município de Araraquara no Estado de São Paulo, tendo como tema geral a relação entre Trabalho Rural e Educação com o objetivo de analisar os impactos das novas tecnologias e das novas formas de organização do trabalho no meio rural, bem como os seus reflexos na formação, qualificação e empregabilidade dos trabalhadores. A escolha do Bela Vista deu-se por se tratar de assentamento resultado da luta dos trabalhadores sem-terra e constituindo-se em um dos projetos da Reforma Agrária na metade da década de 80 do século passado, portanto na efervescência dos movimentos socais e da redemocratização do país, depois de 20 anos de ditadura militar.A localização do assentamento também influenciou na escolha, o município de Araraquara faz parte da região administrativa de Ribeirão Preto, composta por de 80 municípios, grande produtora de cana-de-açúcar e laranja e detem a maior concentração de agroindústrias sucroalcooleira e de cítricos.Outros dois aspectos que determinaram a escolha foram à escola municipal no interior do assentamento, considerada escola rural padrão, visitada por professores, alunos e pesquisadores, constituindo-se em objeto de várias pesquisas. O segundo aspecto é a produção nos lotes, quase a totalidade deles com plantio de cana-de-açúcar enquanto fornecedores ou como arrendador para usina.Esses elementos nos levaram a entender o assentamento Bela Vista como objeto de investigação capaz de apontar algumas reflexões da relação da organização do trabalho nesse novo rural brasileiro que se apresenta e a educação dos domiciliados e dos que trabalham no campo. Palavras-chave: Trabalho Rural, Educação do Campo, Qualificação e Formação

Page 69: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

69

O CEFET-MG E A HISTÓRIA DO ENSINO DE ENGENHARIA BRASIL

Sara Rios Bambirra Santos e Maria Aparecida da Silva

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET-MG [email protected]

Este artigo analisa a trajetória do Ensino de Engenharia no Brasil, desde o século XIX até o início do século XXI, com foco na História do CEFET-MG. Para o alcance do objetivo foram consultadas fontes pr imárias e secundárias. Buscou-se descrever as permanências e rupturas ocorridas, no Ensino de Engenharia, ao longo dos últimos séculos. Este trabalho divide-se em três partes. A primeira apresenta a História do Ensino de Engenharia no Brasil durante o século XIX. Uma história que começou a ser vivida “de forma sazonal e muito incipiente” (BAZZO; PEREIRA, 1997, p.191). O início do Ensino Formal de Engenharia no país, a primeira Escola de Engenharia foi a Academia Real Militar criada em 4 de dezembro de 1810 pelo príncipe Regente (futuro Rei D. João VI), vindo a substituir a Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho. Durante o Segundo Império criaram-se outras 6 Escolas de Engenharia. De acordo com Cunha (1999, p.45), do final do Império até 1930, a base econômica da época era agro-exportadora, portanto a missão da escola superior era de formar profissionais aptos a trabalharem na estrutura burocrática política e a exercerem profissões liberais como advocacia, medicina e direito. O final do século XIX sofreu influência do movimento filosófico positivista, fato que valorizou o ensino enciclopédico nos Cursos Superiores de Engenharia (CUNHA, 1999, p.46 e BAZZO; PEREIRA; VON LINSINGEN, 2000, p.26). A segunda parte do artigo dá continuidade a essa história não-linear durante o século XX e início do XXI. O Ensino de Engenharia ganhou nova configuração após a crise de 1929. Como decorrência dessa crise ocorreram mudanças econômicas, ideológicas e políticas. Por um lado, a burguesia agro-exportadora sofreu as conseqüências dessa crise pelo decréscimo das exportações, por outro, fazia-se necessário a substituição de importações de produtos industriais. Nesse contexto, as Escolas de Engenharia voltaram-se para as necessidades de produção industrial. Permaneceram com o caráter pragmático do Ensino, porém, romperam com o estilo enciclopédico. Desse modo, focalizaram, por meio de seu currículo, uma dupla dimensão, vinculada com os interesses da produção industrial, a saber: (i) o aspecto prático e (ii) o ensino teórico e genérico. Assim, a ideologia pragmática contribuiu para a expansão das idéias de organização racional do trabalho, visando ao aumento da mais-valia. (CUNHA, 19 99, p.47) Na terceira parte descreve-se a trajetória do Ensino de Engenharia no CEFET-MG. O primeiro curso superior de Engenharia do CEFET-MG foi o de Engenharia de Operação nas modalidades Mecânica e Elétrica, implantadas em 1972, por meio do Decreto no 7366/72, para atender a demanda advinda da industrialização no país. Segundo Laudares (1992, p.83), este período “requeria um profissional com maior qualificação e suporte técnico especializado”. O Curso de Engenharia de Operação, no entanto, durou somente até 1978 (PENA, 2000, p.50). Surgiram em seu lugar os cursos de Engenharia Industrial Mecânica e Elétrica com duração de 5 anos. Investigar a relação entre os atuais cursos do CEFET/MG, seus currículos, a organização do trabalho pedagógico em que se desenvolvem, e as transformações no processo produtivo, decorrentes da introdução de novas tecnologias e mudanças na organização do trabalho, ao longo da história, é a finalidade última do qual o presente trabalho constitui o ponto de partida. Palavras-chave: História, Ensino de Engenharia, CEFET-MG, currículo

Page 70: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

70

O CONTEXTO DAS POLITICAS PÚBLICAS NA ÓTICA DAS NOVAS CONFIGURAÇÕES DA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

Silvani Aparecida Ribeiro de Paiva

Universidade Federal de Uberlândia - UFU [email protected]

Este estudo propõe-se analisar os contornos assumidos pela gestão das políticas públicas voltadas para a qualificação do trabalhador, materializados nas proposições do Plano Nacional de Qualificação (PLANFOR) e Plano Nacional de Qualificação-MG (PNQ). Focalizando a legitimidade social das políticas públicas de qualificação profissional do trabalhador na atualidade, a fim de apreender como se efetiva a participação dos diferentes interlocutores e na concretização das políticas de qualificação profissional procurando identificar qual a percepção das instâncias do poder público, das Entidades Executoras, dos Educandos e dos Educadores, sobre as ações de qualificação profissional propostas pelo PLANFOR e PNQ. No sentido de compreender os princípios, proposições e práticas das políticas públicas de qualificação profissional do trabalhador no contexto da reestruturação produtiva da realidade brasileira. A fim de desenvolver reflexões sobre as mediações existentes entre as mudanças no mundo do trabalho e as políticas públicas de qualificação profissional propostas pelo setor governamental, empresarial e sindical; estabelecendo relações das políticas públicas profissional materializadas no PLANFOR e no PNQ. Palavras-chave: políticas públicas, qualificação do trabalhador, Formação profissional.

Page 71: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

71

AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS NO CONTEXTO DAS TRANSFORMAÇÕES NO MUNDO DO TRABALHO

Sonia Silva Barreto

Universidade Federal da Bahia - UFBA [email protected]

Este trabalho tem como objetivo discutir os resultados iniciais da pesquisa que está sendo realizada no curso de mestrado em educação da UFBA. Seu objetivo é investigar os desdobramentos da implantação de políticas educacionais nas relações de trabalho entre gestores e profissionais da educação, como também discutir seus efeitos no movimento sindical. As políticas educacionais, que se constituem no objeto de estudo, se efetivam na introdução de novos padrões de gestão e organização do trabalho pela Secretaria de Estado da Educação de Sergipe, durante o período de janeiro de 2003 a dezembro de 2006. As políticas educacionais referidas serão analisadas, inicialmente, dentro do contextoo das transformações que se manifestam no mundo do trabalho, a partir do esgotamento do Estado de bem-estar social e do modelo fordista de acumulação e regulação e, em seguida, serão abordadas no contexxto da reforma do Estado brasileiro. Quando aos efeitos dessas políticas nas relações de trabalho e no movimento sindical, estes estão em fase inicial de investigação. Palavras-chave: Políticas educacionais, gestão, trabalho alienado.

Page 72: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

72

REFORMAS DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL: A MODERNIZAÇÃO DO ARCAICO

Valeria Bolognini Ferreira Machado Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais - CEFET-MG

[email protected]

O artigo tem por objetivo investigar como se deu a correlação de forças entre os porta-vozes de classes sociais com distintas concepções da relação entre sociedade e educação por determinados projetos educacionais no Brasil, quer tenham ou não se efetivado. Delimita-se como período de estudo o período do governo burocrático autoritário, datado oficialmente como 31 de março de 1964, e o fim do segundo governo Cardoso, datado de 2001. Para o desenvolvimento do trabalho adotou-se o procedimento de revisão da literatura sobr e o período, do debate em torno dos ante-projetos de leis, da legislação aprovada, bem como dos documentos de organizações sociais e de encontros, seminários, simpósios, entre outros. Na análise dessa literatura selecionada, é possível identificar duas preocupações no debate acadêmico desses períodos distintos. A década 80 os debates estão voltados para o processo de redemocratização do país e para as propostas educacionais originadas de debates públicos acerca da relação entre trabalho e educação. Já a década de 90, coloca-se em foco os debates acerca das transformações da organização e do processo de trabalho advindas do uso intensivo de novas tecnologias e suas implicações para a formação dos jovens trabalhadores, sob o ideário neoliberal. O trabalho compõe-se de três partes. Na primeira parte, apresenta-se uma breve história da educação profissional no Brasil, da sua primeira sistematização, com a criação das Escolas de Aprendizes Artífices, em 1909, até o período que an tecede nossa investigação, com a aprovação da primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em 1961. Na segunda parte, debate-se a legislação e os Projetos de Lei, do período em estudo, a partir da literatura selecionada, explicitando os rearranjos das forcas políticas em disputa e a influência dos elementos estruturais e conjunturais na direção tomada pelo Estado brasileiro nas reformas educacionais da década de 1990. Na terceira parte, uma breve conclusão dessa explanação, busca-se apreender a natureza das mediações que definem essa correlação de forças entre as classes a partir das determinações e contradições mediadas pelo Estado no sentido das mudanças que seguiram-se, principalmente as que dizem respeito á conservação da ordem capitalista. Este trabalho se coloca numa perspectiva socialista de educação profissional, e as análises realizadas tem como referencial a tese da imbricação do arcaico com o moderno na rearticulação do poder da classe burguesa através de uma estratégia de conciliação de interesses, o que Oliveira chama de “mudar para conservar”. Também utiliza-se do referencial gramsciano de ‘revolução passiva’ e ‘transformismo’ a fim de melhor caracterizar a manutenção das estruturas de poder e do privilégio que caracterizam nossa formação social. Palavras-chave: educação; profissionalização; formação

Page 73: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

73

O ENSINO TÉCNICO-PROFISSIONALIZANTE NO PARANÁ NA DÉCADA DE 1980

Vanessa Melo do Nascimento e Maria Elisabeth Blanck Miguel (Orientadora)

Pontifícia Universidade Católica do Paraná - PUCPR [email protected]

A pesquisa intitulada Ensino Técnico-Profissionalizante no Paraná na década de 1980 é parte integrante da pesquisa de dissertação de Mestrado intitulada Ensino Técnico-Profissionalizante no Paraná: análise de sua trajetória, esta foi desenvolvida junto ao Programa de Pós-graduação em Educação – Stricto Sensu, por meio da linha de pesquisa intitulada História e Políticas da Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. A dissertação teve como objetivos verificar quais razões históricas contribuíram e influenciaram a trajetória do ensino técnico-profissionalizante no Paraná, apontar quais acontecimentos históricos (políticos, econômicos e sócio-culturais) foram determinantes para a conformação dessa etapa de ensino no Estado, bem como analisar a organização atual do ensino técnico-profissionalizante no Paraná. A pesquisa referente à educação técnica-profissionalizante no Paraná na década de 1980 foi baseada no levantamento de fontes primárias referentes à educação pro fissional, interpretação da legislação brasileira e paranaense, bem como a leitura de bibliografias já produzidas para a elaboração da fundamentação teórica, dentre elas: Oliveira (2003) e Trevisan (1982). O trabalho apresenta algumas das principais características da trajetória da educação profissionalizante no Paraná na década de 1980, dentre elas: escolas, cursos ofertados e suas demandas, bem como sua relação com o mercado de trabalho estadual. A pesquisa apontou para os seguintes resultados: no período houve a predominância das atividades primárias na economia paranaense, apesar de já estar ocorrendo um crescimento no setor terciário, os cursos eram predominantemente noturnos, maior concentração de cursos que exigiam poucos investimentos em oficinas, maior valorização da transformação do saber em capacidade produtiva, bem como o ensino técnico-profissionalizante ainda não abrangia todos os municípios paranaenses. A educação profissionalizante no Paraná na década de 1980 seguiu o andamento da própria sociedade. Palavras-chave: Educação. Paraná. 1980

Page 74: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

74

EDUCAÇÃO E TRABALHO NO CAMPO: DEMANDAS DOS SUJEITOS

Vania Cristina Pauluk de Jesus e Rejane Aurora Mion

Secretaria Municipal de Educação de Ponta Grossa - [email protected]

Esse texto é resultado de pesquisa realizada no Programa de Pós-graduação –Mestrado em Educação da Universidade Estadual de Ponta Grossa entre 2005 e 2006. A pesquisa foi realizada com duas comunidades rurais, na região de Ponta Grossa, entre elas um assentamento de reforma agrária. As duas comunidades escolhidas tinham uma escola multisseriada. Foram realizadas entrevistas com pessoas da comunidade, pais, professores e alunos para discutirmos as demandas educacionais dos sujeitos do campo, tendo em vista o capitalismo globalizado. As modificações históricas, políticas, econômicas e culturais que ocorrem na sociedade neoliberal afetam e modificam a vida e os valores dos sujeitos. O espaço rural não está excluído desse contexto. O capital dita as regras do mercado e, portanto, das atividades econômicas desenvolvidas no campo. O ingresso de novas tecnologias na agricultura demandam um trabalhador com diferentes habilidades. As demandas educacionais nesse contexto são diversas. Os sujeitos de nossa pesquisa apontaram como expectativas em relação à escola: aquisição de habilidades como leitura, escrita e cálculo, formação moral e ética e, prepara ção para o trabalho no campo. Eles consideram ser importante estudar a fim de conhecer e melhor utilizar as técnicas agrícolas, usar agrotóxicos, trabalhar com plantas e animais, bem como para refletir sobre suas condições de vida, melhorando seu trabalho, visto que no assentamento de reforma agrária que visitamos, muitos trabalhadores estavam extremamente endividados. Contudo, consideramos que os sujeitos do campo, mesmo com suas especificidades, pertencem à classe trabalhadora e assim como tal, necessitam de uma escola que alie os conhecimentos científicos com suas demandas laborais, como também possibilite a reflexão sobre questões do cotidiano e suas relações com o contexto global, promovendo o questionamento das condições concretas de sua realidade com o contexto global, através da aquisição e questionamento dos conhecimentos acumulados historicamente pela sociedade, visando o favorecimento da criticidade e a participação consciente e modificadora na sociedade. Palavras-chave: educação e trabalho, conhecimento científico, campo.

Page 75: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

75

A RELAÇÃO TRABALHO E EDUCAÇÃO NO ENSINO PROFISSIONAL AGRÍCOLA NOS CAMPOS GERAIS-PR

Vera Lucia Martiniak;

Faculdade Sant'ana - Paraná - [email protected]

José Luis Sanfelice - UNICAMP e Maria Isabel M. Nascimento - UEPG

Esta pesquisa tem por objetivo analisar as transformações econômicas-sociais que vem ocorrendo na agroindústria, buscando o entendimento sobre a relação educação e trabalho no ensino agrícola paranaense. A busca pela compreensão sobre a qualificação profissional originou-se nas transformações que se processaram na reorganização do mundo do trabalho e do surgimento de um trabalhador q ue atenda ás demandas de maior produtividade e qualidade no setor da agroindústria. O estudo tem por interesse analisar as transformações das relações entre a demanda do capital e a qualificação profissional a partir da criação dos colégios destinados ao ensino profissionalizante agrícola nos Campos Gerais-PR. Pretende também, contribuir para a discussão do tema da qualificação do trabalhador rural, entendendo-o como parte do processo mais amplo de socialização da força de trabalho pelo capital. Nesse contexto de mudanças no mundo do trabalho, a educação e a qualificação do trabalhador rural passam a ter novas exigências demandadas pelo setor produtivo. O conhecimento aparece como um elemento primordial no processo de reestruturação da produção, o que gera a necessidade de maiores e novas discussões acerca da qualificação do trabalhador, seja ele um pequeno produtor ou um assalariado no processo produtivo da agroindústria. A reestruturação da produção, as conseqüentes mudanç as na relação capital e trabalho e os impactos na educação e qualificação dos trabalhadores têm sido objeto de muitos estudos, principalmente centrados nas grandes áreas industriais do país. Neste estudo, pretende-se abordá-lo numa perspectiva histórica, na busca de compreensão de como as transformações nas relações de produção se relacionam com as demandas por qualificação profissional, e como as Instituições Escolares e os Órgãos normativos da educação correspondem frente a esse contexto. O período demarcado para este estudo considera as transformações das relações de produção no setor agroindustrial, bem como, no processo de educação e qualificação dos produtores e trabalhadores rurais no período relativo de 1930 a 1945 na região dos Campos Gerais. O eixo teórico metodológico será expresso através do materialismo dialético, na busca de reconstruir uma história totalitária, analisando os determinantes econômicos, políticos e sociais. Palavras-chave: Educação, Trabalho, Instituição Escolar

Page 76: ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, … · ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007 Faculdade de Educação - UNICAMP

ENCONTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM HISTÓRIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 03 a 05 de setembro de 2007

Faculdade de Educação - UNICAMP - Campinas, SP

Grupo de Estudos e Pesquisas “História, Sociedade e Educação no Brasil” - HISTEDBR

76

PROCESSOS DE SUPERAÇÃO HISTÓRICA:

TENTATIVAS EM UM ESPAÇO INSTITUCIONAL

Vera Maria de Almeida Corrêa;

Carlos Roberto Alexandre e Lívia da Rosa Souza

Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ [email protected]

O trabalho analisa o processo de transformação histórica ocorrido no período de 1988-2005 em uma instituição escolar que se propôs a fundamentar as suas práticas educacionais na relação trabalho e educação. Pautamo-nos no princípio de que o processo histórico se dá por superação e que superar é uma tradução do termo alemão aufheben e do latino tollere. Estes dois termos possuem um duplo significado, que parecem se antagonizar: negar e conservar. A categoria superação pode ser considerada como uma das mais relevantes quando se tem por objetivo promover a análise crítica de certas condições para que sejam promovidas modificações que foram colocadas como necessárias. Quando nos detemos para fazer certas reflexões que incluem a problemática da mudança, das possibilidades e limites de transformações, etc., o estudo sobre a superação torna-se um instrumento prático-teórico dos mais relevantes. A superação, ao tratar da relação dialética entre o velho e o novo, nos remete a dois fatos que se complementam: o novo não nasce do nada, o velho é o seio de onde brota a sua existência; todo devir tem como referencial o existente. O novo está enraizado no velho e o velho tem sua presença fincada no novo. É nessa direção que consideramos altamente relevante analisar o processo histórico de implementação de propostas Político-Pedagógicas orientadas para superar a dualidade existente entre a formação específica e a formação geral, em escolas que buscam integração da Educação Profissional Técnica de Nível Médio e o Ensino Médio, diante das constantes mudanças que vem sofrendo nos últimos anos. Optamos por investigar, através da análise documental dos registros históricos existentes na escola, como se deu o processo de implantação das Políticas de Ensino Médio da Educação Profissional da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV) da FIOCRUZ, o envolvimento de professores e profissionais da antiga escola e de outras instituições, que resul tou na implantação do Projeto Político-Pedagógico com a adoção do conceito de Politecnia, em 1988. A escolha da escola se deve à especificidade de ter apresentado, no período de 1988-2005, três diferentes Propostas Político-Pedagógicas, que se sustentavam em bases e diretrizes distintas: o trabalho como princípio educativo (1988-2000); os pressupostos do Decreto nº. 2208/97 (2000-2005); as condições definidas pelo Decreto nº. 5154/04, integrando Educação Profissional e Ensino Médio (2005). Neste trabalho nos detivemos no período inicial (1988-2000). A análise documental desse processo histórico – “uma utopia em construção” – mostrou, dentre outras questões, como se desenvolveram as tentativas de superação para romper com a prática existente, considerada tecnicista, mecânica, ahistórica e acrítica, com a adoção da categoria “trabalho” como eixo definidor da proposta de “Formação Integral” e a importância de garantir a prática da discussão coletiva da Proposta Político-Pedagóg ica da escola. Palavras-chave: Superação - Trabalho e Educação - Educação Profissional