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Enad 2010

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  • ChancelerDom Dadeus Grings

    ReitorJoaquim Clotet

    Vice-ReitorEvilzio Teixeira

    Conselho EditorialAna Maria Lisboa de MelloAgemir BavarescoAugusto BuchweitzBeatriz Regina DorfmanBettina Steren dos SantosCarlos GerbaseCarlos Graeff TeixeiraClarice Beatriz de C. SohngenCludio Lus C. FrankenbergElaine Turk Fariarico Joo HammesGilberto Keller de AndradeJane Rita Caetano da SilveiraJorge Luis Nicolas Audy PresidenteLauro Kopper FilhoLuciano Klckner

    EDIPUCRSJernimo Carlos Santos Braga DiretorJorge Campos da Costa Editor-Chefe

  • Porto Alegre, 2013

    Comentado

    ENFERMAGEM

    ANDRIA DA SILVA GUSTAVOBEATRIZ SEBBEN OJEDA

    ANA ELIZABETH PRADO LIMA FIGUEIREDOBEATRIZ REGINA LARA DOS SANTOS

    JANETE DE SOUZA URBANETTOMARION CREUTZBERG

    VALRIA LAMB CORBELLINI(Organizadoras)

    2010

  • EDIPUCRS, 2013

    CAPA: RODRIGO BRAGAREVISO DE TEXTO: PATRCIA ARAGO

    EDITORAO ELETRNICA: RODRIGO VALLS

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

    Ficha Catalogrfica elaborada pelo Setor de Tratamento da Informao da BC-PUCRS.

    EDIPUCRS Editora Universitria da PUCRSAv. Ipiranga, 6681 Prdio 33Caixa Postal 1429 CEP 90619-900 Porto Alegre RS BrasilFone/fax: (51) 3320 3711E-mail: [email protected] - www.pucrs.br/edipucrs

    TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reproduo total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas grficos, microflmicos, fotogrficos, reprogrficos, fonogrficos, videogrficos. Vedada a memorizao e/ou a recuperao total ou parcial, bem como a incluso de qualquer parte desta obra em qualquer sistema de processamento de dados. Essas proibies aplicam-se tambm s caractersticas grficas da obra e sua editorao. A violao dos direitos autorais punvel como crime (art. 184 e pargrafos, do Cdigo Penal), com pena de priso e multa, conjuntamente com busca e apreenso e indenizaes diversas (arts. 101 a 110 da Lei 9.610, de 19.02.1998, Lei dos Direitos Autorais).

    E56 ENADE comentado 2010 : enfermagem [recurso eletrnico] / org. Andria da Silva Gustavo (et al.). Dados eletrnicos. Porto Alegre : EDIPUCRS, 2013. 100 p.

    Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader Modo de Acesso: ISBN 978-85-397-0375-3 (on-line)

    1. Ensino Superior Brasil Avaliao. 2. Exame Nacional de Desempenho de Estudantes. 3. Enfermagem Ensino Superior. I. Gustavo, Andria da Silva.

    CDD 378.81

  • CONTEDOAPRESENTAO 7

    QUESTO 11 9

    QUESTO 12 11

    QUESTO 13 15

    QUESTO 14 17

    QUESTO 15 19

    QUESTO 16 23

    QUESTO 17 25

    QUESTO 18 ANULADA 29

    QUESTO 19 31

    QUESTO 20 35

    QUESTO 21 37

    QUESTO 22 39

    QUESTO 23 43

    QUESTO 24 45

    QUESTO 25 49

    QUESTO 26 53

    QUESTO 27 57

    QUESTO 28 59

    QUESTO 29 63

    QUESTO 30 67

    QUESTO 31 71

    QUESTO 32 73

    QUESTO 33 75

    QUESTO 34 79

    QUESTO 35 81

    QUESTO 36 83

    QUESTO 37 87

    QUESTO 38 DISCURSIVA 89

    QUESTO 39 DISCURSIVA 91

    QUESTO 40 DISCURSIVA 93

  • ComentadoENFERMAGEM

    7

    2010

    APRESENTAO

    Em 2010 foi publicada a edio do Enade Comentado 2007 Enfermagem, em que foram discutidas as questes da prova de 2007. Essa iniciativa partiu de um projeto institucional que promoveu debates relativos ao Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), culminando na srie eletrnica Enade Comentado, publicada pela Editora Universitria da PUCRS (EDIPUCRS).

    O Enade um importante componente do Sistema Nacional de Avaliao da Educao Superior (Sinaes) que busca contribuir para a permanente melhoria da qualidade do ensino dos cursos oferecidos. No mbito do Curso de Enfermagem, os debates desenvolvidos permitiram ampliar reflexes acerca do projeto pedaggico para intensificar a integrao entre o processo de formao do(a) enfermeiro(a) e as necessidades do sistema de sade vigente, o Sistema nico de Sade (SUS), conforme preconizam as Diretrizes Curriculares do Curso.

    A publicao Enade Comentado Enfermagem 2010 amplia tais reflexes com a anlise das questes do exame aplicado em 2010. Para a elaborao dessa publicao, contou-se com a participao dos docentes estudantes do curso com o propsito de promover discusses crticas coletivas acerca dessa estratgia avaliativa no mbito institucional e nacional.

    Cabe salientar que, alm das questes analisadas, esto as mltiplas anlises extradas do Relatrio da Instituio PUCRS e do Relatrio Nacional dos Cursos de Enfermagem do Brasil, disponibilizados pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Ansio Teixeira INEP/MEC. Tais documentos so relevantes referncias para o conhecimento da realidade institucional, regional e nacional, trazendo importantes subsdios para a melhoria do processo de ensino e de comunicao com a comunidade acadmica do Curso.

    A prova do Enade/2010 do Curso de Enfermagem foi organizada em 40 questes assim constitudas: 10 questes de formao geral, 30 questes de contedo especfico, sendo 27 com respostas objetivas e trs questes discursivas. Nesta publicao so apresentadas e discutidas 28 questes da rea especfica da Enfermagem, tendo em vista que uma das questes foi anulada. As discusses esto fundamentadas em publicaes e nas polticas de sade vigentes, devidamente referenciadas, para que o leitor possa ampliar a reflexo acerca das temticas abordadas pelas questes.

    Agradecemos aos docentes e estudantes do Curso de Enfermagem que assumiram com responsabilidade e competncia a realizao desta publicao. Almejamos que possa ser mais um recurso para consultas e revises a estudantes, docentes e profissionais de sade, com vistas ao aprimoramento de prticas em sade e de metodologias de ensino e de aprendizagem.

    Beatriz Sebben OjedaDiretora da Faculdade de Enfermagem, Nutrio e Fisioterapia FAENFI

  • ComentadoENFERMAGEM

    9

    2010

    QUESTO 11

    Um paciente com infarto agudo do miocrdio, tambm portador de DPOC, foi internado em clnica mdica com histria de pneumonia, apresentando hipertermia (38 C), taquipneico e sinais de insuficincia respiratria. Considerando-se esse caso avalie os procedimentos listados a seguir:

    I. A remoo de secreo das vias areas importante, pois secrees retidas interferem com a troca gasosa.

    II. A frequncia cardaca do paciente com pneumonia diminui devido sobrecarga imposta pelo trabalho ventilatrio e pela hipertermia.

    III. A umidificao e a fluidificao da arvore brnquica ajudam a liquefazer as secrees e aliviam a irritao traqueobrnquica.

    IV. Se o paciente com pneumonia no conseguir tossir para eliminar secrees, ele deve ser encorajado a repousar, at que se sinta em condies de mudar de decbito e tossir.

    V. A oxigenoterapia em baixo fluxo fundamental para o paciente com DPOC, pois aumenta o nvel de PO2.

    So cuidados de enfermagem adequados ao caso apresentado apenas os descritos em:

    A. II e V.

    B. I, II, e V.

    C. I, III e V.

    D. II, III, e IV.

    E. I, III, IV e V.

    * Gabarito: E

    * Autoras: Ftima Rejane Ayres Florentino e Isabel Kern Soares

    COMENTRIO:

    Sabe-se que a pneumonia mais prevalente em pacientes que apresentam determinados distrbios subjacentes, como a DPOC, uma doena com repercusses sistmicas, prevenvel e tratvel, caracterizada por limitao do fluxo areo pulmonar, parcialmente reversvel e geralmente progressiva. Essa limitao causada por uma associao entre doena de pequenos brnquios (bronquite crnica obstrutiva) e destruio de parnquima (enfisema).1 Os pacientes com DPOC apresentam alto risco de desenvolver pneumonia causada por pneumococo ou Haemophilus influenzae.2

  • Comentado

    10

    Uma reao inflamatria provocada pelo pneumococo ocorre nos alvolos e produz exsudado, que interfere no movimento e na difuso do oxignio e do dixido de carbono. Os leuccitos, na maioria, os neutrfilos, migram para dentro dos alvolos, fazendo com que o segmento pulmonar torne-se uma estrutura mais slida, medida que os espaos areos tornam-se repletos. As reas do pulmo no so adequadamente ventiladas por causa de secrees, edema de mucosas e broncoespasmo. Essas condies provocam a ocluso parcial dos brnquios e alvolos, resultando na queda da presso alveolar de oxignio. Consequentemente, o sangue venoso, que penetra nos pulmes, atravessa a rea hipoventilada e sai do pulmo para o corao, sem ser oxigenado.2

    As secrees retidas interferem com a troca gasosa e geralmente provocam a resoluo lenta da doena, portanto, dois dos cuidados a serem realizados so a umidificao e a fluidificao da arvore brnquica por meio das nebulizaes para liquefazer as secrees e melhorar a ventilao. A ingesta hdrica deve ser encorajada de 2 a 3 litros por dia, pois a hidratao adequada solubiliza e liquefaz as secrees pulmonares e tambm repe as perdas hdricas que resultam da febre, diaforese e dispneia. Esses pacientes deveriam ser encorajados a manter atividade fsica regular e um estilo de vida saudvel.1 A atividade fsica poder impedir que secrees pulmonares fiquem retidas.

    Se o paciente com pneumonia no conseguir tossir para eliminar secrees, ele deve ser encorajado a repousar para conservar energia, at que se sinta em condies de mudar de decbito e tossir, de modo a evitar o esforo excessivo e a possvel exacerbao dos sintomas. O paciente deve ser colocado em posio semi-Fowler e encorajado a mudar de decbito, o que evitar o acmulo de secreo no pulmo.

    Paciente com DPOC na fase mais avanada da doena, alm da hipoxemia, o tambm pode no conseguir mais eliminar adequadamente o gs carbnico, condio chamada de hipercapnia. Associadas, elas pioram a falta de ar e podem causar diminuio do nvel de conscincia e confuso mental. Os pacientes com DPOC ou em ventilao mecnica prolongada apresentam habitualmente valores de PaO2 mais baixos, sendo este estmulo importante para que eles respirem. Subidas bruscas desses valores por administraes de grandes concentraes de oxignio (>40%) reduzem ou anulam esse estmulo ventilatrio, podendo provocar-lhes hipoventilao ou desenvolver apneia.2

    REFERNCIAS1 Brasil. Ministrio da Sade. Doenas Respiratrias Crnicas. Cadernos de Ateno Bsica. Braslia/DF, 2010. Disponvel em: . Acesso em: 17 jun. 2013.2 Smeltzer, S.C.; Bare, B.G. Tratado de enfermagem mdico-cirrgica. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. v. 1.

  • ComentadoENFERMAGEM

    11

    2010

    QUESTO 12

    Um paciente internado na clnica mdica h 12 dias, com histria de fratura de fmur esquerdo, faz uso de anticoagulante. Esto prescritos 12 000 UI de heparina IV de 12/12 horas. No posto da unidade de internao h um frasco de heparina de 5 ml, contendo 5 000 UI/mL. Quantos mililitros de heparina o enfermeiro deve ministrar ao paciente em cada horrio?

    A. 1,8

    B. 2,0

    C. 2,2

    D. 2,4

    E. 3,5

    * Gabarito: D

    * Autoras: Janete de Souza Urbanetto e Valria Lamb Corbellini

    COMENTRIO:

    O conhecimento da matemtica bsica essencial para que o enfermeiro possa calcular as doses dos medicamentos que sero administrados. Essa habilidade importante porque nem sempre os medicamentos so comercializados na unidade de medida em que eles so prescritos.

    A administrao de medicamentos requer o desenvolvimento de inmeras habilidades para que se garanta a segurana do paciente no decorrer de todo o processo1,2. Estudo realizado afirma que as aes relacionadas com medicamentos so uma das principais causas de danos ou mortes relacionadas assistncia em sade, e que, em mdia, 22% dos incidentes e 39% dos near-misses no so relatados destes os relacionados com medicamentos e aqueles que levam a prejuzos graves so os que mais contribuem para esse percentual3.

    Na literatura existe descrio de certos na administrao de medicamentos. Uma publicao refere os nove certos como o paciente certo, medicamento certo, via certa, horrio certo, dose certa, registro certo, ao certa, resposta certa e forma certa4. Outra publicao, alm dos seis primeiros certos descritos, refere a compatibilidade medicamentosa, a orientao ao paciente e o direito de recusar o medicamento5. Portanto, a dose um dos nove certos da administrao de medicamentos4,5. Quando um medicamento for preparado a partir de um volume ou de uma concentrao diferente daquele fornecido pela unidade farmacutica, aumentam as chances da ocorrncia de erros de dosagem, pois necessria a realizao de clculos.

  • Comentado

    12

    Para o clculo das doses dos medicamentos existem frmulas que podem ser utilizadas, dentre elas a regra de trs, utilizada para a soluo de problemas que relacionam dois valores de uma grandeza e dois de outra6.

    No caso apresentado na questo 12, a dose prescrita para o paciente (quantidade do medicamento prescrito) de 12 000 UI, e a dose disponvel (peso ou volume do medicamento, em determinada unidade de medida e descrita no rtulo do medicamento) de 5 000 UI para ml de lquido. Ainda, na descrio do medicamento existe o relato de que o frasco possui o volume total de 5 ml. Nesse caso, o volume total do frasco pode ser utilizado para o clculo ou no. Veja, a seguir, as duas possibilidades.

    Na primeira possibilidade, utilizando o volume total do frasco, necessrio realizar duas etapas de clculo. A primeira para obter a dose total de heparina no frasco e a segunda, a dose prescrita a ser administrada no paciente.

    Primeira EtapaDose de heparina no total no frasco

    Segunda EtapaDose do paciente

    5 000 UI 1 mlX UI 5mlX = (5 x 5 000) /1X = 25 000 UIResposta: o frasco contm um total de 25.000 UI em 5 ml.

    25 000 UI 5 ml12 000 UI X mlX = (12 000 x 5)/25 000X = 2,4 mlResposta: para administrar 12.000 UI deve-se administrar 2,4 ml de heparina (alternativa D da questo 12 Enade 2010).

    Na segunda possibilidade, utilizando a dosagem disponvel por ml (5 000 UI em 1 ml), multiplica-se a quantidade do medicamento prescrito (12 000 UI) pelo volume (1 ml). O resultado encontrado dividido pela quantidade do medicamento presente no volume (5 000 UI). Esse clculo direto.

    5 000 UI 1 ml12 000 UI X mlX = (12 000 x 1)/5 000X = 2,4 ml

    REFERNCIAS1 Corbellini VL, Schilling MCL, Frantz SF, Godinho TG, Urbanetto JS. Eventos adversos relacionados a medicamentos: percepo de tcnicos e auxiliares de enfermagem. Rev. bras. enferm. [peridico na Internet]. 2011 Abr [acesso 2012 Maio 09]; 64(2): 241-247. Disponvel em: .2 Joint Commission International; World Health Organization; Collaborating Centre for Patient Safety Solutions. Assuring Medication Accuracy at Transitions in Care. Patient Safety Solutions. 2007 [acesso em 2013 Mar 9];1, Solution 6. Disponvel em: .3 House of Commons Committee of Public Accounts. A safer place for patients: learning to improve patient safety. London, National Audit Office, 2006. [acesso em 2013 Mai 14]. Disponvel em: http://www.publications.parliament.uk/pa/cm200506/cmselect/cmpubacc/831/831.pdf4 Elliot M, Liu Y. The nine rights of medication administration: an overview. Br J Nurs. 2010 Mar 11-24;19(5):300-305.

  • 13

    5 Brasil. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Voc sabia que pode colaborar para um cuidado mais seguro e com qualidade nos servios de sade? Braslia, DF: ANVISA; 2012 [acesso em 2013 Fev 22]. Disponvel em: http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/anvisa+portal/anvisa/sala+de+imprensa/menu+-+noticias+anos/2012+noticias/pacientes+poderao+contribuir+com+a+qualidade+do+atendimento.6 Chaves LC (Org.). Medicamentos clculos de dosagens e vias de administrao. Barueri (SP): Manole, 2013

  • ComentadoENFERMAGEM

    15

    2010

    QUESTO 13

    Avalie as asseres a seguir.As parasitoses intestinais provocadas por protozorios e helmintos so infestaes que

    podem desencadear alteraes no estado fsico, psicossomtico e social, interferindo diretamente na qualidade de vida de seus portadores, principalmente em crianas.

    PORQUEA disseminao das parasitoses tambm pode ocorrer por meio do contato interpessoal

    com pessoas infectadas que habitam a mesma residncia, principalmente em moradias menores que favorecem o confinamento, reforando a importncia da investigao parasitria na populao materno-infantil.

    Analisando a relao proposta entre as duas asseres acima, assinale a opo correta.

    A. As duas asseres so proposies verdadeiras, e a segunda uma justificativa correta da primeira.

    B. As duas asseres so proposies verdadeiras, mas a segunda no uma justificativa correta da primeira.

    C. A primeira assero uma proposio verdadeira, e a segunda uma proposio falsa.

    D. A primeira assero uma proposio falsa, e a segunda uma proposio verdadeira.

    E. As duas asseres so proposies falsas.

    * Gabarito: B

    * Autoras: Gisele Pereira de Carvalho e Beatriz Sebben Ojeda

    COMENTRIO:

    A parasitose um problema de sade mundial, porm sua maior prevalncia est nos pases em desenvolvimento1. No Brasil, as condies socioeconmicas (condies de vida, moradia e saneamento bsico) so determinantes de transmisso, que, associados ao clima tropical, tornam as parasitoses um dos problemas de sade mais representativos principalmente na populao de escolares2,3.

    Os parasitas intestinais mais prevalentes no hospedeiro (crianas e adulto) so: Ascaris Lumbricoides, Trichurius Trichiura, Anciloestomdeos Necator Americanus, Ancylostoma duodenale, Entamoeba histolitica e Giardia Lomblia4,5. E a transmisso desses parasitas tende a ocorrer atravs da ingesto de cistos e ovos provenientes de alimentos, gua contaminada, carne crua ou mal cozida alm do contato direto com caixa de areia, terra e animais, estando, portanto, associada contaminao do meio ambiente6,7.

  • Comentado

    16

    As helmintases e as protozooses so doenas de manifestao espectral, variando desde casos assintomticos a leves. Nestes, os sintomas so inespecficos, tais como anorexia, irritabilidade, distrbios do sono, nuseas, vmitos ocasionais, dor abdominal e diarreia. Os quadros graves ocorrem em doentes com maior carga parasitria, imunodeprimidos e desnutridos2.

    As afirmativas (asseres) apresentadas na questo 13 so verdadeiras, sendo que a primeira apresenta viso ampla dos sintomas e dos prejuzos causados pelas parasitoses, principalmente em crianas, e a segunda afirmativa enfatiza que o domiclio, atravs da transmisso direta (contato interpessoal de pessoas infectadas) tambm pode provocar disseminao dessas parasitoses. Dessa forma, as duas asseres so verdadeiras, mas a segunda no uma justificativa correta da primeira, pois ela se refere ao modo de transmisso e no aos danos sade causados pela parasitose.

    REFERNCIAS1 Brasil. Ministrio da Sade. Plano Nacional de Vigilncia e Controle das Enteroparasitoses. Braslia; Ministrio da Sade; 2005. Disponvel em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Enteroparasitoses_Pano_nacional_%2006%2007%202005.pdf.2 Andrade EC, Leite ICG, Rodrigues VO, Cesca MG. Parasitoses intestinais: uma reviso sobre seus aspectos sociais, epidemiolgicos, clnicos e teraputicos. Rev. APS, Juiz de Fora, v. 13, n. 2, p. 231-240, abr.-jun. 2010.3 Soares B; Cantos GA. Qualidade parasitolgica e condies higinico-sanitrias de hortalias comercializadas na cidade de Florianpolis, SC, Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 8, 2005.4 World Health Organization (WHO). Prevention and control of intestinal parasitic infections report of a WHO Expert Committee. Geneve, 987 (technical report series, 749) 1987.5 Pittner E. Enteroparasitoses em crianas de uma comunidade escolar na cidade de Guarapuava, PR. Revista Salus-Guarapuava-PR, p. 97-100, v. 1, 2007.6 Prado MS, Barreto ML, Strina A, Faria JAS, Nobre AA, Jesus SR. Prevalncia e intensidade da infeco por parasitos intestinais em crianas na idade escolar na cidade de Salvador (Bahia, Brasil). Rev Soc Bras Med Trop., 34(1):99-101; 2001.7 Chehter L, Cabea M. Parasitoses intestinais. In: Chehter L, Cabea M. Atualizao teraputica. So Paulo: Artes Mdicas, 1999. p. 279-83.

  • ComentadoENFERMAGEM

    17

    2010

    QUESTO 14

    A dengue uma doena febril aguda, de etiologia viral, de evoluo benigna na forma clssica e grave quando se apresenta na forma hemorrgica. uma importante arbovirose (doena transmitida por artrpodes) que afeta o homem e constitui srio problema de sade pblica, especialmente nos pases tropicais, inclusive no Brasil. O principal vetor da dengue o mosquito Aedes aegypti.

    No que tange suscetibilidade e imunidade dengue, assinale a opo incorreta.

    A. A suscetibilidade ao vrus da dengue universal.

    B. A imunidade no permanente para um mesmo sorotipo.

    C. A resposta primria se d em pessoas no expostas anteriormente ao flavivrus, e o ttulo de anticorpos se eleva lentamente.

    D. A resposta secundria se d em pessoas com infeco aguda por dengue, mas que tiveram infeco prvia por flavivrus, e o ttulo de anticorpos se eleva rapidamente em nveis altos.

    E. A suscetibilidade febre hemorrgica da dengue no est totalmente esclarecida.

    * Gabarito: B

    * Autores: Andria da Silva Gustavo, Valria Lamb Corbellini e Stephanie Thomaz Bottin

    COMENTRIO:

    O agente etiolgico da dengue um vrus RNA. Arbovrus do gnero Flavivrus, pertencente famlia Flaviviridae. Os quatro sorotipos conhecidos so: DENV 1, DENV 2, DENV 3 e DENV 4.

    A suscetibilidade a esse vrus universal, conforme descrito na alternativa A1.A alternativa B traz informao incorreta quanto imunidade. Na dengue a imunidade

    permanente para um mesmo sorotipo (homloga)1. Por exemplo, uma pessoa infectada pelo sorotipo 1 imune em relao a ele para toda a vida, mas pode ser infectada por qualquer um dos outros trs sorotipos, e nessa situao o risco de dengue hemorrgica aumenta.

    A fisiopatogenia da resposta imunolgica infeco aguda por dengue pode ser classificada em primria e secundria. As alternativas C e D caracterizam-nas corretamente: a resposta imunolgica primria ocorre em pessoas no expostas anteriormente ao flavivrus, no qual o ttulo dos anticorpos se eleva lentamente; a resposta imunolgica secundria ocorre em pessoas com infeco aguda por dengue, mas que tiveram infeco prvia por flavivrus, no qual o ttulo de anticorpos se eleva rapidamente, atingindo nveis altos.1

  • Comentado

    18

    Quanto suscetibilidade febre hemorrgica da dengue (FHD) correta a afirmao da alternativa E, pois no est totalmente esclarecida. A seguir descrevem-se as trs teorias mais conhecidas que tentam explicar sua ocorrncia:1:3

    Teoria de Rosen: relaciona o aparecimento de FHD virulncia da cepa infectante, de modo que as formas mais graves sejam resultantes de cepas extremamente virulentas;

    Teoria de Halstead: relaciona a FHD com infeces sequenciais por diferentes sorotipos do vrus da dengue. Nessa teoria, a resposta imunolgica, na segunda infeco, exacerbada, o que resulta numa forma mais grave da doena;

    Teoria integral de multicausalidade: tem sido proposta por autores cubanos, segundo a qual se aliam vrios fatores de risco s teorias de infeces sequenciais e de virulncia da cepa. A interao dos fatores de risco, a seguir listados, promoveria condies para a ocorrncia da FHD:

    - fatores individuais: menores de 15 anos e lactentes, adultos do sexo feminino, raa branca, bom estado nutricional, presena de enfermidades crnicas (alergia, diabetes, hipertenso, asma brnquica, anemia falciforme), preexistncia de anticorpos, intensidade da resposta imune anterior;

    - fatores virais: sorotipos circulantes e virulncia das cepas;- fatores epidemiolgicos: existncia de populao suscetvel, circulao simultnea de dois

    ou mais sorotipos, presena de vetor eficiente, alta densidade vetorial, intervalo de tempo calculado de 3 meses e 5 anos entre duas infeces por sorotipos diferentes, sequncia das infeces (DEN-2 secundrio aos outros sorotipos), ampla circulao do vrus.

    REFERNCIA1 Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Vigilncia em Sade. Caderno 9: Dengue, febre amarela, febre do Nilo Ocidental. Guia de Vigilncia Epidemiolgica. 7. ed. Braslia: Ministrio da Sade, 2009. p. 1-48.

  • ComentadoENFERMAGEM

    19

    2010

    QUESTO 15

    A esclerose mltipla uma doena autoimune, crnica, que afeta o sistema nervoso central provocando dificuldades motoras e sensitivas, comprometendo a qualidade de vida de seus portadores. Os sintomas caracterizam-se por distrbios visuais, perda de sensibilidade dos membros inferiores, fadiga, disfunes motoras e dor. A patologia um processo inflamatrio que causa uma leso nos axnios neuronais e produz uma esclerose em vrios locais do sistema nervoso central, conforme ilustra a figura abaixo.

    Disponvel em: https://esclerosemultipla.wordpress.com/category/esclerose-multipla>. Acesso em: 10 ago. 2010.

    Nesse contexto, qual a importncia da bainha de mielina na funo neurolgica?

    A. Proteger as fibras nervosas contra agresses fsicas, qumicas e biolgicas.

    B. Retardar a propagao dos impulsos atravs dos neurnios cerebrais motores.

    C. Dar consistncia fibra nervosa para que no seja comprimida por msculos.

    D. Isolar a fibra nervosa e permitir a conduo saltatria dos potenciais de ao.

    E. Promover o transporte axonal que ocorre em vrios pontos do sistema nervoso central.

  • Comentado

    20

    * Gabarito: D

    * Autoras: Bartira E. Pinheiro da Costa e Graziela Hax

    COMENTRIO:

    A questo envolve trs conceitos bsicos: bainha de mielina, processo inflamatrio crnico e esclerose mltipla.

    As informaes sobre esclerose mltipla necessrias para resolver o problema esto mencionadas na prpria questo. Entretanto, dados dos outros dois itens so importantes de ser relembrados. A bainha de mielina uma camada isolante eletricamente das fibras nervosas do crebro e medula espinhal, permitindo que neurnios localizados prximos ao axnio no sejam indevidamente estimulados. Como consequncia desse isolamento, outra vantagem alcanada: os impulsos podem saltar de um ndulo (interrupes da bainha de mielina) para o outro, permitindo a transmisso rpida das mensagens, e essa caracterstica mais conhecida como corrente saltatria.

    O aspecto descontnuo da bainha possibilita o aumento da velocidade na conduo do impulso nervoso. Quando as fibras nervosas ficam desmielinizadas, podem provocar curtos-circuitos ou falhar na transmisso dos sinais do sistema nervoso. Portanto, quando a bainha de mielina danificada, os impulsos tornam-se mais vagarosos, pois as mensagens tm de ser passadas ao longo do comprimento total das fibras nervosas, o que torna muito mais lenta a transmisso do que se pudesse saltar de ndulo em ndulo. A comunicao interneuronal atrasada ou mesmo bloqueada1.

    Os danos bainha de mielina podem ser ocasionados, entre outras causas, por macrfagos ativados e seus produtos. Macrfagos so clulas caractersticas do processo inflamatrio que podem contribuir para a destruio tecidual na inflamao crnica. Esses eventos tornam os axnios despidos ou desmielinizados, promovendo a ineficincia da conduo dos impulsos eltricos pela incapacidade saltatria da corrente eltrica. Quando a inflamao reduz, os mecanismos de reparo so ativados, resultando por vezes na remielinizao restaurao da mielina que foi lesionada. Esse ciclo de leso e recuperao pode ocorrer inmeras vezes nos neurnios do sistema nervoso central. Quando a inflamao afeta uma grande regio, ocorre a formao de cicatrizes, que se manifestam pela formao de placas, as quais podem ser detectadas por ressonncia magntica. Se a inflamao ocorrer repetidamente no mesmo local, os processos de reparo podem ser insuficientes para manter a restaurao, resultando em leso permanente desses neurnios2,3.

    Na esclerose mltipla (EM) a bainha de mielina danificada atravs do processo inflamatrio crnica, uma vez que se trata de uma doena autoimune. Tais reaes inflamatrias no atacam apenas a mielina, mas tambm os oligodendrcitos (clulas encarregadas de produzir e manter a bainha de mielina dos axnios no sistema nervoso central).

    A EM uma doena crnica, que afeta muitos (da o mltipla no nome) locais do sistema nervoso central, conduzindo a leses e cicatrizes (da esclerose) no crebro e/ou na medula espinhal. As leses so desencadeadas por uma resposta imune celular que inapropriadamente dirigida contra os componentes da bainha de mielina. No incio, a inflamao pouco destrutiva e, numa semana ou dez dias, a funo neurotransmissora retorna parcialmente2. Em pacientes com EM, ocorrem tanto a desmielinizao como a remielinizao. Por isso o fenmeno transitrio remitente-recorrente caracterstico da esclerose mltipla.

    A rea do crebro ou medula espinhal afetada por essas leses determina quais os sintomas a pessoa ir sentir. Assim, muitas funes do corpo podem ser afetadas. Depois de algum tempo, porm, as leses se tornam mais intensas e o prprio crebro perde a condio de se reorganizar e de mielinizar. A avaria desses neurnios conduz ao seu dano irreversvel, e a funo ento definitivamente perdida2,3.

  • 21

    Os conceitos recm-abordados encontram ressonncia apenas na alternativa D, a qual refere a ao isolante da bainha que desmielinizada na EM, como se mostra na figura disponibilizada na questo, assim como a caracterstica saltatria da corrente eltrica, que, impossibilitada nessa patologia, provoca dificuldades motoras e sensitivas pela diminuio da velocidade de conduo.

    A alternativa E no deve ser escolhida por ser incompleta, pois, diferentemente da letra D, no refere a ao isolante da bainha que se apresenta muito avariada na EM.

    J a alternativa A refere justamente a capacidade isolante da bainha, sem considerar que a desmielinizao reduz a velocidade do impulso que se manifesta na perda da capacidade motora e sensitiva presente na EM.

    A alternativa B coloca a importncia da bainha como sendo oposta a sua prpria funo, quando considera o retardo ou atraso da propagao dos impulsos atravs dos neurnios.

    A alternativa C apresenta uma funo para a bainha de mielina no referida comumente pela literatura especfica, somada ao fato de que as prerrogativas da questo (EM, processo inflamatrio e funo da bainha de mielina) no se relacionam com as consideraes de compresso muscular da fibra nervosa. Nesta resposta h uma clara inverso de causa por efeito, pois a desestruturao da bainha de mielina o fator desencadeante da maioria dos sintomas da EM, e no a atividade muscular compressora da fibra nervosa.

    REFERNCIAS1 Hall, J E. Guyton Physiology Review. 11. ed. Philadelphia: Elsevier; 2006.2 Kumar V, Abbas A, Fausto N. Robbins & Cotran Patologia. Bases patolgicas das doenas. 7. ed. Rio de Janeiro: Saunders; 2005.3 Rubin E, Gorstein F, Rubin R, Schwarting R, Strayer D. Rubin Patologia. Bases clnico-patolgicas da medicina. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2006.

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    2010

    QUESTO 16

    A paciente R.G., com 35 anos de idade, do sexo feminino, com IMC = 32, 120 kg, ser submetida gastroplastia por videocirurgia, admitida na unidade de CMC. Durante a aplicao do Histrico de Enfermagem, o enfermeiro responsvel pela admisso levantou os seguintes problemas: assadura em regio suprapbica, devido prega formada pela barriga; abertura pequena de boca; pescoo curto; sudorese intensa em mos e regio axilar; uso de piercing em narina direita; uso de prtese dentria na arcada superior; limitao com relao flexo de joelhos.

    Nessa situao, avalie os seguintes procedimentos.

    I. Comunicar ao enfermeiro do CC a respeito da sudorese intensa.

    II. Solicitar visita pr-operatria do anestesista.

    III. Retirar piercing da narina direita.

    IV. Encaminhar a paciente para o CC, sem retirar a prtese dentria.

    V. Comunicar ao enfermeiro do CC acerca da limitao de flexo de joelhos.

    VI. Realizar higiene ntima devido assadura.So procedimentos adequados em um plano de cuidado pr-operatrio apenas os descritos em

    A. I, IV e VI.

    B. II, III e V.

    C. I, II, III e V.

    D. I, IV, V e VI.

    E. II, III, IV e VI.

    * Gabarito: C

    * Autoras: Graziela Hax e Isabel Cristina Kern Soares

    COMENTRIO:

    Os procedimentos cirrgicos, principalmente, as cirurgias gastrintestinais, esto cada vez mais sendo realizados atravs de laparoscpios.1 As vantagens da utilizao da tcnica cirrgica de gastroplastia por vdeo so, principalmente, reduo da dor, menor tempo de internao e melhor relao custo-benefcio1. No entanto, os cuidados pr-operatrios e as orientaes que devemos fornecer aos pacientes so os mesmos de outras tcnicas cirrgicas. O preparo pr-operatrio otimiza a segurana e os resultados da cirurgia baritrica e metablica.2

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    O papel do enfermeiro na avaliao sistematizada do paciente que vai se submeter a cirurgias fundamental, e isso deve ocorrer por meio da realizao do Histrico de Enfermagem, com entrevista e exame fsico detalhado. As orientaes pr-operatrias tm por objetivo identificar as alteraes que aumentam o risco operatrio e dificultam a evoluo do paciente no ps-operatrio e reduzir o risco de infeco. Estas orientaes e/ou informaes devem ser transmitidas ao paciente, familiares e equipe que ir acompanh-lo (mdicos, enfermeiros e tcnicos de enfermagem).

    A paciente, descrita nesse caso, apresenta alguns problemas que podem ocasionar complicaes no transoperatrio e tambm no ps-operatrio mediato e imediato. Uma das complicaes aps cirurgia gstrica pode ser a Sndrome de Dumping caracterizada, principalmente, por passagem rpida do contedo gstrico, ocasionando nuseas, vmitos, suor intenso e diarreia. A deteco desse problema antes da cirurgia importante, para que no ocorra suspeita dessa sndrome no ps-operatrio, e por isso devemos considerar certa a assertiva I.

    Solicitar visita prvia do anestesista, como indica a assertiva II, importante, j que a paciente apresenta pequena abertura da boca e pescoo curto; nesse caso, esses aspectos podem dificultar a intubao para a induo anestsica.

    A prtese dentria, como citado na assertiva IV, poder ocasionar deslizar para as vias areas inferiores, causando obstruo. Portanto, necessrio que seja retirada antes de encaminhar o paciente ao CC.

    A presena de piercing na narina direita (assertiva III) pode causar leses na pele, decorrentes da mobilizao do paciente, e queimaduras eletrocirrgicas, portanto, necessria a retirada do piercing no pr-operatrio.

    Comunicar ao enfermeiro do CC acerca da limitao de flexo de joelhos, conforme o que est descrito na assertiva V, vai possibilitar uma adequao no posicionamento cirrgico dessa paciente.

    As orientaes para a higiene ntima devero fazer parte da Prescrio de Enfermagem diria e no apenas do plano de cuidados pr-operatrio, e por isso est errada a conduta descrita na assertiva VI.

    REfERNCiAS1 Nettina, SM. Prtica de enfermagem. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.2 Sociedade Brasileira de Cirurgia Baritrica e Metablica. Cirurgia baritrica e metablica. Disponvel em: www.sbcb.org.br/coesa.php?menu=6. Acesso em: 24 jun. 2013.

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    2010

    QUESTO 17

    A Estratgia de Sade da Famlia (ESF) vislumbra a transformao do modelo assistencial em curso no pas. A poltica de Sade Mental tambm objetiva a transformao do modelo, e uma de suas estratgias constitui-se nos Centros de Ateno Psicossocial (CAPS). Os CAPS e a ESF so processos simultneos, porm ainda pouco articulados. As prticas de Sade Mental e de ESF assemelham-se quando

    A. adotam a abordagem individual.

    B. do nfase aos deveres.

    C. reconhecem as pessoas por seus quadros patolgicos.

    D. elegem o territrio como lcus de coproduo de sade.

    E. visam aumentar a autonomia do profissional frente s condies de trabalho.

    * Gabarito: D

    * Autoras: Vera Beatriz Delgado e Beatriz Regina Lara dos Santos

    COMENTRIO:

    O termo modelo assistencial vem sendo substitudo pelo termo modelo de ateno sade, pois se entende que a denominao assistencial expressa o significado de cidadania como benevolncia e ddiva, e no como direito e responsabilidade. Entende-se como modelo de ateno a forma como uma sociedade organiza as aes de ateno sade para a resoluo dos problemas de sade de uma coletividade. Tais aes envolvem a articulao de recursos humanos, fsicos e tecnolgicos.1

    importante compreender que, quando se fala em mudana de modelo, refere-se mudana relativa ao modelo ainda hegemnico no pas, centrado nas aes mdicas, curativas e especializadas, com nfase no cuidado fragmentado produzido no ambiente hospitalar. O modelo proposto pela poltica atual, Sistema nico de Sade (SUS), tem como princpios e diretrizes: a integralidade do cuidado; a descentralizao e a regionalizao dos servios, com facilidade de acesso; as aes humanizadas, partindo do acolhimento ao usurio, do estabelecimento de vnculo dos servios com os usurios e da resoluo dos problemas; aes planejadas e avaliadas que respeitem as necessidades locais e regionais.2

    A questo aborda a mudana de paradigma do modelo de ateno hegemnico para um modelo visando integralidade e considerando os determinantes sociais do processo de sade/adoecimento. Constitui um processo de reconstruo e exerccio da cidadania, assim como considera trs grandes cenrios: hbitat, rede social e trabalho com valor social3. Os CAPS tm a misso de dar

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    um atendimento s pessoas que sofrem de transtornos mentais severos e persistentes, oferecendo cuidados clnicos e de reabilitao psicossocial4, enquanto o Programa de Sade da Famlia foi proposto como uma estratgia para a organizao dos servios de ateno primria sade.

    A alternativa A est incorreta. O trabalho desenvolvido no CAPS tem finalidade teraputica, a qual alcanada por meio da construo permanente de um ambiente facilitador, estruturado e acolhedor, abrangendo vrias modalidades de tratamento4. A assistncia prestada ao paciente no CAPS inclui atividades de atendimento individual, em grupo, com oficinas teraputicas, visitas domiciliares e atendimento famlia, orientado por uma prtica interdisciplinar4. As aes desenvolvidas pelas equipes da Estratgia em Sade da Famlia consideram as relaes entre indivduo e coletividade, ou seja, os Determinantes Sociais de Sade, partindo do mbito individual (idade, sexo e fatores hereditrios) at uma camada mais distal, onde se situam os macrodeterminantes (condies socioeconmicas, culturais e ambientes gerais). 5-357

    A alternativa B est incorreta. A funo do CAPS no voltada para os deveres e, sim, para promover a reinsero social do indivduo por meio do acesso ao trabalho, lazer, exerccio dos direitos civis e fortalecimento dos laos familiares e comunitrios5. As aes desenvolvidas pelas equipes da Estratgia de Sade da Famlia visam mudana de comportamento e de estilo de vida, que dependem da conscientizao da necessidade do processo de mudana, assim como a reduo das desigualdades sociais e econmicas, violncias, degradao ambiental e seus efeitos sobre a sociedade. 5-357

    A alternativa C est incorreta, pois o modelo proposto pela poltica atual, Sistema nico de Sade (SUS), tem como princpios e diretrizes: a integralidade do cuidado; a descentralizao e a regionalizao dos servios, com facilidade de acesso; as aes humanizadas, partindo do acolhimento ao usurio, do estabelecimento de vnculo entre trabalhadores e usurios e o compromisso com a resoluo dos problemas; aes planejadas e avaliadas que respeitem as necessidades locais e regionais.2 Portanto, as pessoas no so reconhecidas por seu quadro patolgico, mas sim integralmente, enquanto o principal participante do tratamento, sendo que sua famlia e seu grupo social devem ser considerados.7

    Alternativa D est correta, pois tanto as prticas na ESF como as do CAPS elegem o territrio como lcus de coproduo de sade, visto que as cidades brasileiras so constitudas por configuraes territoriais com marcantes desigualdades sociais, sendo que nas reas menos favorecidas a populao enfrenta situaes de maior vulnerabilidade, tanto as relativas precariedade das condies de moradia, dificuldade de acesso a servios, equipamentos, entre outros recursos7.

    Conforme a Portaria n 3367, o CAPS possui um papel de regulador da porta de entrada da rede assistencial no mbito do seu territrio, assim como a ESF, ocupando importante papel na coordenao e na continuidade do cuidado mediante a hierarquizao e a regionalizao dos servios a partir dos territrios e distritos de sade.

    Alternativa E est incorreta. Uma das propostas do CAPS aumentar, o mximo possvel, a autonomia do usurio. O profissional dever estar habilitado para trabalhar com a reabilitao psicossocial para facilitar a trajetria do usurio na comunidade e no seu terrritrio3.

    REFERNCIAS1 Paim, JS. A reorganizao das prticas de sade em distritos sanitrios. In: Mendes, EV (org.). Distrito Sanitrio: o processo social de mudana das prticas sanitrias do Sistema nico de Sade. So Paulo/Rio de janeiro: Hucitec-Abrasco, 1993.2 Brasil. Constituio de 1988. Constituio da Repblica Federativa do Brasil: Braslia: Senado, 1988.3 Pitta, A. Reabilitao psicossocial no Brasil. 2. ed. So Paulo: Editora Hucitec,, 2001.4 Brasil, Ministrio da Sade. Departamento de aes programticas estratgicas. Sade Mental no SUS: os Centros de Ateno Psicossocial. Braslia: 2004.

  • 27

    5 Thume, E, Soares, UM, Dulelio, AS. Projetos e aes inovadoras na Ateno Primaria a Sade. In: Soares, CB, Campos, CMS. Fundamentos de sade coletiva e o cuidado de enfermagem. Barueri: Manole, 2013.6 Nakano, AK, Koga, D. Os territrios da urbanidade e a promoo da sade coletiva. In: Soares, CB, Campos, CMS. Fundamentos de sade coletiva e o cuidado de enfermagem. Barueri: Manole, 2013.7 Brasil, Ministrio da Sade. Portaria n 336/GM, em 19 de fevereiro de 2002. Braslia: Ministrio da Sade. Disponvel em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=29797&janela=1. Acesso em: 27 mar. 2011.8 Costa-Rosa A, Ablio. O Modo Psicossocial: um paradigma das prticas substitutivas ao modo asilar. In: AMARANTE, Paulo. Ensaios: subjetividade, sade mental, sociedade. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000, p. 141-168.

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    QUESTO 18 ANULADA

    O paciente M.K, de 34 anos de idade, do sexo masculino, alrgico a dipirona e penicilina, encontra-se em primeiro ps-operatrio de septoplastia, com tampo nasal limpo e seco e com queixa de cefaleia intensa durante o perodo da noite. Em sua prescrio mdica, encontra-se receitada dipirona 1g EV S/N. O enfermeiro responsvel pelo cuidado desse paciente, aps avaliao da queixa, consultou o pronturio e, diante da prescrio, administrou a medicao, conforme indicao do cirurgio. Nesse caso, considera-se que a segurana do paciente est em risco por erro de:

    A. administrao de medicamento no autorizado.

    B. administrao pela via errada.

    C. prescrio.

    D. preparo.

    E. dose.

    ANULADA

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    2010

    QUESTO 19

    O enfermeiro D.B., responsvel pela Central de Material e Esterilizao (CME), realizar um treinamento com sua equipe sobre biossegurana na CME. Quais so os sete principais temas que ele dever abordar com a equipe que atua nessa unidade?

    A. Ergonomia; Equipamento de Proteo Individual (EPI); Descarte de materiais; Laser; Riscos eltricos e de incndio; lquidos volteis; Estresse e Burnout.

    B. Ergonomia; Equipamento de Proteo Individual (EPI); Descarte de materiais; Preparao para situao de emergncias e catstrofes; Riscos eltricos e de incndio; Lquidos volteis; Estresse e Burnout.

    C. Ergonomia; Equipamento de Proteo Individual (EPI); Descarte de materiais; Preparao para situao de emergncias e catstrofes; Riscos eltricos e de incndio; Raio X; Estresse e Burnout.

    D. Quimioterpicos; Equipamento de Proteo Individual (EPI); Descarte de materiais; Preparao para situao de emergncias e catstrofes; Riscos eltricos e de incndio; Raio X; Estresse e Burnout.

    E. Quimioterpicos; Equipamento de Proteo Individual (EPI); Laser; Preparao para situao de emergncias e catstrofes; Riscos eltricos e de incndio; Raio X; Estresse e Burnout.

    * Gabarito: B

    * Autoras: Gisele Pereira de Carvalho, Graziela Hax e Ana Carolina Gonalves Kehl

    COMENTRIO:

    Biossegurana significa um conjunto de aes voltadas para preveno, eliminao de riscos inerentes s atividades de pesquisa, produo, ensino, desenvolvimento tecnolgico de servios, visando sade do homem, dos animais, preservao do meio ambiente e qualidade dos resultados1. Particularmente na rea da sade, esse tema extremamente explorado, uma vez que os profissionais, considerando o meio de trabalho, esto mais suscetveis aos riscos biolgicos, qumicos, fsicos e ergonmetros2.

    A Resoluo RDC n 307, de 14 de novembro de 20023, considera o Centro de Material e Esterilizao (CME) uma unidade de apoio tcnico, que tem como finalidade o fornecimento de artigos mdico-hospitalares adequadamente processados, proporcionando, assim, condies para o atendimento direto e a assistncia sade dos indivduos enfermos e sadios. , portanto, um setor de organizao de materiais que atua dentro do processo de prestao de assistncia ao

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    paciente, que lida com artigos mdico-hospitalares e que est diretamente ligada com a qualidade da assistncia prestada.

    Dessa forma, esse setor assume vital importncia na economia da instituio que depende de seus servios e tambm da qualidade da assistncia prestada4. Os trabalhadores do CME esto expostos a secrees orgnicas, ao lavar e manusear artigos contaminados, e podem ser fonte de transmisso de microrganismos para os pacientes, ao preparar um artigo que ser esterilizado e manusear um artigo j esterilizado5. Assim, a adoo do Equipamento de Proteo Individual (EPI), embora de uso individual, em algumas situaes, se presta proteo coletiva.

    Dentre os temas da biossegurana em Centro de Materiais e Esterilizao (CME), conforme a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria ANVISA (2010)6, incluem-se: risco biolgico, ergonmico, risco de natureza fsico-qumica, drogas citotxicas e risco qumico. Mais especificamente os riscos ergonmicos, ou seja, os riscos relacionados aos agentes ergonmicos, so relativos aos fatores necessrios ao ajuste entre o profissional e a sua prtica e podem ser classificados como: biomecnicos (levantamento de peso, postura, movimento repetitivo, etc.); ambientais (temperatura, umidade, rudos, contaminantes, etc.); sensoriais (cores e sinais auditivos) e psicolgicos (estresse, ritmo de trabalho, relacionamentos interpessoais, etc.).

    A alternativa que contempla a resposta correta a letra B: Ergonomia; Equipamento de Proteo Individual (EPI); Descarte de materiais; Preparao para situao de emergncias e catstrofes; Riscos eltricos e de incndio; Lquidos volteis; Estresse e Burnout.

    Ao avaliarmos as questes de biossegurana que esto relacionadas s atividades realizadas no CME, observamos os seguintes riscos e suas respectivas justificativas:

    Risco ergonmico: os trabalhadores do CME exercem suas atividades laborais em um ambiente onde h a necessidade de carregar peso e de movimentos repetitivos (ao colocar em carga uma autoclave, por exemplo), montagem de bandejas, risco biolgico ao fazerem a limpeza e a desinfeco dos materiais, necessitando, assim, do uso de equipamentos de proteo individual e o correto descarte seletivo de materiais.

    O CME um local insalubre e de extrema periculosidade, considerando-se o risco ambiental. Os equipamentos ali utilizados incluem produtos qumicos, biolgicos e gases inflamveis, que esto sob temperatura e presso variveis e extremas, provocando risco aumentado. Desse modo, o treinamento e o preparo para situaes de emergncia e catstrofes, alm do combate a incndio, so tpicos de suma importncia para os profissionais que ali exercem suas funes.

    Alm dos riscos ambientais, fsico-qumicos e biolgicos, citamos os fatores psicolgicos, os quais provocam, com grande frequncia, o estresse e a Sndrome de Burnout. O estresse um dos fatores conhecidos como desencadeadores dessa sndrome, que provoca, no trabalhador, tanto dificuldades fsicas quanto emocionais, relacionadas ao ambiente de trabalho7.

    No CME o Laser e o Raio X deixam de ser um risco fsico, pois no so utilizados dentro desse setor, nem mesmo chegam a ser processados e/ou armazenados. No entanto, passam a assumir uma condio de risco quando so utilizados dentro das salas cirrgicas. Dessa forma, exclumos as alternativas A, C, D e E.

    REFERNCIAS1 Costa MAF. Qualidade em Biossegurana. Rio de Janeiro: Ed. Qualitymark; 2000.2 Bolick D, Bruner DW. Segurana e controle de infeco. 1. ed. Rio de Janeiro: Reichmanne & Affonso Editores; 2000.3 Brasil. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. RDC n 307, 2002.4 Fernandes AT. Infeco hospitalar e suas interfaces na rea da Sade. So Paulo: Atheneu; 2000.

  • 33

    5 Tipple ACFV, Souza TR, Bezerra ALQ, Munari DB. O trabalhador sem formao em enfermagem atuando em centro de material e esterilizao: desafio para o enfermeiro. So Paulo. Rev Esc Enferm USP. 2005; 39(2):173-180.6 Brasil. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Segurana do paciente em servios de sade: limpeza e desinfeco de superfcie. Braslia/DF, 2010.7 Trigo TR, Teng CT, Hallak JEC. Sndrome de Burnout ou estafa profissional e os transtornos psiquitricos. Rev. Psiq. Cln. 2007; 34(5):223-233.

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    QUESTO 20

    O grfico acima revela que a tuberculose continua sendo um preocupante problema de sade no Brasil, exigindo o desenvolvimento de estratgias para o seu controle. Considerando que os casos bacilferos so a principal fonte de disseminao da doena, para tentar interromper sua cadeia de transmisso, fundamental a

    A. realizao de prova tuberculnica cutnea em todas as pessoas com casos suspeitos e em seus comunicantes.

    B. percepo de que existem pessoas expostas aos bacilos que no desenvolvem a doena, mas a transmitem por meio de materiais de uso comum.

    C. busca ativa de sintomtico respiratrio, isto , de indivduos com tosse por tempo igual ou superior a seis semanas.

    D. compreenso de que o conceito de contato abrange os familiares que convivem no mesmo ambiente domiciliar com o caso ndice no momento do diagnstico da tuberculose.

    E. descoberta precoce de caso novo por meio da busca ativa do sintomtico respiratrio na populao com tosse h mais de trs semanas.

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    * Gabarito: E

    * Autoras: Valria Lamb Corbellini e Olga Rosaria Eidt

    COMENTRIO:

    A questo A est ERRADA. A prova tuberculnica indicada como mtodo auxiliar no diagnstico da tuberculose. Pessoa reatora ao teste isoladamente um indicativo to somente da presena de infeco, no sendo suficiente para o diagnstico da doena tuberculose. Algumas circunstncias podem interferir no resultado da prova tuberculnica como, por exemplo: desnutrio, AIDS, sarcoidose, neoplasias, doenas linfoproliferativas, tratamentos com corticosteroides, drogas imunodepressoras, gravidez, etc.1,2

    A questo B est ERRADA. A transmisso da tuberculose ocorre por meio de gotculas contendo os bacilos expelidos por um doente com tuberculose pulmonar ao tossir, espirrar ou falar. Quando essas gotculas so inaladas por pessoas sadias, podem provocar a infeco tuberculosa. Quando uma pessoa inala as gotculas contendo os bacilos, muitos deles ficam retidos no trato respiratrio superior (garganta e nariz). Se chegarem aos brnquios, os bacilos so aprisionados na secreo (catarro) e eliminados pelo movimento ciliar. Contudo, quando os bacilos atingem os alvolos, a infeco pode se estabelecer. Nos alvolos, os bacilos multiplicam-se e um pequeno nmero entra na circulao sangunea, disseminando-se por todo o corpo. Dentro de 2 a 10 semanas, no entanto, o sistema imunolgico intervm, principalmente por meio das clulas brancas sanguneas, chamadas linfcitos e macrfagos, as quais impedem que os bacilos continuem a se multiplicar, bloqueando, assim, a evoluo da infeco para tuberculose-doena. Os linfcitos e macrfagos formam o granuloma, uma espcie de barreira em torno dos bacilos provocando sua destruio por meio da fagocitose. Graas formao do granuloma, a pessoa pode permanecer infectada, no desenvolvendo a doena e, portanto, no transmitindo o germe para as pessoas suscetveis2.

    A questo C est ERRADA. Quanto maior o nmero de Unidades de Sade (US) e de profissionais capacitados, desenvolvendo aes de controle da tuberculose, mais abrangente ser a busca, maior ser a deteco de casos, mais rpido o incio do tratamento e mais eficiente a superviso do tratamento, o que favorece a cura e a quebra da cadeia de transmisso. A busca de casos deve ser feita principalmente entre os sintomticos respiratrios, isto , portadores de tosse com expectorao h pelo menos trs semanas1, 2.

    A questo D est ERRADA. O conceito de contato envolve toda pessoa que convive no mesmo ambiente com a pessoa com sintoma respiratrio no momento do diagnstico da tuberculose. Esse convvio pode-se dar em casa e/ou no ambiente do trabalho, instituies de longa permanncia, escola, entre outros. A avaliao do grau de exposio do contato ser individualizada, considerando o tempo de exposio, o ambiente, entre outros1, 2.

    A questo E est CORRETA. Para interromper a cadeia de transmisso da tuberculose fundamental a descoberta precoce dos casos bacilferos. A busca ativa na populao de pessoas com tosse prolongada deve ser uma estratgia priorizada nos servios de sade (nvel primrio, secundrio e tercirio) e deve ser feita em pessoas com tosse por tempo igual ou superior a trs semanas1, 2.

    REFERNCIAS1 Brasil. Ministrio da Sade. Tuberculose, 2010. Disponvel em: .2 Brasil. Ministrio da Sade. Cadernos de Ateno Bsica: Vigilncia em Sade Dengue, esquistossomose, hansenase, malria, tracoma e tuberculose, 2008. Disponvel em: . Acesso em: 3 maio 2013.

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    2010

    QUESTO 21

    O conhecimento do enfermeiro com relao aos resduos slidos de sade faz parte de sua atuao profissional. A Norma Regulamentadora n 32 (NR-32) dedicou especial ateno ao tratamento dos resduos, por suas implicaes na biossegurana pessoal e no meio ambiente. importante ressaltar que a NR-32 no desobriga o cumprimento da Resoluo ANVISA RDC n 306, de 7 de dezembro de 2004, e da Resoluo CONAMA n 358, de 29 de abril de 2005. Essas resolues dispem acerca do Plano de Gerenciamento de Resduos de Servios de Sade (PGRSS) e da necessidade de designao de profissional com registro ativo junto ao seu conselho de classe.

    Com base nessas legislaes, qual das opes a seguir apresenta procedimento inadequado em relao aos resduos?

    A. Os recipientes existentes em sala de cirurgia e de parto no necessitam de tampa para vedao.

    B. Para recipientes destinados coleta de material perfurocortantes, o limite mximo de enchimento deve estar localizado a 5 cm abaixo do bocal.

    C. O recipiente para acondicionamento de perfurocortante deve ser mantido em suporte exclusivo e em altura que permita a visualizao da abertura para descarte.

    D. O transporte manual do recipiente de segregao deve ser realizado de forma que no exista contato do mesmo com outras partes do corpo, sendo vedado o arrasto.

    E. Sempre que o transporte do recipiente de segregao possa comprometer a segurana e a sade do trabalhador, devem ser improvisados por ele meios mais apropriados para no comprometer sua integridade fsica.

    * Gabarito: E

    * Autoras: Graziela Hax e Janete Urbanetto

    COMENTRIO:

    A alternativa E apresenta procedimento inadequado em relao ao transporte do recipiente de segregao dos resduos, sendo a opo correta dessa questo. Na Norma Regulamentadora n 32, no existem descries relacionadas a improvisaes. Na referida norma, o item 32.5.4 descreve que o transporte manual do recipiente de segregao deve ser realizado de forma que no exista o contato do mesmo com outras partes do corpo, sendo vedado o arrasto 1:11. No mesmo referencial, no item 32.5.5, est descrito que sempre que o transporte do recipiente de segregao

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    possa comprometer a segurana e a sade do trabalhador, devem ser utilizados meios tcnicos apropriados, de modo a preservar a sua sade e integridade fsica1:11.

    Estudo realizado com trabalhadores de enfermagem aponta vulnerabilidades durante o processo de laboral, como trabalhar em condies inseguras e no adeso s precaues universais (por sobrecarga de atividades ou por condies fsicas insalubres), o que pode acarretar adoecimento desses trabalhadores2.

    REFERNCIAS1 Brasil. Ministrio do Trabalho e Emprego. Portaria n 485, de 11 de novembro de 2005. Aprova a Norma Regulamentadora n 32 (Segurana e Sade no Trabalho em Estabelecimentos de Sade). Braslia: Dirio Oficial da Unio (DOU), Seo 1; 2005. Disponvel em: .2 Gallas SR, Fontana RT. Biossegurana e enfermagem nos cuidados clnicos: contribuies para a sade do trabalhador. Rev. bras. enferm. [online], 2010, 63 [acesso em: 2012 Maio 14] (5): 786-792. Disponvel em: .

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    2010

    QUESTO 22

    Um paciente de 2 meses de idade pr-maturo em UTI neonatal, com cateter venoso central, 1 via em jugular D e SNE para receber leite materno. Ambas as administraes estavam sendo realizadas por uma mesma bomba de infuso. s 12h foi inserido o leite materno na bomba de infuso para administrao pela SNE pelo enfermeiro do planto da manh e, s 13h, o enfermeiro do planto da tarde desligou o equipamento ao trmino da infuso e detectou que o leite materno havia sido conectado na via da infuso endovenosa.

    O equvoco na conexo pode ter sido ocasionado por fator

    I. tcnico, pela semelhana e compatibilidade entre os conectores.

    II. organizacional, pela utilizao de bombas de infuso diferentes para administrao de solues intravenosas e dietas enterais.

    III. humano, devido ao acmulo de tarefas, levando no interrupo de atividades, desateno e falta de descanso.

    correto o que se afirma em:

    A. I, apenas.

    B. II, apenas.

    C. I e III apenas.

    D. II e III, apenas.

    E. I, II, III.

    * Gabarito: C

    * Autoras: Maria Cristina Lore Schilling e Beatriz Sebben Ojeda

    COMENTRIO:

    Analisando-se a questo acima, devem-se considerar alguns aspectos relacionados segurana do paciente.

    O ambiente hospitalar um espao complexo de assistncia sade que requer atuao conjunta de equipe multidisciplinar com o objetivo de ateno integral sade das pessoas. Essas organizaes contam com estruturas e tecnologias cada vez mais complexas (instalaes, equipamentos, medicamentos) que requerem permanente interao e capacitao das equipes envolvidas para sua utilizao e manejo das mesmas, a fim de minimizar riscos e chances de erros1.

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    No contexto das unidades de terapia intensiva, a UTI neonatal caracterizada como rea crtica destinada internao de pacientes graves, com idade de 0 a 28 dias de vida, que requerem ateno profissional especializada de forma contnua, materiais especficos e tecnologias necessrias a diagnstico, monitorizaro e terapia2. um ambiente mais suscetvel ocorrncia de eventos adversos, seja pela complexidade do tratamento, pelo nmero de procedimentos invasivos ou pelo uso em grande escala de tecnologia especializada, a qual exige domnio do profissional e agilidade na tomada de deciso.

    Conforme a classificao internacional de segurana do paciente, o evento adverso um incidente com dano, ou seja, implica prejuzo de uma estrutura ou funo corporal, incluindo enfermidade, leso, sofrimento, incapacidade e morte, podendo ser fsico, social ou psicolgico3.

    Outra varivel a ser considerada que nessas unidades os pacientes so mais suscetveis pela instabilidade de funes vitais que apresentam, pois grande parte das crianas internados nas UTIs neonatais so prematuras ou pr-termo4. A Organizao Mundial da Sade (OMS) define como pr-termo toda criana nascida antes de 37 semanas. Sendo assim, inclui todo recm-nascido (RN) vivo com menos de 37 semanas completas de gestao (

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    REFERNCIAS1 Wachter, R. Compreendendo a segurana do paciente. Porto Alegre: Artmed, 2010.2 Brasil. Ministrio da Sade. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Resoluo RDC n 7, 24 de fevereiro de 2010. Disponvel em: .3 Runciman W, Hibbert P, Thomson R, Schaaf TVD, Sherman H, Lewalle P. Towards an International Classification for Patient Safety: key concepts and terms. Int J Qual Health Care. 2009 February; 21(1): 1826. Disponvel em:.4 Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Aes Programticas Estratgicas. rea Tcnica de Sade da Mulher. Pr-natal e Puerprio: ateno qualificada e humanizada. Braslia-DF, 2006. Disponvel em: . 5 Ricci, Susan Scott. Enfermagem materno-neonatal e sade da mulher. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.6 Gava MAM; Gomes MMF. Cuidando do neonato: uma abordagem de enfermagem. Goinia: AB, 2003.7 Lowdermilk DL, Perry S, Bobak I. O cuidado em enfermagem materna. Porto Alegre: Artmed, 2002.8 Wachter R; Haughom B. Fatores humanos e erros na interface homem-mquina. In: Wachter, Robert. Compreendendo a segurana do paciente. Porto Alegre: Artmed, 2010.9 Brasil. Ministrio da Sade. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Resoluo RDC n 26, 11 de maio de 2012. Disponvel em: . 10 Arone EM, Cunha ICKO. Tecnologia e Humanizao: desafios gerenciados pelo enfermeiro em prol da integridade da assistncia. Braslia, Revista Brasileira de Enfermagem, 2007; 60(6): 721-3.

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    2010

    QUESTO 23

    Avalie as asseres a seguir.O indicador que melhor retrata o que ocorre na fase fetal o peso de nascimento da criana.

    PORQUEPesos ao nascer menor que 2500 g podem ser decorrentes de prematuridade e (ou) dficit de

    crescimento intrauterino. Recm-nascidos com menos de 2500 g so classificados, genericamente, como de baixo peso ao nascer.

    Analisando a relao proposta entre as duas asseres acima, analise a alternativa correta.

    A. As duas asseres so proposies verdadeiras, e a segunda uma justificativa correta da primeira.

    B. As duas asseres so proposies verdadeiras, mas a segunda no uma justificativa correta da primeira.

    C. A primeira assero uma proposio verdadeira, e a segunda uma proposio falsa.

    D. A primeira assero uma proposio falsa, e a segunda uma proposio verdadeira.

    E. As duas asseres so proposies falsas.

    * Gabarito: A

    * Autoras: Kelly Dayane Stochero Velozo, Olga Rosaria Eidt e Juceline Carla Martinelli.

    COMENTRIO:

    O perodo intrauterino uma etapa importante para o crescimento e o desenvolvimento do feto. nessa fase intrauterina que se observa a maior velocidade de crescimento que vai desde a concepo, implantao no tero e vrias divises celulares at o concepto apresentar a forma humana1. Sabe-se que nesse perodo de crescimento intrauterino que os fatores genticos e os riscos externos, tais como agentes infecciosos, nutrio materna, fumo, lcool, drogas, idade materna, intervalo curto entre partos, gestao mltipla, irrigao placentria insuficiente, entre outros, podem acelerar ou restringir o crescimento do feto, interferindo no peso de nascimento e repercutindo no desenvolvimento do neonato1. Muitos desses fatores e riscos esto relacionados com problemas socioeconmicos e podem ser prevenidos com uma boa cobertura por parte dos servios de sade e controle pr-natal.

    O recm-nascido pode ser classificado de acordo com a idade gestacional e o peso de nascimento2. De acordo com a idade gestacional, o recm-nascido pode ser classificado como:

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    prematuro ou pr-termo (menos de 37 semanas de gestao), termo (entre 37 e 41 semanas de gestao) e ps-termo (acima de 42 semanas de gestao), independentemente do peso ao nascer2.

    Tambm pode ser classificado de acordo com o peso ao nascer em: baixo peso (abaixo de 2500 g), muito baixo peso (entre 1000 g e 1499 g) e extremo baixo peso (abaixo de 1000 g), de forma independente de sua idade gestacional2. A morbidade e a mortalidade neonatal so inversamente proporcionais ao peso e a idade gestacional, quanto menor o peso e a idade gestacional, maior ser a morbimortalidade2.

    O peso ao nascer reflete no crescimento e desenvolvimento infantil, por isso toda criana com histria de baixo peso ao nascer deve ser considerada criana em situao de risco e deve ser acompanhada com maior assiduidade pelos servios de sade, principalmente no primeiro ano de vida1,3. Essas crianas apresentam maiores riscos de internaes, de mortalidade infantil e de desenvolver doenas crnico-degenerativas3. H associao com o atraso no desenvolvimento neuropsicomotor3.

    Nessa questo do Enade, a alternativa A est correta, j que diante do exposto pode-se afirmar que as duas proposies so verdadeiras e o peso ao nascer o indicador que melhor retrata o que ocorre durante a fase fetal, sendo justificado pelo fato de que os recm-nascidos com menos de 2500 g so classificados como baixo peso ao nascer, e esse baixo peso pode ser decorrente de prematuridade e/ou dficit de crescimento intrauterino devido a fatores internos e externos. Independentemente da causa desencadeante, o baixo peso de nascimento um fator de risco e est relacionado morbimortalidade infantil.

    REFERNCIAS1 Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Polticas de Sade. Departamento de Ateno Bsica. Sade da criana: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Braslia: Ministrio da Sade, 2002.2 Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Aes Programticas e Estratgicas. Manual AIDPI neonatal. 3. ed. Braslia: Ministrio da Sade, 2012.3 Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Ateno Bsica. Sade da criana: crescimento e desenvolvimento. Braslia: Ministrio da Sade, 2012.

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    QUESTO 24

    Andr, com 10 meses de idade, levado pelos pais unidade de sade para acompanhamento de puericultura. A criana nasceu a termo, parto vaginal, com 2800 g e medindo 49 cm. As vacinas esto atualizadas. Recebeu exclusivamente leite materno at o sexto ms de vida e continua em aleitamento. Seu peso atual de 7500 g, o que localiza sua curva entre os percentuais 10 e 3. Os pais informam que Andr ganhou menos peso, depois que passou a frequentar a creche, onde est em perodo de adaptao.

    Diante dessa situao, qual das descries a seguir reflete comportamento mais adequado de uma enfermeira considerando a ateno sade da criana?

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    A. Andr situa-se na faixa de normalidade nutricional (entre percentuais P97 e P3) na curva peso/idade. A enfermeira refora orientaes bsicas e agenda retorno conforme o calendrio mnimo de consulta ou de acordo com a rotina da unidade.

    B. A criana est em risco nutricional. A enfermeira investiga possveis fatores relacionados desacelerao do crescimento e orienta os pais no sentido de corrigi-los; orienta alimentao especial para ganho de peso e agenda retorno em 15 dias.

    C. Apesar do risco nutricional, a criana eutrfica. A partir disso, a enfermeira investiga possveis causas da desacelerao do crescimento e orienta os pais a respeito da alimentao complementar e manuteno do aleitamento materno, agendando retorno em 30 dias.

    D. A desacelerao do crescimento est relacionada adaptao da criana creche. A enfermeira refora orientaes a respeito da alimentao complementar e agenda retorno de acordo com o calendrio mnimo de consultas.

    E. A enfermeira encaminha Andr para consulta com o pediatra, pois a desacelerao do crescimento acontecimento importante que necessita de interveno imediata, e agenda retorno para acompanhamento em 30 dias.

    * Gabarito: B

    * Autoras: Kelly Dayane Stochero Velozo, Olga Rosaria Eidt e Ana Carolina da Silva Cardoso

    COMENTRIO:

    As curvas de crescimento so uma ferramenta importante que permite avaliar o crescimento e o desenvolvimento infantil e identificar as crianas com maior risco de morbimortalidade, acompanhando o progresso individual de cada criana. A forma mais adequada para acompanhar o crescimento de uma criana o registro peridico do peso no Grfico Peso/Idade do Carto da Criana1. Nesse grfico, o eixo vertical corresponde ao peso em quilogramas, e o eixo horizontal corresponde idade da criana em meses1. Na dcada atual o Ministrio da Sade vem adotando como critrio de avaliao o registro do peso para a idade por meio da leitura de Escores Z2. Por isso, importante lembrar a correspondncia dos valores de percentuais com o Escore Z presente na figura e na tabela a seguir.

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    Fonte: BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Polticas de Sade. Departamento de Ateno Bsica. Sade da criana: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Braslia: Ministrio da Sade, 2002.

    Fonte: BRASIL. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Ateno Bsica. Sade da criana: crescimento e desenvolvimento. Braslia: Ministrio da Sade, 2012.

    Portanto, as condutas indicadas para as crianas com pontos de corte entre os percentis 3 e 10 correspondem s mesmas em relao aos Escores Z -2 e -1, a anlise avaliativa que consta atualmente no Carto da Criana2.

    O grfico presente no Carto da Criana composto por quatro linhas. A primeira linha superior representa os valores do percentil 97 (que corresponde a +2 Escores Z), decrescendo a linha pontilhada representa o percentil 10, a terceira linha representa o percentil 3 (que corresponde a -2 Escores Z), enquanto a linha mais inferior corresponde ao percentil 0,1 (representa os valores abaixo de -3 Escores Z)1. A relao Peso/Idade pode ser classificada como: acima do percentil 97 (sobrepeso), entre os percentis 97 e 3 (faixa de normalidade nutricional), entre os percentis 10 e 3 (risco nutricional), entre os percentis 3 e 0,1 (peso baixo) e abaixo do percentil 0,1 (peso muito baixo)1. Tambm importante observar nos grficos a posio e o sentido do traado da curva de crescimento (ascendente, horizontal ou descendente) sendo que desejvel sempre a curva estar ascendente1.

    O Ministrio da Sade recomenda sete consultas de rotina no primeiro ano de vida (na 1 semana, no 1 ms, 2 ms, 4 ms, 6 ms, 9 ms e 12 ms), alm de duas consultas no 2 ano de vida (no 18 e no 24 ms) e, a partir do 2 ano de vida, consultas anuais1. Contudo, em situao de alerta, risco nutricional ou peso baixo deve-se marcar nova consulta em um perodo de tempo menor, respectivamente para 30 dias (situaes de alerta nutricional) e 15 dias (situaes de risco nutricional, peso baixo e peso muito baixo)1.

    Na proposta do carto da criana, os pesos entre os percentis 10 e 3, embora classificados como faixa da normalidade nutricional, caracterizam uma situao de risco ou de alerta nutricional dependendo do traado da curva1. Nessa questo 24, a criana est localizada na curva entre os percentis 10 e 3, e os pais informaram que a criana ganhou menos peso devido ao perodo de adaptao na escola. Entende-se que como a criana ganhou menos peso, o traado da curva de

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    acompanhamento est horizontal ou descendente, caracterizando a criana como em situao de risco nutricional. A conduta a ser adotada pelos profissionais de sade investigar possveis causas da perda de peso com especial ateno para o processo de desmame, alimentao complementar, intercorrncias infecciosas, cuidados com a criana, afeto e higiene pessoal e ambiental. Alm disso, so importantes as orientaes aos pais e/ou cuidadores quanto alimentao complementar visando ao ganho de peso. Destaca-se que, com relao ao acompanhamento dessa criana, necessrio agendar e realizar uma nova consulta em um intervalo mximo de 15 dias.

    Diante do exposto, a alternativa B est correta. A alternativa A est incorreta devido afirmao de retorno conforme o calendrio mnimo de consulta. A alternativa C est incorreta, pois como a criana est em risco nutricional a consulta de retorno deve ser de no mximo em 15 dias. A alternativa D est incorreta, pois no se pode afirmar que a desacelerao do crescimento relacionada apenas adaptao na creche e tambm devido afirmao de retorno conforme calendrio mnimo de consultas. A alternativa E est incorreta, pois nesse caso a criana ainda no precisa de interveno imediata em um servio de maior complexidade, e sim devem ser investigadas as possveis causas da diminuio de peso, orientando os pais sobre a alimentao especial para o ganho de peso e marcando o retorno de acompanhamento no mximo em 15 dias.

    REFERNCIAS1 Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Polticas de Sade. Departamento de Ateno Bsica. Sade da criana: acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Braslia: Ministrio da Sade, 2002.2 Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Ateno Bsica. Sade da criana: crescimento e desenvolvimento. Braslia: Ministrio da Sade, 2012.

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    QUESTO 25

    O acmulo tcnico-poltico dos trs nveis de gesto do SUS, na implantao do Programa de Agentes Comunitrios de Sade (PACS) e da Estratgia de Sade da Famlia (ESF), elementos essenciais para a reorientao do modelo de ateno, tem possibilitado a identificao de um conjunto de questes relativas s bases conceituais e operacionais do que se tem denominado ateno bsica sade no Brasil, e de suas relaes com os demais nveis do sistema. Essa discusso fundamenta-se nos eixos transversais da universalidade, da integralidade e da equidade, em um contexto de descentralizao e controle social da gesto, princpios assistenciais e organizativos do SUS, consignados na legislao constitucional e infraconstitucional. Considerando o texto como referncia inicial, assinale a opo correta acerca da ateno bsica em sade.

    A. O Programa Sade da Famlia a estratgia prioritria para a reorganizao da ateno bsica, por ser um atendimento prestado por equipes especialistas que se responsabilizam pelas famlias cadastradas em sua rea.

    B. A equipe mnima para a ESF composta por um mdico de famlia, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem, um dentista, agentes comunitrios de um auxiliar e um tcnico de higiene dental.

    C. A ateno bsica em sade considerada a porta de entrada para o SUS por cuidar apenas da promoo da sade e da preveno primria.

    D. Cada equipe da ESF responsvel pelo acompanhamento de trs mil pessoas ou 500 famlias de determinada rea.

    E. O PACS substitui a ESF em municpios com menos de 50 mil habitantes.

    * Gabarito: E

    * Autoras: Beatriz Regina Lara dos Santos, Heloisa Bello, Gabriela Azevedo e Elise Silveira da Silva

    COMENTRIO:

    A Constituio Federal e as leis orgnicas (Lei n 8.080, de 19 de setembro de 1990; Lei n 8.142, de 28 de dezembro de 1990), com seus princpios doutrinadores e organizacionais de universalidade, equidade, integralidade, controle social, descentralizao, hierarquizao e regionalizao da ateno, representam um grande avano no projeto de Reforma Sanitria Brasileira.1,2

    A Poltica Nacional de Ateno Bsica (PNAB) resultado da experincia acumulada de vrios atores envolvidos historicamente com o desenvolvimento e a consolidao do Sistema nico

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    de Sade (SUS), como movimentos sociais de usurios, trabalhadores e gestores das trs esferas de governo. No Brasil, a Ateno Bsica (AB) desenvolvida com alto grau de descentralizao, prxima da vida das pessoas. Deve ser o contato preferencial dos usurios, a principal porta de entrada e o centro de comunicao com toda a Rede de Ateno Sade. Por isso, fundamental que ela se oriente pelos princpios da universalidade, da acessibilidade, do vnculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da ateno, da responsabilizao, da humanizao, da equidade e da participao social.3

    No ano de 1994, o Ministrio da Sade, implantou o Programa Sade da Famlia (PSF). Constitui uma estratgia poltica para promover a organizao das aes de ateno bsica nos sistemas municipais de sade, visando promoo da sade e qualidade de vida de indivduos, famlias e comunidades.4

    Surgiu no Brasil o Programa de Agentes Comunitrios de sade (PACS), o qual foi efetivamente institudo e regulamentado em 1997, como uma estratgia de aprimoramento e consolidao do Sistema nico de Sade. A partir de 1998, acelerou-se a implantao das equipes de PACS, consideradas como uma estratgia transitria para o Programa Sade da Famlia (PSF).5

    A assertiva A est incorreta, pois, segundo a Portaria n 648, de 28 de maro de 2006, o PSF a estratgia prioritria do Ministrio da Sade para organizar a ateno bsica no Brasil, sendo desenvolvida por meio do exerccio de prticas gerenciais e sanitrias democrticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe. Tais prticas so dirigidas populao de territrios bem delimitados, e a equipe assume a responsabilidade sanitria, considerando a dinamicidade existente no territrio em que vive tal populao.6

    Em 2011, o Ministrio da Sade estabeleceu a reviso de diretrizes e normas para a organizao da Ateno Bsica para a Estratgia Sade da Famlia (ESF) e o Programa de Agentes Comunitrios de Sade (PACS), reiterando que a estratgia de Sade da Famlia visa reorganizao da Ateno Bsica no Pas, tendo como especificidade a existncia de equipe multiprofissional composta por, no mnimo, mdico generalista ou especialista em sade da famlia ou mdico de famlia e comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em sade da famlia, auxiliar ou tcnico de enfermagem e agentes comunitrios de sade.7

    A assertiva B est incorreta. Conforme o Ministrio da Sade, Portaria n 648 do ano de 2006, so necessrios implantao das Equipes de Sade da Famlia: equipe multiprofissional responsvel por, no mximo, 4.000 habitantes, sendo a mdia recomendada de 3.000 habitantes, com jornada de trabalho de 40 horas semanais para todos os seus integrantes e composta por, no mnimo, mdico, enfermeiro, auxiliar de enfermagem ou tcnico de enfermagem e Agentes Comunitrios de Sade.6

    A assertiva C est incorreta, pois, de acordo com a Poltica Nacional de Ateno bsica na Portaria n 648, a Ateno Bsica caracteriza-se por um conjunto de aes de sade, no mbito individual e coletivo, que abrangem a promoo e a proteo da sade, a preveno de agravos, o diagnstico, o tratamento, a reabilitao e a manuteno da sade. Orienta-se pelos princpios da universalidade, da acessibilidade e da coordenao do cuidado, do vnculo e da continuidade, da integralidade, da responsabilizao, da humanizao, da equidade e da participao social.

    A Ateno Bsica tem a Sade da Famlia como estratgia prioritria para sua organizao, de acordo com os preceitos do Sistema nico de Sade. A Ateno Bsica considera o sujeito em sua singularidade, na complexidade, na integralidade e na insero sociocultural e busca a promoo de sua sade, a preveno e o tratamento de doenas e a reduo de danos ou de sofrimentos que possam comprometer suas possibilidades de viver de modo saudvel. 6

    A assertiva D est incorreta, pois, o art. 1, inciso I, do item 3 do Captulo II da Portaria n 648, passa a vigorar com a seguinte redao: So itens necessrios implantao das Equipes de Sade da Famlia (ESF): I nmero de Agentes Comunitrios de Sade (ACS) suficiente para cobrir 100% (cem por cento) da populao cadastrada, com um mximo de 750 pessoas por ACS e de 12 (doze) ACS por ESF. Quanto s diretrizes para implementao das ESF, entre outras, deve-se

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    observar a seguinte: equipe multiprofissional formada por, no mnimo, um mdico, um enfermeiro, um auxiliar ou tcnico de enfermagem e ACS, com carga populacional mxima de 4.000 (quatro mil) habitantes por ESF e mdia recomendada de 3.000 (trs mil) habitantes. 6

    A assertiva E est correta, pois o PACS uma etapa transitria para o PSF, segundo a Portaria n 648. Ao abordar a quantidade de ESF por municpio, refere que nos municpios com populao entre 20 (vinte) e 50 (cinquenta) mil habitantes, at 30% (trinta por cento) das ESFs podero ser implantadas na modalidade Equipe Transitria, ou seja, pela equipe dos ACS.

    O Programa de Agentes Comunitrios de Sade hoje considerado parte da Sade da Famlia. Nos municpios onde h somente o PACS, este pode ser considerado um programa de transio para a Sade da Famlia. No PACS, as aes dos agentes comunitrios de sade so acompanhadas e orientadas por um enfermeiro/supervisor lotado em uma unidade bsica de sade. Portanto correto afirmar que o PACS substitui a ESF em municpios com menos de 50 mil habitantes. Conforme a Portaria n 2.488, de 21 de outubro de 2011, que substituiu a Portaria n 648, a assertiva estaria errada, pois prev equipes transitrias em municpios com menos de 100 mil habitantes6,7.

    REFERNCIAS1 Brasil. Presidncia da Repblica. Lei n 8.080, 19 de setembro de 1990. Braslia: Casa Civil, 1990.2 Brasil. Presidncia da Repblica. Lei n 8.142, 28 de dezembro de 1990. Braslia: Casa Civil, 1990.3 Brasil. Ministrio da Sade. Poltica Nacional de Ateno Bsica. Braslia: Secretaria de Ateno Sade. Departamento de Ateno Bsica; 2006.4 Brasil. Ministrio da Sade (BR). Portaria n 3.925, de 13 de novembro de 1998, que aprova o Manual para Organizao da Ateno Bsica no Sistema nico de Sade. Dirio Oficial da Unio 1998 13 nov. Acesso em: 15.5.2013. Disponvel em: .5 Brasil. Ministrio da Sade. Secretaria Executiva. Programa agentes comunitrios de sade. (PACS). Ministrio da Sade, Secretaria Executiva. Braslia: Ministrio da Sade, 2001. Acesso em: 17.5.2013. Disponvel em:.6 Brasil. Ministrio da Sade. Portaria n 648/GM/MS, de 28 de maro de 2006. Acesso em: 18.4.2013. Disponvel em: .7 Brasil. Ministrio da Sade. Informe Sade, Programa de Agentes Comunitrios de Sade(PACS). Ano VI, n 148, janeiro, 2002. Acesso em: 18.4.2013. Disponvel em: .8 Brasil. Ministrio da Sade. Portaria n 2.488, de 21 de outubro de 2011.

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    QUESTO 26

    O territrio de Laranjeiras, situado em um municpio de pequeno porte, tem apresentado, nos ltimos anos, alta incidncia e prevalncia de casos de violncia. Estudos realizados pelo Ncleo de Preveno s Violncias e de Promoo da Sade, de uma instituio local, revelam que 78% dos casos so registrados na faixa etria de 10 a 17 anos. A gesto municipal, em uma reunio colegiada, elaborou um plano de gesto integrada para enfrentamento da situao. A educao em sade foi uma das estratgias apontadas para que a equipe de sade da famlia enfrentasse o problema.

    Nessa situao, incorreto a equipe de sade da famlia considerar que a educao em sade

    A. uma estratgia de promoo da sade.

    B. relaciona-se historia, cultura e aos costumes da comunidade.

    C. busca apoderar a comunidade para o processo de mudana.

    D. visa participao ativa dos sujeitos, acontecendo em diversos espaos.

    E. objetiva transmitir conhecimentos universalmente aceitos por meio de palestras, vdeos, panfletos, entre outros meios.

    * Gabarito: E

    * Autoras: Beatriz Reina Lara dos Santos, Olga Rosaria Eidt, Aline Silva do Prado e Cristina Fontoura Bombardelli

    COMENTRIOS:

    medida que a Educao em Sade constitui uma ferramenta de promoo da sade necessrio que os profissionais possuam uma viso integral das necessidades de sade do sujeito. O ato de ensinar no condizente apenas com a transferncia de conhecimentos, mas sim com a possibilidade de produo e construo do conhecimento pelo aprendiz. A Educao para a Sade deve gerar o desenvolvimento da autonomia do sujeito e da responsabilidade no cuidado da sade, engendrando a transformao social1.

    A ao educativa elemento essencial no processo de trabalho dos profissionais de sade, entretanto ela no deve ter carter autoritrio, ser baseada apenas na transmisso de informaes, visando mudana de comportamento das pessoas, enfatizando as doenas e o saber tcnico e fragmentado. A Educao em Sade deve ser orientada para promoo da participao das pessoas no enfretamento de seus problemas, medida que o processo de sade-doena socialmente determinado. A ao educativa deve ser alicerada em competncias tais como: promoo da integralidade do cuidado sade; articulao da teoria e da prtica; promoo do acolhimento e construo de vnculos; ao visando transformao da realidade; respeito autonomia das

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    pessoas e ao saber popular; e, principalmente, utilizao de estratgias e aes pedaggicas que promovam e viabilizem o dilogo. A ao educativa deve articular os diversos trabalhadores e usurios envolvidos na resoluo dos problemas relativos ao setor sade2.

    A proposta da Educao em Sade visa valorizao dos diversos saberes e prticas na perspectiva de uma abordagem integral e resolutiva, possibilitando a criao de vnculos de confiana com tica, compromisso e respeito; e promoo e estmulo participao da comunidade no controle social, no planejamento, na execuo e na avaliao das aes. A prtica da educao em sade, segundo essa perspectiva, coloca a equipe de sade como mediadora entre o servio e a populao, o que implica a necessidade de mudana de atitude dos profissionais de sade, especialmente no que diz respeito ao modo como se constroem as pontes entre as proposies e normas do servio e as necessidades vivenciadas pela populao em seu cotidiano3.

    A educao em sade, alm da formao permanente de profissionais para atuar nesse contexto, tem como eixo principal a dimenso do desenvolvimento de capacidades individuais e co-letivas, visando melhoria da qualidade de vida e sade da comunidade assistida pelos servios, tomando por princpio norteador a Poltica Nacional de Promoo da Sade, conforme as diretrizes tambm estabelecidas pela carta de Ota wa, reforando que a educao e a sade so prticas sociais inseparveis e interdependentes que sempre estiveram articuladas, sendo considerados elementos fundamentais no processo de trabalho dos profissionais da sade4.

    Atualmente tanto a sade quanto a educao buscam caminhos para construir um sujeito em estado de permanen te aprendizagem, aprendendo a aprender, aprendendo a ensinar e ensinando a aprender, conspirando para o contexto da qualificao das prticas de sade do SUS5.

    A. A assertiva A est correta, pois a educao em sade um processo educativo de construo de conhecimento em sade que visa apropriao temtica pela populao. A metodologia problematizadora mais que uma abordagem educativa; ela uma postura educacional crtica sobre os elementos da realidade vivida pelos sujeitos do processo, alm de considerar que os problemas do cotidiano so janelas de oportunidades para a construo de hipteses que busquem solues factveis nos moldes da ao-reflexo -ao6.

    B. A assertiva B est correta, pois, ao tomarem-se os usurios como objeto das prticas educativas e carentes de um saber sobre a sade, perde-se de vista que os comportamentos so orientados por crenas, valores, representaes sobre o processo de sade-doena. Primeiramente, necessrio conhecer os indivduos para os quais se destinam as aes de sade, incluindo suas crenas, hbitos, papis e suas condies de vida. Assim, as prticas de educao em sade contemplam os determinantes psicossociais e culturais do processo de sade-doena7.

    C. A assertiva C est correta, pois, problematizando a realidade tomada como referencia, a Educao Popular mostra-se como um dispositivo de crtica social e das situaes vivenciadas por indivduos, grupos e movimentos, permitindo a viso de fragmentos que estavam invisveis e ideologias naturalizadas como realidades, favorecendo a liberao de pensamentos e de atos ativos de mudana social. Permite a produo de sentidos para a vida e engendra a vontade de agir em direo s mudanas que se julguem necessrias. As aes pedaggicas constroem cenrios de comunicao em linguagens diversas, transformando as informaes em dispositivos para o movimento de construo e criao8.

    D. A assertiva D est correta, pois a ao educativa que visa possibilidade de produo e construo do conhecimento pelo aprendiz, ao desenvolvimento da autonomia dos sujeitos e ao cuidado da sade engendrando a transformao social parte do pressuposto de que preciso envolver as pessoas em tal ao, por meio da participao, do reconhecimento

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    do saber popular e, principalmente, do dilogo entre iguais. Nessa concepo, tal prtica emancipatria, pois visa construo de um saber em relao ao processo de sade-doena-cuidado, o qual possibilite s pessoas que decidam sobre as estratgias e aes apropriadas para promoo, manuteno e recuperao de sua sade. As prticas educativas podem ser desenvolvidas tanto nos espaos formais dos servios de sade ou de instituies sociais, como tambm em situaes informais do cotidiano. O importante que, no espao das relaes interpessoais, todo trabalhador de sade se reconhea como um potencial educador, bem como os usurios sejam sujeitos em busca de autonomia7. A Educao em Sade um dos principais dispositivos para viabilizar a promoo da sade no Brasil. O reconhecimento de que a sade tem um carter multidimensional e de que o usurio um sujeito da educao em busca de autonomia so condies essenciais prt