(en2610 - aula 17 - a transformada z -...
TRANSCRIPT
Processamento Digital de Sinais – Aula 17– Professor Marcio Eisencraft – abril 2012
1
AULA 17 A TRANSFORMADA Z - DEFINIÇÃO Bibliografia
� OPPENHEIM, A.V.; WILLSKY, A. S. Sinais e Sistemas, 2a edição, Pearson, 2010. ISBN 9788576055044.
Páginas 442-451.
� HAYKIN, S.; VAN VEEN, B. Sinais e sistemas, Bookman, 2001. ISBN 8573077417. Páginas 445-456.
6. A Transformada Z
6.1. Definição
� Vimos que qualquer sequência [ ]nx cuja soma dos módulos é finita pode ser
facilmente computada no domínio da frequência pela transformada de Fourier
( )ωjeX .
� No entanto, existem dois problemas na abordagem por transformadas de Fou-
rier. O primeiro é o fato de que estas transformadas são de tempo contínuo. A
solução para este problema, como também já vimos, é a definição da TFD e
da FFT.
� O segundo problema ainda não foi resolvido: existem muitos sinais úteis na
prática – como [ ]nu e [ ]nnu - para os quais a transformada de Fourier de tempo
discreto não existe.
� Sendo assim, consideraremos agora uma extensão da transformada de Fourier
de Tempo Discreto para resolver este segundo problema. Esta extensão é
chamada de Transformada Z. Sua versão bilateral (ou de dois lados) provê ou-
tro domínio no qual uma classe maior de sequências e sistemas pode ser ana-
lisada enquanto que a versão unilateral (ou de um lado) pode ser usada para
obter resposta de sistemas com condições iniciais e mudanças na entrada.
6.2. A Transformada Z Bilateral
� A transformada Z de uma sequência [ ]nx é dada por
Processamento Digital de Sinais – Aula 17– Professor Marcio Eisencraft – abril 2012
2
( ) n
n
X z x n x n z
∞−
=−∞
= = ∑Z
(1)
em que z é uma variável complexa.
� O conjunto de valores de z para os quais ( )zX existe é chamada de região de
convergência (RDC) e é dada por
+− << xx RzR (2)
para números positivos −xR e +xR .
� A transformada z inversa de uma função complexa ( )zX é dada por
[ ] ( )[ ] ( )∫−− ==
C
n dzzzXj
zXZnx 11
21π (3)
em que C é um contorno no sentido anti-horário englobando a origem e con-
tido na RDC.
Comentários:
1. A variável complexa z é chamada de frequência complexa e é dada por ωjezz = , em que z é a atenuação e ω é a frequência real.
2. Como a RDC (1) é definida em termos do módulo z , a RDC terá sempre a
forma de um anel aberto como mostrado a seguir. Note que −xR pode ser igual
a zero e +xR pode ser ∞ .
3. Se −+ < xx RR então a RDC é um espaço nulo e a transformada Z não existe.
Processamento Digital de Sinais – Aula 17– Professor Marcio Eisencraft – abril 2012
3
Figura 1 – A região de convergência da Transformada Z (INGLE; PROAKIS,
2000).
4. A função 1=z (ou ωjez = ) é uma circunferência de raio unitário no plano z e
é chamada de circunferência unitária. Se a RDC contém a circunferência uni-
tária, então podemos calcular ( )zX sobre a circunferência unitária.
( ) ( ) [ ] [ ][ ]nxFenxeXzXn
jj
ez j === ∑∞
−∞=
−=
ωωω
� Assim, a transformada de Fourier de tempo discreto ( )ωjeX pode ser vista
como um caso especial da transformada z ( )zX .
Exercício
1. (INGLE; PROAKIS, 2000, p. 81) Seja [ ] [ ]nuanx n=1 , ∞<< a0 . (Esta sequên-
cia é chamada de sequência de tempo positivo). Determine ( )zX1 e determine
a RDC.
� Muitas vezes ( )zX tem forma de uma função racional
( ) ( )( )zA
zBzX =
Processamento Digital de Sinais – Aula 17– Professor Marcio Eisencraft – abril 2012
4
em que ( )zB é o polinômio numerador e ( )zA é o polinômio denominador.
� As raízes de ( )zB são chamadas de zeros de ( )zX e as raízes de ( )zA são cha-
madas de pólos de ( )zX . Desta forma, podemos representar [ ]nx por um dia-
grama de pólos e zeros no qual os zeros são denotados por ‘◦’ e os pólos por
‘×’.
Exercícios
2. (INGLE; PROAKIS, 2000, p. 82) Desenhe o diagrama de pólos e zeros do
sinal do Exercício 1.
3. (INGLE; PROAKIS, 2000, p. 82) Seja [ ] [ ]12 −−−= nubnx n , ∞<< b0 . (Esta
sequência é chamada de tempo negativo). Determine ( )zX2 , sua RDC e dese-
nhe seu diagrama de pólos e zeros.
4. (INGLE; PROAKIS, 2000, p. 83) Seja:
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]1213 −−−=+= nubnuanxnxnx nn .
(Esta sequência é chamada de sequência de dois lados). Determine ( )zX3 , sua
RDC e desenhe seu diagrama de pólos e zeros.
� Observando as RDC’s dos exercícios anteriores, podemos estabelecer as se-
guintes propriedades:
I. A RDC é sempre limitada por uma circunferência já que a condição de
convergência está relacionada ao módulo z .
Processamento Digital de Sinais – Aula 17– Professor Marcio Eisencraft – abril 2012
5
II. A sequência [ ] [ ]nuanx n=1 do Exercício 1 é um caso especial de uma sequência
à direita, definida como uma sequência [ ]nx que vale zero para 0nn < . Do
Exercício 1 a sequência RDC para sequências à direita é sempre o exterior
de um círculo de raio −xR . Se 00 ≥n , então a sequência à direita é também
chamada de sequência causal.
III. A sequência [ ] [ ]12 −−−= nubnx n do Exercício 3 é um caso especial de uma
sequência à esquerda, definida como uma sequência [ ]nx que vale zero para
0nn ≥ . Se 00 ≤n , a sequência resultante é chamada de anti-causal. Do Exercí-
cio 3 a RDC de sequências de lado esquerdo é sempre o interior de uma cir-
cunferência de raio +xR .
IV. A sequência [ ]nx3 do Exercício 4 é uma sequência de dois lados. A RDC
para sequências com dois lados é sempre um anel aberto +− << xx RzR se
ela existir.
V. As sequências que valem zero para 1nn < e 2nn > são chamadas de se-
quências de duração finita. A RDC para tais sequências é o plano z inteiro.
Se 01 <n então ∞=z não está na RDC. Se 02 >n então 0=z não está na
RDC.
VI. A RDC não pode incluir pólos já que ( )zX converge uniformemente nesta
região.
VII. Existe ao menos um pólo na periferia de uma RDC para uma ( )zX racio-
nal.
VIII. A RDC é uma região contínua; isto é, a RDC não pode ser dividida em
pedaços.
� Em processamento digital de sinais, os sinais são considerados causais já que
quase todos os dados digitais são adquiridos em tempo real. Assim, a única
RDC de interesse para nós é a dada no comentário 2.
Processamento Digital de Sinais – Aula 17– Professor Marcio Eisencraft – abril 2012
6
Exercícios
5. Encontre a transformada-z de:
(a) [ ]nδ
(b) [ ]nu
(c) ( ) [ ]nunβcos
(d) [ ] [ ]5−− nunu