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Abril de 2010 1 GOVERNO AMPLIA SIMPLES NACIONAL E MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL 21º Congresso da CACB debate caminhos das MPEs

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Revista CACB Empresa Brasil 73

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Page 1: Empresa Brasil 73

Abril de 2010 1GOVERNO AMPLIA SIMPLES NACIONAL E MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL

21º Congresso da CACB debate caminhos das MPEs

Page 2: Empresa Brasil 73

2 Empresa BRASIL

Acre – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doEstado do Acre – FEDERACREPresidente: George Teixeira PinheiroAvenida Ceará, 2351 Bairro: CentroCidade: Rio Branco CEP: 69909-460

Alagoas – Federação das Associações Comerciais do Estado deAlagoas – FEDERALAGOASPresidente: José Geminiano Acioli JuremaRua Sá e Albuquerque, 302 Bairro: Jaraguá Cidade: Maceió CEP: 57.020-050

Amapá – Associação Comercial e Industrial do Amapá – ACIAPresidente: José Arimáteia Araújo SilvaRua General Rondon, 1385 Bairro: CentroCidade: Macapá CEP: 68.900-182

Amazonas – Federação das Associações Comerciais e Empresariaisdo Amazonas – FACEAPresidente: Valdemar PinheiroRua Guilherme Moreira, 281Bairro: Centro Cidade: Manaus CEP: 69.005-300

Bahia – Federação das Associações Comerciais do Estado daBahia – FACEBPresidente: Clóves Lopes CedrazRua Conselheiro Dantas, 5. Edifício Pernambuco, 9° andar Bairro: Comércio Cidade: Salvador CEP: 40.015-070

Ceará – Federação das Associações Comerciais do Ceará – FACCPresidente: João Porto GuimarãesRua Doutor João Moreira, 207 Bairro: CentroCidade: Fortaleza CEP: 60.030-000

Distrito Federal – Federação das Associações Comerciais eIndustriais do Distrito Federal e Entorno – FACIDFPresidente: José Sobrinho BarrosSAI Quadra 5C , Lote 32, sala 101Cidade: Brasília CEP: 71200-055

Espírito Santo – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Espírito Santo – FACIAPESPresidente: Arthur AvellarRua Henrique Rosetti, 140 - Bairro Bento Ferreira Vitória ES - CEP 29.050-700

Goiás – Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás – FACIEGPresidente: Marcos Alberto Luiz de CamposRua 143 - A - Esquina com rua 148, Quadra 66 Lote 01 Bairro: Setor Marista Cidade: Goiânia CEP: 74.170-110

Maranhão – Federação das Associações Empresariais doMaranhão – FAEMPresidente: Júlio César Teixeira NoronhaRua Inácio Xavier de Carvalho, 161, sala 05, Edifício Sant Louis.Bairro: São Francisco- São Luís- MaranhãoCEP: 65.076-360

Mato Grosso – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais do Estado do Mato Grosso – FACMATPresidente: Jonas Alves de SouzaRua Galdino Pimentel, 14 - Edifício Palácio do Comércio2º Sobreloja – Bairro: Centro Norte Cidade: Cuiabá CEP: 78.005-020

Mato Grosso do Sul – Federação das Associações Empresariais doMato Grosso do Sul – FAEMSPresidente: Antônio Freire Rua Quinze de Novembro, 390Bairro: Centro Cidade: Campo Grande CEP: 79.002-917

Minas Gerais – Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais – FEDERAMINASPresidente: Wander Luís SilvaAvenida Afonso Pena, 726, 15º andarBairro: Centro Cidade: Belo Horizonte CEP: 30.130-002

Pará – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doPará – FACIAPAPresidente: Reginaldo FerreiraAvenida Presidente Vargas, 158 - 5º andarBairro: Campina Cidade: Belém CEP: 66.010-000

Paraíba – Federação das Associações Comerciais e Empresariais daParaíba – FACEPBPresidente: Alexandre José Beltrão MouraAvenida Marechal Floriano Peixoto, 715, 3º andarBairro: Bodocongo Cidade: Campina Grande CEP: 58.100-001

Paraná – Federação das Associações Comerciais e Empresariais doParaná – FACIAPPresidente: Rainer ZielaskoRua: Heitor Stockler de Franca, 356Bairro: Centro Cidade: Curitiba CEP: 80.030-030

Pernambuco – Federação das Associações Comerciais eEmpresariais de Pernambuco – FACEPPresidente: Djalma Farias Cintra JuniorRua do Bom Jesus, 215 – 1º andarBairro: Recife Cidade: Recife CEP: 50.030-170

Piauí – Associação Comercial Piauiense - ACPPresidente: José Elias TajraRua Senador Teodoro Pacheco, 988, sala 207.Ed. Palácio do Comércio 2º andar - Bairro: CentroCidade: Teresina CEP: 64.001-060

Rio de Janeiro – Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Rio de Janeiro – FACERJPresidente: Jésus Mendes CostaRua do Ouvidor, 63, 6º andar - Bairro: CentroCidade: Rio de Janeiro CEP: 20.040-030

Rio Grande do Norte – Federação das Associações Comerciais do RioGrande do Norte – FACERNPresidente: Sérgio Roberto de Medeiros FreireAvenida Duque de Caxias, 191 Bairro: Ribeira Cidade: Natal CEP: 59.012-200

Rio Grande do Sul – Federação das Associações Comerciais e deServiços do Rio Grande do Sul - FEDERASULPresidente: José Paulo Dornelles CairoliRua Largo Visconde do Cairu, 17, 6º andarPalácio do Comércio - Bairro: Centro Cidade: Porto Alegre CEP: 90.030-110

Rondônia – Federação das Associações Comerciaise Industriais do Estado de Rondônia – FACERPresidente: Marcito Pinto Rua Dom Pedro II, 637 – Bairro: CaiariCidade: Porto Velho CEP: 76.801-151

Roraima – Federação das Associações Comerciais e Industriais deRoraima – FACIRPresidente: Jadir Correa da CostaAvenida Jaime Brasil, 223, 1º andarBairro: Centro Cidade: Boa Vista CEP: 69.301-350

Santa Catarina – Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina – FACISCPresidente: Alaor Francisco TissotRua Crispim Mira, 319 - Bairro: Centro Cidade: Florianópolis - CEP: 88.020-540

São Paulo – Federação das Associações Comerciais do Estado deSão Paulo – FACESPPresidente: Rogério Pinto Coelho Amato Rua Boa Vista, 63, 3º andar Bairro: Centro Cidade: São Paulo CEP: 01.014-001

Sergipe – Federação das Associações Comerciais, Industriais eAgropastoris do Estado de Sergipe – FACIASEPresidente: Alexandre Santana PortoRua Jose do Prado Franco, 557 Bairro: CentroCidade: Aracaju CEP: 49.010-110

Tocantins – Federação das Associações Comerciais e Industriaisdo Estado de Tocantins – FACIETPresidente: Pedro José Ferreira103 Norte Av. LO 2 - 01 - Conj. Lote 22 Prédio da ACIPA -Bairro: Centro Cidade: Palmas CEP: 77.001-022

• O conteúdo desta publicação representa o melhor esforço da CACB no sentido de informar aos seus associados sobre suas atividades, bem como fornecer informações relativas a assuntos de interesse do empresariado brasileiro em geral. Contudo, em decorrência da grande dinâmica das informações, bem como sua origem diversifi cada, a CACB não assume qualquer tipo de responsabilidade relativa às informações aqui divulgadas. Os textos assinados publicados são de inteira responsabilidade de seus respectivos autores.

DIRETORIA DA CACBBIÊNIO 2009/2011

PRESIDENTEJosé Paulo Dornelles Cairoli - RS

1º VICE-PRESIDENTESérgio Papini de Mendonça Uchoa - AL

VICE-PRESIDENTESArdisson Naim Akel - PRArthur Avellar - ESFernando Pedro de Brites - DFJosé Geminiano Acioli Jurema - ALJosé Sobrinho Barros - DFLeocir Paulo Montagna - MSLuiz Carlos Furtado Neves - SCSadi Paulo Castiel Gitz - SEWander Luis Silva - MG

VICE-PRESIDENTE DE ASSUNTOS INTERNACIONAISJoão José de Carvalho Sá - BA

VICE-PRESIDENTE DA MICRO E PEQUENA EMPRESALuiz Carlos Furtado Neves - SC

DIRETOR-SECRETÁRIOJarbas Luis Meurer - TO

DIRETOR-FINANCEIROGeorge Teixeira Pinheiro - AC

CONSELHO FISCAL TITULARESJadir Correa da Costa - RRPaulo Sérgio Ribeiro - MTSergio Roberto de Medeiros Freire - RN

CONSELHO FISCAL SUPLENTESAltair Correia Vieira - PAGilberto Laurindo - APRonaldo Silva Resende - RN

COORDENADOR DO PROJETO DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL Ardisson Naim Akel - PR

CONSELHO NACIONAL DA MULHER EMPRESÁRIAAvani Slomp Rodrigues

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO JOVEM EMPRESÁRIOMarduk Duarte

COORDENADORA DE ASSUNTOS INSTITUCIONAISLuzinete Marques

COORDENADORA DE COMUNICAÇÃO SOCIALNeusa Galli Fróesfróes, berlato associadas

EQUIPE DE COMUNICAÇÃO SOCIALOlívia Bertolini

COORDENADOR DO EMPREENDERCarlos Alberto Rezende

COORDENADOR NACIONAL DA CBMAEValério Figueiredo

COORDENADOR DO PROGERECSLuiz Antonio Bortolin

SCS Quadra 3 Bloco ALote 126Edifício CACB61 3321-131161 3224-003470.313-916 Brasília - DF

Site: www.cacb.org.br

Federações CACB

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Agosto de 2011 3

Grandiosidade se mede de vários modos. Mas se utili-

zarmos como medida a participação em um evento

não estamos cometendo nenhum erro. E neste em

especial, a CACB está orgulhosa com seu 21º Con-

gresso, que reuniu em Salvador um dos públicos mais expressivos

e participativos em seus encontros. Representação de 26 Estados,

público de pouco mais de 1.000 pessoas, presidentes de 24 fe-

derações e agenda de programação que despertou o interesse e

concentrou público nos auditórios do Hotel Pestana, na Bahia.

Para a CACB, outro indicador de que seu Congresso ganha

espaço nobre nas agendas dos dirigentes de entidades e fi liados está

no interesse de realizar a próxima edição, a de número 22. São sete

Estados disputando o Congresso. Vamos ainda defi nir onde será re-

alizado, mas lembro que a vigésima edição, em 2010, foi realizada

em Gramado, no RS, junto com o da Federasul, porque não havia

interesse de qualquer outro Estado.

Por essas duas razões, não poderia deixar de agradecer a parti-

cipação de todos, a presença das delegações, o incentivo aos deba-

tes, o envolvimento com a programação que manteve os debates

sempre com número expressivo de público. Considero esta uma

grande oportunidade que se consolidou para a troca de experiên-

cias e aproximação entre todos nós.

Outro importante detalhe veio da Presidência da República, por

meio do convite da presidente Dilma Rousseff para comunicar à

CACB, antes do anúncio ofi cial, seu projeto de incentivo ao Super

Simples. Consideramos esse convite como um reconhecimento do

governo de que somos a entidade que representa as micro e pe-

quenas empresas no país.

Diante de notícias tão robustas e favoráveis à CACB, preciso

agradecer a todos e dizer que a indicação unânime de minha pes-

soa para a recondução a um segundo mandato, feita no fi nal do

Congresso, também é um estímulo para continuarmos lutando pela

verdadeira representatividade da CACB, que é expressiva e abran-

gente. Muito obrigado a todos.

O valor da representatividade

PALAVRA DO PRESIDENTE José Paulo Dornelles Cairoli

José Paulo Dornelles Cairoli, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasile da Federasul

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4 Empresa BRASIL

3 PALAVRA DO PRESIDENTEA CACB está orgulhosa de seu 21º Congresso, que reuniu, em Salvador,um dos públicos mais expressivos e participativos de seus encontros.

5 PELO CONGRESSOA CACB e o Banco do Brasil formalizaram ações conjuntas em benefício das micro e pequenas empresas ligadas à entidade.

8 CAPACerca de 3,9 milhões de micro e pequenas empresas e 1,4 milhão de empreendedores individuais serão benefi ciados com a correção dos limites de enquadramento das empresas no Simples Nacional.

14 CASE DE SUCESSO A CACB dá mais um passo rumo a sua expansão internacional por meio de convênio de Cooperação Técnica Internacional, para promover o desenvolvimento das micro e pequenas empresas de países da América do Sul.

16 ENTREVISTAO professor Nuno Fouto, especialista em varejo e coordenador da Fundação Instituto de Administração, analisa os últimos negócios do mercado.

17 FEDERAÇÕESUm grande público, entre líderes empresariais, especialistas e autoridades do governo estadual e federal, reuniu-se, em Salvador, nos dias 10 e 11 deste mês para debater os rumos do Brasil a partir das micro e pequenas empresas.O encontro marcou o 21º Congresso da CACB.

20 CARREIRASEmpresas criam soluções para estancar a perda de talentos.

22 DESTAQUE CACBCongresso da CACB defendeu urgência nas mudanças estruturais.

24 GESTÃOA historiadora Beth Totini explica por que é importante fazer oresgate da memória empresarial.

26 CBMAENo 21º Congresso da CACB, o CBMAE destacou a efi ciência da rede de câmarase Postos Avançados de Conciliação Extraprocessual (PACEs).

28 TENDÊNCIASO avanço no volume de resíduos sólidos expõe novo desafi o ao país:a educação das pessoas sobre a separação dos resíduos que podem ser reciclados do lixo que deve ser descartado em aterros adequados.

30 BIBLIOCANTOO livro “2022: Propostas para um Brasil Melhor no Ano do Bicentenário”discute o Brasil no longo prazo.

31 ARTIGOJuliano Corbellini comenta a reforma administrativa do Estado.

ÍNDICE

EXPE

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E Coordenação Editorial: Neusa Galli Fróesfróes, berlato associadas escritório de comunicação Edição: Milton Wells - [email protected] gráfi co: Vinícius KraskinDiagramação: Kraskin ComunicaçãoFoto da capa: Hitanez FreitasRevisão: Flávio Dotti CesaColaboradores: Ângela Caporal, Cecilia Miranda, Neusa Galli Fróes e Olivia BertoliniExecução: Editora Matita Perê Ltda.Comercialização: Fone: (61) 3321.1311 - [email protected] Impressão: Arte Impressa Editora Gráfi ca Ltda. EPP

14 CASE DE SUCESSO

24 GESTÃO

SUPLEMENTO ESPECIAL

Pesquisa do Sebrae revela que 87% dos empreendedores individuais desejam crescer e se tornar microempresários

8 CAPA

CORREÇÃO: Na edição número 71 da revista Empresa Brasil, a foto da página 29, que ilustra a matéria Fumar pode fazer mal ao emprego, é de Ana Cláudia Camargo da Silva.

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PELO CONGRESSO

O Banco do Brasil vai implantar, ain-da este ano, oito das 250 agências pro-gramadas para atendimento exclusivo às micro e pequenas empresas. O vice-presidente de agronegócios e micro e pequenas empresas do BB, Osmar Dias, aproveitou o 21º Congresso da CACB para anunciar a novidade. A decisão do BB vai ao encontro da orientação do

governo federal de incentivar o crédito produtivo, multiplicando os efeitos na economia. “O crédito é um dos induto-res do crescimento”, afi rmou Dias. Atu-almente, a carteira de clientes de varejo do BB soma 2 milhões de empresas. Dessas, 93% são micro e pequenas em-presas, de acordo com o enquadramen-to da Lei Geral.

BB vai abrir agências para micro e pequena empresa

CACB e BB formalizam ações conjuntasA CACB e BB garantiram, por meio

de protocolo de intenções assinado também em Salvador, durante o Con-gresso, acesso das fi liadas às associações comerciais ao crédito pelo BB. A inicia-tiva visa formalizar a convergência de ações conjuntas em benefício das micro e pequenas empresas ligadas à CACB. A ideia é promover o incentivo ao associa-tivismo, por meio do desenvolvimento das soluções de crédito e acesso a pro-dutos e serviços bancários às empresas

de micro e pequeno portes vinculadas às associações comerciais e implemen-tar ações conjuntas de comunicação e divulgação de mecanismos de acesso ao crédito empresarial. De acordo com o protocolo, que terá vigência até 30 de junho do ano que vem, o BB deve es-tudar a viabilidade de disponibilização de cadastros simplifi cados e metodologias de classifi cação de risco, com base nas necessidades das MPEs, observadas as normas internas e a políticas do Banco.

Osmar Dias, vice-presidente do BB, anunciou criação de agências para atendimento do agronegócio

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A internacionalização das enti-dades foi um dos temas de debate. Representantes das Câmaras de Comércio da Alemanha, Colômbia, África do Sul e Timor Leste deram sua contribuição, manifestando suas experiências e expectativas em re-lação à representação associativista. O encontro contou com a presença de Mick Fleming, vice-presidente do WCF – ICC (França), representando a Câmara Mundial de Comércio. Em sua apresentação, Fleming destacou algumas ações importantes para que as entidades associativistas mante-nham sua autonomia, representativi-dade e infl uência no contexto local, regional e nacional.

Entidades debateminternacionalização

Mais de 70 pessoas participaram do workshop do Programa de Gera-ção de Receitas e Serviços da CACB (Progerecs). A expansão da rede de certifi cação digital, em parceria com a Certisign, foi apresentada pelo gerente nacional de negócios da Certisign, Leonardo Gonçalves. Já a nota fi scal eletrônica, outro servi-ço da CACB, realizado em parceria com a NFE do Brasil, foi comentada pelo CEO da NFE do Brasil, Antônio Gesteira. O encontro apresentou ainda a Escola Empresarial, progra-ma de educação a distância, cujo projeto-piloto é realizado há dois meses na Federação das Associa-ções Comerciais e Empresariais do Rio Grande do Sul (Federasul).

Workshopavalia serviços

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6 Empresa BRASIL

PELO CONGRESSO

6 Empresa BRASIL

Além de análises de especia-listas, o Empreender levou para o 21º Congresso da CACB a visão e a voz do empresário. Durante o painel “Alcançando a excelência por meio do Empreender”, o alagoano George Delfi no e os catarinenses Itatiane Del Bem e Cândido Prada apresentaram suas histórias de sucesso que renderam o prêmio do MPE Brasil - Prêmio de Competitividade, em 2010. A iniciativa reconhece as melhores práticas de gestão da micro e pequena empresa brasileira. Segundo os empresários, a adesão ao Programa da CACB, desenvolvido em parceria com o Sebrae, foi essencial para chegar ao prêmio: pro-moveu o acesso à informação às técnicas mais efi cazes de gestão e otimização de processos.

Painel mostraas melhorespráticas

Vencedores falaram sobre suas experiências

6 Empresa BRASIL

O apagão da mão de obra também está entre as preocupações dos jovens empre-endedores. Esse foi um dos alertas do presi-dente da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (Conaje), durante o painel da entidade, em Salvador. No encontro, os jo-vens empresários trocaram experiências so-bre como lidar com a questão.

Apagão de mãode obra preocupajovens empresários

CACB assina convênio de adesão ao MBEO presidente da CACB, José Paulo

Dornelles Cairoli, assinou, no dia 11 deste mês, documento que ofi cializa a adesão da entidade ao Movimento Brasil Efi ciente. A assinatura se deu logo após a palestra do co-ordenador do movimento, Carlos Rodolfo Schneider, para empresários e representan-tes das associações comerciais de todo o país, como parte das atividades do 21º Congresso

da CACB. Em sua palestra, Carlos Schneider defendeu a redução dos gastos públicos e o aumento dos investimentos. “Hoje, o Brasil investe tanto na educação quanto a Coréia”, exemplifi cou, “mas o nosso desempenho é bem inferior por que gastamos mal. Inves-timos, por exemplo, na universalização do ensino fundamental, mas pecamos na qua-lidade”, completou Schneider.

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Foto: João Batista

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Mais de 200 mulheres estiveram reunidas em Salvador para debater as ações que valorizem a atividade em-preendedora. O 8º Encontro Nacional da Mulher Empresária foi marcado pela posse do novo conselho diretor da en-tidade, que fi cou assim composto:

Vice presidente: Deborah Dzierwa - presidente da Bahia: Mirian de Souza - presidente de Pernambuco: Roberta Berardo - presidente de Santa Catarina: Neiva Kieling - presidente da Paraíba: Rilavia Silva - presidente do Distrito Fe-deral: Danielle Lima Bessa - presidente de Roraima: Elizabeth Lima Bessa - pre-sidente de São Paulo: Fadua Seleme - presidente de Minas Gerais: Marinês Sarracha - presidente do Espírito Santo: Marlucia Santos.

Mulheres debatemempreendedorismo

Marduk Duarte, presidente da Conaje, reforçou as preocupações da entidade

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AGENDA LEGISLATIVA

Votação do Super Simplesé prioridade

OUTROS ASSUNTOS RELEVANTES:

Entre as votações mais importantes previstas neste início de semestre está o Projeto de Lei Complementar (PLP) 87/11, do Executivo, que altera a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, anunciada no dia 9 de agosto pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro da Fazenda, Gui-do Mantega.

No entanto, é necessário que seja vota-do antes o Projeto de Lei 1209/11, também do Executivo, que cria o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). O programa prevê oferta de bolsas para estudantes do ensino técnico de nível médio e a expansão das vagas em escolas públicas, entre outras medidas.

Novo Código Comercial Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio. Mesa-redonda sobre o novo Código Comercial para o Brasil.

Custeio da educação dos empregados O projeto de Lei nº 2636/2003 “con-sidera despesas operacionais dedutíveis, na apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido das pessoas jurídicas, as contribui-ções não compulsórias destinadas a custear até cem por cento dos estudos dos seus empregados e dependentes diretos”.

Férias. Garantia do emprego Projeto de Lei nº 120/2011 “acrescenta artigo à Consolidação das Leis do Trabalho, para dispor sobre a garantia no emprego duran-te e após as férias”. Proíbe a dispensa arbitrária ou sem justa causa durante as férias e até 60 (sessenta) dias a contar do retorno.

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Nova Política Industrial. Plano Brasil Maior. Audiências públicas. Requeri-mento nº 54/2011, dos senadores Inácio Arruda e Eduardo Suplicy, que requer a rea-lização de audiências públicas para discutir o conjunto de medidas adotadas pelo gover-no sobre uma nova política industrial, tecno-lógica, de serviços e de comércio exterior do país, reunidas no “Plano Brasil Maior”.

Parcelamento do débito. Confi ssão de dívida. Denúncia espontânea da infração. Projeto de Lei 399/2009, que

altera os arts. 138 e 155-A da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tribu-tário Nacional, para incluir o parcelamento do débito entre as ações que acompanham a confi ssão de dívida de modo a confi gurar a denúncia espontânea da infração.

Campanhas eleitorais. Financiamen-to público exclusivo. Projeto de Lei 268/2011, do senador José Sarney e ou-tros, que dispõe sobre o fi nanciamento público exclusivo das campanhas eleitorais e dá outras providências.

■ O PLS Complementar 467/08, que trata do Simples, inclui mais 13 áreas de atividades na atual legislação. As no-vas áreas a serem contempladas pelo PLS 467/08 e que passarão a ter di-reito de optar pelo Simples Nacional são: medicina; medicina veterinária; odontologia; psicologia, psicanálise, terapia ocupacional, fonoaudiologia e clínicas de nutrição; fi sioterapia; advo-cacia; serviços de comissaria, de des-pachantes e de tradução; arquitetura, engenharia, medição, testes, desenho e agronomia; corretagem de seguros; representação comercial; perícia, leilão e avaliação; auditoria e consultoria; e jornalismo e publicidade.

■ Já o PLC complementar 1/10, apro-vado sob a forma de substitutivo pelos deputados, regulamenta o licenciamen-to ambiental no país e defi ne compe-tências da União, dos estados e dos municípios para o setor. Pela proposi-ção, o órgão encarregado de conceder a licença ambiental terá competência também para fi scalizar eventuais irre-gularidades e até multar empresas que descumprirem a legislação do setor na obra licenciada, ponto considerado polêmico entre os parlamentares. Por esse projeto, a União terá, entre outras atribuições administrativas, a de elaborar o zoneamento ecológico-econômico de âmbito nacional e regional, defi nir espaços territoriais a serem protegidos e controlar a produção, comercialização e emprego de técnicas e substâncias pe-rigosas. O órgão executor de tais medi-das que representa a União é o Ibama.

No Senado, doisprojetos merecemdestaque:

PROPOSIÇÕES EM TRAMITAÇÃO:

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Correção dos limites do Simples benefi cia 85%dos fi liados da CACB

Na solenidade de lançamento do Super Simples, a presidente Dilma Rousseff referiu-se ao lema “pense primeiro nos pequenos”

8 Empresa BRASIL

Page 9: Empresa Brasil 73

Agosto de 2011 9

O acordo fechado pelo governo com aFrente Parlamentar Mista das Micro ePequenas Empresas, anunciado peloPalácio do Planalto em 9 deste mês,poderá ser aprovado na Câmara antesdo recesso parlamentar

Cerca de 3,9 milhões de micro e peque-nas empresas e 1,4 milhão de empreen-dedores individuais já cadastrados serão benefi ciados com a correção dos limites

de enquadramento das empresas no Simples Nacio-nal, anunciado em 9 deste mês pela presidente Dilma Rousseff e pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Segundo Dilma, com a medida o governo vai au-mentar a renda e gerar mais empregos. Hoje, existem 7 milhões de empresas no país, dos quais 76% são de pequeno porte e respondem por 10 milhões de empregos. “Para o Brasil crescer melhor, é importante estimular as pequenas empresas. Uma das alavancas para isso é o Supersimples, e a outra, o Microempre-endedor Individual”, disse a presidente.

Na solenidade em que o acordo foi formalizado com a frente parlamentar mista das micro e peque-nas empresas, a presidente Dilma Rousseff referiu-se ao lema “pense primeiro nos pequenos”, segundo ela comum em alguns países europeus e que se aplica ao Brasil. “Quando pensamos primeiro nos pequenos, pensamos num mundo em que várias pessoas têm oportunidade”, justifi cou.

As novas medidas foram destacadas pelo presidente da CACB, José Paulo Dornelles Cairoli, que, antes de sua divulgação, participou de reunião reservada com a presidente Dilma e os representantes do empresariado nacional e da frente parlamentar, quando os termos do projeto foram detalhados. Cairoli lembrou que mais de 85% dos 2,4 milhões de fi liados da CACB se enqua-dram entre os micro e pequenos empresários e pode-rão solidifi car seus negócios com as novas regras, que ajudarão também a reduzir a informalidade, especial-mente pela possibilidade de parcelamento dos tributos.

Com a correção do teto de faturamento das em-presas dentro do Simples Nacional, segundo o minis-tro da Fazenda, Guido Mantega, elas poderão faturar

Para o ministro da Fazenda, Guido

Mantega, redução na receita será

compensada pelo aumento da

arrecadação futura

Foto: Paulo H. Carvalho

Page 10: Empresa Brasil 73

10 Empresa BRASIL

CAPA

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mais e continuar dentro do programa simplifi cado de pagamento de tributos. Isso também permitirá que mais empresas, que estão um pouco acima do limite anual de faturamento, ingressem no Simples.

As mudanças acertadas pelo governo e pela Fren-te Parlamentar estabelecem que as alíquotas serão de 4% para as microempresas com faturamento de até R$ 360 mil (o limite atual é de R$ 240 mil), de 9,12% para empresas com faturamento de até R$ 1,8 milhão (o limite atual é de R$ 1,2 milhão) e de 11,61% para as que faturarem até R$ 3,6 milhões por ano (o limite atual é de R$ 2,4 milhões). Para o microempreende-dor individual, o limite passará de R$ 36 mil para R$ 60 mil. Além da correção dos limites de enquadramento no Simples, o acordo permitirá que as empresas em débito com a União parcelem o valor em até 60 ve-zes. Outro benefício a essas empresas será a exclusão do valor exportado pelas micro e pequenas empresas do cálculo do faturamento bruto anual, utilizado para a fi xação da alíquota tributária. Também deverá ser faci-litado o processo de encerramento das atividades das

microempresas e suspensa a necessidade de declara-ção anual do Simples.

A expectativa do presidente da frente parlamen-tar mista das micro e pequenas empresas, deputado Pepe Vargas (PT-RS), é de que a correção dos limites seja aprovada pelo Congresso Nacional até setembro deste ano e passe a ter validade em 2012. Com as mudanças, as alíquotas sobre o faturamento vão variar de 4% a 11,61% no setor de comércio. Na indús-tria, vão de 4,50% a 12,01%, e nos serviços, de 6% a 17,42%. A expectativa do governo, classifi cada como conservadora, é de que 30 mil novas empresas façam adesão ao Simples Nacional a partir do próximo ano.

O governo estima que as mudanças impliquem renúncia fi scal de R$ 4,84 bilhões por ano, mas o mi-nistro Guido Mantega observou que essa redução na receita poderá ser compensada pelo aumento da arre-cadação futura em decorrência da expansão dos negó-cios das empresas enquadradas no regime. As regras para a entrada no Simples não mudavam desde que o regime passou a vigorar, em julho de 2007.

Presidente Dilma e Cairoli na solenidade de anúncio do novo Simples

Page 11: Empresa Brasil 73

Agosto de 2011 11

A evolução do Simples desde a sua criação

Fonte: Receita Federal

Page 12: Empresa Brasil 73

12 Empresa BRASIL

CAPA

Metade dos pedidos são negadosA Receita Federal negou quase metade dos pedi-

dos para entrada no Simples Nacional. Dos 234.838, o órgão indeferiu cerca de 107 mil (47,38%). É o que mostram dados do Comitê Gestor do Simples Nacional referentes a janeiro de 2011, mês em que anualmente ocorrem as opções para pagamento de tributos pelo sistema. O balanço revela ainda que 119.726 (50,98%) pedidos para entrada no sistema foram aceitos, 3.824 (1,63%), cancelados, e 16 (0,01%) fi caram pendentes.

Se for considerado os 24.798 que fi zeram agen-damento dos pedidos nos meses de novembro e

dezembro de 2010, sobe para 144.524 (55,66%) o número de empreendimentos que conseguiram en-trar no sistema especial de tributação das micro e pe-quenas empresas criado pela Lei Geral do segmento (Lei Complementar 123/06).

Os indeferimentos de pedidos de opção não são feitos somente pela RFB, mas também por estados e municípios. Do total dos indeferimentos, 98 mil foram por existência de débitos (nas três esferas de governo) e 9 mil por questões cadastrais (atividade vedada ou composição societária incompatível).

Mais de 5 milhões de empresas optaram pelo Simples Nacional

Em entrevista exclusiva a Empresa Brasil, o secretá-rio executivo do Comitê Gestor do Simples Nacional, Silas Santiago, informou que desde que o sistema foi criado vem apresentando um crescimento signifi ca-tivo no número de empresas optantes. Até julho de

2011, havia 5,250 milhões de empresas optantes pelo Simples Nacional, das quais cerca de 1,4 milhão eram microempreendedores individuais. As microempresas e empresas de pequeno porte que aderiram ao re-gime (incluídos os microempreendedores Individuais) representam 76% do total de empresas ativas no país e geram cerca de 10 milhões de empregos.

“A avaliação é a mais positiva possível. Esperamos continuar a manter as condições adequadas para que as empresas nasçam, cresçam e tenham condições de competição no mercado”, afi rmou. “Em verdade, o espírito empreendedor do brasileiro surpreendeu a todos, fazendo-nos atingir a marca de 1 milhão de MEI já primeiro semestre de 2011.”

Os estados com maior número de optantes pelo Sim-ples Nacional, segundo Santiago, são os de economia mais forte. Nesse quesito os líderes são São Paulo, Minas Ge-rais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. “Para que o con-tribuinte seja mais bem atendido, estamos investindo na capacitação dos servidores das administrações tributárias. As entidades representativas do segmento também têm atuado fortemente na questão de preparação do empre-sário para gerenciar melhor sua empresa”,ressaltou Silas.

Silas Santiago: “Espírito empreendedor do brasileiro surpreendeu o governo”

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Agosto de 2011 13

Medidas favorecem 90% das empresas do RN

Pelo menos 90% das empresas instaladas no Rio Grande do Norte irão se benefi ciar com as medidas eco-nômicas anunciadas pela presidente Dilma Rousseff de incentivo ao Simples. A afi rmação é do presidente da Fe-deração das Associações Comerciais do RN, empresário Sérgio Freire, que participou em Salvador do 21º Con-gresso da CACB. “Há muito tempo estávamos ansiosos por essa ampliação. Não tenho dúvida de que as medidas vão colocar um volume maior de micro e pequenas em-presas em condições de trabalhar com uma tributação

mais justa e menos onerosa”, declarou Sérgio Freire.O presidente da Facern aproveitou a iniciativa do go-

verno federal para sugerir que os governos estadual e mu-nicipal também criem incentivos locais para o setor. Sérgio Freire defendeu a criação de simples estadual e municipal para micro e pequenas empresas. “Precisamos de alíquo-tas diferenciadas para um setor que vem proporcionando a geração de emprego e renda no RN”, declarou. A Fede-ração das Associações Comerciais vai propor a discussão desse assunto junto aos governos estaduais e municipal.

Freire:“Estávamos

ansiosos pela ampliação

do teto”

Vendas de micro e pequenas para o governo crescem 44,5%

No primeiro semestre de 2011, os micro e pequenos negócios venderam mais de R$ 5,2 bilhões em bens e serviços para o governo federal, superando em R$ 1,6 bilhão os R$ 3,6 bilhões comprados no mesmo período em 2010, um au-mento de 44,5%. Levantamento do go-verno, feito de janeiro a junho de 2011, abrange as compras da administração di-reta, autarquias e fundações. Ele também mostra aumento da participação desse setor nas compras por meio da moda-lidade de pregão eletrônico. Em 2005, foram comprados do segmento R$ 25,7 milhões. Em 2011, já são R$ 3,6 bilhões.

“Foi o melhor primeiro semestre para as micro e pequenas empresas des-de quando iniciamos as estatísticas, em 2002”, afi rma o secretário de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Mi-nistério do Planejamento, Delfi no Natal de Souza. Conforme o balanço do go-verno, em 2002 a participação dos pe-

quenos negócios nas compras federais foi de pouco mais de R$ 658,1 milhões. Delfi no não tem dúvidas de que os re-sultados atuais são fruto especialmente da aplicação dos benefícios garantidos pela Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/06), em vigor desde dezembro de 2006.

A expectativa do secretário Delfi no é de que os resultados do primeiro semes-tre de 2011 sejam semelhantes no se-gundo semestre do ano. “Normalmente esse período é mais intenso na aplicação do orçamento”, explicou o secretário. Ele exemplifi ca a importância do aumento da participação das micro e pequenas em-presas nas compras do governo com ba-lanço do pregão eletrônico. No primeiro semestre de 201, essa modalidade gerou uma economia para os cofres públicos de R$ 2,1 bilhões. Destes, R$ 1,1 bilhão deve-se à contribuição dos micro e pe-quenos negócios.

“Já são mais de 3,2 mil municípios no Brasil que têm a lei regulamentada, o que representa grandes oportunidades de ne-gócios para o segmento das micro e peque-nas empresas e também para os empreen-dedores individuais”, destaca o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto.

(Agência Sebrae)

Delfi no de Souza: “O melhor primeiro semestre das micro e pequenas”

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14 Empresa BRASIL

CASE DE SUCESSO

CACB e Sebrae assinam convênio de cooperação internacional

Depois da ativa participação no 7º Con-gresso Mundial de Câmaras no Mé-xico, em julho, a CACB dá mais um passo rumo à expansão internacional

da entidade. Trata-se do convênio de Cooperação Técnica Internacional, em parceria com o Sebrae, para promover o desenvolvimento das micro e pequenas empresas de países da América do Sul, por meio da disseminação da metodologia dos núcleos setoriais. A parceria foi fi rmada na abertura do 21º Congresso da CACB e tem como objetivo levar a expertise do Em-preender aos países vizinhos, a partir da formação ou ampliação dos núcleos setoriais, programas de capaci-tação e treinamento de consultores.

O convênio receberá um aporte de R$ 2,7 mi-lhões. Desse montante, R$ 1,8 milhão será aplicado

pelo Sebrae nos próximos 28 meses, prazo de dura-ção do contrato. O projeto será desenvolvido a partir de novas técnicas de gestão e otimização de proces-sos organizacionais. Um comitê gestor, composto por membros da CACB e do Sebrae, deve defi nir, ainda no segundo semestre deste ano, as entidades partici-pantes. Cinco entidades empresariais ou de apoio à micro e pequena empresa deverão ser selecionadas. A metodologia dos núcleos setoriais já vem sendo aplicada com sucesso pela CACB e BFZ em vários países do mundo.

Cronograma Os quatro primeiros meses do Programa serão

destinados ao planejamento e à preparação: seleção de entidades e treinamento de consultores. Para tanto,

A meta é promover o desenvolvimento das micro e pequenas empresas de países da América do Sul

Santos, do Sebrae,

e Cairoli, da CACB, assinaram

o convênio

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o coordenador do Programa de Cooperação Inter-nacional da CACB, Carlos Alberto Rezende, e a nova diretora de assuntos internacionais da entidade, Chris-tiane Hufenüssler, visitarão, entre outubro e novem-bro, as entidades da América do Sul para estabelecer parcerias formais. Paralelamente, a CACB resgatará es-tudos já realizados em vários países da América do Sul, especialmente, no Chile e na Colômbia, onde a me-todologia dos núcleos setoriais já vem sendo aplicada. A ideia é identifi car novas oportunidades e entidades com potencial e desejo de participar do projeto.

InternacionalizaçãoA proposta de disseminação da metodologia dos

núcleos setoriais começou a ser articulada em 2005, quando a CACB participou de um evento na África do Sul que reuniu associações comerciais de mais de 60 países. Na ocasião, o Programa foi apresentado e considerado uma das melhores iniciativas de apoio aos pequenos negócios no mundo. Vários países deman-daram mais informações e a transferência de conheci-mento do programa brasileiro.

Desde então, a CACB tornou-se referência in-ternacional. Em 2007, na Turquia, o Capacitar, outro programa da CACB, oriundo do Empreender, rece-beu o prêmio de melhor Programa de Cooperação Internacional. Em 2009, a CACB foi convidada para integrar a banca de examinadores do ICC – sigla em português referente a Câmara Internacional de Co-mércio – para eleger o melhor programa internacio-nal. Na ocasião, o Capacitar foi citado como modelo mundial de apresentação de projetos.

Outro programa que compõe o departamento internacional da CACB é o Rifa - Rede Inter-regional para Adaptação da Formação Técnica e Profi ssional às Necessidades do Artesanato (Rifa). O projeto é base-ado em duas grandes linhas de ação: tem por objetivo alinhar a oferta de formação técnica e profi ssional com a demanda, bem como difundir análises comparativas inter-regionais, contribuindo assim para o fortalecimen-to dos sistemas de ensino e de formação técnica e pro-fi ssional dos países envolvidos.

Em setembro, a CACB deverá estar no Marrocos para participar de mais uma reunião da Rede. A en-tidade tem a missão de informar as ações brasileiras

sobre temas que são discutidos em cada encontro.O assunto, centro dos debates neste ano, será prote-ção ambiental na educação profi ssional.

Em 2010, A CACB organizou dois encontros in-ternacionais relativos à parceria. Um workshop de formação profi ssional no Paraná e um Encontro Inter-nacional de Consultores Grupais, São Paulo.

O projeto surgiu da Fundação para o Desenvolvi-mento da Alemanha (Sequa), que ganhou um edital da Comunidade Europeia para o desenvolvimento de um projeto chamado “Investir nas Pessoas”. A participação da CACB é fruto da união com a BFZ, parceria do Se-qua, entidade alemã que coordena o Rifa.

Foto: Rubens Nemitz

A proposta de disseminação da metodologia dos núcleos setoriais começou a ser articulada em 2005, quando a CACB participou de um evento na África do Sul

Em 2010, com o apoio da

Faciap, a CACB organizou uma reunião do Rifa

em Curitiba

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16 Empresa BRASIL16 Empresa BRASIL

ENTREVISTA

A onda de aquisições e fusões no mercado varejista no Brasil se acentuou no mês de julho com o acordo do Magazine Luiza para a aquisição das lojas do Baú

da Felicidade, do Grupo Sílvio Santos, e com o anún-cio de aquisição da Eletro Shopping, do Recife, pela A Máquina de Vendas, holding que já reúne as bandei-ras Insinuante, Ricardo Eletro e City Lar. Essa tendência de oligopolização do varejo brasileiro é o tema analisa-do, nesta entrevista, pelo professor Nuno Fouto, espe-cialista em varejo e coordenador da Fundação Instituto de Administração (FIA). Segue a entrevista:

Empresa Brasil: Quais os efeitos para o con-sumidor da crescente oligopolização do varejo?

Nuno Fouto: Os efeitos tendem a ser positivos porque a rivalidade é grande no varejo, o que torna a coordenação entre empresas mais difícil e, portanto, reduz o poder de mercado. Mesmo em situação de oligopólio, o que ainda não é o caso do varejo brasi-leiro, mas é o caso de quase toda a indústria brasileira.

Qual deveria ser a posição do Cade nessa questão?

Em minha opinião, o Cade (Conselho Administrati-vo de Defesa Econômica) deve acompanhar as grandes fusões e aquisições, principalmente quando a concentra-ção torna-se elevada. No Brasil, o varejo, em geral, ain-da é relativamente pouco concentrado e a capacidade dos varejistas de fazerem preço é muito baixa.

Quais os efeitos dessa tendência entre os fornecedores dessas empresas?

Muda pouco no relacionamento com as grandes empresas, mas pode haver uma preocupação maior por parte dos fornecedores em desenvolver canais di-

retos, quando possível, já que não são infrequentes os impasses e as quebras de braço entre o grande varejo e a grande indústria.

A tendência à oligopolização do mercado é irreversível?

Em um país das dimensões do Brasil, e com a eco-nomia crescendo de maneira estável, é de se esperar o desenvolvimento de grandes grupos varejistas. Mas o tamanho da empresa ajuda até certo ponto, depois, é preciso muita competência para continuar efi ciente e/ou diferenciar-se, pois se torna mais difícil manter a lucrativi-dade com a chamada deseconomia de escala. Portanto, a formação de grandes grupos é natural em uma economia pujante, mas sempre haverá lugar no mercado de varejo para pequenos e médios competentes. O próprio Wal-mart continua crescendo, mas não consegue sustentar sua rentabilidade simplesmente replicando o modelo original.

“Varejo no Brasil ainda épouco concentrado”Para especialista da FIA, Cade deve acompanhar as grandes fusões quando a concentração tornar-se elevada

Nuno Fouto: oligopólio ainda não é o caso do

varejo brasileiro

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INFORME DO SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

AGOSTO/2011 – WWW.SEBRAE.COM.BR – 0800 570 0800

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Acordo para reduzir burocraciaPesquisa mostra perfi l do EIFormalização mantém ou aumenta vendas para 95% dos empreendedores individuais. Pesquisa do Sebrae revela que 87% desejam crescer e se tornar microempresários

Documento quer promover a articulaçãode ações para desenvolvimento locale estimular construção de ambientefavorável às MPE

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2 EMPREENDER // SEBRAE

/ /Pesqu isa E I / /

“SÃO EMPRESÁRIOS COM VONTADE DE PARTICIPAR

CADA VEZ MAIS NA CADEIA PRODUTIVA, QUERENDO

CHEGAR A TER UMA MICRO OU PEQUENA EMPRESA”,

AFIRMA O PRESIDENTE DO SEBRAE, LUIZ BARRETTO

ois anos após a criação da fi gura jurídica do Empreendedor Indi-vidual (EI), os benefícios da for-malização já são sentidos pelos

trabalhadores por conta própria. Do 1,1 mi-lhão de EI em atividade no país até o fi m de maio, 28% sentiram aumento nas vendas após a formalização e 67% disseram que a demanda permaneceu estável. Apenas 5% alegam ter sentido retração nos negócios. Os dados constam na Pesquisa de Perfi l do Empreendedor Individual, realizada pelo Sebrae com base em entrevistas com 10.585 empreendedores individuais em to-das as unidades da federação. Das pessoas ouvidas, 95% recomendam a formalização a outros profi ssionais.

O bom resultado com a regularização faz com que os trabalhadores por conta própria sonhem mais alto: 87% deles pla-nejam virar microempresa, o que eleva o limite de faturamento de R$ 36 mil por ano, teto para os empreendedores indivi-duais, para R$ 240 mil anual, valor máxi-mo que uma microempresa pode faturar. Com relação ao principal motivo que levou

o empresário a regularizar seu negócio, o aspecto mais citado (60%) envolve os be-nefícios da formalização, como a possibi-lidade de emitir nota fi scal e ter acesso a crédito em condições diferenciadas.

“Os resultados mostram que o principal motivo para o empreendedor se formali-zar é a vontade de legalizar seu empre-endimento, o que era impossível antes da criação da fi gura jurídica do Empreendedor Individual”, observa o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto. “São empresários com vontade de crescer e de participar cada vez mais na cadeia produtiva, querendo chegar a ter uma micro ou pequena empre-sa”, afi rma Barretto.

O objetivo de expandir o negócio levou o músico brasiliense Murilo Timo Neto, de 26 anos, a migrar de Empreendedor Individual para microempresário. Formalizado como EI há um ano, ele iniciou uma microempresa há três meses, quando decidiu inaugurar um estúdio musical em Brasília (DF).

Murilo está selecionando três funcioná-rios para trabalhar em seu estúdio. Os em-preendedores individuais podem ter, no má-

FORMALIZAÇÃO MANTÉM OU AUMENTA VENDAS PARA 95% DOS EIExpansão leva 87% dos empreendedores individuais a planejar virar microempresários, revela pesquisa do Sebrae

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Agosto de 2011 3

ximo, um empregado, segundo a legislação que criou a fi gura jurídica do EI, há dois anos. Mas a grande maioria dos empreendedores não conta com alguém para ajudar a tocar o negócio. A pesquisa mostra que 87% deles não têm nenhum empregado e 60% não dispõem nem da ajuda de familiares.

Assim como para Murilo, o negócio empresarial é a única fonte de renda para 78% dos entrevistados. “Ser empreendedor individual me ajudou muito. Com a possi-bilidade de emitir nota fi scal, pude atender a clientes do governo e a demanda aumen-tou. Ser empresário é a melhor forma de realizar meu sonho artístico de viver da música”, afi rma. Assim como Murilo, 79% de todos os empreendedores individuais possuem local fi xo para trabalhar – 40% atendem aos clientes na própria casa e 39% trabalham em escritório ou em esta-belecimento comercial. Um total de 18% trabalham na rua e 3%, em outros pontos.

//Perfi l A pesquisa também revelou o perfi l dos EI formalizados até 31 de maio deste ano. Os dados mostram que a participação das mulheres e dos jovens é maior nessa categoria do que no segmento de micro-empresas. Entre os EI, 45% são mulheres. Entre os donos de microempresas, a parti-cipação do público feminino cai para 29%.

Os trabalhadores por conta própria também são mais jovens do que os micro-empresários. Dos EI, 61% têm menos de 39 anos. Entre os proprietários de micro-empresas, o volume cai para 41%. De cada 100 empreendedores individuais, 12 têm menos de 24 anos, enquanto o número de donos de microempresas fi ca em apenas quatro a cada 100.

//Apoio do SebraeMais de um terço dos empreendedores in-dividuais (34%) contou com a ajuda do Se-brae para se formalizar, mostra a pesquisa. Desde que a legislação que criou a fi gura jurídica do Empreendedor Individual (EI) entrou em vigor, há dois anos, a instituição ajuda os trabalhadores por conta própria a se cadastrar. Uma das principais ações rea-lizadas pela instituição é a Semana do Em-preendedor Individual, cuja terceira edição mobilizou todo o país entre os dias 27 de junho e 2 de julho deste ano, contribuindo para a formalização de mais de 47 mil EI. Além dos 34% que tiveram apoio do Sebrae para se formalizar, o levantamento mostra que 38% fi zeram a regularização por conta própria pela internet, no Portal do Empre-endedor (www.portaldoempreendedor.gov.br). Do total, 18% se registraram com apoio de um contador. Outros 7% pediram ajuda a um amigo ou familiar na hora de se formali-zar e 2% contaram com outras opções. E

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Mais de um terço dos empreendedores individuais contou com a ajuda do Sebrae para se formalizar

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4 EMPREENDER // SEBRAE

/ /Desenvolv imento/ / /

ACORDO DECOOPERAÇÃO QUER REDUZIR BUROCRACIADocumento deve estimular a construção de um ambiente favorável à competitividade das MPE

onsolidar e ampliar o processo de simplifi cação e desburocratização do ambiente legal das micro e pe-quenas empresas (MPE). Esse é o

objetivo do acordo de cooperação técnica fi r-mado em julho entre o Sebrae, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP). A assinatura ocorreu na 19ª Reunião Plenária do Fórum Permanente da Micro e Pequena Empresa, em Brasília, na sede da Confederação Nacional do Comércio (CNC).

O acordo tem o objetivo de incentivar a criação da Rede de Agentes de Desenvol-vimento (AD), prestar suporte aos agentes, promover a articulação de ações públicas para desenvolvimento local e territorial e estimular a construção de um ambiente favorável à com-petitividade das MPE. O AD é uma fi gura jurí-dica prevista na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/2006). Seu trabalho contribui para que prefeituras tirem do papel os dispositivos legais. Já foram forma-dos no país mais 700 potenciais agentes, que agora terão a certifi cação também do MDIC.

Para o diretor-técnico do Sebrae Nacional,

Carlos Alberto dos Santos, a criação do Agente de Desenvolvimento nos municípios é um pas-so muito importante para consolidar e ampliar o processo de simplifi cação e desburocratiza-ção do ambiente legal. “Os pequenos negócios atuam nos municípios. E o acordo fi rmado vai colocar esses empreendimentos no avanço extraordinário de implantação de políticas pú-blicas de fomento no nível municipal”, afi rmou.

//Foco nos pequenosA abertura da 19ª Plenária contou com a pre-sença de vários ministros de estado, que tam-bém assinaram acordos de cooperação com o MDIC tendo como foco os pequenos negócios. Para o ministro do Desenvolvimento, Indús-tria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, o Fórum da Micro e Pequena Empresa tem pa-pel fundamental para tornar a economia do país moderna e pujante. Já o presidente da Frente Parlamentar Mista das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, deputado Pepe Vargas, informou que o grupo atua com duas prioridades: o Projeto de Lei nº 591/10, que faz ajustes na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, e o Projeto de Lei nº 865/11, que cria a Secretaria da Micro e Pequena Empresa. E

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Diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dosSantos, na cerimônia de assinatura

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/ /Le i Gera l / /

SEBRAE INVESTE R$ 3,5 MILHÕES PARA REALIZAR O FOMENTASeminários estimulam presença das MPE nas compras públicas

Sebrae vai investir R$ 3,5 mi-lhões para apoiar a realização de 34 edições do seminário Fomenta em 17 unidades da

federação. Os projetos aprovados pela instituição serão realizados em versões nacionais, estaduais, regionais e setoriais, até o fi m de 2012. Os eventos têm como objetivo incentivar a participação de micro e pequenas empresas (MPE) em licitações.

Já estão aprovadas as edições no Dis-trito Federal, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Goiás, Pernambuco, Ceará, Ama-zonas, Rondônia, Tocantins, Mato Gros-so, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Paraíba, Bahia, Acre e Piauí. A estimativa é de que cada evento estadual conte com a partici-pação de 200 a 300 empresas.

A ampliação do acesso das MPE às lici-tações federais está garantida na Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, que estabelece con-dições especiais de participação dos pequenos negócios nos processos de aquisição de bens e serviços, como exclusividade nas licitações de até R$ 80 mil. Hoje, um terço de tudo que é comprado pelo governo brasileiro vem de MPE. No primeiro trimestre de 2011, elas ven-deram R$ 2,8 bilhões ao governo federal, 32% do valor total das compras governamentais, segundo dados do Ministério do Planejamen-to, Orçamento e Gestão. Em 2002, as MPE res-pondiam por apenas 14% do valor total.

//Edição nacionalA quarta edição nacional do Fomenta será realizada em São Paulo, nos dias 23 e 24 de novembro deste ano. Os empreendedores participam de rodadas de negócios com re-presentantes dos governos e de empresas públicas. O objetivo desses encontros é fa-zer com que os donos de pequenos empre-endimentos saiam das conversas com uma visão clara das necessidades dos governos, dos requisitos de fornecimento e de seu po-tencial de atendimento à demanda, para posteriormente participar das licitações.

“As rodadas de negócios têm como papel aproximar para um melhor enten-dimento e preparo do fornecedor, de forma

que este possa alcançar melhor desempe-nho nos processos licitatórios e ganhar cer-tames”, afi rma um dos responsáveis pelo Fomenta no Sebrae Nacional, Weniston Ricardo de Andrade Abreu.

O Fomenta é um misto de congresso com feira de negócios. Assim como nas edições nacionais anteriores, realiza-das em Brasília (2008), Rio de Janeiro (2009) e Paraná (2010), estão previstas palestras e painéis com especialistas, apresentação das demandas de compras de empresas e órgãos da administração pública, ofi cinas de capacitação para participação em processos licitatórios, en-contros e rodadas de negócios. E

Quarta edição nacional do Fomenta acontece em São Paulo, nos dias 23 e 24 de novembro deste ano

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6 EMPREENDER // SEBRAE

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ARTESÃOS TERÃO SHOWROOMSPARA VENDAS NA COPAInstalação terá apoio do Sebrae, que também investirá na capacitação desses profi ssionais

s artesãos brasileiros também vão abocanhar uma parcela dos R$ 180 bilhões que devem ser inje-tados na economia brasileira com

a Copa do Mundo de 2014. Com o objetivo de preparar esses profi ssionais para as demandas que os turistas vão gerar durante o evento es-portivo, o Sebrae vai investir em capacitação e na criação de espaços exclusivos para a venda de produtos durante os dias da competição. Em cada uma das 12 cidades-sede haverá um showroom em um local estratégico, próximo aos principais pontos turísticos.

A ideia é construir locais sofi sticados que entrem no circuito de visitação dos turistas. “O desafi o é reposicionar o artesanato e dar uma representação da cultura brasileira em todos os estados. A ideia é que a atividade deixe de ser vista como uma ocupação para quem tem baixa escolaridade e não encontra oportunidade no mercado”, afi rma o gerente de Atendimento Coletivo - Comércio do Se-brae Nacional, Juarez de Paula.

O Sebrae vai trabalhar a imagem dos produtos e auxiliar os artesãos no desen-volvimento deles para que tenham carac-terísticas locais, além de criar coleções com um design adequado. O objetivo é que as peças tenham alto valor agregado – esté-tico, cultural e mercadológico. “Queremos ofertar produtos com identidade regional,

com aspectos da cidade-sede e de sua re-gião. A meta é utilizar a matéria-prima que se encontra em abundância em cada muni-cípio e desenvolver projetos com alto valor agregado, e não apenas souvenirs”, afi rma o responsável pelo projeto de artesanato no Sebrae Nacional, Maurício Tedeschi. A ma-téria-prima utilizada vai de capim-dourado a fi bras naturais, lã, cerâmica, entre outros.

A escolha dos artesãos e dos produtos que serão trabalhados será feita pelo Sebrae nos estados. A seleção também será feita entre os vencedores da 3ª edição do Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato, premiação que tem o intuito de selecionar artesãos com produtos diferenciados e um avançado sistema de gestão do negócio. As inscrições devem ser abertas até o início de 2012, e a premiação será no fi m do mesmo ano.

//Sebrae 2014 O artesanato é uma das áreas que fazem parte do setor conhecido como produção as-sociada ao turismo. Pesquisa encomendada pelo Sebrae à Fundação Getulio Vargas (FGV) mostra que a Copa 2014 deve gerar 117 opor-tunidades de negócios para micro e pequenas empresas que trabalham nesse setor. Desde julho, o presidente do Sebrae, Luiz Barretto, está participando de uma série de encontros nas 12 cidades-sede para divulgar o estudo aos empresários. Ao todo, a instituição está investindo cerca de R$ 80 milhões no Progra-ma Sebrae 2014, recurso que será aplicado em consultorias, inovação e acesso a merca-dos para as MPE, entre outras ações.

Serviço:Textos: Agência Sebrae de NotíciasMais informações: www.agenciasebrae.com.br

O artesanato brasileiro estará em pontos estratégicos das 12 cidades-sede do Mundial de 2014

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Empreender Informe do Sebrae. Presidente do Conselho Deliberativo Nacional: Roberto Simões. Diretor-Presidente: Luiz Barretto. Diretor-Técnico: Carlos Alberto dos Santos. Diretor de Administração e Finanças: José Claudio dos Santos. Gerente de Marketing e Comunicação: Cândida Bittencourt. Edição: Tatiana Sá, Antônio Viegas. Endereço: SGAS 605,Conjunto A, Asa Sul, Brasília/DF, CEP: 70.200-645 - Fone: (61) 3348-7570 - Para falar com o Sebrae: 0800 570 0800 - Na internet: sebrae.com.br // twitter.com/sebrae // facebook.com/sebrae // youtube.com/tvsebrae

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CACB debate os caminhos para o desenvolvimento das MPEsEmpreendedorismo, resolução de confl itos, negociações transnacionais, certifi cação digitale o novo consumidor brasileiro foram alguns dos assuntos de destaque

L íderes empresariais, especialistas e au-toridades do governo estadual e federal estiverem reunidos, em Salvador, dias 10 e 11 de agosto para debater os rumos do

Brasil a partir de uma das micro e pequenas em-presas. O encontro marcou o 21º Congresso da Confederação das Associações Comerciais do Brasil (CACB). Empreendedorismo, resolução de confl i-tos, negociações transnacionais, certifi cação digital e o novo consumidor brasileiro foram alguns dos assuntos de destaque.

– Estamos reverenciando a Associação Comercial da Bahia, a primeira entidade empresarial da América Latina, que está comemorando 200 anos, disse o pre-sidente da CACB, José Paulo Dornelles Cairoli.

Para enriquecer o debate, a CACB convidou o governador da Bahia, Jacques Wagner, o diretor-téc-nico do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos; o presidente do INPI, Jorge Ávila; o coordenador do

Evento reuniu representantes de 26 estados da Federação

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Cairoli com o governador da Bahia, Jacques Wagner

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18 Empresa BRASIL

Movimento Brasil Efi ciente, Carlos Rodolfo Schneider; a jornalista Dora Kramer; dirigentes do Banco do Brasil e da Caixa Federal; o deputado Pepe Vargas (PT-RS), presidente da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa na Câmara dos Deputados, entre outros.

Paralelamente ao 21º Congresso, a CACB abriu espaço para discussões simultâneas sobre o tema em eventos como o 8º Congresso Estadual do Empreen-dedor, o 9º Encontro Estadual do Varejo Vivo e Fó-rum Nacional de Jovens Empresários e o 8º Encontro Nacional das Mulheres Empresárias. Também foram promovidos o 9º Encontro do Empreender e o 6º Workshop de Mediação e Arbitragem – programas desenvolvidos em parceria com o Sebrae.

Associativismo e uniãoJosé Paulo Dornelles Cairoli lembrou que a CACB,

por meio do associativismo, é indutora da competitivida-de das MPEs, incentivando a excelência da gestão e a im-portância das micro e pequenas empresas na economia nacional, como “o maior gerador de emprego do país”.

O gerente de políticas públicas do Sebrae, Bruno Quick, também destacou a importância da participa-ção das associações comerciais nas discussões políticas e econômicas, incluindo a votação das alterações da Lei do Super Simples e a votação do projeto que cria a secretaria nacional das micro e pequenas empresas.

“Para melhorarmos o ambiente é preciso aprimorar as políticas públicas voltadas para as MPEs”, reforçou Qui-ck. Já o deputado Pepe Vargas convocou as entidades associativistas do empresariado para a participação ativa no debate das questões que afetam os micro e peque-nos negócios, como a questão do uso abusivo da subs-tituição tributária por parte dos estados. Citando estudo da FGV que mostra que as MPEs enquadradas no Sim-ples já pagam quase o dobro de tributos por conta da substituição, o deputado alertou mais uma vez para a necessidade de as federações e associações comerciais levarem a discussão aos secretários estaduais de fi nan-ças, no que chamou de um enfrentamento respeitoso. A força do associativismo também foi lembrada pelo governador da Bahia, Jacques Wagner, durante a aber-tura do 21º Congresso. Em seu discurso, Wagner fez reverência ao movimento associativista, lembrando que “tem na adesão voluntária sua razão de existir”.

Investimentos e efi ciênciaO alerta sobre a necessidade de que o país te-

nha ferramentas mais efi cientes na gestão pública e nos trâmites burocráticos pontuou os debates. O coordenador do Movimento Brasil Efi ciente, Carlos Rodolfo Schneider, por exemplo, defendeu que o país precisa melhorar e reduzir seus gastos e aumentar os investimentos. “Outro ponto importante é aprimorar

DeputadoPepe Vargas (PT/RS) convocou empresários para os debates sobre as MPEs

Quick, do Sebrae,

valorizou participação

das associações comerciais no

Super Simples

FEDERAÇÕES

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a efi ciência dos investimentos”, lembrou. “Hoje o Bra-sil investe tanto na educação quanto a Coreia, mas o nosso desempenho é bem inferior, porque gastamos mal. Investimos, por exemplo, na universalização do ensino fundamental, mas pecamos na qualidade”, completou Schneider.

Ele lembrou ainda que o Brasil aplica 18% do PIB, especialmente com o PAC, em infraestrutura. Em con-trapartida, a Índia investe 33% e a China 47% do PIB. A China está fazendo 1.000 km por ano de ferrovias para o trem de alta velocidade e 5 mil km de estradas. “In-vestir faz a diferença”, ressaltou Rodolfo Schneider. Em outro painel, a especialista em mediação de confl itos em negociações transacionais Gabriela Asnar assinalou que o excesso de burocracia no Brasil torna o país menos efi ciente também nas negociações, fazendo com que perca oportunidades. “Somos a bola da vez no comér-cio internacional. O Brasil não pode rejeitar a mediação na resolução de confl itos nos negócios porque, mesmo com as nossas riquezas naturais, a falta de efi ciência pode nos sufocar.” Ela lembrou que a mediação permite que um acordo seja realizado de forma mais célere que o processo judicial tradicional. “Uma empresa não pode esperar 20 anos para que um processo seja julgado.” Ainda, segundo Gabriela, além de ser mais rápida, a me-diação contribui também qualitativamente, já que “inclui mais variáveis que o processo judicial tradicional”.

CompetitividadeA competitividade das MPEs também foi apon-

tada, durante os debates, como preponderante para um caminho de crescimento sustentável. Nesse sen-tido, a CACB tem expandido as parcerias no sentido de incentivar e trazer novos mercados e tecnologias, sensibilizar para adoção de posturas frente aos desafi os atuais e futuros e desenvolver lideranças empresariais. A disseminação dos núcleos setoriais para países vizi-nhos, a participação no modelo de certifi cação digital brasileiro e propagação dos Métodos Extrajudiciais de Solução de Controvérsias (MESCs) são algumas das contribuições da CACB em prol do micro e pequeno empresários brasileiros.

Entender o mercadoEstar alinhado ao que deseja o consumidor é um

dos caminhos para o crescimento. No Fórum Nacional do Varejo Vivo, Adriano Câmera, especialista no assun-to, deu sugestões de como o comércio varejista pode conquistar clientes, sobretudo os mais exigentes. Câ-mera fez também uma análise do consumidor brasilei-ro, cada vez mais endividado, segundo o especialista, e comprometendo até 30% do seu orçamento com dí-vidas. “O consumidor tem vergonha de negociar meios mais baratos de acesso a crédito e prefere os pré-apro-vados, que costumam ter altos juros”, explicou.

Foto

: Joã

o Ba

tista Schneider, do

Movimento Brasil Efi ciente, defendeu a redução dos gastos públicos e o aumento dos investimentos

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20 Empresa BRASIL

Com a valorização internatodo mundo sai ganhando

A estabilidade no trabalho há muito tempo deixou de ser uma preocupação só do fun-cionário. No mercado brasileiro atual, é cada vez mais comum encontrar grandes compa-

nhias reclamando da falta de mão de obra qualifi cada, ainda mais em períodos em que a oferta de empregos está em alta. Sendo assim, o que as empresas estão fazendo para reter seus talentos? Como fazer um funcionário se sentir valorizado e satisfeito?

O presidente da Lens & Minarelli, José Augusto Minarelli, acredita que um salário alto pode servir para atrair um fun-cionário qualifi cado, mas não é o sufi ciente para mantê-lo na empresa. Pioneira no Brasil no conceito de outplacement – re-colocação de executivos e gestão de recursos humanos, a Lens

& Minarelli conta com um portfólio de mais de 1.100 empre-sas nacionais e internacionais, dos mais variados segmentos. “O que a maioria dos profi ssionais busca é uma empresa que ofereça um bom ambiente de trabalho, perspectivas de desenvolvimento e crescimento profi ssional, participação nos resultados e reconhecimento das lideranças”, afi rma.

Minarelli argumenta que a necessidade de uma política para retenção de talentos sempre existiu, mas há fatores que atualmente aumentam essa demanda. O primeiro é o aquecimento de ofertas de emprego, que naturalmente aumenta o risco de perda do funcionário. O segundo é a facilidade de obter informações sobre as empresas. “Com as redes sociais e sites de reclamações é muito fácil desco-brir se uma empresa tem fama negativa”, explica.

O aquecimento da oferta de emprego no Brasil provocou o aumento do risco de perda de talentos entre as empresas, mas o mercado soube reagir com novas políticas de retenção de funcionários

CARREIRAS

Foto: Magrão Scaldo

Vanderlei: “Talento é um dos insumos mais preciosos da Randon”

Programas para todos os níveisConsiderando que equipamentos e tecnologia podem

ser adquiridos prontos, talento é um dos insumos mais pre-ciosos para as Empresas Randon – fabricante de reboques, semirreboques e autopeças, que rodam nos veículos leves e pesados de todas as montadoras, nas estradas nacionais e internacionais. A política de Recursos Humanos da empresa contempla todos os níveis de pessoal, atendendo desde os estagiários até os funcionários mais graduados, já enquadra-dos no programa Novos Caminhos, e benefi ciários do pla-no complementar de aposentadoria, o Randonprev.

Segundo o Gerente Corporativo de Administração e Recursos Humanos, Vanderlei Novello, “a empresa acre-dita seriamente em políticas de incentivo e estímulo para os funcionários e faz sua fi rme aposta também nos mais jovens, curiosos e motivados a aprender e a evoluir pro-

fi ssionalmente”, destacando pelo menos três dos diversos programas sociais e internos desenvolvidos pela Randon: Sucessão de Gestores, Aqui Você Pode Crescer e Crescer.

O programa Crescer incentiva o desenvolvimento téc-nico dos funcionários, alinhado com as competências de seu cargo, com reembolsos de educação. Para a gradua-ção, o reembolso varia de 20% a 40% nos cursos afi na-dos com as atividades da empresa. Para pós-graduação e cursos técnicos, o auxílio é 40% no primeiro curso e 20% no segundo, e para estudar idiomas o funcionário pode receber até 50% do valor do curso. Só em 2010, a em-presa investiu R$ 7,3 milhões em treinamento e educação.

A Randon também tem projetos voltados para pro-moção de seus colaboradores. O programa Aqui Você Pode Crescer, por exemplo, possibilita o aproveitamento

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Para a consultora de RH da Catho Online – maior empresa de classifi cados online de currículos e empregos da América Latina e 11ª maior do ranking mundial –, Da-niella Correa, as pequenas ações podem fazer uma gran-de diferença na hora de manter o funcionário. “O discurso e exemplo dos líderes, os sistemas de trabalho existentes, as oportunidades de treinamento e desenvolvimento, e a qualidade de vida propiciada às pessoas são aspectos fundamentais que devem ser praticados”, considera. Ela destaca ainda que qualquer profi ssional se sente feliz e re-alizado quando faz um trabalho interessante e desafi ador, quando percebe que o critério de avaliação e recompen-sas é justo, quando é respeitado por seus superiores e tem oportunidade de aprender coisas novas.

Foto: Divulgação Lens & Minarelli

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Equilíbrio entre vida pessoal e profi ssional

Empresas multinacionais também adotam práticas para reter talentos, e suas ações, além de resultados positivos, geram reconhecimento. É o caso da Boehringer Ingelheim, maior farmacêutica de capital fechado do mundo. No ano em que comemora 55 anos de atuação no Brasil, a empresa foi pre-miada com o 14º lugar entre as “Melhores Empresas para Trabalhar - Brasil” – primeiro lugar entre as indústrias farmacêuticas e o sexto no sub-ranking “As Melhores – Indústria”. A pesquisa, realizada anualmente pelo Great Place to Work, avaliou 923 companhias com o objetivo de identifi car diferenciais de gestão que as caracterizem, entre os funcionários, como um bom lugar para se trabalhar, ou seja, “em que os colaboradores confi am nas pessoas com quem trabalham, têm orgulho do que fazem e gostam dos seus colegas de trabalho”, explica Adriana Tieppo, diretora de Recursos Humanos da empresa.

A Boehringer Ingelheim está no ranking há dez anos e a premiação está relacionada a uma gestão e um ambiente de trabalho que favorecem a ação empreendedora, a expansão contínua de conhecimento, o treinamento e o aprendizado pela prática e pela discussão aberta. São fatores que incentivam e inspiram profi ssionais com posturas positivas, ágeis e comprometidos com a inovação e com os valores da companhia.

Além disso, como uma empresa focada em resultados, na Boehringer o funcionário administra seu próprio tempo, de acordo com suas responsabili-dades, trabalhando por projetos e equipes multidisciplinares para entregarem à empresa os melhores resultados. “Acredito que esses são alguns dos dife-renciais que colocam a Boehringer em posição privilegiada na pesquisa e que elevam a inspiração e o orgulho de pertencerem à companhia”, destaca Adria-na Tieppo. Ela informa ainda que os funcionários também são incentivados a trabalhar de casa uma vez por semana.

Com mais de 42 mil funcionários em 145 afi liadas em todo o mundo, a Boehringer vê a responsabilidade social como um componente importante da cultura empresarial. Por isso, a empresa tem como princípio oferecer oportu-nidades iguais aos seus colaboradores e dar a eles equilíbrio entre as obrigações de carreira e a vida familiar. No Brasil, a Boehringer Ingelheim possui um escri-tório central em São Paulo e uma fábrica em Itapecerica da Serra, responsável pela produção de medicamentos.

José Augusto Minarelli, presidente da Lens & Minarelli

Adriana:“Na Boehringer Ingelheim, os colaboradoresconfi am nas pessoas com quemtrabalham”

de candidatos internos, nas vagas oferecidas pelas empre-sas. “A primeira opção, em caso de abertura de vagas, é sempre a busca de talentos internamente”, ilustra No-vello. Da mesma forma, a Sucessão de Gestores identi-fi ca e desenvolve profi ssionais com potencial para suprir as demandas de cargos de gestão, como diretor, gerente, coordenador e especialista. Os funcionários selecionados são incentivados por meio de ações do programa Crescer.

Além dos diversos benefícios já há muito incorporados, como plano de saúde, serviços médicos e odontológicos e auxílio maternal para funcionários (as) com fi lhos de até 4 anos, as Empresas Randon carregam em seu histórico o pioneirismo no Sul do Brasil na distribuição de resultados por intermédio do Programa de Participação nos Resulta-dos (PPR), antes mesmo da exigência legal.

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DESTAQUE CACB

“Não basta identifi car os pro-blemas. É preciso ajudar, apontando os caminhos, e é isso que vamos fazer nes-

te Congresso”, afi rmou o presidente da CACB, José Paulo Dornelles Cairoli, ao falar na abertura do 21º Congresso da Confederação das Associações Comer-ciais do Brasil, na quarta-feira (10/08), em Salvador. Ele defendeu também a necessidade de avançar com mudanças nos diversos setores da vida brasileira, lem-brando que há 200 anos, no mesmo cenário, os em-presários baianos criavam a primeira entidade brasileira representativa dos empresários brasileiros, adicionan-do força na união de interesses empresariais.

Cairoli enfatizou que é preciso modernizar as rela-ções trabalhistas, continuar a fazer as mudanças na Previ-

dência e melhorar drasticamente a qualidade da educa-ção pública, principalmente nos níveis mais elementares, “pois esse é o segredo das nações mais desenvolvidas e que mais crescem”. Também apontou a necessidade de uma reforma política, “não para negar ou desfazer tudo o que construímos, mas para aprimorarmos a qualidade da nossa representação e aumentar as condições de fi s-calização dos representados sobre os representantes”.

Realizado no Centro de Eventos do Hotel Pestana, o Congresso da CACB foi focado no crescimento do mercado brasileiro, com o olhar voltado para as micro e pequenas empresas, e contou com a participação de mais de 1.000 empresários, líderes empresariais e pre-sidentes de Federações e Associações Comerciais do País. As políticas e os programas de gestão e incentivo aos micro e pequenos empresários foram destacados

22 Empresa BRASIL

Congresso da CACB defendeu urgência nas mudanças estruturais

Governador da Bahia, Jacques

Wagner enalteceu a importância do

associativismo

Foto: João Batista

Durante três dias, em Salvador, a CACB discutiu e analisou assuntos diretamente ligados com suas bandeiras, esclarecendo dúvidas e tomando providências necessárias. Além do 21º Congresso da CACB, e dos eventos paralelos, que antecederam o encontro, empreendedores brasileiros puderam trocar experiências e informações que, com certeza, serão úteis. O Congresso abriu o leque de discussões e focou as informações na essência dos associados, que são as micro e pequenas empresas, sem esquecer de proporcionar uma visão sobre o passado do Brasil, na palestra do jornalista e escritor Laurentino Gomes, autor dos livros “1808” e “1822” . Para entender o Brasil de hoje é fundamental conhecer o seu passado.

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na pauta do encontro e ganharam espaço especial em painéis e conferências em torno do tema central “Um Salto para o Futuro – Facilitando Caminhos”.

O presidente do CACB salientou que não basta fazer o novo pelo novo, mas fazer o novo necessário, que gera mais bem-estar para todos. Acrescentou que é preciso também rediscutir o Pacto Federativo, para descentralizar mais os recursos: “Precisamos dar mais condições aos nossos governadores e aos nos-sos prefeitos de gerir as soluções para os problemas da sua comunidade”.

Cairoli destacou que o caminho para exercer a representação de seus interesses é a associação volun-tária e espontânea. “É ela que nos dá a liberdade de

criticar sem receio, ou de aplaudir e apoiar sem cons-trangimentos. Nosso maior orgulho é não fazer parte nem da turma do contra nem da turma chapa branca. O associativismo foi o caminho que escolhemos, e que nos fortaleceu ao longo da nossa história.”

“Sabemos da responsabilidade perante o país. Nos-so setor, composto na sua imensa maioria por micro e pequenas empresas, é o maior gerador de empregos, e por isso ela deve ser cada vez mais defendida, esti-mulada”, observou. Segundo o presidente da CACB, o objetivo do Congresso foi alcançado, pois “fi zemos deste encontro um momento de fortalecimento, de união, com propostas para um grande futuro, de pros-peridade, renda e emprego, para todos os brasileiros”.

Dirigentes de federações e associações comerciais

subiram ao palco para reforçar a indicação, feita

por unanimidade

Cairoli é indicado por unanimidadepara um segundo mandato na CACB

A indicação por unanimidade do presidente José Paulo Dornelles Cairoli para um novo man-dato à frente da CACB encerrou o 21º Congresso da entidade, em Salvador. O caminho para a ree-leição foi construído pelos presidentes das Fede-rações, presentes no encontro em Salvador, e foi anunciado, pelo presidente da Federação do Rio de Janeiro, Jésus Mendes Costa, ao lado dos presi-dentes presentes no Congresso.

A recondução de Cairoli para um segundo man-dato na CACB foi justifi cada por Jésus Mendes Costa como resultado do trabalho desenvolvido por Cai-roli no período de 2009/2011. “O reconhecimento pela qualidade do trabalho foi feito em conjunto”, disse o presidente da Federação do Rio de Janeiro.

Cairoli agradeceu a indicação e disse que vai trabalhar para que a CACB promova missões em-presariais e para poder enquadrar as associações comerciais do país, no Super Simples. Informou também que a Confederação vai incentivar suas fi liadas a promoverem ações de protesto contra o aumento do número de vereadores. “Essa luta precisa ser feita no município”, disse Cairoli.

Ao agradecer o apoio de todos pela partici-pação no Congresso que foi realizado na Bahia dentro das comemorações da primeira entidade empresarial criada no país, há 200 anos, disse que no primeiro ano de seu mandato não havia estado interessado em realizar o Congresso da CACB, e agora, para a edição de número 22, existem sete interessados. 26 estados brasileiros participaram dessa edição do Congresso, que teve como tema “Salto para o Futuro – Facilitando Caminhos”.

Foto: João Batista

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A importância da conservação da memória empresarialUma das pioneiras na área de memória empresarial, a M&I tornou-se referência na implantação e gestão de um novo conceito que se aplica à história das organizações

GESTÃO

A história de êxitos e fracassos de empre-sas não raro se perde com o tempo. Suas raízes e os anos heroicos são es-quecidos e com eles importantes dados

de sua travessia que poderiam ajudar não somente na busca de um novo caminho, mas também na perpetua-ção de seus negócios. Foi a partir dessa inspiração que a historiadora paulista Beth Totini resolveu criar, em 1988, a empresa Memória & Identidade (M&I), especializada em gestão de memória e patrimônio documental e in-formativo de empresas.

No princípio, os trabalhos mais demandados eram pesquisas voltadas para a produção de livros institucionais. Em meio a essa atividade, os profi ssionais da M&I perce-beram que os materiais e informações apuradas poderiam dar uma contribuição maior à gestão dos clientes, além da mera celebração do passado. Dessa forma, a empresa passou a atuar na área de arquivística e sistemas de infor-mação, que, unida à pesquisa e análise histórica, deu ori-gem aos Centros de Documentação e Memória (CDM).

“Esses Centros são os mais completos produtos de memória empresarial, uma vez que se constituem como setores responsáveis não apenas pela organização das in-formações, mas também pela aplicação de uma política

de gestão da memória da empresa”, explica Beth. Com mais de cem clientes atendidos, entre esses,

a EBX, Embraer, Suzano, Toyota do Brasil, Ultra, Whirl pool e Wilson, Sons, a M&I notou uma evolução do mercado no que se refere ao conceito de memória em-presarial. No início, era limitado a produtos de informa-ção, como livros e exposições, vinculados à celebração de aniversários ou festividades. Mas dada a disseminação de novos métodos de gestão, as empresas passaram a valorizar suas raízes e processos históricos, principal-mente entre aquelas alinhadas a paradigmas como res-ponsabilidade social e gestão de conhecimento.

Entre as várias aplicações dos projetos de memó-ria, de acordo com a historiadora, a gestão de marcas é uma das mais importantes. Outro ponto detectado pela M&I, a partir das discussões com a área de comunicação de seus clientes, é o novo conceito que passou a existir como síntese do trabalho de preservação da memória. Trata-se da “responsabilidade histórica” que expressa a obrigação da empresa de mostrar o seu patrimônio informativo e de serviços aos diferentes públicos da so-ciedade. “Memória é reputação e quando bem utilizada contribui para aproximar relacionamentos e públicos de interesse”, resume Beth.

A Embraer investiu na restauração do segundo protótipodo Bandeirante, que deu origem à criação da empresa em 1969

Beth Totini: “Gestão de memória é muito mais do que a celebração do passado”

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Empresas investem em centros de documentação A Embraer aproveitou a comemora-

ção de seus 40 anos de fundação, comple-tados em 2009, para lançar o portal Centro Histórico Embraer, que reúne todo o seu acervo histórico para consulta eletrônica.

O projeto Centro Histórico Embra-er foi criado em 2006 com o objetivo de resgate, preservação e divulgação da histó-ria da empresa e da indústria aeronáutica brasileira e mundial. Ao mesmo tempo que criava o Centro, investiu na restauração do segundo protótipo do Bandeirante, avião que deu origem e justifi cou a criação da Embraer em 1969. A aeronave pertence à Fundação Santos Dumont e está exposta no Memorial Aeroespacial Brasileiro (MAB), em São José dos Campos (SP). Depois do Bandeirante, estão sendo restaurados ou-tros protótipos. O último, há cerca de um mês, foi o EMB 314 Super Tucano.

“A história permite valorizar e enten-der o passado. Com esse conhecimento, é possível homenagear quem construiu a história da empresa, aprender com os er-ros do passado e criar entendimento do futuro”, explica Pedro Ferraz, superinten-dente do Instituto Embraer de Educação e Pesquisa. “Valorizamos a cultura da aviação e o que foi construído no passado. Um dos pontos que salientamos é que o resgate his-tórico é uma ferramenta para garantir essa valorização”, afi rma Ferraz. “Uma empresa que não preserva a sua própria história não valoriza o seu passado.”

A Ultrapar é outra empresa com forte tradição de preservação da memória em-presarial. A iniciativa surgiu em 1990 de par-te dos descendentes do fundador, Ernesto Igel, como forma de preservar o legado do empreendedor. Na medida em que o acervo histórico começou a ser reunido, de acordo com Francelina da Silva Valdrighi, ge-

rente de recursos humanos, revelou-se sua riqueza informativa e o potencial da memó-ria empresarial para subsidiar a gestão dos negócios do Ultra.

Em 1992, o projeto foi ampliado, com a estruturação do Centro de Documenta-ção e Memória (CDM), um dos pioneiros na iniciativa privada no Brasil. Com a missão de “Registrar e preservar nossa história como aprendizado e alicerce para os projetos do fu-turo”, o CDM passou a responder pela ges-tão técnica do acervo histórico da organiza-

ção, composto por documentos, fotografi as, fi lmes, peças e entrevistas com protagonistas da nossa história. Todos esses materiais são disponibilizados aos profi ssionais do Ultra por meio de um portal na intranet. Além disso, o CDM Ultra desenvolve diversos produtos da informação e pesquisas direcionadas. En-tre eles, destacam-se as publicações “Marca de Empreendedores – a História do Grupo Ultra” e “Ultracargo – Movida a inovação há 40 anos” e a ambientação do edifício-sede, com uma exposição histórica permanente.

Grupo Ultra mantém exposição permanente de sua história

Embraer: política de recuperação de aeronaves valoriza a história da aviação brasileira

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26 Empresa BRASIL

6º workshop discutiuparcerias e novos produtos

O foco da CBMAE para o 21º Congresso da CACB foi mostrar que a rede de câ-maras e Postos Avançados de Concilia-ção Extraprocessual (PACEs) está mais

madura e mais efi ciente. Durante todo o evento, pales-tras e mesas-redondas discutiram a importância das par-cerias, a melhoria da prestação dos serviços, os novos produtos da rede e os rumos da conciliação, mediação e arbitragem no Brasil.

A equipe apresentou à CBMAE Educ o novo produ-to educacional da rede que visa disseminar os Métodos Extrajudiciais de Solução de Controvérsias por meio de cursos que explicam quais são os MESCs, suas caracte-rísticas, suas aplicações e as técnicas para sua utilização. Os cursos são voltados para todos que têm interesse em conhecer melhor formas pacífi cas de resolver seus pro-blemas. As Associações Comerciais foram convocadas a conhecer melhor o programa e chamar seus associados a conhecer melhor os MESCs e usá-los em suas empresas.

As câmaras e PACEs foram convocados para partici-par de dois eventos que serão promovidos pela CBMAE: o mutirão de conciliação empresarial e o Prêmio Con-

de dos Arcos – acesso à Justiça. O mutirão vai acontecer entre os dias 19 e 24 de setembro e tem com objetivo atender empresários que possuam confl itos e desejam tentar uma solução rápida, efi ciente e com menor custo. Os consultores CBMAE vão orientar os gestores e secre-tários para convidar os empresários locais para participar. A CBMAE está fornecendo, ainda, as peças publicitárias e o suporte técnico. Os interessados em participar do muti-rão devem assinar um termo de adesão simples.

Já para participar do Prêmio Conde dos Arcos – acesso à Justiça, os integrantes da rede devem procurar o regulamento e a fi cha de inscrição no portal da CB-MAE. A premiação tem como objetivo premiar expe-riências de câmaras e PACEs de destacada atuação na resolução de confl itos empresariais. Em sua primeira edição, serão premiadas três categorias: parcerias insti-tucionais e marketing; excelência operacional e relações com o mercado e sustentabilidade; receberão prêmios o primeiro, segundo e terceiro lugares de cada uma.

As palestras começaram com a magistrada Mariela Nogueira, que falou sobre o processo de criação da Re-solução 125 editada pelo Conselho Nacional de Justiça

Durante o evento foi anunciado mutirão para solução de confl itos de forma rápida e efi ciente

CBMAE

Mariela falou sobre o processo de criação da resolução 125 editada pelo Conselho Nacional de Justiça

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(CNJ) no fi nal de 2010, que formaliza a política pública do Poder Judiciário em relação a conciliação e mediação. A juíza destacou os artigos 3º, 7º e 12º, que falam sobre a possibilidade de os núcleos de conciliação montados pelos tribunais fi rmarem parcerias para exercer suas atividades e para capacitar mediadores e conciliadores. As parcerias em experiências de conciliação começaram nos juizados especiais, porém eram feitas apenas com faculdades, o que ocasionou alguns problemas, como a falta de planejamento, a alta rotatividade dos alunos/conciliadores e administração dos cartórios judiciários.

A experiência dos juizados levou ao primeiro Posto de Atendimento de Conciliação, que trabalhava apenas com o pré-processual. E em 2004, um provimento do Tribunal de Justiça de São Paulo autorizou a realização das conciliações pré-processuais, o que levou à criação do Pace. O posto conseguiu retirar toda a burocracia do processo e hoje não há nenhum papel, é tudo digi-talizado e a pessoa apenas explica o seu problema e é emitida uma carta-convite para a outra parte.

O conhecimento de São Paulo foi usado também para o movimento da conciliação. Nogueira enfatizou que a preocupação do CNJ, no começo, era consolidar a prática autocompositiva. “Não são todos os magistrados que têm essa índole de conciliação”, e por isso, foi neces-sário um trabalho para quebrar a resistência em relação ao procedimento. O movimento cresceu, mas de forma desordenada. Assim, a Resolução 125 foi pensada para profi ssionalizar, para oferecer em todos os cantos do país serviços planejados e padronizados respeitando as dife-renças geográfi cas. A possibilidade de parcerias auxilia os tribunais a conseguir trabalhar com a conciliação.

A intenção é criar um centro de resolução de dis-putas, “cada tribunal vai achar o seu caminho”, comple-ta. A juíza enfatizou que é possível oferecer arbitragem nesses locais, mas que não cabe ao CNJ disciplinar esse procedimento. A arbitragem é regida por lei e não faz parte do Poder Judiciário. Nogueira fi nalizou afi rman-do que existem experiências muito boas de resolução de confl itos pelo país e que o CNJ quer incentivá-las. A magistrada ainda elogiou o trabalho realizado em parceria com a Associação Comercial de São Paulo, na Rua da Glória, onde fi ca o Pace.

Logo após, o magistrado goiano Aureliano Albu-querque discutiu a responsabilidade civil dos árbitros e

das entidades arbitrais. O juiz explicou as implicações do exercício de arbitrar um procedimento e os cuida-dos que devem ser tomados pelas câmaras e árbitros.

Os participantes foram surpreendidos quando Seu Manoel entrou na sala gritando com Seu Antônio por problemas na entrega da farinha. O padeiro estava revol-tado porque não recebia matéria-prima havia quase um mês e passou a ter que vender bananas no lugar dos pães. Uma cliente sugeriu uma mediação e eles conseguiram resolver o problema. Um teatro foi a maneira encontra-da pela CBMAE para mostrar como é possível solucionar confl itos empresariais de forma simples, prática e efi ciente.

A esquete encenada por uma trupe do Rio de Janei-ro conquistou todos que participavam do 6º Workshop de Mediação e Arbitragem da CBMAE, realizado em Salvador no dia 10 de agosto. A plateia interagiu e o pre-sidente da Associação Comercial do Espírito Santo, Luiz Carlos Ridolphi, foi quem telefonou para convidar Seu Antonio para participar da mediação com Seu Manoel. “Gostei da ideia inovadora de utilizar teatro para divul-gar os benefícios oferecidos pela CBMAE para a classe empresarial. Poderá também ser muito útil na acultura-ção de crianças e jovens, futuros gestores empresariais. Fiquei empolgado com inusitada participação,” avalia Ri-dolphi, que parabenizou a iniciativa.

O evento foi encerrado com o professor Antô-nio Marques Neto fazendo uma refl exão sobre o uso da arbitragem, abordando temas controversos como a sentença parcial e a morosidade do Judiciário. “O tempo do Judiciário não é o tempo do empresá-rio”, fi nalizou, lembrando que a CBMAE tem o dever de disseminar o instituto pelo país.

Encenação mostrou como

é possível solucionar confl itos

empresariais de forma simples e

efi ciente

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28 Empresa BRASIL

Avanço no volume de resíduos sólidos expõe novo desafi o

Em 2010, segundo pesquisa anual da Associa-ção Brasileira das Empresas de Limpeza Pú-blica e Resíduos Especiais (Abrelpe) – divul-gada recentemente –, o país produziu 195

mil toneladas desses resíduos por dia, um aumento de 6,8% em relação a 2009, com um total de 182.728 to-neladas. Nesse mesmo ano, o montante chegou a 60,8 milhões de toneladas de lixo. Desses, 6,5 milhões não foram coletados e acabaram em rios, córregos e terre-nos baldios. Do total de resíduos produzidos, 42,4%, ou 22,9 milhões de toneladas/ano, não receberam des-carte adequado: foram para lixões ou aterros controla-dos que não seguem determinações técnicas quanto ao tratamento de gases e chorume.

Os programas de coleta seletiva também não avançaram na mesma medida: dos 5.565 municípios brasileiros, 3.205 possuem alguma iniciativa de cole-ta seletiva, contra 3.152 de 2009, o que representou uma evolução de apenas 1,6%.

Para Carlos Silva Filho, diretor executivo da Abrel-pe, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), sancionada há um ano, poderá contribuir para alterar esse quadro. A nova legislação, de acordo com o exe-cutivo, trouxe diretrizes bastante fi rmes no sentido de despertar o cidadão a assumir seu real papel no que se refere aos resíduos sólidos. “Mas para que isso se con-cretize, desde agora, é necessário que as autoridades efetivem as exigências da lei”, ressalta o dirigente. Entre essas, ele enumera a adoção dos sistemas de logísti-ca reversa por parte das empresas que operam com embalagens, ações de coleta seletiva e implementação dos projetos para o desenvolvimento das unidades de destinação adequada de resíduos.

Uma das questões em aberto – dada a falta de percepção das pessoas para o procedimento – é a mistura do material orgânico com o material seco, o que provoca a contaminação dos resíduos, lembra o engenheiro Fernando Hartmann, vice-presidente da Sil Soluções Ambientais, de Porto Alegre, especializada na eliminação técnica de resíduos sólidos domiciliares. “Se tivermos uma coleta seletiva mais efi ciente e edu-cação específi ca, poderemos ter uma melhor solução para esse problema”, afi rma. “Precisamos educar a população 365 dias por ano sobre o tema. O cidadão precisa sentir-se participante do processo. Isso porque se o povo não participar não será possível atender às exigências da PNRS.”

A nova lei, de acordo com Harmann, diz que somen-te o rejeito deve ser despachado para o aterro sanitário. Mas o que é o rejeito? “É o material que passou por uma triagem e deve ser descartado, pois não tem qualquer utilização. Essa compreensão por parte da população de-pende de esclarecimentos cujo papel é das autoridades. Somente assim será possível viabilizar a série de metas e programas de reciclagem previstos pela legislação no seu prazo máximo de agosto de 2014”, adverte.

Aumento crescente da produção de resíduos sólidos exige no curto prazo uma solução para o correto descarte desse material; uma das alternativas é investir na efi ciência da coleta seletiva

TENDÊNCIAS

Equipamentos denominados residuários facilitam separação dos resíduos de empresas

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Julho de 2011 29

Coordenadora do curso “Chega de Lixo: trilhando os caminhos da preservação”, promovido pelo Depar-tamento de Limpeza Urbana (DMLU), de Porto Ale-gre, a socióloga Gisane Gomes não tem dúvidas de que o reaproveitamento dos resíduos no país depende de uma constante educação socioambiental.

“É preciso uma educação cotidiana, responsabili-zando o gerador quando ele gera resíduo”, afi rma. Em paralelo – acrescenta –, cabe ao poder público cumprir com suas atribuições de coleta, tratamento e descarte fi nal dos resíduos em uma cidade, de acordo com a diretriz dos 3 Rs: reduzir, reaproveitar e reciclar.

Em execução desde 2003, o curso “Chega de Lixo” foi dividido em dois segmentos, com conteúdos diferen-tes. Com uma carga horária de 10 horas/aula, é dirigido para professores dos três níveis de ensino: básico, funda-mental e superior. Já o de 20 horas/aula é reservado às lideranças das comunidades, como síndicos, zeladores, presidentes de associação de moradores, trabalhadores de empresas responsáveis por processos de limpeza, RH ou segurança do trabalho, entre outros.

O objetivo, conforme Gisane, é formar multipli-cadores e disseminadores das ideias de preservação do ambiente e também quanto à responsabilidade do indivíduo em relação à geração e separação dos resí-duos. Seu foco é sobre a necessidade de se gerar uma quantidade menor de resíduos; separá-los correta-mente para facilitar a reciclagem por parte da indústria

e reaproveitar. “Enfi m, um destino diferente aos mate-riais do que a lata do lixo”, ressalta.

Cada indivíduo, de acordo com Gisane, pode con-tribuir para reduzir a sua própria geração de resíduos. De que forma? “Ter um consumo mais consciente, não buscar o status, mas produtos com menor quanti-dade de embalagens. Fazer uma correta separação dos resíduos e dispô-los de forma também correta. Os re-síduos são gerados pelo tipo de relações que a pessoa estabelece no seu dia a dia, pelas relações produtivas que a pessoa estabelece”, ensina. “Quanto mais a po-pulação destinar os resíduos que podem ser reciclados à coleta seletiva ofi cial, melhores são os benefícios às pessoas e à sociedade. Afi nal, todo material reciclável, como vidro, lata, papel, papelão, metais em geral e plásticos, gera receita e cidadania, além de retirar as pessoas desempregadas da rua e colocá-las em asso-ciações com melhor qualidade de vida para trabalhar.”

Curso ensina a reduzir o lixo de cada um Prefeitura dePorto Alegre promove cursos sobre resíduos diferenciadospara professores

Fundada em 2009, a Novociclo, de Florianópolis (SC), ensina corporações e condomínios residenciais a destinar corretamente tudo o que puder ser re-ciclado. Seu fundador, Rodrigo Sabatini, não incinera, não empacota nem trata o lixo. O que ele ensina é a não gerar lixo. Por isso, quando fecha contrato com uma companhia, a primeira providência que toma é acabar com toda e qualquer

lixeira do escritório. Depois, educa os funcionários e desenvolve equipamentos chamados “residuários”, parecidos com armários, para que todo o “resíduo” seja organizado antes de ir para a reciclagem.

Após a instalação dos devidos equipa-mentos, a equipe de educação ambiental da Novociclo inaugura o programa com palestras e atividades que ajudam a disse-minar o conceito. Além disso, a equipe

de educação também é responsável pela assistência aos usuários no caso de dúvi-das e pelo treinamento dos profi ssionais responsáveis pela limpeza.

Agosto de 2011 29

Um mercado de oportunidadesSabatini ensina a organizar resíduos

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30 Empresa BRASIL30 Empresa BRASIL

Para pensar no longo prazo

BIBLIOCANTO

O livro “2022: Propostas para um Brasil Melhor no Ano do Bicentená-rio”, dos economistas

Fábio Giambiagi e Claudio Porto, lan-çando recentemente, é uma coletânea de artigos em que, de forma estraté-gica, se projeta o ano em que o Brasil fará 200 anos. Com análises sobre as questões ambientais, os desafi os do pré-sal e do setor de energia elétrica, a obra inclui também uma projeção sobre a “cabeça do brasileiro em 2022”, feita pelo an-tropólogo Alberto Almeida.

Um dos temas mais importantes do livro trata do en-velhecimento da população, que, na atual década, apre-sentará uma média anual de crescimento de 3,9% e de 4% entre 2020 e 2025. Esse quadro, segundo os eco-nomistas, torna impostergável a adoção de medidas por parte do governo a fi m de que o país possa preparar-se devidamente para a pressão demográfi ca que advirá.

Como é que o país poderá adequar-se a essa re-alidade? Segundo os autores, é preciso mostrar à po-pulação, em primeiro lugar, os números que indicam o agravamento do problema; em segundo, as tendências demográfi cas futuras; e em terceiro, as práticas interna-

cionais. Ninguém de bom senso pode imaginar que as regras da aposentadoria vão mudar da noite para o dia. A Previ-dência envolve questões de longo pra-zo e é com esse enfoque que deve ser tratada, ensinam os autores.

A expectativa dos autores é de que no ano 2022 o Brasil esteja próximo ao padrão dos países mais desenvolvidos, mas para alcançar isso será necessário cumprir o dever de casa. O quadro fi scal brasileiro poderá inverter do atual

défi cit de 2,5% do PIB para um superávit de 1% do PIB, se o governo cumprir os requisitos de uma reforma fi scal consistente. Em termos de infl ação, os autores também consideram viável inverter os atuais 6% para 3% ao ano. Outras áreas que vão exigir maior efi ciência são a educa-ção, a saúde, a infraestrutura e a gestão pública.

Claudio Porto, um dos organizadores do livro “2022: Propostas para um Brasil Melhor no Ano do Bi-centenário”, defi niu a obra como uma contribuição para a refl exão prospectiva de longo prazo, um tema ainda escasso no Brasil. “Temos uma cultura imediatista e há grande ênfase no curto prazo”, resumiu. O livro reúne 29 economistas emergentes do país, com 17 artigos.

Milton Wells

Empresa BrasilTenho recebido regularmente

a revista EMPRESA BRASIL e venho constatando o alto nível das matérias publicadas nesse veículo de divulgação da nossa Confederação.

Face à apresentação e ao conteúdo de grande interesse especialmente para a classe empresarial, solicito disponibilizar

a partir deste mês 30 (trinta) exemplares de cada edição, a fi m de que eu possa passar a distribuir às empresas de maior envergadura participantes de nosso quadro social.

Cordialmente, Sylvio Mattos

Vieira, presidente da Associação Comercial e Empresarial do Grande Méier (Acemeier) - Rio de Janeiro.

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Agosto de 2011 31

■ Juliano Corbellini*

O início do novo governo reproduziu tur-bulências que são comuns à vida política brasileira: denúncias envolvendo minis-tros ou assessores, que provocaram (até

o momento da redação deste artigo) a queda de quatro ministros atingidos por acusações, em grande parte, do se-gundo escalão e, é claro, o crescimento da tensão entre o governo e parte de sua base de apoio no Congresso. Um fi lme que vimos também no governo Lula, no governo Fernando Henrique e no governo Fernando Collor.

Como sempre, dois vilões de plantão são eleitos como os responsáveis estruturais por essa crise: o sis-tema eleitoral e o sistema de coalizão que caracteriza o presidencialismo brasileiro. A Reforma Política volta a ser apresentada como a grande panaceia para resolver os problemas institucionais do Brasil.

No entanto, há uma grande mudança que precisa ser feita, anterior a qualquer outra, sem a qual sempre estaremos sujeitos a crises desse tipo, independente-mente de qual partido esteja no poder: a reforma admi-nistrativa na estrutura do Estado brasileiro.

A corrupção na política brasileira não é uma decor-rência necessária do sistema de coalizão. Sistemas de coalizão existem em várias democracias avançadas, com taxas de corrupção muito menores que as nossas. A fonte da corrupção é outra: a possibilidade que os partidos, ou membros de partidos, têm de fazer “negócios”, no mau sentido, a partir da estrutura do Estado. É essa possibilida-de que faz com que a montagem da coalizão governista, natural na política em todo o mundo, se torne um grande loteamento predatório do Estado entre partidos. E muitas doações de campanha acabam sendo feitas de olho na possibilidade de ganhos com esses negócios.

É justo e legítimo que partidos políticos indiquem mi-nistros, secretários de Estado, assessores que ocupem posições estratégicas na elaboração de políticas públicas. O problema no Brasil é que na estrutura estatal, tanto na esfera federal quanto nas demais da federação, existe uma

proliferação de indicações partidárias para postos que de-cidem diretamente sobre negócios de ministérios, secre-tarias, autarquias, estatais: compra de medicamentos, de merenda escolar, construção de estradas, de casas, entre outros tantos, não são decisões de uma burocracia impes-soal, profi ssional, estável e que sirva somente à lei. São de-cisões de quadros indicados por partidos políticos. A crise do mensalão começou com uma acusação envolvendo o setor de compra do Correios, ocupado por um cargo de comissão vinculado a um partido político. A crise dos transportes, no grupo de responsáveis pelo aditamento de contratos no DNIT, também uma indicação partidária.

Ora, um funcionário nomeado por razões partidárias é transitório e deve lealdade ao seu chefe partidário. Seu dever de lealdade, muitas vezes, acaba sendo gerar recursos ou para a máquina partidária ou para seus próprios chefes. Sob o ponto de vista dos agentes empresariais, muitas vezes não basta o melhor preço ou o serviço de maior excelência para comercializar seu produto com o governo. É um imperativo participar desse jogo de favorecimento. Pronto, está fechado o ambiente em que a corrupção tende a proliferar.

A lógica do comportamento de um funcionário públi-co de carreira, que tem estabilidade mas também é sujei-to ao controle externo, é outra: primeiro, ele não deve lealdade a um chefe partidário, só à lei, e fi cará no cargo enquanto vários governos passarem. Mais do que isso, o risco de algum procedimento irregular signifi ca o risco de perder a carreira de uma vida toda. Óbvio, isso não elimina a possibilidade de ocorrerem irregularidades, mas cria um ambiente em que elas tendem a ser menores e mais controladas. E ao diminuir a possibilidade da prática predatória dos partidos sobre a máquina pública, tende também a mudar a qualidade das coalizões.

O Brasil precisa profi ssionalizar sua burocracia pública e eliminar drasticamente as taxas de ocupação política do Estado. É essa a mudança, e não a modifi cação de regras eleitorais ou da legislação partidária, que pode dar o salto de qualidade de que a nossa democracia precisa. *Doutor em Ciência Política, assessor político da Federasul

ARTIGO

“”

“É justo e legitimo que partidos políticos indiquem ministros, secretários de Estado, assessores que ocupem posições estratégicas na elaboração de políticas públicas”

A urgência da reforma administrativa do Estado

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Abril de 2010 33

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